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2ª. LICENCIATURA – HISTÓRIA ALUNO: CLAUDIO J. E. DE ANDRADE DISCIPLINA: A transição para o Medievo e o conceito de antiguidade tardia Desafio Romanos eram conhecidos por serem religiosamente tolerantes e agregadores, tendendo antes a conquistarem os deuses dos inimigos para o lado de Roma com promessas de culto e construção de templos para que ficassem ao seu lado contra seus povos. Porém, em dois casos isso não deu certo: com os judeus e com os cristãos. Os primeiros tiveram seu templo e sua cidade sagrada aniquilados em 70 d.C., o que ocasionou sua diáspora. Os segundos espalharam-se pelo mundo, pelo Império, mas vivenciaram conflitos com Roma antes de se tornarem sua religião oficial. O maior deles, “A Grande Perseguição”, ocorreu durante o governo de Diocleciano (285 -305 d.C.). Diocleciano acreditava que o Império Romano e seu destino estão vinculados aos seus deuses, portanto, se os deuses não estivessem satisfeitos, não estariam ao lado de Roma. Assim sendo, a piedade (cumprimento dos deveres religiosos) para com os deuses romanos deveria ser cumprida por todos, independentemente de suas crenças e religiões. Você é um professor de História e em uma de suas aulas foi interpelado por um aluno quanto às questões de intolerância religiosa na Antiguidade Romana. Para responder ao questionamento do aluno, você pensou em abordar o tema partindo do relacionamento entre cristãos e a Roma Imperial no período de Diocleciano e Constantino. Para isso, você deverá descrever para seu aluno: a) Que motivações e legislações foram mais marcantes nos conflitos e para as relações entre cristãos e governos do Império no período entre 285 e 313 d.C.? Resposta: Como fatores marcantes nos conflitos, eu destacaria: Conflitos durante o governo do Imperador Diocleciano: Diocleciano, imperador romano que assumiu em 285 d.C. organizando o Império e dividindo-o em um tetrarcado para melhor governar, foi um governante para quem a piedade para com os deuses romanos era fundamental para a existência e a manutenção do Império. Em princípio era tolerante, mas percebeu o crescimento da Igreja e a resistência de cristãos em cumprir os ritos determinados para com os deuses do Império. O imperador, também um deus, proclamou um édito exigindo o cumprimento da norma básica da religião romana: era necessário sacrificar aos deuses romanos e quem não o fizesse seria punido. Desobediência ao Édito Imperial pelos cristãos: Os cristãos, em razão de sua doutrina que considerava todos os outros deuses falsos ídolos e o sacrifício de Jesus como o último necessário à salvação, negavam-se a prestar culto e sacrificar aos deuses de Roma, criando com isso problemas de ordem religiosa e política para o Império. Cabe aqui notar que, ao desobedecer ao Édito Imperial, os cristãos tornavam o problema que inicialmente poderia ser visto como de ordem religiosa, também em problema político e militar, visto que havia cristãos no exército se negando ao cumprimento do sacrifício, importando esse ato em desobediência militar. Desobediência é algo que jamais seria admitido em um exército, menos ainda no romano. Grande perseguição: Por isso, em 303 a.C., Diocleciano libera um édito cujo período de vigência ficou conhecido com “A Grande Perseguição”. Por ele era ordenado perseguir, prender e até mesmo levar à pena de morte aqueles que se negassem ao sacrifício, considerando-os inimigos do Estado Romano. O édito também permitia que textos e objetos sacros fossem estruídos e bens fossem tomados aos cristãos, o que por essa época incluía muitos cidadãos romanos e alguns patrícios e equestres de grande poder, causando conflitos imensos e mortes em todo o Império, embora o édito tenha se cumprido de forma diferente conforme o local, já que nem todos os coimperadores pensavam como Diocleciano. Disputas políticas pelo Império Romano: Com a abdicação de Dioclecinano em 305 d.C. por motivos e doença, o Império mais uma vez ameaçou ruir e os conflitos se alastraram também rumo às disputas políticas. Essas disputas são vencidas por Constantino, que reunificou o Império. Por meio do Édito de Milão (313 d.C.), o já Imperador Constantino criou uma lei de tolerância religiosa no Império. A História contada é que Constantino teve uma visão ou sonho com um símbolo que era usado pelos cristãos, e os colocou na bandeira e nos escudos antes da batalha, vencendo-a. Por isso, ele acaba liberando todas as religiões, para exercerem suas práticas no Império, inclusive o Cristianismo. 2ª. LICENCIATURA – HISTÓRIA ALUNO: CLAUDIO J. E. DE ANDRADE DISCIPLINA: A pratica de ensino na Historia Antiga Desafio A educação, em seus diversos aspectos formais ou informais, sempre esteve presente nas sociedades: é a partir dela que as sociedades crescem e se reproduzem, mantêm as tradições e a cultura, renovam os costumes ao longo do tempo. Ela se apresenta de modo informal desde o berço, mas também se organiza com formalidade dentro das sociedades, via ritos de passagem e ciclos educativos diversos. Nesse sentido, com base na leitura da Ciropédia de Xenofonte, o seu desafio consiste em elaborar dois textos de apoio para os alunos a partir da resolução das duas questões a seguir: a) Apresentar o povo escolhido para o trabalho, com sua localização geográfica e contexto geral. b) Qual é a proposta de educação entre os persas segundo Xenofonte? Resposta: a) O império que começa com Ciro o Grande, em 539 a.C., e vai até 330 a.C., quando os persas são vencidos por Alexandre, o Grande, da Macedônia. Xenofonte, historiador, filósofo, discípulo de Sócrates e general grego nascido em Atenas, que viveu entre 430 e 355 a.C. escreveu diversas obras, entre as quais Anábase e Ciropédia; nesta última, o autor retrata a forma de viver dos persas e como se dava a educação entre os persas de sua época. b) Segundo as informações de Xenofonte, na Pérsia, a educação é pública e obrigatória. Dá-se numa praça chamada Eleutéria, que se divide em quatro repartições: crianças, púberes, homens feitos e os que não têm mais idade para o serviço militar (velhos/idosos). As crianças e os homens feitos comparecem às suas classes diariamente ao amanhecer; os idosos, somente em dias marcados ou quando desejam; os púberes celibatários pernoitam armados em roda dos tribunais; os casados somente são obrigados a comparecer se avisados. Cada classe tem doze chefes. Os chefes mais capazes das classes dos anciãos governam as crianças, para lhes dar educação fecunda; os púberes são dirigidos por superiores dos homens feitos. Os chefes dos homens feitos são da mesma classe e dos idosos. Os meninos até dezesseis ou dezessete anos aprendem sobre justiça, e os crimes são castigados com severidade, assim como as acusações infundadas. Aprendem a gratidão, pois a ingratidão é considerada ato de desprezo para com os deuses, os pais, a pátria e os amigos. Aprendem sobriedade pelo exemplo dos mais velhos, a obedecer aos superiores, a não ser escravos de suas necessidades estomacais. Comem à mesa com seus mestres na hora por eles determinada, trazendo de casa a comida. Aprendem a manejar o arco e a seta. Pelo espaço de dez anos depois da primeira classe, já guardas púberes, alguns pernoitam nos tribunais para guardar a cidade e exercitar a temperança. Vão à caça com o rei, munidos de duas lanças (uma para arremessar e outra para ferir de perto), espada na bainha ou machado, escudo, arco, aljava, sendo a caça entendida como uma espécie de simulacro de guerra. Orei vai à caça e os obriga a caçar. Criam-se hábitos como levantar-se pela madrugada, aguentar o frio e as calmas e fazer exercícios que predispõem a grandes marchas. A alimentação (jantar) também pode ser adiada se preciso. Na caça, se não apanham animal algum, não têm mais do que mastruço (erva) e água, ficando sem o pão. Os que permanecem na cidade fazem rondas, perseguem ladrões e exercitam-se com arcos e setas, disputando entre si ou praticando exercícios públicos com direito a prêmio. As tribos de mancebos bem disciplinados recebiam elogios dos cidadãos, que honram seus chefes. Após dez anos, entram na classe dos homens feitos, onde permanecem por vinte e cinco anos, período em que se tornam magistrados, prestam serviços públicos e vão para a guerra, fase em que usam armas curtas e escudo na mão esquerda, e não mais lanças e arco. Após esse período, passam à classe dos velhos 2ª. LICENCIATURA – HISTÓRIA ALUNO: CLAUDIO J. E. DE ANDRADE DISCIPLINA: Historia Antiga – recortes temas e fontes Desafio Entre os antigos, em algumas sociedades, a prática de infanticídio era comum. Ocorria por razões diversas: para evitar o resultado de uma profecia, para esconder um ato social ou religiosamente não permitido, porque a criança nasceu com deficiência, etc. Esses são alguns exemplos de motivos para a prática em si, registrados em lendas e literaturas, em alguns casos confirmados pela arqueologia. Diferente situação ocorria com relação aos sacrifícios humanos, em geral, realizados em rituais de cunho religioso por exigência de um deus, como agradecimento ou moeda de troca. É necessário lembrar que para aquelas populações e culturas, tais atos, infanticídios e sacrifícios, eram práticas normais no contexto cultural em que viviam. Imagine que, como professor de História, você tenha sido convidado a participar de um seminário ou simpósio sobre História Antiga e a apresentar uma comunicação em uma mesa dividida com mais dois colegas e seu tema seja o "sacrifício humano na antiguidade mediterrânica". Para a comunicação (15 minutos), você deverá compor um texto sobre a prática de sacrifícios humanos na antiguidade mediterrânica utilizando exemplos da prática do sacrifício entre pelo menos dois povos da antiguidade, podendo os exemplos ser provenientes da literatura e da mitologia antiga ou de estudos históricos e arqueológicos. Resposta: Na antiguidade, a prática de orações, cânticos, hinos, procissões, festivais religiosos, oferendas e sacrifícios aos deuses eram comuns, e algumas sociedades praticavam sacrifícios humanos. Os sacrifícios eram realizados por obrigação religiosa, para aplacar a ira dos deuses ou para agradecer ou persuadir os deuses a propiciarem o que se desejasse. Também podiam ser considerados como “preço de sangue” a ser pago ao deus ou ao inimigo que o representava. Dentre os povos mediterrânicos que praticavam sacrifícios humanos estão os egípcios e os gregos No Egito Antigo, os faraós praticavam uma religião funerária e acreditavam numa vida melhor na pós-morte para aqueles que conseguissem passar pelo julgamento de Amenti, em que o coração do morto era pesado e deveria ser mais leve que uma pena para que ele pudesse entrar no reino de Osiris seguindo em direção à próxima vida. Por isso, pensando em seu conforto na pós-vida, inicialmente, faraós e outros poderosos egípcios levavam para suas tumbas ou pirâmides, além de seu enxoval mortuário (móveis, roupas, ouro, riquezas, comidas, bebidas, etc.), os servos (que eram enterrados vivos na tumba junto ao morto) para servi-los na próxima vida. Assim sendo, o sacrifício humano era parte da crença religiosa que incluía uma outra vida, a pós-vida em que tudo era melhor, de qualidade e em quantidade superior. Os servos sacrificados com o seu senhor, fosse este o faraó ou outro morto, seriam ressuscitados também para servi-los no além. Posteriormente, os egípcios passaram a utilizar Ushabtis em substituição dos servos vivos. Os Ushabits são pequenas estatuetas que passaram a representar os servos, os seus trabalhos e as diversas funções realizadas para os seus senhores na próxima vida. Entre os gregos, um exemplo famoso de sacrifício humano é o ocorrido durante a Guerra de Troia. A literatura homérica registra que, estando os gregos prontos para ir guerrear contra Troia, uma calmaria se faz e os navios ficam parados. Questionando ao sacerdote sobre o motivo, Agamenon, o líder dos gregos, é informado de sua culpa porque anteriormente despertara ira de Ártemis, a deusa da caça, pois havia matado uma corsa a ela consagrada e se vangloriado disso. Ele então fizera uma promessa à deusa. Prometera à Ártemis (sem saber da gravidez de sua esposa Clitemnestra) sacrificar a mais bela menina nascida em seu reino, Micenas, no ano em que Ifigênia nasceu. Mas à época não tivera coragem de sacrificar a própria filha recém-nascida. Lembrado disso, sabendo da ira da deusa, cumpre o prometido e sacrifica sua própria filha, Ifigênia, a Ártemis para aplacar a ira e para que os gregos vencessem a guerra. Nenhum apelo, fosse da esposa Clitemnestra ou mesmo de Aquiles, foi capaz de demover Agamenon da ideia de que sacrificar sua filha era válido/necessário para vencer a guerra, mesmo porque havia muitas cobranças e, a tal altura, os gregos, dadas suas crenças, não o seguiriam se não cumprisse a promessa, exigiriam seu cumprimento. Esses são dois entre muitos exemplos em que a literatura, a mitologia e a arqueologia nos mostram sobre a religião, a política e os sacrifícios humanos realizados para os deuses na antiguidade. 2ª. LICENCIATURA – HISTÓRIA ALUNO: CLAUDIO J. E. DE ANDRADE DISCIPLINA: A idade media diferentes visões ao longo do tempo Desafio Nossos alunos chegam às salas de aula com inúmeros conhecimentos prévios sobre História, que adquiriram assistindo a filmes e séries, navegando na Internet ou por meio de leituras. Esses saberes não podem ser desprezados pelos professores, mas devem ser problematizados quando apresentarem incorreções históricas. Em relação ao aprendizado formal nas escolas, um dos principais materiais de trabalho para o professor, e de referência para os alunos, é o livro didático.Isso não significa, no entanto, que esse recurso esteja isento de problemas ou com determinadas concepções historiográficas que dificultam o aprendizado histórico. Vejamos um diagnóstico feito pelo professor Nilton Mullet Pereira (2009): Imagine que você, ao preparar suas aulas sobre a Idade Média, percebeu que o livro didático, ao abordar o período, apresenta uma série de generalizações e contrastes oriundos de uma historiografia que é considerada ultrapassada. a) Como você explicaria para os alunos o processo de construção do conhecimento histórico e sua periodização, para que eles compreendessem os preconceitos formados em relação ao medievo? b) Que atividades você proporia para complementar a formação dos alunos sobre Idade Média, para além da utilização do livro didático? Resposta: a) Um dos grandes desafios para o professor da Educação Básica é trabalhar com noções da escrita da história e da historiografia, devido, muitas vezes, ao grau de abstração e as peculiaridades dos debates historiográficos. Contudo, é importante que nossos alunos saibam como se escreve a história, e que esse procedimento extrapola a crítica documental e a narrativa, passando por definições cronológicas e relações de poder que instituem determinados conteúdos para serem aprendidos e, nesses conteúdos, certas representações. De acordo com a faixa etária dos alunos, bastaria explicar-lhes que as pessoas que habitavam o território que chamamos hoje de Europa não se reconheciamvivendo na "Idade Média", que esse foi um termo criado a posteriori para caraterizar determinado período, e que essa criação foi feita cheia de preconceitos porque cumpria exigências do momento. Ou, para outros níveis de ensino, é possível demonstrar aos alunos como esses preconceitos cristalizaram-se como leituras historiográficas, não encontrando respaldo nas fontes sobre o período. b) Da desconstrução da noção de "Idade Média", ou "Idade das Trevas", como muitas vezes foi denominada na historiografia, pode-se propor uma série de atividades que extrapolem os textos presentes nos livros didáticos. É possível trabalhar com a cultura durante a Idade Média, a criação das universidades, as práticas de cura, o papel das mulheres e das crianças nas sociedades, e, juntamente aos alunos, estabelecer comparativos com os dias de hoje ou com outras realidades sincrônicas, como na América ou na África. Essas atividades permitem extrapolar as dicotomias que se estabelecem, tais como o bom/o ruim, o atrasado/o moderno, que em nada contribuem para o aprendizado histórico, e ressaltar a diferença e a diversidade de experiências existentes na história. 2ª. LICENCIATURA – HISTÓRIA ALUNO: CLAUDIO J. E. DE ANDRADE DISCIPLINA: A mentalidade Medieval Desafio As pesquisas sobre a mentalidade medieval trazem à tona complexas interpretações para nossa contemporaneidade. O consenso sobre o tema gira em torno da influência do Cristianismo nas camadas sociais e dinâmicas que os dogmas cristãos provocavam entre tais camadas do medievo. Trata-se de um período em que apenas membros da Igreja sabiam ler e escrever. A população não tinha acesso aos acervos, que eram oriundos da antiguidade, acondicionados nos mosteiros sob os auspícios dos clérigos, responsáveis pela educação e difusão dos dogmas cristãos. Num mundo descentralizado, os ensinamentos dos dogmas cristãos para a sociedade secular (os cidadãos que não faziam parte da Igreja) não eram escritos e as tradições orais se fortaleceram por intermédio do corpo eclesiástico. A visão de mundo era teocêntrica, com a máxima verdade pautada na afirmação de que "Deus era o centro de tudo" e a Igreja seu porta- voz. Todos os aspectos da vida social estavam ligados ao sobrenatural e ao rígido código que colocava o ser humano como a expressão máxima do pecado. Nesse sentido, a ideia de conformismo e da busca contínua pela expiação dos pecados pelo uso de símbolos católicos era a razão da existência medieval. A salvação da alma, o louvor ao criador, a fuga das tentações e a prática dos sacramentos cristãos eram o modus operandi da sociedade estamental do medievo. A partir dessas informações, analise a organização da sociedade, o contexto histórico e o papel da mulher no mundo medieval. Apresente argumentos que justifiquem a construção da história da mulher na Idade Média e os motivos que influenciaram algumas interpretações presentes até a atualidade. Resposta: A renúncia pelo corpo na Idade Média foi um processo construído pela Igreja Católica, pois, no entendimento da instituição, o “corpo”, ou a “carne”, era a representação do pecado e colocava a mulher num contexto delicado e muito complexo. Em uma das visões da época, o corpo feminino era a representação de algo diabólico, que poderia colocar em tentação homens cristãos e levá-los ao pecado. Nesse sentido, a sexualidade da mulher, sua constituição física, suas ações e maneiras de agir seriam cuidadosamente observadas pela Igreja e pela sociedade. Por outro lado, a representação do feminino também foi associada a aspectos positivos, de santidade, de reprodução, de cuidado para com a família, castidade e conexão com elementos de pureza, construídos a partir da narrativa bíblica da Virgem Maria. Portanto, uma importante construção histórica, como a história das mulheres no período medieval, não pode ser generalista. Devem ser considerados diversos aspectos, neste caso, em específico, um dos mais importantes, o patriarcalismo bíblico. Evidentemente, a mulher medieval não teve acesso a cargos e poder na Igreja Católica, mesmo que já existissem classes sociais distintas. Por outro lado, é inegável que a interpretação sobre o papel das mulheres na Idade Média passa por um processo de reconstrução na historiografia recente. As novas pesquisas, fontes e narrativas têm problematizado sua importância para o período, consequentemente, ampliando as possibilidades de compreensão da época. 2ª. LICENCIATURA – HISTÓRIA ALUNO: CLAUDIO J. E. DE ANDRADE DISCIPLINA: O Direito no mundo Medieval Desafio A Idade Média foi um período de, aproximadamente, mil anos. Ao contrário do que algumas crenças populares dizem sobre essa fase da civilização, a Idade Média não pode ser compreendida como uma época de “imobilidade”: cada uma de suas diferentes fases apresenta mudanças profundas e significativas no que diz respeito a economia, política, direito, filosofia, ciência, artes e religião. Fizeram-se ausentes as complexas estruturas públicas e políticas que atuaram de forma tão marcante na antiga Roma ou na Grécia clássica. O poder era exercido de forma localizada e fracionada, em cada feudo, por um senhor feudal. Logo, a vida política e a ideia de cidadania desaparecem do cenário social. Acompanhe, a seguir, duas imagens representativas da Idade Média: uma vinculada ao Estado e a outra, ao modo de produção. A partir dessas imagens, fale sobre a relação entre o Estado e a Igreja na Idade Média, bem como sobre o seu modo de produção. Resposta: 1. A primeira figura é a imagem de um Papa coroando um Rei, mais especificamente Carlos Magno, pelo Papa Leão III. A imagem demonstra o quanto era próxima a relação entre Estado e Igreja, ou melhor, era a Igreja quem legitimava os poderes dos reis, uma vez que, na Idade Média, eles eram os "representantes divinos". Nesse sentido, a Igreja tinha interferência direta nos assuntos do Estado. 2. A segunda imagem apresenta o modo de produção tipicamente medieval, isto é, o feudalismo, que consistiu essencialmente na transformação de grande parte da Europa em uma multiplicidade de propriedades privadas, nas quais um senhor feudal atuava de forma soberana, fornecendo segurança e acesso à terra para os trabalhadores rurais, que pagavam por isso cedendo parte dos frutos de seu trabalho ao senhor feudal. 2ª. LICENCIATURA – HISTÓRIA ALUNO: CLAUDIO J. E. DE ANDRADE DISCIPLINA: Fontes e problemas no estudo da Idade Média Desafio A Idade Média foi um período de, aproximadamente, mil anos. Ao contrário do que algumas crenças populares dizem sobre essa fase da civilização, a Idade Média não pode ser compreendida como uma época de “imobilidade”: cada uma de suas diferentes fases apresenta mudanças profundas e significativas no que diz respeito a economia, política, direito, filosofia, ciência, artes e religião. Fizeram-se ausentes as complexas estruturas públicas e políticas que atuaram de forma tão marcante na antiga Roma ou na Grécia clássica. O poder era exercido de forma localizada e fracionada, em cada feudo, por um senhor feudal. Logo, a vida política e a ideia de cidadania desaparecem do cenário social. Acompanhe, a seguir, duas imagens representativas da Idade Média: uma vinculada ao Estado e a outra, ao modo de produção. A partir dessas imagens, fale sobre a relação entre o Estado e a Igreja na Idade Média, bem como sobre o seu modo de produção. Alguns professores da Educação Básica costumam afirmar que existe uma distância significativa entre o saber acadêmico, ou a historiografia, e o saber escolar, ou a história que é ensinada nas escolas. Em sua percepção, parece não haver uma proximidade entre os avanços historiográficos e a narrativa dos livros didáticos, fazendo com que siga sendo repetida uma série de preconceitos e estereótipos nas salas de aula. Em relação ao ensino da Idade Média, leia a observaçãofeita pela historiadora Miram Coser: "A transposição de discussões historiográficas complexas para a sala de aula é sempre um problema e um dilema para os professores. Sem dúvida, não se trata de propor que tais questões sejam minuciosamente abordadas, mas já é hora de crianças e jovens terem acesso à informação de que, na Idade Média, havia outros grupos sociais além da tradicional divisão padres/guerreiros/camponeses tão preconizada pela Igreja e que as cidades faziam parte da vida medieval." Você, como futuro professor, quais outros temas poderia abordar sobre a Idade Média que não a tríade comentada por Miram Coser? Como você realizaria essa abordagem? Descreva. Resposta: Existem muitas temáticas que podem ser exploradas sobre a Idade Média que extrapolam as noções de feudalismo ou da sociedade de ordens, e as formas clássicas de se abordar o período. As contribuições da história cultural, da micro-história e da história das mentalidades trouxeram novos objetos de pesquisa que podem contribuir para extinguir certos preconceitos e estereótipos sobre a Idade Média. É possível trabalhar com a história das mulheres, a cultura popular, o desenvolvimento da filosofia e da ciência, as manifestações culturais e a arquitetura, os inventos dos camponeses, etc. Essas abordagens podem ser realizadas a partir da bibliografia existente sobre esses temas, mas também explorando-se fontes primárias que se encontram digitalizadas e traduzidas em inúmeros sites e diferentes revistas especializadas. As cantigas, a iconografia e os documentos escritos despertam a atenção dos jovens e possibilitam, ainda, explicar para os alunos como se dá o trabalho dos historiadores. 2ª. LICENCIATURA – HISTÓRIA ALUNO: CLAUDIO J. E. DE ANDRADE DISCIPLINA: A transicao da Idade Média para a Modernidade Desafio Uma tendência historiográfica contemporânea, a história conectada ou história global, vem permitindo a abordagem de determinadas realidades de forma paralela, buscando conexões entre espacialidades ou temporalidades distintas. Para o professor da educação básica, trabalhar com essa noção de história pode ser um desafio em função da estruturação dos currículos (que tendem a separar os conteúdos da "história geral" e do "Brasil") e da organização dos livros didáticos (cujos capítulos temáticos, por vezes, não se conectam). Contudo, a perspectiva da história conectada permite conexões interessantes, como algumas características da Idade Média e a colonização da América Portuguesa. Veja o que diz o historiador Jacques Le Goff: "[...] sejam quais forem as diferenças entre a Europa medieval e a América colonial do século XVI, o essencial do feudalismo medieval volta a ser encontrado na América: o papel dominante e estruturador da Igreja; o equilíbrio da tensão entre monarquia e aristocracia modifica-se, sem que se rompa, no entanto, a lógica feudal; as atividades cada vez mais importantes dos homens de negócios, comprometidos com o comércio atlântico ou com a exploração dos recurso minerais e agrícolas do mundo colonial, permanecem dentro dos marcos corporativos e monopolistas tradicionais, e estes homens seguem orientado seus ganhos para a propriedade da terra e a aquisição do estatuo de nobre." Neste cenário, imagine-se como futuro professor e responda: Como organizaria uma aula sobre a feudalidade, a história da América Portuguesa e a sociedade brasileira contemporânea? Resposta: Para organizar uma aula de história conectada que relacione a feudalidade, a história da América Portuguesa e a sociedade brasileira contemporânea, é preciso que os alunos conheçam a estrutura da sociedade feudal, as relações das pessoas entre si e com a terra e como se organiza o poder político. A partir desse estudo prévio, pode-se passar ao aprendizado da colonização, questionando os alunos quanto às experiências econômicas, políticas, religiosas e sociais que estavam disponíveis para os portugueses e que foram trazidas para a América. Assim, pode-se estabelecer um continuum e uma aproximação entre a sociedade feudal e o sistema colonial, suas instituições e as relações sociais, cuidando com os anacronismos e generalizações. Por fim, tendo esse quadro comparativo estabelecido, pode-se perguntar aos alunos que aspectos culturais, econômicos, políticos e sociais eles veem como continuidade da feudalidade e do sistema colonial. Pode-se elencar a ideia do patrimonialismo e do patriarcado, a importância da religião para algumas comunidades, etc. 2ª. LICENCIATURA – HISTÓRIA ALUNO: CLAUDIO J. E. DE ANDRADE DISCIPLINA: Historiografia e fontes da história da América colonial Desafio Ensinar História é evitar anacronismos, desviar das respostas fáceis e auxiliar o estudante a despertar seu olhar crítico sobre eventos, fenômenos e processos históricos. Assim, toda forma de abordagem essencialista que atribua características inatas e imutáveis a determinados povos, além de ser evitada, deve ser refutada com firmeza. Combater esse tipo de abordagem se refere ao uso do método científico, que permite desmistificar as aparências dos objetos históricos. Pense na seguinte situação: O seu desafio é descontruir esse discurso com base em argumentação histórica, de forma que o aluno compreenda as determinações que fazem com que uma sociedade seja diferente da outra, percebendo que isso não é algo a ser considerado negativo. Um exemplo disso pode ser a dicotomia entre a civilização e a barbárie. Resposta: Em primeiro lugar, pode-se convidar o aluno a refletir sobre a origem desse discurso, se ele serve ou serviu a algum interesse. O aluno seria instigado a refletir que os europeus, ao conquistarem as terras do continente americano e promoverem a escravidão/exploração/genocídio indígena, necessitavam de justificativas ideológicas para colocar em prática tal projeto. Portanto, o aluno deve considerar que era preciso, do ponto de vista do conquistador, caracterizar os índios como atrasados, pouco inteligentes, preguiçosos, selvagens, etc. O aluno deve ser provocado a conectar o seu próprio discurso com suas origens históricas. Isso pode ser ilustrado pelo exemplo de que o pensamento atual, a cultura e até o idioma são frutos de décadas ou séculos de acúmulo de experiências que resultam no presente como se conhece. O mesmo ocorre no caso dos preconceitos contra os índios; eles foram construídos ao longo do tempo, de forma a se enraizarem no senso comum e nas opiniões de muitas pessoas sobre os povos pré-colombianos. É possível, então, elencar diversas características das civilizações indígenas, começando pelo fato de que elas são muitas e, por isso, ricas em sua complexidade. O aluno deve compreender que os povos pré-colombianos apresentaram cultura, religião, arquitetura, arte e diversos outros elementos que frequentemente são usados para caracterizar uma civilização. Da mesma forma, sobre as diferenças entre esses povos, e deles em relação aos europeus, é possível afirmar que as características locais, como topografia, recursos hídricos, clima, etc., influenciam no desenvolvimento das sociedades, moldando suas características. Dessa maneira, o aluno poderá compreender que esta ou aquela civilização se desenvolvem de uma ou de outra forma através de processos históricos que determinam como elas são. Não existe uma natureza, uma essência de um povo; são pelas determinações históricas as quais esteve submetido que se definem. 2ª. LICENCIATURA – HISTÓRIA ALUNO: CLAUDIO J. E. DE ANDRADE DISCIPLINA: A formação da América portuguesa Desafio De acordo com a Base Nacional Comum Curricular, a área de História no Ensino Fundamental deve trabalhar os conteúdos a partir dos processos de "identificação, comparação, contextualização, interpretação e análise de um objeto"(BRASIL, 2018, p. 398). Assim sendo, ao investigar determinado objeto histórico em sala de aula - por exemplo,a chegada dos portugueses à América e o início da colonização -,o professor deve levar em consideração todos esses elementos em sua metodologia para que possa ensinar com mais qualidade. Uma maneira interessante de atingir esses objetivos, quando se trata da Educação Básica, é criar propostas conjuntas com professores de áreas afins, como a Geografia. Sendo assim, observe o cenário hipotético a seguir: Tendo em vista essa situação, responda a seguinte questão: Como você abordaria a chegada dos portugueses e a colonização considerando os parâmetros expostos pela BNCC e a interdisciplinaridade? Resposta: Em primeiro lugar, é feita a identificação do objeto, ou seja, os alunos são apresentados ao recorte temático, que é dividido em dois pontos complementares: a chegada dos portugueses ao Brasil e a colonização. A geografia pode ajudar explicando que os navegadores pioneiros precisavam analisar corretamente a direção dos ventos e das correntes marítimas. Assim, os riscos de naufrágio eram reduzidos e as viagens se tornavam mais rápidas. A colonização começou, de fato, após 1530, quando as terras foram divididas entre os capitães donatários. As condições climáticas do Nordeste favoreceram o plantio da cana de açúcar, que se tornaria a ponta de lança dos produtos coloniais. No entanto, para que isso faça mais sentido, é necessário situar os alunos no tempo e no espaço, explicando sobre a crise pela qual passavam os países europeus e a posição geográfica de Portugal, que lhe favoreceu a conquistar Ceuta e a navegar pela costa africana. É possível efetuar uma comparação entre a centralização política portuguesa com o fato de ainda não existir nos outros países, permitindo que Portugal se tornasse mais eficiente em decisões importantes, como a de descobrir novas rotas marítimas e de montar fortes esquadras navais. Por fim, feita essa análise preliminar do objeto, é possível passar à interpretação: quais os sentidos das navegações portuguesas, das colônias criadas e os resultados disso em perspectiva histórica? Portugal adquiriu grande proeminência no século XVI, tornando-se uma verdadeira "potência" pelo fato de ter encontrado a rota marítima para as Índias e, desde então, ter lucrado muito com seus entrepostos na Ásia, no extremo Oriente, na África e no Brasil. Ou seja, os portugueses estavam presentes em todos os continentes conhecidos, antecipando o imperialismo e a globalização. Contudo, com a entrada da Inglaterra na conquista dos mares, Portugal perdeu espaço. Como resultado para o Brasil, o país experimentou a dizimação dos povos indígenas, viveu a escravidão africana, que ainda possui marcas na sociedade atual, e adquiriu a cultura ibérica, tendo como principal característica a língua portuguesa, que, como também estuda a Geografia Humana, está presente em diversos países colonizados por Portugal. 2ª. LICENCIATURA – HISTÓRIA ALUNO: CLAUDIO J. E. DE ANDRADE DISCIPLINA: A urbanização latino-americana Desafio A Geografia pode ser caracterizada como uma disciplina social, já que tem como um dos seus objetos de estudo o espaço geográfico, que é o campo de ação da sociedade em interação constante com o meio natural. O processo de urbanização e o comportamento das cidades, bem como sua relação com a rede urbana, podem ser considerados espaços e produtos sociais que são usufruídos de forma diferente pelos diversos grupos sociais que compõem e produzem a cidade. Sabendo da importância desse processo, e estando você no papel de professor de Geografia dos anos finais do Ensino Fundamental, responda: Como ensinar e discutir a cidade latino-americana com os alunos, de forma que eles possam entender as variáveis que atuaram e atuam na dinâmica das cidades e, ao mesmo tempo, desenvolver sua cidadania e sua sensibilidade em relação aos problemas urbanos? Resposta: Os conteúdos relacionados ao estudo das cidades latino-americanas devem obedecer às diversas abordagens teórico-metodológicas existentes na Geografia. A partir da análise destas e de sua adaptação aos níveis de ensino a serem trabalhados, é importante iniciar a temática fazendo com que o aluno entenda quais foram os processos que originaram as cidades e toda a sua dinâmica, pretérita e atual. Para que isso seja possível, poderão ser utilizados relatos da época, disponíveis em livros, imagens e pinturas, e, para o período atual, mapas e cartas topográficas, além de imagens de satélite. Ao mesmo tempo, é relevante que o aluno compreenda, com o intuito de desenvolver sua cidadania e sua sensibilidade em relação aos problemas urbanos, que, desde o início das cidades, as desigualdades territoriais e sociais já existiam e imprimiram seus reflexos na organização das cidades atuais, bem como nos problemas urbanos. 2ª. LICENCIATURA – HISTÓRIA ALUNO: CLAUDIO J. E. DE ANDRADE DISCIPLINA: Crise colonial e origens da independência na América Desafio O processo de independência na América foi um fenômeno de longa duração, forjando resultados distintos a partir das singularidades de cada sociedade em que esses eventos foram gerados. Dessa forma, é fundamental a compreensão histórica desses acontecimentos para que não sejam realizadas análises subjetivas, superficiais e até mesmo anacrônicas acerca desses fatos. Considere que você faz parte do corpo docente de uma escola de Educação Básica e ministra aulas nas turmas do 8.° ano do Ensino Fundamental - Anos Finais. Sua prática docente é balizada pelos debates contemporâneos sobre a educação nacional, ancorada na BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Sabe-se que, nessa etapa, a unidade temática trata de Os processos de independência nas Américas, e que os alunos devem ser capazes de desenvolver as habilidades (EF08HI07) e (EF08HI08), quais sejam: Durante uma aula, na qual você aborda o projeto colonizador português na América, são demonstradas as características desse processo e é feita uma comparação com a situação das outras colônias americanas. Após essa explicação, é aberto o diálogo para que sejam sanadas possíveis dúvidas referentes ao assunto. Nesse momento, três questionamentos levantados pelos alunos são pertinentes: a) Um dos seus alunos questiona se o problema do Brasil não seria o fato de termos sido colonizados pelos portugueses. b) Aproveitando a fala do colega, outro aluno pergunta se nossa situação seria melhor se no lugar dos portugueses tivéssemos sido colonizados pelos ingleses, tornando a situação do Brasil mais próxima dos Estados Unidos, ou seja, uma potência econômica e bélica. c) E por fim, um terceiro aluno questiona se as nações protestantes, como Inglaterra e Holanda, não foram melhores colonizadores do que os reinos católicos, como Portugal, Espanha e França. Como você, no papel de professor, responderia essas questões? Resposta: a) O processo de colonização é realizado a partir de um pressuposto de conquista, iniciado com a ocupação de um território, enfrentamento e submissão da população nativa, bem como a imposição de um aparato técnico e administrativo que corresponda aos interesses da metrópole. Nesse sentido, o problema em si não está nos portugueses, mas sim na gestação da nação, que foi realizada em um contexto de exploração. b) As singularidades dos desdobramentos dos processos de independência ocorridos na América dizem menos respeito aos colonizadores do que ao contexto das sociedades coloniais. A Coroa britânica possuiu colônias na América, África, Ásia e Oceania, e, em cada uma dessas localidades, a relação foi diferenciada. Então, o que ocorreu nos Estados Unidos da América não poderia ser restrito ao fato de terem sido colonizados por ingleses. c) A relação entre metrópole e colônia, em todos os aspectos, sempre foi sustentada pela dependência e pelo pacto colonial. Uma diferença percebida nessa questão foi interpretada por Max Weber em A ética protestante e oespírito do capitalismo, em que nações protestantes, como Inglaterra e Holanda, adotaram valores calvinistas como a valorização do trabalho, a poupança e o lucro em oposição ao ideário católico, que compreendia o trabalho como um castigo divino. 2ª. LICENCIATURA – HISTÓRIA ALUNO: CLAUDIO J. E. DE ANDRADE DISCIPLINA: A escravidão africana nas Américas Desafio Atualmente, tem se tornado cada vez mais comum (e popular) um certo tipo de literatura histórica – em geral produzida por autores sem formação na área – contestando teses solidamente estabelecidas pela comunidade de historiadores a respeito da escravidão. Nesse tipo de texto, de caráter revisionista, afirmações não embasadas cientificamente dão conta de que Zumbi dos Palmares (um dos grandes ícones do movimento negro brasileiro), por exemplo, seria proprietário de escravos. Além dessas afirmações, existe ainda outra visão expressa por historiadores amadores defendendo a tese de que o instituto da escravidão – mesmo que terrível em si – teria, ao final das contas, sido benéfico para os descendentes de escravos, pois os teria inserido na civilização ocidental, entendida como a única possível e desejável. O seu desafio é apresentar uma argumentação para cada uma delas, de forma que comprove que estão incorretas. Resposta: Para rebater a ideia de que Zumbi tinha escravos é suficiente afirmar que a produção historiográfica séria, feita até hoje, em nenhum momento encontrou evidência de que isso possa ter acontecido. Não existe documentação ou qualquer outro tipo de fonte confiável da época que possa embasar a ideia de que a escravidão existia dentro dos quilombos, especialmente Palmares. Até mesmo porque isso seria algo muito contraditório, pois o quilombo era formado por ex-escravos que enxergavam a liberdade como algo positivo. Dessa forma, na impossibilidade de comprovar se havia ou não escravos em Palmares, mas devido ao contexto de conquista da liberdade pelos negros, a lógica conduz a encarar a possibilidade de que não existiam escravos naquele quilombo como a mais plausível. Portanto, afirmações categóricas como as de que Zumbi tinha escravos se tratam de reescrita da história, a partir de um viés ideológico determinado. Em relação à segunda ideia, sobre os supostos benefícios trazidos pela escravidão aos próprios negros, é preciso apontar para a realidade atual. Além da violência e da crueldade de quase 400 anos de escravidão negra, basta observar os índices sociais atuais que demonstram a marginalização imposta à população negra. Evidentemente que esses dados não revelam fenômenos que surgiram do nada, pelo contrário, demonstram que existe um problema histórico, originado na escravidão, que até hoje não foi resolvido, como a violência, a baixa escolaridade, os menores salários, dentre outras mazelas, atingindo a parcela negra da população das Américas com maior intensidade. Além disso, se a perspectiva do defensor dessa visão distorcida da história da escravidão for a de que os negros foram tirados da barbárie e colocados na civilização, é possível afirmar que essa é uma ideia eurocêntrica, que considera a civilização ocidental superior às outras, fato que não encontra respaldo na realidade. 2ª. LICENCIATURA – HISTÓRIA ALUNO: CLAUDIO J. E. DE ANDRADE DISCIPLINA: Historia do pensamento economico Desafio O desafio desta Unidade de Aprendizagem colocará você dentro da história do pensamento econômico, transformando-o em um pensador. Lembre-se de que você é um pensador econômico no século XVIII, ou seja, você não tem computador, nem planilhas eletrônicas e nem estatísticas. Você só tem algumas informações de como funcionam as relações econômicas entre três grupos sociais de uma pequena aldeia. Aqui, será possível observar como o sistema econômico funciona a partir de um fluxo de relações entre os agentes econômicos. Imagine que você é um pensador econômico no século XVIII. Durante o fim de semana, você visitou uma sociedade tribal e pôde observar as relações econômicas entre os indivíduos daquela sociedade. Era uma sociedade simples e sem moedas, realizando o rudimentar escambo (que é a troca de mercadorias). Naquela sociedade tribal, você pôde observar as relações econômicas entre um pescador, um coletador de frutas e uma artesã de roupas. Motivado com a observação empírica, você elaborou o seguinte diagrama: Agora, você retornou à sua pequena cidade e está animado para realizar um quadro econômico dela, assim como fez com aquela sociedade tribal. Faça um diagrama da sociedade tribal de acordo com cada situação. Informações: Primeira situação: • Você observou três grupos sociais importantes: os proprietários de imóveis, os comerciantes locais e os trabalhadores urbanos. • José, que é proprietário de uma casa e aluga o imóvel por 3 barras de ouro para João, que é um trabalhador da loja de tecidos da cidade. • Manuel é o proprietário da loja de tecidos da cidade e paga 5 barras de ouro para que João trabalhe no seu negócio. • Manuel também aluga um imóvel de José — uma loja para seu comércio — e paga 4 barras de ouro. Segunda situação: • João comprou 2 barras de ouro de tecidos no comércio de Manuel. • José também compra tecidos na loja de Manuel. No total, José gastou 3 barras de ouro em tecidos novos. • Algumas vezes, José contrata João para limpar seu imóvel e paga para ele 6 barras de ouro por um mês de trabalho. Resposta: Sendo, os numerais a quantidade de barras de ouro, a primeira situação está representada abaixo: Por sua vez, a segunda situação está exibida abaixo: 2ª. LICENCIATURA – HISTÓRIA ALUNO: CLAUDIO J. E. DE ANDRADE DISCIPLINA: Teorias Liberais Desafio O liberalismo surgiu a fim de contestar o poder do Estado contra a liberdade dos indivíduos. A partir dos anos 1980, com o surgimento do novo liberalismo (ou neoliberalismo), buscou-se renovar o conjunto de doutrinas liberalistas. Considere que, após um processo eleitoral acirrado, você foi eleito Presidente do Brasil. Considere também que o país está em uma crise financeira e econômica profunda e que a sociedade clama urgentemente por mudanças de rumo e orientação das políticas econômicas do governo. Vários economistas aconselharam você a mudar a trajetória do país a partir de políticas neoliberais, que se alinham às práticas implementadas pelos países mais desenvolvidos e que são recomendadas por organismos internacionais. Para isso, você pretende propor ações a partir de opções que solucionem a crise dentro desse espectro do pensamento econômico. Veja suas opções: Considerando as teorias liberais como norte de suas decisões, indique as opções corretas e incorretas a se adotar, justificando-as. Resposta: Considera-se a opção 1 incorreta, pois ela trata de uma política de controle absolutista. No pensamento liberal, o controle do comércio internacional é considerado um "pecado", atrapalhando o progresso econômico que se baseia na expansão continua da produção e das vendas. A opção 3 também é considerada incorreta, por não estar relacionada a uma politica neoliberal, já que a ampliação dos gastos públicos aumenta a dependência da economia pelas políticas intervencionistas. Nesse caso, é a teoria keynesiana que defende a ampla intervenção da economia a partir dos gastos públicos para solucionar crises financeiras e econômicas. A opção 2 é a opção correta, já que a privatização é parte da política de redução do governo, logo, da máquina pública. A lógica é de que a economia deve ser operada por empresas privadas e não empresas públicas. Trata-se de uma política neoliberal clássica. A opção 4 também pode ser considerada correta, já que também é uma política neoliberal clássica. A redução das despesas públicas busca criar disciplina fiscal e um estado mínimo que arrecade menos e gaste menos.Essa lógica defende que a disciplina fiscal faz com que o Estado precise de menos recursos, logo, esses recursos são utilizados pela iniciativa privada, tirando o país da crise financeira e econômica. 2ª. LICENCIATURA – HISTÓRIA ALUNO: CLAUDIO J. E. DE ANDRADE DISCIPLINA: Abordagens do pensamento liberal progressista Desafio . Ao colocar o estudante como figura central para que a aprendizagem escolar ocorra, entendendo que os aspectos subjetivos têm importância e que o meio intervém nesse processo de desenvolvimento cognitivo e social, as tendências pedagógicas liberais progressistas se opõem radicalmente ao paradigma educacional liberal tradicional do século XIX e início do século XX. Seus efeitos são percebidos nas práticas escolares até os dias atuais. Veja na imagem a seguir o caso de uma professora recém-formada que passou a atuar como regente de uma turma. Agora é com você. Na função de coordenador pedagógico de Paula e com base no pensamento liberal renovador, combine com a professora algumas práticas pedagógicas e avaliativas que poderiam ser implementadas em sala de aula para reverter esse quadro. Resposta: Tendo em vista uma prática pedagógica liberal progressista pude identificar vários erros na condução de ensino Paula. Como coordenador pedagógico ensinarei para ela que ela deve por em prática técnicas de não confrontamento, colocando ela e seus alunos não em posições hierarquias de retentor do conhecimento e o outro um simples receptor, é preciso trabalhar para que tanto docente quanto discente consigam construir o conhecimento juntos(antiautoritarismo). Outro ponto importante é a forma individualista que ela adotou, para superar isso é preciso que ela realize atividades em grupo, estimule a curiosidade e o pensamento crítico, além de uma tentativa de autogestão pedagógica, onde os alunos possam aprender através de metodologias ativas com o professor servindo de guia. 2ª. LICENCIATURA – HISTÓRIA ALUNO: CLAUDIO J. E. DE ANDRADE DISCIPLINA: Historiografia política brasileira Desafio A historiografia política brasileira aborda diversos temas que estão, invariavelmente, conectados aos ideais do presente. Portanto, ainda que o autor analise o passado, sua subjetividade e historicidade fazem parte da operação historiográfica. Francisco José de Oliveira Vianna (1883-1951) foi um conhecido jurista e sociólogo nascido no Estado do Rio de Janeiro que teve voz no governo de Getúlio Vargas, entre 1930 e 1945. Suas discussões acerca da divisão do Direito em Comum e Trabalhista ficaram famosas e ajudaram a moldar a Legislação do Trabalho. Essa influência o colocava como um dos intelectuais mais conceituados do País. Em 1934, após a leitura de obras seminais sobre o determinismo racial e a eugenia, que surgiram no século XIX, e principalmente as de Arthur de Gobineau (1816-1882) e Georges Vacher de Lapouge (1854-1936), Vianna publicou Raça e assimilação. Seu objetivo era analisar cientificamente a evolução da sociedade brasileira. Imagine que você é professor de História e vai estudar essa ideia com os alunos do 8º ano do Ensino Fundamental II, de acordo com a Base Nacional Comum Curricular. A partir da leitura do texto, e considerando o trabalho a ser feito com seus alunos em sala de aula, crie uma relação sobre a eugenia, principalmente sob a perspectiva do negro e do índio em um mundo que acreditava na superioridade branca. Resposta: No trecho destacado, Vianna afirma que os índios do Brasil eram mais selvagens, menos civilizados que as populações asteca e inca, por exemplo. Estes, que viveram na América do Norte e do Sul, respectivamente, eram classificados dessa maneira por terem organizações sociais, políticas e econômicas consideradas avançadas pelos europeus. Essas ideias já eram disseminadas nos séculos XVI e XVII, e a surpresa diante das construções monumentais ao aportarem na América demonstra o julgamento inferior direcionado aos nativos. Para Vianna, os índios daqui demonstravam sua baixa hierarquia na cadeia evolutiva pela falta de organização social, política, econômica e um exemplo disso era a parca tecnologia aplicada nas moradias. O nomadismo, citado por ele, era uma característica das sociedades nômades na Pré-História antes da sedentarização e do aparecimento da agricultura. O autor mantém a visão construída por historiadores que exaltavam a colonização portuguesa como a salvação civilizacional dos povos indígenas. Ao longo da sua obra, Vianna expõe como o embranquecimento da população brasileira seria, portanto, a "saída ideal" para a evolução, corroborando a ideia eugenista da época. 2ª. LICENCIATURA – HISTÓRIA ALUNO: CLAUDIO J. E. DE ANDRADE DISCIPLINA: Políticas econômicas neoliberais e a realidade brasileira Desafio Observe atentamente as imagens abaixo. São imagens que possivelmente, você como Assistente Social verá costumeiramente, em seu cotidiano profissional, ou atenderá cidadãos nessas condições. Com base na análise das imagens acima e no conteúdo estudado, em que foram apontadas as diversas consequências que as políticas neoliberais trazem aos direitos de cada cidadão, mesmo após a promulgação da Constituição Federal do Brasil em 1988, aponte no mínimo cinco direitos dos cidadãos brasileiros que atualmente vêm sendo negados ou prejudicados e contextualize com base no conteúdo abordado. Resposta: Muitos são os direitos dos cidadãos que vêm sendo negados e prejudicados atualmente pelas políticas neoliberais, tais como: direitos à saúde, educação, emprego, moradia, assistência social, alimentação, lazer, convivência familiar saudável, direito à proteção, previdência social e aposentadoria digna. Percebe-se que o Estado cada vez mais se omite em relação às políticas sociais, optando por se adaptar às necessidades do capitalismo, que tem como prioridade o lucro em detrimento das necessidades humanas. 2ª. LICENCIATURA – HISTÓRIA ALUNO: CLAUDIO J. E. DE ANDRADE DISCIPLINA: Povos indígenas e seus aspectos culturais Desafio No ano de 2003, por meio daLei n.º 10.639, modificou-se a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)para incluir a temática da história e da cultura afro-brasileira nos currículos da Educação Básica. Alguns anos mais tarde, com a promulgação da Lei n.º 11.645, de 2008, houve nova redação desse artigo, contemplando a história e a cultura dos povos indígenas. Imagine que você seja professor de História do Ensino Médio. Elabore uma sugestão de atividade relacionada à ecologia e à história indígena que leve em consideração os saberes indígenas e a contribuição da História para esse tema. Resposta: A proposta deve ressaltar as formas como os indígenas se relacionam com a natureza, sem hierarquização entre os seres humanos e os demais seres vivos, incluindo os animais e as plantas. É possível explorar as formas sustentáveis utilizadas pelos indígenas a partir dessa compreensão de mundo que enxerga o ser humano como parte de um todo, em íntima relação com o entorno que habita. Nesse sentido, os alunos compreenderão que a preservação da natureza, para os indígenas, é compreendida como única forma de existência. Para as atividades, seria interessante organizar relatos de indígenas, presencialmente ou a partir de documentários produzidos por diferentes povos ou a partir da exploração de histórias indígenas. 2ª. LICENCIATURA – HISTÓRIA ALUNO: CLAUDIO J. E. DE ANDRADE DISCIPLINA: Direitos étnicos-culturais dos povos indígenas Desafio Os povos indígenas apresentam alguns tipos de habitações que variam de acordo com sua função e a quantidade de famílias que vão ocupar determinada unidade. Essas diferenciações de uso resultam em nomenclaturas distintas. Imagine que você deva propor uma aldeia indígena que atenda os seguintes aspectos: a. Deve ter um local para a realizaçãode rituais e festas. b. Deve ter três unidades de habitação comunitária. c. Deve ter 5 unidades de habitações menores para apenas uma família cada. d. É necessário um espaço aberto para uma praça. Com base nesse programa de necessidades mínimas, responda as seguintes questões: 1. Que tipos de habitações você indicaria para atender o uso e função dos itens a, b e c? 2. Com base nas características das aldeias, como deveria ser a distribuição destes abrigos e qual seria o local mais indicado para a localização da praça? Resposta: 1 – O local para a realização de rituais e festas deveria ser uma construção chamada, na língua indígena, de “opy”, que é o nome dado à casa de rezas dos índios. Uma "opy", para os indígenas, é como se fosse uma capela para o povo branco. Esse local é o que serve também para a realização de festas religiosas e rituais sagrados. Para as três unidades de habitação coletivas, deveriam ser construídas três ocas ou malocas, que são os tipos de habitações maiores, que comportam mais pessoas internamente. Para as 5 habitações menores, que devem comportar apenas uma família cada, deveriam ser construídas 5 tabas, que são abrigos menores que as ocas ou malocas e servem, assim, para abrigar uma família cada. 2 – A distribuição destes abrigos deveria ser de forma ortogonal, deixando livre o espaço central que abrigaria a praça. Essa praça central é normalmente utilizada para a realização de atividades cotidianas, festas, cerimônias e rituais sagrados. 2ª. LICENCIATURA – HISTÓRIA ALUNO: CLAUDIO J. E. DE ANDRADE DISCIPLINA: Direitos étnicos-culturais dos povos indígenas Desafio O conflito entre a sociedade e os povos indígenas constitui toda a história do Brasil desde a chegada dos portugueses. Assim, os povos ameríndios nunca receberam um tratamento digno, e muitos, na atualidade, ainda não recebem. Apesar da importante conquista constitucional de 1988, as terras demarcadas são tratadas por parte do Estado de forma hostil, e os indígenas nem sempre são tratados de acordo com o que consta na Constituição. Ou seja, além de terem difícil acesso a serviços básicos, os indígenas ainda são hostilizados. Considerando o contexto apresentado, suponha a situação a seguir: Com base nos seus conhecimentos, responda as seguintes questões: a) Descreva em quais condições o ambulatório deverá ser construído. b) Explique como os profissionais da área da saúde devem proceder em relação a essa comunidade indígena de modo a preservar e a respeitar seu modo tradicional de vida. Resposta: a) O ambulatório indígena deve ser construído dentro da comunidade de modo a aproximar o contato dos profissionais da saúde com os indígenas. b) O tratamento de doenças que afetam o povo deve respeitar seu modo tradicional. Ele deve ser oferecido, e nunca imposto. Os profissionais que atuarem nessa comunidade devem sempre buscar contato com o pajé ou com os curandeiros da tribo para a atuação em conjunto com essas importantes figuras de liderança da comunidade. Deve, ainda, ser garantida a manutenção dos cuidados médicos tradicionais desse povo, que devem ser aliados aos cuidados médicos trazidos pelos órgãos públicos. Os profissionais da saúde devem focar nos cuidados básicos e na orientação em relação a eventuais questões de saneamento básico com vistas à prevenção de doenças. 2ª. LICENCIATURA – HISTÓRIA ALUNO: CLAUDIO J. E. DE ANDRADE DISCIPLINA: Políticas públicas voltadas às populações indígena e quilombola Desafio O Serviço Social está presente no atendimento à população indígena tanto nas aldeias quanto nas áreas próximas a elas. Nessa perspectiva, a atuação prevê uma prática direcionada para resguardar os direitos e as características das comunidades. Você é assistente social de uma Unidade Básica de Saúde de um município do interior paulista com aproximadamente 14 mil habitantes. Em uma das cidades vizinhas, há uma aldeia indígena e comumente os habitantes dessa comunidade vão a esse município quando necessitam de serviços de saúde e até mesmo do comércio local. Enquanto assistente social da Unidade Básica de Saúde, analise as possibilidades de atendimento a essa demanda. Resposta: As populações indígenas têm direitos assegurados pela Constituição Federal de 1988 e devem ser tratadas em igualdade de condições, apesar de consideradas as suas especificidades. Nesse caso, após entrevista e acolhimento às demandas trazidas pelo casal, é importante assegurar o direito à saúde e acompanhamento pré-natal, conforme consta na Constituição Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente. Tendo feito isso, é igualmente importante conhecer a história de vida do casal e da adolescente, a fim de verificar a necessidade de encaminhamentos para a rede socioassistencial do município de origem. Isso pode ser feito mediante contato telefônico com o técnico de referência no município. 2ª. LICENCIATURA – HISTÓRIA ALUNO: CLAUDIO J. E. DE ANDRADE DISCIPLINA: Culturas afro-brasileira e indígena na sociedade brasileira contemporânea Desafio rante a educação básica, a escola é responsável por proporcionar formas de conhecimento do mundo e construir o sentimento de alteridade no alunado. É por meio do processo educacional, desenvolvido no ambiente escolar, que diversos indivíduos se reconhecerão como pertencentes à sociedade ou terão as suas práticas invisibilizadas e silenciadas pelas atividades propostas pelo currículo. Por isso, é fundamental que o professor tenha conhecimento das diferentes práticas culturais desenvolvidas pelos grupos que formam a sociedade, com vistas a contemplar a diversidade étnica e cultural e não reproduzir uma visão de mundo unilateral, baseada apenas em uma expressão desse contexto ou visões estereotipadas presentes no senso comum. Buscando uma prática educativa antirracista, você decide agir: a) Existe um erro de interpretação do livro didático sobre a escravidão? Identifique-o e contextualize a discussão. b) Considerando a resposta da questão anterior, de que forma a escravidão pode ser abordada em sala de aula sem justificar a colonização? Resposta: a) Sim. Os livros didáticos apresentam a escravidão como um discurso que retirou dos africanos a sua alma, afirmando que eles eram inferiores e, por causa disso, deveriam ser escravizados pelas potências europeias. Quando essa prática é naturalizada, reflete o pensamento da época, sendo necessário explicar que a burguesia e as elites africanas lucraram mutuamente com o comércio de seres humanos e expor as consequências para essas sociedades. b) Uma forma de trabalhar a escravidão em sala de aula é mostrando as formas de resistência utilizadas pela população africana e afrodescendente, para manter viva a sua cultura e sobreviver em um ambiente hostil. As práticas religiosas, as manifestações culturais e a formação de quilombos são exemplos de formas que podem ser utilizadas, ainda mais considerando a diversidade cultural das regiões. 2ª. LICENCIATURA – HISTÓRIA ALUNO: CLAUDIO J. E. DE ANDRADE DISCIPLINA: Colonialismo Desafio No livro O universalismo europeu, o autor fala da criação do sistema "mundo europeu", que significaria basicamente a inserção de maneira violenta da cultura europeia como sendo a única e a melhor maneira de viver. Estabelecendo-se que as culturas existentes em solo latino-americano, por exemplo, deveriam ser erradicadas, a fim de se constituir uma evolução da sociedade. Dentro desse quadro, construa um texto, em que opte pela defesa dos invasores europeus ou pela defesa dos indígenas. Nessa construção, é importante explorar o conceito de colonialismo e mostrar suas nuanças; por um lado a defender os povos indígenas da dizimação de sua cultura, e por outro, evidenciando os pontos positivos da evolução da sociedade, que aparece a partir do contato com as novidades e diferenças.1 - Elaborar um texto, de uma lauda, que tenha como base a fundamentação da escolha do lado a ser defendido: indígenas ou europeus. 2 - Evidenciar o que seria o colonialismo, e como ele se deu com a chegada dos europeus na América Latina. 3 - Explicar os motivos para a aceitação da colonização como uma maneira de se construir uma sociedade mais evoluída. Resposta: A questão da colonização pode ser vista sob duas perspectivas: a do colonizador e a do colonizado. Na primeira, a mais passível de críticas, aparecem relatos que vão desde a dizimação de uma cultura até o esquecimento do culto ao passado. No entanto, é importante perceber que há nesse encontro entre culturas um componente importante. Estamos nos referindo aos frutos que nascem quando duas culturas se encontram. A história nos mostra que essa simbiose é inevitável, ou seja, desse encontro nascem novas dimensões para o ser humano, tornando mais fáceis e evoluídas as relações sociais. Assim, em relação à chegada dos europeus à América Latina, podemos perceber que a ideia de colonialismo possui diferentes dimensões. Queremos mostrar que a colonização acompanha a própria marcha do humano na construção de seu tempo. Expliquemos. O encontro entre culturas possibilita que ambas sejam tocadas, uma pela outra, e isso as conduz a um avanço que as recria e reinventa, culturalmente. Esse outro lado é importante, os povos ameríndios, a partir do contato com o europeu, acrescem sua cultura e recebem ensinamentos, outrora desconhecidos. Os valores são tocados, isso implica não uma mera dizimação de culturas, mas sim, a construção de novas. Nesse sentido, o conceito de colonialismo pode ser percebido de maneira menos negativa, não apenas com o maniqueísmo do bom e do mau. Há, em verdade, na concepção que trazemos, uma verdadeira abertura de possibilidades para as culturas, na qual o encontro figura como mola que impulsiona as mesmas para um local desconhecido pelas culturas antes do encontro. Não há um simples choque de culturas, mas um encontro que será sempre fecundo. Quando falamos do encontro entre culturas, da colonização, estamos pensando, portanto, na própria história da humanidade, que se reinventa exatamente por trazer em seu DNA a própria característica de inacabamento. O ser humano é um animal inacabado. E sua tarefa é sua própria construção, sendo assim, a colonização será inevitável para o avanço das culturas. 2ª. LICENCIATURA – HISTÓRIA ALUNO: CLAUDIO J. E. DE ANDRADE DISCIPLINA: Colonialismo na África: a escravidão e o tráfico de escravos Desafio O catolicismo é a religião com o maior número de adeptos no Brasil. Segundo o Censo do IBGE de 2010, 64,6% da população brasileira se declarou católica. O Brasil teve o catolicismo como religião oficial até 1891, quando passou a ser um Estado laico. Juntos, católicos e evangélicos somam 86,8% da população brasileira, fazendo do Brasil um país de maioria cristã. Você, como professor do Ensino Fundamental, precisa trabalhar, com as turmas de 7º e 8º ano, sobre a influência da cultura africana na sociedade brasileira. Veja mais informações sobre o assunto: Considerando o argumento do aluno, de que forma você trabalharia esse tema em sala de aula? Elabore a sua resposta abordando o processo de cristianização do Reino do Congo. Resposta: A ideia seria organizar um debate em sala com o objetivo de demonstrar aos alunos que os escravos vindos nunca tentaram impor suas crenças, mas apenas manter a sua cultura e religião. Textos complementares podem ajudar a entender que o mesmo não aconteceu quando os portugueses chegaram ao Brasil e ate mesmo no Reino do Congo, por exemplo. É nítido que os portugueses tentaram impor o catolicismo aos nativos, ignorando completamente as crenças locais/nativas. Na visão deles, a cultura do “homem branco e do catolicismo” iriam tornar os nativos civilizados. Total falta de respeito! Atualmente, existe a garantia na Constituição Federal de liberdade de crença, protegendo ate mesmo os locais de culto e as suas liturgias. É obvio, portanto, que todas as religiões e seus adeptos devem ser respeitados, sem nenhum tipo de discriminação. 2ª. LICENCIATURA – HISTÓRIA ALUNO: CLAUDIO J. E. DE ANDRADE DISCIPLINA: A África e os africanos antes da chegada dos europeus: reinos, povos e culturas Desafio O termo Iorubá (ou Yorubá) chegou ao conhecimento do mundo ocidental por volta de 1826 com o capitão escocês Hugh Clapperton, que trouxe consigo um manuscrito árabe das terras haussás – africanos islamizados – no Ocidente da África. O termo foi utilizado para definir os povos do reino de Oyó. O processo de desenvolvimento urbano do povo iorubá iniciou-se por volta de 5.500 anos atrás. Na idade do Ouro, as cidades e vilas iorubás constituíram um império, que chegou ao fim por volta de 1800, e incluíam diferentes etnias, como: Oyó, Egbá, Egbado, Ijebu, Ijexá, Ekiti, Ondo, Akoko e Owo. Seu desafio consiste em: A) Explicar os equívocos do uso do termo Yorubá pelo reverendo John Raban. B) Propor uma orientação para os guias do museu. Resposta: A) O reverendo John Raban não respeitou as diferenças desses povos e fez com que se perpetuasse através da história a denominação "povos yorubás", o que, por sua vez, fez com que eles fossem vistos como um povo único. Percebe-se o pensamento hegemônico euro- ocidental impondo a homogeneização dos povos de língua e cultura semelhantes na África, mas que são diferentes em suas especificidades. B) Quando os guias do museu forem apresentar o dicionário aos visitantes, eles devem mencionar que os iorubás (ou yorubás) inicialmente não tinham consciência de si próprios como um grupo (até a formação do Império), porém partilhavam de culturas em comum, como ritos religiosos, línguas, dialetos e estruturas políticas. Com o decorrer do tempo, formaram reinos, sendo que o mais bem-sucedido foi o de Oyó.
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