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1 Bombas HidráulicasBombas Hidráulicas 2 Universidade Federal de Viçosa Reitor Carlos Sigueyuki Sediyama Vice-Reitor Cláudio Furtado Soares Pró-Reitor de Extensão e Cultura Geraldo Antônio de Andrade Araújo Diretora da Editora UFV Rizele Maria de Castro Reis Conselho Editorial Ana Maria Ferreira Barcelos, Afonso Augusto Teixeira de Freitas de Carvalho Lima, Antônio Alberto da Silva, Carlos Roberto Bellato, Cosme Damião Cruz (Presidente), Eduardo Paulino da Costa, Luiz Cláudio de Almeida Barbosa, Luiz Eduardo Dias, Rizele Maria de Castro Reis A Editora UFV é filiada à (Associação Brasileira de Editoras Universitárias) 3 UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSAUNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS A GRÁRIAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRÍCOLADEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA Bombas HidráulicasBombas Hidráulicas Wilson DenículiWilson Denículi Prof. Titular da UFVProf. Titular da UFVDemetrius David da SilvaDemetrius David da Silva Prof. Adjunto da UFVProf. Adjunto da UFV Luis César Dias DrumondLuis César Dias Drumond Prof. Adjunto da FAZUProf. Adjunto da FAZU Rubens Alves de OliveiraRubens Alves de Oliveira Prof. Adjunto da UFVProf. Adjunto da UFV Universidade Federal de Viçosa 4 2005 by 2005 Wilson Denículi Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode serreproduzida sem a autorização escrita e prévia dos detentores do copyright . Impresso no Brasil Ficha catalográfica preparada pela Seção de Catalogação e Classificação da Biblioteca Central da UFVClassificação da Biblioteca Central da UFV L768d 2003 Santos Bernadete Miranda dos Terapêutica e desinfecção em avicultura/ Bernadete Miranda dos Santos; Aloísio da Silva Pinto; José Eurico de Faria – Viçosa. UFV, 2003. 71p. : il. (Cadernos didáticos, 29) ISBN: 85-7269-155-3 1. Ave - Doenças - Tratamento. 2. Aviários – Desinfecção. 3. Terapêutica veterinária. I. Pinto, Aloísio da Silva. II. Faria, José Eurico. III. Universidade Federal de Viçosa. Departamento de Veterinária. VI. Título. V. Série. CDD 19.ed. 636.20896 CDD 20.ed. 636.20896 CapaCapa – Arte: Rodrigo Pimentel Campos Layout : José Roberto da Silva Lana Revisão lingüísticaRevisão lingüística: Shirley Editoração eletrônicaEditoração eletrônica: Lúcia Maria de Souza Impressão e acabamentoImpressão e acabamento: Divisão de Gráfica Universitária da UFV Editora UFV Edifício Francisco São José, s/n Universidade Federal de Viçosa 36570-000 Viçosa, MG, Brasil Tel. (0xx31) 3899-2220 Fax (0xx31) 3899-2143 E-mail: editora@ ufv.br Livraria Virtual: www.livraria.ufv.br PedidosPedidos Tels. 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A máquina pode absorver energia numa forma e restituí-la em outra (por exemplo: o motor elétrico é uma máquina porque absorve energia elétrica e restitui energia mecânica) ou absorver energia em uma forma e restituí-la na mesma forma (por exemplo: um torno mecânico absorve energia mecânica e restitui energia mecânica). As máquinas podem ser agrupadas em máquinas de fluido, elétricas e de ferramentas. As primeiras são capazes de promover intercâmbio entre a energia do fluido (energia hidráulica) e a energia mecânica; elas se classificam em máquinas hidráulicas e térmicas. Nas máquinas hidráulicas, o fluido utilizado para promover o intercâmbio entre a energia hidráulica e a energia mecânica não varia sensivelmente de peso específico ao atravessá-las, sendo, portanto, o escoamento através delas considerado como praticamente incompressível. As bombas hidráulicas, as turbinas hidráulicas e os ventiladores são exemplos de máquinas hidráulicas (no caso do ventilador, o escoamento de ar pode ser tratado como incompressível, visto que a diferença de pressão entre a entrada e a saída do ar nessa máquina é menor ou igual a um metro de coluna de água). As máquinas térmicas caracterizam-se por uma variação sensível no peso específico do fluido que as atravessa. As turbinas a vapor d´água e os compressores de ar são exemplos clássicos desses tipos de máquinas. As máquinas hidráulicas classificam-se em motoras (oumotrizes) e geradoras (ou geratrizes). As motoras transformam energia 8 hidráulica (recebida do fluido) em energia mecânica e as geradoras, energia mecânica em energia hidráulica. São exemplos de máquinas hidráulicas motoras as turbinas hidráulicas e as rodas d´água e de máquinas hidráulicas geradoras as bombas hidráulicas e os ventiladores. 2 BOMBAS HIDRÁULICASBOMBAS HIDRÁULICAS São máquinas que recebem trabalho mecânico e o transformam em energia hidráulica, fornecendo energia ao líquido. A equação de Bernoulli, aplicada entre a seção de entrada (seção 1) e a seção de saída (seção 2) de uma bomba, fornece 2 2 1 1 2 2 1 m 2 p V p V + + z + H = + + z 2g γ 2g eq.1 eq.1 2 2 2 1 2 1 2 1 2 m p p V V H z z g eq.2 eq.2 sendo: Hm = energia fornecida ao fluido, na saída (altura manométrica da bomba); 2 1 p p = energia de pressão ou energia estática; 2 2 2 1 2 V V g = energia cinética ou dinâmica; e 2 1 z z = energia potencial. 2.1 CLASS IF ICAÇÃO DAS BOM BAS H IDRÁUL ICAS 9 2.1.1 Bombas Volumétr icas ou Bombas de Deslocamento Positivo Aquelas em que o fluido recebe energia na forma de energia de pressão. As bombas de êmbolo ou pistão e as bombas de diafragma são exemplos das bombas volumétricas. Diz-se que o intercâmbio de energia entre o êmbolo e o fluido é estático. O movimento do êmbolo é alternativo. 2.1.2 Tu rbobombas ou B ombas H idrodi nâmicas ou B ombas Rotodi nâmicas (aqu i denomi nado simpl esmente Bombas) Aquelas em que o fluido recebe energia na forma de energia cinética. O órgão (rotor) fornecedor de energia ao fluido possui movimento rotativo. 3 BOMBASBOMBAS São máquinas que fornecem energia ao fluido, através do rotor, na forma de energia cinética. 3.1 ÓRGÃOS P RIN CIPAI S DE U MA BOM BA 3.1.1 Rotor Órgão móvel que fornece energia ao fluido. É responsável pela formação de depressão no seu centro, para aspirar o fluido, e de sobrepressão na periferia, para recalcá-lo (Figura 1). 3.1.2 Difusor Canal de seção crescente no sentido do escoamento, que recebe o fluido vindo do rotor e o encaminha a tubulação de recalque; 10 possui seção crescente no sentido do escoamento para transformar energia cinética em energia de pressão (Figura 1). Figura 1 - Órgãos principais de uma bomba. 3.2 CLASS IF ICAÇÃO DAS BO MBAS 3.2.1 Quantoà Tr ajetór ia do Fl ui do Dentr o do Rotor Esta é considerada a classificação mais importante. a) Bombas Radiais ou Centrífugas – caracterizam-se pelo recalque de pequenas vazões a grandes alturas. A força predominante é a centrífuga. O fluido entra no rotor na direção axial e sai na direção radial (Figura 2). Figura 2 - Rotor de bomba centrífuga. b) Bombas Axiais – caracterizam-se pelo recalque de grandes vazões,a pequenas alturas. A força predominante é a de sustentação (são 11 projetadas de acordo com a teoria de sustentação das asas). O fluido entra no rotor na direção axial e sai também na direção axial (Figura 3). Figura 3 - Rotor de bomba axial. c) Bombas Diagonais ou de Fluxo Misto – caracterizam-se pelo recal- que de médias vazões, a médias alturas. Nesse caso, as forças centrífugas e de sustentação são importantes. O fluido entra norotor na direção axial e sai numa direção situada entre a axial e a radial (Figura 4). Figura 4 - Rotor de bomba diagonal. 12 3.2.2 Quanto ao Número de Entradas para Aspiração ou Sucção a) Bombas de Sucção Simples ou de Entrada Unilateral – a entrada do líquido dá-se por meio de uma única boca de sucção (Figura 5). Necessita de rolamentos de grandes dimensões para suportar a carga (empuxo) axial sobre o eixo. Figura 5 - Rotor de bomba de sucção simples. b) Bombas de Dupla Sucção ou de Entrada Bilateral – a entrada do líquido dá-se por duas bocas de sucção, paralelamente ao eixo da bomba. Esta montagem equivale a dois rotores simples montados em paralelo (Figura 6). 13 Figura 6 - Rotor de bomba de dupla sucção. O rotor de dupla sucção apresenta a vantagem de proporcionar o equilíbrio dos empuxos axiais, o que acarreta melhoria norendimento da bomba. Elimina a necessidade de rolamento de grandes dimensões para suportar o empuxo axial sobre o eixo. É muito usado nas bombas de descargas médias. 3.2.3 Quanto ao Número de Rotor es Dentro da Carcaça a) Bombas de Simples Estágio ou Unicelulares – contêm um único rotor dentro da carcaça (Figura 8). Teoricamente, é possível projetar uma bomba com um único estágio para qualquer situação de altura manométrica e de vazão. As dimensões excessivas e o baixo rendimento fazem com que os fabricantes limitem a altura manométrica para 100 m, embora existam alguns que constroem bombas para alturas manométricas maiores que esse limite. b) Bombas de Múltiplos Estágios ou Multicelulares – contêm dois ou mais rotores dentro da carcaça. São o resultado da associação em série de rotores centrífugos ou radiais, dentro da carcaça (Figura 7). 14 Figura 7 - Rotor de bomba de múltiplos estágios. Essa associação permite a elevação do líquido a alturas maiores do que 100 m. 3.2.4 Quan to ao Posicionamento do Ei xo a) Bomba de Eixo Horizontal – é a concepção construtiva maiscomum (Figura 8). Figura 8 - Bomba de eixo horizontal, sucção negativa e unicelular. b) Bomba de Eixo Vertical – é usada na extração de água de poços profundos (Figura 9). 15 Figura 9 - Bomba de eixo vertical. 3.2.5 Quanto àPressão Desenvolvida a) Bomba de baixa pressão Hm 15 m. b) Bomba de média pressão 15 m < Hm < 50 m. c) Bomba de alta pressão Hm 50 m. 3.2.6 Quan to ao Ti po de Rotor Há três tipos de rotor: aberto, fechado e semifechado (Figura 10). Figura 10 - Tipos de rotor: (a) aberto, (b) fechado e (c) semi fechado. a) Rotor Aberto – usado para bombas de pequenas dimensões. É de pouca resistência estrutural e baixo rendimento. Dificulta o 16 entupimento, podendo ser usado para bombeamento de líquidos sujos. b) Rotor Fechado – usado no bombeamento de líquidos limpos.Contem discos dianteiros com as palhetas fixas a ambos os discos. Evita a recirculação da água (retorno da água à boca de sucção), apresentando rendimento superior ao rotor aberto. c) Rotor Semifechado – contém apenas um disco, onde são afixadas as palhetas. Apresenta características intermediárias em relação aos rotores aberto e fechado. 3.2.7 Quanto àPosição do Eixo da Bomba em Relação ao Nível da Água (N.A.) a) Bomba de Sucção Positiva – o eixo da bomba situa-se acima do N.A. do reservatório de sucção (Figura 11). b) Bomba de Sucção Negativa ou Afogada – o eixo da bomba situa-se abaixo do N.A. do reservatório de sucção (Figura 8). 4 ALTURA MANOMÉTRICA DA INSTALAÇÃOALTURA MANOMÉTRICA DA INSTALAÇÃO A altura manométrica da instalação ou altura manométrica da bomba pode ser entendida como a energia por unidade de peso imprimida ao líquido pela bomba, srcinando uma depressão à sua entrada (o que permite a sucção do líquido) e uma sobrepressão à sua saída (o que permite a elevação do líquido). Pode ser expressa de duas formas distintas, uma para atender as necessidades da bomba já instalada e uma segunda, para atender as necessidades da bomba a ser escolhida; as duas situações são apresentadas e discutidas a seguir. 4.1 PRIMEIRA EXPRESSÃO DA ALTURA MANOM ÉTRICA (H m ) 17 É usada para o caso da bomba em funcionamento (bomba já instalada). A equação de Bernoulli, aplicada nas seções de entrada (e) ede saída (s) da bomba (Figura 11) com referência em (e), fornece: eq. 3 da qual se obtem: eq. 4 Figura 11 - Bomba de sucção positiva com manômetro à saída e vacuômetro à entrada. Pela Figura 11 tem-se: eq. 5 18 sendo M a leitura feita no manômetro instalado à saída (s) da bomba e V, a leitura do vacuômetro instalado à entrada da bomba. Na equação 4, pode-se fazer 0~ 2 22 g V V e s (por ser muito pequeno ou nulo) e eq. 6 zs – ze = y 0 (por ser muito pequeno ou nulo) eq. 7 Substituindo as equações 5, 6 e 7 na equação 4, tem-se , VM Hm eq. 8 que permite calcular a altura manométrica da bomba já instalada. Observação: nas bombas de sucção positiva, como na Figura 11, a pressão efetiva à sua entrada, ponto (e), é negativa; já no caso das bombas afogadas ou de sucção negativa, como na Figura 8, o valor da pressão à sua entrada pode ser negativo ou positivo (geralmente positivo). À saída da bomba, seja ela de sucção positiva ou negativa, a pressão efetiva é sempre positiva. 4.2 SEGUNDA EXPRES SÃO DA A LT URA M ANOM ÉTRICA (H m ) É usada para o caso de bombas a serem selecionadas (fase de projeto). A equação da energia aplicada entre as seções (1) e (2) da Figura 11 fornece, com referência em (1): 1 2t h 2 2 1 1 2 2 1 m 2 p V p V + + z + H = + + z 2g γ 2g eq.9 donde se deduz que: 19 2 2 2 1 2 1 0 1 2 m G t p p V V H H h g eq.10 sendo: g2 v~vv 22 1 2 2 = perda acidental na da saída da tubulação eq. 11 Para reservatórios sujeitos à pressão atmosférica ou sujeitos a mesma pressão, pode-se fazer: eq. 12 Computando a equação 11 na perda de carga total (ht) e substituindo a equação 12 na equação 10, tem-se: Hm = HG + ht(1-2) eq. 13 A qual permite calcular a altura manométrica da bomba a ser nstalada, para o caso de reservatórios sujeitos à pressão atmosférica ou submetidos a mesma pressão. Nas situações onde os reservatórios se encontram submetidos à pressões diferentes, a parcela da equação de Bernoulli, 12 p p deve ser somada ao segundo membro da equação 13, para o cálculo da altura manométrica, o que permite secrever a equação como: 2 1 0 1m G t p p H H h eq. 13 -a 5 ESCOLHA DA BOMBA E ESCOLHA DA BOMBA E DA POTÊNCIADA POTÊNCIA NECESSÁRIA AO SEU FUNCIONAMENTONECESSÁRIA AO SEU FUNCIONAMENTO 20 Basicamente, a seleção de uma bomba para atender a uma determinada situação de projeto é função da vazão a ser elevada (Q) e da altura manométrica da instalação (Hm). 5.1 VAZÃ O A SER ELEVA DA (Q) A vazão a ser elevada depende, essencialmente, de três elementos: consumo diário da instalação, jornada de trabalho da bomba e número de bombas em funcionamento (bombas em paralelo). 5.2 AL TURA M ANOM ÉTRICA DA INSTAL AÇÃO (H m ) O levantamento topográfico do perfil doterreno permite determinar o desnível geométrico da instalação (HG), o comprimento das tubulações de sucção e de recalque e o número de peças especiais dessas tubulações. Com os comprimentos das tubulações e o número de peças especiais, a perda de carga é facilmente calculada pelo conhecimento dos diâmetros das tubulações de sucção e de recalque. A altura manométrica será calculada pela equação 13, caso osreservatórios de captação e distribuição estejam submetidos a pressão atmosférica ou à mesma pressão; se as pressões forem diferentes, acrescentar ao segundo membro daquela equação, a parcela ( 2 1 p p ). 5.3 CÁLCUL O DOS DI ÂMETROS DE S UCÇÃO E DE RECALQUE Hidraulicamente é impossível a sua determinação porque não se tem dados suficientes para tal. Por isso fixa-se um dado (o mais usado é o valor da velocidade) ou se utiliza fórmula empírica geradas a partir do conceito de custo mínimo, envolvendo gasto com tubulações e manutenção do sistema como energia elétrica, mão de obras, etc. 21 5.3.1 Cálculo do5.3.1 Cálculo do Diâmetro de Recalqu e (D R ) a) Fórmula de Bresse – é recomendada para o funcionamento contínuo da bomba, ou seja, 24 horas/dia. R D K Q eq. eq. 1414 sendo: DR em metros e Q em m 3/s K = 0,8 a 1,3 , sendo K = 1, o valor mais usado. O valor de K da equação 14 pode ser relacionado com a velocidade do seguinte modo: 2 2 2 2 2 4 4 4 R R R DQ V m s D D K K eq. 15 b) Fórmula Recomendada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (NB – 92/66) – é indicada para o funcionamento intermitente ou não-contínuo da bomba (menos de 24 horas/dia). Q) 24 T (3,1D 25,0R , eq. 16 sendo: DR em metros e Q em m 3/s; T = jornada de trabalho da bomba, h/dia. 5.3.2 Diâmetro de Sucção (D s ) É o diâmetro comercial imediatamente superior ao diâmetro de recalque calculado conforme as fórmulas 14 ou 16. Observações importantes: a) O correto é fazer um balanço econômico do custo da tubulação de recalque e do custo de manutenção do sistema (Figura 12). A manutenção do sistema envolve gastos com energia elétrica (ou combustível), lubrificantes, mão-de-obra etc. 22 Recomenda-se a análise de cinco diâmetros comerciais, sendo o intermediário calculado pela equação 14, para k = 1. b) Quando o diâmetro calculado pelas Equações 14 ou 16 não coincidir com um diâmetro comercial, é procedimento usual admitir o diâmetro comercial imediatamente superior ao calculado para a tubulação de sucção e o imediatamente inferior ao calculado para a tubulação de recalque. Figura 12 - Representação gráfica dos custos envolvidos em um siste- ma de bombeamento. c) Além das fórmulas vistas para o cálculo dos diâmetros, pode-se adotar ainda o critério das chamadas velocidades econômicas, cujos limites são: - Na tubulação de sucção => Vs < 1,5 m/s (no máximo 2,0 m/s), - Na tubulação de recalque => VR < 2,5 m/s (no máximo 3,0 m/s). Como valores médios, podem ser adotados: Vs = 1,0 m/s e VR = 2,0 m/s. Com os valores das velocidades adotados, os diâmetros são facilmente calculados pela equação da continuidade (Q = AV), jáque se conhece a vazão, ou seja: 23 eq. 17eq. 17 R R V Q4 D eq. eq. 1818 5.4 POTÊNCIA ABSORVIDA PELA BOMBA OU POTÊNCI A NECES SÁRIA AO FU NCIONA MENTO DA BOM BA OU POTÊ NCI A M ECÂNI CA OU P OTÊNCIA DE E I XO (Po t) A potência absorvida pela bomba é calculada por 75 HQ Pot m (cv) (cv) ou ou eq. eq. 1919 75 HQ735,0Pot m (kW), (kW), eq. eq. 2020 sendo o rendimento da bomba. 5.5 POTÊNCI A I NSTAL ADA OU POTÊ NCI A DO M OTOR OU POTÊNCIA N OMI NAL OU POTÊNCI A DE PLACA (N) O motor que aciona a bomba deverá trabalhar sempre com uma folga (f) ou margem de segurança na sua potência, a qual evitará que ele venha, por uma razão qualquer, operar com sobrecarga. Portanto, recomenda-se que, para motores elétricos, a potência instalada (N) seja acrescida de uma folga acima da potência absorvida pela bomba (Pot), conforme especificação do Quadro 1, sem levar em conta o fator de serviço do motor elétrico (FS) apresentado no Quadro 3. Quadro 1 - Folga para motores elétricos 24 Potência absorvida pela bomba (Pot) Margem de segurança recomendável para motores elétricos (f) até 2 cv 50% de 2 a 5 cv 30% de 5 a 10 cv 20% de 10 a 20 cv 15% acima de 20 cv 10% Como a maioria dos motores elétricos apresenta fator de serviço (FS) maior do que a unidade, uma boa alternativa para reduzir custos é a de subtrair esse fator obtido no Quadro 3, da folga (f) obtida no Quadro 1. Sendo assim, a potência solicitada pela bomba (Pot) seria acrescida apenas dessa diferença (f - FS). Nos casos em que (FS) fosse maior ou igual a (f) não haveria necessidade do acréscimo da potência. Cuidados especiais devem ser tomados em relação aos fatores de serviço apresentados no Quadro 3, pois referem-se a valores médios; o mais correto é a consulta do fator de serviço no catálogo do fabricante. Para motores a óleo diesel recomenda-se uma margem de segurança de 25% e à gasolina, 50%, independentemente da potência absorvida pela bomba (Pot). Finalmente, para a determinação da potência instalada (N), deve-se observar que os motores elétricos nacionais são fabricados com as seguintes potências comerciais (ou nominais) em cv (Quadro 2): Quadro 2 - Potências comerciais para motores elétricos (cv) 1/4 1/3 1/2 3/4 1 1 1/2 2 3 5 6 7 1/2 10 12 15 20 25 30 35 40 45 50 60 100 125 150 200 250 300 6 CUSTOS MENSAIS DA ENERGIA ELÉTRICA (C)CUSTOS MENSAIS DA ENERGIA ELÉTRICA (C) 25 Esses custos são calculados pela seguinte pela seguinte equação: C = Cc + Ta + CD eq. 21 em que: Cc = custo do consumo energético; Ta = taxa adicional a ser paga; e CD = custo de demanda. a) Custo do consumo energético (Cc) A energia mensal (E) consumida pela bomba é calculada por E = 30 NT (kWh) eq. 22 O custo do consumo energético é, portanto, Cc = E x preço do kWh. eq. 23 b) Taxa adicional a ser paga (Ta) Se o valor do fator de potência da instalação (Cos Ø), conforme Quadro 3, estiver abaixo do permitido pela companhia fornecedora (Cos Ø1), geralmente 0,85, ter-se-á uma taxa adicional a ser paga (Ta) calculada por: ).1 Cos Cos (CT ca Ø Ø1 eq. 24 Quadro 3 - Características aproximadas para motores trifásicos Potência nominal (Hp ou cv) Fator de serviço (FS*) Rendimento (%) Fator de potência (Cos Ø) Corrente com plena carga 220 v 1/4 1,35 0,58 0,72 1,15 1/3 1,35 0.64 0,73 1,35 1/2 1,25 0,69 0,75 1,85 26 3/4 1,25 0,73 0,75 2,65 1 1,25 0,75 0,78 3,30 1 1/2 1,15 0,79 0,78 4,702 1,15 0,80 0,80 6,00 2 1/2 1,15 0,81 0,80 7,40 3 1,15 0,81 0,80 8,80 4 1,15 0,81 0,83 11,50 5 1,15 0,81 0,83 14,50 7 1/2 1,15 0,86 0,85 20,00 10 1,15 0,86 0,85 26,00 15 1,15 0,86 0,87 39,00 20 1,15 0,86 0,87 50,00 25 1,15 0,86 0,87 65,00 30 1,15 0,86 0,87 78,00 * Valores médios conforme norma da ABTN 7094 (ano 1996). c) Custo de demanda (CD) É calculado levando-se em conta a corrente de partida exigida pelo motor elétrico, a qual pode atingir um pico de até sete vezes àquela correspondente à potência instalada. A corrente de partida é calculada pela equação , V3 Hp/kVAx Nx000.1 I p eq. 25 em que: IP = corrente de partida, ampères; N = potência instalada em cv ou Hp; V = voltagem da linha; e kVA/Hp = potência aparente com o rotor bloqueado, por unidade de potência nominal do motor, em função da letra de código do motor, dada pelo Quadro 4. Quadro 4 - Potência aparente com rotor bloqueado em função da letra de código do motor elétrico. 27 Letra de código do motor kVA/Hp Letra de código do motor kVA/Hp A 0 - 3,14 L 9,00 - 9,99 B 3,15 - 3,54 M 10,00 - 11,19 C 3,55 - 3,99 N 11,20 - 12,49 D 4,00 - 4,49 P 12,50 - 13,99 E 4,50 - 4,99 R 14,00 - 15,99 F 5,00 - 5,59 S 16,00 - 17,99 G 5,60 - 6,29 T 18,00 - 19,99 H 6,30 - 7,09 U 20,00 - 22,39 J 7,10 - 7,99 V ≥ 22,40 K 8,00 - 8,99 - - O pico da demanda (PD) é calculado pela equação: 000.1 3cosIV P p D Ø (kW). eq. 26 O custo da demanda (CD)é calculado por: CD = PD x preço do kW. eq. 27 7 PEÇAS ESPECIAIS NUMA INSTALAÇÃO TÍPICA DEPEÇAS ESPECIAIS NUMA INSTALAÇÃO TÍPICA DE BOMBEAMENTOBOMBEAMENTO Uma instalação típica de bombeamento é composta basicamente por uma linha de sucção e uma linha de recalque, conforme apresentado na Figura 13. Cada uma dessas linhas é constituída por peças especiais que estão presentes na maioria das instalações de bombeamento, a saber: Na linha de sucção: válvula de pé e crivo, curva (geralmente de 900) e redução excêntrica. Na linha de recalque: ampliação concêntrica, válvula de gaveta e válvula de retenção. Cada uma dessas peças especiais desempenha um papel importante no bom 28 funcionamento da instalação de bombeamento, conforme descrito a seguir. 7.1 LI NH A DE SUCÇÃO 7.1.1 Válvula de Pée Crivo Instalada na extremidade inferior da tubulação de sucção, a válvula de pé e crivo é unidirecional, isto é, só permite a passagem do líquido no sentido ascendente. Com o desligamento do motor de acionamento da bomba, esta válvula mantém a carcaça (corpo da bomba) e a tubulação de sucção cheias de líquido a ser recalcado, impedindo o seu retorno ao reservatório de sucção ou captação. Nessas circunstâncias, diz-se que a válvula de pé e crivo mantém a bomba escorvada (carcaça e tubulação de sucção cheias do líquido a ser bombeado). Outra finalidade desta válvula é a de impedir a entrada de partículas sólidas, ou de corpos estranhos, como folhas, galhos etc. Para evitar a formação de vórtices e entrada de ar, a válvula de pé e crivo deve estar mergulhada a uma altura mínima (h), dada pela equação: h = 2,5 Ds + 0,1 eq. 28 sendo h e DS em metros. 29 Figura 13 - Instalação típica de bombeamento. 7.1.2 Cur va de 90 o ou outr o ângu lo de cur vatur a Esta curva é imposta pelo traçado da linha de sucção, podendo ser necessária ou não. 7.1.3 Redução Excêntr ica Liga o final da tubulação de sucção à entrada da bomba a qual possui um diâmetro geralmente menor. Essa exentricidade visa evitar 30 a formação de bolsas de ar na entrada da bomba. O seu uso é aconselhável sempre que a tubulação de sucção tiver diâmetro igualou superior a 100 mm. 7.2 LI NHA DE REC ALQUE 7.2.1 Ampliação Concêntr ica Liga a saída da bombaa, a qual possui diâmetro geralmente menor, à tubulação de recalque. 7.2.2 Válvula de Retenção É unidirecional e instalada na saída da bomba, geralmente antes da válvula de gaveta. Suas funções são: a) impedir que o peso da coluna de água na tubulação de recalque seja sustentado pela bomba, o que poderia desalinhá-la ou provocarvazamentos na mesma; b) havendo uma parada acidental no funcionamento do motor e estando a válvula de gaveta aberta, impedir que, com o defeito da válvula de pé, haja o refluxo do líquido fazendo o rotor da bomba girar em sentido contrário (funcionamento como turbina), o que lhe provocaria danos; e c) possibilitar, por meio de um dispositivo chamado “ by- pass”, a escorva da bomba. 7.2.3 Válvula de Gaveta Geralmente é instalada após a válvula de retenção. Suas funções são: a) regular vazão a ser bombeada; e b) permitir a execução de reparos na válvula de retenção. 31 Observação: como será analizado no item 9.4, uma bomba centrífuga deve ser sempre ligada e desligada com a válvula de gaveta fechada, devendo-se proceder de modo contrário nas bombas axiais. 8. SEMELHANÇA ENTRE BOMBASSEMELHANÇA ENTRE BOMBAS 8.1 CONCEITOS a) Modelo: é o objeto de estudo; pode ser reduzido, ampliado ou inalterado. b) Protótipo: é o objeto nas suas dimensões reais; pode constituir-se no próprio modelo. c) Semelhança Geométrica: haverá semelhança geométrica entre o modelo e o protótipo quando a relação entre suas dimensões lineares homólogas for constante, ou seja (Figura 14): cte 'd d ' b b 'd d 2 2 2 2 1 1 eq. 29 Figura 14 - Semelhança geométrica entre modelo e protótipo. Os modelos podem ser classificados em: geometricamente semelhantes, distorcidos e analógicos. Nos modelos geometricamente semelhantes, a escala querelaciona o modelo e o protótipo é a mesma. Nos modelos distorcidos, 32 a relação entre o modelo e o protótipo é feita através de duas ou mais escalas. Nos modelos analógicos (ou não similares) não existe nenhuma razão de semelhança entre o modelo e o protótipo (caso doestudo de vibrações mecânicas utilizando circuito elétrico). A condição de semelhança geométrica implica na igualdade entre os coeficientes adimensionais de interesse, os quais independem do tamanho da máquina. Essa condição permite que os dados obtidos no modelo possam ser transportados para o protótipo, mediante a igualdade desses coeficientes, tendo em vista que o rendimento deve ser o mesmo entre o modelo e o protótipo. Os adimensionais de interesse dependem da máquina a ser analizada. 8.2 ADIMENSIONAIS DE INTERESSE NAS BOMBAS HIDRÁULICAS Para o bom entendimento deste tópico recomenda-se uma revisão sobre análise dimensional, apresentada de modo sucinto no Apêndice C. As grandezas físicas que intervêm no escoamento de um líquido através de uma bomba são: massa específica do líquido (), rotação do rotor (n), diâmetro externo do rotor (D), viscosidade dinâmica do líquido(), vazão do líquido a ser bombeado (Q), diferença de pressão entre a a saída e a entrada da bomba ( p) e potência solicitada pela bomba (Pot). As dimensões dessas grandezas podem ser representadas, tomando-se por base as grandezas fundamentais massa (M), comprimento (L) e tempo (T), por: = ML-3 n = T-1 D= L = ML-1 T-1 Q = L3 T-1, Pot= ML2 T-3 P= ML-1 T-2 33 m gH p p p 12 , representa a diferença de pressão entre a entrada e a saída da bomba; O número de grandezas físicas (n), o número de dimensões (k) e o número de termos () que estão presentes na análise do problema são: n = 7; k = 3 e = n - k = 7 – 3 = 4. A base do sistema (sistema probásico), a qual coincide com o número de dimensões (k), sendo uma de natureza geométrica, outra de natureza cinemática e uma terceira de natureza dinâmica pode ser representado pelas grandezas físicas = , n, D. Os quatro termos são calculados, de acordo com a teoria da análise dimensional, como apresentado a seguir (ver Apêndice C): a) 1111 z y x Dn eq. 30 Equação esta que escrita na forma dimensional pode ser representada como (já que 1 por ser um adimensional pode ser escrito como: 1 = ooo T L M ): 1 1 1 11 3 1 1 x x z y o o o M L T M L T eq.31 Igualando entre si os expoentes de M, L e T do primeiro e segundo membros da equação 31 tem-se com o sistema de equações formado: x1 = -1, y1 = -1 e z1 = - 2; estes valorse substituídos na equação 30, resulta em 2 211 1 Dn Dn eq.32 Como , escreve-se que, tendo em vista a relação c do Apêndice C: 22 1 DnDn (no de Reynolds). eq. 33 b) 2 2 2 2 2 2 3 1 2 32 ( ) ( ) x y z x y z n D Pot ML T L ML T eq.34 34 .TLMTLM ooo 3y2zx31xx 2 2222 eq.35 Considerando para 2 o mesmo procedimento usado para 1 tem-se x2 = -1, y2 = -3 e z2 = -5, que, substituídos na equação 34, dão srcem a: 53 531 1 Dn Pot PotDn (coeficiente de potência) eq. 36 c) 21zy1x3zyx3 TML)L()T()ML( pDn 333333 eq.37 .TLMTLM ooo 2y1zx31x 3 3333 eq. 38 Usando os mesmos procedimentos anteriores, tem-se x3 = -1, y3 = e z3 = -2, e z3 = -2 que, substituídos na equação 37, resultam em: 22 221 3 Dn p pDn (coeficiente de pressão) eq. 39 d) 4 4 4 4 4 43 4 3 14 ( ) ( ) ( ) x y z x y z n D Q ML T L L T eq. 40 .TLMLM ooo 1y3zx3x 4 T444 eq. 41 Adotando os mesmos procedimentos anteriores, tem-se: x4 = 0, y4 = - 1 e z4 = - 3, que, substituídos na equação 40, srcinam: 3 31o 4 Dn Q QDn (coeficiente de vazão) eq. 42 8.3 FUNCIONAMENTO DE BOM BAS SEMEL HANTES Sejam duas bombas, 1 e 2, geometricamente semelhantes,onde o escoamento do líquido através delas se realiza no regime francamente turbulento. Nesse caso o número de Reynolds (eq.33) exerce um papel desprazível no escoamento e não precisa serconsiderado na análise (caso por exemplo de bombeamento de água). 35 Então, pela igualdade dos seus coeficientes adimensionais (equações 36, 39, e 42), tem-se, para um mesmo rendimento (): a) 3 22 2 3 11 1 Dn Q Dn Q ou 3 2 1 2 1 2 1 D D n n Q Q eq. 43 Se o diâmetro for o mesmo (D1 = D2), como é o caso de duas bombas iguais, tem-se: 2 1 2 1 n n Q Q eq. 44 b) 2 2 2 22 2 2 1 2 11 1 Dn p Dn p eq. 45 Sendo p = gHm, tem-se: 2 222 2 2 1 2 11 1 21 Dn gH p Dn gH p mm ou 2 2 12 2 1 m m ) D D () n n ( H H 2 1 eq. 46 Se o diâmetro for o mesmo (D1 = D2), como é o caso de bombas iguais, tem-se: 2 2 1 m m ) n n ( H H 2 1 eq. 47 c) 5 2 3 22 2 5 1 3 11 1 Dn Pot Dn Pot ou 5 2 13 2 1 2 1 2 1 )()( D D n n Pot Pot eq. 48 Para um mesmo fluido, 1 = 2 e para bombas iguais, D1 = D2, podendo-se escrever a equação anterior como: 36 3 2 1 2 1 )( n n Pot Pot eq. 49 As equações 44, 47 e 49 (conhecidas como equações de Rateaux), mostram que, para bombas iguais, as vazões são diretamente proporcionais às rotações, as alturas manométricas são proporcionais ao quadrado das rotações e as potências, ao cubo das rotações. Portanto, cuidados especiais devem ser tomados quando se deseja aumentar a rotação de uma bomba. Observar que, se, por exemplo, a rotação for dobrada a vazão será dobrada, a altura manométrica será quadruplicada e a potência solicitada pela bomba será multiplicada por oito e se o motor que aciona a bomba não tiver potência suficiente para atender a essa nova situação, entrará em sobrecarga. 8.48.4 ROTAÇÃO ESPECÍF ICA OU VEL OCID ADE ESPECÍF ICA OU COEFI CIE NTE DE ROTAÇÃO UNI TÁRIA OU ROTAÇÃO ESPECÍFICA NOMI NAL (n s ) A rotação específica é, por definição, a rotação na qual deverá operar a bomba-modelo para elevar a vazão de 1m3/s à altura manométrica de 1m, com o máximo rendimento. A rotação específica define a geometria, ou tipo de rotor da bomba; ela classifica as bombas quanto à trajetória das partículas do fluido dentro do rotor. Assim sendo, pode-se relacionar o protótipo (índice p) com o modelo (índice m) do modo seguinte: Protótipo Modelo Q p = Q Qm = 1 m 3/s H p = H m H m = 1 m n p = n nm = ns 37 p = máx. m = máx. DP = = D1 Dm = D2 Utilizando as equações 43 e 46, em que o índice 1 refere-se ao protótipo e o índice 2 ao modelo, obtêm-se 3)( m P m P m p D D n n Q Q e eq. 50 22 )()( m P m P m m D D n n H H m P , eq. 51 Substituindo os dados do protótipo e do modelo, fornecidos pelo quadro anterior , nas duas equações 51 e 52, obtêm-se: 3 2 1 s ) D D ( n n 1 Q e eq. 52 2 2 12 s m ) D D() n n( 1 H eq. 53 Elevando a equação 52 à potência 1/3 e a equação 53 à potência 1/2, tem-se: 2 13/1 s 3/1 D D ) n n (Q e eq. 54 2 12/1 D D n n H s m eq. 55 Dividindo membro a membro as equações 54 e 55 obtém-se: 3 2 2/1 3/1 )( sm n n H Q eq. 56 Elevando ambos os membros da equação anterior à potência 23 chega-se a : 38 , Q H nn n n H Q 2/1 4/3 m s s 4/3 m 2/1 eq. 57 ou , 4/34/3 2/1 mm s H Qn H Q nn eq. 58 em que: n = rotação do rotor da bomba, rpm; Q = vazão da bomba, m3/s; e Hm = altura manométrica da bomba, m. Duas bombas geometricamente semelhantes têm o mesmo ns, que é um coeficiente de grande importância por ser definido em função de grandezas físicas que se constituem dados iniciais de projeto que são: Q, Hm e n. A classificação das bombas segundo o ns é feita de acordo com o Quadro 5. Quadro 5 - Classificação das bombas de acordo com ns Tipo de bomba Velocidade específica (ns) Radial ou centrífuga 10 - 70 Diagonal ou mista 70 - 120 Axial 120 - 200 Observação importante: a definição de ns conforme equação 58 é válida apenas para bombas de simples sucção e um estágio. Para um número ni de sucções e um número ne de estágios, a fórmula fica assim escrita: 4/3)( / e m i s n H nQn n eq. 59 9 CURVAS CARACTERÍSTICAS DAS BOMBASCURVAS CARACTERÍSTICAS DAS BOMBAS 39 Constituem-se numa relação entre a vazão recalcada pela bomba com: a altura manométrica, a potência absorvida, o rendimento (e, às vezes, a altura máxima de sucção), entre outras. Pode-se dizer que as curvas características constituem-se no retrato de funcionamento das bombas, nos diversos graus de abertura da válvula de gaveta. Essas curvas se classificam em: a) Curvas estáveis – são aquelas em que para cada altura nonométrica, só existe ema vazão; são as curvas do tipo: flat (inclinação muito suave), rising (inclinação suave) e steep (inclinação muito acentuada). Nas bombas que apresentam curvas do tipo flat, a altura manométrica para Q = 0 (ponto de vazão nula ou shutoff point) é 10% maior que a altura manométrica para vazão no ponto de rendimento máximo; estas curvas são típicas dos rotores radiais. Nas bombas que apresentam curcas do tipo rising, a altura manométrica para Q = 0 é de 10 a 20% maior que a altura manométrica para a vazão no ponto de máximo rendimento; estas curvas são típicas dos rotores diagonais. Nas bombas que apresentam curvas do tipo steep, a altura manométrica para Q = 0 é de 40 a 50% maior que a altura manométrica para a vazão no ponto de máximo rendimento; estas curvas são típicas dos rotores axiais b) Curvas instáveis - são aquelas em que, para cada altura manométrica, existem duas ou mais vazões; quando existirem duas vazões para cada altura manométrica, as curvas são chamadas “drooping”. As curvas características das bombas são obtidas nas bancadas de ensaio dos fabricantes utilizando água limpa a temperatura ambiente (temperatura da ordem de 18° a 20°C). Dentre as curvas características mais comuns, para rotação constante, pode-se destacar: a) Altura manométrica em função da vazão, Hm = f (Q); b) Potência solicitada pela bomba em função da vazão, Pot = f(Q), e c) Rendimento da bomba em função da vazão, = f(Q) 40 O aspecto dessas curvas características depende do tipo de rotor e, conseqüentemente, da rotação específica ns, conforme pode ser visto nas Figuras 15, 16 e 17. 9.1 BOM BAS CENT RÍFUGAS, PARA ROT AÇÃO CONSTANTE Figura 15 - Aspecto das curvas características das bombas centrífugas. O aspecto das curvas Hm = f(Q) e Pot = f(Q) refere-se apenas à região de rendimento aceitável ( 40%); para rendimentos abaixo de 40%, o comportamento das curvas é diferente dos apresentados nas figuras anteriores mas não se tem interesse prático nessas regiões de baixo rendimento. 9.2 BOM BAS AXI AI S, PARA RO TAÇÃO CONSTAN TE 41 Figura 16 - Aspectos das curvas características das bombas axiais. 9.3 BOM BAS DI AGONAI S OU M ISTAS, PARA ROTAÇ ÃO CONSTANTE Figura 17 - Aspecto das curvas características das bombas diagonais. 42 9.4 AL GUM AS CONCL USÕES TI RADA S DAS CURVAS CARACTE RÍSTI CAS DAS BOM BAS CENTRÍFUGAS E AXIAIS a) O aspecto mais achatado das curvas de rendimento das bombas cen- trífugas mostra que tal tipo de bomba é mais adequado onde há necessidade de variar a vazão, podendo a mesma ser variada sem afetar significativamente o rendimento da bomba na faixa de melhor rendimento. b) A potência necessária ao funcionamento das bombas centrífugas cresce com o aumento da vazão e decresce nas axiais, portanto, as bombas centrífugas devem ser ligadas com a válvula de gaveta fechada, já que a potência necessária ao acionamento é mínima. O contrário ocorre com as bombas axiais, onde com a válvula de gaveta fechada há maior consumo de potência quando a bomba é ligada; por isso nessas bombas, de um modogeral, não se instala válvula de gaveta para evitar ligá-la com essa válvula fechada.c) O crescimento da altura manométrica não causa sobrecarga no motor das bombas centrífugas. Especial atenção deve ser dada quando a altura manométrica diminui, pois aumenta a vazão e, conseqüentemente, a potência exigida para o funcionamento da bomba, o que poderá causar sobrecarga no motor, caso este não tenha potência suficiente para atender essa nova demanda. É muito comum o êrro de se adotar uma altura manométrica superior à calculada e com isso dimensionar um motor para trabalhar com “bastante folga”. Na realidade, quando instalada para atender a essa altura manométrica adotada, a bomba irá operar a uma altura manométrica inferior à adotada e consequentemente fornecerá uma vazão superior à de projeto. Se a bomba selecionada for do tipo centrífuga, causará sobrecarga no motor, como ilustrado na Figura 18. 43 Figura 18 - Conseqüência da diminuição da altura manométrica das bombas centrífugas. Na Figura 18, (0) representa a curva característica da bomba que deveria ter sido adotada e (1), a curva característica da bombaadotada em razão do aumento da altura manométrica. O ponto de projeto que deveria ter sido adotado é: Qo, Ho e Pot0. O ponto de projeto adotado foi: Qo, H1 e Pot1, tendo sido o motor adquirido para atender a potência Pot1. O ponto real de funcionamento da bomba, resultante do cruzamento da curva característica (1) da bomba com a curva característica (T) da tubulação, é: Q1, H2 e Pot2. Como Pot2 > Pot1, ocorre sobrecarga no motor, já que este foi adquirido para atender a potência Pot1. A solução para corrigir o erro cometido é operar a válvula de gaveta, até que Q1 seja igual a Qo. Isto faz com que H2 tenda a H1 e Pot2 tenda a Pot1, aliviando, dessa forma, a sobrecarga no motor. d) O contrário do que foi discutido no item anterior (item c) ocorre no caso de bombas axiais em razão do comportamento da curva característic, Pot = f(Q), conforme pode ser constatado na Figura 16. 44 10 CURVAS CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA OU DACURVAS CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA OU DA TUBULAÇÃOTUBULAÇÃO Quando a tubulação é constituída de diâmetro único, é usual falar-se em curva característica da tubulação; quando a tubulação for composta por mais de um diâmetro, é usual falar-se em curva característica do sistema. Algumas análises serão feitas conforme apresentado a seguir. 10.1 TUB UL AÇÃO ÚNI CA (CURVA TÍ PI CA) a) Desnível geométrico positivo (HG > 0) Este é o caso da instalação mostrada na Figura 11. A segunda expressão da altura manométrica fornece, para o caso de reservatórios abertos para a atmosfera ou sujeitos à mesma pressão: Hm = HG + ht, eq.13 sendo ht = hf + ha eq. 60 onde: hf = perda de carga contínua; e ha = perda de carga acidental. As perdas de carga acidentais podem ser incluídas nas perdas de carga contínuas, desde que se use o método dos comprimentos equivalentes, onde as peças especiais como válvulas, curvas etc, são transformadas, para efeito de cálculo, em comprimentos equivalentes de canalização. Então, usando a equação de Darcy-Weisbach, pode-se escrever a equação 60 como: , 2 16 2 42 2 Q K D g Q D Le f ht eq. 61 em que: 45 Le = comprimento real da canalização (L) mais o comprimento equivalente correspondente às peças especiais tabeladas conforme Quadros 1A e 2A do Apêndice A. 2 5 2 5 16 8 2 f Le f Le K g D g D eq. 62 sendo K uma característica do sistema ou da tubulação e f o coeficiente de atrito obtido das Figuras 1A, 2A, 3A, 4A e 5A do Apêndice A. Se o cálculo da perda de carga for feito com a equação de Hazen-Williams, tem-se V = 0,355 C D0, 63 J0,54 ou 2D Q4 = 0,355 C D0,63 J0,54 eq. 63 de onde se obtêm: 852,1 63,2 ) DC355,0 Q4 (J , eq. 64 852,1 63,2t )DC355,0 Q4(LeLeJh e eq. 65 852.1852.1852,1 63,2t Q'K Q) DC355,0 4 (Leh , eq. 66 sendo: 852,1 63,2 ) DC355,0 4 (Le'K e eq. 67 C = coeficiente de Hazen-Williams (Quadro 4A do Apêndice A). As considerações anteriores permitem escrever a equção 13 como: Hm = HG + K Q 2 eq. 68 utilizando a equação de Darcy-Weisbach, ou Hm = HG + K’ Q 1,852 eq. 69 utilizando a equação de Hazen-Williams. 46 Quando representadas graficamente, as equações 68 e 69 tem o aspecto da Figura 19 para HG > 0: Figura 19 - Representação da curva característica da tabulação (curva típica), para HG > 0 e HG = 0. b) Desnível geométrico nulo (HG = 0) Este é o caso em que os reservatório de captação e distribuição encontram-se no mesmo nível e submetidos a mesma pressão. Neste caso a transferência do líquido de um reservatório para outro só se dá por meio de bombeamento. As equações representativas das curvas características das tubulações são as mesmas utilizadas para desnível geométrico maior que zero (equações 68 e 69), fazendo-se HG = 0, naquelas equações. Sua representação gráfica encontra-se na Figura 19. 10.2 TUBULAÇÕES EM SÉRIE Considere-se a Figura 20 47 Figura 20 - Tubulações de recalque associadas em série. A fórmula para cálculo da altura manométrica é a mesma usada no caso de tubulação única, ou seja: Hm = HG + ht eq. 13 Sendo: ,hhhh 321 tttt eq. 70 em que: 1t h = perda de carga total no trecho L1; 2t h = perda de carga total no trecho L2; e 3t h = perda de carga total no trecho L3. Como a vazão que atravessa as três tubulações é a mesma, pode-se escrever que, usando a fórmula de Darcy- Weisbach (ou fórmula universal): 1 2 21 12 5 1 16 2 t f Le h Q K Q g D eq. 71 2 2 22 22 5 2 16 2 t f Le h Q K Q g D eq. 72 48 3 2 23 32 5 3 16 2 t f Le h Q K Q g D eq. 73 Substituindo as equações 71, 72 e 73 na equação 70, obtém-se: ht = K 1Q 2 + K 2Q 2 + K 3Q 2 = (K 1 + K 2 + K 3) Q 2 eq. 74 Substituindo a equação 74 na equação 13, a altura manométrica é calculada por: Hm = HG + (K 1 + K 2 + K 3) Q 2. eq. 75 Caso fosse usada a fórmula de Hazen-Williams, o cálculo da altura manométrica seria feito por: ' ' ' 1,852 1 2 3( )m G H H K K K Q eq. 76 e cada valor de K’, calculado por: 852,1 63,2 ) DC355,0 4 (Le'K eq. 67 A curva característica do sistema de tubulações tem o aspecto apresentado na Figura 21. 49 Figura 21 - Representação da curva característica do sistema de tubu- lações associadas em série. 10.3 TUB UL AÇÕES EM PARAL EL O A curva característica pode ser determinada mediante dois processos. 10.3.1 Pri meir o Pr ocesso Para efeito de cálculo, as duas tubulações em paralelo, da Figura 22, podem ser transformadas em uma única equivalente de comprimento Le , diâmetro D e vazão Q. Figura 22 - Tubulações de recalque associadas em paralelo. Assim, usando o conceito de condutos equivalentes, chega-se à seguinte equação para o cálculo da tubulação de diâmetro D e vazão Q ,equivalente à tubulação em paralelo: 50 n n e m n e m e m L D L D L D 21 21 eq. 77 em que m = 5 e n = 2, quando se trabalha com a fórmula de Darcy- Weisbach (ou fórmula universal), e m = 4,87 e n = 1,85, quando se trabalha com a fórmula de Hazen-Williams. A fórmula para o cálculo da perda de carga total é expressa como: n m e t Q D L K h * eq. 78 Substituindo )( m e D L na equação 78 tendo em vista a equação 77, chega-se a: 1 * 1 2 n m m n nnt e es D D h K Q L L eq. 79 Finalmente, a altura manométrica (Hm) pode ser calculada por: 1 2 * 1 2 n m n n n nm G e e D D H H K Q L L eq. 80 em que: g f g f K 22 * 8 2 16 eq. 81 quando se usa a fórmula de Darcy-Weisbach (ou fórmula universal), e 852,1* ) C355,0 4 (K eq. 82 quando se usa a fórmula de Hazen-Williams. A representação da curva característica do sistema de tubulações para esse processo tem o mesmo aspecto apresentado na Figura 21. 51 10.3.2 Segundo Pr ocessoA curva característica de cada tubulação é traçada separadamente, conforme descrito no item 10.1, para o caso de tubulação única. A curva característica do sistema é obtida conforme a Figura 23, apresentada a seguir, ou seja, pela soma gráfica das curvas características das tubulações (1) e (2). Figura 23 - Método gráfico para a obtenção da curva característica do sistema (S) de tubulações associadas em paralelo. Os pontos para o traçado da curva (S) são obtidos conforme mostrado na Figura 23. Para a obtenção do ponto P, por exemplo, traçou-se uma linha paralela ao eixo das vazões; em seguida somou-se o comprimento B (representativo da vazão que escoa pela tubulação 1) com o comprimento A (representativo da vazão da tubulação que escoa pela tubulação 2). 10.4 TUBU LAÇÃO DE RECALQUE COM MÚLTI PLAS SAÍ- DAS (DISTR IBUI ÇÃO EM MARCHA ) Considere-se a Figura 24, em que parte da vazão de montante (QM) se distribue uniformemente ao longo da tubulação de recalque (QD), chegando (ou não) ao reservatório de distribuição uma vazão de jusante (QJ). Na Figura 24 define-se que: 52 qm = vazão unitária (vazão que se distribui uniformemente ao longo da tubulação); QM = vazão a montante; eQJ = vazão a jusante. Figura 24 - Tubulação de recalque com múltiplas saídas ao longo do seu comprimento. Dois casos serão analizados: vazão de jusante diferente de zero (QJ 0) e vazão de jusante nula (QJ = 0). 10.4.1 Vazão a Jusante Di ferente de Zero (Q J 0) Considerado o método das vazões fictícias (Qf ), em que Qf supostamente percorre toda a tubulação e é causadora da mesma perda de carga que vazão existente na situação real (que varia a cada metro de tubulação) e, a vazão unitária (qm) distribuída em cada metro linear de tubo, cujo comprimento total é L, chaga-se a uma fórmula geralque permite calcular Qf e, conseqüentemente, a perda de carga na 53 tubulação com múltiplas saídas, usando qualquer uma das fórmulas recomendadas para o cálculo da perda de carga contínua em tubulações virgens (fórmula universal, fórmula de Hazem Williams, etc.). Assim sendo, quando se considera a fórmula universal (ou de Darcy-Weisbach), pode ser demonstrado de modo bastante simples que: Lq5,0Q 2 QQ Q mM JM f eq. 83 O cálculo da perde de carga total (ht) para essas tubulaç~es pode ser feito com as equações: ht = K Qf 2 (fórmula de Darcy-Weisbach) eq. 84 ht = K’ Qf 1,852 (fórmula de Hazen-Williams) eq. 85 sendo K e K’ calculados pelas equações 62 e 67, respectivamente. Dependendo da fórmula de perda de carga usada a altura manométrica pode ser escrita da seguinte forma: Hm = HG + K Qf 2 e eq. 86 Hm = HG + K’ Qf 1,852 eq. 87 O aspecto da curva característica da tubulação com distribuição em marcha comparada com aquela para tubulação virgem (item 10.1) é: 54 Figura 25 - Representação da curva característica de uma tubulação virgem e uma tubulação com distribuição em marcha para QJ 0. Observa-se que a curva característica para a tubulação com distribuição em marcha desloca-se de 0,5 qm L em relação à curva traçada considerando a tubulação virgem. 10.4.2 Vazão a Jusante Nula (Q J = 0) Nesse caso toda a vazão de jusante se distribui ao longo da tubulação de recalque, podendo ser demonstrado que: Mf Q 3 1 Q eq. 88 quando se considerar a fórmula universal para essa demonstração. Isso permite escrever para a altura manométrica que: 2 3 m G M K H H Q (fórmula de Darcy-Weisbach) eq. 89 ou 1,852' 3 m G M K H H Q (fórmula de Hazen-Williams) eq. 90 55 A curva característica, para o caso, tem o aspecto da Figura 26, onde a defasagem entre as curvas para a tubulação virgem e com distribuição em marcha, a partir da srcem, é igual a 0,42 QM. Figura 26 - Representação da curva característica de uma tubulação virgem e uma tubulação com distribuição em marcha para QJ = 0. Ainda no que se refere à distribuição em marcha, com Q J = 0, pode-se trabalhar com o coeficiente (F) de Christiansen, o qual é função do número de saídas. Para isso, basta calcular a perda de carga contínua com a vazão a montante (QM) e, em seguida, multiplicar o resultado por um fator de correção (F), obtendo-se a perda de carga com distribuição em marcha. O fator de correção (F) encontra-se no Quadro 5A do Apêndice A. 10.5 RESERVAT ÓRIOS DE DI STRI BUI ÇÃO SITUADOS EM COTAS DI FERENTES Quando existir mais de um reservatório de distribuição e eles se situarem em cotas diferentes, traça-se, separadamente, a curva característica de cada tubulação respeitando-se o desnível geométrico de cada reservatório. A curva características do sistema é obtida somando-se as vazões, para uma mesma altura manométrica, deacordo com a Figura 27. 56 Figura 27 - Reservatórios de distribuição situados em cotas diferentes. Para vazões da bomba até Q1, somente o reservatório R 1 será abastecido. Para vazões maiores que Q1, os reservatórios R 1 e R 2 serão abastecidos sob a mesma altura manométrica. 10.6 SISTEM AS POR GRAVI DADE (D ESNÍVEL GEOM ÉTRI CO ME NOR QUE ZERO) Para essa análise considere-se a Figura 28, onde o reservatório de distribuição (R 2) acha-se situado em cota inferior ao reservatório de captação (R 1). Figura 28 - Instalação por gravidade. 57 Nesse tipo de instalação, a localização da bomba em relação aosreservatórios não é fator limitante; cuidados especiais devem ser tomados com relação à cavitação da bomba. A altura manométrica é calculada por: Hm = K Q 2 - HG (fórmula de Darcy-Weisbach ou universal) eq. 91 Hm = K ’ Q 1,852 - HG (fórmula de Hanzen-Williams). eq. 92 Sendo K e K’calculados pelas equações 62 e 67, respectivamente. A curva característica da tubulação tem o aspecto da Figura 29, onde a vazão Qo é obtida às custas do desnível geométrico HG. Vazões maiores que Qo são obtidas quando se usa a bomba para aumentar a altura manométrica. Figura 29 - Curva característica de uma instalação por gravidade. 11 ESTUDO CONJUNTO DAS CURVASESTUDO CONJUNTO DAS CURVAS CARACTERÍSTICAS DA BOMBA E DO SISTEMA (OUCARACTERÍSTICAS DA BOMBA E DO SISTEMA (OU DA TUBULAÇÃO)DA TUBULAÇÃO) A Figura 30 mostra a curva característica da bomba associada à curva característica do sistema (ou da tubulação). A interseção das duas curvas define o ponto de trabalho ou o ponto de operação da bomba, ou seja: para a vazão de projeto (Q0) da bomba, a altura manométrica da bomba é igual àquela exigida pelo sistema (H0). Nesta Figura, Po define o ponto de trabalho da bomba, com a válvula de gaveta totalmente aberta, e P1 o ponto de funcionamento da bomba com a válvula de gaveta parcialmente aberta. 58 Figura 30 - Associação da curva característica da bomba e do sistema ou da tubulação, para válvula de gaveta totalmente aberta (1) e parcialmente aberta (2). No caso de reservatórios situados em cotas diferentes (Figura 31), tem-se para a curva do sistema (curva MNAP): Figura 31 - Associação da curva característica da bomba com a dosistema, para reservatórios situados em cotas diferentes. 59 O ponto de funcionamento da bomba é A (Qo , Ho). Para a mesma altura manométrica (Ho) a vazão que passa pela tubulação de diâmetro D1 é Q1 e pela tubulação de diâmetro D2 é Q2. Se for interrompido o escoamento pela tubulação D1, o ponto de funcionamento da bomba será )H,Q(C '2 ' 2 . Se for interrompido o escoamento pela tubulação D2, o ponto de funcionamento será )H,Q(B '1 ' 1 . 12 VARIAÇÃO DAS CURVAS CARACTERÍSTICAS DASVARIAÇÃO DAS CURVAS CARACTERÍSTICAS DAS BOMBASBOMBAS Nos itens 10 e 11 foi discutido como obter as curvas características das bombas e das tubulações. Neste item será visto como modificar as curvas características das bombas para atender certas necessidades de projeto. As curvas características das bombas podem variar: a) Com o tempo de uso da bomba. b) Com a variação da rotação do rotor da bomba (para um mesmo diâmetro do rotor). c) Com a variação do diâmetro do rotor da bomba (para uma mesma rotação do rotor). Observação: Os recursos(b) e (c) são muito utilizados na prática (diminuição no valor da rotação ou no valor do diâmetro), para evitar sobrecarga no motor; estes recursos podem ser usados pelo técnico ou pelo fabricante de bombas. d) Com a variação do diâmetro e da rotação do rotor ao mesmo tempo. Esta operação é mais complicada e deve ser evitada pelo técnico. e) Com a variação da forma do rotor. Esta operação compete apenas ao fabricante de bombas. Os rotores mais largos e com pás mais retas fornecem curvas mais achatadas, do tipo flat (Figura 32), podendo a vazão sermodificada sem que seja alterada, significativamente, a altura 60 manométrica. Os rotores mais estreitos e com pás mais inclinadas fornecem curvas mais inclinadas, do tipo rising (Figura 33), em que a vazão é modificada às custas de uma grande variação na altura manométrica. Figura 32 – Aspecto da curva característica para rotores mais largos e com pás mais retas. Figura 33 - Aspecto da curva característica para rotores mais estreitos e com pás mais inclinadas. f) Variando-se o número de pás dos rotores. Também é uma operação que compete ao fabricante. Maior número de pás levam as curvas mais achatadas (tipo flat) e menor númerode pás, a curvas mais inclinadas (tipo rising). 61 As bombas com curvas mais achatadas se prestam melhor a associação em série e as mais inclinadas, à associação em paralelo como será discutido posteriormente no item 19. 13 INFLUÊNCIA DO TEMPO DE USO NAS CURVAS INFLUÊNCIA DO TEMPO DE USO NAS CURVAS CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA (OU DA TUBULAÇÃO)CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA (OU DA TUBULAÇÃO) E DA BOMBAE DA BOMBA O desgaste e a corrosão da bomba, causados pelo tempo de uso, provocam queda no seu rendimento. Além disso, o tempo de uso também afeta a curva característica do sistema, (devido ao aumento da perda de carga), tornando essa curva mais inclinada. A Figura 32 mostra a influência do tempo de uso da bomba (B) e sistema (S) onde as linhas cheias referem às condições “novas” e as linhas tracejadas às condições “usadas”. Figura 34 - Influência do tempo nas curvas características da bomba (B) e do sistema (S). 14 VARIAÇÃO DA ROTAÇÃO DO ROTOR DA BOMBA,VARIAÇÃO DA ROTAÇÃO DO ROTOR DA BOMBA, MANTENDO-SE O DIÂMETRO CONSTANTEMANTENDO-SE O DIÂMETRO CONSTANTE Esta operação é indicada para qualquer tipo de bomba, seja ela centrífuga, axial ou diagonal. Nesta análise , o diâmetro do rotor é mantido constante e o rendimento deve ser o mesmo para ambas as rotações (a rotação conhecida e a rotação a ser calculada). 62 As equações a serem utilizadas (mantendo-se constantes o diâmetro e o rendimento) são: 2 1 2 1 n n Q Q eq. 44 2 2 1 m m ) n n ( H H 2 1 eq. 47 3 2 1 2 1 ) n n ( Pot Pot eq. 49 As equações anteriores foram srcinadas da semelhança geométrica de bombas conforme discutido no item 8.3; elas são recomendadas, na prática, para uma variação na rotação do rotor da bomba da ordem de 25 a 30% no máximo, para que o rendimento seja considerado aproximadamente o mesmo para as duas rotações (rotação conhecida, e rotação a ser calculada) tendo-se em vista que o perigo de cavitação cresce com o aumento da rotação como será visto no item 20. A variação na rotação do rotor poderá ser conseguida: a) variando-se a a aceleração do motor de acionamrnto da bomba por meio de uma alavanca, no caso de motores à combustão interna (diesel e gasolina); b) com um variador mecânico de rotações intercalado entre o motor e a bomba, para caso de motor elétrico; e c) por meio de polias e correias planas e em “V”. No caso da variação na rotação por meio de polias e correias planas, o cálculo do diâmetro das polias pode ser feito como apresentado na Figura 35. 63 Figura 35 - Acoplamento motor-bomba, por meio de polia e correia. As velocidades periféricas (V1 e V2) das polias da bomba e do motor podem ser calculadas, respectivamente, por: ee 2 22 2 d W V eq.93 eq.93 em que: W1 = velocidade angular da polia da bomba; e d1 = diâmetro da polia da bomba. W2 = velocidade angular da polia do motor; e d2 = diâmetro da polia do motor. As velocidades angulares relacionam-se com as rotações de acordo com as equações: WW11 = 2 = 2 n n11 (rd/min) (rd/min) e e WW 22 = 2 = 2 n n22 (rd/min (rd/min eq. eq. 9494 sendo n1 a rotação da polia da bomba e n2 a rotação da polia do motor. Já que V1 = V2, após substituir as equações 94 nas equações 92, obtém-se: nn11dd11 = n = n22dd22 eq. eq. 9595 Para o caso de correias em “V”, o cálculo dos diâmetros das polias da bomba e do motor pode ser feito conforme Apêndice B. Como os pontos pertencentes às curvas de mesmo rendimento (curvas de isoeficiência) obedecem às equações 44, 47 e 49, combinando as duas primeiras obtem-se: 2 11 1 d W V 64 1 1 2 2 21 2 2 2 1 2 ( ) . m m m m H H H Q ou cte H Q Q Q eq. eq. 9696 A equação 96, chamada de parábola de isoeficiência ou isorendimento, é usada para a obtenção de pontos homólogos (pontos de mesmo rendimento) quando se analisam as curvas características das bombas. 15 VARIAÇÃO DO DIÂMETRO DO ROTOR DAVARIAÇÃO DO DIÂMETRO DO ROTOR DA BOMBA, MANTENDO-SE A ROTAÇÃO CONSTANTEBOMBA, MANTENDO-SE A ROTAÇÃO CONSTANTE Esta peração que consiste na usinagem (raspagem) do rotor da bomba até um valor correspondente a 20%, no máximo, do seu diâmetro srcinal sem afetar sensivelmente o seu rendimento; é mais indicada para bombas centrífugas, já que as faces do rotor dessas bombas são praticamente paralelas o que mantem o rendimento do rotor usinado aproximadamente igual ao rendimento do rotor srcinal. Não é recomendada para bombas diagonais ou axiais. As equações, (mantendo-se constantes a rotação e o rendimento), que relacionam as vazões com os diâmetros, obtidas experimentalmente são: a) Segundo Louis Bergeron e outros: 2 2 1 2 1 ) D D ( Q Q eq. eq. 9797 b) Segundo J. Karassik; 2 1 2 1 D D Q Q eq. eq. 9898 65 A fim de admitir que a relação entre as vazões varia diretamente com a relação entre os diâmetros, Stepanoff introduz a seguinte correção na equação 98 de J. Karassik: Quadro 6 - Correção de Stepanoff para equação de J. Karassik Relação calculada 1 2 1 2 D D Q Q 0,65 0,70 0,75 0,80 0,85 0,90 0,95 Relação necessária 1 2 D D 0,71 0,73 0,78 0,83 0,87 0,915 0,955 Se, por exemplo, D2 for igual a 200 mm e a relação calculada (D1/D2) igual a 0,80, o Quadro 6 fornecerá, para a relação necessária: 1 2 10,83 166 D D D mm (diâmetro do rotor usinado). A equação, também de cunho experimental, que relaciona as potências com os diâmetros é: 3 2 1 2 1 ) D D ( Pot Pot eq. 99 Observações: a) O corte no rotor da bomba afasta a hipótese de semelhança geométrica entre o rotor srcinal e o usinado. Daí o fato de as equações 97, 98 e 99 (obtidas experimentalmente) não terem obedecido às equações srcinadas da lei de semelhança geométrica, discutidas no item 8.3. b) O traçado da parábola de isoficiência para a obtenção de pontos homólogos também obedece à equação 96. 66 16 VARIAÇÃO DAS CURVAS CARACTERÍSTICAS DASVARIAÇÃO DAS CURVAS CARACTERÍSTICAS DAS TUBULAÇÕES OU DOS TUBULAÇÕES OU DOS SISTEMASSISTEMAS Esta é uma operação muito usada para variar o ponto de funcionamento da bomba; a análise é feita considerando-se as equações 13, 62,67,68,e 69 apresenatadas no item 10, ou seja: HHmm = H = HGG + h + ht(1-2)t(1-2) eq. eq. 1313 2 5 2 5 16 8 2 f Le f Le K g D g D eq. eq. 6262 852,1 63,2 ) DC355,0 4 (Le'K eq. eq. 6767 HHmm = H = HGG + K Q + K Q 22 eq. eq. 6868 HHmm = H = HGG + K’ Q 1,8521,852 eq. eq. 6969 Considerando as equações 13, 68, e 69 observa-se que a variação de qualquer uma das parcelas do segundo membro dessas equações provocará mudança na curva característica da tubulação, mudando, conseqüentemente, o ponto de funcionamento da bomba. As análises feitas a seguir consideram a variação de um dos termos dessas equações, mantendo-se os outros constantes. 16.1VARI AÇÃO DA AL TURA GEOMÉ TRICA DA B OMB A (H G ) Este é um caso típico da instalação mostrada na Figura 36, em que à medida que o bombeamento se processa a altura geométricaaumenta, com o aumento da altura de sucção devido a passagem do 67 nível (1) para o nível (2). Como só há mudança no nível da água do reservatório de captação e nenhuma mudança nas características tubulação (mudança no diâmetro, no comprimento, na abertura da válvula de gaveta etc.), a curva (2) será paralela à curva (1), com defasagem de 'G G H H . Nesse caso não há necessidade do uso das equções 13, 68 ou 69 para o traçado da curva (2); basta traçá-la paralelamente à curva (1) com a defasagem entre os desníveis geométricos. O ponto de funcionamento da bomba desloca-se de A para B diminuindo a vazão bombeada. Figura 36 - Variação da curva do sistema (e do ponto de operação), provocada pela variação da altura geométrica da instalação Uma análise inversa também pode ser feita, considerando-se a passagem do nível (2) para o nível (1), como no caso, por exemplo, do enchimento do reservatório de captação por ocasião de fortes chuvas. Nesse caso devem ser tomados cuidados especiais em se tratando de bombas centrífugas (o que geralmente ocorre); como a vazão bomeada cresce em razão do decréscimo da altura manométrica (aqui o ponto de funcionamento da bomba desloca-se de B para A), a potência solicitada pela bomba e o perigo de cavitação aumentam. 68 16.2 VARI AÇÃO DA PERDA DE CARGA (h t ) Esta variação pode ser provocada, entre outros fatores, por: a) fechamento ou abertura da válvula de gaveta; b) variação no comprimento das tubulações; e c) variação no diâmetro das tubulações. Dentre as variações citadas, o fechamento ou a abertura da válvula de gaveta é a operação mais usada na prática, como mostra a Figura 37. Figura 37 - Variação da curva característica do sistema (e do ponto de operação) provocada pelo fechamento da válvula de gaveta. Na Figura 37, é mostrado que, quando a válvula de gaveta é fechada parcialmente, o ponto de funcionamento desloca-se de P para P’. Com o fechamento parcial desta válvula aumenta-se o valor de K ou K’ (característica do sistema), devido ao aumento do comprimento equivalente (Le), provocando um aumento na perda de carga acidental (veja equações 62 e 67). 17 REGULAGEM DO PONTO DE OPERAÇÃO DAREGULAGEM DO PONTO DE OPERAÇÃO DA BOMBABOMBA 69 É o conjunto de operações capaz de mudar o ponto de operação da bomba. Dentre as medidas mais usadas destacam-se: a) variação da curva característica da bomba; b) variação da curva característica do sistema; e c) variação simultânea da curva característica da bomba e do sistema. 17.1VARI AÇÃO DA CURVA CARACTERÍSTI CA DA BOM BA Mantida constante a curva característica do sistema, a curva característica da bomba poderá ser mudada conforme discutido no item 13, ou seja, variando a rotação do rotor para um mesmo diâmetro, ou variando o diâmetro do rotor para uma mesma rotação, ou, ainda, variando ambos (o diâmetro e a rotação). A Figura 38 elucida a questão. Figura 38 - Variação da curva característica da bomba, mantida a cur- va característica do sistema. A curva característica da bomba passou de B para B’, pela usinagem do rotor ou pela diminuição da rotação do rotor da bomba; com isso o ponto de funcionamento passou de P para P’, provocando um decréscimo na vazão e um acréscimo na altura manométrica. 70 17.2 VARI AÇÃO DA CURVA CA RACTERÍSTI CA DO SISTEM A OU TUBUL AÇÃO Mantida constante a curva característica da bomba, a curva característica do sistema poderá ser mudada conforme discutido no item 12, ou seja, variando a altura geométrica da bomba (HG), ou a perda de carga da instalação (ht), ou ambas. Para a análise, deve-se considerar a Figura 39. Figura 39 - Variação da curva característica do sistema, mantida a curva característica da bomba. A curva característica do sistema passou de S para S’, devido ao fechamento da válvula de gaveta, sendo a altura geométrica constante. Com isso o ponto de funcionamento passou de P para P’ , provocando um decréscimo da vazão e um acréscimo na altura manométrica. 17.3 VARI AÇÃO SIMUL TÂNEA DA CURVA CARAC TERÍSTI CA DA BOM BA E DA TUBUL AÇÃO 71 Combinação que leva do ponto P ao ponto P’ de funcionamento, conforme mostra a Figura 40, onde as curvas características iniciais eram a curva B da bomba e a S da tubulação. O ponto P’ foi obtido com aumento da rotação da bomba associado ao fechamento parcial da válvula da gaveta o que provocou uma queda na vazão e um aumento na altura manométrica da bomba. Figura 40 - Variação simultânea da curva característica da bomba e do sistema. 18 EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃOEXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO Exercício A A Figura 41 mostra o esquema de uma instalação de bombeamento, que tem por finalidade abastecer um canal de distribuição de água para fins de irrigação. 72 Figura 41 - Esquema de uma instalação de bombeamento Os dados conhecidos são: - comprimento da tubulação de recalque (Lr ) = 600 m; - comprimento da tubulação de sucção (Ls) = 15 m; - vazão necessária Q = 110 m3/h = 30 /s = 0,030 m3/s; - tempo de funcionamento do conjunto moto bomba, por dia: T = 18 h/dia; - material a ser usado: tubos de ferro fundidos novos (C = 130conforme Quadro 4A do Apêndice A); - custo do consumo de energia no meio rural (estimativa em outubro de 2005) = R$0,61/kWh; - custo da demanda de energia no meio rural (estimativa em outubro de 2005) = R$40,67/kW; - altura geométrica de sucção (HS) = 4 m; e - altura geométrica de recalque (HR ) = 42,30 m. Com essas informações, pedem-se: a) diâmetros das tubulações de recalque e sucção da bomba; b) altura manométrica da instalação; c) escolha da bomba adequada no catálogo do fabricante; d) potência do motor elétrico; e e) gasto mensal com energia elétrica. Solução:Solução: 73 a)a) Cálculo dos diâmetros das tubulações de recalque e sucçãoCálculo dos diâmetros das tubulações de recalque e sucção Como o funcionamento do conjunto moto bomba é intermitente (18 h/dia), usar-se-á a equação 16, ou seja: 030,0) 24 18 (3,1Q) 24 T (3,1D 25,025,0 D = 0,209 m (diâmetro não-comercial para ferro fundido). Usando o critério de adotar o diâmetro comercial imediatamente inferior e o imediatamente superior, para compor os diâmetros de recalque e sucção, respectivamente, têm-se: DR = 200 mm (diâmetro comercial imediatamente inferior ao calcula- do para ferro fundido); e DS = 250 mm (diâmetro comercial imediatamente superior ao calculado para ferro fundido). As velocidades nas tubulações de recalque (VR ) e sucção (VS) para os diâmetros anteriores podem ser calculadas como: s/m00,1 200,0x14,3 30,0x4 D Q4 V 22 R R (valor dentro do limite recomendado) e s/m61,0 250,0x14,3 30,0x4 D Q4 V 22 S S (valor dentro do limite recomendado). b) Cálculo da altura manométrica da instalação (Hb) Cálculo da altura manométrica da instalação (Hmm)) Como os diâmetros das tubulações de sucção e recalque são diferentes, calcular-se-ão a altura manométrica de sucção )H( Sm e a altura manométrica de recalque )H( R m , separadamente. A altura 74 manométrica da instalação (Hm) será obtida pela soma dessas duas alturas manométricas )HHH( R SS mmm . Para o cálculo da perda de carga acidental será usado o método dos diâmetros equivalentes (Quadro 3ª do Apêndice 1) e para o cálculo da perda de carga contínua, a fórmula de Hazen-Williams. - Altura manométrica de sucção (D- Altura manométrica de sucção (DSS = 250 mm) = 250 mm) tubos retos 15,00 m 1 redução excêntrica (6 x 0,250) 1,50 m 1 cotovelo de 90o (45 x 0,250) 11,25 m 1 válvula de pé e crivo (250 x 0,250) 62,50 m LeS ------------------------- 90,25 m sendo 0,63 0,540,355S S S V C D J têm-se ;m/m00167,0h ) 250,0x130x355,0 61,0() DC355,0 V(J 852,1 63,0 852,1 63,0 S S S hS = JS LeS = 0,00167 x 90, 25 = 0,15 m (perda de carga na sucção);e m15,415,04hHH SGmS (altura manométrica de sucção). - Altura manométrica de recalque (D- Altura manométrica de recalque (DR R = 200 mm) = 200 mm) tubos retos..............................................600 m 1 ampliação gradual (12 x 0,200)............2,4 m 1 válvula de gaveta aberta (8 x 0,200).....1,6 m 2 cotovelos de 90o (2 x 45 x 0,200)........18,0 m 2 cotovelos de 45o (2 x 20 x 0,200)..........8,0 m 1 válvula de retenção (100 x 0,200)....... 20,0 m LeR .................................650 m 75 852,1 63,0 852,1 63,0 R R R ) 200,0x130x355,0 1 ) DC355,0 V (J JR = 0,00541 m/m. hR = JR LeR = 0,00541 x 650 = 3,52 m (perda de carga no recalque). R m H = HR + hR = 42,30 + 3,52 R m H = 45,82 m (altura manométrica de recalque). A altura manométrica da instalação (Hm) é, portanto: Hm = m97,4982,4515,4HH R S mm Hm = 50 m. c) Escolha da bomba no catálogo do fabricantec) Escolha da bomba no catálogo do fabricante Para o exercício será usado o catálogo das bombas MARK. De maneira análoga faz-se a escolha, em catálogos de outros fabricantes, em função da vazão a ser bombeada e da altura manométrica da instalação. Para o caso, têm-se: Q = 110 m 3 /h = 0,030 m 3 /s = 30 1/s e Hm = 50 m. Introduzindo o par de valores (Q; Hm) nos diagramas de cobertura hidráulica, Figura 42, verifica-se que duas bombas monoestágio satisfazem ao problema, ou seja: - modelo DO, operando a 1.750 rpm; e - modelo modelo DY, operando a 3.500 rpm. Com as curvas características dos dois modelos de bombas selecionados (Figuras 43 e 44), obtêm-se os dados seguintes para Q = 110 m3/h e Hm = 50 m: - Modelo DO: n = 1.750 rpm; D = 340 mm (diâmetro do rotor); e = 73,5% (rendimento da bomba). - Modelo DY: n = 3.500 rpm; 76 D = 179 mm (diâmetro do roter); e = 75,5% (rendimento da bomba). A aquisição de uma das bombas depende de alguns fatores como: rendimento, perigo de cavitação, preço, disponibilidade no comércio etc. Optando pelo fator rendimento, a bomba a ser adquirida é a de modelo DY. Sendo assim, os dados a serem fornecidos ao vendedor para a aquisição da bomba são: - bomba: MARK; - modelo: DY; - rotação: 3.500 rpm; e - diâmetro do rotor: 179 mm. 77 78 Figura 43 - Curvas características do modelo DO operando a 1750rpm. 79 Figura 44 - Curvas características do modelo DY, operando a 3500rpm. 80 Observação: o ponto de projeto Q = 110 m3/h e Hm = 50 m não coincidiu, como acontece na maioria dos casos, com a curva característica da bomba (ver Figuras 43 e 44). No modelo DO, o ponto caiu entre as curvas D = 321 mm e D = 340 mm; no modelo DY, o ponto situou-se entre D = 165 mm e D = 179 mm. A escolha da bomba para esses casos é feita considerando-se sempre a curva característica situada acima e mais próxima do ponto de projeto. Esse critério garante uma bomba capaz de atender a uma vazão e a uma altura manométrica acima do ponto de projeto, ao passo que uma alternativa contrária levaria a uma bomba com capacidade insuficiente para atender ao ponto de projeto. Cuidados especiais devem ser tomados em releção a escolha do motor de acionamento da bomba, assunto este discutido no tópico seguinte. d) Potência do motor elétrico (N)d) Potência do motor elétrico (N) Como observado anteriormente, o ponto de projeto não coincidiu com a curva característica da bomba (situou-se entre D = 165mm e D = 179mm). Assim, duas opções se apresentam, o que terá influência no cálculo da potência do motor: d.1) adotar a bomba cuja curva característica se situe imediatamente acima do ponto de projeto; ou d.2) adotar o ponto de projeto inicial (no caso, Q = 110m 3/h e Hm =50m) obtendo a curva característica da bomba que passa por esse ponto. Esta opção pode ser conseguida variando-se a rotação do rotor da bomba (mantendo-se o diâmetro constante) ou variando-se o diâmetro do rotor da bomba (mantendo-se a rotação constante). Qualquer que seja a opção escolhida terá influência na potência exigida pela bomba e, conseqüentemente, na potência do motor a ser adquirido. As duas opções serão discutidas a seguir. 81 d.1) adotar a bomba cuja curva característica se situed.1) adotar a bomba cuja curva característica se situe imediatamente acima do ponto de projetoimediatamente acima do ponto de projeto Para este caso, um novo ponto de projeto, conseqüência do cruzamento da curva característica da tubulação com a curva característica da bomba (curva esta correspondente à D = 179 mm) deverá ser obtido. A curva característica da tubulação é descrita pela equação de Hazen-Williams, ou seja: HHmm = H = HGG + K’Q 1, 8521, 852 eq. eq. 6969 em que: HG = HS + HR = 46,30 mm. A característica da tubulação (K’) poderá ser calculada substituindo-se, na equação 69, os valores conhecidos do problema, ou seja: HG = 46,30 m; Q = 110 m3/h; e Hm = 50 m. Com isso, tem-se: 50 = 46,30 + K’ (110)1,852 K’ = 0,000613 (constante). O cálculo de K’ também pode ser feito com a equação 67, lembrando que, neste caso, Q deve ser usado em m3/s e Hm em metros. Retornando-se com os valores de HG e K’ (constantes no caso) na equação 69, encontra-se a equação que descreve a curva característica particular da tubulação, ou seja: HHmm = 46,30 + = 46,30 + 0,000613 Q0,000613 Q 1,8521,852 eq. eq. 101101 sendo Hm em metros e Q em m3/h. 82 Atribuindo, na equação 101, alguns valores a Q e calculando Hm , preenche-se o Quadro 7: Quadro 7 – Alguns valores de Q e Hm que satisfazem à equação 101 Q(m /h) 0 80 100 120 140 160 Hm(m) 46,30 48,35 49,50 50,65 52,80 53,70 Os dados do Quadro 7, levados às curvas características da bomba modelo DY, permitem obter, na interseção da curva característica da tubulação com a curva característica da bomba D = 179mm ou CY 15, o novo ponto de projeto, que é (veja Figura 44): Q = 140 m3/h = 0,0389 m3/s; Hm = 52 m; e = 80%. A potência consumida pela bomba, para o novo ponto de projeto, é: - Sem considerar o fator de serviço (FS) do motor: .cv7,33 80,0x75 52x0389,0x000.1 75 HQ Pot m A potência do motor, levando-se em conta o Quadro 1 é: (f = 10%), é: N = 1,10 x 33,7 = 37 cv. O motor elétrico comercial que atende ao caso é de 40 cv, de acordo com o Quadro 2: - Levando em conta o fator de serviço do motor: FS = 1,15 para Pot = 33,7 cv (Quadro 3). Como FS >f não há necessidade de correção da potência exigida pela bomba, devendo- se adquirir um motor com potência comercial de 35 cv ( Quadro 2). 83 Observações: Cálculos da potência da bomba e da potência do motor, se o pontode projeto inicial (Q = 110m3 /h e Hm= 50m) tivesse sido considerado: ebombacv x x x x Pot )(27 600.3755,075 501101000 N = 1,10 x 27 = 29,7 cv (motor), sem levar-se em conta o fator de serviço do motor, e N = 27 cv, considerando o fator de serviço do motor. Portanto, de acordo com o Quadro 2, escolher-se-ia o motor comercial de 30 cv (levando-se ou não em conta o fator de serviço do motor), potência essa insuficiente para atender ao novo ponto de projeto (Q = 140 m3/h, Hm = 52 m; = 80% e Pot = 33,7cv), o que fatalmente provocaria sobrecarga no motor. Sendo de interesse do técnico, a vazão inicial (Q = 110 m3/h) poderá ser obtida fechando-se a válvula de gaveta, até que a altura manométrica seja de 55 m (veja curva característica da bomba modelo DY 15, e D = 179 mm na Figura 44). Obviamente, a mudança da vazão com a manobra da válvula de gaveta provoca perda de carga acidental, mudando para a esquerda a curva característica da tubulação, que se torna mais inclinada. O valor da altura manométrica (no caso, Hm = 15m conforme Figura 40) poderá ser controlado com o auxílio da equação 8. Notar que essa operação não causa sobrecarga no motor já que a potência solicitada pela bomba (com os dados Q = 110 m3/h; Hm = 55m e = 75% ) cai para 29,9 cv. O valor da vazão (110 m3/h, no caso) também poderá ser obtido mediante a instalação de um medidor de vazão, na tubulação de recalque,
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