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O transtorno esquizoafetivo tem características tanto da esquizofrenia como dos transtornos do humor. Nos sistemas diagnósticos atuais, os pacientes podem receber esse diagnóstico se puderem se encaixar em uma das seis categorias seguintes: (1) pacientes com esquizofrenia que têm sintomas de humor, (2) pacientes com transtorno do humor que têm sintomas de esquizofrenia, (3) pacientes com transtorno do humor e esquizofrenia, (4) pacientes com uma terceira psicose não relacionada a esquizofrenia e a transtorno do humor, (5) pacientes cujo transtorno se encontra em um continuum entre esquizofrenia e transtorno do humor e (6) pacientes com alguma combinação dos critérios citados. A prevalência do transtorno esquizoafetivo ao longo da vida é de menos de 1%, possivelmente entre 0,5 e 0,8%. Na prática clínica, um diagnóstico preliminar de transtorno esquizoafetivo costuma ser usado quando o médico não tem certeza do diagnóstico. As diferenças de sexo nas taxas de transtorno esquizoafetivo em amostras clínicas em geral se comparam às diferenças de sexo nos transtornos do humor, com números aproximadamente iguais de homens e mulheres que têm o subtipo bipolar, e são duas vezes mais prevalentes em mulheres do que em homens entre indivíduos com o subtipo depressivo do transtorno. O tipo depressivo do transtorno esquizoafetivo pode ser mais comum em pessoas mais velhas do que nas mais jovens, e o tipo bipolar pode ser mais comum em adultos jovens do que em mais velhos. A idade de início para mulheres é mais tardia do que para os homens, como na esquizofrenia. Os homens com transtorno esquizoafetivo tendem a exibir comportamento antissocial e a ter um afeto marcadamente plano ou inadequado. A causa do transtorno esquizoafetivo é desconhecida. Pode ser um tipo de esquizofrenia, um tipo de transtorno do humor ou a expressão simultânea de ambos, bem como um terceiro tipo distinto de psicose, que não está relacionado nem a esquizofrenia, nem a transtornos do humor. O mais provável é que essa categoria seja um grupo heterogêneo de condições que inclui todas essas possibilidades. O médico deve diagnosticar de forma correta a doença afetiva, certificando-se de que ela satisfaça os critérios para um episódio maníaco ou depressivo, mas também deve determinar a duração exata de cada episódio (o que nem sempre é fácil ou mesmo possível). A duração de cada episódio é essencial por duas razões. Primeiro, para satisfazer o Critério B (sintomas psicóticos na ausência de transtorno do humor [depressivo ou maníaco]), é importante saber quando o episódio afetivo termina e a psicose continua. Segundo, para satisfazer o Critério C, a duração de todos os episódios de humor deve ser combinada e comparada com a duração total da doença. Se o componente de humor estiver presente para a maioria (> 50%) da doença total, então esse critério estará satisfeito. Assim como a maioria dos diagnósticos psiquiátricos, o transtorno esquizoafetivo não deve ser diagnosticado se os sintomas forem causados pelo abuso de substâncias ou se forem secundários a uma condição clínica geral. O diagnóstico diferencial deve ser feito com todos os transtornos de humor e esquizofrenia. Os sintomas esquizofrênicos devem ter diagnóstico diferencial com as psicoses de causa orgânica ou induzido por substâncias. Outras condições clínicas devem ser excluídas, bem como anormalidades neurológicas evidenciadas por exames de imagem, eletroencefalograma, sendo que o último pode evidenciar alterações convulsivas, como epilepsia de lobo temporal. O uso de estabilizadores de humor constitui o centro da terapêutica nos transtornos esquizoafetivos de subtipo bipolar, com boa resposta ao lítio e carbamazepina. No subtipo depressivo, a carbamazepina apresenta resposta melhor. Esses agentes podem ser combinados com antipsicóticos, sendo que episódios maníacos merecem tratamento agressivo, com estabilizadores de humor em alta dose terapêutica, podendo ser reduzida nas fases de manutenção, o que reduz efeitos sistêmicos e melhora a adesão. O monitoramento das concentrações plasmáticas, bem como a avaliação de função tireoidiana, renal e hematológica devem ser realizados periodicamente, especialmente quando em uso de carbonato de lítio. Nos casos de episódios maníacos não responsivos ao tratamento medicamentoso, assim como no transtorno bipolar, deve-se considerar o uso de eletroconvulsoterapia. O subtipo depressivo também pode ser tratado com aqueles agentes antidepressivos usualmente utilizados no transtorno depressivo maior, mas deve-se ter cuidado com a possibilidade de viradas maníacas. Nesse viés, os inibidores seletivos de recaptação de serotonina são considerados como tratamento de primeira linha em função de sua boa respostas e menor perfil de efeitos colaterais, mas agentes tricíclicos podem ser benéficos para pacientes com agitação ou insônia. O Transtorno delirante se caracteriza essencialmente pela presença de um ou mais delírios que persistem por pelo menos um mês e, em geral, são caracterizados por uma ideia fica, monotemática e sem conteúdo bizarro, além de não ocasionar deterioração da personalidade do paciente. Os delírios giram em torno de fatos possíveis de ocorrer na vida cotidiana, como traição conjugal ou estar doente. O diagnóstico de transtorno delirante é feito quando uma pessoa exibe delírios não bizarros de pelo menos um mês de duração que não podem ser atribuídos a outros transtornos psiquiátricos. Não bizarro significa que o delírio deve ser sobre situações que podem ocorrer na vida real, tal como ser seguido, infectado, amado a distância, e assim por diante; ou seja, eles geralmente têm a ver com fenômenos que, mesmo não sendo reais, são possíveis. Vários tipos de delírios podem estar presentes, e o tipo predominante é especificado quando o diagnóstico é feito. O transtorno delirante pode surgir no contexto de um transtorno de personalidade paranoide preexistente. Em tais pessoas, a desconfiança disseminada e a suspeita de outras pessoas e de suas motivações começam no início da idade adulta e se estendem por toda a vida. Os sintomas iniciais podem incluir sensação de estar sendo explorado, preocupação com a lealdade ou a fidedignidade de amigos, tendência a ler significados ameaçadores em observações ou eventos benignos, propensão persistente a ressentimentos e facilidade de responder a descortesias percebidas. Em geral, os pacientes com transtorno delirante acabam desenvolvendo sintomas ansiosos que muitas vezes culminam em depressão. • Erotomaníaco: o tema central do delírio é o de que outra pessoa está apaixonada pelo indivíduo. Geralmente essa outra pessoa tem status social mais elevado que o paciente. • Grandioso: existe a convicção de ter algum grande talento (embora não reconhecido), status ou ter feito uma descoberta importante. • Ciumento: há ideia fixa de que o cônjuge ou parceiro é infiel. • Persecutório: envolve a crença de que o próprio indivíduo está sendo vítima de conspiração, enganado, espionado, perseguido, envenenado ou drogado, difamado maliciosamente, assediado ou obstruído na busca de objetivos a longo prazo. • Somático: esse subtipo aplica-se quando o tema central do delírio envolve funções ou sensações corporais. • Misto: esse subtipo aplica-se quando não há um tema delirante predominante. • Não especificado: esse subtipo aplica-se quando a crença delirante dominante não pode ser determinada com clareza ou não está descrita nos tipos específicos. O tratamento para o Transtorno Delirante ainda é um desafio para o médico e para o paciente. Os resultados positivos descritos na literatura, bem como na prática clínica, em geral, vêm do tripé: antidepressivos, antipsicóticos e psicoterapia. A psicoterapia é parte fundamental no transtorno delirante. No momentodo diagnóstico o paciente deve ser orientado sobre tal importância e que a regularidade das sessões é primordial para o êxito. A terapia mais empregada tem sido a cognitivo-comportamental, em que o terapeuta trabalha as crenças básicas do paciente sobre si mesmo, seu mundo e outras pessoas, estimulando sempre o insight. Na esquizofrenia, o paciente apresenta alucinações – geralmente auditivas – de forma mais proeminente. Além disso, frequentemente, o esquizofrênico tem maiores prejuízos sociais – nos relacionamentos, nas atividades laborais, no autocuidado – e tem alterações em várias funções mentais, como a presença de neologismos, afrouxamento dos nexos do discurso, embotamento afetivo e estereotipias. Em contrapartida, o paciente com transtorno delirante não apresenta desintegração da personalidade e, por isso, mantém as funções mentais (excetuando o juízo de realidade) de forma intacta e tende a manter seu funcionamento próximo a normalidade. Casos graves de transtorno depressivo maior podem cursas com delírios, falta de insight e pensamentos desorganizados. Contudo, pacientes depressivos têm tais sintomas psicóticos apenas na vigência do quadro de humor. Os delírios tendem a ter temática congruente com a alteração afetiva (por exemplo: delírios de ruína ou culpa). O mesmo raciocínio pode ser aplicado em pacientes com transtorno bipolar, nos quais a presença de sintomas psicóticos coincide com a presença de polarização do humor, além de também serem congruentes com a afetividade (por exemplo: delírio de grandeza ou místico/religioso na mania). Pacientes com delírios e história de déficits cognitivos progressivos ou agudos podem levantar a suspeita de transtorno neurocognitivo (demência) e delírium, respectivamente. Tendem a apresentar em pacientes com idade mais avançada (acima dos 60 anos) e têm história característica de prejuízo nas cognições. Em caso do delirium há também indícios de causa orgânica para o surgimento da psicose (por exemplo: sinais clínicos de infecção, distúrbio metabólico, abstinência de alguma substância de uso crônico ou intoxicação). O transtorno psicótico breve é definido como uma condição psicótica que envolve o início súbito de sintomas psicóticos que duram um dia ou mais, mas menos de um mês. A remissão é completa, e o indivíduo retorna ao nível de funcionamento prémórbido. É uma síndrome psicótica aguda e transitória. Ocorre com maior frequência entre indivíduos mais jovens (na segunda e terceira décadas de vida) do que entre os mais velhos. É mais comum em mulheres do que em homens. O transtorno é observado com frequência em pacientes com transtornos da personalidade (mais comumente histriônica, narcisista, paranoide, esquizotípica e borderline). Os sintomas do transtorno psicótico breve sempre incluem pelo menos um sintoma importante de psicose, como alucinações, delírios e pensamentos desorganizados, geralmente com início repentino, mas nem sempre incluem todo o padrão sintomático visto na esquizofrenia. Alguns médicos observaram que humor lábil, confusão e comprometimento da atenção podem ser mais comuns no início do transtorno psicótico breve do que no início de transtornos psicóticos que acabam se tornando crônicos. Os sintomas característicos do transtorno psicótico breve incluem volatilidade emocional, comportamento estranho ou bizarro, gritos ou mutismo e memória comprometida para eventos recentes. Alguns dos sintomas sugerem um diagnóstico de delirium e justificam uma pesquisa clínica, especialmente para excluir reações adversas a medicamentos. Estressores precipitantes são eventos de vida importantes que causariam impacto emocional significativo a qualquer pessoa. Esses eventos incluem a perda de um membro da família próximo ou um acidente automobilístico grave. Alguns médicos argumentam que a gravidade do evento deve ser considerada em relação à vida do paciente. Essa visão, embora razoável, pode ampliar a definição de estressor precipitante para incluir eventos não relacionados ao episódio psicótico. Outros entendem que o estressor pode ser uma série de eventos modestamente estressantes, em vez de um único acontecimento com estresse acentuado, mas avaliar a quantidade de estresse causado por uma sequência de eventos exige um grau de julgamento clínico quase impossível. Um diagnóstico de transtorno psicótico breve é apropriado quando os sintomas psicóticos duram pelo menos um dia, mas menos de um mês, e não estão associados com um transtorno do humor, com um transtorno relacionado a substâncias ou com um transtorno psicótico causado por uma condição clínica geral. Há três subtipos desse transtorno: 1. a presença de um estressor 2. a ausência de um estressor 3. um início no período pós-parto. Antipsicóticos e os benzodiazepínicos + psicoterapia + hospitalização (caso necessário). As características essenciais do Transtorrno Esquizofreniforme são idênticas às da Esquizofrenia (Critério A), exceto por duas diferenças: • a duração total da doença (incluindo fases prodrômica, ativa e residual) é de pelo menos 1 mês, mas inferior a 6 meses (Critério B) • não é exigido um prejuízo no funcionamento social ou ocupacional durante alguma parte da doença (embora possa ocorrer). Basicamente, caracteriza-se por sintomas idênticos aos da esquizofrenia, mas dura ≥ 1 mês, porém < 6 meses. Pouco se sabe a respeito da incidência, da prevalência e da proporção entre os sexos do transtorno esquizofreniforme. Ele é mais comum em adolescentes e adultos jovens, e sua incidência é menos da metade da esquizofrenia. Uma taxa cinco vezes maior do transtorno foi encontrada em homens em comparação a mulheres. Foram relatadas uma taxa de prevalência em um ano de 0,09% e uma taxa de prevalência ao longo da vida de 0,11%. Vários estudos mostraram que parentes de indivíduos com transtorno esquizofreniforme têm alto risco de ter outros transtornos psiquiátricos, mas a distribuição destes difere daquela vista nos parentes de pessoas com esquizofrenia e transtornos bipolares. Especificamente, os parentes de pacientes com transtorno esquizofreniforme são mais propensos a apresentar transtornos do humor do que os parentes de daqueles com esquizofrenia, e mais propensos a ter diagnóstico de transtorno do humor psicótico do que os parentes daqueles com transtornos bipolares. Os sintomas da doença são semelhantes aos da esquizofrenia; contudo, com o transtorno esquizofreniforme, os sintomas duram pelo menos um mês, mas menos de seis meses. Em contraste, para um paciente satisfazer os critérios diagnósticos para esquizofrenia, os sintomas devem estar presentes por pelo menos seis meses. Indivíduos com transtorno esquizofreniforme retornam a seu nível basal de funcionamento após a resolução do transtorno. Este é um transtorno psicótico agudo com um início rápido e com ausência de uma fase prodrômica longa. Embora muitos indivíduos com o transtorno possam vivenciar comprometimento funcional na época de um episódio, é improvável que relatem um declínio progressivo no funcionamento social e ocupacional. O perfil de sintoma inicial é o mesmo da esquizofrenia, uma vez que dois ou mais sintomas psicóticos (alucinações, delírios, discurso e comportamento desorganizados ou sintomas negativos) devem estar presentes. Sintomas schneiderianos de primeira linha são observa dos com frequência. Além disso, uma maior probabilidade de turbilhão e confusão emocional é encontrada, cuja presença pode indicar um prognóstico positivo. Mesmo que sintomas negativos possam estar presentes, eles são um tanto raros no transtorno esquizofreniforme e são considerados aspectos prognósticos ruins. Em uma pequena série de pacientes de primeira internação com esse transtorno, um quarto tinha sintomas negativos moderados a graves. Quase todos foram classificadosinicialmente com “transtorno esquizofreniforme sem aspectos prognósticos positivos”, e dois anos mais tarde, 73% foram rediagnosticados com esquizofrenia, comparados com 38% daqueles com “aspectos prognósticos positivos”. Por definição, pacientes com transtorno esquizofreniforme retornam a seu estado basal em seis meses. Em alguns casos, a doença é episódica, com mais de um episódio ocorrendo após longos períodos de remissão total. Se a duração combinada da sintomatologia exceder a seis meses, o diagnóstico de esquizofrenia deve ser considerado. A duração dos sintomas psicóticos é um fator que diferencia transtorno esquizofreniforme de outras síndromes. A esquizofrenia é diagnosticada se a duração das fases prodrômica, ativa e residual for maior que seis meses; sintomas que ocorrem por menos de um mês indicam um transtorno psicótico breve. Em geral, um diagnóstico desse transtorno não requer que um estressor maior esteja presente. Às vezes, é difícil diferenciar transtornos do humor com aspectos psicóticos de transtorno esquizofreniforme. Além disso, transtorno esquizofreniforme e esquizofrenia podem ser altamente comórbidos com transtornos do humor e de ansiedade. Outros fatores de confusão são o fato de sintomas de humor, como perda de interesse e prazer, serem difíceis de diferenciar de sintomas negativos, de avolição e de anedonia. Alguns sintomas de humor também podem estar presentes durante o curso inicial da esquizofrenia. Uma história longitudinal completa é importante para esclarecer o diagnóstico porque a presença de sintomas psicóticos apenas durante períodos de distúrbio do humor é uma indicação de um transtorno do humor primário. A hospitalização, frequentemente necessária para tratar indivíduos com transtorno esquizofreniforme, permite a avaliação, o tratamento e a supervisão efetiva do comportamento do paciente. Os sintomas psicóticos em geral podem ser tratados com um curso de 3 a 6 meses de medicamentos antipsicóticos (p. ex., risperidona). Vários estudos mostraram que pacientes com esse transtorno respondem ao tratamento com antipsicóticos com muito mais rapidez do que os que apresentam esquizofrenia. a. Em um estudo, cerca de 75% dos pacientes com transtorno esquizofreniforme e apenas 20% dos com esquizofrenia responderam a medicamentos antipsicóticos no período de oito dias. O uso de lítio, carbamazepina ou valproato pode ser indicado para tratamento e profilaxia se o paciente tiver um episódio recorrente. Psicoterapia costuma ser necessária para ajudar os pacientes a integrar a experiência psicótica em sua compreensão de suas próprias mentes e vidas. A ECT pode ser indicada para alguns pacientes, especialmente para aqueles com aspectos catatônicos ou depressivos acentuados. Por fim, a maioria dos pacientes com transtorno esquizofreniforme progride para esquizofrenia apesar do tratamento. Nesses casos, deve ser formulado um plano de tratamento consistente com uma doença crônica. Os pacientes costumam estar bem arrumados e bem-vestidos, sem evidências de desintegração aparente da personalidade ou das atividades diárias, mas podem parecer excêntricos, estranhos, desconfiados ou hostis. Às vezes, são contenciosos e podem deixar essa inclinação clara para o examinador. Eles podem tentar engajar os médicos como aliados em seus delírios, mas estes não devem fingir aceitar os delírios, pois isso confunde ainda mais a realidade e abre caminho para o surgimento da desconfiança entre o paciente Observações clínicas indicam que muitos, senão todos, pacientes paranoides vivenciam falta de confiança nos relacionamentos. Uma hipótese associa essa desconfiança a um ambiente familiar consistentemente hostil O humor do indivíduo é compatível com o conteúdo de seus delírios. Um paciente com delírio de grandeza é eufórico; aquele com delírios persecutórios é desconfiado. Qualquer que seja a natureza do sistema delirante, o examinador pode perceber algumas características depressivas leves. Por definição, pacientes com transtorno delirante não têm alucinações proeminentes ou contínuas. Alguns têm outras experiências alucinatórias – em geral, mais auditivas do que visuais. O transtorno do conteúdo do pensamento, na forma de delírios, é o sintoma-chave do transtorno delirante. Os delírios geralmente são sistematizados e caracterizados como possíveis (p. ex., delírios de ser perseguido, de ter um cônjuge infiel, de estar infectado com um vírus ou de ser amado por uma pessoa famosa). Esses exemplos de conteúdo delirante contrastam com o conteúdo delirante bizarro e impossível de alguns indivíduos com esquizofrenia. O sistema delirante em si pode ser complexo ou simples. Os pacientes não apresentam outros sinais de transtorno do pensamento, embora alguns possam ser verborrágicos, circunstanciais ou idiossincrásicos quando falam sobre os delírios. Os médicos não devem pressupor que todos os cenários improváveis sejam delirantes, e a veracidade das crenças deve ser verificada antes de seu conteúdo ser rotulado como delirante. Pacientes com transtorno delirante não costumam ter anormalidades na orientação, a menos que tenham um delírio específico sobre uma pessoa, lugar ou tempo. A memória e outros processos cognitivos estão intactos em pacientes com transtorno delirante. Os médicos devem avaliar pacientes com transtorno delirante para a presença de ideação ou planos de agir segundo o material delirante por meio de suicídio, homicídio ou outra violência. Embora a incidência desses comportamentos não seja conhecida, os terapeutas não devem hesitar em perguntar ao paciente sobre planos suicidas, homicidas ou outras formas de violência. A agressividade destrutiva é mais comum naqueles com história de violência; se houve sentimentos agressivos no passado, os terapeutas devem investigar como os pacientes lidaram com esses sentimentos. Se o indivíduo não puder controlar seus impulsos, é provavável que a hospitalização seja necessária. Discutir abertamente como a hospitalização pode ajudar o paciente a obter mais controle sobre seus impulsos ajuda a promover a aliança terapêutica. Pacientes com transtorno delirante praticamente não têm entendimento algum de sua condição e são quase sempre levados ao hospital pela polícia, por membros da família ou por empregadores. O julgamento pode ser mais bem avaliado investigando-se o comportamento passado, presente e planejado do paciente. Pacientes com transtorno delirante tendem a fornecer informações confiáveis, exceto quando estas contrariam seu sistema delirante. 1. Compêndio de psiquiatria: ciência do comportamento e psiquiatria clínica. 11ª.ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. Capítulo 7 (pg 323- 346). 2. Resumos da Med 3. https://www.sanarmed.com/resumo-de-transtorno-esquizoafetivo- ligas 4. https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos- psiqui%C3%A1tricos/esquizofrenia-e-transtornos- relacionados/transtorno-esquizofreniforme 5. https://www.sanarmed.com/tudo-que-voce-precisa-saber-sobre- transtorno-delirante-pospsq 6. https://www.sanarmed.com/transtorno-psicotico-breve-pospsq https://www.sanarmed.com/resumo-de-transtorno-esquizoafetivo-ligas https://www.sanarmed.com/resumo-de-transtorno-esquizoafetivo-ligas https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/esquizofrenia-e-transtornos-relacionados/transtorno-esquizofreniforme https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/esquizofrenia-e-transtornos-relacionados/transtorno-esquizofreniforme https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/esquizofrenia-e-transtornos-relacionados/transtorno-esquizofreniforme https://www.sanarmed.com/tudo-que-voce-precisa-saber-sobre-transtorno-delirante-pospsq https://www.sanarmed.com/tudo-que-voce-precisa-saber-sobre-transtorno-delirante-pospsqhttps://www.sanarmed.com/transtorno-psicotico-breve-pospsq
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