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1 Instituto de Educação à Distância Organização e seu funcionamento, Gestão e administração nas empresas pública e privadas Celestina Ibraimo ─codigo:708230471 Curso: Licenciatura em administração pública Cadeira: Teoria Geral de administração pública Ano de Frequência: 1º ano de 2023 Turma: L Nampula, Abril d 2023 2 Folha de Feedback Categorias Indicadores Padrões Classificação Pontuação máxima Nota do tutor Subtotal Estrutura Aspectos organizacionais Capa 0.5 Índice 0.5 Introdução 0.5 Discussão 0.5 Conclusão 0.5 Bibliografia 0.5 Conteúdo Introdução Contextualização (Indicação clara do problema) 1.0 Descrição dos objectivos 1.0 Metodologia adequada ao objecto do trabalho 2.0 Análise e discussão Articulação e domínio do discurso académico (expressão escrita cuidada, coerência / coesão textual) 2.0 Revisão bibliográfica nacional e internacionais relevantes na área de estudo 2. Exploração dos dados 2.0 Conclusão Contributos teóricos práticos 2.0 Aspectos gerais Formatação Paginação, tipo e tamanho de letra, paragrafa, espaçamento entre linhas 1.0 Referências Bibliográficas Normas APA 6ª edição em citações e Rigor e coerência das citações/referências 4.0 3 Folha para recomendações de melhoria. ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 4 Índice Introdução……………………………………………………………………………………...5 Objectivos da pesquisa………………………………………………………………………...5 Metodologia da pesquisa………………………………………………………………………5 Revisão bibliográfica…………………………………………………………………………..6 Teorias da Administração e das Organizações………………………………………………...6 Teoria……………………………………………………………………………………….…6 Funções Desempenhadas pelos Administradores……………………………………………...8 Planejar………………………………………………………………………………………...9 Organizar……………………………………………………………………………………....9 Liderar………………………………………………………………………………………....9 Gestão Pública e Gestão Privada……………………………………………………………..10 A fusão entre o direito público e o direito privado…………………………………………...13 Princípios jurídicos da administração pública e privada……………………………………..15 Considerações finais………………………………………………………………………….17 Referências bibliográficas……………………………………………………………………18 5 Introdução Pois bem, a palavra administração vem do latim ad, que significa direcção, e minister, subordinação ou obediência; isto é, uma actividade realizada por alguém sob o comando de outro. Megginson (1998), conceituam administração como sendo o trabalho realizado com recursos humanos, financeiros e materiais a fim de atingir objectivos organizacionais por meio do desempenho das funções de planejar, organizar, liderar e controlar. Maximiano (2006, p. 6), a administração é o processo de tomar decisões sobre objectivos e utilização de recursos. O processo administrativo abrange cinco tipos de funções: planejamento, organização, liderança, execução e controle. As organizações sem fins lucrativos, como empresas públicas e até o próprio Estado, aqui significando o país, à sociedade nas suas necessidades sociais, sejam de saúde, educação ou lazer. No entanto, sua Administração necessita considerar outros factores no processo administrativo, como os fornecedores, os colaboradores servidores públicos e outras organizações. Da mesma forma, as empresas com fins lucrativos buscam, além de aumentar seus lucros, também atender às necessidades de diversos públicos de interesse, tais como clientes, fornecedores, comunidade, governo, funcionários e outros com os quais mantenham relacionamentos directos ou indirectos. Objectivos da pesquisa: Geral: Organização e seu funcionamento, Gestão e administração nas empresas pública e privadas. Específicos: Identificar as principais teorias de organizações; Descrever a gestão e administração nas empresas públicas e privadas; Perceber sobre o funcionamento das empresas tanto no sector pública como privado. Metodologia da pesquisa: O presente trabalho trata de uma revisão integrativa da literatura um meio de pesquisa que permite sintetizar estudos na intenção deaumentar o entendimento sobre um fenómeno específico, através de um método sistemático na busca e análises, de modo a proporcionar uma interpretação e investigação crítica dos conteúdos. 6 Revisão bibliográfica Teorias da Administração e das Organizações Teoria Segundo Kerlinger (1973, p. 9), é um conjunto de construções, definições e proposições inter-relacionadas que apresenta uma visão sistemática dos fenómenos através de uma especificação de relações entre variáveis com o objectivo de explicar e prever os fenómenos. A teoria tem como objectivo explicar os fatos observados de modo o mais simples possível ser consistente com outros corpos de conhecimento e fornecer meios para a sua verificação testes investigativos de relações entre variáveis resultando na confirmação de tais afirmações ou não e ser útil uma teoria é sempre um modelo (Chiavenato, 2006, p. 2). Para Maximiano (2006), as Teorias da Administração, são conhecimentos organizados e produzidos pela experiência prática das organizações. De a cordo Chiavenato (2006, p. 2), assevera que “a teoria das organizações é o campo do conhecimento humano que se ocupa do estudo das organizações em geral”. Enquanto as teorias da administração são conhecimentos organizados e codificados em decorrência da experiência prática e empírica da administração em organizações. Na Ciência da Administração, ao longo do tempo, os resultados de estudos, pesquisas, experiências, levantamentos e observações nas organizações deram origem a um conjunto de teorias, que podem ser divididas em várias correntes ou abordagens (Andre, 2004). Cada abordagem representa uma maneira específica de encarar a tarefa e as características do Trabalho de Administração. A classificação das escolas de Administração permite visualizar estas etapas lógicas de aprendizado (Marcondes,2006). É importante observar que as Teorias de Administração praticadas, com o passar dos anos, receberam contribuições e influências variadas de importantes correntes de pensamento administrativo e também de cientistas de diversas áreas do saber, e tiveram como base modelos diversos de condução de organizações, como por exemplo, organização da Igreja Católica modelo de hierarquia simples, organização Militar, conceitos de unidade de comando, linha, centralização, descentralização, estratégia e Revolução Industrial modelo de administração hoje conhecido (Cardoso,Cavantes,Biaggio & Paulo,2004,p.129). 7 De a cordo com Chiavenato (2006), na elaboração das Teorias Administrativas, diversas ciências influenciaram e contribuíram de forma efectiva para a formação do campo do conhecimento administrativo, como a Engenharia no desenvolvimento das Teorias da Administração Científica e Clássica, a Psicologia e Sociologia com as Teorias das Relações Humanas e Comportamental a Biologia e Ecologia com a Teoria Sistémica e Estruturalista e a Ciência Política com a Teoria da Burocracia. Você aprendeu neste tópico que no campo da Administração as teorias significam um conjunto de conhecimentos a respeito do funcionamento das organizações e da forma como são administradas (Machado,1996). Nesse sentido, trata-se da área científica da Administração. No entanto, esta também é considerada uma arte. Administrar Segundo Levitt (1985) afirma que administrar consiste em analisar racionalmente uma situação e seleccionar os objectivos a serem alcançados, desenvolvendo sistematicamente estratégias para atingir tais objectivos, coordenando os recursos, desenhando racionalmente a estrutura, dirigindo e controlando com precisão, e finalmente motivando e recompensando as pessoas que trabalham para que os objectivos sejam efectivamente alcançados, isto é, Administração é uma ciência. De outro modo, Boettinger (1978) entende que administrar consiste em arrastar a outros, e isso implica, para quem administra, a capacidade de compreender as necessidades e os desejos dos outros para compartilhar com eles uma visão que aceitam como própria, isto é, administrar é uma arte. Por outro lado, Megginso (1998), “afirmam que, em muitos aspectos de planejamento, liderança, comunicação e trato com o elemento humano, os administradores também usam as abordagens artísticas, baseando suas decisões em julgamento, intuição ou simplesmente em palpite”. Estratégia De a cordo com Sobral e Peci (2008), Se refere ao caminho que a organização segue para conseguir sobreviver. É uma busca deliberada por um plano de acção que permita 8 desenvolver, e continuamente ajustar, uma vantagem competitiva da organização sobre suas concorrentes. A administração É ciência; o ato de administrar é uma arte. Para Levitt (1985), assevera que o sucesso está nas mãos daqueles que encaram a função que exercem com a paixão do artista e o método do cientista. As ciências sociais englobam todas as actividades que estão preocupadas em sistematicamente investigar e explicar aspectos da relação entre o indivíduo e a sociedade da qual faz parte (Lupton & Caravantes, 1998,p.67). E quando se utiliza o conhecimento para agir, então passa para o campo das Ciências Sociais Aplicadas. A Administração é denominada Ciência Social Aplicada, pois investiga as organizações, de modo a conhecê-las, para que possa sobre elas aplicar constantemente novos conhecimentos, teorias, princípios, contribuindo assim com o desenvolvimento organizacional. É uma ciência que aplica os conhecimentos à acção ( Drucker,1999). Daí devemos observar que se trata de uma ciência não exacta, que possibilita a cada acção receber reacções distintas que vão depender do momento, das pessoas envolvidas, do modo como se definiu o problema, do local onde se agiu. Funções Desempenhadas pelos Administradores Uma das primeiras classificações das funções administrativas foi feita por Henry Fayol, em 1916, que sugeriu como funções principais a previsão, a organização, a coordenação, o comando e o controle (Macedo, 2009) Em qualquer que seja a organização privada, indústria, comércio, serviço, públicas autarquias, empresas públicas, Estado. Ou do terceiro sector (ONGs, OSCIPs, associações, pelo menos quatro funções devem ser desempenhadas por um administrador. Planejamento, organização, liderança e controle das actividades organizacionais. Essas funções estão inter-relacionadas e coordenadas de forma a atingir os objectivos; e dependem umas das outras (Cardoso,1984). 9 Planejar Segundo Megginson (1998), Significa escolher ou estabelecer a missão da organização, seu propósito e objectivos, e depois determinar directrizes, projectos, programas, procedimentos, métodos, sistemas, orçamentos, padrões e estratégias necessários para atingi-los. Na Administração Pública temos o Plano Plurianual instituído pela Constituição, que estabelece directrizes, objectivos e metas da administração pública por um prazo de pelo menos quatro anos, mas pode definir o destino de toda uma geração. Elaborar um é decidir quais são os investimentos mais importantes dentro de um projecto de desenvolvimento nacional, regional ou municipal (Castro & Mauran,2019,p.67). Organizar É determinar os recursos e as actividades necessárias para se atingir os objectivos da organização, combinar esses recursos e actividades em grupos práticos, designar a responsabilidade de atingir os objectivos a empregados responsáveis e delegar a esses indivíduos a autoridade necessária para realizar essas tarefas (Megginson, 1998). Para Nanto (1999), em ambas a administração privada e pública, contratar pessoas e alocar recursos financeiros para os projectos criados no planejamento são exemplos de organização. Liderar É a arte de educar, orientar e estimular as pessoas a persistirem na busca por melhores resultados num ambiente de desafios, riscos e incertezas (Macedo, 2009). Portanto, abrange não só a qualidade, o estilo e o poder do líder,mas também suas actividades relacionadas à comunicação, motivação e disciplina (Nanto,2017). Controlar Para Megginson (1998), É delinear os meios para se ter certeza de que o desempenho planejado seja realmente atingido. Definir as metas, considerando os indicadores atuais, para assim medir o desempenho alcançado com as decisões. Observe que as três primeiras funções serão ineficazes sem esta última: controlar. Além de medir os resultados, a função controlar permite os ajustes, correcções ou mudanças necessárias nas acções estratégicas para que os objectivos sejam alcançados (Luiz,2010). 10 De a cordo com Julius, Mauran e Macedo (1997), para executar tais funções nas organizações, é preciso definir os níveis de administração, o que significa a alocação de autoridades, gerência, operadores e suas atribuições. Teoricamente, são três os níveis de administração: o estratégico, o táctico e o operacional. Gestão Pública e Gestão Privada Segundo Andre (2004), a relação entre a gestão pública e a gestão privada é uma condicionante para o desenvolvimento de qualquer país, pois são partes do mesmo processo na busca de soluções para as demandas da sociedade, tanto de produtos como de serviços. Temos conhecimento de que as proposições sobre reforma administrativana maioria dos países foram impulsionadas pelo Consenso de Washington, definido em encontro ocorrido nos Estados Unidos entre os países capitalistas para discutirem estratégias para o sistema em crise, no ano de 1989 que se tornou a política oficial do Fundo MonetárioInternacional a partir de 1990 (Munna,2003,p.45). No que compete aos países latino-americanos, foi destacada a proposição das capacidades burocráticas para apoiar o desenvolvimento. As reformas propostas por esse consenso se realizaram no processo histórico (Mauran,2020). Os processos passados tendem a influenciar o presente. Assim, instituições herdadas condicionam fortemente os caminhos a serem tomados, determinando, inclusive, a persistência de arranjos institucionais pouco eficientes.(Matias & Pereira, 2009, p. 157). Nesse contexto, podemos destacar as influências da corrente teórica do neoinstitucionalismo. Seus autores, principalmente North, Matias e Pereira 2009), na busca de entender a cooperação de maneira voluntária, afirmam a importância das instituições, tanto públicas como privadas, para o funcionamento da economia (Cardosa,1984). Para esse autor, as instituições são definidas como regras, formais ou informais, idealizadas pelos homens para criar ordem ou reduzir a incerteza nas trocas. Assim, instituições e organizações – respectivamente, as regras do jogo e a divisão de tarefas entre os agentes que participam afectam o desempenho da economia na medida em que, ao dar forma e estruturar as interacções humanas, reduzem as incertezas e induzem a cooperação, diminuindo o custo das transacções. (North, Matias & Pereira 2009, p. 157). 11 A partir da contribuição desse autor, outras teorias surgiram para tentar explicar o surgimento de um novo sistema de administração pública, que é denominado Estado de Bem-Estar Social. Essa teoria defendia que o Estado deveria assumir as questões do desenvolvimento e não apenas o mercado teria a competência para tal (Pereira, 2009). As outras teorias destacadas, além da Neoinstitucionalista, conforme afirma Matias e Pereira (2009), foram a Teoria da Convergência ou lógica da industrialização; a Teoria da Cidadania; a Teoria Marxista; e a Teoria Funcionalista ( Machado,1999). Com apoio desse autor passa-se a descrever cada uma dessas teorias onde destacam seus princípios e contribuições para o desenvolvimento, tanto económico como social. A Teoria da Convergência ou lógica da industrialização defende que o Estado passou a garantir um padrão mínimo de vida quando as instituições que tradicionalmente desempenhavam esse papel perderam a capacidade para desempenhá-lo. Aqui fica explicada a motivação que teria levado todas as nações industrializadas, a adotar políticas sociais buscando reduzir a marginalização de determinados grupos, provocada pela industrialização. Segundo essa corrente de pensamento, o Estado do Bem-Estar Social baseou-se na certeza de que a ação redistributiva do Estado se harmonizava com o crescimento económico, o qual é indispensável para que o Estado possa exercer suas funções sociais. Para o autor, as condições económicas favoráveis e necessidades sociais, não são suficientes para estabelecer esse modelo estatal. É necessário, ainda, o desenvolvimento da burocracia e do sistema político. Com isso, concluímos que as principais causas do surgimento desse tipo de Estado são resultado do crescimento económico, da mudança demográfica e da burocratização. Outra teoria comentada pelo referido autor é a Teoria da Cidadania, que foi apoiada na contribuição de Marshall (1967), que se preocupou em analisar o desenvolvimento e três componentes da cidadania moderna na Inglaterra, os direitos civis, políticos e sociais. Com suas pesquisas, identificou que nesse país a cidadania se desenvolveu através de um processo incremental, linear e evolucionário, procurou universalizar essas características. 12 Mesmo que tenham contribuído para a construção do conhecimento, a referida teoria, aplicada em outros países, não serve, na sua totalidade, para entender e contribuir com o desenvolvimento histórico de outras nações. Segundo Matias e Pereira (2009) também se refere à Teoria Marxista, cujo principal autor é Karl Marx, sustentando que o Estado do Bem-Estar Social nasceu em decorrência da natureza competitiva da dinâmica político-partidária das democracias de massa, que obrigou os partidos políticos a buscarem o máximo de apoio eleitoral. Esse aumento da base do eleitorado proporcionou heterogeneidade dos grupos de apoio, diluindo assim a identidade colectiva e reduzindo o radicalismo político. Nesse contexto, o conflito de classes nas sociedades industriais foi institucionalizado, concentrando-se mais nas questões distributivas do que nas ligadas à produção. A Teoria Funcionalista é mais uma teoria que define e comenta as questões do Estado do Bem-Estar Social. Ela atua na mesma marxista, sustenta que os programas sociais procuram gerar a harmonia social, aprimorando as aptidões dos trabalhados e garantindo a eles a convivência com o bem-estar, o que contribui para a adequação do mercado de trabalho no sistema capitalista. Observa-se que, ao subsidiar gastos sociais que estavam anteriormente a cargo do sector privado, o Estado opera primordialmente em benefício do capital” (Matias & Pereira, 2009, p. 159). De a cordo com Gamboa (2006), então, podemos concluir que as teorias Marxistas e as Funcionalistas, ao defenderem que as políticas sociais geram harmonia na sociedade, contribuem com a prática capitalista, pois o momento que ocorre as transferências de renda do governo para determinadas camadas sociais, o sistema capitalista aumenta sua participação na produção e circulação de bens. Isso destaca a importância do entendimento e da sintonia entre a Administração Pública e a sociedade organizada no sistema de produção dos serviços e riquezas necessários à sociedade (Pedro,2019). 13 A fusão entre o direito público e o direito privado Como já se referiu, na sociedade actual, o papel do Estado alastrou-se a todas as esferas da sociedade, incluindo a Economia. Tal polinização arrastou consigo o esbatimento da clássica distinção entre os campos de actuação do Direito Público e do Direito Privado, podendo mesmo afirmar-se ser difícil encontrar domínios isentos do Direito Público (Mario,2015). Continuando o Direito Privado a ter um papel indispensável na estruturação jurídica da Economia, assiste-se hoje porém a uma reorientação do núcleo do Direito Económico para as normas de Direito Público. Para Riquido (2020),tal reorientação é realizada à custa do designado fenómeno da interpenetração, principalmente do Direito Público pelo Direito Privado, sendo assim evidente a extrema dificuldade na separação das águas. O Direito Privado vem assumindo cada vez mais um cariz instrumental face à intervenção económica do Estado, verificando-se uma redução da tradicional excepcionalidade jurídica desta intervenção manifesta através do seguinte por um lado, tem cada vez mais como destinatários entidades privadas (Nelson, Riquido & Atanasio,2020,p.45). Cuja acção se tem associado à do Estado em prol dos objectivos deste, por outro lado, o Estado tem rogado sujeitar-se deliberadamente ao mesmo, embora encoberto de diversas capas, como é o exemplo das empresas públicas (Marcos,2008). Segundo Amadeu (2019), com a intervenção estadual no domínio da Economia, os ditames clássicos da distinção entre o Direito Público e o Direito Privado caem cada vez mais por terra. Se tomarmos por referência o critério orgânico, dificilmente poderemos situar a natureza publicista ou privatística de uma sociedade de economia mista. Se considerarmos o critério do fim prosseguido, o Estado prossegue hoje finalidades puramente empresariais, muitas das vezes através de empresas públicas criadas por outras empresas públicas (Calisto,2020). Mesmo no seio da Administração Pública, a introdução do princípio da eficácia e das técnicas do mana gemente em resultado dos cidadãos passarem a interessar-se mais pela qualidade dos serviços públicos e menos pelo estrito respeito pelos funcionários das regras do Direito 14 Administrativo, conduziu a que o denominado estatuto da Função Pública, visto como um monumento intocável, fosse desvirtuado nos seus elementos cardiais e começasse a ser substituído pelo Direito Laboral enquanto fonte reguladora das relações de emprego público. Para Marconi (1998), não resulta ser consequência da mera capacidade de Direito Privado do Estado os meios jurídicos ao dispor das entidades públicas, privadas e mistas destinatárias da sua intervenção económica. São antes resultado do conjunto de prerrogativas e especificidades atribuídas pelo Estado com o objectivo de facilitar a sua intervenção. Ao Direito Privado compete assumir-se como o meio mais adequado para a manifestação da vontade privada, nomeadamente em ordens jurídicas democráticas que, tal como a nossa, lhe reconhecem carácter conformador da ordem jurídico-económica (Wulcan,1990). Ao Direito Público, enquanto direito do interesse geral, não compete intervir na esfera privada da actividade económica. Os interesses da colectividade devem ser espontaneamente realizados no mercado, através do livre jogo da iniciativa e do risco individual, apenas regulados pelo Direito Privado, regra geral, o Civil e o Comercial (Paulo,2005,p.78). De a cordo com Paulo, Mário e Marconi, (1978), o Direito Público deve ser impermeável à Economia, exclusiva esta da iniciativa privada e consequentemente do Direito que rege os privados A decisão económica não deve ser a primeira agenda de um Estado, mas antes o garantir da vida social e política, estas sim nucleares do Direito Público (p.45). O Estado não deve inventar finalidades próprias através de fundamentos que legitimam a intervenção económica realizada através das suas empresas. Em vez de prescrever produtos e serviços para cada cidadão-consumidor, deve antes actuar de modo a que cada um possa alcançar livremente as suas próprias produções e consumos (Marconi,1997). Ao devolver para o Direito Privado a concretização do seu regime e depois de ter precisado os pressupostos da sua aplicação, o Direito Público funcionaliza o Direito Privado, tornando- o instrumento dócil dos seus desígnios e que, nessa medida, lhe rouba a pureza da sua natureza jurídico e privada. Neste sentido, ganha cada vez mais importância a necessidade de separação entre o Direito Público e o Direito Privado, cada um deles com a sua esfera de aplicação perfeitamente diferenciada (Paulo, Mário & Marconi,1978,p.67). 15 Princípios jurídicos da administração pública e privada O confronto com a acção da Administração Pública segundo o Direito Privado apenas pode ser compreendido com o permanente apelo à rede de princípios jurídicos que, apesar da ausência do poder de Imperio são, pela natureza das coisas, o lastro indispensável e o último reduto da acção legítima do Estado ( Jonas,Mukani & Rieett,1999,p.56). Segundo Paulo (2016), o contexto de “vestes particulares” assumidas pela Administração, assumem primordial importância princípios como o da igualdade que proíba a discriminação e o da imparcialidade que imponha o sopesar dos interesses em presença. Nem sempre é simples para a Administração cumprir a rede de princípios que a regem, surgindo na realidade dos factos conflitos entre os mesmos. Com efeito, uma decisão legítima pode ser a que coincide com uma gestão eficaz e financeiramente eficiente, mas não ser capaz de abranger a igualdade material subjacente à ideia de justiça socialmente exigida (Morcan & Paulo,1999,p.34). O princípio da ponderação global dos interesses poderá ser assumido como critério orientador para a sua praxis diária. Mas tal princípio deverá ser entrelaçado com o princípio da racionalidade, porventura mais conhecido pela expressão inglesa (Andre,2004). De a cordo Kusman (2018), assim, os actos do Estado e Administração devem ser fruto de um discurso racional, coerente e capaz de convencer. O discurso racional de um Estado, mesmo que empresário, torna-se limite da sua acção por intermédio do princípio da racionalidade. Assim, os actos do Estado-Administração devem ser fruto de um discurso racional, coerente e capaz de convencer. O discurso racional de um Estado, mesmo que empresário, torna-se limite da sua acção por intermédio do princípio da racionalidade (Manule,2005). Segundo Mulan (2017), se um discurso racional é necessário para concretizar os princípios jurídicos na sua acção, mais ainda o será na característica essencial de qualquer actuação de um Estado e que é a sua actividade jurídico e legal. A sua principal preocupação deve ser a de estabelecer o quadro legal dentro do qual todos os cidadãos possam exercer a sua liberdade, mas no âmbito da justificação do Estado pelo 16 Direito e enquanto actuar na forma do Direito, incluindo os seus princípios orientadores (Paulo, Mário & Marconi,1978,p.67). Para Cavantes (1998), Assim, os actos do Estado-Administração devem ser fruto de um discurso racional, coerente e capaz de convencer. O discurso racional de um Estado, mesmo que empresário, torna-se limite da sua acção por intermédio do princípio da racionalidade. Se um discurso racional é necessário para concretizar os princípios jurídicos na sua acção, mais ainda o será na característica essencial de qualquer actuação de um Estado e que é a sua actividade jurídico-legal ( Cardoso,20002). A sua principal preocupação deve ser a de estabelecer o quadro legal dentro do qual todos os cidadãos possam exercer a sua liberdade, mas no âmbito da justificação do Estado pelo Direito e enquanto actuar na forma do Direito, incluindo os seus princípios orientadores. 17 Considerações finais As organizações, em sua maioria, necessitam organizar as funções administrativas como planejamento e liderança e se utilizam de pessoas recursos humanos, de dinheiro recursos financeiros e de edifícios, equipamentos e matérias-primas recursos materiais. No entanto, é importante frisar que o modelo tradicional de organização, com estruturas definidas e equipes extensas, não é mais predominante; e que surgem novas organizações com mínimos recursos, outras originam-se de parcerias, muitas são criadas apenas virtualmente e atingem seus objectivos, cumprem sua missão. O importante é que seja bem administrado, que envolvam as pessoas e tenham boas ideias e inovações.Podemos citar como exemplos, actualmente, os mico empreendedores individuais, regulamentados por lei, que trabalham por conta própria e com poucos recursos. 18 Referências bibliográficas ANDRADE, Rui Otavio Bernardes; AMBONI, Nerio. Gestão de Cursos de Administração: metodologias e diretrizes curriculares. São Paulo: Prentice Hall, 2004. AQUECIMENTO GLOBAL. O Brasileiro e o Aquecimento Global. São Paulo: Editora On Line, Ano I, n. 3, p. 3, 2007. BANCO CENTRAL DO BRASIL. Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic). [2008]. Disponível em: <http://www.bcb.gov. br/?SPBSELIC>. Acesso em: 27 jan. 2014. BERNARDES, Cyro; MARCONDES, Reynaldo Cavalheiro. Sociologia Aplicada à Administração. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. BIAGGIO, Luiz Arnaldo; BATOCCHIO, Antonio. Plano de Negócios: estratégias para micro e pequenas empresas. Barueri, SP: Manole, 2005. BOETTINGER, Henry M. A Administração é Realmente uma Arte? Biblioteca Harvard de Administração de Empresas. São Paulo: Nova Cultural, 1978. v. 12, p. 10-17, 19. CARAVANTES, Geraldo Ronchetti. Teoria Geral da Administração: pensando & fazendo. Porto Alegre: AGE, 1998. et al. Administração: teorias e processos. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. CARDOSO, Fernando Henrique; IANNI, Otavio. Homem e Sociedade: leituras básicas de sociologia geral. 14. ed. São Paulo: Nacional, 1984.
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