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1 Derivativos José Valentim Machado Vicente, D. Sc. https://www.youtube.com/channel/UCawS92f7WlugoZRNLeVkYSA/ featured?view_as=subscriber Valentim 2 Conteúdo da aula O que é um derivativo? Tipos de derivativos. Por que negociar derivativos? Apreçamento de derivativos. Aplicações. Valentim 3 O que é um derivativo? Derivativo é um ativo cujo payoff (valor) depende (ou deriva) do valor de mercado de um outro ativo (chamado de ativo subjacente ou ativo objeto do contrato). Mais geralmente, um ativo contingente é um ativo cujo payoff depende da realização de alguma variável aleatória subjacente (bilhetes de loteria, políticas de seguro, “derivativos do tempo”). Ativos contingentes (pricing difícil) Derivativos (técnicas consagradas de pricing) Valentim 4 Onde são negociados derivativos? Derivativos são negociados tanto em mercados de balcão (Over- the-Counter − OTC) como em bolsas de valores. Os termos de um contrato de balcão são resultados da negociação direta entre as partes, portanto são flexíveis. Em contraste, os termos de um contrato de bolsa são padronizados pela própria bolsa. Esta padronização permite a existência de um mercado secundário, aumentando a liquidez dos contratos. Adicionalmente, a contraparte em um contrato de bolsa é a própria bolsa, ao invés de um dealer de balcão, o que implica em redução do risco de crédito. Valentim 5 Onde são negociados derivativos? Marcação a mercado também é usada para alguns derivativos negociados em bolsa, reduzindo ainda mais o risco de crédito. A maior flexibilidade aliada com a menor regulação do mercado OTC, faz com que ele seja muito maior que o mercado de bolsa. ◼ De acordo com a revista The Economist, em 2011, o mercado mundial OTC era de US$ 700 trilhões, enquanto o de Bolsa perfazia apenas US$ 83 trilhões (valores nocionais que significam a posição correspondente no ativo objeto). ◼ Em 2019, dados do BIS (www.bis.org) ⚫ Juros: US$ 524 trilhões (OTC) e US$ 95 trilhões (bolsa). ⚫ Moeda: US$ 99 trilhões (OTC) e US$ 0,4 trilhões (bolsa). http://www.bis.org/ Valentim 6 Onde são negociados derivativos? Bolsa de derivativos no Brasil é a B3. ◼ www.b3.com.br. ◼ B3 = Brasil, Bolsa, Balcão. ◼ BM&FBOVESPA surgiu em 2008, quando houve a fusão da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), cuja criação remonta a 1890, e a Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), fundada em 1917. ◼ Em 2017, ocorre a fusão da BM&FBOVESPA com a Cetip, formando a B3. http://www.b3.com.br/ Valentim 7 Onde são negociados derivativos? A B3 é uma das maiores Bolsas de derivativos do mundo. Ranqueando pelo número de contratos negociados em 2018, a B3 ocupava a terceira posição (milhões de contrato). https://www.statista.com/statistics/272832/largest-international-futures-exchanges-by-number-of-contracts-traded/ https://www.statista.com/statistics/272832/largest-international-futures-exchanges-by-number-of-contracts-traded/ Valentim 8 Onde são negociados derivativos? Crise subprime de 2008 deixou o mercado de balcão sob ataque. Dodd-Frank reforma de 2010. ◼ Lei com 2.300 páginas com normas para evitar excessos do setor financeiro dos Estados Unidos que resultaram na crise de 2008-2009. ◼ Dentre outros aspectos, a Lei Dodd-Frank tenta dar mais transparência aos derivativos, obrigando que certos contratos sejam negociados apenas em Bolsa. ◼ Recentemente, a Lei Dodd-Frank tem sido objeto de discussões com propostas de mudanças. Valentim 9 Onde são negociados derivativos? Brasil, a Lei 12.543 estabelece o registro como requisito de validade do derivativo: É condição de validade dos contratos derivativos, de que tratam os incisos VII e VIII do caput, celebrados a partir da entrada em vigor da Medida Provisória nº 539, de 26 de julho de 2011, o registro em câmaras ou prestadores de serviço de compensação, de liquidação e de registro autorizados pelo Banco Central do Brasil ou pela Comissão de Valores Mobiliários. Vários normativos da CVM e do Banco Central tratam da questão de transparência, registro e risco de contratos derivativos no Brasil. Valentim 10 História dos derivativos Derivativos não foram desenvolvidos recentemente. Registros de derivativos na antiguidade. Contratos derivativos eram negociados na Antuérpia e em Amsterdã nos séculos XVI e XVII (países baixos centro financeiro do mundo). Contratos a termo e opções de arroz foram negociados no século XVII em Osaka no Japão (Dojima Rice Exchange). Valentim História dos derivativos Em 1848, é fundada a Chicago Board of Trade (CBOT). A CBOT é uma das bolsas de futuros e opções mais antigas do mundo. Atualmente, faz parte do grupo CME. Em maio de 1972, a Chicago Mercantile Exchange (CME) começou a negociar o primeiro contrato futuro financeiro (futuro de moedas). No Brasil, a Bolsa de Mercadorias de São Paulo (BMSP) foi fundada em 1917, introduzindo contratos a termo para negociação de commodities agrícolas (café, boi gordo, algodão). 11 Valentim História dos derivativos Referência: 12 Valentim História dos derivativos Então, o que é recente? ◼ Variedade de produtos e o número de investidores com acesso ao mercado de derivativos. ◼ Enorme crescimento no volume de negócios. Desde meados de 1980, o crescimento nos mercados de derivativos ultrapassou o crescimento da maioria dos mercados de outros ativos. 13 Valentim 14 História dos derivativos Valentim História dos derivativos No Brasil, o mercado de derivativos de dólar é maior que o à vista. Mais ainda, há evidências que o preço do dólar se forma no mercado futuro. O preço à vista é determinado por não arbitragem a partir do preço futuro. 15 Valentim 16 Tipos de derivativos Principais tipos de derivativos: ◼ Contratos a termo. ◼ Contratos futuros. ◼ Swaps. ◼ Opções. ◼ Credit Default Swaps (CDS). Valentim 17 Contrato a termo Um contrato a termo é um acordo de negociação: ◼ de uma quantidade específica de um determinado ativo. ◼ em uma data futura (data de entrega - delivery). ◼ a um preço específico (preço de entrega). O comprador de um contrato a termo é detentor de uma posição comprada (long) e o vendedor é detentor de uma posição vendida (short). O preço a termo é normalmente determinado de modo que o valor do contrato seja zero na data de assinatura (não custa nada ficar comprado ou vendido no termo). Valentim 18 Contrato a termo O ativo subjacente é, geralmente, um título, uma ação, um índice, uma moeda, ou uma commodity. Exemplo: Um investidor comprou uma unidade de termo de um prazo um mês sobre uma ação pelo preço a termo de 20. ◼ Se no final desse mês a ação estiver cotada a R$ 25,00, o investidor terá um ganho de 25 – 20 = R$ 5,00. ◼ Por outro lado, se a cotação da ação ao final do mês for de R$ 18,00, então o investidor perderá 18 – 20 = R$ 2,00. Valentim 19 Contrato a termo Notação: ◼ Data de entrega: T ◼ Preço do ativo subjacente na data t (preço à vista): St ◼ Preço a termo para um contrato assinado em t: Gt,T Na data de entrega, GT,T = ST (convergência). O payoff na data T de uma posição comprada na data t será: ST − Gt,T Para a posição vendida: Gt,T − ST Valentim 20 Contrato a termo Short ForwardLong Forward Valentim 21 Contrato futuro Mesma definição dos contratos a termo, com duas importantes exceções: ◼ Enquanto os contratos a termo são negociados tanto em Bolsas como em mercados de balcão, contratos futuros são negociados apenas em Bolsas. Os contratos futuros são padronizados e mais líquidos. ◼ Contratos futuros são marcados a mercado. Enquanto o ganho com contratos a termo é somente realizado no vencimento do contrato, os contratos futuros são marcados diariamente. A marcação a mercado tem por objetivo limitar o risco de crédito. Valentim 22 Contrato futuro A marcação a mercado ocorre da seguinte forma: no fim de cada dia de negociaçãot, o detentor de uma posição comprada tem o seguinte payoff Ft+1,T − Ft,T (paga, se negativo, e recebe, se positivo, do detentor da posição vendida). ST – Gt,T Tt ST – FT-1,T Tt Ft+1,T – Ft,T Valentim 23 Swap Um swap é um acordo de balcão para troca de duas séries de fluxos de caixa, sobre um determinado período de tempo, que dependem do valor de mercado de um ou mais ativos. Os termos do contrato são normalmente escolhidos de modo que o valor do contrato na data de assinatura é zero. O acerto financeiro da diferença entre os indexadores aplicados sobre o principal ocorre geralmente no vencimento do contrato. Valentim 24 Swap Exemplo: Um investidor entrou em um swap ativo em taxa flutuante (taxa DI) e passivo em taxa pré. O valor nocional do swap é de R$ 1.000.000 e o prazo de 1 ano. A taxa pré fechada no contrato foi de 10% a.a. Se a taxa flutuante acumulada ao longo do próximo ano for de 12%, então o investidor apura um ganho de 1.000.000×[(1+12%) – (1+10%)] = R$ 20.000,00. Se a taxa flutuante acumulada ao longo do próximo ano for de 9%, então o investidor apura uma perda de 1.000.000×[(1+9%) – (1+10%)] = - R$ 10.000,00. Valentim 25 Tipos de swaps Swap de taxa de juros - “plain vanilla”: troca de pagamentos de juros a uma taxa fixa por pagamentos de juros a uma taxa flutuante, sobre o mesmo notional. Swap de moedas: troca de séries de pagamentos (principal e juros) denominados em uma moeda por séries de pagamentos (principal e juros) em outra moeda. Swap de commodities: troca de fluxos de caixa baseados em valores futuros de commodities por séries de pagamento fixas. Swap de ações : troca de pagamento do retorno de um índice de ações aplicado sobre um notional por um pagamento de um retorno fixo ou flutuante sobre o mesmo notional. Valentim 26 Opções Uma opção é um derivativo que dá a seu detentor escolha(s) futuras que afetam os fluxos de caixa da posição. ◼ Opção de compra (call): dá a seu detentor o direito, mas não a obrigação, de comprar um ativo especificado (subjacente) em (ou até) uma determinada data (vencimento) por um preço pré-especificado (preço de exercício - strike). ◼ Opção de venda (put): dá a seu detentor o direito, mas não a obrigação, de vender um ativo especificado (subjacente) em (ou até) uma determinada data (vencimento) por um preço pré-especificado (preço de exercício - strike). Valentim 27 Opções O ativo subjacente pode ser um título, uma ação, um índice, uma moeda estrangeira, uma commodity, ou um outro derivativo. Opções que só podem ser exercidas no vencimento são chamadas opções europeias. Opções que só podem ser exercidas a qualquer tempo até o vencimento são chamadas opções americanas. Há também as opções bermudas que podem ser exercidas em datas pré-determinadas, tipicamente todo mês. Enquanto não há desembolso para posições em contratos a termo, futuros ou swaps, posições em opções requerem o pagamento de um prêmio. Valentim 28 Opções Exemplo: um investidor comprou uma call europeia de Petrobras com preço de exercício igual R$ 20,00 e vencimento em um mês. O prêmio da opção é R$ 1,00. Se no vencimento a ação de Petrobras estiver valendo R$ 23,00, então o investidor exerce seu direito, ganhando 23 – 20 = R$ 3,00. Subtraindo o prêmio pago, o resultado final é um lucro de R$ 2,00. Se no vencimento a ação de Petrobras estiver valendo R$ 18,00, então o investidor não exerce seu direito. O resultado final é um prejuízo de R$ 1,00. Valentim 29 Opções europeias (payoff) Considere a escolha de se exercer ou não na data de vencimento T uma opção de compra com preço de exercício K sobre um ativo com spot ST . ◼ Se o detentor da opção decide exercê-la, ele paga K para obter um ativo que vale ST . Então, o payoff é ST − K. ◼ Se o detentor decide não exercer, o payoff é 0. ◼ Daí, o exercício será uma estratégia ótima se, e somente se, ST − K > 0 Portanto, o payoff no vencimento de uma posição comprada (long) de uma opção de compra europeia é: Máx[ST − K,0] Valentim 30 Opções (gráficos dos payoffs) Valentim 31 Opções (resultado líquido) Valentim CDS Os CDS (Credit Default Swaps) são contratos de proteção contra inadimplência. O CDS é um acordo entre duas partes no qual uma das partes compra proteção para operações de crédito da sua carteira, e a outra vende essa proteção, garantindo os pagamentos em caso de evento de crédito. O evento de crédito é definido no contrato e pode incluir, além da inadimplência, a reestruturação da dívida. Investidores compram CDS para proteção de créditos securitizados como títulos de governos ou de grandes empresas. 32 Valentim CDS Em caso de um evento de crédito, os pagamentos do prêmio cessam e o CDS deve ser liquidado. Há dois tipos de compensação: ◼ Na compensação física o comprador do CDS entrega os títulos para o vendedor e recebe o valor de face. ◼ Na compensação financeira, o vendedor paga ao comprador a diferença entre o valor de face e o recovery dos títulos. O recovery é o valor dos títulos marcados a mercado alguns poucos dias após o evento de crédito. 33 Valentim 34 Por que negociar derivativos? Derivativos são negociados para: ◼ Hedging - reduzir a exposição a um risco específico. ◼ Especulação - estabelecer posições arriscadas as quais refletem um aposta sobre futuros movimentos de mercado. ◼ Arbitragem - estabelecer uma posição equivalente a uma máquina de fabricar dinheiro, aproveitando-se de: ⚫ diferenças nos preços de dois ativos (ou carteira de ativos) com o mesmo fluxo de caixa; ⚫ diferenças nos fluxos de caixa de dois ativos com o mesmo preço. ◼ Arbitragem regulatória. Valentim 35 Hedging com derivativos Suponha que: ◼ A taxa corrente de juros de um ano é de 5,0% a.a. ◼ O preço à vista da soja é $ 20/saca (cada saca 60 Kg). ◼ O preço a termo para 1 ano da soja é $ 21/saca. ◼ Os preços correntes de opções europeias sobre a soja com vencimento em um ano são dados na tabela seguir: Valentim ABC é uma fazenda que planeja vender 1M de sacas de soja (toda sua produção) exatamente daqui a um ano. Os custos totais são iguais a $ 19M. 36 Hedging com derivativos Strike Call Put 19 1,9190 0,0140 20 1,0625 0,1105 21 0,4390 0,4390 22 0,1245 1,0770 Valentim 37 Hedging com derivativos A renda líquida da ABC é 1.000.000ST − 19.000.000, onde ST é o preço à vista da saca de soja daqui a um ano. ABC quer reduzir a variabilidade de sua renda futura. Considere 3 possíveis estratégias: ◼ Venda de um contrato a termo. ◼ Compra de uma put com strike 21. ◼ Venda de um collar: compra put com strike 20 e vende call com strike 22. Valentim 38 Hedging com derivativos Payoff com a venda do termo -6 -4 -2 0 2 4 6 8 16 18 20 22 24 R es u lt ad o ( 1 M ) Operacional Valentim 39 Hedging com derivativos Payoff com a venda do termo -6 -4 -2 0 2 4 6 8 16 18 20 22 24 R es u lt ad o ( 1 M ) Operacional V Termo Valentim 40 Hedging com derivativos Payoff com a venda do termo -6 -4 -2 0 2 4 6 8 16 18 20 22 24 R es u lt ad o ( 1 M ) Operacional V Termo Resultado Valentim 41 Hedging com derivativos Payoff com a compra da put -4 -2 0 2 4 6 8 16 18 20 22 24 R es u lt ad o ( 1 M ) Operacional C Put 21 Valentim 42 Hedging com derivativos Payoff com a compra da put -4 -2 0 2 4 6 8 16 18 20 22 24 R es u lt ad o ( 1 M ) Operacional C Put 21 Resultado Prêmio Valentim 43 Hedging com derivativos Payoff com a venda do collar -4 -2 0 2 4 6 8 16 18 20 22 24 R es u lt ad o ( 1 M ) Operacional C Put 20 V call 22 Valentim 44 Hedging com derivativos Payoff com a venda do collar -4 -2 0 2 4 6 8 16 18 20 22 24 R es u lt ad o ( 1 M ) Operacional C Put 20 V call 22 Collar Valentim 45 Hedging com derivativos Payoff com a venda do collar -4 -2 0 2 4 6 8 16 18 20 22 24 R es u lt ad o ( 1M ) Operacional C Put 20 V call 22 Collar Resultado Prêmio Valentim 46 Hedging com derivativos O hedge é a principal motivação para a existência de mercados de derivativos. Portanto, esses mercados fornecem uma importante função econômica, permitindo que o risco seja assumido pelos indivíduos ou instituições mais bem equipadas para suportá-las. O mercado de derivativos permite a criação de um mercado para o risco associado a mudanças nos preços dos ativos (risk sharing). Derivativos “completam” mercados ou ao menos “diminuem” a incompletude. Valentim 47 Hedging com derivativos Em 1998, 50% de firmas não financeiras norte-americanas relataram o uso de derivativos na administração do risco. ◼ Este percentual era de 41% em 1995 e 35% em 1994. ◼ Entre as firmas que usam, 83% usam para administrar o risco de moedas, 76% usam para administrar o risco de taxa de juros, 56% usam para administrar risco do preço dos commodities e 34% para administrar o preço das ações. Em 2003, 92% das 500 maiores empresas do mundo relataram o uso de derivativos para hedgear risco (ISDA Survey, 2003). Valentim 48 Hedging com derivativos Firmas que usam derivativos tendem a: ◼ Graham e Rogers (2002): ter maior alavancagem. ◼ Allayannis e Weston (2001): ter maior valor de mercado. Valentim 49 Hedging com derivativos Saito e Schiozer (2007) mostraram que a proporção de empresas não-financeiras que usam derivativos para hedge não é estatisticamente diferente dos resultados encontrados nos EUA. Ribeiro, Machado e Rossi (2013) encontram que a utilização de derivativos está relacionada a um impacto positivo sobre o valor de mercado das empresas. Valentim 50 Especulação com derivativos Um investidor acredita que o preço à vista da soja irá aumentar no próximo ano. Assuma que este investidor tem disponível $ 10.000 (ou consegue se financiar à taxa livre de risco até este montante). Suponha também que para cada saca de soja negociada no mercado a termo é necessário depositar uma garantia de $ 2. Como ele pode especular sobre sua crença? Compare as seguintes estratégias: ◼ Comprar 10.000/20 = 500 sacas de soja no mercado à vista. ◼ Comprar 5.000 sacas de soja no mercado a termo com prazo de 1 ano. Garantia depositada = 2×5.000 = $ 10.000. Valentim 51 Especulação com derivativos Ao operar no termo o investidor alavancou sua posição em 10 vezes! Derivativos também permitem que os investidores especulem sobre variáveis de mercado diferentes dos preços dos ativos. Por exemplo, considere um investidor que não tenha nenhuma informação especial se o preço à vista da soja irá subir ou descer no próximo ano, mas ele acredita que o preço será mais volátil do que o normal. Como mostrado no próximo slide, um straddle com strike 21 (compra da put e da call com strike 21) permitiria que este investidor apostasse nesta volatilidade. Valentim 52 Especulação com derivativos -1 0 1 2 3 4 5 17 19 21 23 25 Payoff Resultado Valentim 53 Arbitragem com derivativos Suponha que uma ação da ABC é negociada por $100 e não pagará dividendos durante os próximos 12 meses. A taxa de juros de 12 meses é de 10% a.a. Suponha que o contrato a termo sobre essa ação com vencimento em um ano esteja sendo negociado a $ 114,00. Vamos ver que é possível arbitrar. Considere a seguinte estratégia: ◼ Adquira uma posição vendida a termo. ◼ Compre a ação hoje. ◼ Pegue emprestado Gt,T /(1+10%) = 114/(1+10%) = $ 103,64. Valentim 54 Arbitragem com derivativos Payoff desta estratégia: ◼ Hoje: $103,64 − $100,00 = $3,64. ◼ Na data de entrega: (Gt,T − ST) + (ST − Gt,T ) = 0. Exercício: Verifique que se o preço a termo fosse igual a $ 105,00 então também seria possível arbitrar. O único preço que não permite operações de arbitragem é Gt,T = valor atual da ação carregado para daqui a 12 meses = $ 110,00. Vejamos esse ponto em detalhes. Valentim 55 Arbitragem com derivativos O contrato forward paga ST − Gt,T em 12 meses. Podemos obter exatamente este mesmo payoff com a seguinte carteira: ◼ Comprar uma ação da ABC por $100,00. ◼ Fazer um empréstimo na quantia do valor presente do preço de entrega: Gt,T /(1+10%) = 0,909 Gt,T. O valor hoje desta carteira é St − 0,909Gt,T. Como elas têm o mesmo payoff, devem ter o mesmo preço hoje. Logo Gt,T = St /0,909 = $110,00. Valentim Arbitragem regulatória Consiste em tentar explorar vantagens tributárias via mercado de derivativos. IR Renda Fixa: ◼ 22,5%, em aplicações com prazo de até 180 dias; ◼ 20%, em aplicações com prazo de 181 dias até 360 dias; ◼ 17,5%, em aplicações com prazo de 361 até 720 dias; ◼ 15%, em aplicações com prazo acima de 720 dias. IR Renda Variável: 15%. Mercado derivativos é renda variável. 56 Valentim Arbitragem regulatória A carteira formada por: (i) comprar ação e (ii) vender termo, seria de renda variável, pois contém dois instrumentos de renda variável? Se sim, tributação mais branda. O regulador já percebeu isso e fechou essa “brecha”. Essa operação é tributada como renda fixa, apesar de conter dois instrumentos de renda variável (veja Instrução Normativa RFB nº 1.022, de 5 de abril de 2010). Existiriam outras “brechas”? 57 Valentim 58 Apreçamento de derivativos Os preços de um ativo qualquer na economia podem ser obtidos através de condições de equilíbrio: ◼ Isso implica fazer hipóteses sobre as preferências dos investidores para obter o trade-off risco e retorno (alternativas CAPM, APT). ◼ Estimar o fluxo de caixa do ativo no futuro. ◼ Estimar o risco do ativo e descontar o fluxo de caixa por uma taxa que incorpore esse risco. A abordagem de equilíbrio é complicada para ser aplicada na prática. Valentim 59 Apreçamento de derivativos No caso dos derivativos, um modo muito mais simples de apreçamento pode ser usado: ◼ Dado que o fluxo de caixa de um derivativo depende do valor de mercado de algum ativo subjacente, é geralmente possível identificar uma carteira de ativos financeiros que geram exatamente o mesmo fluxo de caixa do derivativo (como vimos anteriormente). O preço do derivativo deve ser igual ao preço da carteira de replicação, se não existiria uma oportunidade de arbitragem. Este método é conhecido como estratégia replicadora ou abordagem de não-arbitragem. Valentim 60 Apreçamento de derivativos Exemplo de apreçamento por não arbitragem: ◼ Considere uma ação que está sendo negociada por $40, sem dividendos esperados pelos próximos 6 meses. ◼ Em 6 meses, a taxa de retorno da ação será 20% (com probabilidade p) ou -10% (com probabilidade 1 − p). ◼ A taxa de juros de 6 meses é 5% a.a. ◼ Qual é o valor (preço) de uma call europeia de prazo 6 meses no dinheiro (strike igual a $ 40) sobre esta ação? Valentim 61 Apreçamento de derivativos A evolução do preço da ação para os próximos 6 meses pode ser descrita pela seguinte árvore: A evolução do preço da call para os próximos 6 meses pode ser descrita pela seguinte árvore: St = 40 ST = 48 ST = 36 p 1 – p ct = ? cT = 8 cT = 0 p 1 – p Valentim Considere uma carteira formada pela compra de ações e pela aplicação de $ B à taxa livre de risco. O valor desta carteira hoje é t = 40 + B e seu valor em 6 meses será T = ST + (1+5%)0,5B = ST + 1,025B. Podemos escolher os valores de e B de modo que o valor dessa carteira seja igual ao do call. 48 + 1,025B = 8 36 + 1,025B = 0 62 Apreçamento de derivativos Πt = 40Δ + B 48Δ + 1,025B 36Δ + 1,025B p 1 – p Valentim 63 Apreçamento de derivativos Logo = 0,67 e B = − 23,41. O valor corrente da call deve ser igual ao valor dessa carteira de modo a evitar oportunidades de arbitragem: ct = 400,6667 − 23,41 = $ 3,26 O que ocorreria se ct = $ 3,40? E se ct = $ 3,05? Valentim 64 Apreçamento de derivativos Algumas observações sobre este exemplo: ◼ O preço da call não depende da probabilidade p e nem da taxa de retornoesperada da ação. ◼ Fomos capazes de apreçar um contrato a termo sem fazer hipóteses específicas sobre a evolução do preço do ativo subjacente. O pricing do contrato a termo confia apenas na hipótese de ausência de arbitragem (e ausências de algumas fricções). ◼ Já com opções, isso não é verdade. É necessário modelar probabilisticamente a evolução do preço do ativo subjacente, o que complica bastante o apreçamento. Valentim 65 Apreçamento de derivativos Algumas observações sobre este exemplo: ◼ A hipótese de que existem somente dois preços possíveis para a ação foi fundamental para achar um portfolio composto pela ação e por um título sem risco que replica o payoff da call. ◼ Entretanto, tal replicação é ainda possível se existirem um grande número de preços possíveis no vencimento. ◼ Existem generalizações do método de replicação para arcabouços mais gerais. Valentim Apreçamento de derivativos 66 Valentim Apreçamento de derivativos 67 ( ) ( ) ( )tTdd tT tTr K S d dNKedNSc t tTr tt −−= − − ++ = −= −− 12 2 1 2 )( 1 2 1 ln )()( https://www.mystockoptions.com/black- scholes.cfm?ticker=&s=30&x=31&t=1&r=5&v=20&calculate=Calculate https://www.mystockoptions.com/black-scholes.cfm?ticker=&s=30&x=31&t=1&r=5&v=20&calculate=Calculate Valentim Apreçamento de derivativos A fórmula BS foi publicada, primeiramente, por Fischer Black e Myron Scholes em 1973. Robert Merton publicou um artigo no mesmo ano estendendo a fórmula em várias direções e fazendo uma análise mais rigorosa. Teve um grande impacto no mercado de opções: negociação, hedging e apreçamento. Scholes e Merton foram laureados com o Nobel de Economia em 1997. 68 Valentim Apreçamento de derivativos 69 Valentim 70 Apreçamento de derivativos Uma abordagem ingênua considera que o preço de um derivativo deveria ser igual ao valor esperado de seu payoff descontado: Preço de um ativo = Média do payoff descontado. 𝑥 = 𝑝𝑢+ 1−𝑝 𝑑 1+𝑅 ? Falso!!! Desconsidera o risco. Podemos “salvar” essa ideia: apreçamento de derivativos por neutralidade ao risco. x u d p 1 – p Valentim 71 Apreçamento de derivativos A ideia básica da abordagem neutra ao risco é a seguinte: ◼ Dado que o preço dos derivativos não depende da taxa de retorno esperada do ativo subjacente, também não depende do trade-off de equilíbrio entre risco e retorno, e da preferência em relação ao risco dos investidores. ◼ Então podemos determinar o preço correto de um derivativo supondo que todos os investidores são neutros ao risco. Assim, a taxa de retorno requerida por qualquer ativo será a taxa sem risco. Se os investidores fossem neutros ao risco, nós poderíamos apreçar qualquer derivativo computando seu payoff esperado e descontado-o à taxa livre de risco. Valentim 72 Apreçamento de derivativos Considere novamente o exemplo com a call: ◼ Seja q a probabilidade neutra ao risco de a ação subir 20%. Temos que: 40 = 48𝑞 + 36(1 − 𝑞) 1 + 5% 0,5 𝑞 = 0,418 = 41,8% ◼ O valor corrente de uma call pode assim ser computado: 𝑐𝑡 = 8𝑞 + 0(1 − 𝑞) 1 + 5% 0,5 = 3,26 St = 40 ST = 48 ST = 36 q 1 – q ct = ? cT = 8 cT = 0 q 1 – q Valentim 73 Apreçamento de derivativos Se os investidores fossem neutros ao risco, as probabilidades associadas a diferentes realizações dos preços dos ativos no vencimento teriam de ser tais que a taxa de retorno esperada dos ativos seja igual à taxa livre de risco. Tais probabilidades são chamadas probabilidades neutras ao risco. Em suma, para apreçar um ativo, calculamos as probabilidades neutras as risco dos fluxos de caixa que fazem o retorno esperado ser igual à taxa livre de risco, determinamos o payoff esperado e descontamos esse payoff esperado à taxa livre de risco. Valentim 74 Apreçamento de derivativos Considere um contrato a termo. Usando a abordagem neutra ao risco temos: ◼ O payoff do contrato a termo é ST − Gt,T. Portanto: EQ[VP(ST − Gt,T)] = 0 ֜ E Q[VP(ST)] − E Q[VP(Gt,T)] = 0. ◼ Logo, VP(Gt,T) = E Q[VP(ST)] . Mas E Q[VP(ST)] = St, então VP(Gt,T) = St ֜ Gt,T = VF(St). ◼ Para um termo de prazo 1 ano, com preço à vista de 100 e juros de 10% a.a., temos Gt,T = 100×(1+10%)= $ 110,00. Valentim 75 Apreçamento de derivativos Valentim 76 Apreçamento de derivativos A abordagem do equilíbrio é difícil para apreçar derivativos. Tanto a abordagem de não arbitragem quanto a abordagem neutra ao risco são muito úteis no apreçamento de derivativos e ambas nos dão o mesmo preço. ◼ A abordagem de não arbitragem (ou replicação) mostra como construir um derivativo sintético e, portanto, é muito útil aos traders que querem hedgear posições ou tirar vantagens de diferenciais entre preços. ◼ A abordagem neutra ao risco é tipicamente mais fácil de se usar e determinar preços. Ela é também uma justificativa teórica para o uso da simulação de Monte Carlo. Valentim Aplicações Conforme vimos, derivativos podem ser usados para fazer apostas em determinados tipos de risco. Derivativos criam um mercado para apostas e hedge. Além dos benefícios gerados pela negociação de derivativos, estes contratos também são importantes pois funcionam com fonte de informação. Diversos modelos de finanças empíricas tentam extrair informações de preços de derivativos que podem ser úteis nas tomadas de decisões. As técnicas desenvolvidas para pricing possuem usos em diversas outras situações, constituindo-se assim em uma das mais importantes ferramentas de finanças. 77 Valentim Aplicações Exemplos de aplicações: ◼ Estratégias. ◼ Estimação da distribuição de probabilidade do preço do ativo objeto no futuro. ◼ Estimação da probabilidade de default. ◼ Medidas de risco. ◼ Valuation de empresas, projetos e negócios (real options). ◼ Construção de curvas de juros. 78 Valentim Aplicações 79 Uma estratégia com derivativos consiste em construir carteiras com estes contratos de modo a se obter determinado payoff. Estratégias são um campo de oportunidades de investimentos que atraem forte atenção de especuladores em busca de ganhos. Já vimos duas estratégias: collar e o straddle. Outros exemplos ◼ Trava de alta (veja próximo gráfico): comprar a call com strike 20 e vender a call com strike 21. ◼ Financiamento de opções: comprar a ação e vender a opção. Valentim Aplicações 80 -2 -1 0 1 2 3 17 18 19 20 21 22 23 Trava de alta Payoff Resultado Call Strike Call 20 1,0625 21 0,4390 Valentim Aplicações 81 Valentim Aplicações Pricing: PNR Preço Caminho inverso: Preço PNR 82 Valentim Aplicações Previsão 1: ◼ Desvalorização do Real de 20% com p = 10% e q =10%. Previsão 2: ◼ Desvalorização do Real de 20% com p = 10% e q =40%. Seguro de um carro: as PNRs refletem tanto as chances de ocorrência do sinistro como também a aversão, o medo, a preocupação, etc dos agentes em relação a essa perda. 83 Valentim Aplicações 84 Valentim Aplicações 85 Valentim Aplicações CDS de 1 ano com pagamento do prêmio no vencimento e valor de face igual 1. 86 0 – (1 – r) + Spread Spread q 1 – q 0 = 𝑞 𝑟 − 1 + 𝑆𝑝𝑟𝑒𝑎𝑑 + 1 − 𝑞 𝑆𝑝𝑟𝑒𝑎𝑑 𝑆𝑝𝑟𝑒𝑎𝑑 = (1 − 𝑟𝑒𝑐𝑜𝑣𝑒𝑟𝑦)(𝑝𝑟𝑜𝑏 𝑑𝑒𝑓𝑎𝑢𝑙𝑡) Valentim Aplicações 87 http://www.worldgovernmentbonds.com/cds-historical-data/brazil/5-years/ http://www.worldgovernmentbonds.com/cds-historical-data/brazil/5-years/ Valentim Aplicações Mercado de opções de Petrobras PN (Petr4). 20/02/2020 (dia calmo). Petr4 = R$ 29,90. ◼ Call com strike 30,20 vencendo em 16/03/2020 = R$ 1,23. ◼ Put com strike 30,20 vencendo em 16/03/2020 = R$ 0,77. ◼ Straddle retorno positivo: queda de 3,5% ou subida de 10%. 18/03/2020 (dia nervoso). Petr4 = R$ 11,30. ◼ Call com strike 11,70 vencendo em 20/04/2020 = R$ 1,95. ◼ Put com strike 11,70 (interpolado pelas puts 11,45 e 11,95) vencendo em 20/04/2020 = R$ 2,40. ◼ Straddle retornopositivo: queda de 35% ou subida de 42%. 88 Valentim Aplicações 89 1,23 + 0,77 29,90 = 6,69% 1,95 + 2,40 11,30 = 38,50% -6 -2 2 6 10 0 5 10 15 20 25 Payoff Resultado 18/03 -6 -2 2 6 10 20 25 30 35 40 45 Payoff Resultado 20/02 Valentim Aplicações 90 Valentim Aplicações 91 ( ) ( ) ( )tTdd tT tTr K S d dNKedNSc t tTr tt −−= − − ++ = −= −− 12 2 1 2 )( 1 2 1 ln )()( Valentim Aplicações VIX = volatilidade extraída de opções sobre S&P 500 92 http://www.cboe.com/delayedquote/advanced-charts?ticker=VIX http://www.cboe.com/delayedquote/advanced-charts?ticker=VIX Valentim Aplicações 93 0 10 20 30 40 50 60 70 out-03 jul-06 abr-09 jan-12 out-14 jun-17 mar-20 Volatidade dólar - opção de 1 mês Valentim Aplicações Uma empresa pode ser vista como uma opção de compra sobre o seu ativo com strike igual ao passivo. 94 Valentim Aplicações Exemplo: ◼ Considere uma holding cujo único ativo sejam ações da Petrobras e cujo passivo seja representado por um único título com valor de face D e prazo de um ano. ◼ Logo a empresa deve fazer um único pagamento D daqui a um ano. ◼ Se se tornar inadimplente entregará seus ativos ao credor e seu capital deixará de ter valor. 95 Valentim Aplicações ◼ Sob que condições a empresa irá inadimplir? ⚫ Se as ações da Petrobras valerem mais que D então ela paga seus credores e fica com a diferença. ⚫ Caso as ações da Petrobras valham menos que D então ela irá falência porque preferirá entregar as ações aos credores a te que levantar mais dinheiro para pagar o empréstimo. ◼ Assim o capital próprio tem exatamente o mesmo payoff que uma opção de compra do mesmo valor que as ações da Petrobras detidas pela empresa com preço de exercício D. Aplicações: (i) valuation de empresas e (ii) estimar probabilidade de default (modelo Merton-KMV). 96 Valentim Aplicações Real Options: Uma opção real é o direito de alterar o caminho de um projeto ao longo do tempo. Opções reais, incluem, dentre outras, a opção de adiar uma decisão ou abandonar um negócio ou expandir a capacidade do negócio. Exemplo: compra de um poço de petróleo. ◼ Custos iniciais = US$ 100.000. ◼ Custo de extração do barril = US$ 20/barril. ◼ Preço do petróleo = US$ 25/barril. ◼ Produção = 10.000 barris por ano (perpétuo). ◼ Taxa de desconto para o projeto = 10% a.a. 97 Valentim Aplicações 𝑉𝑃𝐿 = −100.000 + 25 − 20 × 10.000 10% = 400.000. Então um investidor deveria pagar no máximo US$ 400.000 por este poço. Errado! Existem real options no projeto. Um investidor pode adiar a decisão de extração, condicionando a um preço maior do petróleo no futuro. Real options podem ser avaliadas pelos mesmos métodos de avaliação de opções financeiras. Uma empresa pode ser interpretada como um conjunto de projetos e opções reais no futuro. Portanto, sua valuation pode ser feita usando as técnicas de avaliações de opções. 98 Valentim Aplicações 99 Valentim Aplicações Contratos futuros de juros (DI futuro) podem ser usados para construir curvas de juros. 100 10,50% 10,60% 10,70% 10,80% 10,90% 11,00% 0 4 8 12 16 Prazo (anos) Curva de juros DI 14/08/2007
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