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Aula 14 - Abordagem dos Maus Tratos com Idosos

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Abordagem dos Maus Tratos com Idosos 
 Objetivos da Aula: 
 - Caracterizar e descrever os tipos de violência 
contra idosos. 
 - Conhecer a prevalência e fatores de risco para 
violência contra idosos. 
 - Identificar a violência contra o idoso. 
 
DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS: 
• A violência contra o idoso é definida por 
qualquer ato que cause dano físico, emocional 
ou financeiro a ele, e/ou que viole seu direito 
a integridade física, emocional, moral e sua 
autonomia 
• A violência pode se expressar como: física, 
psicológica, verbal, econômica, negligência e 
abandono 
• Geralmente tem-se mais de uma das violências 
ocorrendo ao mesmo tempo 
• Fatores de risco associados aos maus tratos e 
abuso ao idoso: 
1. Grau de dependência do idoso 
2. Nível de estresse do cuidador 
3. Vínculos afetivos frouxos entre idoso e 
cuidador/família 
4. Relações pautadas em violência e relações 
anteriores conturbadas entre idoso e 
familiar 
• Tendo em vista que uma parcela das vítimas de 
violência busca atendimento na atenção 
básica ou hospitalar, geralmente os 
profissionais da saúde são os primeiros a 
entrarem em contato com as vítimas. Por isso, 
é necessário que esses profissionais 
compreendam sua responsabilidade em 
identificar e manejar adequadamente 
situações de violência. 
• A prevenção é entendida como a medida mais 
efetiva no combate à violência contra o idoso. 
• De modo mais específico, a OMS define a 
violência contra o idoso como uma ação única 
ou repetida, ou a ausência de uma ação 
devida, que cause sofrimento ou angústia e 
que ocorre em uma relação de confiança 
TIPOS DE VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO: 
Violência física: 
→ Definida pelo uso da forca física ou objetos 
para ferir, coagir, provocar dor, incapacidade 
ou morte 
→ Ex: tapa, chute, empurrão etc. 
 Sr. Firmino, 85 anos, chega para atendimento na Unidade 
Básica de Saúde (UBS), acompanhado pela Sra. Maria, sua 
vizinha, relatando ter caído no piso molhado do banheiro. 
Durante a consulta, Sr. Firmino parecia retraído e 
envergonhado. Ao examiná-lo, o médico observa 
hematomas incompatíveis com seu relato de queda. Ao 
investigar, o profissional se depara com uma história de 
violência. O filho, cuidador principal, alcoolista e 
desempregado, costuma “bater” no Sr. José quando este se 
recusa a dar-lhe o dinheiro da aposentadoria. 
Violência psicológica: 
→ É toda ação ou omissão que cause prejuízo a 
identidade, autoestima e desenvolvimento 
pessoal 
→ Costuma ocorrer por meio de humilhação, 
ridicularização, isolamento de convívio social, 
ameaças e restrição de liberdade 
Sra. Maria, 78 anos, é chamada de “velha imprestável” por 
sua neta toda vez que derrama um pouco de leite da xícara 
devido aos seus tremores ocasionados pelo mal de 
Parkinson. 
Violência sexual: 
→ Todo e qualquer ato ou jogo sexual, de caráter 
homo ou heterossexual, utilizando idosos 
como objeto de excitação ou prática erótica. 
Sra. Olívia, 87 anos, reside sozinha e é assistida pelo cuidador 
contratado por sua família. Tem-se queixado de que à noite é 
agredida por um homem que entra por sua janela. O cuidador 
refere ser delírio da Sra. Olívia. Entretanto, em uma das visitas 
domiciliares, o agente de saúde encontra um preservativo usado à 
mostra na lixeira do banheiro. 
 
IESC V – Aula 14 
 
Violência econômica ou financeira: 
→ Todo e qualquer ato lesivo ou não autorizado 
que esteja associado aos bens ou finanças do 
idoso 
→ Ocorre geralmente pela exploração imprópria, 
ilegal ou não consentida de recursos 
financeiros e patrimoniais do idoso. 
Sr. Antônio, 72 anos, costuma guardar dinheiro debaixo do 
colchão. Sabendo desse hábito, seu neto com frequência 
furta alguma quantia. Tentando se proteger, o Sr. Antônio 
forneceu seu cartão bancário e senha para o filho, que, por 
sua vez, fez um crédito consignado para uso próprio. 
Negligência: 
→ Recusa ou omissão de cuidar e proteger o 
idoso contra agravos evitáveis 
→ Entendido como a falha ou recusa da 
obrigação de cuidar o idoso 
Sra. Joana, 85 anos, necessita utilizar fraldas devido à 
incontinência urinária e fecal. Em sua consulta de rotina, seu 
médico nota seu forte odor e a presença de dermatite de 
fraldas em grande extensão com lesões profundas, além de 
constatar que seu peso está muito abaixo do esperado. Ao 
questionar os fatos, descobre que seu cuidador realiza a 
higiene e troca de fraldas apenas uma vez por dia e que, para 
“economizar”, mistura água de torneira no leite que a Sra. 
Joana ingere. 
Abandono: 
→ Ausência ou deserção dos responsáveis de 
prestarem cuidados ao idoso que necessita de 
proteção e assistência 
Sr. Carlos, 77 anos, foi internado involuntariamente por sua 
família em uma instituição de longa permanência para idosos, 
não recebendo visitas há mais de 6 meses. A instituição tem 
o custo mensal de meio salário-mínimo e coloca os idosos em 
duplas invertidas em camas de solteiro. A presença de 
moscas, baratas, mofo, rachaduras e infiltração de água são 
constantes no meio. Perante a insalubridade do local, o Sr. 
Carlos adoeceu por problemas respiratórios, tendo seu 
quadro prévio piorado. A família alega dificuldades 
econômicas, mas a aposentadoria do Sr. Carlos é de três 
salários-mínimos. 
COMPLICACÕES DA VIOLÊNCIA AO IDOSO: 
→ Lesões físicas: comprometem o organismo do 
idoso que já se define como mais frágil 
→ Agressão psicológica: baixa autoestima e 
diminuição da confiança, além de gatilhos para 
depressão, ansiedade e outros problemas 
psicológicos 
• Geral: diminuição da qualidade de vida, 
sentimento de culpa ao idoso, isolamento e 
suicídio 
PREVALÊNCIA DOS MAUS TRATOS E VIOLÊNCIA: 
• Há estimativas que 1 a cada 10 idosos sofram 
algum tipo de abuso por mês. Uma vez que 1 
entre 24 ocorrências são notificadas, acredita-
se que essa estimativa esteja subestimada 
• Ainda não existem levantamentos sobre a 
prevalência brasileira de maus-tratos em 
idosos 
• Um obstáculo importante na identificação da 
violência familiar são os inúmeros casos não 
registrados formalmente 
• A subnotificação ocorre principalmente 
quando os maus tratos ocorrem na esfera 
familiar 
• Além do próprio conluio intrafamiliar inerente, 
a vítima pode não realizar a denúncia por ter 
uma relação afetiva e de dependência com seu 
agressor, além de temer retaliações do 
agressor, ter vergonha da situação, medo de 
ser institucionalizado, constrangimento, entre 
outros. Esses impasses perpetuam a 
invisibilidade dos maus-tratos. 
FATORES DE RISCO: 
• A natureza dos maus tratos é multifatorial 
• É importante conhecer seus fatores de risco, 
com foco na abordagem familiar, pois agiliza a 
detecção de maus-tratos contra idosos, já que 
a avaliação de todos os integrantes do núcleo 
familiar fornece pistas de um padrão de 
comportamento violento 
 
IDENTIFICANDO A VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO: 
• Sabendo que a maioria das vítimas busca 
auxílio na APS ou em hospitais, é essencial que 
a equipe saiba manejar esse tipo de ocorrência 
• Uma das dificuldades frequente é o 
desconhecimento, por parte da equipe de 
saúde, das redes e ferramentas de apoio 
disponíveis para prevenção primária das 
situações de violência. 
 
• Diversos autores destacam que famílias com 
história de relações agressivas e/ou violentas, 
o fato de o idoso ter sido/ser agressivo nas 
relações familiares, os cuidadores terem 
sofrido violência doméstica sugerem um 
contexto de maior suscetibilidade para o idoso 
sofrer maus-tratos. 
• Alguns estudos trazem algumas dificuldades 
enfrentadas pela equipe da atenção básica 
diante de casos de violência contra o idoso. 
Essas vão desde seu rastreamento e 
identificação, complicações na elaboração da 
ficha de notificação frente a sinais de violência 
e desconhecimento das políticas públicas até o 
despreparo do profissional para o manejo 
dessas situações.Outro problema citado são 
os entraves para encaminhar a vítima aos 
órgãos responsáveis, a ausência de protocolos 
e da garantia de proteção efetiva da vítima. 
• A equipe de saúde deve estar atenta para 
identificar situações de violência e diferenciá-
las de outras circunstâncias, observando e 
avaliando o idoso e seu cuidador em relação a 
fatores de risco e a comportamento expresso 
por ambos. 
• Na anamnese, deve-se realizar o levantamento 
das histórias clínica, social e familiar. Em algum 
momento, deve-se dispor de privacidade para 
entrevistar o idoso sem a presença de seu 
cuidador. 
• O exame físico deve, de preferência, ser 
realizado privativamente, sem a presença do 
cuidador. 
• Ao avaliar o caso, deve-se verificar o nível de 
habilidade do idoso em executar as atividades 
básicas da vida diária (ABVD), como alimentar-
se, vestir-se, caminhar, entre outras. 
ABORDAGEM DA VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO: 
• A intervenção tem como foco principal 
garantir a segurança do idoso, impedindo a 
reincidência ou a manutenção da violência 
mediante ações imediatas, acompanhamento 
em longo prazo e práticas preventivas. 
• O manejo dos casos de violência requer o 
envolvimento da família, uma vez que sua 
ocorrência não se dá de forma alheia ao 
âmbito familiar. Logo, as ações devem 
necessariamente contemplar vítima e 
agressor, promovendo, sempre que possível, a 
preservação dos vínculos familiares. 
Plano de Intervenção: 
 
Deve considerar sempre: 
• As condições físicas e mentais do idoso 
• As condições sociais e familiares do idoso 
• A interação entre o agressor e o idoso 
• A frequência, a intensidade e o tipo de 
violência 
• Outros fatores pertinentes ao caso em questão 
OBS: É importante que todos os profissionais da 
saúde estejam cientes de que o Estatuto do Idoso 
expressa sua obrigação em denunciar os casos 
suspeitos ou confirmados de maus-tratos contra 
o idoso, prevendo sanções legais ao seu 
descumprimento 
Aspectos práticos da abordagem: 
 
 
 
 
: 
• EI No 10.741, de 1º de outubro de 2003. 
• GUSSO, Gustavo; LOPES, José M.C.; DIAS, Lêda 
C. (Orgs.). Tratado de Medicina de Família e 
Comunidade: Princípios, Formação e Prática. 
Porto Alegre: ARTMED, 2018, p. 2388. Cap. 83. 
 
 
 
 
 
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