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Teorias da Administração e das Organizações CELESTINA.

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 Instituto de Educação à Distância 
 
 
 
 
 
 
 
Organização e seu funcionamento, Gestão e administração nas empresas pública e 
privadas 
 Celestina Ibraimo ─codigo:708230471 
 
 
 
 
 Curso: Licenciatura em administração pública 
 Cadeira: Teoria Geral de administração pública 
 Ano de Frequência: 1º ano de 2023 
 Turma: L 
 
 
 
 Nampula, Abril d 2023 
 
 
 
 
 
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Estrutura 
Aspectos 
organizacionais 
 Capa 0.5 
 
 Índice 0.5 
 Introdução 0.5 
 Discussão 0.5 
 Conclusão 0.5 
 Bibliografia 0.5 
Conteúdo 
Introdução 
 Contextualização 
(Indicação clara do 
problema) 
1.0 
 
 Descrição dos objectivos 1.0 
 Metodologia adequada ao 
objecto do trabalho 
2.0 
Análise e discussão 
 Articulação e domínio do 
discurso académico 
(expressão escrita 
cuidada, coerência / 
coesão textual) 
2.0 
 
 Revisão bibliográfica 
nacional e internacionais 
relevantes na área de 
estudo 
2. 
 Exploração dos dados 2.0 
Conclusão 
 Contributos teóricos 
práticos 
2.0 
Aspectos gerais Formatação 
 Paginação, tipo e tamanho 
de letra, paragrafa, 
espaçamento entre linhas 
1.0 
Referências 
Bibliográficas 
Normas APA 6ª 
edição em citações e 
 Rigor e coerência das 
citações/referências 
4.0 
 
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Folha para recomendações de melhoria. 
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Índice 
Introdução……………………………………………………………………………………...5 
Objectivos da pesquisa………………………………………………………………………...5 
Metodologia da pesquisa………………………………………………………………………5 
Revisão bibliográfica…………………………………………………………………………..6 
Teorias da Administração e das Organizações………………………………………………...6 
Teoria……………………………………………………………………………………….…6 
Funções Desempenhadas pelos Administradores……………………………………………...8 
Planejar………………………………………………………………………………………...9 
Organizar……………………………………………………………………………………....9 
Liderar………………………………………………………………………………………....9 
Gestão Pública e Gestão Privada……………………………………………………………..10 
A fusão entre o direito público e o direito privado…………………………………………...13 
Princípios jurídicos da administração pública e privada……………………………………..15 
Considerações finais………………………………………………………………………….17 
Referências bibliográficas……………………………………………………………………18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Introdução 
Pois bem, a palavra administração vem do latim ad, que significa direcção, e minister, 
subordinação ou obediência; isto é, uma actividade realizada por alguém sob o comando de 
outro. Megginson (1998), conceituam administração como sendo o trabalho realizado com 
recursos humanos, financeiros e materiais a fim de atingir objectivos organizacionais por 
meio do desempenho das funções de planejar, organizar, liderar e controlar. 
Maximiano (2006, p. 6), a administração é o processo de tomar decisões sobre objectivos e 
utilização de recursos. O processo administrativo abrange cinco tipos de funções: 
planejamento, organização, liderança, execução e controle. 
As organizações sem fins lucrativos, como empresas públicas e até o próprio Estado, aqui 
significando o país, à sociedade nas suas necessidades sociais, sejam de saúde, educação ou 
lazer. No entanto, sua Administração necessita considerar outros factores no processo 
administrativo, como os fornecedores, os colaboradores servidores públicos e outras 
organizações. Da mesma forma, as empresas com fins lucrativos buscam, além de aumentar 
seus lucros, também atender às necessidades de diversos públicos de interesse, tais como 
clientes, fornecedores, comunidade, governo, funcionários e outros com os quais mantenham 
relacionamentos directos ou indirectos. 
Objectivos da pesquisa: 
Geral: 
 Organização e seu funcionamento, Gestão e administração nas empresas pública e 
privadas. 
Específicos: 
 Identificar as principais teorias de organizações; 
 Descrever a gestão e administração nas empresas públicas e privadas; 
 Perceber sobre o funcionamento das empresas tanto no sector pública como privado. 
Metodologia da pesquisa: 
O presente trabalho trata de uma revisão integrativa da literatura um meio de pesquisa que 
permite sintetizar estudos na intenção deaumentar o entendimento sobre um fenómeno 
específico, através de um método sistemático na busca e análises, de modo a proporcionar 
uma interpretação e investigação crítica dos conteúdos. 
 
 
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Revisão bibliográfica 
Teorias da Administração e das Organizações 
Teoria 
Segundo Kerlinger (1973, p. 9), é um conjunto de construções, definições e proposições 
inter-relacionadas que apresenta uma visão sistemática dos fenómenos através de uma 
especificação de relações entre variáveis com o objectivo de explicar e prever os fenómenos. 
A teoria tem como objectivo explicar os fatos observados de modo o mais simples possível 
ser consistente com outros corpos de conhecimento e fornecer meios para a sua verificação 
testes investigativos de relações entre variáveis resultando na confirmação de tais afirmações 
ou não e ser útil uma teoria é sempre um modelo (Chiavenato, 2006, p. 2). 
Para Maximiano (2006), as Teorias da Administração, são conhecimentos organizados e 
produzidos pela experiência prática das organizações. 
 De a cordo Chiavenato (2006, p. 2), assevera que “a teoria das organizações é o campo do 
conhecimento humano que se ocupa do estudo das organizações em geral”. 
Enquanto as teorias da administração são conhecimentos organizados e codificados em 
decorrência da experiência prática e empírica da administração em organizações. 
Na Ciência da Administração, ao longo do tempo, os resultados de estudos, pesquisas, 
experiências, levantamentos e observações nas organizações deram origem a um conjunto de 
teorias, que podem ser divididas em várias correntes ou abordagens (Andre, 2004). 
 Cada abordagem representa uma maneira específica de encarar a tarefa e as características do 
Trabalho de Administração. A classificação das escolas de Administração permite visualizar 
estas etapas lógicas de aprendizado (Marcondes,2006). 
É importante observar que as Teorias de Administração praticadas, com o passar dos anos, 
receberam contribuições e influências variadas de importantes correntes de pensamento 
administrativo e também de cientistas de diversas áreas do saber, e tiveram como base 
modelos diversos de condução de organizações, como por exemplo, organização da Igreja 
Católica modelo de hierarquia simples, organização Militar, conceitos de unidade de 
comando, linha, centralização, descentralização, estratégia e Revolução Industrial modelo de 
administração hoje conhecido (Cardoso,Cavantes,Biaggio & Paulo,2004,p.129). 
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 De a cordo com Chiavenato (2006), na elaboração das Teorias Administrativas, diversas 
ciências influenciaram e contribuíram de forma efectiva para a formação do campo do 
conhecimento administrativo, como a Engenharia no desenvolvimento das Teorias da 
Administração Científica e Clássica, a Psicologia e Sociologia com as Teorias das Relações 
Humanas e Comportamental a Biologia e Ecologia com a Teoria Sistémica e Estruturalista e 
a Ciência Política com a Teoria da Burocracia. 
Você aprendeu neste tópico que no campo da Administração as teorias significam um 
conjunto de conhecimentos a respeito do funcionamento das organizações e da forma como 
são administradas (Machado,1996). 
Nesse sentido, trata-se da área científica da Administração. No entanto, esta também é 
considerada uma arte. 
Administrar 
Segundo Levitt (1985) afirma que administrar consiste em analisar racionalmente uma 
situação e seleccionar os objectivos a serem alcançados, desenvolvendo sistematicamente 
estratégias para atingir tais objectivos, coordenando os recursos, desenhando racionalmente a 
estrutura, dirigindo e controlando com precisão, e finalmente motivando e recompensando as 
pessoas que trabalham para que os objectivos sejam efectivamente alcançados, isto é, 
Administração é uma ciência. 
De outro modo, Boettinger (1978) entende que administrar consiste em arrastar a outros, e 
isso implica, para quem administra, a capacidade de compreender as necessidades e os 
desejos dos outros para compartilhar com eles uma visão que aceitam como própria, isto é, 
administrar é uma arte. 
Por outro lado, Megginso (1998), “afirmam que, em muitos aspectos de planejamento, 
liderança, comunicação e trato com o elemento humano, os administradores também usam as 
abordagens artísticas, baseando suas decisões em julgamento, intuição ou simplesmente em 
palpite”. 
Estratégia 
De a cordo com Sobral e Peci (2008), Se refere ao caminho que a organização segue para 
conseguir sobreviver. É uma busca deliberada por um plano de acção que permita 
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desenvolver, e continuamente ajustar, uma vantagem competitiva da organização sobre suas 
concorrentes. 
A administração 
 É ciência; o ato de administrar é uma arte. 
Para Levitt (1985), assevera que o sucesso está nas mãos daqueles que encaram a função que 
exercem com a paixão do artista e o método do cientista. 
As ciências sociais englobam todas as actividades que estão preocupadas em 
sistematicamente investigar e explicar aspectos da relação entre o indivíduo e a sociedade da 
qual faz parte (Lupton & Caravantes, 1998,p.67). 
E quando se utiliza o conhecimento para agir, então passa para o campo das Ciências Sociais 
Aplicadas. 
A Administração é denominada Ciência Social Aplicada, pois investiga as organizações, de 
modo a conhecê-las, para que possa sobre elas aplicar constantemente novos conhecimentos, 
teorias, princípios, contribuindo assim com o desenvolvimento organizacional. É uma ciência 
que aplica os conhecimentos à acção ( Drucker,1999). 
Daí devemos observar que se trata de uma ciência não exacta, que possibilita a cada acção 
receber reacções distintas que vão depender do momento, das pessoas envolvidas, do modo 
como se definiu o problema, do local onde se agiu. 
Funções Desempenhadas pelos Administradores 
Uma das primeiras classificações das funções administrativas foi feita por Henry Fayol, em 
1916, que sugeriu como funções principais a previsão, a organização, a coordenação, o 
comando e o controle (Macedo, 2009) 
Em qualquer que seja a organização privada, indústria, comércio, serviço, públicas 
autarquias, empresas públicas, Estado. Ou do terceiro sector (ONGs, OSCIPs, associações, 
pelo menos quatro funções devem ser desempenhadas por um administrador. 
Planejamento, organização, liderança e controle das actividades organizacionais. Essas 
funções estão inter-relacionadas e coordenadas de forma a atingir os objectivos; e dependem 
umas das outras (Cardoso,1984). 
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Planejar 
Segundo Megginson (1998), Significa escolher ou estabelecer a missão da organização, seu 
propósito e objectivos, e depois determinar directrizes, projectos, programas, procedimentos, 
métodos, sistemas, orçamentos, padrões e estratégias necessários para atingi-los. 
 Na Administração Pública temos o Plano Plurianual instituído pela Constituição, que 
estabelece directrizes, objectivos e metas da administração pública por um prazo de pelo 
menos quatro anos, mas pode definir o destino de toda uma geração. Elaborar um é decidir 
quais são os investimentos mais importantes dentro de um projecto de desenvolvimento 
nacional, regional ou municipal (Castro & Mauran,2019,p.67). 
Organizar 
 É determinar os recursos e as actividades necessárias para se atingir os objectivos da 
organização, combinar esses recursos e actividades em grupos práticos, designar a 
responsabilidade de atingir os objectivos a empregados responsáveis e delegar a esses 
indivíduos a autoridade necessária para realizar essas tarefas (Megginson, 1998). 
 Para Nanto (1999), em ambas a administração privada e pública, contratar pessoas e alocar 
recursos financeiros para os projectos criados no planejamento são exemplos de organização. 
Liderar 
 É a arte de educar, orientar e estimular as pessoas a persistirem na busca por melhores 
resultados num ambiente de desafios, riscos e incertezas (Macedo, 2009). 
 Portanto, abrange não só a qualidade, o estilo e o poder do líder,mas também suas 
actividades relacionadas à comunicação, motivação e disciplina (Nanto,2017). 
Controlar 
Para Megginson (1998), É delinear os meios para se ter certeza de que o desempenho 
planejado seja realmente atingido. Definir as metas, considerando os indicadores atuais, para 
assim medir o desempenho alcançado com as decisões. 
Observe que as três primeiras funções serão ineficazes sem esta última: controlar. Além de 
medir os resultados, a função controlar permite os ajustes, correcções ou mudanças 
necessárias nas acções estratégicas para que os objectivos sejam alcançados (Luiz,2010). 
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De a cordo com Julius, Mauran e Macedo (1997), para executar tais funções nas 
organizações, é preciso definir os níveis de administração, o que significa a alocação de 
autoridades, gerência, operadores e suas atribuições. 
Teoricamente, são três os níveis de administração: o estratégico, o táctico e o operacional. 
Gestão Pública e Gestão Privada 
Segundo Andre (2004), a relação entre a gestão pública e a gestão privada é uma 
condicionante para o desenvolvimento de qualquer país, pois são partes do mesmo processo 
na busca de soluções para as demandas da sociedade, tanto de produtos como de serviços. 
Temos conhecimento de que as proposições sobre reforma administrativana maioria dos 
países foram impulsionadas pelo Consenso de Washington, definido em encontro ocorrido 
nos Estados Unidos entre os países capitalistas para discutirem estratégias para o sistema em 
crise, no ano de 1989 que se tornou a política oficial do Fundo MonetárioInternacional a 
partir de 1990 (Munna,2003,p.45). 
No que compete aos países latino-americanos, foi destacada a proposição das capacidades 
burocráticas para apoiar o desenvolvimento. As reformas propostas por esse consenso se 
realizaram no processo histórico (Mauran,2020). 
Os processos passados tendem a influenciar o presente. Assim, instituições herdadas 
condicionam fortemente os caminhos a serem tomados, determinando, inclusive, a 
persistência de arranjos institucionais pouco eficientes.(Matias & Pereira, 2009, p. 157). 
Nesse contexto, podemos destacar as influências da corrente teórica do neoinstitucionalismo. 
Seus autores, principalmente North, Matias e Pereira 2009), na busca de entender a 
cooperação de maneira voluntária, afirmam a importância das instituições, tanto públicas 
como privadas, para o funcionamento da economia (Cardosa,1984). 
Para esse autor, as instituições são definidas como regras, formais ou informais, idealizadas 
pelos homens para criar ordem ou reduzir a incerteza nas trocas. Assim, instituições e 
organizações – respectivamente, as regras do jogo e a divisão de tarefas entre os agentes que 
participam afectam o desempenho da economia na medida em que, ao dar forma e estruturar 
as interacções humanas, reduzem as incertezas e induzem a cooperação, diminuindo o custo 
das transacções. (North, Matias & Pereira 2009, p. 157). 
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A partir da contribuição desse autor, outras teorias surgiram para tentar explicar o surgimento 
de um novo sistema de administração pública, que é denominado Estado de Bem-Estar 
Social. Essa teoria defendia que o Estado deveria assumir as questões do desenvolvimento e 
não apenas o mercado teria a competência para tal (Pereira, 2009). 
As outras teorias destacadas, além da Neoinstitucionalista, conforme afirma Matias e Pereira 
(2009), foram a Teoria da Convergência ou lógica da industrialização; a Teoria da Cidadania; 
a Teoria Marxista; e a Teoria Funcionalista ( Machado,1999). 
Com apoio desse autor passa-se a descrever cada uma dessas teorias onde destacam seus 
princípios e contribuições para o desenvolvimento, tanto económico como social. 
A Teoria da Convergência ou lógica da industrialização defende que o Estado passou a 
garantir um padrão mínimo de vida quando as instituições que tradicionalmente 
desempenhavam esse papel perderam a capacidade para desempenhá-lo. 
 Aqui fica explicada a motivação que teria levado todas as nações industrializadas, a adotar 
políticas sociais buscando reduzir a marginalização de determinados grupos, provocada pela 
industrialização. 
 Segundo essa corrente de pensamento, o Estado do Bem-Estar Social baseou-se na certeza de 
que a ação redistributiva do Estado se harmonizava com o crescimento económico, o qual é 
indispensável para que o Estado possa exercer suas funções sociais. Para o autor, as 
condições económicas favoráveis e necessidades sociais, não são suficientes para estabelecer 
esse modelo estatal. 
É necessário, ainda, o desenvolvimento da burocracia e do sistema político. Com isso, 
concluímos que as principais causas do surgimento desse tipo de Estado são resultado do 
crescimento económico, da mudança demográfica e da burocratização. 
Outra teoria comentada pelo referido autor é a Teoria da Cidadania, que foi apoiada na 
contribuição de Marshall (1967), que se preocupou em analisar o desenvolvimento e três 
componentes da cidadania moderna na Inglaterra, os direitos civis, políticos e sociais. Com 
suas pesquisas, identificou que nesse país a cidadania se desenvolveu através de um processo 
incremental, linear e evolucionário, procurou universalizar essas características. 
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 Mesmo que tenham contribuído para a construção do conhecimento, a referida teoria, 
aplicada em outros países, não serve, na sua totalidade, para entender e contribuir com o 
desenvolvimento histórico de outras nações. 
Segundo Matias e Pereira (2009) também se refere à Teoria Marxista, cujo principal autor é 
Karl Marx, sustentando que o Estado do Bem-Estar Social nasceu em decorrência da natureza 
competitiva da dinâmica político-partidária das democracias de massa, que obrigou os 
partidos políticos a buscarem o máximo de apoio eleitoral. 
 Esse aumento da base do eleitorado proporcionou heterogeneidade dos grupos de apoio, 
diluindo assim a identidade colectiva e reduzindo o radicalismo político. Nesse contexto, o 
conflito de classes nas sociedades industriais foi institucionalizado, concentrando-se mais nas 
questões distributivas do que nas ligadas à produção. 
A Teoria Funcionalista é mais uma teoria que define e comenta as questões do Estado do 
Bem-Estar Social. Ela atua na mesma marxista, sustenta que os programas sociais procuram 
gerar a harmonia social, aprimorando as aptidões dos trabalhados e garantindo a eles a 
convivência com o bem-estar, o que contribui para a adequação do mercado de trabalho no 
sistema capitalista. 
Observa-se que, ao subsidiar gastos sociais que estavam anteriormente a cargo do sector 
privado, o Estado opera primordialmente em benefício do capital” (Matias & Pereira, 2009, 
p. 159). 
De a cordo com Gamboa (2006), então, podemos concluir que as teorias Marxistas e as 
Funcionalistas, ao defenderem que as políticas sociais geram harmonia na sociedade, 
contribuem com a prática capitalista, pois o momento que ocorre as transferências de renda 
do governo para determinadas camadas sociais, o sistema capitalista aumenta sua 
participação na produção e circulação de bens. 
 Isso destaca a importância do entendimento e da sintonia entre a Administração Pública e a 
sociedade organizada no sistema de produção dos serviços e riquezas necessários à sociedade 
(Pedro,2019). 
 
 
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A fusão entre o direito público e o direito privado 
Como já se referiu, na sociedade actual, o papel do Estado alastrou-se a todas as esferas da 
sociedade, incluindo a Economia. 
 Tal polinização arrastou consigo o esbatimento da clássica distinção entre os campos de 
actuação do Direito Público e do Direito Privado, podendo mesmo afirmar-se ser difícil 
encontrar domínios isentos do Direito Público (Mario,2015). 
Continuando o Direito Privado a ter um papel indispensável na estruturação jurídica da 
Economia, assiste-se hoje porém a uma reorientação do núcleo do Direito Económico para as 
normas de Direito Público. 
Para Riquido (2020),tal reorientação é realizada à custa do designado fenómeno da 
interpenetração, principalmente do Direito Público pelo Direito Privado, sendo assim 
evidente a extrema dificuldade na separação das águas. 
O Direito Privado vem assumindo cada vez mais um cariz instrumental face à intervenção 
económica do Estado, verificando-se uma redução da tradicional excepcionalidade jurídica 
desta intervenção manifesta através do seguinte por um lado, tem cada vez mais como 
destinatários entidades privadas (Nelson, Riquido & Atanasio,2020,p.45). 
Cuja acção se tem associado à do Estado em prol dos objectivos deste, por outro lado, o 
Estado tem rogado sujeitar-se deliberadamente ao mesmo, embora encoberto de diversas 
capas, como é o exemplo das empresas públicas (Marcos,2008). 
Segundo Amadeu (2019), com a intervenção estadual no domínio da Economia, os ditames 
clássicos da distinção entre o Direito Público e o Direito Privado caem cada vez mais por 
terra. Se tomarmos por referência o critério orgânico, dificilmente poderemos situar a 
natureza publicista ou privatística de uma sociedade de economia mista. 
 Se considerarmos o critério do fim prosseguido, o Estado prossegue hoje finalidades 
puramente empresariais, muitas das vezes através de empresas públicas criadas por outras 
empresas públicas (Calisto,2020). 
Mesmo no seio da Administração Pública, a introdução do princípio da eficácia e das técnicas 
do mana gemente em resultado dos cidadãos passarem a interessar-se mais pela qualidade dos 
serviços públicos e menos pelo estrito respeito pelos funcionários das regras do Direito 
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Administrativo, conduziu a que o denominado estatuto da Função Pública, visto como um 
monumento intocável, fosse desvirtuado nos seus elementos cardiais e começasse a ser 
substituído pelo Direito Laboral enquanto fonte reguladora das relações de emprego público. 
Para Marconi (1998), não resulta ser consequência da mera capacidade de Direito Privado do 
Estado os meios jurídicos ao dispor das entidades públicas, privadas e mistas destinatárias da 
sua intervenção económica. São antes resultado do conjunto de prerrogativas e 
especificidades atribuídas pelo Estado com o objectivo de facilitar a sua intervenção. 
Ao Direito Privado compete assumir-se como o meio mais adequado para a manifestação da 
vontade privada, nomeadamente em ordens jurídicas democráticas que, tal como a nossa, lhe 
reconhecem carácter conformador da ordem jurídico-económica (Wulcan,1990). 
Ao Direito Público, enquanto direito do interesse geral, não compete intervir na esfera 
privada da actividade económica. Os interesses da colectividade devem ser espontaneamente 
realizados no mercado, através do livre jogo da iniciativa e do risco individual, apenas 
regulados pelo Direito Privado, regra geral, o Civil e o Comercial (Paulo,2005,p.78). 
De a cordo com Paulo, Mário e Marconi, (1978), o Direito Público deve ser impermeável à 
Economia, exclusiva esta da iniciativa privada e consequentemente do Direito que rege os 
privados A decisão económica não deve ser a primeira agenda de um Estado, mas antes o 
garantir da vida social e política, estas sim nucleares do Direito Público (p.45). 
O Estado não deve inventar finalidades próprias através de fundamentos que legitimam a 
intervenção económica realizada através das suas empresas. Em vez de prescrever produtos e 
serviços para cada cidadão-consumidor, deve antes actuar de modo a que cada um possa 
alcançar livremente as suas próprias produções e consumos (Marconi,1997). 
 Ao devolver para o Direito Privado a concretização do seu regime e depois de ter precisado 
os pressupostos da sua aplicação, o Direito Público funcionaliza o Direito Privado, tornando-
o instrumento dócil dos seus desígnios e que, nessa medida, lhe rouba a pureza da sua 
natureza jurídico e privada. Neste sentido, ganha cada vez mais importância a necessidade de 
separação entre o Direito Público e o Direito Privado, cada um deles com a sua esfera de 
aplicação perfeitamente diferenciada (Paulo, Mário & Marconi,1978,p.67). 
 
 
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Princípios jurídicos da administração pública e privada 
O confronto com a acção da Administração Pública segundo o Direito Privado apenas pode 
ser compreendido com o permanente apelo à rede de princípios jurídicos que, apesar da 
ausência do poder de Imperio são, pela natureza das coisas, o lastro indispensável e o último 
reduto da acção legítima do Estado ( Jonas,Mukani & Rieett,1999,p.56). 
Segundo Paulo (2016), o contexto de “vestes particulares” assumidas pela Administração, 
assumem primordial importância princípios como o da igualdade que proíba a discriminação 
e o da imparcialidade que imponha o sopesar dos interesses em presença. 
 Nem sempre é simples para a Administração cumprir a rede de princípios que a regem, 
surgindo na realidade dos factos conflitos entre os mesmos. 
 Com efeito, uma decisão legítima pode ser a que coincide com uma gestão eficaz e 
financeiramente eficiente, mas não ser capaz de abranger a igualdade material subjacente à 
ideia de justiça socialmente exigida (Morcan & Paulo,1999,p.34). 
 O princípio da ponderação global dos interesses poderá ser assumido como critério 
orientador para a sua praxis diária. Mas tal princípio deverá ser entrelaçado com o princípio 
da racionalidade, porventura mais conhecido pela expressão inglesa (Andre,2004). 
De a cordo Kusman (2018), assim, os actos do Estado e Administração devem ser fruto de 
um discurso racional, coerente e capaz de convencer. O discurso racional de um Estado, 
mesmo que empresário, torna-se limite da sua acção por intermédio do princípio da 
racionalidade. 
Assim, os actos do Estado-Administração devem ser fruto de um discurso racional, coerente e 
capaz de convencer. O discurso racional de um Estado, mesmo que empresário, torna-se 
limite da sua acção por intermédio do princípio da racionalidade (Manule,2005). 
Segundo Mulan (2017), se um discurso racional é necessário para concretizar os princípios 
jurídicos na sua acção, mais ainda o será na característica essencial de qualquer actuação de 
um Estado e que é a sua actividade jurídico e legal. 
 A sua principal preocupação deve ser a de estabelecer o quadro legal dentro do qual todos os 
cidadãos possam exercer a sua liberdade, mas no âmbito da justificação do Estado pelo 
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Direito e enquanto actuar na forma do Direito, incluindo os seus princípios orientadores 
(Paulo, Mário & Marconi,1978,p.67). 
Para Cavantes (1998), Assim, os actos do Estado-Administração devem ser fruto de um 
discurso racional, coerente e capaz de convencer. O discurso racional de um Estado, mesmo 
que empresário, torna-se limite da sua acção por intermédio do princípio da racionalidade. 
Se um discurso racional é necessário para concretizar os princípios jurídicos na sua acção, 
mais ainda o será na característica essencial de qualquer actuação de um Estado e que é a sua 
actividade jurídico-legal ( Cardoso,20002). 
 A sua principal preocupação deve ser a de estabelecer o quadro legal dentro do qual todos os 
cidadãos possam exercer a sua liberdade, mas no âmbito da justificação do Estado pelo 
Direito e enquanto actuar na forma do Direito, incluindo os seus princípios orientadores. 
17 
 
Considerações finais 
As organizações, em sua maioria, necessitam organizar as funções administrativas como 
planejamento e liderança e se utilizam de pessoas recursos humanos, de dinheiro recursos 
financeiros e de edifícios, equipamentos e matérias-primas recursos materiais. No entanto, é 
importante frisar que o modelo tradicional de organização, com estruturas definidas e equipes 
extensas, não é mais predominante; e que surgem novas organizações com mínimos recursos, 
outras originam-se de parcerias, muitas são criadas apenas virtualmente e atingem seus 
objectivos, cumprem sua missão. O importante é que seja bem administrado, que envolvam 
as pessoas e tenham boas ideias e inovações.Podemos citar como exemplos, actualmente, os 
mico empreendedores individuais, regulamentados por lei, que trabalham por conta própria e 
com poucos recursos. 
 
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Referências bibliográficas 
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metodologias e diretrizes curriculares. São Paulo: Prentice Hall, 2004. 
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