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ELABORAÇÃO DE UMA UEPS PARA O ENSINO DE INTRODUÇÃO A ÓPTICA GEOMÉTRICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA. ELBER JOSÉ ALMEIDA SANTOS Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação Universidade Federal de Sergipe no Curso de Mestrado Profissional de Ensino de Física (MNPEF), como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Ensino de Física. Orientador: Prof. Dr. Tiago Nery Ribeiro São Cristóvão – SE, Agosto de 2022 ELABORAÇÃO DE UMA UEPS PARA O ENSINO DE INTRODUÇÃO A ÓPTICA GEOMÉTRICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA. ELBER JOSÉ ALMEIDA SANTOS Orientador: Prof. Dr. Tiago Nery Ribeiro Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-Graduação Universidade Federal de Sergipe no Curso de Mestrado Profissional de Ensino de Física (MNPEF), como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Ensino de Física Agradecimentos Agradecer é algo extremamente difícil porque é reconhecer a importância das pessoas no nosso percurso. Primeiro, quero agradecer a Deus e, depois, à minha família, Patrícia, minha esposa, às minhas filhas, Aléssia e Giulia, minha tia Edina Maria, à minha mãe e ao meu irmão Elionardo (Nado). Aos meus companheiros de nau, digo viagens semanais para UFS: Gilson e Taiala. Ao meu pai e a sua esposa, d. Alaíde e a Emanuel (meu irmão querido) que deram abrigo a mim e aos meus companheiros de nau e de viagens. Agradeço aos meus professores e professoras deste percurso e, especialmente, ao meu orientador, Tiago Nery Ribeiro, por ter se tornado uma pessoa muito especial e importante nesta caminhada e que foi um fator essencial para que não desistisse do curso, sempre ao lado nos momentos difíceis. Agradeço aos colegas de curso e aos meus colegas de trabalho pela contribuição direta e indireta. À Universidade Federal de Sergipe – UFS, à Sociedade Brasileira de Física – SBFísica e à Coordenação de Aperfeiçoamento e Pesquisa de Nível Superior – Capes, por tornarem esta caminhada possível. Muito, muito obrigado a todos e todas! RESUMO A luz sempre despertou a curiosidade humana, chegando a se atribuir um caráter de divindade em algumas sociedades antigas. Os primeiros a tentar responder sobre suas origens foram os gregos antigos. Depois, com o advento da física, diversos personagens tentaram explicar a luz criando duas correntes: ondulatória e corpuscular. A partir do tema Luz, nos perguntamos: como elaborar uma sequência de ensino que pudesse ser utilizada em dispositivos móveis e tivesse o potencial de envolver os alunos a interagirem e terem maior interesse pelos fenômenos físicos? Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi elaborar um produto educacional a partir de uma UEPS utilizando um website para ser utilizado como uma ferramenta de ensino, buscando torná-la acessível aos alunos para abordar os assuntos luz e princípios da óptica geométrica desde as ideias da Grécia Antiga até a física contemporânea. Para isso, utilizamos como marco teórico a teoria da Aprendizagem Significativa e a UEPS como estratégia para elaboração do produto. A metodologia foi qualitativa de caráter exploratório do tipo estudo de caso, no qual se utilizou como instrumento de pesquisa as respostas aos questionários disponibilizados na plataforma. Observamos que a interatividade dos estudantes com a UEPS, e a diversidade de estratégias que ela contém, tem a possibilidade de efetivamente ressignificar os conhecimentos prévios dos aprendizes, bem como ser utilizada em diferentes ambientes e estratégias de sala de aula, contemplando múltiplos objetivos propostos para o produto educacional. Palavras-chave: 1. Ensino de Física, 2. Aprendizagem Significativa, 3. UEPS, 4. Luz; 5. Óptica geométrica Sumário 1. Introdução: 1 2. Escolha do tema do produto e Fundamentação Teórica: 4 2.2 O Tema Luz e Óptica Geométrica nos Documentos Oficiais 5 2.3 A Teoria de Aprendizagem Significativa de Ausubel 7 2.4. Unidade de Ensino Potencialmente Significativa 11 3. Introdução a princípios da óptica geométrica 14 3.1. Desenvolvimento Histórico: 14 3.2. A Luz no Século XIX: 16 3.3. Princípios da Propagação Retilínea: 21 3.4. Velocidade da Luz 24 3.5. Fontes de luz: 24 3.6. Reflexão e Refração Luminosa 26 4. Metodologia 31 4.1 O Local da Pesquisa 31 4.2 Sujeitos pesquisados: população e amostra 31 4.3 A elaboração da UEPS 31 5. Resultados e Discussão: 34 5.1 – Questionário de conhecimento prévio. 34 5.2 – Análise dos questionários aplicados durante as atividades 38 5.2.1 - Aula 02 38 5.2.2 - Aula 03 39 5.2.3 - Aula 04 41 5.2.4 - Aula 05 44 5.2.5 - Aula 06: 47 5.2.5 - Aula 07: 48 5.3 – Análise do questionário escala Likert de concepção do aluno acerca da UEPS. 50 6. Considerações finais: 58 7. Referências: 128 Lista de ilustrações Figura 1: Experimento de Hertz- Descoberta das ondas de rádio......................... 18 Figura 2: Onda eletromagnética.......................................................................... 19 Figura 3: Espectro eletromagnético.................................................................... 20 Figura 4: Propagação retilínea da luz.................................................................. 22 Figura 5: Câmara escura ou de orifício................................................................ 22 Figura 6: Eclipse Solar........................................................................................ 23 Figura 7: Eclipse lunar......................................................................................... 23 Figura 8: Nascer do Sol....................................................................................... 25 Figura 9: “luz” da Lua.......................................................................................... 25 Figura 10: Raio de luz – reflexão e refração.......................................................... 26 Figura 11:Reflexão da luz numa superfície especular........................................... 27 Figura 12: Superfície refletora............................................................................... 27 Figura 13: Reflexão em superfície difusa.............................................................. 28 Figura 14: Refração e reflexão de um raio de luz................................................... 29 Figura 15: Questão 01 da página 01...................................................................... 35 Figura 16: Questão 02 da página 01...................................................................... 35 Figura 17: Questão 03 da página 01...................................................................... 36 Figura 18: Questão 04 da página 01...................................................................... 36 Figura 19: Questão 05 da página 01...................................................................... 37 Figura 20: Questão 06 da página 01...................................................................... 37 Figura 21: Questão 07 da página 01...................................................................... 38 Figura 22: Questão 01 da página 03...................................................................... 40 Figura 23: Questão 02 da página 03...................................................................... 41 Figura 24: Questão 03 da página 03...................................................................... 41 Figura 25: Questão 04 da página 03...................................................................... 42 Figura 26: Questão 01 da página 04...................................................................... 42 Figura 27: Questão 02 da página 04...................................................................... 43 Figura 28: Questão 03 da página 04......................................................................43 Figura 29: Questão 04 da página 04...................................................................... 44 Figura 30: Questão 05 da página 04...................................................................... 44 Figura 31: Questão 01 da página 05...................................................................... 45 Figura 32: Questão 02 da página 05...................................................................... 46 Figura 33: Questão 03 da página 05...................................................................... 47 Figura 34: Questão 04 da página 05...................................................................... 48 Figura 35: Questão 01 da página 07...................................................................... 49 Figura 36: Questão 02 da página 07...................................................................... 50 Figura 37: Questão 03 da página 07...................................................................... 50 Figura 38: Questão 04 da página 07...................................................................... 51 Figura 39: Questão 01 da Escala Likert acerca das concepções dos estudantes sobre a UEPS....................................................................................................... 51 Figura 40: Questão 02 da Escala Likert acerca das concepções dos estudantes sobre a UEPS....................................................................................................... 52 Figura 41: Questão 03 da Escala Likert acerca das concepções dos estudantes sobre a UEPS....................................................................................................... 52 Figura 42: Questão 04 da Escala Likert acerca das concepções dos estudantes sobre a UEPS....................................................................................................... 53 Figura 43: Questão 05 da Escala Likert acerca das concepções dos estudantes sobre a UEPS....................................................................................................... 53 Figura 44: Questão 06 da Escala Likert acerca das concepções dos estudantes sobre a UEPS....................................................................................................... 53 Figura 45: Questão 07 da Escala Likert acerca das concepções dos estudantes sobre a UEPS....................................................................................................... 54 Figura 46: Questão 08 da Escala Likert acerca das concepções dos estudantes sobre a UEPS....................................................................................................... 55 Figura 47: Questão 09 da Escala Likert acerca das concepções dos estudantes sobre a UEPS....................................................................................................... 55 Figura 48: Questão 10 da Escala Likert acerca das concepções dos estudantes sobre a UEPS....................................................................................................... 56 Figura 49: Questão 11 da Escala Likert acerca das concepções dos estudantes sobre a UEPS....................................................................................................... 56 Figura 50: Questão 12 da Escala Likert acerca das concepções dos estudantes sobre a UEPS....................................................................................................... 57 Figura 51: Questão 13 da Escala Likert acerca das concepções dos estudantes sobre a UEPS....................................................................................................... 57 Figura 52: Questão 14 da Escala Likert acerca das concepções dos estudantes sobre a UEPS....................................................................................................... 58 Lista de tabelas Tabela 1: Equações das ondas eletromagnéticas...................................... 16 Tabela 2: Índice de refração em meios diversos......................................... 29 Tabela 3 – Proposta de Cronograma de atividades.................................... 31 1 1. Introdução: A Teoria do Big Bang explica que muito antes do surgimento da vida na Terra já existia a luz, como afirma Salvetti: “A teoria do “Big Bang” considera que há, aproximadamente, quinze bilhões de anos, o Universo tinha um tamanho extremamente reduzido e uma temperatura muito alta, quando ocorreu uma grande explosão. No primeiro segundo, à medida que o Universo se expandia, a temperatura baixava para algo em torno de dez bilhões de graus; nessa ocasião, ele continha algumas espécies de partículas e luz!” (SALVETTI, 2008, p. 10) A luz foi e é fundamental no surgimento e para a continuidade da existência de qualquer ser vivo na Terra, visto que, sem ela a vida seria impossível, pois as ondas luminosas é condição sine qua non para a temperatura terrestre, para o ciclo da água, para o ciclo do carbono e na fotossíntese, acerca disso, cita Salvetti: “Sem luz não há vida. A vida, como a conhecemos, depende de carbono, água e luz, e a Terra tinha os três elementos essenciais para a vida. Rochas formadas há, aproximadamente, três bilhões de anos continham remanescentes de algas fossilizadas. Originalmente a Terra não tinha atmosfera, esta foi formada a partir da emissão de gases de rochas. A atmosfera inicial continha hidrogênio, hélio, nitrogênio, metano, amônia e vapor de água. Por bilhões de anos o oxigênio saiu dos mares para a atmosfera. O oxigênio, além de reagir com o metano e a amônia na atmosfera, absorveu parte da radiação ultravioleta proveniente do Sol, formando o ozônio, este, por sua vez, bloqueou ainda mais a radiação ultravioleta.” (SALVETTI, 2008, p.11). Um dos grandes marcos na evolução da humanidade, foi o ser humano ter descoberto e conseguido dominar o fogo, pois este tinha diversas funções que iam desde o cozimento de alimentos, aquecimento e geração de luz durante a noite. O ser humano, diferente de outros animais, tem a capacidade visual à noite extremamente reduzida, tornando-se presa fácil para predadores, mas com o domínio do fogo e a iluminação gerada por este, a limitação foi reduzida. Na Grécia Antiga, conforme Rooney (2013, p.45), os pensadores locais não conseguiam discernir a diferença entre a luz e a visão, chegando ao ponto de acreditar que os olhos eram a fonte da luz para a visualização de objetos. Segundo a autora, as primeiras ideias sobre a natureza da luz datam do século V e VI na Índia, sendo a luz considerada como um dos cincos elementos fundamentais naquela sociedade (ROONEY, 2013, p. 46). Com o surgimento da física a partir de desenvolvimento do método científico, as ideias e estudos em torno do que seria a luz e a óptica geométrica foram evoluindo desde as ideias de Nicolau Copérnico, Galileu Galilei, Johannes Kepler e Isaac 2 Newton, passando por diversos outros atores como René Descartes, Robert Hooke, Thomas Young (ROONEY, 2013, p. 53-57). A questão de destaque era qual a natureza da luz, se onda ou se partícula; até chegar às ideias do início do século XX: a dualidade onda-partícula. A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - UNESCO, em sua assembleia geral em 20 de dezembro de 2013, decidiu que o ano de 2015 seria o Ano Internacional da Luz e das Tecnologias baseadas em Luz, como afirma o próprio site da instituição: “O Ano Internacional da Luz é uma iniciativa mundial que vai destacar a importância da luz e das tecnologias ópticas na vida dos cidadãos, assim como no futuro e no desenvolvimento das sociedades de todo o mundo. Essa é uma oportunidade única para se inspirar, para se educar e para se unir em escala mundial”1. A contribuição da luz e de sua tecnologia para a vida e para a sociedade pós- modernase dá em diversas áreas do conhecimento, mas apesar disso, a sua importância não é abordada de modo que atente para este fato, como uma espécie de tema transversal que transpassa por diversos assuntos da física como ondas, ópticas, eletricidade, eletromagnetismo e física moderna além de outras áreas do conhecimento como química e biologia. Ao não abordar a natureza da luz, deixa-se, por exemplo, de lado a base para a física quântica, que é um tema que de certa forma não é tocada no ensino de física, especialmente no Ensino Médio, pois não é levado em consideração que a física quântica está presente na vida moderna e ela é a base de todos os dispositivos semicondutores utilizados na construção de smartphones, tevês, computadores. A partir disso, nos perguntamos: como trabalhar o conteúdo de ondas luminosas no ensino médio a partir de uma estratégia de ensino inovadora e contemporânea? Como elaborar uma sequência de ensino que pudesse ser utilizada em dispositivos móveis e tivesse o potencial de envolver os alunos a interagirem e terem maior interesse pelos fenômenos físicos? Dessa forma, este trabalho teve por objetivo elaborar e investigar a implementação de uma unidade de ensino potencialmente significativa - UEPS sobre a Luz e princípios da óptica geométrica para a educação básica. 1 http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/prizes-and-celebrations/2015-international- year-of-light/ acessado em 10/04/2022 às 22h05min. 3 A proposta do produto foi elaborar uma UEPS utilizando um website para ser utilizado como uma ferramenta de ensino, buscando torná-la acessível aos alunos para abordar os assuntos luz e princípios da óptica geométrica desde as ideias da Grécia Antiga até a física contemporânea. Para isso buscamos investigar a aprendizagem na implementação da UEPS sobre a Luz e contribuir para a implementação de conteúdos de física moderna e contemporânea no currículo de física na escola de educação básica. 4 2. Escolha do tema do produto e Fundamentação Teórica: 2.1 A PANDEMIA E O ENSINO REMOTO: Ao longo da história, especialmente, após o surgimento das cidades, as pandemias vez ou outra sempre se fizeram presentes na trajetória da humanidade. Nos últimos dois séculos, ocorreram diversas pandemias, dentre elas podemos citar exemplos no século XIX, como a da varíola, da tuberculose, cólera e sarampo. Já no século XX, ocorreram as pandemias de gripe espanhola, a tifo, tuberculose e a que perdura até os dias atuais que é a AIDS e continua afetando diversos países. No século XXI, a primeira pandemia foi a da influenza H1N1 e agora, a da COVID- 19. Entretanto, nenhuma das pandemias anteriores foi sequer parecida com a da Covid-19, quer em número de mortes ou de infectados ou até mesmo por impacto social e econômico que ocasionou. Além destes pontos, as consequências da Covid-19 foram enfrentadas por uma sociedade altamente globalizada e com amplo acesso à informação, ou seja, os acontecimentos, os fatos, as histórias são acessíveis e, praticamente, estão na palma da mão de qualquer pessoa através de seus smartphones. Este acesso e excesso de informações trouxe consigo uma espécie de quebra de paradigma durante o enfrentamento da nova doença, pois desde seu aparecimento, o mundo pôde acompanhar os primeiros casos de uma doença misteriosa, o isolamento realizado na China e o avanço da doença pelo mundo. Esta enfermidade contribuiu para uma espécie de nova revolução tecnológica, pois o isolamento social que foi imposto, levou diversos trabalhadores ao chamado Home Office e restringiu ao máximo as saídas para aquelas realmente necessárias. Para isso, foi necessário que muitos criassem um ambiente quer de trabalho ou estudo ou para outras atividades, em um curto espaço de tempo, ou seja, o mundo teve de se adaptar a uma nova realidade de modo rápido. Na área da educação, as escolas foram obrigadas a implementar o ensino a distância ou, como muitos denominaram, ensino remoto de maneira repentina e em muitos casos, com professores sem a devida preparação ou formação para esta modalidade de ensino. O que se viu na escola foi simplesmente a suspensão das aulas sem nenhuma perspectiva, pois muitos governantes acreditam que a pandemia iria 5 passar rápido. Estes acontecimentos na educação, certamente, trarão consequências por anos para os alunos e para a sociedade, pois, muito possivelmente, ocorrerá ainda mais a queda na qualidade do ensino e isso, certamente, levará muitos anos para ser reparado, ainda mais na rede pública. Os problemas que surgiram nesta nova modalidade de ensino: como ocorreria às aulas? Como avaliar estes alunos? Como atrair os alunos? Como evitar ou minimizar a evasão? Como resolver os problemas pedagógicos no pós-covid? Por conta disso, a ideia deste produto surge neste contexto de incertezas e com o intuito de através da confecção de uma Unidade de Ensino Potencialmente Significativa (UEPS) em um website, levar um material de ensino que seja potencialmente significativo a partir de novas realidade da tecnologia educacional. 2.2 O Tema Luz e Óptica Geométrica nos Documentos Oficiais A resolução 02/2012 do Conselho Nacional de Educação (CNE) da Câmara de Educação Básica (CEB) define no artigo 12 sobre o currículo do Ensino Médio: “Art. 12. O currículo do Ensino Médio deve: I - Garantir ações que promovam: a) a educação tecnológica básica, a compreensão do significado da ciência, das letras e das artes; b) o processo histórico de transformação da sociedade e da cultura; ... III - organizar os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação de tal forma que ao final do Ensino Médio o estudante demonstre: a) domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna.” (BRASIL, 2012). Os Orientadores Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN+) dividem os assuntos a serem trabalhados no ensino de física em 6 tópicos: 1. Movimentos: variações e conservações; 2. Calor, ambiente e usos de energia; 3. Som, imagem e informação; 4. Equipamentos elétricos e telecomunicações; 5. Matéria e radiação; 6. Universo, Terra e vida (pág. 71) 2. A temática luz e a Óptica Geométrica se relacionam com seguintes tópicos do PCN+: usos de energia (item 2), pois a luz é uma forma de energia; com imagem e informação (item 03); com o funcionamento de equipamentos elétricos e de 2 Disponível em http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/CienciasNatureza.pdf 6 comunicação (item 04); com matéria e radiação (item 05) porque a luz é uma forma de radiação e, com o universo e a vida (item 06). O Governo do Estado da Bahia através da Secretaria Estadual de Educação, desenvolveu os Orientadores Curriculares para o Ensino Médio (2015a) dividindo-os em orientações gerais para cada área do conhecimento: linguagem, ciências humanas, matemática e ciências da natureza. Este último dedicou-se ao ensino de química, física e biologia. O livro de Orientações Gerais (BAHIA, 2015a, p. 48), estabelece os eixos temáticos para o ensino de ciências da natureza, dentre este dois têm correlação com o tema deste trabalho: tecnologia e desenvolvimento sustentável e conhecimentos antigos: alicerce das ciências da natureza. As Orientações Curriculares da Educação no Estado da Bahia (BAHIA, 2015 b, p. 59 e 60) apresentam a Proposta Curricular para o ensino de Física. Dentre os temas apontados pode-se destacar os temas relacionados com este trabalho: Imagens, sons e informação: da óptica às ondas; da lupa ao computador, eletrostática, eletrodinâmica e eletromagnetismo: dos seus fundamentos em elementos, dispositivos e circuitos elementares às conversões de energia nos aparelhos elétricos; tecnologias eletromagnéticase seus usos no cotidiano doméstico. Telecomunicações, informações e ondas eletromagnéticas: a veiculação de informações por ondas eletromagnéticas; princípio de funcionamento dos principais equipamentos de comunicação com base na propagação de ondas eletromagnéticas (rádio, TV, telefonia convencional e celular, fibras ópticas). Matéria e radiação: a energia nuclear e suas aplicações. Os limites de uso da energia nuclear. Universo, terra e vida: a busca por teorias cosmológicas desde a antiguidade. as dimensões do universo e as tecnologias advindas dos estudos espaciais. A Física Quântica. Os Orientadores Curriculares para O Ensino Médio de Ciências da Natureza do Estado da Bahia (BAHIA, 2015, p. 45) colocam como habilidades desejadas no ensino imagem, som e informação: “Identificar os diversos fenômenos luminosos diferenciando fontes luminosas, objetos iluminados e imagens, permitindo a compreensão da natureza da luz e a construção de instrumentos ópticos. Identificar e compreender os fenômenos da óptica geométrica” 7 Com relação ao ensino de matéria e radiação os Orientadores afirmam que a habilidade desejada é avaliar os riscos e benefícios decorrentes da utilização das diferentes radiações. Com relação a competências afirma o OC - BA: Identificar diferentes tipos de radiações presentes na vida cotidiana reconhecendo sua sistematização no espectro eletromagnético (das ondas de rádio aos raios gama) e sua utilização através das tecnologias a elas associadas (radar, rádio, forno de micro-onda, tomografia etc.). Compreender os processos de interação das radiações com meios materiais para explicar os fenômenos envolvidos em radiografias, fotocélulas, emissão e transmissão de luz etc. Compreender o diagnóstico por imagem baseada nas radiações eletromagnéticas (radiografia, tomografia, ressonância etc.). (BAHIA, 2015, p. 59) A Base Nacional Comum Curricular – BNCC vai trazer o tema luz na educação básica em três instantes específicos: (1) na 3ª série do fundamental, anos iniciais, na temática matéria e energia trabalhando o efeito da luz nos materiais;(2) no 9º ano do fundamental maior na temática matéria e energia trabalhando Radiações e suas aplicações na saúde e (3) no ensino médio na competência específica 1 na habilidade a qual cita: (EM13CNT103) Utilizar o conhecimento sobre as radiações e suas origens para avaliar as potencialidades e os riscos de sua aplicação em equipamentos de uso cotidiano, na saúde, no ambiente, na indústria, na agricultura e na geração de energia elétrica. (BNCC, 2018, p. 555) Portanto, para o ensino de física o tema Luz tem uma importância fundamental, transpassando entre diversos conteúdos a serem abordados durante todos os níveis da educação básica e na relação com a formação cidadã do indivíduo. 2.3 A Teoria de Aprendizagem Significativa de Ausubel O ensino mecanicista afasta os discentes? Com certeza é uma pergunta que todos nós professores sempre fazemos, porém, uma realidade nos pareceu bem flagrante nesses últimos anos, o processo de ensino e aprendizagem necessita se aproximar das tecnologias e da sociedade. Talvez essa característica de distanciamento do ensino e da escola possam explicar algumas características que visualizamos na ausência de engajamento dos alunos no ambiente da sala de aula e, por conseguinte, pela busca por uma aprendizagem que seja significativa, na resolução de problemas próximos da realidade deles e que os leve a pensar, aprender e compreender o problema. 8 A dinâmica do Ensino “tradicional” é muito conhecida e difundida tendo papéis e atividades bem definidas, sobre isso explica Moreira: Na escola, seja ela fundamental, média ou superior, os professores apresentam aos alunos conhecimentos que eles supostamente devem saber. Os alunos copiam tais conhecimentos como se fossem informações a serem memorizadas, reproduzidas nas avaliações e esquecidas logo após. Esta é a forma clássica de ensinar e aprender, baseada na narrativa do professor e na aprendizagem mecânica do aluno. (MOREIRA, 2011, p.2). Este tipo de ensino, no qual se valoriza a chamada “matematização” do conteúdo da física e a memorização e aplicação de fórmulas, deixando de lado o conhecimento prévio sobre física no cotidiano do aluno, não favorecendo o processo de ensino e aprendizagem, priorizando as avaliações, próximas ou distantes, acima de qualquer outra coisa. Sobre isso afirma Ribeiro (2022) A nossa realidade demonstra que os processos de ensino e estão voltados para os sistemas de avaliação, como os vestibulares, o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e as provas de diagnósticos para ranqueamento de alunos e escolas. Processos de ensino conduzidos dessa forma podam a criatividade dos alunos, pois neles o interesse é a classificação e o controle de alunos e escolas; além disso, dão margem para a produção de materiais didáticos não significativos para os alunos. (RIBEIRO, 2022, p.08). O foco desta metodologia tradicional é a resolução de questões e avaliações escolares, quer sejam provas ou testes, as provas do ENEM ou exames nacionais de avaliações como SAEB. Ela também retrata um ensino hierarquizado e centrado no professor. Ausubel (2003) descreve as características da aprendizagem mecânica: 1. Uso prematuro de técnicas verbais puras com alunos imaturos em termos cognitivos. 2. Apresentação arbitrária de fatos não relacionados sem quaisquer princípios de organização ou de explicação. 3. Não integração de novas tarefas de aprendizagem com materiais anteriormente apresentados. 4. Utilização de procedimentos de avaliação que avaliam somente a capacidade de se reconhecerem fatos discretos, ou de se reproduzirem ideias pelas mesmas palavras ou no contexto idêntico ao encontrado originalmente. (AUSUBEL, 2003, p. 07). Para Moreira (1999, p. 153), o ensino tradicional, o qual ele também descreve como aprendizagem mecânica, é a aprendizagem de novas informações com pouca ou nenhuma interação com conceitos relevantes existentes na estrutura cognitiva. A consequência disso é que estes conhecimentos tendem a serem perdidos com maior facilidade, pois não há um significado para o aprendiz, o foco é imediato e, por muitas vezes, uma avaliação que está próxima e, depois de um tempo, este conhecimento é perdido. 9 Um exemplo disso é um aluno que quando estuda um novo assunto de Física questiona ao professor onde irá utilizar aquilo. Quantos alunos não se perguntaram para que aprender os princípios da óptica geométrica? Onde eles poderão aplicar aqueles conceitos em seu cotidiano? Qual a sua utilidade? Em síntese, a matéria ensinada está distante do aluno e isso acaba afastando-o de novos conhecimentos. Präss (2012, p. 28) afirma que a Teoria de Ausubel está alicerçada em quatro conceitos base: (1) estrutura cognitiva que é o conteúdo total e organizado de cada indivíduo; (2) a aprendizagem que consiste na “ampliação” dessa estrutura cognitiva; (3) Aprendizagem Significativa acontece quando novas ideias vão se relacionando de forma não arbitraria e substantiva com as ideias já existentes e (4) a Aprendizagem Mecânica , quando as novas ideias não se relacionam de forma lógica e clara com nenhuma ideia já existente na estrutura cognitiva do sujeito, mas são “decoradas”. A Teoria da Aprendizagem Significativa, que foi desenvolvida por David Ausubel, está focando na aprendizagem cognitiva. A aprendizagem requer uma organização ou reorganização com uma interação do material com o indivíduo preexistentes. Este novo conhecimento ou aprendizagem está ancorada na assimilação do conhecimento de uma nova informação através da utilização do conhecimento prévio do estudante, ou seja, deve existir a interação entre o conhecimento preexistente, o qual Ausubel (2003) denominou de subsunçor, e a nova informação que está sendo aprendido. Isso é essencial para a aprendizagem, pois ampliao significado do conhecimento anterior do aluno, evidenciando que o conhecimento científico se desenvolve a partir da análise de conhecimentos prévios. Neste sentido escreve Moreira, A atenção de Ausubel está constantemente voltada para a aprendizagem, tal como ocorre em sala de aula, no dia a dia da grande maioria das escolas. Para ele, o fator isolado que mais influencia a aprendizagem é aquilo que o aluno já sabe (cabe ao professor identificar isso é ensinar de acordo). Novas ideias e informações podem ser aprendidas e retidas, na medida em que conceitos relevantes e inclusivos estejam, adequadamente claros e disponíveis na estrutura cognitiva do indivíduo e funcionem, dessa forma, como ponto de ancoragem às novas ideias e conceitos. (MOREIRA, 1999, p. 152). Estes pontos de ancoragem ou subsunçores são conceitos ou proposições relevantes que já exista ou existam na estrutura cognitiva do aprendiz, seria como uma espécie de alicerce de uma construção, sobre os quais são acrescentados novos elementos, que neste caso são novos conhecimentos. 10 Para Ausubel (2003), há dois critérios necessários para que ocorra a Aprendizagem Significativa O primeiro – capacidade de relação não arbitrária e não literal para com ideias particulares relevantes na estrutura cognitiva do aprendiz, nas várias formas potencialmente relacionais acima especificadas – é uma propriedade do próprio material e depende do fato de ser ou não plausível ou sensível (não arbitrário) e logicamente relacional com qualquer estrutura cognitiva apropriada. O segundo importante critério que determina se o material de aprendizagem é ou não potencialmente significativo – a capacidade de relação com a estrutura cognitiva particular de um aprendiz em particular – é mais propriamente uma característica do aprendiz do que do material per se. Em termos fenomenológicos, a significação é uma questão individual. (AUSUBEL, 2003, p. 58). Portanto, os requisitos para que ocorra a aprendizagem significativa são a existência de subsunçores, ou seja, conhecimentos prévios, a existência de material potencialmente significativo e predisposição dos alunos em aprender. Para Ausubel (2003), a aprendizagem significativa ocorre de fato, quando o novo material seja simplesmente relacional com as ideias relevantes, no sentido hipotético e abstrato do termo (ou com as estruturas cognitivas de alguns aprendizes). Isso significa que, o que se deve buscar nos processos de ensino e aprendizagem é que o estudante consiga reter o conhecimento na memória de longo prazo e que possa utilizar ou dar significado ao que aprende, não por memorização que é rapidamente perdido, como expõe Novak: A aprendizagem altamente significativa, que inclui a resolução de problemas invulgares e a criatividade, só é possível nos domínios do conhecimento em que o formando tem conhecimentos anteriores consideráveis e bem- organizados. O pensamento prático e o ensaio também contribuem. A dependência da aprendizagem significativa na adequação dos conhecimentos anteriores relevantes é quer uma bênção, quer uma maldição. Quanto mais se aprenderem e organizarem os conhecimentos de uma determinada área, mais fácil se torna adquirir e utilizar novos conhecimentos nessa área. (NOVAK, 2000, p. 22) Moreira (1997) afirma que para Ausubel a manipulação da estrutura cognitiva acontece de duas formas: 1. Substantivamente, com propósitos organizacionais e integrativos, usando os conceitos e proposições unificadores do conteúdo da matéria de ensino que têm maior poder explanatório, inclusividade, generalidade e relacionabilidade nesse conteúdo. 2. Programaticamente, empregando princípios programáticos para ordenar sequencialmente a matéria de ensino, respeitando sua organização e lógica internas e planejando a realização de atividades práticas. (MOREIRA, 1997, p. 40) 11 O substantivamente refere-se a estrutura cognitiva e ao conteúdo que pode ser manipulado e para isso, é necessária atenção especial para identificar conceitos, ideias, procedimentos básicos e deve concentrar-se nestes o esforço instrucional para obter uma aprendizagem significativa. Assim, para Präss (2012, p. 32) a facilitação pedagógica consiste na manipulação da estrutura cognitiva para favorecer a aprendizagem significativa deve acontecer de modo denotativo, ou seja, que não dependem da interpretação particular do indivíduo e forma conotativa, aquele que o indivíduo constrói de maneira particular, agregando suas emoções e sentimentos relativos aquele conceito/ideia específico. Por isso, Ausubel (2003) propõe que na aprendizagem significativa os aprendizes manifestem um mecanismo de aprendizagem que seja significativo (ou seja, uma disposição para relacionarem o novo material a ser apreendido, de forma não arbitrária e não literal, à própria estrutura de conhecimentos) e que o material que apreendem seja potencialmente significativo para eles, nomeadamente relacional com as estruturas de conhecimento particulares, numa base não arbitrária e não literal (AUSUBEL, 2003). Dessa forma, buscando um processo que os resultados da aprendizagem podem ser significativos, ou seja, um material que seja relacional, não arbitrária e não literal, com qualquer estrutura cognitiva hipotética na mesma área de matérias, bem como com a estrutura cognitiva idiossincrática particular do aprendiz, Moreira (2011) propõe a Unidade de Ensino Potencialmente Significativa. 2.4. Unidade de Ensino Potencialmente Significativa A Unidade de Ensino Potencialmente Significativa consiste em uma unidade de ensino na qual o professor tem como objetivo, a partir dos princípios da Teoria da aprendizagem de David Paul Ausubel (2003), atingir aprendizagem significativa, ou seja, como expõe Ribeiro (2022): No desenvolvimento de uma UEPS busca-se um material de ensino não aleatório, plausível e sensível ao conhecimento prévio que o aluno tem, oportunizando situações nas quais ele seja capaz de aprender. A unidade de ensino está inserida em um processo de ensino ativo. (RIBEIRO, 2022, p. 8) Ribeiro (2022) explica que o foco na construção de uma UEPS deve ser o aluno e não o conteúdo, segundo o autor: 12 Isso significa ainda que a construção de uma UEPS deve também levar em conta fatores particulares individuais dos alunos, como a idade, a vivência cultural, o nível de cognição e a capacidade que eles individualmente demonstram na utilização do conhecimento prévio relevante na sua estrutura cognitiva em relação ao novo conhecimento a ser adquirido (RIBEIRO, 2022, p. 8) Entretanto, diferente do que se possa pensar, a sequência de ensino não foi desenvolvida por David Ausubel e sim, pelo professor Marco Antônio Moreira em 2011. Sobre as formas ou ferramentas que podem ser utilizadas para obter uma aprendizagem significativa expõe De Souza: Buscando formas de efetivar esse processo cognitivo em práticas concretas de ensino, Novak (2010) descreve como elemento fundamental o desenvolvimento de recursos facilitadores e materiais potencialmente significativos. Dentre estes, podemos citar os Mapas Conceituais (NOVAK; CANÃS, 2010), Vê Epistemológico (GOWIN; ALVAREZ, 2005) e as Unidade de Ensino Potencialmente Significativas (UEPS). (DE SOUZA, 2019, p. 155). Para a construção de uma UEPS os princípios da Teoria da Aprendizagem devem ser obedecidos e alguns passos que, segundo Moreira (2011, p. 45-46), representam a tentativa de um caminho lógico que venha a potencializar a aprendizagem significativa, da seguinte forma: 1°) definição do tema a ser trabalhado na UEPS, identificando aspectos procedimentais, tais como os aceitos no contexto da disciplina; 2°) criação e/ou proposição de situações que possam oportunizar a identificação dos conhecimentos prévios relevantes da estrutura cognitiva dos alunos, tópico esse importante para obtenção de uma aprendizagem significativa, uma vez que esseconhecimento servirá para iniciar o processo de ensino; 3º) levando-se em conta o conhecimento prévio relevante identificado anteriormente, propor situações-problema que tenham o potencial de preparar o terreno para a introdução do material de ensino sobre o tema escolhido. Pode-se fazer uso dos organizadores prévios, que são materiais introdutórios, que possuem um nível de abstração, generalidade e inclusividade maior que a sequência didática, eles serão introduzidos anteriormente à tarefa de aprendizagem de forma a serem utilizados com a finalidade de buscar clareza, estabilidade ou a capacidade de discriminar o conhecimento prévio relevante ancorado na estrutura cognitiva do aluno. Esses organizadores vão servir de ideias iniciais ou provisórias, cujo objetivo é favorecer o surgimento de conhecimentos prévios relevantes que possam interagir com o novo conhecimento. Os organizadores podem ocorrer de diversas formas, como: uma situação-problema, uma TIC, um vídeo, uma experimentação, uma demonstração, atividades lúdicas, enfim, como instrumentos que possam despertar no aluno disposição para aprender. 4°) apresentação do conhecimento a ser ensinado/aprendido, levando em consideração a diferenciação progressiva, ou seja, a partir de aspectos mais gerais do conteúdo à aspectos mais específicos 5°) retomada de aspectos mais gerais sobre o tema, de forma a proporcionar o conhecimento em maior nível de complexidade, colocando novos exemplos e destacando semelhanças e diferenças em relação à primeira apresentação; 6º) conclusão da unidade, retomando as características mais relevantes do conteúdo em questão e buscando a reconciliação integrativa; 13 7°) por último, realização de avaliação da aprendizagem que foi apropriada através da UEPS. (RIBEIRO e SOUZA, 2015, p. 63). Vale salientar que o material de ensino deve ser considerado potencialmente significativo quando for capaz de transmitir, dialogar com o estudante apropriadamente e de modo relevante com o subsunçor (conhecimento prévio do aluno). Para isso, é necessário que este material tenha significado lógico, ou seja, deve ser capaz de relacionar a estrutura cognitiva apropriada e relevante. Outro requisito é que o aluno tenha em sua estrutura cognitiva ideias-âncoras que possa ligar com o novo assunto a ser aprendido. O material que pode ser uma aula, uma estratégia, um livro ou outro material diversos, deve estar habilitado para conversar com o aprendiz e ao fazer isso, pode se dizer que este seja potencialmente significativo, ou seja, quem atribui o valor ao material depende da capacidade de atrair o sujeito. Para Moreira, É importante enfatizar aqui que o material só pode ser potencialmente significativo, não significativo: não existe livro significativo, nem aula significativa, nem problema significativo, ..., pois o significativo está nas pessoas, não nos materiais. (MOREIRA, 2012, p. 8) Assim, podemos concluir que a potencialidade da UEPS se ancora no fato de permitir uma aprendizagem que seja potencialmente significativa, a partir da utilização de uma diversidade de estratégias de ensino e a participação ativa do aluno. 14 3. Introdução a princípios da óptica geométrica 3.1. Desenvolvimento Histórico: A luz sempre despertou a curiosidade humana, o que fez ela estar representada em diversas civilizações através de suas religiões ao longo da história. Com o judaísmo/cristianismo não foi diferente, ela aparece no primeiro livro, Gênesis, explicando como surgiu, no seu primeiro capítulo: 1 No princípio criou Deus o céu e a terra. 2 E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. 3 E disse Deus: Haja luz; e houve luz. 4 E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas. 5 E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro. (Bíblia Sagrada, Gênesis 1:1-5) Durante um longo período, a humanidade tentou explicar o que era luz e até mesmo, como se dava o processo da visão. As primeiras ideias que tiveram maior destaque foram as ideias que surgiram na Grécia Antiga, que é considerada o berço da sabedoria. Na Grécia Antiga existiam diversas explicações de como ocorria a visão humana para os gregos. Demócrito, que era atomista, acreditava que os objetos emitem uma espécie de partícula (átomo) que eram percebidas pelo olho e gera a visão, Já Platão que o olho emitia uma espécie de fluxo (Raio) que colidiram com os objetos que então era visualizado que era semelhante a voz humana. Empédocles acreditava que o olho era constituído de fogo no seu interior e no seu exterior água, terra e ar. Já Salvetti (2008, p. 18 e 19), abordando sobre o mesmo tema, traduz que Pitágoras acreditava que cada objeto tinha um fluxo de partículas que atingiam os olhos e que a luz consistia em raio em linha reta que saiam do olho e tateavam o objeto enquanto Euclides, influenciado com as ideias de Platão, conseguiu explicar a lei de reflexão e a propriedade dos espelhos. Este filósofo afirmava que os raios de luz viajam em linha reta e que a velocidade da luz era muito alta. Entretanto, existia uma exceção ao pensamento de que a visão era como uma espécie de fogo que partia dos olhos, como explica Salvetti (2008, p. 19). Aristóteles 15 acreditavam a luz seria coisa material que se baseia num meio transparente como receptáculo, um veículo da cor e que os objetos eram revelados pelo fogo. Conforme explica Salvetti (2008), sobre os filósofos gregos e o entendimento sobre a atual luz, que o entendimento de Pitágoras e Demócrito guarda mais similaridade ao modelo corpuscular, enquanto a teoria de Aristóteles se aproxima mais do modelo ondulatório (SALVETTI, 2008, p. 20). Com o fim da civilização da Antiga Grécia, do domínio Romano e o avanço do Cristianismo como religião ocidental, o que ocorreu foi uma espécie de estagnação pela busca do conhecimento até então existente até a Renascença. As ideias em torno do que seria a luz foi evoluindo com as ideias de Nicolau Copérnico, Galileu Galilei, Johannes Kepler e Isaac Newton, passando por diversos outros autores como René Descartes, Robert Hooke e Thomas Young (ROONEY, (2013, p. 53-57). Neste período se destacaram duas linhas de pensamento, uma defendida por Isaac Newton que defendia que a luz se comportava como um corpúsculo e a ondulatória que se destaca o trabalho inicial de Christian Huygens. Apesar da diferença das duas teorias quanto a natureza da luz, ambas tinham natureza mecanicista, ou seja, para Huygens a luz precisava de um meio para se propagar, este meio era o éter, sobre isso afirma da Silva: Huygens concebia a luz na forma de uma perturbação mecânica que se propagava através de forças de contato entre corpúsculos. Em sua obra, como não poderia deixar de ser, não aparece qualquer referência `a ideia de ação a distância, de campo eletromagnético e outros conceitos mais recentes, desenvolvidos nos séculos que lhe seguiram. Curiosamente, não menciona nem mesmo algumas características mais elementares, como amplitude de vibração, frequência, período ou comprimento de onda. Ignorar esses aspectos pode induzir a atribuição, a um autor do Século XVII, de uma interpretação contemporânea da natureza (SILVA, 2007). A Teoria Corpuscular, apesar de ser muita antiga e ter sua origem na Grécia Antiga, foi erroneamente atribuída a Newton enquanto a Teoria ondulatória se atribui a Huygens, como apresenta Moysés: Os fenômenos da óptica geométrica são compatíveis com a Teoria Corpuscular da Luz da qual se costuma (erroneamente) citar Newton como principal partidário. A teoria rival, a teoria ondulatória da luz, teve sua primeira grande contribuição no “Tratado sobre a Luz” de Christian Huygens, publicada em 1690, onde se encontra formulado o Princípio de Huygens, que desempenhaum papel no tratamento da propagação da onda.” (MOYSÉS, 1998, p.1). 16 A principal diferença da Teoria Ondulatória criada por Huygens da atual era que a dele tinha um comportamento de uma onda mecânica, ou seja, precisava de meio para se propagar e este meio era Éter enquanto a atual é de que é uma onda eletromagnética e, portanto, não precisa de um meio para se propagar. Esta pode se propagar no vácuo, como no caso da Luz. No início do século passado, com o avanço da Física e o surgimento de um novo campo de estudo denominado Física Moderna, pôs fim à disputa quanto à natureza da luz. Descobriu-se que a luz se comporta tanto como um corpúsculo quanto onda, porém, nunca apresenta os dois comportamentos simultâneos, ou um ou o outro a depender do experimento. 3.2. A Luz no Século XIX: No início dos anos 1800, acreditava-se que a luz era uma onda similar ao som que tinha um meio de propagação no espaço que era denominado de éter. A partir de 1856, os trabalhos James Clark Maxwell conseguiram unir a eletricidade, o magnetismo e óptica e, para isso, ele unificou trabalhos nestas áreas: as leis de Ampère, a lei de Gauss e a lei de indução de Faraday, auxiliando na composição teórica e desenvolvendo assim o eletromagnetismo. A tabela 1 apresenta as principais equações do eletromagnetismo (Lei de Gauss, indução de Faraday e de Ampere) na forma integral. Tabela 1: Equações das ondas eletromagnéticas. Lei Equações integrais Equações Lei de Gauss ∮ �⃗� ⋅ 𝑑𝑆⃗⃗⃗⃗ = 𝑞 𝜀0 �⃗� ⋅ �⃗� = 𝜌 𝜀0 Lei de Gauss para magnetismo ∮ �⃗� ⋅ 𝑑𝑆⃗⃗⃗⃗ = 0 �⃗� ⋅ �⃗� = 0 Lei de Faraday de indução ∮ �⃗� ⋅ 𝑑𝑟⃗⃗⃗⃗ = −𝑑∅𝐵 𝑑𝑡 �⃗� 𝑥�⃗� = 𝜕�⃗� 𝜕𝑡 Lei de Ampére ∮ �⃗� ⋅ 𝑑𝑟⃗⃗⃗⃗ = µ0ⅈ + µ0𝜀0 𝑑∅ 𝑑𝑡 �⃗� 𝑥�⃗� = µ0𝐽 + µ0𝜀0 𝜕�⃗� 𝜕𝑡 17 Fonte: Lei de Maxwell baseada no material de aula da professora Carola Dobrigkeit Chinellato e a forma de apresentação no Wikipédia. A unificação das leis descritas da tabela 1, realizadas por Maxwell foi uma grande revolução no modelo existente até então e que permanece. Atualmente, é impossível pensar a sociedade sem as ondas eletromagnéticas, ou seja, elas são a base da vida moderna. Essas ondas foram essenciais no desenvolvimento tecnológico que aconteceu após a II guerra mundial, período que muitos chamam de pós-modernidade, mas elas foram descobertas no final de XIX. As ondas eletromagnéticas, por exemplo, estão presentes em quase tudo que nos cerca, desde o micro-ondas, aparelhos de TV, computadores, internet, medicina, na indústria e até mesmo os modernos smartphones. Citando Halliday (2016): Estamos imersos em ondas eletromagnéticas pertencentes a esse espectro. O Sol, cujas radiações definem o meio ambiente no qual nós, como espécie, evoluímos e nos adaptamos, é a fonte predominante. Nossos corpos são também atravessados por sinais de rádio, televisão e telefonia celular. Micro- ondas de aparelhos de radar podem chegar até nós. Temos também as ondas eletromagnéticas provenientes das lâmpadas, dos motores quentes dos automóveis, das máquinas de raios X, dos relâmpagos e dos elementos radioativos existentes no solo. Além disso, somos banhados pelas radiações das estrelas e de outros corpos de nossa galáxia e de outras galáxias. As ondas eletromagnéticas também viajam no sentido oposto. Os sinais de televisão, produzidos na Terra desde 1950, já levaram notícias a nosso respeito (juntamente com episódios de I Love Lucy, embora com intensidade muito baixa) a qualquer civilização tecnicamente sofisticada que porventura habite um planeta em órbita de uma das 400 estrelas mais próximas da Terra (HALLIDAY, 2016, p.3). Mas a evolução da descoberta não acontece de uma forma abrupta, como pode transparecer. Maxwell só foi responsável pelo “pontapé” inicial, pois ele morreu pouco depois, aos 46 anos, colocando um fim a um trabalho promissor. Entretanto, ele foi capaz de comprovar matematicamente a existência das ondas de rádio. Coube a Heinrich Hertz comprovar experimentalmente a existência da onda de rádio, pois até então eram conhecidas/comprovadas somente a luz, o infravermelho e o ultravioleta. Na época de Maxwell (meados do século XIX), a luz visível e os raios infravermelho e ultravioleta eram as únicas ondas eletromagnéticas conhecidas. Inspirado pelas previsões teóricas de Maxwell, Heinrich Hertz descobriu o que hoje chamamos de ondas de rádio e observou que essas ondas se propagam à mesma velocidade que a luz visível. (HALLIDAY, 2016) 18 O experimento consistia na geração de uma corrente elétrica de alta tensão entre duas extremidades que estão separadas por uma pequena distância, gerando uma faísca no espaço existente. Esta faísca resulta na radiação de ondas eletromagnética que se propaga no ar, criando uma faísca no círculo que está a cerca de 1 m de distância, conforme a Figura 5. Figura 1: Experimento de Hertz- Descoberta das ondas de rádio. Fonte: disponível em https://mgmdenia.files.wordpress.com/2017/03/experimento_hertz.jpeg Como poderia explicar a faísca no círculo com uma pequena fenda? Somente com a propagação da onda eletromagnética, mais precisamente, as ondas de rádio, confirmando assim a previsão de Maxwell. Isso também comprova que a onda eletromagnética é composta pelo campo magnético e pelo campo elétrico, ambos são variáveis e perpendicular entre si, e, também é perpendicular ao deslocamento, que ocorre sobre o eixo x, como pode ser visualizado na Figura 2: Figura 2: Onda eletromagnética. 19 Imagem disponível em www.researchgate.net/figure/Figura-1-Onda-eletromagnetica-se-propagando- na-direcao-do-eixo-dos-x_fig1_313265825 Na Figura 2, o Campo Elétrico oscila paralelo ao eixo y e o campo magnético oscila paralelo ao eixo z e o propagação P no sentido positivo de x, ao longo de um período t, obedecendo a função: E y= E m sen (kx – wt) e B z= B m sen (kx – wt) Onde: k é número de ondas e w é a frequência angular. Sendo B m e E m são a amplitude dos vetores E y e B z. O campo elétrico é gerado pelo campo magnético e vice-versa, ou seja, um existe a partir do outro sendo, portanto, interdependentes. Dessa forma, as ondas eletromagnéticas não se restringem a luz visível, a raios ultravioletas, infravermelhos ou as ondas de rádio. Há grupo ou conjunto formado por todas as frequências eletromagnéticas que recebe o nome de espectro eletromagnético. A luz é pequena parte do espectro eletromagnético, como pode ser visualizada na Figura 3: Figura 3: Espectro eletromagnético. 20 Imagem disponível em https://www.infoescola.com/fisica/espectro-eletromagnetico/ Como se percebe na Figura 03, a luz visível é uma pequena parte do espectro eletromagnético que varia de 400 nm a 700 nm de comprimento. As ondas eletromagnéticas se deslocam na velocidade da luz no vácuo, independente da sua frequência ou comprimento da onda. Este valor sofre variação de acordo com o meio em que as ondas eletromagnéticas se propagam. A velocidade da luz é representada pela c que é a primeira letra ou uma espécie de abreviatura da palavra celeritas que significa velocidade ou rapidez em latim. A fórmula utilizada para calcular a velocidade (v) de propagação da onda eletromagnética é: 𝑣 = 𝜆 ⋅ 𝑓 ou 𝑣 = 𝜆 ⋅ 1 𝑇 ou ainda, 𝑣 = 𝜔 𝑘 = 𝜆 ⋅ 𝑓 Onde: T é período (quantidade de tempo gasto para dar uma volta somente); f é frequência (quantidade de voltas dadas por segundo); 𝜆 é o comprimento ou tamanho da onda. Além deste, há outras fórmulas básicas: 21 Frequência: 𝑓 = 1 𝑇 Número de Onda: 𝑘 = 2𝛱 𝜆 Frequência angular: 𝜔 = 2𝜋 ⋅ 𝑓 Como pode ser observado, a frequência e o comprimento da onda são inversamente proporcionais, ou seja, quando a frequência aumenta, o comprimento de luz diminui e vice-versa, de modo que o produto ou a multiplicação dafrequência (f) e do comprimento de onda (λ) seja igual a velocidade da luz (c). 3.3. Princípios da Propagação Retilínea: Em um meio homogêneo, como o ar em uma sala ou o vácuo existente no espaço interestelar, a luz se propaga como um comportamento similar a várias linhas retas em diversas direções. Isso pode ser facilmente observado, como explica Nussenzveig (2002), se pensar numa fonte de luz puntiforme, ou seja, com dimensões desprezíveis em confronto com as demais dimensões que entram na observação, como um orifício muito pequeno iluminado do anteparo. Na Figura 4 é possível visualizar o princípio da propagação retilínea da luz. Por conta desta lei que surge a sombra (área com ausência da luz, também conhecido como sombra) e penumbra (ausência parcial da luz é o meio termo entre a sombra e o iluminado). Figura 4: Propagação retilínea da luz. Fonte: disponível em Nussenzveig (2002, p. 3). Outro exemplo desta propagação ocorre na câmara escura, como pode ser observado na Figura 5. 22 Figura 5: Câmara escura ou de orifício. Fonte: disponível em https://brasilescola.uol.com.br/fisica/camara-escura-orificio.htm Em ambos os casos, o orifício é extremamente pequeno, ou seja, tende a zero. No exemplo o autor Nussenzveig (2002) apresenta como um “orifício de alfinete”. Neste exemplo é possível ser explicado somente pela teoria corpuscular e não como um fenômeno ondulatório, pois uma onda sonora, por exemplo, não se propaga desta mesma maneira. Este princípio também explica o fenômeno do eclipse solar e lunar. Este fenômeno acontece quando um corpo entra ou passa pela sombra gerada pelo outro (lua ou Sol) e, para isso, a fonte de luz precisa ser grande, ou seja, um corpo extenso em que seu tamanho faz diferença na solução do problema. Conforme explica Oliveira Filho (2017), o eclipse lunar é mais comum que o Solar por diversos fatores: o Lunar quando acontece, pode ser visualizado por todo o planeta e tem uma duração de não superior a 100 min. O solar tem duração máxima de 7,5 min e pode ser visto na totalidade em uma área muito pequena do planeta em sua totalidade 270 km de largura e parcialmente, numa área de 3.000 km aproximadamente. Nas figuras 6 e 7 estão apresentadas as representações dos eclipses solares e lunares, respectivamente. Figura 6: Eclipse Solar: 23 Fonte: Disponível em Oliveira Junior (2017). Figura 7: Eclipse lunar: Fonte: Disponível em Oliveira Junior (2017). Na figura 11 é possível visualizar que o eclipse lunar só acontece no ponto central (3) da órbita da Lua e que nos outros dois pontos (2 e 4) acontece o eclipse lunar parcial ou penumbra que não é de fácil visualização, pois não há alteração no brilho da Lua. Nos pontos 1 e 2 não há eclipse. A velocidade da lua é de 3.682 km/h e pode levar 150 min no total e a fase total dura no máximo 100 min. Como explica Oliveira Filho (2017), quando é possível ocorrer um eclipse lunar: Para ocorrer um eclipse, a Lua, além de estar na fase Nova ou Cheia, precisa estar no plano da eclíptica, ou seja, precisa estar em um dos nodos ou próxima a ele. Como o sistema Terra-Lua orbita o Sol, aproximadamente duas vezes por ano a linha dos nodos está alinhada com o Sol e a Terra. Estas são as temporadas dos eclipses, quando os eclipses podem ocorrer. Quando a Lua passa pelo nodo durante a temporada de eclipses, ocorre um eclipse. Como a órbita da Lua gradualmente gira sobre seu eixo, com um período de 18,6 anos de regressão dos nodos, as temporadas ocorrem a cada 173 dias, e não exatamente a cada meio ano. (OLIVEIRA FILHO, 2017). Como já exposto, este fenômeno só é possível devido ao movimento de rotação da Terra e da Lua e, especificamente, a propagação retilínea da luz que neste caso é proveniente do Sol. 3.4. Velocidade da Luz A luz se propaga com a maior velocidade que se conhece, nada é mais rápido do que a luz, que tem a velocidade de 299.792.458 m/s ou aproximadamente 300.000 24 km/s no vácuo. Este valor sofre variação de acordo com o meio em que ela se propaga. A velocidade da luz é representada pela c que é a primeira letra ou uma espécie de abreviatura da palavra celeritas que significa velocidade ou rapidez em latim. Diferente do que se possa pensar, o ano-luz não é velocidade e sim, unidade de distância e, neste caso, corresponde a distância percorrida em 1 ano pela luz. Para obter este número é possível através do cálculo de quantos segundos tem um ano, ou seja, multiplica-se 365 dias vezes por 24 horas, depois por 60 minutos e em seguida 60 segundos. Agora, sabendo-se o ano em segundos basta multiplicar pela velocidade da luz 300.000 km/s e obtém-se a distância percorrida pela luz em um ano: 9.461.000.000.000 km ou 9,461 x 1012 km. 3.5. Fontes de luz: As fontes de luz são corpos onde se percebe a presença da luz que própria ou oriunda de outros corpos. As fontes primárias, também conhecidas como corpos luminosos, são corpos que têm a capacidade de gerarem a sua luz como uma vela ou uma estrela (Sol) ou lâmpada ou uma fogueira. A Figura 8 é uma imagem do nascer do Sol que demonstra que evidencia que ele tem luz própria. Figura 8: Nascer do Sol, exemplo de fonte primária Fonte: disponível em https://www.tripadvisor.com.br/LocationPhotoDirectLink-g303518-d4056763- i221694939-Pium_Beach-Natal_State_of_Rio_Grande_do_Norte.html 25 As fontes secundárias, também conhecidas como corpos iluminados, não têm a capacidade de produzir a sua luz e sim, refletir a luz proveniente das fontes primárias, funcionando como uma espécie de espelho. Exemplos de fontes secundárias são o espelho e a Lua (figura 9). Figura 9: “luz” da Lua, exemplo de fonte secundária Fonte: disponível em https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2019/12/13/lua-cheia-desta-sexta- feira-13-e-a-ultima-da-decada-veja-fotos-no-df.ghtml Com relação ao tamanho da fonte de luz, ela pode ser classificada como ou corpo extenso (grande) ou puntiforme (pontual). A distância tem um papel fundamental com relação à percepção da distância. Quanto ao tipo de luz que pode ser gerada pela fonte primária, esta pode ser dividida em monocromática (simples) ou policromática (composta). A luz monocromática, ou seja, de cor única, se diferenciam entre si pela frequência (oscilações) da onda enquanto a luz policromática é a composição de todas as cores do espectro. 3.6. Reflexão e Refração Luminosa A partir da análise da figura 10, percebe-se que há um raio de luz que incide sobre uma superfície. Parte dele sai do meio 1 e adentra para o meio 2, este fenômeno é chamado de refração. Outra parte, atinge o meio 2 e volta, ou seja, não adentra no meio 2 e continua no meio 1. Este último fenômeno dá-se o nome de refração. Figura 10: Raio de luz – reflexão e refração. 26 Fonte: disponível em https://www.preparaenem.com/fisica/reflexao-e-refracao-da-luz.htm Reflexão sobre uma superfície qualquer pode ou não gerar uma imagem. Quando é gerado uma imagem, este recebe o nome de Reflexão Especular, ou seja, é o reflexo espelhado da luz que acontece na superfície de um lago calmo, num espelho ou sobre um aço polido por exemplo. Este fenômeno é gerado porque os raios refletidos são paralelos para uma incidência paralela, como pode ser visualizado na Figura 11: Figura 11:Reflexão da luz numa superfície especular. Fonte: Disponível em https://lief.if.ufrgs.br/pub/cref/n32_Vieira/arquivos/controle/reflexao_e_espelhos.pdf Esta reflexão não acontece de modo aleatório como alguns podem imaginar. Elas obedecem a uma regra chamada lei da reflexão: 27 1ª LEI DA REFLEXÃO: o raio incidente, a reta normal à superfície e o raio refletido pertencem ao mesmo plano. 2ª LEI DA REFLEXÃO: o ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão (�̂� = 𝑟), sendo o (�̂�) o raio de incidência e o 𝑟 o raio derefletido. Como explica Nussenzveig (2002), estes princípios de estarem no mesmo plano e da igualdade do ângulo de incidência já eram conhecidos desde a Grécia Antiga, ou seja, ainda na época da Filosofia da Natureza. Estas leis podem ser visualizadas na figura 16. Figura 12: Superfície refletora. Figura 3.12: Disponível em ttps://lief.if.ufrgs.br/pub/cref/n32_Vieira/arquivos/controle/reflexao_e_espelhos.pdf Da análise da figura 12, é possível perceber que o ângulo de incidência tem o mesmo tamanho do ângulo de reflexão (1ª lei) e que por definição, a superfície é lisa, portanto, trata-se de reflexão especular, ou seja com uma imagem definida. Também é notável que tanto raio de incidência quanto a raio refletido encontram-se no mesmo plano. Outra possibilidade é que o raio de luz ao ser refletido para o meio, não gere uma imagem definida. Neste caso, a reflexão da luz recebe o nome de reflexão difusa porque a luz é refletida de forma espalhada e ocorre em superfícies rugosas, como pode ser visualizado na Figura 17. Figura 13: Reflexão em superfície difusa. 28 Fonte: Disponível em ttps://lief.if.ufrgs.br/pub/cref/n32_Vieira/arquivos/controle/reflexao_e_espelhos.pdf A refração ocorre quando um raio de luz passa de um meio para outro, com isso, ocorre a mudança da velocidade de propagação da luz como pode ser observado na figura 13 quando o raio sai do meio 1 para o meio 2. O índice de refração muda de acordo com o meio e pode ser calculado da seguinte forma: 𝑛 = 𝑐 𝑣 Na Tabela 2 é apresentado o índice de refração da luz em diversos meios: Tabela 2: Índice de refração em meios diversos. Meio de propagação Índice de refração Vácuo 1,00000 Ar (cntp) 1,00029 Safira 1,77000 Água 1,33000 Álcool 1,36000 Diamante 2,44000 Vidro 1,50000 a 1,90000 Glicerina 1,90000 Fonte: baseada no material de aula de Física IV do prof. Elton Nascimento do IFAL. 29 Quanto maior o índice de refração, menor é o ângulo formado entre a normal e o raio refratado 𝜃𝑅 e vice-versa. A consequência disso é a diminuição da velocidade de propagação da luz. Entretanto, com relação a propagação da luz, o inverso não é verdade, pois a maior velocidade possível é a da luz. Figura 14: Refração e reflexão de um raio de luz. Fonte: disponível em ttps://lief.if.ufrgs.br/pub/cref/n32_Vieira/arquivos/controle/reflexao_e_espelhos.pdf Tomando por base a figura anterior, pode-se analisar a lei da refração que também chamada de lei de Snell-Descartes, pois foi descoberta por Willebrord Snell em 1621 e reencontrada por René Descartes em 1637, conforme explica Nussenzveig (2002). Este princípio afirma que o raio refratado também permanece no plano de incidência e pode ser calculado por 𝑛12 = 𝑠𝑒𝑛𝜃𝑖 𝑠𝑒𝑛𝜃𝑟 , ou seja, é realizada a divisão entre os senos do ângulo formado entre a normal e raio incidente e o ângulo da normal e raio refratado. Sobre isso explica Moysés Nussenzveig (2002): “... 𝑛12 é uma constante que se chama índice de refração do meio 2 relativo ao meio 1. Se 𝑛12 > 1, como p. ex. ao passar do ar para água, diz-se que o meio 2 é mais refringente que 1, e o raio refratado se aproxima da normal; se 𝑛12 < 1 (ao passar do vidro para a água, p. ex.), o menos refringente raio refratado se afasta da normal. (NUSSENZVEIG, 2002). 30 O índice de refração relativo refere-se a luz monocromática, pois o 𝑛12 varia de acordo com a cor e isso é responsável pela dispersão que ocorre com a luz ao atravessar o prisma (Prisma de Newton), com a luz ao passar pela atmosfera ou formação do arco-íris. 31 4. Metodologia O estudo empregou uma análise de natureza qualitativa no qual foi realizado um estudo de caso uma vez que, possibilitou investigar e interpretar o material de ensino a partir da sua utilização por um grupo de pessoas em prática educativa, a partir de um estudo que teve o potencial de possibilitar ao pesquisador de compreender um fenômeno a partir de seu contexto real (YIN, 2005). 4.1 O Local da Pesquisa A pesquisa foi realizada no Colégio Estadual Colégio Estadual Raymundo de Almeida Gouveia, localizado Via Castelo Branco - Castelo Branco, Salvador - BA, 41322-225 nas turmas do 3º ano dos turnos matutino e vespertino. Esta escola está situada na periferia da cidade, mais exatamente, o maior bairro da cidade de Salvador chamado de Cajazeiras, com população estimada de 600 a 800 mil. 4.2 Sujeitos pesquisados: população e amostra A UEPS foi desenvolvida para ser utilizada com alunos da educação básica para os princípios básicos da óptica geométrica tanto para o ensino fundamental como para o médio. Para o estudo específico, ela foi utilizada com 48 alunos do 3º ano do ensino médio dos turnos matutino e vespertino do Colégio Estadual Raymundo de Almeida Gouveia. Os dados foram coletados a partir de uma análise das respostas das atividades realizadas pelos alunos e no final do curso por um questionário do tipo escala Likert para verificar as concepções dos alunos acerca da UEPS. 4.3 A elaboração da UEPS A Unidade de ensino deste produto educacional foi dividida em 7 encontros ou aulas, cada aula terá duração de 50 minutos. A UEPS funcionará como uma espécie de hipertexto onde constam conceitos, vídeos e atividades avaliativas a ser trabalhados com alunos da educação básica. 32 As atividades foram realizadas na 1ª unidade do 1º semestre do ano de 2022 e dividida segundo a Tabela ,3 seguindo passos da UEPS: Tabela 3 – Proposta de Cronograma de atividades Aula Atividade Objetivo Carga Horária Página 01 Leitura do texto: O fenômeno luminoso na percepção dos gregos (Grécia Antiga) Criar e/ou propor situações que possam oportunizar a identificação dos conhecimentos prévios relevantes da estrutura cognitiva dos alunos acerca do conteúdo programático Luz. 1 hora Página 02 O Arco íris Propor situação- problema com o potencial de preparar o terreno para a introdução do material de ensino sobre o conteúdo programático Luz. 1 hora Aula 03 Leitura de texto, visualização de vídeos e resolução de questões. Conceito de luz como onda eletromagnética O espectro eletromagnético e características Luz visível – conceito. 1 hora Aula 04 Leitura de texto, visualização de vídeos e resolução de questões. Identificar e compreender o conceito de raio e feixe de luz, fontes e meios de propagação dos 1 hora 33 raios luminosos. Aula 05 Leitura de texto, visualização de vídeos e resolução de questões. Identificar e conhecer os princípios da óptica geométrica 1 hora Aula 06 Leitura de texto, visualização de vídeos e resolução de questões. Apresentar os fenômenos da óptica geométrica. 1 hora Aula 07 Leitura de texto, visualização de vídeos e resolução de questões. Apresentar a luz como fenômeno corpuscular a partir do efeito fotoelétrico 1 hora 34 5. Resultados e Discussão: A análise dos resultados da aplicação do produto educacional é apresentada em três seções de acordo com os objetivos que nortearam o estudo: (1) Análise do conhecimento prévio dos aprendizes; (2) Análise dos questionários aplicados durante as atividades; (3) Análise do questionário da escala Likert de concepção do aluno acerca da UEPS. 5.1 – Questionário de conhecimento prévio. O questionário de conhecimento prévio ocorreu na primeira aula e teve como objetivo, a partir do organizador prévio “a luz na Grécia Antiga”, identificar conhecimentos existentes na estrutura cognitiva dos alunos. Os gregos davam ao Sol um caráter divino e atribuíam a seu deus Apolo como responsável pelo Sol e pela luz. O intuito é demonstrar e discutir sobre a curiosidade do ser humano e por conseguinte fazer isso de modo racional ou científico diversas civilizações criarammitos sobre o Sol e a luz sendo também apresentada a imagem de Apolo. Pretendia-se com esta aula atrair a curiosidade dos alunos mostrando que está sempre com relação a luz e ao final, foi realizado um questionário para avaliar o conhecimento prévio do aluno sobre princípios da óptica geométrica. No primeiro quesito tínhamos por objetivo analisar se os alunos reconhecem qual das fontes não emitem luz própria, ou seja, uma fonte secundária. Apenas sete estudantes assinalaram a resposta incorreta. 35 Figura 15: Questão 1 da página 1 No segundo quesito tivemos por objetivo identificar o comportamento do raio luminoso na sua relação com o olho humano e o ato de enxergar. Nesse momento 31 estudantes (64,6%) conseguiram assinalar corretamente que enxergamos devido a difusão dos raios luminosos no olho humano. Figura 16: Questão 2 da página 1 No quesito 3 o objetivo foi identificar qual objeto seria uma fonte luminosa e 39 estudantes responderam corretamente. 36 Figura 17: Questão 03 da página 01 Na questão 4 o objetivo era caracterizar conceitualmente uma onda do tipo eletromagnética e apenas 21 estudantes (43,8%) responderam corretamente Figura 18: Questão 4 da página 1 No quesito 05 o objetivo foi verificar se os estudantes reconheciam o fenômeno óptico de reflexão e 42 estudantes conseguiram. 37 Figura 19: Questão 5 da página 1 Na questão 06 tivemos por objetivo identificar o conhecimento prévio acerca do princípio de propagação retilínea da luz evidente em um dos fenômenos. Obtemos um índice de acerto com 41 estudantes. Figura 20: Questão 6 da página 1 38 Na questão 7 tivemos por objetivo identificar o fenômeno da óptica geométrica que origina o arco íris, e 34 estudantes assinalaram a resposta correta. Figura 21: Questão 7 da página 1 Nesta aula, a questão que os estudantes assinalaram de forma errada com maior índice foi sobre a característica da propagação da luz. Menos da metade dos que realizaram a atividade conseguiram acertar a resposta, pois os alunos não souberam explicar qual a principal diferença entre uma onda eletromagnética e mecânica sendo este fato discutido com os participantes e sendo apresentados exemplos com o intuito de facilitar a compreensão. Acerca dos conhecimentos prévios dos estudantes, acreditávamos ter um índice de acerto maior, por se tratar de estudantes de 3º ano do ensino médio e, teoricamente, já terem trabalhado esse conteúdo, pelo menos curricularmente seria o esperado. Independentemente disso, analisar as concepções prévias dos estudantes foi de grande importância, pois a partir dela foi possível abrir um leque de discussões acerca das dúvidas referentes ao tema em estudo e detectar quais conteúdos deveriam ser mais aprofundados quanto ao trabalho na turma específica. 39 5.2 – Análise dos questionários aplicados durante as atividades 5.2.1 - Aula 02 O plano desta aula foi apresentar uma situação- problema que servisse como um tema gerador na busca de preparar o terreno para a introdução da óptica geométrica nas aulas seguintes desta UEPS. Nesta aula o tema escolhido foi o Arco íris, foi apresentado um vídeo da Kika de título: De onde vem o arco íris? disponível no Youtube no link: https://www.youtube.com/watch?v=tW819inM4hg, que foi produzido pela TV Pinguim que teve como objetivo explicar numa linguagem bem simples, focada para o público leigo e infantil, como acontece a formação do arco-íris. Ao final desta aula, foi solicitado aos alunos que, com a realização de uma pesquisa, os estudantes respondessem às seguintes questões: (1) Em qual posição, em relação a você, o Sol deve se encontrar para que seja possível a visualização de um arco-íris? (2) Tente explicar cientificamente como se forma um arco-íris? (2) Quais são as cores visualizadas no arco íris? Como e por que elas se formam? (3) É possível formar um arco íris a partir de um feixe de luz monocromático? Justifique a sua resposta. Na primeira pergunta, todos responderam em oposição ao Sol. Já na segunda, dentre as respostas, houve uma extremamente técnica: “As gotas de água funcionam como um prisma, onde a luz é refratada em algo assim, refletida em um ângulo de cerca de 42º, e depois refratada de volta à atmosfera para atingir o olho do observador.” Na terceira, todos acertaram. Na quarta questão, todos acertaram e destacaram duas: “Sim, pois é um fenômeno óptico em que a luz é separada em suas diferentes cores quando refratada através de algum meio transparente” e “Sim. O arco-íris é definido como a dispersão da luz monocromática do sol”. 40 O intuito de despertar o interesse dos alunos com as aulas 1 e 2 foi atingido através da exposição histórica e da situação-problema utilizando um desenho animado infantil. 5.2.2 - Aula 03 Nesta aula, foram apresentadas as ondas eletromagnéticas, o seu espectro eletromagnético, apresentando as divisões destes: raio X, raio Y (gama), raios cósmicos, ultravioletas, luz visível, infravermelho, ondas de rádio e micro-ondas, suas faixas de frequências e comprimento de ondas. Foi abordado também a importância e a utilidade das ondas eletromagnéticas no cotidiano da sociedade através da TV, celular, medicina, entre outros e quais problemas podem ser gerados ou ocasionados por estas câncer, efeito estufa, destruição da camada de ozônio etc. Ao final foi requerido que os estudantes respondessem um questionário para verificar o nível de aprendizagem/conhecimento deles. Neste, as duas questões que os estudantes apresentaram maiores dificuldades aos alunos foram com relação a frequência e relacionar calor as ondas infravermelhas. Vale salientar que nesta aula tivemos a participação de 22 estudantes participantes do estudo. Nesta questão 1 foi requerido dos estudantes que observassem o espectro eletromagnético para analisar onde estaria posicionado os raios X e 38 estudantes responderam corretamente. Figura 22: Questão 1 da página 3 41 Nesta questão 2 foi abordado uma onda eletromagnética na faixa do infravermelho. Na aula foi abordado através de um vídeo, a visualização de um chuveiro elétrico aquecendo a água filmado com uma câmera que detecta a luz na faixa do infravermelho. Nele é possível visualizar diversas partes do corpo da pessoa que estava tomando banho aparecem com variação da intensidade da cor na escala do vermelho. Mais de 93% dos alunos conseguiram fazer a comparação desejada e tiveram êxito na resolução da questão. Figura 23: Questão 2 da página 3 No quesito 3, os estudantes, em sua maioria, erraram a opção correta. Apesar de associarem que um corpo pode emitir luz na faixa do infravermelho devido a temperatura, não escolheram ou ficaram em dúvida entre as opções I e II. Diferente da questão 01 desta aula, não olharam ou lembraram da escala das ondas eletromagnéticas. O percentual de acerto foi de 12,3%. O enunciado da questão é: 3. A classificação das ondas eletromagnéticas, baseada na frequência, constitui o espectro eletromagnético. Em relação ao espectro eletromagnético, são feitas algumas afirmações: 42 As frequências das micro-ondas são menores do que a das ondas de rádio. I. A faixa de frequências correspondente à luz visível é pequena comparada à do ultravioleta. II. O comprimento de onda do infravermelho é menor do que o do ultravioleta. III. As ondas infravermelhas são costumeiramente chamadas de ondas de calor. Conforme pode ser visualizado na imagem a seguir, dentre as opções escolhidas pelos estudantes foram: Figura 24: Questão 3 da página 3 Na questão 04, a resposta está relacionada às ondas eletromagnéticas na faixa infravermelho emitida pelos corpos na temperatura ambiente, as demais opções relacionam a fórmula da velocidade da onda e uma relaciona conhecimento sobre raio x.
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