Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Curso Ênfase © 2019 CRIMINOLOGIA – PAULO SUMARIVA AULA3 - OBJETOS DE ESTUDO DA CRIMINOLOGIA II 1. OBJETOS DA CRIMINOLOGIA 1.1 VÍT IMA Na aula passada, estudamos o crime e o criminoso. Estudaremos, nessa aula, a vítima e sua importância para a criminologia. Os estudos criminológicos da vítima ganharam destaque logo após a Segunda Guerra Mundial, em razão do sofrimento imposto por Adolf Hitler aos judeus nos campos de concentração. Nesse momento, nasce o estudo da vitimologia. A particularidade essencial da vitimologia reside em questionar a aparente simplicidade em relação à vítima e mostrar, ao mesmo tempo, que o estudo da mesma é complexo, seja na esfera do indivíduo, seja na inter-relação existente entre autor e vítima. A vit ima faz parte do processo do crime? Sim, quando, por exemplo, quando seu comportamento a coloca em risco. EXEMPLO: Uma mulher (alvo mais fácil no aspecto de força física) sai por volta das 11 horas da noite e anda 3 quarteirões por uma rua abandonada para pegar um ônibus. Ela não está se colocando em risco? Existe uma classificação das vítimas, a qual configura tema importante a ser estudado posteriormente. Na Lei Maria da Penha, na qual é clara a relação entre autor do crime e vítima, muitas das vezes, a queixa feita pela mulher não significa que foi a primeira ocorrência. AT ENÇÃO: É necessário sempre uma análise do acontecimento para entender a participação da vítima dentro do estudo do crime, da criminologia. A vítima é muito importante. Em relação à vitima, existem dois pontos com maior incidência em provas de concursos: 1) Síndrome de Estocolmo – Quando a vítima se apaixona pelo criminoso, o que ocorre por causa do temor. A vítima tem tanto medo do sequestrador que vê nele uma possibilidade de se salvar, interessando-se pela conduta do criminoso. Crim inologia – Paulo Sumariva Aula3 - Objetos de Estudo da Crim inologia II 2 Curso Ênfase © 2019 2) Síndrome da Mulher de Potifar – Está relacionado a crimes sexuais e ocorre quando a vítima é rejeitada. A rejeição faz com que ela crie uma situação para incriminar alguém. O nome é proveniente de uma história bíblica. Segundo a história, Potifar era um rei muito poderoso e sua mulher se apaixonou por José, braço direito do Rei. José não quis se envolver com a mulher, a qual, rejeitada, encontrou um jeito de chamar José para que viesse até seu quarto a fim de tentar aproximação. José desviou-se e a empurrou. A mulher, nesse momento, correu pelo palácio alegando que José havia tentado violentá-la. José foi preso e condenado. O último objeto de estudo da criminologia é o controle social. 1.2 CONTROLE SOCIAL Toda sociedade necessita de mecanismos disciplinares que assegurem a convivência interna de seus membros, razão pela qual vê-se obrigada a criar uma gama de instrumentos que garantam a conformidade dos objetivos eleitos no plano social. Nesse contexto, podemos definir Controle Social. O que é controle social? É o conjunto de instituições, estratégias e sanções sociais que pretendem promover a submissão dos indivíduos aos modelos e normas de convivência social (regras impostas pela sociedade). OBSERVAÇÃO: Ninguém faz o que quer, fazemos o que a sociedade quer que façamos. A sociedade cria diversas regras, as quais são necessárias para que exista uma convivência normal e sadia entre as pessoas. EXEMPLOS: Regras de funcionamento de shopping, regulamento de faculdade, regras do comércio ou o Código Penal. Ninguém é proibido de matar, no entanto, quem cometer assassinato sofrerá as sanções do art. 121, CP. Naturalmente aprende-se as regras a partir do momento que se nasce e durante o crescimento. EXEMPLO: As mães, ao imporem limites aos filhos, dizendo "não" em determinadas situações encontram-se ensinando algumas regras. Caracteriza-se um controle social iniciado em casa. São limites e regras que ensinam o que é certo e errado. Crim inologia – Paulo Sumariva Aula3 - Objetos de Estudo da Crim inologia II 3 Curso Ênfase © 2019 EXEMPLO: A criança, ao começar a se alimentar, utiliza as mãos. É a mãe quem ensinará a utilizar a colher e o garfo. Trata-se de regra de educação, portanto, controle social. 1.2.1 SIST EMAS DE CONTROLE SOCIAL Existem dois sistemas de controle social na sociedade: o formal e o informal. EXEMPLO: Quando um pai exige que a criança não faça algo, está educando-a. Trata-se de família, isso é controle social informal. EXEMPLO: Quando o pai diz à criança que não faça nada de errado, pois a Polícia virá. O pai, nesse caso, está “invocando” o controle social f ormal para agir. AT ENÇÃO: A partir do momento em que o controle social informal falha, o controle social formal entrará em ação. O Controle Social Informal é o trabalho feito na família, na igreja, na comunidade. É o que se diz vir "de berço". EXEMPLO: A comunidade se reúne para ensinar às crianças a mexerem no computador ou ensinar inglês a elas. O Controle Social Formal é a intervenção do Estado. É o trabalho feito pela Polícia, pelo MP, pelo Judiciário, pela SAP (Secretaria Penitenciária). EXEMPLO: Quando um Delegado de Policia instaura um inquérito policial contra alguém é porque o controle social informal falhou e aquele indivíduo está descumprindo as regras, sendo necessária a intervenção do Estado. 1.2.2 SELEÇÕES DE CONTROLE SOCIAL Existem três seleções de controle social: A 1ª seleção é a atividade de Polícia judiciária (apurando) A 2ª seleção é a atuação do Ministério Público (acusando). A 3ª seleção é a atuação do Judiciário (condenando). O trabalho social formal se inicia no Delegado de Polícia, instaurando o inquérito policial, iniciando a persecução penal e buscando elementos de prova. Há contraditório em inquérito policial? Não, pois não há acusação nenhuma no inquérito. Existe defesa, mas não contraditório. Crim inologia – Paulo Sumariva Aula3 - Objetos de Estudo da Crim inologia II 4 Curso Ênfase © 2019 A partir do momento em que o inquérito policial apura autoria e materialidade, surgirá a 2ª seleção, isto é, o MP acusando. Até que se chegue à 3º seleção, a qual trata-se do judiciário tramitando o processo, julgando o criminoso e impondo a ele uma sanção penal. A polícia agirá no controle social formal, mas somente a partir do momento em que falhe o controle social informal. AT ENÇÃO: Controle Social Formal e Informal é assunto recorrente em prova de concursos. Os objetos de estudo da criminologia são: o crime, o criminoso, a vítima e o controle social, os quais são muito vistos em concursos. Finalizamos, nessa aula, todos os objetos de estudo da criminologia.
Compartilhar