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DERIVATIVOS - TERMOS, FUTUROS, SWAPS E OPÇÕES PROFESSOR: MARCELO DE JESUS DEFINE PEROSSI Saint Paul Escola de Negócios 07 de Junho de 2018 1 2 DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Origem dos Derivativos De acordo com a literatura, a utilização de derivativos tem sua origem vinculada à necessidade de gerenciamento do risco de alterações nos preços dos ativos de qualquer natureza, seja esse ativo real ou financeiro; Antes mesmo de um maior desenvolvimento do mercado de instrumentos derivativos, havia uma busca por proteção contra oscilações dos preços agrícolas. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Origem dos Derivativos Para se proteger dessas oscilações, negociavam previamente o preço dos seus produtos que seriam vendidos após a colheita; Estabelecia-se um contrato a termo (tipo de derivativo), onde comprador se comprometiam a pagar e o vendedor a vender numa data futura, o ativo negociado por um preço pré acordado. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Origem dos Derivativos Se inicialmente, os derivativos foram criados como forma de proteger os participantes contra os riscos decorrentes da variação dos preços dos ativos, com o passar do tempo, eles também começaram a ser utilizados para a proteção contra perdas decorrentes das variações cambiais. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Origem dos Derivativos Um exemplo disso seria uma indústria exportadora que por receio das variações cambiais futuras, negocia um contrato de derivativo com a finalidade de vender sua produção com uma cotação “fixa” do câmbio. Assim, esta empresa ficaria protegida das variações no câmbio. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Origem dos Derivativos O mercado futuro organizado, contudo, só teve início em 1848, com a criação da Chicago Board of Trade, negociando contratos agrícolas; No Brasil, os contratos futuros de algodão foram inicialmente negociados na Bolsa de Mercadorias de São Paulo a partir de 1918. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Conceito de Derivativo Podemos definir o derivativo como um contrato entre as partes, onde ficam estabelecidas as condições futuras de negociação de um determinado ativo-objeto. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Ativo-Objeto ou Ativo Subjacente Ativo-objeto ou ativo subjacente se refere ao ativo sobre o qual o contrato derivativo foi criado; O ativo subjacente pode ser uma ação, uma commoditie, uma moeda, um índice, um instrumento financeiro ou ainda um outro derivativo. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Ambiente de Negociação As operações no mercado de derivativos podem ocorrer em ambiente de Bolsa ou no mercado de Balcão, que, por sua vez, pode ser organizado e não organizado; No Brasil, as todas as operações com derivativos devem ser obrigatoriamente registradas em entidades registradoras de ativos devidamente autorizadas pelo Bacen; Atualmente, as entidades que se enquadram nessa categoria são a CETIP e a Clearing de Derivativos da BM&FBOVESPA. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Ambiente de Negociação – Mercado de Balcão O mercado de balcão compreende as operações realizadas com contratos derivativos negociados fora do ambiente de Bolsa; No mercado de Balcão (também conhecido como Out-The-Counter – OTC), são negociados contratos não padronizados, cujas especificações (como preços, quantidades, cotações e locais de entrega) são determinadas diretamente entre as partes contratantes. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Ambiente de Negociação – Mercado de Balcão Por não serem intercambiáveis, as operações realizadas no mercado de balcão não possuem liquidez e dificilmente um participante consegue transferir sua obrigação a outro investidor, pois, trata-se de um contrato customizado, negociado para satisfazer às necessidades dos participantes que o celebraram, de modo que as partes costumam mantê-lo até a data do seu vencimento, pois só podem ser liquidados antecipadamente se as duas partes concordarem. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Ambiente de Negociação – Bolsa Os contratos derivativos negociados em bolsa são padronizados e em geral, mais líquidos do que os contratos de balcão, e por serem padronizados, atendem às necessidades da maior parte dos participantes do mercado; Diferentemente dos derivativos de balcão, os contratos futuros negociados em bolsa são intercambiáveis, isto é, podem ser repassados a outros participantes a qualquer momento. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Ambiente de Negociação – Bolsa No Brasil, as operações de contratos futuros negociadas em Bolsa ocorrem na BMF&BOVESPA, que assim como as demais Bolsas, cumpre sua função de facilitar as realizações de operações e seus controles, permitir a livre formação de preço, definir e gerenciar as garantias às operações realizadas. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Clearing de Derivativos As operações realizadas no ambiente de Bolsa são registradas, liquidadas, acompanhadas e controladas por uma única instituição, a Clearing House, que pode ser a própria Bolsa ou outra organização constituída especificamente para este fim; DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Clearing de Derivativos O bom funcionamento dos mercados derivativos requer que seus participantes tenham total certeza de que seus ganhos serão recebidos e de que suas operações de compra e venda serão liquidadas nas condições acordadas e dentro do prazo estabelecido. Tal certeza é proporcionada, pelas câmaras de registro, compensação e liquidação, também chamadas clearings. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Clearing de Derivativos No Brasil, a BM&FBOVESPA oferece o serviço de clearing nas as operações com contratos derivativos. As clearings são câmaras de liquidação e custódia, onde é feita a compensação, a liquidação e o gerenciamento de risco de operações com derivativos, sendo que para operações realizadas na modalidade com garantia, a clearing assume a posição de contraparte central das operações. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Formas de Liquidação dos Derivativos As operações com contratos derivativos, podem envolver ou não a entrega física do bem por parte do vendedor; Assim, a liquidação das posições dos investidores pode ser de dois tipos: liquidação física, e liquidação financeira ou por diferença; Dependendo da operação, pode ocorrer a qualquer momento ou somente no vencimento. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Liquidação Física das Operações A entrega física não é uma modalidade muito comum de liquidação, sendo mais usual no caso de commodities não financeiras; Tradicionalmente, nos derivativos em que é prevista a liquidação física, quando as posições são mantidas até o vencimento, ocorre a entrega contra pagamento, ou seja, o vendedor deverá entregar o ativo-objeto, recebendo simultaneamente o pagamento do comprador. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Liquidação Financeira ou Por Diferença Uma importante inovação conceitual dos mercados de derivativos foi a possibilidade de liquidação financeira ou por diferença e contribuiu de forma decisiva para o aumento da liquidez, tornando o mercado mais ágil e dinâmico; Nessa modalidade, o resultado da operação corresponde a diferença entre o valor pelo qual a posição foi aberta e aquele pelo qual foi encerrada (liquidada), podendo ser favorável ou desfavorável ao detentor da posição. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Liquidação Financeira ou Por Diferença Nos contratos derivativos com liquidação financeira, as posições em aberto que são levadas até o vencimento, são revertidas compulsoriamente, efetuando-se a operação inversa àquela a que se refere a posição, ao preço de mercado vigente no momento do vencimento da operação; DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Liquidação Antecipada do Contrato Uma característica importante das operações com derivativos realizadas em Bolsa, é a possibilidade concreta de se reverter (ou encerrar) uma transação antes do seu vencimento padrão. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Mecanismos de Garantia A utilização de mecanismos de garantia são características de contratos derivativos padronizados e negociados em bolsa; Se por um lado as operações com derivativos, podem resultar em lucros expressivos, por outro, podem causar grandes prejuízos, o que provoca o risco de algum participante ficar inadimplente; Para mitigar esse risco, as Bolsas adotam um conjunto de mecanismos, dentre os quais destacam-se a exigência de depósito de margem inicial e o pagamento de ajustes diários; DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Depósito de Margem de Garantia Trata-se de um percentual do valor de cada contrato (ou de um valor fixo por contrato) que deverá ser depositado no início da operação por todos aqueles que mantém posições em aberto, sejam elas compradas ou vendidas; Podem ser depositados em margem, dinheiro, ouro e, a critério das bolsas, títulos públicos e privados, cartas de fiança, ações, apólices de seguro, etc; DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Depósito de Margem de Garantia Caso um participante não honre suas perdas, a bolsa se utilizará das garantias previamente depositadas pelo participante para cobrir sua inadimplência; Se as garantias tiverem valor superior ao valor de perda, a bolsa devolve o valor excedente ao participante. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Depósito de Margem de Garantia Exemplo: Um investidor compra 500 contratos futuros e logo em seguida vende 200 contratos. Cada contrato tem valor inicial de R$ 100.000,00. Considerando que a Bolsa fixou a exigência de margem de garantia em 4% da posição em aberto, qual o valor de margem de garantia deve ser depositado como margem pelo investidor? DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Depósito de Margem de Garantia Resposta: Dado que o investidor comprou 500 contratos e logo em seguida vendeu 200 contratos, a sua posição líquida é 300 contratos (500 – 200 = 300). Como cada contrato vale R$ 100.000,00, uma posição de 300 contratos em aberto corresponde a R$ 30.000.000,00. Como a margem exigida é de 4% da posição em aberto, o investidor deve depositar R$ 1.200.000,00 (4% de R$ 30.000.000,00). DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Ajustes Diários Além da exigência de depósito de margem, outro mecanismo de garantia adotado pelas bolsas é cobrança de ajustes diários; O ajuste diário no mercado futuro é o mecanismo por meio do qual as posições mantidas em aberto pelos clientes são acertadas financeiramente todos os dias, segundo o preço de ajuste do dia. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Ajustes Diários O ajuste diário corresponde à diferença diária que a parte vendedora recebe da parte compradora quando o preço no mercado futuro cai, e paga ao comprador do contrato quando o preço sobe; Esse mecanismo pressupõe um fluxo diário de perdas ou ganhos na conta de cada cliente, de forma que, ao final do contrato, todas as diferenças já tenham sido pagas, contribuindo, assim, para a reduzir o risco de inadimplência, já que, as posições são ajustadas diariamente. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Ajustes Diários Exemplo: O tesoureiro de um banco compra no início da manhã, 2.000 contratos futuros de um determinado ativo objeto por R$ 90,00. Se ao final do dia o preço de ajuste divulgado pela BM&FBOVESPA para esse contrato estiver em R$ 82,00, qual será o valor total do ajuste diário para o tesoureiro? DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Ajustes Diários Resposta: Dado que o investidor montou uma posição comprada (comprou 2.000 contratos) ele paga a variação de preço ao vendedor se o preço de ajuste for inferior ao preço de compra do contrato. Portanto, o valor do ajuste será (R$ 82,00 – R$ 90,00) x 2.000 contratos = - R$ 16.000,00. O Valor do ajuste será de R$ 16.000,00 negativos para o tesoureiro. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Classificação das Categorias de Derivativos De acordo a BM&Fbovespa existem três principais categorias diferentes de derivativos. São elas: Derivativos de energia e climáticos: têm como objeto de negociação energia elétrica, gás natural, créditos de carbono entre outros; Derivativos de commodities agrícolas e metálicas: têm como ativo subjacente commodities agrícolas, metálicas, entre outras; Derivativos financeiros: têm seu valor de mercado referenciado em alguma taxa ou índice financeiro, como taxa de juros, taxa de inflação, moedas, índice de ações entre outros. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Estratégias de Uso dos Derivativos Os contratos derivativos são utilizados no mercado financeiro com as seguintes finalidades: Hedge; Alavancagem; Especulação; Arbitragem. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Hedge Hedge significa proteção; Trata-se de uma estratégia financeira que permite a um participante do mercado proteger-se contra os riscos decorrentes da variação dos preços dos ativos, e/ou variações cambiais, transferindo para outro participante, o risco de mudanças da tendência de preços, que afetam de forma negativa o valor de sua posição a vista; DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Hedge Um exemplo de hedge, seria um importador que por receio das flutuações cambiais futuras, negocia um contrato de derivativo com a finalidade de fixar uma cotação, ficando assim, protegido das variações no câmbio. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Alavancagem Consiste em montar uma posição financeira superior ao valor disponível para investimento, proporcionando ao participante do mercado a possibilidade de elevar sua rentabilidade; Por outro lado, aumenta também os riscos de perdas financeiras, que podem superar 100% dos valores desembolsados para o investimento. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Alavancagem Os derivativos possibilitam a alavancagem das posições, já que a negociação com esses instrumentos exige menos capital do que a compra do ativo à vista; Exemplo: Um investidor poderia utilizar, como margem de garantia, os recursos disponíveis para investimento, e comprar uma quantidade maior do ativo-objeto do que conseguiria comprar no mercado à vista; Se por um lado a alavancagem possibilitam aumentar a rentabilidade do investidor, por outro lado, eleva o risco, com o aumento das perdas potenciais da operação; DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Operações Especulativas Operação especulativa é aquele onde o investidor busca ganhos a partir de posições direcionais, ou seja, quando o mercado assume uma determinada trajetória, podendo ser de alta ou de baixa; Exemplo: Considere que um especulador acreditasse que as ações negociadas em Bolsa de uma empresa de mineração, fossem se valorizar em determinado período de tempo. Ele poderia se posicionar, comprando contratos derivativos dessas ações, para vendê-los quando estivessem mais caras. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Arbitragem Consiste na realização de duas ou mais operações simultâneas de compra e venda, buscando ganhos a partir da distorção de preços entre séries diferentes de um mesmo derivativo ou entre mercados distintos. Exemplo: Considere um investidor que identifica uma oportunidade de arbitragem na diferença entre o preço à vista e o preço futuro de um determinado ativo, comprando-o no mercado à vista e simultaneamente, vendendo um derivativo desse mesmo ativo no mercado futuro, obtendo, sem risco, uma rentabilidade, superior à da taxa de juros de mercado para o período. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Tipos de Contratos Derivativos Os principais tipos de contratos derivativos são: Contratos a termo; Contratos futuros; Swap; Opções.DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Contratos a Termo Também conhecido como forward, o Contrato a Termo é um derivativo onde as partes fixam no presente o preço de negociação de um determinado ativo-objeto numa data futura previamente definida, onde comprador e vendedor se comprometem a negociá-lo no preço previamente acordado; Apesar de existirem contratos a termo padronizados e negociados em Bolsa, geralmente, não são padronizados, e negociados no mercado de balcão. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Contratos a Termo Em uma negociação de contratos a termo sempre haverá um comprador e um vendedor; Enquanto o comprador assume uma posição comprada (long), isto é, compromete-se a comprar a termo um ativo por um preço predeterminado no presente, o vendedor assume uma posição vendida (short), ou seja, vender o ativo-objeto a termo pelo preço previamente negociado; DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Contratos a Termo Exemplo: Considere que um agricultor em sua atividade está sujeito a alguns tipos de riscos, como o operacional, o de mercado e o risco climático, que tornam incerto o preço futuro da venda de sua produção. Para assumir esses riscos, o agricultor exige um retorno esperado positivo no seu negócio. Para garantir esse retorno, ele poderia vender a termo sua produção, pelo preço que lhe propiciasse a rentabilidade desejado, sem ficar sujeito a oscilações de preço da mercadoria. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Contratos Futuros Devemos entender o mercado futuro como uma evolução do mercado a termo; Desta forma, o Contrato Futuro é semelhante a um contrato a termo, com a diferença de que é padronizado e negociado em bolsa, além de apresentar ajuste diário dos preços e exigir depósito de margem de garantia dos participantes. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Contratos Futuros Assim como no contrato a termo, em uma negociação com contratos futuros sempre haverá um comprador e um vendedor; Enquanto o comprador assume uma posição comprada (long), isto é, compromete-se a comprar no futuro um ativo por um preço predeterminado no presente, o vendedor assume uma posição vendida (short), ou seja, vender o ativo no futuro pelo preço negociado. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Contratos Futuros Quando o preço do contrato futuro fica acima do preço negociado, o comprado recebe do vendido essa diferença, chamada de ajuste; Porém, quando o preço do contrato fica abaixo do preço negociado, o vendido recebe ajuste do comprado. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Contratos Futuros Exemplo: Considere que um investidor deseje comprar uma certa quantidade de uma ação para entrega no futuro. No outro lado desta operação, há um outro investidor, que, inversamente, quer efetuar a venda dessas ações também no futuro. A negociação ocorre no ambiente de Bolsa, e o preço é determinado entre eles e a transação é fechada como uma operação no mercado futuro. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Swap A palavra swap significa troca ou permuta, sendo que um contrato de swap representa um acordo entre dois participantes de mercado, no qual as partes trocam fluxos de caixa futuros baseados em parâmetros preestabelecidos, para fator de risco, valor de referência e prazo; Num contrato de swap dois participantes negociam um valor base (ou nocional, que vem ser o valor de referência da operação) por um determinado período. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Swap Cada participante fica ativo (posicionado) em um fator de risco e passivo (contra) em outro; Ao final do período apura-se qual o valor corrigido pelo fator de risco escolhido por cada participante; O participante que tiver o maior valor corrigido pelo fator risco escolhido recebe do outro participante, a diferença (ajuste) entre os valores corrigidos. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Swap Exemplo: Considere que um banco que possua um passivo indexado ao dólar e um ativo indexado em iene. Esse banco poderia fazer uma operação de hedge através de um swap cambial, ficando ativo em dólar e passivo em iene, de modo a neutralizar o risco de descasamento entre as moedas. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Opções Da mesma forma que os contratos a termo, futuro e de swap, as opções são instrumentos derivativos utilizados para gerenciamento de risco de preço; Contudo, os contratos de opção possuem algumas características que os distinguem dos demais instrumentos derivativos. Enquanto outros tipos de derivativos apresentam direitos e obrigações simétricas entre as partes, os direitos e obrigações nas opções são assimétricos. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Opções Uma Opção se assemelha a um contrato de seguro, pois, assim como no mercado de seguros, no mercado de opções são negociados direitos, onde quem adquirir o direito (segurado) deve pagar um prêmio ao vendedor (seguradora), tal como num acordo de seguro; Num contrato de opção, a partir de um desembolso inicial, chamado prêmio, uma das partes, chamado titular da opção, compra da outra, o direito de comprar ou vender no futuro um ativo por um preço predefinido, exercendo esse direito apenas nas situações que lhe seja favorável exercê-lo, já que se trata de um direito e não uma obrigação. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS Opções O vendedor da opção, também conhecido como lançador da opção, por outro lado, recebe o valor do prêmio pela venda da opção, e assim como uma seguradora, tem a obrigação de cumprir as cláusulas do contrato se as condições acordadas no contrato forem atingidas ou ultrapassadas, e o comprador quiser exerce-lo; Assim, enquanto o titular de uma opção tem direito, mas não o dever de exercê-la, o lançador, quando a opção for exercida pelo titular, tem a obrigação de comprar ou vender (dependendo se foi negociada uma call ou uma put) o ativo no preço predefinido. OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Opções Exemplo: Considere que uma indústria que pretende importar determinado equipamento a ser pago, em dólar daqui a 60 dias. Para não ficar exposta a variação cambial no período, essa indústria poderia comprar uma proteção contra a alta dólar, adquirindo o direito de comprar dólar (opção de compra) numa determinada cotação pré estabelecida. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS 55 OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS Ambiente de Negociação e Tipos de Opções As opções são negociadas tanto no mercado de balcão quanto no ambiente de Bolsa, onde compradores e vendedores realizam suas ofertas para comprar ou vender opções; Existem dois tipos de contratos de opção: call (opção de compra) e put (opção de venda); Uma call da ́ ao titular o direito de comprar o ativo subjacente até́ uma determinada data por um preço específico; Já a put, da ́ ao titular o direito de vender o ativo subjacente até́ uma determinada data por um preço específico; OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS Preço de Exercício e Prêmio das Opções O preço futuro de compra ou de venda do ativo-objeto definido entre titular e lançador no momento da negociação de uma opção é chamado strike price ou preço de exercício da opção; Trata-se do preço pelo qual o titular de uma opção tem o direito de exercê-la; O valor do prêmio de uma opção (o preço da opção) será determinado pela sua oferta e demanda, e pode ser diferente do seu preço teórico, calculado a partir de modelos matemáticos; OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS Tipo de Opções Quanto ao Momento do Exercício Quanto ao momento em que uma opção pode ser exercida, existem três tipos principais: opções americanas, opções europeias e asiáticas; Enquanto as opções americanas podem ser exercidas em qualquer momento até́ a data de vencimento, as opções europeias só podem ser exercidas na data de seu vencimento; Já as asiáticas são aquelas onde o direitode exercício se dá sobre uma média de preços durante determinado período. DERIVATIVOS: ASPECTOS OPERACIONAIS Tipos de Operações Com Opções São quatro tipos de operações básicas que envolvem os contratos de opções: Compra de call; Venda de call; Compra de put; e Venda de put. OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS Payoff das Opções Em geral, os resultados financeiros das operações com derivativos que envolvem o uso de opções são apresentados por meio de uma representação gráfica chamada diagrama (ou gráfico) payoff. Os payoffs são diagramas de análise de ganhos e perdas utilizados para uma visualização simplificada dos resultados possíveis e riscos incorridos com a negociação de opções OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS Compra de Call A compra de uma opção de compra (long call) consiste em adquirir o direito de comprar um determinado ativo objeto esperando que esse ativo (e consequentemente o prêmio da opção) se valorize, podendo ser utilizado pelo investidor para alavancagem, como um meio para adquirir o ativo-objeto, ou ainda para proteção, de modo a fixar um teto para o preço de compra de um ativo a ser adquirido no futuro. OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS Compra de Call (Long Call) O gráfico a seguir representa o payoff de uma compra de call: Como podemos observar no payoff da operação, trata-se de uma estratégia com perda limitada ao valor desembolsado para o pagamento do prêmio e ganho ilimitado, aumentado indefinidamente à medida que o preço do ativo subjacente se valoriza. OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS Preço do ativo no vencimento ($) Preço de Exercício Prêmio Payoff da compra de uma call Ganho/Perda ($) Venda de Call A venda de uma opção de compra (short call) consiste em lançar uma call e é utilizada pelo investidor que espera que o preço do ativo não ultrapassará o preço de exercício, o que lhe possibilita receber o valor do prêmio sem ser exercido pelo titular. A venda da call pode ser coberta (covered call) ou descoberta. A venda é coberta quando o lançador da call possui o ativo-objeto da opção lançada, o que cobre ou protege o investidor contra a possibilidade de elevação em seu preço, pois caso a opção seja exercida, o ativo-objeto também irá se valorizar. Já na venda descoberta, o risco de perda é ilimitado, OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS Venda de Call Já na venda descoberta, o risco de perda para o lançador é ilimitado, pois o investidor não possui o ativo-objeto da opção lançada; Caso o preço do ativo objeto supere o preço de exercício, o lançador poderá ser exercido pelo titular e ser obrigado a adquirir o ativo-objeto ao preço de mercado, cujo valor a ser desembolsado pode superar o em muitas vezes o valor o prêmio recebido. OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS Venda de Call O gráfico a seguir representa o payoff de uma venda de call a descoberto: Como podemos observar no payoff da venda de uma call a descoberto, trata-se de uma estratégia com risco elevado, já que tem o ganho limitado ao valor do prêmio, e uma perda potencial ilimitada. OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS Ganho/Perda ($) Payoff da Venda de uma Call Preço do ativo no vencimento ($) Prêmio Preço de Exercício Compra de Put A compra de uma opção de venda (long put) compreende a compra do direito de vender um determinado ativo objeto esperando que esse ativo se desvalorize (e consequentemente o prêmio da opção se valorize), podendo ser utilizado pelo investidor para alavancagem, busca de ganhos com a queda do preço do ativo-objeto, ou ainda para fins de hedge, fixando um piso para o preço de venda de um ativo que o investidor deseja se proteger de uma eventual queda de preço OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS Compra de Put O gráfico a seguir representa o payoff de uma compra de put: Como observamos no payoff, trata-se de uma estratégia com perda limitada ao valor desembolsado para o pagamento do prêmio e ganho potencial elevado, aumentado à medida que o preço do ativo subjacente se desvaloriza, e atingindo o ganho máximo quando o preço do ativo subjacente cair para zero. OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS Payoff da Compra de uma Put Ganho/Perda ($) Preço do ativo no vencimento ($) Preço de Exercício Prêmio Venda de Put A venda de put (short put) consiste vender o direito de vender no futuro um determinado ativo objeto por um preço predeterminado, mediante o pagamento de um prêmio pelo titular para o lançador; Trata-se de uma estratégia utilizada pelo investidor que acredita que o preço do ativo subjacente vai permanecer acima do preço de exercício, o que lhe possibilita receber o valor do prêmio sem ser exercido pelo titular. Por outro lado, se o preço do ativo subjacente cair abaixo do preço de exercício, o lançador poderá ser exercido pelo titular, assumindo uma perda correspondente a diferença entre o preço de exercício e o seu preço de mercado. OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS Venda de Put O gráfico a seguir representa o payoff de uma venda de put Podemos observar que assim como a venda de uma call, trata-se de uma estratégia com risco elevado, já que tem o ganho limitado ao valor do prêmio, e uma perda potencial bem superior. Contudo, diferente do lançamento a descoberto de uma call, cujo risco é ilimitado, a perda potencial máxima de uma venda de put ocorrerá quando o preço do ativo subjacente cair para zero. OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS Preço do ativo no vencimento ($) Preço de Exercício Prêmio Payoff da Venda de uma Put Ganho/Perda ($) Exemplo de Negociação Com Opções Exemplo: Foram negociadas puts, do tipo europeia, de 1.000 ações de uma determinada empresa. O preço de exercício das puts foi de R$ 20,00 por ação, e o prêmio pago pelo titular ao lançador da opção foi de R$ 0,40 por ação. Se no vencimento da put a ação estiver avaliada abaixo de R$ 20,00, o titular exerce o direito de venda e realiza um ganho. Contudo, caso a ação tenha permanecido num preço acima de R$ 20,00, o comprador das puts não exerce o direito de venda, perdendo o valor desembolsado para pagamento do prêmio. DERIVATIVOS: ORIGEM E CONCEITOS INICIAIS 71 SWAP: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Aspectos Operacionais dos Swaps Conforme já mencionado anteriormente, um swap é um contrato de balcão onde dois participantes negociam entre si um valor base de referência da operação, por um determinado período; Cada participante fica ativo (comprado) em um fator de risco e passivo (vendido) em outro; Ao final do período apura-se qual o valor corrigido pelo fator de risco escolhido por cada participante; O participante que tiver o maior valor corrigido pelo fator risco escolhido recebe do outro participante, a diferença (ajuste) entre os valores corrigidos. SWAP: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Aspectos Operacionais dos Swaps Vários tipos de swaps são negociados nos mercados financeiros mundiais; Dentre os mais negociados estão os chamados plain vanilla swaps (ou swaps convencionais) de taxa de juros, de moedas, de índices financeiros e de commodities; Por se tratar de um contrato negociado no mercado de balcão, o swap não permite a negociação com terceiros das posições assumidas pelas partes contratantes, não havendo portanto, liquidação antecipada do contrato, exceto se houver concordância entre as partes envolvidas na negociação. SWAP: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Swap de Taxa de Juros Os swaps de taxa de juros são os mais negociados no mercado financeiro internacional e envolvem a troca de fluxos de caixa que utilizam as taxas de juros como parâmetros; Os tipos mais comuns de swap de taxas de juros são aqueles que trocam taxa prefixada por pós fixada (fixed-for-floating) e de uma taxa pós fixada por outra pós fixada (floating-for-floating). SWAP: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Swap de Taxa de Juros Exemplo: Vamos imaginar que dois participantes negociem um swap novalor base de R$ 100 mil pelo prazo de 1 ano. O Participante A fica ativo em 100% do CDI e o participante B, ativo em taxa prefixada de 12% ao ano. Ao final do período apura-se que o CDI acumulado ficou em 13% ao ano. Como o fator de risco escolhido pelo participante A tem um valor corrigido maior do que o escolhido pelo participante B, o participante A recebe do participante B a diferença entre os valores corrigidos. SWAP: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Resposta: A figura a seguir, ilustra o resultado da operação: Participante A Ativo em CDI Valor Base: R$ 100.000,00 Participante B Ativo em Pré 100% do CDI Pré em 12% ao ano 13% ao ano Valor Corrigido: R$ 113.000,00 Valor Corrigido: R$ 112.000,00 Prazo: 1 Ano Ajuste = R$ 113.000,00 – R$ 112.000,00 Ajuste = + R$ 1.000,00 para Participante A Ou Ajuste = - R$1.000,00 para Participante B Swap de Taxa de Juros SWAP: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Swap Cambial O swap cambial é um instrumento derivativo que permite a troca do principal mais juros em uma moeda pelo principal mais juros em outra moeda; Trata-se de um contrato onde as partes fazem um acordo de troca de moedas a uma pré acordada, para liquidação numa data futura. SWAP: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Swap Cambial Tradicional Realizado Pelo BC O Banco Central do Brasil – BCB utiliza, desde 2002 o swap cambial com o objetivo de aperfeiçoamento dos instrumentos cambiais à disposição dos agentes econômicos. Desde então, o BCB passou a negociar (comprar ou vender) um único contrato de swap, denominado SCS, onde um dos participantes assume posição ativa em variação cambial mais a taxa de juro representativa do cupom cambial e passiva em taxa de juros doméstica, representada pela taxa Selic, e outro participante assume a posição inversa. SWAP: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Swap Cambial Reverso Realizado Pelo BC O Swap Cambial Reverso é uma operação de onde o BC assume posição ativa em variação cambial mais a taxa de juro representativa do cupom cambial e posição passiva na taxa de juro doméstica, representada pela taxa Selic; É chamado de reverso porque o mais comum é o BC receber taxa de juros em moeda local e pagar a variação do câmbio mais cupom cambial; A colocação desses contratos pelo BC equivale à compra de dólares por parte do BC no mercado futuro. SWAP: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Derivativos de crédito são contratos financeiros utilizados para negociar risco de crédito, oferecendo proteção ao vendedor do risco e uma compensação financeira ao comprador por assumir o risco; Esses contratos possibilitam que investidores, instituições financeiras e empresas tenham acesso a novas técnicas de gerenciamento de risco de crédito que não a transferência da exposição do risco através da venda parcial ou total da carteira de empréstimos ou securitização. SWAP DE CRÉDITO Os tipos de proteção que os derivativos de crédito podem oferecer são contra risco de default, de rebaixamento ou de spread; Risco de default é o risco de um empréstimo não ser pago, expondo o credor a uma perda parcial ou total do principal emprestado; Risco de rebaixamento é o risco de uma agência classificadora de risco rebaixar o rating do emissor de um título de dívida, expondo o credor a uma desvalorização do título com a desvalorização do seu preço de mercado. SWAP DE CRÉDITO Risco de spread é o risco de alteração na taxa de negociação do título de dívida em razão da queda do seu preço de negociação; Podemos, portanto, definir derivativo de crédito como um contrato financeiro bilateral que deriva seu valor de um índice subjacente ou evento que seja sensível ao crédito. O ambiente de negociação dos derivativos de crédito é o mercado de balcão; SWAP DE CRÉDITO O tipo mais comum de derivativo de crédito é o swap de crédito, que é um contrato financeiro bilateral em que uma ponta compradora de proteção paga uma taxa periódica, normalmente expressa com termos de pontos-bases (basis-points - bps) fixos por ano sobre a quantia acertada, em troca de um pagamento condicionado a um evento de crédito; Se o evento ocorrer, o vendedor de proteção paga ao comprador de proteção a quantia estabelecida para cobrir a perda de crédito devido. SWAP DE CRÉDITO Um dos tipos mais conhecidos de swap de crédito é o Credit Default Swap – CDS; O Credit Default Swap – CDS, segundo o Banco Central do Brasil é: O CDS é um contrato bilateral que permite ao investidor comprar proteção para crédito específico contra evento de crédito do emissor de determinado ativo; Ao adquirir um CDS, o comprador faz pagamentos periódicos ao vendedor, especificados como porcentagem do principal. CREDIT DEFAULT SWAP - CDS A porcentagem do principal paga pelo comprador do CDS é conhecida como spread, prêmio ou taxa fixa, e representa, para o investidor em ativo de risco, o custo para a proteção contra um evento de crédito relacionado com o emissor do ativo. O prêmio do CDS funciona como medida de risco de crédito da entidade de referência, pois quanto maior a probabilidade de default, maior será o valor do prêmio. Evento de Crédito Se ocorre, Comprador da Proteção (Vendedor do Risco) Vendedor da Proteção (Comprador do Risco) Paga uma taxa pela proteção Se não ocorre, não há pagamento há pagamento CREDIT DEFAULT SWAP - CDS Vejamos um exemplo: Um investidor compra proteção contra um evento de crédito para US$ 10 milhões em ativos soberanos brasileiros por 5 anos, com prêmio anual de 200 pontos-base, fazendo pagamentos periódicos de US$ 200 mil ao vendedor da proteção até o vencimento do contrato ou a insolvência do emissor – o que ocorrer antes. Se não houver insolvência, o contrato se encerra no seu vencimento sem troca de fluxo de caixa. Em caso de insolvência, o vendedor da proteção paga ao comprador um montante que compense as perdas resultantes do evento, imunizando o risco de crédito. CREDIT DEFAULT SWAP - CDS Vejamos outro exemplo: Por meio de um Credit Deafault Swap – CDS, um investidor compra proteção contra um evento de crédito para US$ 50 milhões de um título soberano emitido por um país emergente, com prazo de 2 anos. O CDS foi negociado com prêmio anual de 240 pontos base sobre o valor de face do título. Neste caso, qual será o valor anual de pagamento que o investidor que comprou a proteção terá que desembolsar? CREDIT DEFAULT SWAP - CDS Resposta: O prêmio do CDS está em 240 pontos base ao ano, ou seja, 2,4% ao ano do valor de face do título. Como valor do título é US$ 50.000.000,00, o investidor que comprou a proteção fará pagamentos anuais ao vendedor da proteção de 2,4% de US$ 50.000.000,00, isto é, US$ 1.200.000,00 por ano. CREDIT DEFAULT SWAP - CDS O CDS não é usado apenas como proteção para o risco de crédito, podendo ser utilizado também para outros fins como, por exemplo, assumir posições em risco de crédito. Se, por exemplo, um investidor tem perspectivas negativas para uma empresa, pode comprar proteção por meio de CDS. Caso haja piora na qualidade de crédito desse ativo, o custo de proteção deve aumentar, acompanhando a probabilidade de insolvência, e o investidor pode vender a proteção e realizar lucros. CREDIT DEFAULT SWAP - CDS 90 CONTRATOS A TERMO: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Aspectos Operacionais dos Contratos a Termo Os contratos a termo, também conhecidos como forward, foram os precursores dos instrumentos financeiros derivativos; Apesar de também ser negociado em Bolsa, um contrato a termo, geralmente é negociado no mercado de balcão. CONTRATOS A TERMO: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Aspectos Operacionais dos Contratos a Termo Num contrato a termo, dois participantes estabelecem as condições futuras de negociação de um determinado ativo-objeto, em que uma das partes de um contrato a termo assume a posição comprada (long), e a outra uma posição vendida(short), e concordam em negociar a termo, para uma data futura, o ativo subjacente pelas condições pré acordadas. CONTRATOS A TERMO: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Aspectos Operacionais dos Contratos a Termo Atualmente, os contratos a termo são negociados sobre mercadorias, ações, moedas, índices financeiros, dentre outros; Entre os mercados a termo, os de maior volume no mercado brasileiro têm sido o mercado a termo de ações e de dólar (Non Deliverable Forward – NDF), sendo o primeiro negociado em Bolsa e o segundo, no Balcão. CONTRATOS A TERMO: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Termo de Ações O Termo de Ações foi desenvolvido com o objetivo de ser uma ferramenta para a gestão do risco de oscilação de preço de ações, servindo como uma escolha de compra ou de venda de ações por um valor estipulado por meio de um contrato padronizado com liquidação em uma determinada data futura, sem haver ajustes diários, diferentemente dos contratos futuros; As negociações neste mercado ocorrem em ambiente de pregão, mas, apesar disso, são intransferíveis. CONTRATOS A TERMO: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Termo de Ações Exemplo: Considere que um investidor disponha de R$ 200.000,00 para investir no mercado de ações. Com esse valor, ele poderia comprar ações no mercado à vista, ou alavancar a sua posição depositando os R$ 200.000,00 em margem de garantia e comprar as ações no mercado a termo. Supondo que a margem de garantia exigida pela Bolsa fosse de 10% do volume operado, o investidor poderia comprar R$ 2.000.000,00 de ações no mercado a termo, alavancando sua posição em 10 vezes o valor disponível para investimento, e com isso, os ganhos e as perdas do investidor seriam dez vezes maiores no mercado a termo em comparação ao mercado a vista. CONTRATOS A TERMO: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Termo de Moedas - NDF As operações a termo de moedas recebem a denominação NDF - Non Deliverable Forward porque as partes somente liquidam a diferença entre o preço negociado no contrato a termo e o observado, nesse dia, no mercado a vista, não havendo a entrega da moeda; Trata-se de uma operação negociada no mercado de balcão que começa pela definição do valor e o prazo de vencimento. CONTRATOS A TERMO: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Termo de Moedas - NDF Por ser sem entrega física, o valor de um contrato de NDF é chamado de nocional; A operação é registrada na CETIP e a liquidação financeira se dá pela diferença entre o valor nocional e a cotação de referência na data do vencimento; Entre outras finalidades, o mercado a termo de moedas permite ao investidor, a proteção contra oscilações da cotação da moeda, sendo utilizado principalmente por empresas exportadoras, importadoras e companhias com ativos e/ou passivos em moeda estrangeira. CONTRATOS A TERMO: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Termo de Moedas - NDF Exemplo: Uma empresa realizou a importação de um equipamento no valor de US$ 1.000.000,00. Como a empresa só fará o pagamento ao fornecedor daqui 90 dias, ela monta um hedge cambial com NDF para se proteger contra a variação. Ao solicitar uma cotação da operação a um banco, é informada que o dólar a termo (forward) com vencimento em 90 dias está em R$ 3,50/US$. Se no vencimento da operação, o dólar estiver em R$ 3,70/US$, qual o valor total desembolsado em reais (desembolso para a compra dos dólares + ou menos valor do ajuste) pela empresa para a compra do equipamento? CONTRATOS A TERMO: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Termo de Moedas - NDF Resposta: Ao fazer o hedge, a empresa “travou” a taxa de câmbio em R$ 3,50/US$, e portanto, o valor total desembolsado em reais pela empresa para a compra do equipamento será sempre o mesmo, ou seja R$ 3.500.000,00 (US$ 1.000.000,00 x R$ 3,50/US$ = R$ 3.500.000,00). O valor do ajuste (liquidação financeira do NDF no vencimento) é calculado pelo valor em dólar do contrato a termo (forward), multiplicado pela diferença entre a taxa de câmbio no vencimento do contrato e a taxa de câmbio a termo contratada. CONTRATOS A TERMO: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Termo de Moedas - NDF Continuação Resposta: Temos então que: VA fwd = VB x (Dol Venc - Dol Fwd) Onde: VA fwd é o valor do ajuste do NDF para o comprador do dólar a termo (forward); VB é o valor base do contrato na moeda de referência; Dol Venc é a taxa de câmbio no vencimento do NDF; Dol Fwd é a taxa de câmbio forward (a termo) contratada. CONTRATOS A TERMO: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Termo de Moedas - NDF Continuação Resposta: Como o dólar encerrou o período cotado a R$ 3,70/US$, a empresa gastará R$ 3.700.000,00 para a compra dos US$ 1.000.000,00 necessários para o pagamento do equipamento. Assim: US$ 1.000.000,00 = R$ 3,70/US x US$ 100.000,00 = R$ 3.700.000,00 No vencimento do contrato, o valor do ajuste VA fwd é: VA fwd = US$ 1.000.000,00 x (R$ 3,70/US$ - R$ 3,50/US$) = + R$ 200.000,00. CONTRATOS A TERMO: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Termo de Moedas - NDF Continuação Resposta: O desembolso total da empresa, em reais, é dado por: - R$ 3.700.000,00 (desembolso para a compra dos dólares) + R$ 200.000,00 (ajuste a receber no NDF) - R$ 3.500.000,00 Assim o valor total em reais desembolsado pela empresa corresponde uma cotação de R$ 3,50/US$, exatamente o valor contratado pela empresa junto ao banco na operação de dólar a termo. CONTRATOS A TERMO: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Considerações Finais Sobre Contratos a Termo Nos contratos a termo, por, geralmente serem liquidados apenas no final da sua vigência, existe a possibilidade de uma das partes não cumprir o compromisso assumido, na data de vencimento do contrato; Assim, no sentido de aprimorar os negócios para liquidação futura e mitigar o risco de inadimplência, surgiu o mercado futuro, cuja funcionalidade será mostrada mais adiante. CONTRATOS A TERMO: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS 104 CONTRATOS FUTUROS: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Aspectos Operacionais dos Contratos Futuros O mercado futuro pode ser entendido como uma evolução do mercado a termo; Enquanto os contratos a termo geralmente são negociados no mercado de balcão e não são padronizados, os contratos futuros, são negociados somente na bolsa por meio de contratos padronizados, sendo que, além da exigência do depósito de margem de garantia, os ajustes financeiros são diários. CONTRATOS FUTUROS: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Aspectos Operacionais dos Contratos Futuros Os contratos futuros representam a maior parte dos contratos negociados na BM&F, sendo, portanto, o principal instrumento derivativo negociado no mercado brasileiro. Os principais contratos futuros negociados são os de taxa de juros, de dólar e índice Bovespa, e os seus respectivos códigos na BM&FBOVESPA são: IND: Ibovespa; DOL: Dólar Futuro; DI1: DI de 1 dia. CONTRATOS FUTUROS: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Índice Bovespa Futuro - IND O contrato futuro de Ibovespa é o principal derivativo de índice de ações no mercado brasileiro, e tem como ativo subjacente o principal índice de ações do mercado brasileiro, o Ibovespa, permitindo ao investidor replicar o comportamento do índice sem a necessidade do desembolso financeiro que teria no mercado à vista. CONTRATOS FUTUROS: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Índice Bovespa Futuro - IND Os contratos de Ibovespa Futuro, são cotados em pontos do índice em que cada ponto equivale ao valor de reais estabelecidos pela BM&F (atualmente R$ 1,00 por ponto no contrato normal e R$ 0,20 por ponto no contrato fracionário); O vencimento e o último dia de negociação dos contratos ocorrem na quarta-feira mais próxima do dia 15 dos meses pares. CONTRATOS A TERMO: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Índice Bovespa Futuro - IND As posiçõesem aberto ao final de cada pregão são ajustadas com base no preço de ajuste do dia com movimentação financeira em D+1; O procedimento para operar nesse mercado é semelhante ao dos demais mercados futuros, ou seja, ao abrir posição, o investidor deve efetuar o depósito da margem de garantia, e ao final do dia, o cálculo do valor do ajuste diário. CONTRATOS A TERMO: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Índice Bovespa Futuro - IND Exemplo: Um investidor compra 200 contratos de Índice Futuro de Ibovespa a 48.000 pontos. Considerando que cada ponto vale R$ 1,00, se ao longo do dia a cotação do índice sobe para 49.500 pontos, qual será o valor do ajuste diário para o investidor? CONTRATOS A TERMO: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Índice Bovespa Futuro - IND Resposta: Ao montar uma posição comprada, o investidor espera ganhar com a alta do Ibovespa futuro. O valor do contrato é R$ 1,00 por ponto. Como a cotação do contrato no ajuste diário de mercado foi superior a cotação do contrato futuro negociado, o investidor receberá ajuste diário. Assim, o valor do ajuste para o investidor será: {[(49.500 - 48.000) x R$ 1,00 por ponto] x 200 contratos} = + R$ 300.000,00. O valor do ajuste diário para o investidor será de R$ 300.000,00 a receber. CONTRATOS A TERMO: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Dólar Futuro- DOL O contrato de dólar futuro negociado na BM&FBOVESPA, tem como ativo-objeto a taxa de câmbio de reais por dólar dos EUA, sendo um dos contratos de derivativos de moedas mais negociados do mundo; O comprador ou vendedor do contrato de dólar futuro não receberá nem entregará a moeda negociada, pois, apenas estabelecem a taxa de câmbio para o vencimento do contrato; Cada contrato vale US$ 50.000,00 e a cotação do contrato é de reais por US$ 1.000,00, tem ajuste diário e exige depósito de margem de garantia. CONTRATOS FUTUROS: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Dólar Futuro- DOL Vejamos a seguir um exemplo de cálculo de ajuste diário para o contrato de dólar futuro: Exemplo: O trader de um banco vende na parte da manhã 200 contratos de dólar futuro a R$ 3,30/US$. Se ao final do dia o preço de ajuste divulgado pela BM&FBOVESPA estiver em R$ 3,25/US$ qual será, o valor do ajuste diário em reais para o trader? Dados: Valor do contrato de dólar futuro: U$50.000,00; Tipo de liquidação: financeira (pela diferença). CONTRATOS FUTUROS: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Dólar Futuro- DOL Resposta: Ao montar uma posição vendida, o investidor espera ganhar com a queda do Dólar Futuro. Dado que o investidor montou uma posição vendida ele recebe ajuste, pois o preço de ajuste foi inferior ao preço operado pelo investidor. O valor do ajuste será a diferença entre o preço operado e o preço de ajuste, multiplicado pela quantidade de contratos e pelo preço de cada contrato. Temos que: {[(R$ 3,30 – R$ 3,25) x US$ 50.000,00] x 100 contratos} = + R$ 500.000,00. O valor do ajuste diário para o investidor será de R$ 500.000,00 a receber. CONTRATOS FUTUROS: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS DI Futuro- DI1 O contrato futuro de DI corresponde à expectativa do mercado para a taxa média das operações de CDI de 1 dia entre bancos; O valor de face de cada contrato é de R$100.000,00 no vencimento; A cotação do contrato é feita em taxa de juros anual, base 252 dias úteis. CONTRATOS FUTUROS: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS DI Futuro- DI1 O contrato de DI Futuro de 1 dia é o principal contrato de taxa de juros negociado na BM&FBOVESPA. O contrato de DI Futuro de 1 dia tem como ativo- objeto a taxa dos depósitos interfinanceiros de um dia de prazo apurada pela CETIP acumulada para o período compreendido entre a data da operação e a data de vencimento do contrato futuro. CONTRATOS FUTUROS: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS DI Futuro- DI1 O DI Futuro apresenta um alto grau de liquidez e se constitui em uma referência para a economia como um todo ao sintetizar, em seus pregões, as expectativas sobre os comportamentos dos juros para períodos futuros; Ao realizar uma operação no mercado de DI Futuro, uma instituição compra ou vende taxas de juros anualizadas, pela taxa de negociação, que é definida, a cada instante, pelo mercado. CONTRATOS FUTUROS: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS DI Futuro- DI1 A taxa de juro praticada no mercado futuro reflete a expectativa dos participantes para a taxa de juro de DI over acumulada, que deverá se verificar no período de vigência do contrato futuro; O registro da operação e o cálculo do valor do ajuste diário são feitos pelo seu preço unitário, conhecido como PU. CONTRATOS FUTUROS: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS DI Futuro- DI1 O cálculo do PU de um contrato de DI Futuro é obtido descontando-se o valor de face do contrato (R$ 100.000,00) pela sua taxa de negociação, e é dado pela seguinte expressão: CONTRATOS FUTUROS: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS 𝑃𝑈 = 100.000,00 1 + 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝐷𝐼 𝐹𝑢𝑡𝑢𝑟𝑜 𝑎. 𝑎. 100 𝑛 𝑑𝑢 252 𝑑𝑢 DI Futuro- DI1 Assim como nos demais contratos futuros a negociação com DI Futuro também um comprador e um vendedor contrato; Enquanto o comprador assume uma posição comprada em taxa de juros (long), o vendedor assume uma posição vendida (short); Se a taxa subir, o investidor que estiver comprado recebe ajuste positivo do investidor que está vendido e caso a taxa cai, ele paga ajuste. CONTRATOS FUTUROS: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS DI Futuro- DI1 O valor do ajuste diário para cada contrato, será a diferença entre o PU do contrato para a taxa negociado e o PU do contrato para a taxa de ajuste diário; Observe pela fórmula que a taxa de juro (i) e o PU são inversamente proporcionais, ou seja, o aumento da taxa de juro leva a uma queda do PU, já que a base de desconto cresce, e o inverso também se aplica. CONTRATOS FUTUROS: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS DI Futuro- DI1 Com isso, nota-se que ao negociar um contrato em taxa, gera-se um PU em posição contrária ao que for negociado em pregão: A compra de taxa gera um PU vendido; A venda de taxa gera um PU comprado. CONTRATOS FUTUROS: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS DI Futuro- DI1 Vejamos a seguir um exemplo para compreendermos o cálculo do ajuste diário de um contrato de DI Futuro: Exemplo: Um investidor compra no início do dia 300 contratos de DI futuro com vencimento em 240 dias úteis a 14,80% ao ano. Se no fechamento do mercado o a taxa utilizada para cálculo do ajuste estiver em 14,90% ao ano, qual será o valor total de ajuste diário para o investidor? Considerar que o valor de face do contrato de DI futuro é de R$ 100.000,00 no vencimento e a base é 252 dias úteis. CONTRATOS FUTUROS: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS DI Futuro- DI1 Resposta: Ao montar uma posição comprada, o investidor espera ganhar com a alta do da taxa do DI Futuro. Dado que o investidor montou uma posição comprada em taxa (comprou 300 contratos), ele recebe ajuste positiva se taxa utilizada no cálculo do ajuste diário for superior a taxa operada, isto é, recebe ajuste com a queda do PU. Primeiro, vamos encontrar o PU correspondente a taxa na qual os contratos foram comprados, descontando o valor de face (R$ 100.000,00) pela taxa negociada (13,45%). CONTRATOS FUTUROS: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS DI Futuro- DI1 Continuação da Resposta: Temos que: 𝑃𝑈 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎 = 𝑅$ 100.000,00 14,80 100 + 1 240 252 = 𝑅$ 87.682,41 CONTRATOS FUTUROS: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS DI Futuro- DI1 Continuação da Resposta: Em seguida encontramos o PU da taxa utilizada no cálculo do ajuste diário: 𝑃𝑈 𝑑𝑒 𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 = 𝑅$ 100.000,00 14,90 100 + 1 240 252 = 𝑅$ 87.609,73 Como a taxa subiu, e consequentemente o PU caiu, dado que o investidor está vendido em PU, o investidor receberá ajuste positivo. CONTRATOSFUTUROS: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS DI Futuro- DI1 Continuação da Resposta: Para calcular o valor do ajuste, temos que: Ajuste = (R$ 87.682,41 - R$ 87.609,737) x 300 contratos = + R$ 21.803,86 Portanto, o valor do ajuste diário para o investidor será de R$ 21.803,86 a receber. CONTRATOS FUTUROS: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS 128 OPÇÕES: PRINCIPAIS ESTRATÉGIAS Principais Estratégias Com Opções Dentre as principais estratégias que envolvem as quatro operações básicas com contratos de opções (compra de call, venda de call, compra de put e venda de put), duas das mais utilizadas são aquelas que envolvem a fixação de teto (cap) ou de um piso (floor) para o preço do ativo subjacente. OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Cap e Floor Estratégia de Cap: representa a fixação por parte do investidor de um patamar máximo para a flutuação de suas aplicações, e pode ser implementada a partir da compra de uma call; Estratégia de Floor: estratégia equivalente ao cap, porém o agente estabelece um nível mínimo para a rentabilidade de seus papéis, e pode ser implementada a partir da compra de uma put; OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Estratégias Envolvendo Combinações e Spreads Além da estratégias que envolvem as quatro operações básicas com contratos de opções (compra de call, venda de call, compra de put e venda de put), existe uma grande variedade de estratégias envolvendo, operações que combinam uma única opção com o ativo subjacente, spread entre duas ou mais opções de compra ou de venda, e combinações entre calls e puts envolvendo duas ou mais opções do mesmo ativo subjacente. OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Combinando Uma Opção com o Ativo Subjacente Existem diversas estratégias operacionais que combinam uma única opção com o ativo subjacente; Um exemplo desse tipo de estratégia é a covered call (venda coberta de call). que consiste na compra de um determinado ativo subjacente combinado com a venda de uma call desse ativo. OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Covered Call A covered call (venda coberta de call) consiste na compra de um determinado ativo subjacente combinado com a venda de uma call desse ativo, com o payoff apresentado a seguir: Trata-se de uma estratégia adequada a um cenário onde há expectativa de que o preço do ativo apresente uma alta limitada ou mantenha-se estável, com o investidor comprando a ação e recebendo o prêmio obtido pela venda da call para otimizar o retorno de seu investimento. OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Spreads (Travas) Uma estratégia de spread envolve tomar uma posição em duas ou mais opções do mesmo tipo (isto é, duas ou mais opções de compra ou duas ou mais opções de venda). São exemplos de operações de spread, as travas de alta (bull spread ), de baixa (bear spread) e do tipo borboleta (butterfly spread). OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS A trava de alta do tipo call bull spread pode ser montado com a compra de uma call e a venda de uma outra call com preço de exercício mais alto, mas com o mesmo vencimento; Uma trava de alta também pode ser criado mediante a compra de uma put e a venda de outra put com preço de exercício mais alto. Call Bull Spread (Trava de Alta) OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS O payoff de uma call bull spread é apresentado a seguir: Pelo payoff, observamos que a operação apresenta tanto a perda quanto o ganho limitados; Call Bull Spread (Trava de Alta) OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Preço do Ativo no Vencimento ($) Ganho/Perda ($) Strike Inferior Strike Superior Prêmio A perda máxima será o custo da operação (valor líquido de pagamento do prêmio), e ocorrerá quando no momento do exercício da opção, o ativo subjacente estiver sendo negociado abaixo do preço de exercício da call com strike price inferior; O ganho máximo será a diferença entre os dois strikes da operação, descontado o valor do prêmio pago, e ocorrerá quando no momento do exercício da opção, o ativo subjacente estiver sendo negociado acima do preço de exercício da call com strike price superior. Call Bull Spread (Trava de Alta) OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS A trava de baixa pode ser montada através da compra de uma call de um ativo subjacente com determinado preço de exercício, e da venda simultânea de outra call do mesmo ativo com a mesma data de vencimento, mas com preço de exercício mais baixo. Trata-se de uma estratégia adequada a um cenário onde há expectativa de que o preço do ativo apresente uma queda limitada. Call Bear Spread (Trava de Baixa) OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS O payoff de uma call bear spread é apresentado a seguir: Pelo payoff, observamos que assim como a trava de alta, a operação limita tanto a perda quanto o ganho. Call Bear Spread (Trava de Baixa) OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Preço do ativo no vencimento ($) Ganho/Perda ($) Strike Inferior Strike Superior Prêmio A perda máxima será a diferença entre os strikes, descontado o valor do prêmio recebido, e ocorrerá quando no momento do exercício da opção, o ativo subjacente estiver sendo negociado acima do preço de exercício da call com strike price superior; O ganho máximo será o valor líquido do prêmio recebido no início da operação, e ocorrerá quando no momento do exercício da opção, o ativo subjacente estiver sendo negociado abaixo do preço de exercício da call com strike price inferior. Call Bear Spread (Trava de Baixa) OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Um butterfly spread (ou trava borboleta) envolve posições em opções com três preços de exercícios diferentes; Conhecido também como long butterfly spread, ele pode ser criado com a compra de uma call de preço de exercício inferior, de outra com preço de exercício superior, além da venda de duas calls com preço de exercício intermediário; Assim como as estratégias abordadas anteriormente, o spread butterfly também pode ser montada tanto com call quanto com put. A compra de um butterfly spread é indicada para o investidor que acredita o preço do ativo não irá se movimentar, ou terá pouca oscilação ao longo do Butterfly Spread OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS A compra de um butterfly spread é indicada para o investidor que acredita o preço do ativo não irá se movimentar, ou terá pouca oscilação ao longo do período da operação. O spread do tipo butterfly também pode ser vendido (short butterfly spread) seguindo uma estratégia oposta a descrita anteriormente, gerando uma perda se o preço do ativo não se movimentar e produzindo ganho se houver grande oscilação de preço. Butterfly Spread OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS O payoff de um butterfly spread é apresentado a seguir: Pelo payoff, observamos que assim como as travas de alta e de baixa, no spread butterfly tanto a perda quanto o ganho são limitados. Butterfly Spread OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Preço do ativo no vencimento ($) Ganho/Perda ($) Strike inferior Strike superior Strike Intermediário Prêmio A perda máxima desta estratégia, será o custo da operação (valor líquido de pagamento do prêmio), e ocorrerá quando no momento do exercício da opção, o ativo subjacente estiver sendo negociado abaixo do preço de exercício da call com preço de exercício inferior, ou acima do preço de exercício da call com preço de exercício superior. Butterfly Spread OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS O ganho máximo será a diferença entre o preço de exercício da call com preço de exercício inferior e o preço de exercício da call com preço de exercício intermediário, descontado o valor do prêmio pago, e ocorrerá quando no momento do exercício da opção, o ativo subjacente estiver sendo negociado a um preçoexatamente igual ao preço de exercício da call com preço de exercício intermediário. Butterfly Spread OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Combinações Outra vertente nas estratégias com opções são as chamadas combinações; A combinação envolve assumir uma posição combinando opções de compra e venda de um mesmo ativo; Dois exemplos desse tipo de estratégia são: o straddle, e o box de quatro pontas. OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Consiste na compra de uma call e uma put de mesmos preço de exercício e data de vencimento; O risco da operação limita-se ao prêmio pago para montá-la; Straddle Preço da Ação na data do Vencimento Lucro Strike OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS O straddle envolve a compra simultânea de uma call e de uma put com mesmo preço de exercício e data de vencimento; Um straddle é apropriado quando um investidor espera uma grande oscilação para o preço do ativo subjacente, sem saber, contudo, em qual direção; O straddle também é conhecido como botton straddle ou long straddle, e representa uma estratégia de baixo risco para o investidor. Straddle OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Vejamos a seguir o payoff de um straddle: Pelo payoff, observamos que o straddle apresenta possibilidade de ganhos elevados e perda limitada. Straddle OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Preço do ativo no vencimento ($) Ganho/Perda ($) Strike Prêmio Pelo payoff, observamos que o straddle apresenta possibilidade de ganhos elevados e perda limitada; A perda máxima será o custo da operação (valor líquido de pagamento do prêmio), e ocorrerá quando no momento do exercício da opção, o ativo subjacente estiver sendo negociado no preço de exercício da call e da put; Ocorrerá ganho quando o ativo estiver sendo negociado acima do preço de exercício mais prêmio ou abaixo do preço de exercício menos o prêmio. Straddle OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS O box de 4 pontas sintetiza uma operação de renda fixa, com o emprego simultâneo de 4 opções; Consiste na compra de uma call e venda de uma put de strike inferior e simultaneamente a compra de uma put e venda de uma call de strike superior; Em qualquer cenário, o resulta financeiro da operação corresponderá à diferença entre os strikes menos os custos líquidos para a compra das opções. Box de 4 Pontas OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Vejamos a seguir o payoff de um box de quatro pontas: Pelo payoff, podemos observar que em qualquer cenário, o resulta financeiro da operação sempre o mesmo independentemente do preço das opções no momento do exercício. Box de 4 Pontas OPÇÕES: ASPECTOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS Ganho/Perda (R$) Preço do ativo no exercício (R$) Strike inferior Strike superior Há 20 anos transformando a vida das pessoas e a sociedade por meio do conhecimento. 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