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Assunto: Alimentação infantil e suplementação de micronutrientes – SITUAÇÃO 1: “Apesar da amamentação ser a forma natural das mulheres alimentarem as crianças pequenas, cada experiência de amamentação é única, diferente da de outros filhos e, principalmente, da de outras mulheres”. Assim relatou Mariana, puérpera no 10º dia pós parto, durante a primeira consulta de puericultura de seu filho Ivan, recém-nascido e terceiro entre os irmãos. O enfermeiro Pedro após ouvir os relatos da puérpera, questiona quais dificuldades na amamentação atual Mariana tem vivenciado. Mariana relata que Ivan fica muito agitado quando está no peito, não suga forte e ela não sabe o que fazer, que inclusive tem pensado em oferecer um leite de lata, pois acredita que o filho está sofrendo com fome. Diante desta situação, como Pedro deve conduzir o atendimento a esta lactante? Observar se o bebê tem o frênulo lingual conforme o esperado. Com foco na agitação do bebê, deve ser questionada e orientada a questão da amamentação em livre demanda, que significa realizar a amamentação de acordo com a vontade do bebê tanto na questão da duração quanto na duração da mamada, já que esta inquietação pode significar que o bebê não está com fome naquele momento; nesse momento deve ser ensinada a mãe a pega correta do bebê durante a amamentação, braço para trás, a cabeça na curva do braço, uma mão na bunda do bebê outra livre para manusear a mama, esse manuseio deve ser feito com a mão em forma de C, e a boca do bebê deverá abocanhar a aréola e não somente o bico, deve-se também oferecer um ambiente confortável e acolhedor durante a amamentação. Verificar se o ganho de peso do bebê está de acordo com a idade, seguindo o gráfico. Reforçar a importância da amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida, que não há alimento mais completo quanto o leite materno e fazer o acompanhamento de forma atenta com a Mariana para acompanhar a evolução do caso e com esperança, a sua resolutividade. SITUAÇÃO 2: Laura, enfermeira de uma das equipes de estratégia de saúde da família da UBS Cafeteira, inicia o atendimento de Esther, 6 meses de idade, informando à mãe da criança que chegou o momento da introdução de novos alimentos na sua rotina. A enfermeira reforça que nos dois primeiros anos de vida da criança, a escolha dos alimentos merece atenção especial, pois é quando os hábitos alimentares estão sendo formados. E destaca que o papel da família nessa escolha é muito importante, onde adultos e a criança devem participar desse processo de formas diferentes. De acordo com as informações iniciais realizadas à mãe de Esther, como deve ser feita a introdução alimentar da criança? O leite materno deve continuar a ser oferecido até 2 anos ou mais, não sendo necessário dar leite de vaca ou fórmula infantil. Os novos alimentos devem complementar o leite materno e não o substituir. • Nesta idade, a criança deve começar a receber 3 refeições, que podem ser almoço (ou jantar) e 2 lanches; ou almoço, jantar e 1 lanche. Não há regra sobre qual refeição iniciar primeiro. O importante é que, ao completar 7 meses, ela já esteja recebendo 3 refeições Ofereça água ao longo do dia a partir do momento que começar a introdução alimentar para que a criança não venha a ter constipação intestinal. Como oferecer? • Coloque no prato pequenas quantidades dos alimentos. Você pode começar com cerca de 1 colher de sobremesa de um alimento de cada grupo. Essa quantidade é apenas um ponto de partida. Pode ser que a criança não aceite tudo ou queira mais um pouco, podendo chegar a três colheres de sopa no total. Essa quantidade serve apenas para a família ter alguma referência e não deve ser seguida de forma rígida, uma vez que as características individuais da criança devem ser respeitadas. • Os alimentos devem ficar separados e bem amassados com garfo, e não devem ser liquidificados nem peneirados. As carnes devem ser bem cozidas e oferecidas em pedaços pequenos (picados ou desfiados). Alimentos crus, como frutas e alguns legumes, podem ser raspados ou amassados. • Se a criança recusar algum alimento, espere alguns dias e volte a oferecê-lo junto com alimentos de que ela já gosta. Se ela continuar a recusá-lo após várias tentativas, experimente mudar a forma de preparo. Ela não gostou da cenoura amassada? Tente oferecer em pedaços maiores para que ela possa pegar com a mão. Deve-se estimular a criança: colocando-a para comer junto da família, fazendo um prato somente para ela; deixando-a livre para segurar os alimentos/utensílios; variando as formas de apresentação dos alimentos: um prato bonito, colorido, cheiroso e saboroso motiva a criança a comer; interagindo com ela e dizendo sempre o nome dos alimentos que ela está comendo; dedicando tempo e paciência aos momentos de refeição da criança; Evite atitudes como: forçar a criança a comer; oferecer atrativos como TV, celular, tablet enquanto a criança come; Evite dizer frases do tipo: “Se raspar o prato todo, vai ganhar sobremesa!”, “Vou ficar tão triste se você não comer!”, “Se você não comer, não vai brincar!”, “Por favor, só mais uma colherzinha!” E fique atento aos sinais de fome e saciedade da criança! SITUAÇÃO 3: As crianças representam um grupo de grande vulnerabilidade para deficiências de macro e micronutrientes, em consequência do rápido crescimento e desenvolvimento, principalmente nos primeiros mil dias de vida. Caio, 18 meses, acompanhado de sua mãe, comparece à consulta de puericultura, onde a mesma relata ao enfermeiro que a criança “não recebe nenhuma vitamina”, fato constatado na caderneta da criança diante da ausência de registros das suplementações de micronutrientes. A partir desta assertiva, como deve ser estabelecida a suplementação de micronutrientes para Caio? Crianças que passam a receber outros alimentos, além do leite materno, a partir do 6º mês, precisam de quantidades adequadas de vitamina A, pois ela é essencial para o crescimento e o desenvolvimento saudáveis. A vitamina A deve ser suplementada com 200.000 UI a cada 6 meses até 4 anos, 11 meses e 29 dias. É indicada a suplementação preventiva para recém-nascido a termo, de peso adequado para a idade gestacional, de 1mg de ferro elementar/kg de peso/día, a partir do 3º mês até o 24º mês de vida e explicar que as fezes podem mudar a coloração. Para bebês prematuros com peso entre 1000g e 1500g, 3mg de ferro/kg diariamente do 30º dia até os 12 meses. Também deve ser prescrito vitamina D de 600 UI diariamente até os 2 anos de vida.
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