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toxoplasmose EM FELINOS PATOLOGIA CAUSADA POR UM COCCÍDEO INTRACELULAR OBRIGATÓRIO CICLO O gato pode acabar abatendo algumas presas que podem ter formas latentes do toxoplasma, que são os bradizoítos, em sua musculatura, vísceras e sistema nervoso central. Em torno de 3-10 dias pós a ingestão dos bradizoítos, ocorrerá uma replicação no intestino, liberando os taquizoítos, formando cistos que serão eliminados pelas fezes. Esses cistos não saem em uma forma contaminante, ele é eliminado na forma não esporulada, precisando permanecer um tempo no ambiente para que eles possam esporular e se tornarem infectantes. Esse processo de esporulação pode levar de 1-5 dias em condições ambientais favoráveis (em condições não favoráveis, esse oocisto pode não esporular). Em condições favoráveis, esses oocistos esporulados são liberados no ambiente, contaminando o solo. Animais que realizam o pastoreio naquela região podem se infectar, assim como pessoas que tratam a terra (agricultores, por ingestão acidental), além da infecção através da ingestão de frutas e legumes que sejam plantados nesse solo. OBS: OS RATOS QUE POSSUEM TOXOPLASMOSE NA SUA FORMA LATENTE FORMAM CISTOS EM UMA REGIÃO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL QUE INIBE O MEDO, VIRANDO PRESA FÁCIL PARA UM GATO, O HOSPEDEIRO DEFINITIVO. CICLO RESUMIDO: · Ingestão de bradizoítos · Após 3 – 10 dias, ocorre citólise no intestino · Eliminação de oocistos nas fezes (durano de 1 – 3 semanas) · Os gatos só fazem eliminação de oocistos nas fezes na primo-infecção. Ou seja, mesmo que o gato faça a doença clinica, ele não volta a apresentar o ciclo intestinal. · Após os 10 dias no intestino, podemos ter a eliminação dos taquizoítos por via linfática ou sanguinea, chegando a diversos órgaos. NA CLÍNICA Clinicamente, os gatos podem ser assintomáticos ou podem apresentar uma diarreia branda auto-limitante, fazendo com que não se pense em toxoplasmose. No momento em que os taquizoítos atingem os órgãos, os gatos podem apresentar uma boa resposta imune, neutralizando a infecção antes da mesma causar algum tipo de lesão. Os felinos podem, também, apresentar uma resposta imune adequada à lesão orgânica, fazendo a forma de latência. Cistos latentes podem ser encontrados na musculatura estriada, no cérebro e no fígado. Frente a uma imunossupressão, pode ocorrer a reativação da doença clínica, porém eles não chegam a fazer eliminação intestinal. Temos também os felinos que irão apresentar uma falha na imunidade ocasionando na doença clínica, sendo esses extremamente raros. SINTOMATOLOGIA A sintomatologia multissistêmica pode estar presente na infecção aguda ou na reativação da doença. Os sinais são inespecíficos: letargia, febre, anorexia, perda de peso, dor muscular e hiperestesia. Alterações oftálmicas: uveítes e coriorretinites, além de cegueira, hifema, descolamento de retina, neurite óptica e anisocoria. Alterações respiratórias: broncopneumonia, rinite... Meningoencefalite: alterações comportamentais, convulsões (focais ou generalizadas), ataxia, tremores, paresia, déficits em nervos cranianos... Outros: esplenomegalia, icterícia, ascite, artrite, claudicação, dermatite piogranulomatosa, linfadenomegalia... DIAGNÓSTICO Os exames de rotina são pouco sugestivos · Hepatites e pancreatites: ALT, AST, FA · Miosite: CK, ALT, AST · Hemograma normal ou leve anemia, leucograma inflamatório · Radiografia de tórax: padrão intersticial, alveolar e/ou efusão pleural · Citologia: efusão pleural, abdminal e lavado traqueal · Análise de LCR (quadros neurológicos) – pleocitose variável, geralmente mononuclear e detecção de Ac’s DEVE HAVER SUSPEITA CLINICA!! Sorologia: IgM: anticorpo de fase aguda, que começa a subir de 2 – 4 semanas após a infecção. Atingindo seus niveis máximos entre 4 – 6 semanas após a infecção primária. Considerar: imunossuprimidos (ausência de IgM) ou manutenção da infecção ativa (persistência). IgG: anticorpo de fase crônica, detectados na circulação entre 4 – 6 semanas pós infecção, são detectados isoladamente após a 16ª semana. Os anticorpos adquiridos através do colostro podem perdurar até as 12 semanas de vida (3 meses). Detecção de T. gondii em amostras teciduais: Histopatológico Imuno-histoquímicos PCR: Humor aquoso, secreções respiratórias, líquidos cavitários, eventualmente sangue e, raramente, fezes pois os gatos que eliminam nas fezes não fazem doença clinica. TRATAMENTO Objetiva-se a cura clinica e, se possível, a cura parasitária. Sabe-se que não existem drogas efetivas para os cistos teciduais. · Clindamicina 12,5mg/kg – BID – 4 semanas · Sulfa + trimetoprima 15mh/kg – BID – 4 semanas – resposta mais lenta · Azitromicina (?) · Resposta positiva ao tratamento em 2 a 3 dias. Caso não haja, realizar nova abordagem diagnóstica. · Oftalmopatias: colírios midriáticos e glicocorticoides · Respostas lentas: tratamento sistêmico PROFILAXIA · Manter os gatos indoor, impedir a predação, utilizar alimentos industrializados (rações). · Remoção e descarte diário das fezes da bandeja sanitária · Utilizar luvas para limpar bandejas, cuidar do solo/horta, limpar carne e vegetais · Congelamento profilático de carnes (-15°C) por 3 dias. · Cozimento das carnes: 80°C por 15 minutos · Ingerir água apenas de fontes confiáveis · Controlar vetores mecânicos · Imunossuprimidos: evitar bandeja sanitária, utilizar luvas · Evitar contato com tanques de areia de playgrounds. 3
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