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Estratégias pedagógicas para o Ensino de Artes
Profª. Adriana Sanajotti Nakamuta
Descrição
Definição de estratégias pedagógicas para o ensino de artes visuais com base na demonstração de casos
práticos exemplares, metodologias e ferramentas.
Propósito
Ensinar artes, particularmente visuais, para as diferentes idades na Educação Básica demanda apropriação
de diversas estratégias pedagógicas e o conhecimento de várias metodologias e técnicas específicas que
envolvem o campo.
Preparação
Antes de iniciar este conteúdo, certifique-se de ter acesso a um dicionário de artes visuais. Existem bons
exemplos on-line e facilita para dúvidas, como o dicionário de Belas Artes organizado pela Universidade
Federal da Bahia e/ou o do projeto Trilhas das artes.
Objetivos
Módulo 1
As Artes Visuais na Educação
Reconhecer o campo das artes visuais como um espaço significativo para o desenvolvimento de
habilidades e competências dos alunos.
Módulo 2
Artes na Educação Infantil
Exemplificar, a partir da educação museológica, diferentes metodologias para o ensino e a prática
artística.
Módulo 3
Prática Artística no Ensino Básico
Analisar a teoria e crítica de arte para compreensão historiográfica.
Módulo 4
Linguagens de Artes Visuais
Identificar os diferentes materiais para a prática artística dentro do ensino básico.
Teoria e prática, por princípio, não se separam. É uma defesa, não há consenso, mas saber que
partimos dessa premissa é vital. O professor não deve teorizar e ver que “na teoria, a prática é outra”,
deve levar consigo a teoria e rediscuti-la, pensá-la e, se necessário, reinventá-la com a prática. E esse
é o mergulho indispensável.
Você sabia que o conhecimento artístico – histórico e prático – é fundamental na formação do
indivíduo, pois requer a mobilidade e o desenvolvimento de competências e habilidades ligadas à
expressão e à comunicação oral, escrita e visual, à reflexão crítica e histórica, à promoção a vivências
culturais e ao conhecimento de novas tecnologias digitais? Neste conteúdo, você conhecerá
diferentes estratégias pedagógicas para o ensino de artes na Educação Infantil, no Ensino
Fundamental e no Ensino Médio.
Introdução
Para que serve um professor de artes?
Assista, agora, a um vídeo que responde as perguntas mais comuns sobre a importância do ensino de artes.
1 - As Artes Visuais na Educação
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer o campo das artes visuais como um
espaço signi�cativo para desenvolvimento de habilidades e competências dos alunos.
Competências e Habilidades Mobilizadas em Artes

Competência pode ser entendida como uma ação que requer conhecimento e habilidade para que seja
desenvolvida. Logo, habilidade se refere a um conjunto de aptidões e capacidades para o desenvolvimento
de algo. De forma resumida, compreender as competências e habilidades mobilizadas em artes no âmbito
do ensino é identificar de que maneira diferentes práticas pedagógicas são construídas estrategicamente,
considerando os diversos públicos e as recomendações normativas ligadas ao ensino brasileiro para
formação do indivíduo.
Atenção
Para começar este conteúdo, vamos compreender alguns aspectos da Base Nacional Comum Curricular
(BNCC), instrumento para quem se dedica ao estudo das práticas pedagógicas e para a formação de
professores.
Trata-se, portanto, de um documento de caráter normativo e que descreve um conjunto de aprendizagens
básicas e essenciais para o ensino básico brasileiro, compreendendo as competências gerais que
asseguram aos estudantes o acesso aos direitos de aprendizagem e desenvolvimento no âmbito
pedagógico.
Cabe destacar, ainda, que as competências gerais propostas para as três etapas da Educação Básica
(Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio) cumprem o objetivo de articular as habilidades e
com as ações que devem ser mobilizadas para o ensino, neste caso, para o de artes. Vejamos os pontos
importantes da BNCC (2017) que vamos, mais adiante, relacionar às estratégias de ensino-aprendizagem de
artes. No documento, são destacadas dez competências gerais e fundamentais, são elas:
Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico,
social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar
para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a
investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, PARA investigar
causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive
tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e
t bé ti i d áti di ifi d d d ã tí ti lt l
também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita),
corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística,
matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e
sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma
crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares)
para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver
problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais, e apropriar-se de conhecimentos e
experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer
escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade,
autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e
defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos
humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e
global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do
planeta.
Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na
di id d h h d õ d t t íti
A partir das dez premissas relacionadas (destacadas) e baseadas no desenvolvimento de competências e
habilidades, veremos que...
Diagrama sobre o desenvolvimento de competências e habilidades.
... estrutura a apresentação de casos práticos aplicados às diferentes faixas etárias no âmbito do contexto
escolar e no ensino de artes. Considerando esses aspectos, vale destacar que:
diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e
capacidade para lidar com elas. Neste sentido, a estesia refere-se à experiência sensível dos
sujeitos em relação ao espaço, ao tempo, ao som, à ação, às imagens, ao próprio corpo e aos
diferentes materiais.
Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar
e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da
diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e
potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e
determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos,
sustentáveis e solidários.
“Arte/Educação é a mediação entre arte e público, e ensino da Arte é o
compromisso com a continuidade e/ou com currículo quer seja formal ou
informal. (...) Hoje, a aspiração dos arte/educadores é influir positivamente no
desenvolvimento cultural dos estudantes por meio do conhecimento de arte
que inclui a potencialização da recepção críticae a produção”
(BARBOSA, 2008, p. 98)
Dessa forma, o ensino de artes visa à troca entre as culturas, promove um pensamento crítico sobre
determinado objeto ou bem artístico, entende as semelhanças e respeita as diferenças.
Entretanto, vale destacar que é importante permitir que os alunos sejam protagonistas e agentes dessas
experiências artísticas, buscando alcançar a “aprendizagem em arte” como uma prática social, proveniente
das suas próprias experiências enquanto cidadãos brasileiros.
A BNCC aborda ainda sobre as competências e habilidades relacionadas ao uso das tecnologias digitais e a
competência geral 5, o que reforça seu caráter mais amplo sobre a compreensão de seu uso em geral e a
criação de tecnologias digitais aplicáveis em práticas sociais.
Com a sociedade cada vez mais conectada por meio dos smartphones, a revolução da tecnologia digital
mudou bastante as relações interpessoais.
Assim, o ambiente escolar pode caminhar dentro dessa nova realidade e trazer para – em especial – o
ensino nas artes, uma abordagem mais ampliada, que abrange um maior número de competências e, claro,
tornando acessível todas as informações e os conhecimentos necessários sobre determinada produção
tí ti / lt l
artística e/ou cultural.
Vejamos a demonstração prática dessas competências relacionadas à diversidade de saberes e às
informações confiáveis em duas estratégicas pedagógicas práticas para o ensino de artes visuais.
Demonstração
Para ilustração dos pontos elencados sobre as competências e habilidades que serão desenvolvidas no
ensino de artes e, especialmente, como estratégias pedagógicas para formação sociocultural dos alunos,
inicie o planejamento de suas atividades a partir do conhecimento prévio dos alunos e da memória afetiva
deles. Elenque, por meio de palavras, as festas, os lugares e as comidas que fazem parte da história de vida
de um dos alunos.
Leila
Budista, trajes, alimentos orientais, meditação.
Yasmin
Muçulmana, trajes, orações cinco vezes por dia, tâmaras e nozes, comunidade.
Fábio
Judeu, pão ázimo, guardar o sábado, frequentar sinagoga.
Maria
Católica, jejum, água, reconhecimento da madrinhas, domingos na Igreja.
Lúcio
Evangélico, cultos familiares, obras de caridade, pregação do pai, refeições em grupo.
Mão na massa
Questão 1
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Considerando a importância de “valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais”, como competência
dentro do ensino de artes, tomaremos como exemplo os Saberes e Práticas associados aos Modos de fazer
Bonecas Karajá (fotos a seguir), registrado como patrimônio cultural brasileiro.
Trata-se de uma referência cultural do povo Karajá e uma atividade exclusiva das mulheres, cujo
conhecimento é transmitido de mãe para filha ou de geração em geração. As bonecas, confeccionadas com
argila e pinturas, são objetos lúdicos, mas significativos no âmbito da representação e reprodução
sociocultural e familiar do povo Karajá. É por meio dessas bonecas que as meninas recebem os
ensinamentos e compreendem todos os sistemas que envolvem a cultura Karajá. O processo de feitio de
uma boneca envolve a extração do barro, a modelagem da boneca, a queima e a pintura.
Modo de fazer as bonecas Karajá (Ritxòkò).
Inspirado pelo modo de fazer bonecas, pelo significado cultural e pela tradição feminina, planeje, em sua
aula, uma oficina de bonecas para todos os alunos, com materiais diversos, incentivando-os a criar
representações nesse objeto da memória afetiva pessoal e/ou familiar. Este é um exercício importante de
criatividade, compartilhamento de saberes e fazeres, com troca de experiências e narrativas de vida.
Questão 2
Nosso segundo exemplo para “colocar a mão na massa” vem de Nelson Leirner, artista brasileiro, autor da
obra Cubo de Dados (foto abaixo), de 1970. Nessa obra, ele utiliza o objeto dado para construção de uma
obra de arte contemporânea, pois é característico da produção desse artista utilizar objetos do cotidiano
e/ou assuntos polêmicos em suas obras, uma vez que ele acredita que essa forma de chegar ao espectador
– pela via da dúvida ou curiosidade – mobiliza reflexões importantes sobre a arte, provando diferentes
recepções artísticas e as experiências socioculturais.
Cubo de Dados, por Nelson Leirner (1970).
Partindo da premissa da importância de “argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis”
como uma competência importante para promoção e garantia dos direitos humanos, inclusive com a
consciência socioambiental e o consumo local, regional e global, promova a construção de uma obra
coletiva entre os alunos a partir de dados (informações) e objetos (do cotidiano) para promoção e fomento
de reflexões sobre o consumo. A partir da obra produzida, exponha-a em um local de destaque na unidade
escolar ou instituição em que você estiver inserido, para suscitar a apreciação, recepção e crítica de arte.
Resolução dos Exercícios “Mão na massa”
Assista, agora, a um vídeo que esclarece as questões abordadas.
Teoria na prática
Vejamos um exemplo prático que associou as competências apresentadas às novas tecnologias e
linguagens para comunicação e exercício do protagonismo do aluno e aluna na vida pessoal e coletiva.
O primeiro refere-se ao trabalho de Stepheson Ray de Oliveira, professor de português, da Escola Estadual
Imaculada Conceição, no Ceará-Mirim (RN), que utilizou ferramentas digitais para suprir o déficit de leitura
dos alunos do 4º ano do Ensino Fundamental.

_black
Por meio de dois softwares educacionais do Programa Nacional de Tecnologia Educacional (Proinfo) e
plataformas digitais, como a Alfa Mais Legal, o professor utilizou como estratégias pedagógicas o karaokê,
a sistematização em sala de aula por meio das tecnologias digitais, a realização de sessões semanais de
cinema e a execução de jogos pedagógicos. Essas atividades cumpriram a função de contribuir para a
aprendizagem da língua portuguesa – de maneira dinâmica e inclusiva – com as múltiplas linguagens,
produções textuais e variações linguísticas.
Assim, o uso dessas ferramentas audiovisuais abre espaço para um ambiente escolar mais inclusivo, aberto
para a aprendizagem coletiva com diálogo democrático e participativo, com múltiplas possibilidades de
leituras e interpretações da língua portuguesa.
Vale destacar que no Brasil temos um museu dedicado à língua portuguesa, cujo propósito museográfico é
tornar a nossa língua – oral, visual e textual – acessível a todos.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O ensino em artes visa à troca entre as culturas, promove um pensamento crítico sobre determinado objeto
ou bem artístico, entende as semelhanças e respeita as diferenças. Nesse sentido, é possível afirmar que:
A
somente por meio dos softwares educacionais, o professor pode tornar a aula mais
dinâmica e interativa.
B
a ferramenta HagaQuê foi elaborada na tentativa de facilitar o processo de criação para a
Geografia, de modo que a criança (ou o adolescente) é convidada a participar e interagir
com a plataforma.
C
de acordo com a BNCC, não é necessário exercitar a empatia, o diálogo e a resolução de
problemas para o acolhimento e a valorização da diversidade dos indivíduos.
D
é importante permitir que os alunos sejam protagonistas e agentes dessas experiências
artísticas, buscando-se alcançar a “aprendizagem em arte” como uma prática social,
proveniente das suas próprias experiências enquanto cidadãos.
E
utilizar as linguagens verbal e corporal é suficiente para obter conhecimentos das
linguagens artística, matemática e científica.
Parabéns! A alternativa D está correta.
O ensino de artes visa promover o desenvolvimento de competências e habilidades a partir da
própria vivência e experiência dos alunos.
Questão 2
(Adaptada de FUMARC – 2018 – SEE-MG – Professor de Educação Básica – Arte) Na Base Nacional
Comum Curricular (BNCC) de Arte, cada uma das quatro linguagens do componente curricular – Artes
visuais, Dança, Música eTeatro – constitui uma unidade temática que reúne objetos de conhecimento e
habilidades. Além dessas, uma última unidade temática, Artes integradas, que:
A
articula saberes referentes a produtos e fenômenos artísticos e envolve as práticas de
criar, ler, produzir, construir, exteriorizar e refletir sobre formas artísticas.
B
deve expandir seu repertório e ampliar sua autonomia nas práticas artísticas por meio da
reflexão sensível, imaginativa e crítica sobre os conteúdos artísticos e seus elementos
constitutivos.
C
explora as relações e articulações entre as diferentes linguagens e suas práticas, inclusive
aquelas possibilitadas pelo uso das novas tecnologias de informação e comunicação.
D
propicia a troca entre culturas e favorece o reconhecimento de semelhanças e diferenças
entre elas.
E
reconhece a diversidade de saberes, experiências e práticas artísticas tradicionais como
modos legítimos de pensar, de experienciar e de fruir a Arte.
2 - Artes na Educação Infantil
Ao �nal deste módulo, você será capaz de exempli�car, a partir da educação museológica,
diferentes metodologias para o ensino e a prática artística.
Estratégias Pedagógicas de Artes Visuais com Crianças
Parabéns! A alternativa C está correta.
A BNCC, documento normativo para a Educação Básica, prevê o desenvolvimento de
competências e habilidades de diferentes linguagens e usos de novas tecnologias, como visto
nos exemplos “mão na massa”.

Roda infantil, por Candido Portinari (1932).
Como as crianças foram apresentadas ao longo da história da pintura? Já se fez essa pergunta? Vamos
começar esse estudo com uma célebre pintura do francês Pierre-Auguste Renoir. Rosa e azul – as meninas
de Cahen d’Anvers, datada de 1881, foi escolhida para o momento deste estudo porque é uma obra que
podemos conhecer pessoalmente, uma vez que pertence ao Museu de Arte de São Paulo (MASP).
O MASP é um museu brasileiro, na cidade de São Paulo, e exerce um papel importante na cultura brasileira,
fomentando exposições e atividades a partir do seu acervo, bem como exposições temporárias com
empréstimo de obras de outros países. Dentre suas atividades, cabe destacar o Programa Masp
Professores, cujo objetivo é a formação didático-pedagógica em artes de professores da rede pública de
ensino.
Rosa e azul – as meninas de Cahen d’Anvers, por Pierre-Auguste Renoir (1881).
Vamos considerar então a instituição museológica em nossas estratégias de ensino. As atividades
pedagógicas educativas dos museus exercem papel fundamental na transformação social de qualquer
cidadão que usufrui daquele espaço. Por meio das ações educativas dos museus, as pessoas são
convidadas à reflexão, às perguntas, aos questionamentos e ao interesse por determinado assunto, que, na
maioria das vezes, objetiva compreender um pouco mais sobre a história e interpretar a cultura vigente.
Comentário
Nesse sentido, a Educação Museal diz respeito às diversas ações teóricas, práticas, planejamento e
organização que possam auxiliar o papel do museu como um grande mediador de conhecimento e ponte
para um processo de transformação da sociedade como um todo.
Visando ao campo educativo mais focado em crianças, valorizando as estratégicas pedagógicas em artes
visuais, o escopo da educação museal deve ser focado em ferramentas, abordagens e metodologias
próprias para alcançar a atenção delas.
Para tanto, cabe ao professor compreender que o Programa Educativo e Cultural dos museus deve mostrar
às crianças o universo imenso das exposições artísticas, instigar pensamentos e reflexões e, claro,
promover o diálogo e valorizar os estudos das artes visuais de maneira abrangente.
A visita de crianças a um museu pode ser uma experiência muito interessante, ainda mais quando é
mediada por um professor ou profissional em artes. Observe algumas estratégias, apontadas pela prof.ª
Margaret Imbroisi, de como levar as crianças aos museus:
1. Não tratar e não exigir da criança como se fosse um adulto; a reação e o comportamento das crianças
dentro do museu deve ser visto como algo espontâneo e que eles estão começando a descobrir;
2. Procure sempre mostrar o universo de cores, texturas e formas presentes nos museus; é um despertar
para a imaginação e criatividade;
3. Se a criança não demonstra interesse dentro de um museu, não insista. Deixa-a no seu universo e vá
mostrando aos poucos outros elementos para que, assim, ela possa ser despertada e se sinta motivada
em estar naquele ambiente;
4. Se notar que a criança está parada em frente a uma obra de arte, não a chame, deixe-a o tempo
necessário para observá-la; provavelmente, é nesse momento que a criança será despertada para algo.
5. Faça algumas perguntas para a criança ao longo do trajeto para que aguce a curiosidade dela sobre o
pintor, sobre a vida dele, sobre as cores... lembrando, claro, que a linguagem deve ser sempre usada da
maneira mais acessível e simples possível.
Para alguns autores como Leite (2006, p. 29), as crianças pequenas podem ser estimuladas à apreciação de
obras de arte de diversas maneiras, pois quando se objetiva levar as crianças às exposições, normalmente
se cria uma atividade anterior, um “chamariz”, uma “sedução” – como teatro, danças, filmes, brincadeiras
ligadas ao pintor cuja obra está exposta.
Desse modo, a espontaneidade da expressão das crianças e seu processo de desenvolvimento, por meio de
um movimento ocorrido com as exposições escolares, são pontos essenciais que foram observados por
Osinski e Antonio (2010, p. 271) ao considerarem que o mundo pós-guerra via nas crianças uma espécie de
“futuro de paz” e que a arte poderia (e deveria) formar esse novo homem.
Tendo como uma das principais finalidades apresentar essas ideias, as exposições escolares passaram a
ser organizadas pelas escolas como culminância das aulas de Arte.
Meninos Brincando, por Candido Portinari (1955).
Por fim, vale destacar, segundo Franco (2008), que uma exposição, necessariamente, deve transmitir e
comunicar alguma ideia e, sendo assim, despertar algo nas crianças, ou seja, uma exposição nasce da
intenção de comunicar uma ideia, um tema, um conjunto de artefatos, uma coleção inusitada, parte da obra
de um artista, um recorte conceitual sobre determinado acervo museológico, enfim, abrange ações de
selecionar, pesquisar, documentar, organizar, exibir e difundir.
Atenção
Na prática, em um museu, o mediador da ação educativa dos museus e também o professor de artes visuais
têm papel fundamental na construção da aprendizagem em artes (em crianças), pois serão alguns dos
responsáveis pela sensibilização e mediação dos futuros cidadãos.
Os profissionais devem ser capazes de explicar didaticamente às crianças o papel do museu em nossa
sociedade, como se relacionar com as obras de arte, como compreender aquele espaço e como trazer as
próprias crianças como agentes e criadoras desses novos espaços de contato.
Demonstração
Partindo dos conceitos de lugar (a instituição museológica) e da pintura (técnicas e práticas desenvolvidas
pelo homem para se comunicar), vamos estruturar duas possibilidades de atividades práticas e estratégicas
pedagógicas para o ensino de artes na Educação Infantil, visando ao desenvolvimento de competências
para exercitar a empatia e a curiosidade, além das habilidades técnicas relacionadas à pintura e instalação
em artes.
Colagem
Escultura 
(moldar massinha)
Desenho livre
Mão na massa
Questão 1
Exercitar a empatia, o diálogo e a cooperação para o acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos
e de grupo sociais, sem preconceitos de qualquer natureza, é uma competência de extrema importância
para formação do indivíduo, especialmente no que tange às questões socioemocionais. Partindo dessas
premissas, vamos considerar uma atividade prática a partir da pintura de Renoir, Rosa e Azul, de 1881.
Pierre-Auguste Renoir, artista francês que deu início ao movimento impressionista, autor dessa pintura cujo
_black
tema foi um retratodas filhas do banqueiro judeu Louis Raphael Cahen d’Anvers, mantém sua assinatura
ainda que em obras encomendadas.
Detalhes em Rosa e azul – as meninas de Cahen d’Anvers, Pierre-Auguste Renoir (1881).
Renoir traz, na leveza dos vestidos de renda, a “mágica” que os impressionistas promoveram na pintura, ou
seja, trata-se de um movimento artístico que utilizou brilhantemente manchas pictóricas – sobrepondo
diversas camadas – e “diluindo” as linhas marcantes de separação entre as figuras e mesmo entre figura e
fundo. As manchas de tintas são capazes de nos informar sobre o tema ou repertório presente na
composição, como as duas meninas com seus vestidos de renda, com tonalidades pastéis de azul e rosa e
um fundo mais escuro em pleno contraste com todo o branco (ou luz) que as representava.
Projete essa imagem e abra para uma conversa com as crianças sobre cores e composição.
Feito isso, organize uma atividade individual, em que os meninos terão a tinta de cor rosa e branca para
utilizar, e as meninas, azul e branca. Essa atividade tem o objetivo de “desmistificar” a ideia de que rosa é
uma cor feminina ou que só pode ser utilizada por elas. Motive a produção de uma pintura de temática livre,
com suporte em tela ou papelão, utilizando como recurso técnico o pontilhismo ou as manchas de cores
para construção de uma imagem. Nesse exercício, as crianças observarão todas as nuances entre azul, rosa
e branco.
Exponha o resultado do trabalho em um corredor da unidade escolar, sem o nome visível do aluno. Promova,
com essa ação, um debate sobre autoria e gênero a partir das cores utilizadas.
Questão 2
Nossa segunda proposta para “colocar a mão na massa” parte da análise da obra Festa de São João, pintura
de Heitor dos Prazeres, de 1942. Nascido na cidade do Rio de Janeiro, Heitor retratou muito a cidade na
perspectiva das comunidades, das favelas, das festas de rua e populares, e crianças brincando. O tema da
obra escolhida para essa prática é uma festa brasileira, popular, que ocorre anualmente em todas as regiões
no período de junho e julho.
Festa de São João, por Heitor dos Prazeres (1942).
Promova uma conversa sobre festas juninas e recupere, por meio da oralidade das crianças, a vivências
delas nesses lugares.
Depois disso, organize um trabalho coletivo em que os símbolos das festas juninas – por eles e elas
identificados – estejam presentes. Utilize quadrados e retângulos de papéis coloridos para essa atividade.
Estimule uma conversa sobre as formas geométricas e a potencialidade do recorte e da colagem para
construção de novas formas. Utilize papel pardo como suporte, presencialmente unindo três ou quatro para
criar grande painel.
Resolução dos Exercícios “Mão na massa”
Assista agora a um vídeo que esclarece as questões acima.
Teoria na prática
Um exemplo prático relacionado a exposições e ensino de artes visuais foi realizado pela professora
Adriana Regina de Oliveira Couto na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), com o trabalho
intitulado Projeto Museus. Couto (2020) desenvolveu um projeto trazendo as crianças para dentro dos
museus na tentativa de desmitificar que museus eram “só lugar de guardar velharia”. Ela trabalhou com

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crianças de 3 a 4 anos de idade com os seguintes conteúdos: museus, coleções, avanços tecnológicos,
taxidermia, valores éticos da vida e, com isso, objetivou mostrar às crianças os diferentes tipos de museus
(cera, história natural, artes, futebol interativo) como uma fonte de resgate histórico e de memórias.
A sequência didática realizada por Couto (2020, p. 6), relacionada a seguir, apresenta excelentes estratégias
para uma ida/visita ao museu com crianças, e os resultados obtidos pela pesquisadora. Vejamos:
1. Levantamento de ideias prévias em roda de conversa. A primeira pergunta levantada pela professora foi
“vocês sabem o que é um museu?”. Das 25 crianças presentes, somente 2 tinham ido ao museu com os
pais.
2. Literatura infantil com o livro Os guardados da vovó, de Nye Ribeiro. Esse livro conta a história de um
casal idoso que vive em área rural e coleciona objetos, assim, quando a família toda se encontra, a avó
resgata as histórias da família por meio desses objetos. Com ilustrações que envolvem os olhares das
crianças, o livro ajuda na reflexão acerca da importância de se colecionar as coisas. As ilustrações têm:
máquina de datilografia, fotos antigas, selos, máquinas de fotografia, entre outros. Nesta etapa, a
professora conversou com as crianças sobre a importância de se colecionar objetos e onde,
normalmente, eles ficam guardados (já quase ensaiando a apresentação de um museu).
3. Filme Uma noite no Museu, dividido em 3 dias, tendo em vista que muitas crianças dispersam e não
prestam atenção no filme se ele for colocado para se ver de uma só vez. A professora achou melhor
dividir dessa maneira porque o tempo de concentração para as crianças pequenas é menor. Ela também
teve que explicar para as crianças que as coisas não ganham vida nos museus e que se tratava do
imaginário do personagem principal. Depois de terminada a sessão, os alunos, juntamente com a
professora, fizeram uma lista de objetos importantes, elencada por eles mesmos, e ela solicitou às
famílias que pudessem enviar na próxima aula os objetos considerados antigos para que eles pudessem
montar sua própria exposição. Com esse trabalho, eles conseguiram os seguintes objetos para a
exposição: moedor de carne, ferro à brasa, réplica do carro Ford 1929, disco de vinil, fita K7, VHS,
costurador de meia, gaita, sanfona, entre outros objetos. Com isso, abriu-se uma discussão acerca da
importância de cada objeto em cada família e, depois, as crianças fizeram um álbum de desenhos com
todos os objetos que receberam.
4. Convite às famílias para participarem das aulas, se possível: algumas famílias puderam participar,
inclusive a avó de um aluno apresentou para a turma um moedor de café e mostrou as etapas e
processos de fabricação. As fases, como a plantação, a casca do café, o descascar, a torra e o café
moído; tudo foi detalhado para as crianças e elas ficaram envolvidas com a aula bem diferente e dinâmica
que tiveram, com a presença da família. A professora pondera em seu trabalho: “Esse diálogo entre
família e escola é de extrema importância porque facilita o processo de ensino-aprendizagem, na medida
em que as famílias ficam envolvidas na vida escolar de seus filhos, valorizando a escola e as produções
deles” (COUTO, 2020, p. 8).
5. Trabalhar com o conceito de tecnologia. A dinâmica foi assim: a professora colocou na mesa um ferro a
brasa e, do lado, um ferro elétrico e perguntou qual era a diferença. As crianças, intrigadas, logo
perceberam que o de brasa não tinha tomada. Assim, a professora explicou o funcionamento da brasa
abrindo o ferro e colocando o carvão para detalhar o funcionamento. Aproveitando essa dinâmica, a
professora explanou sobre a energia elétrica e como isso ajudou a inventarem mais objetos. Logo em
seguida, ela sugeriu um “jogo da memória” para mostrar esse universo infantil – lúdico –, contrapondo os
objetos antigos com os novos.
6. Desmistificar a ideia de que museu é coisa chata. A professora usou vários exemplos em sala de aula
para mostrar os museus interativos e bem completos que temos no país. Mostrando as diversas ações
educativas e possibilidades criativas que podem ser feitas dentro dos museus, ela usou o exemplo do
Museu Cata-Vento, em São Paulo.
7. Planejar atividades de campo em museus, de preferência os bem interativos. Para isso, ela planejou ir
com as crianças pequenas ao Museu de História Natural de Campinas e, assim, ela aproveitou para
explicar os conceitos de taxidermia, a fim de que todos pudessem entender sobre a organização e o
planejamento dos museus, mas também para reforçar a ideia de que as crianças não deviam se assustar
com os animais, pois eles são empalhados e não são verdadeiros. Segundo a professora, espaços como
museus promovem a curiosidade,estimulam, motivam e socializam”.
8. Interagir com as crianças nessas atividades de campo. É de suma importância entender que as crianças
pequenas se envolvem com a arte de maneiras diferentes. Assim, a professora, nessa visita ao museu,
teve o cuidado de se atentar às questões éticas, pois, inicialmente, eles entenderam que podiam matar os
animais para os deixarem expostos. Após uma pesquisa, ela explicou para a turma que as coleções
daquele museu eram com animais mortos naturalmente ou vítimas de acidentes em estradas ou ruas.
Percebe-se que, com esse trabalho, muitas reflexões podem ser feitas para tornar as experiências das
crianças mais agradáveis e possíveis em museus. As estratégias e ações pedagógicas em artes visuais são
imensas e, com esses exemplos, observa-se um leque de possibilidades. Desmistificar o museu como
“coisa chata” é envolver ações participativas, que sejam interessantes para o universo infantil e que mobilize
a criança de alguma forma para que ela fique curiosa. Além de, claro, obter as reflexões sobre os valores
éticos (direito à vida) e uma melhor apreensão da função social do museu.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
De acordo com Couto (2020), qual alternativa a seguir não faz parte de uma abordagem mais próxima e
lúdica com as crianças quando se fala sobre uma experiência no museu:
O professor deve usar vários exemplos em sala de aula para ilustrar sobre os museus
A interativos e com muita tecnologia, focando somente nas ações educativas dentro dos
museus.
B
Deve-se fazer um levantamento prévio das ideias em rodas de conversas, para que o
professor entenda se a criança sabe o que é um museu e se já visitou algum.
C
Convidar os familiares, se possível, aos debates em sala de aula. Esse diálogo entre
família e escola é de extrema importância porque facilita o processo de ensino-
aprendizagem.
D
As atividades de campo com as crianças podem ser momentos preciosos para a
interação entre professor-aluno. As crianças pequenas se envolvem com a arte de
maneiras diferentes. Dessa maneira, o professor pode auxiliar explicando alguma coisa ou
orientando em certas questões de acordo com o que está sendo visitado.
E
Trabalhar com a literatura infantil de modo que as crianças se envolvam com as
ilustrações e as histórias dos livros, ajudando assim na reflexão acerca da importância de
se colecionar as coisas – no caso dos museus.
Parabéns! A alternativa A está correta.
Espera-se que o professor faça uma abordagem sobre museu e instituições museológicas a partir
de vivências cotidianas das crianças, utilizando recursos lúdicos.
Questão 2
(Adaptado de COSEAC UFF – Inspetor Escolar – Pref. Maricá – 2018) Segundo a BNCC (Base Nacional
Comum Curricular), “considerando que, na Educação Infantil, as aprendizagens e o desenvolvimento das
crianças têm como eixos estruturantes as interações e a brincadeira, assegurando-lhes os direitos de
conviver, brincar, participar, explorar, expressar-se e conhecer-se. A organização curricular da Educação
Infantil, na BNCC, está estruturada levando-se em consideração: O eu, o outro e o nós; Corpo, gestos e
movimentos; Traços, sons, cores e formas; Escuta, fala, pensamento e imaginação; e Espaços, tempos,
quantidades, relações e transformações”. A esses cinco eixos estruturantes deu-se o nome de:
A Temas transversais.
B Habilidades cognitivas.
C Currículo básico.
D Competências atitudinais.
E Campos de experiências.
Parabéns! A alternativa E está correta.
A pesquisa acadêmica em Artes enfrenta o paradoxo de busca pela legitimação de métodos de
pesquisa artística como investigação acadêmica. Esse contexto vem estimulando o surgimento
de novos métodos investigativos capazes de abarcar a experiência artística em um produto
científico validado sem, no entanto, limitar o artista-pesquisador.

3 - Prática Artística no Ensino Básico
Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar a teoria e crítica de arte para compreensão
historiográ�ca.
Estratégias Pedagógicas em Artes Visuais com
Adolescentes
O processo de ensinar arte numa sociedade globalizada, em que a tecnologia transforma, a cada momento,
os processos de informação e comunicação, afetando diretamente a vida e as relações entre as pessoas,
requer reformulações, olhares atentos e inovadores. Conforme as transformações sociais e culturais, que
vão sendo instauradas por fatores como o avanço tecnológico, a crescente industrialização, os meios de
comunicação em efervescência, algumas questões impõem-se na atuação do educador.
Re�exão
Vivemos rodeados por imagens de toda espécie. Elas atuam como mediadoras de significados e de valores
culturais e sociais. Ao Ensino da Arte impõe-se, então, a necessidade de pensar meios de abordar esse
universo de mensagens visuais com as quais convivemos.
O processo de ensino-aprendizagem em artes visuais torna-se, com isso, indispensável ao indivíduo e à
sociedade como um todo. A educação contemporânea exige uma nova abordagem em que se valorize a
pluralidade, as diversidades sobre temas relevantes, e culturas em geral.
Na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o componente curricular “Arte” está centrado em diferentes
linguagens, como a dança, música, teatro e as artes visuais. Todas essas linguagens se articulam e se
interrelacionam na reflexão, na construção, no produzir e no fazer, na prática de ler e ouvir. A sensibilização
em arte se manifesta como forma de expressão no processo de aprendizagem em arte.
Diante disso, a prática artística e as estratégias pedagógicas em artes visuais, com foco nos adolescentes,
deve instigar a prática investigativa, construtiva e também reflexiva sobre as diversas possibilidades
criativas que existem neste campo, conforme previsto na BNCC:
Os conhecimentos, processos e técnicas produzidos e acumulados ao longo
do tempo em Artes visuais, Dança, Música e Teatro contribuem para a
contextualização dos saberes e das práticas artísticas. Eles possibilitam
compreender as relações entre tempos e contextos sociais dos sujeitos na sua
interação com a arte e a cultura.
(BNCC, 2018, p. 193)
A arte urbana, enquanto manifestação, propósito e técnicas, será utilizada como estratégia pedagógica para
o ensino de artes do Ensino Fundamental I e II. Trata-se de elucidar com esse público a importância dessa
manifestação artística, demonstrando como ela pode contribuir para o olhar e o envolvimento dos
adolescentes nas questões urbanas e dos contextos socioculturais de cada aluno.
A preferência do espaço público para fazer essa demonstração artística tem como objetivo, muitas vezes,
questionar, levantar questões sociais, refletir sobre a sociedade em que vivemos e, claro, causar impacto em
todos os cidadãos que passam naquele espaço.
Genial Andar de Bike, por Eduardo Kobra (2015).
A arte urbana não costuma seguir padrões previamente definidos e pode usar diferentes técnicas, como o
spray (para fazer o grafite, talvez um dos mais conhecidos), os adesivos, pôsteres, murais, moldes, lambe-
lambe, dentre outros; assim, as intervenções e apresentações no espaço público são amplas e diversas, em
diferentes cidades. Mas como surgiu a arte de rua (ou mais comumente conhecida como arte urbana) no
mundo e no Brasil? Vejamos alguns esclarecimentos.
Na Antiguidade Clássica
Em um passado bem distante (temporal e territorialmente) do nosso, podemos dizer que a
Arte de rua surgiu na Grécia, no período Pré-Sócrates, como forma de manifestação literária e
cultural, em que os cantores homéricos cantavam seus versos e cânticos na rua com objetivo
de entreter o público.
Na Idade Média
Já na Idade Média, ela surge com os trovadores e artistas que recitavam poesias em festas
particulares, com objetivo de chamar a atenção da nobreza ali presente.
Nesse momento, nasciam também diversas manifestações artísticas associadas
ao movimento de rua, como desenhos, pinturas, apresentações, “estátuas vivas”,
pequenas peças teatraise tantas outras que acontecem, inclusive, nos dias atuais
em nossas cidades.
Nos anos 1970, o Brasil começa a presenciar algumas dessas manifestações, principalmente na cidade de
São Paulo, com as obras de grafite, pinturas e pôsteres que eram feitos nas paredes. Deve-se lembrar que o
Brasil vivia uma ditadura militar e, sendo assim, o objetivo dos grafites era muitas vezes transmitir as
questões do povo, sensibilizar para alguma questão social ou transmitir alguma mensagem.
Naquele momento, não existia uma preocupação com a estética, mas sim a necessidade de transmitir a
mensagem com exatidão para a população no espaço urbano. O que se viu no Brasil foi uma resposta da
população em se manifestar na rua, nas paredes, nos prédios, ou seja, alternativas de comunicação que
Na Modernidade
Mais recentemente, já nos anos de 1950/1960, em Nova York, surgem, a partir de arte escrita,
outras características dinâmicas e associadas a esta, como a cantata e o musical, nascendo
nesse contexto o hip hop e, depois, outros ritmos associados a ele – que inclusive se espalha
para outras cidades/capitais.
denunciassem abusos, inflexões e incoerências que se via no governo da época. Pessoas que eram
marginalizadas e que viviam em condições precárias em periferias no país eram, no começo, as que mais
usaram as ruas para imprimir o que pensavam e o que queriam dizer.
Atenção
A arte urbana, também conhecida como “street art”, é, portanto, a maneira como os artistas escolheram
para se sentir representados e escolheram a rua como espaço aberto para o diálogo, o convívio, o encontro
e as trocas.
Na proposta de sair dos lugares ditos “comuns” para a exposição das artes, esses artistas vão às ruas com
as mais diferentes manifestações para consagrar suas mensagens por meio dos grafites, das pinturas, das
intervenções, apresentações em lugares abandonados, debaixo de viadutos, nos centros urbanos e outros.
Assim, a arte urbana é uma forma de resistência que comunica uma luta, denúncia, um envolvimento social,
político e/ou econômico e protestos.
Pensando no universo do adolescente e em todas as possibilidades que a arte urbana apresenta, faz-se
necessário detalhar alguns dos tipos de arte presentes na maioria das cidades brasileiras:
Gra�te
É uma das manifestações mais populares da arte urbana, que usa o spray nas paredes de edifícios, muros,
debaixo de viadutos e ruas. Os desenhos são bem detalhados e geralmente usam a técnica de 3D para dar
ainda mais volume e intensidade.
Estêncil
Esse tipo de técnica também pode ser aplicado em paredes e usa o papel recortado como molde para
depois vir com o spray e fixar as ilustrações e/ou desenhos.
Autocolantes e colagem
Essa técnica consiste em aplicar os desenhos em adesivos, também conhecida como “sticker art”, em que a
arte utiliza a aplicação de diversos adesivos ou imagens impressas fixadas com o uso de cola (lambe-
lambe).
Poemas
Este tipo de manifestação artística é amplamente difundido em postes, ônibus, alguns bancos de rua, e
nada mais é do que alguns poemas escritos por artistas, como forma de manifestação literária.
Estátuas vivas
As estátuas vivas são artistas vestidos e pintados, muitas vezes caracterizados, que encenam algum
personagem; com isso, objetivam entreter o público que passa na rua, mas também manifestar ou
questionar coisas cotidianas por meio do seu corpo.
Devemos lembrar que, durante muito tempo, a arte urbana foi marginalizada e considerada “indesejada” por
muitas pessoas e, inclusive, figuras públicas como prefeitos e governadores. Contudo, ainda que carregada
de preconceitos, a arte urbana atrai diariamente jovens e mais jovens, indicando, assim, um movimento
crescente para esse tipo de arte, que é livre, acessível, “sem regras” e aberta para todos os tipos de público.
Atenção
Nesse sentido, é de suma importância trazer esse tema para a formação do olhar do adolescente, como
possiblidade de estratégias pedagógicas para o ensino e inserção do campo das artes visuais nas
experiências com a cidade.
A arte urbana pode e deve motivar indivíduos de diferentes estratos sociais e faixas etárias, fazendo com
que os espaços urbanos sejam usados e entendidos como um campo da sociedade; que é nela, e por meio
dela, que podemos expressar o que somos.
Nesse sentido, a educação e o ensino em artes visuais, com foco nos adolescentes, visam contribuir para a
discussão acerca de questões sobre a cidade e a sociedade, onde se deve incitar a curiosidade dos alunos,
bem como saber interpretar a cultura visual e ampla que existe no universo da arte urbana. É nesta troca
que a escola ganha força e compreende a dimensão do dia a dia dos adolescentes, como forma de ampliar
as escutas e os espaços de contatos entre eles e com o mundo ao redor.
Demonstração
Valorizar e fruir as diversas manifestações artística e culturais e utilizar diferentes linguagens para
expressar e partilhar informações são competências importantes para o ensino de artes, especialmente no
estágio do Ensino Fundamental. Partindo dessas premissas, vamos analisar a obra de dois artistas
contemporâneos, brasileiros, atuantes em dois contextos urbanos diferentes, mas com muitas
proximidades.
Mão na massa
Questão 1
O primeiro caso é uma obra do artista Maxwell Alexandre, artista carioca que, recentemente, realizou uma
exposição intitulada Pardo é Papel. Tomando como referência a palavra pardo, que, pejorativa e comumente,
é utilizada para designar cor e raça, Maxwell utiliza o papel pardo como suporte para suas pinturas gigantes
– em tamanho e tema. Ele utiliza o repertorio de sua vivência na comunidade da Rocinha, trazendo para a
narrativa visual elementos do seu cotidiano, como alunos da escola municipal, brinquedos e objetos,
piscinas, edificações, entre outros.
Pardo é Papel, por Maxwell Alexandre (2020).
Apresente a obra e a exposição aos alunos, suscitando o debate sobre a questão racial, a desigualmente e a
geopolítica, a partir da cidade de cada um. Proponha uma reflexão ampla sobre esses temas e, a partir
dessa conversa, promova uma obra coletiva, um grande painel que possa ficar exposto ou fixo na unidade
escolar, com pinturas, desenhos e colagens de elementos, objetos e personagens representativos de cada
aluno. A proposta é a construção de uma narrativa visual, com uma mistura de técnicas e as principais
referências socioculturais do grupo.
Questão 2
O segundo caso são as obras do artista piauiense Mauricio Pokemon, cujo projeto intitulado Existência
representa um aspecto importante de intersecção entre a arte urbana, com a técnica lambe-lambe, e a luta
de moradores pela garantia do direito de continuarem morando em suas casas.
_black
Essa luta, que agora conta com artistas visuais como Pokemon, consiste na resistência desses moradores a
um projeto municipal da cidade de Teresina que pretende remover a população ribeirinha do bairro da Boa
Esperança para construção de um condomínio. Utilizando a arte no espaço urbano para dar “voz” e
visibilidade a esses moradores, Pokemon fotografou e imprimiu as imagens em tamanho real, depois colou-
as em vários espaços da cidade de Teresina.
Existência, por Maurício Pokemon.
Estimule os alunos ao debate sobre moradias e a vida nas cidades, inclusive a luta de todos, e considere a
possibilidade de fotografar, imprimir e expor as imagens de vozes e personalidades importantes para os
alunos, como referências de vida, memória, afetos e lutas.
Resolução dos Exercícios “Mão na massa”
Assista agora a um vídeo que esclarece as questões abordadas.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1
Assinale a alternativa que mais retrata as características da arte urbana brasileira:
A
A arte urbana é a maneira como os artistas escolhem se sentir representados no encontro
e no convívio nas ruas da cidade.
B
Podemos dizer que a arte urbana é um movimento crescente: que é livre, acessível, “sem
regras” e aberta para todos os tipos depúblico. Os jovens podem e devem ser inseridos
nas discussões sobre a cidade e o ambiente em que vivem.
C
A visão multiculturalista do ensino tem o compromisso com a valorização da diferença, e
não necessariamente com as diferenças culturais.
D
O processo de ensino-aprendizagem em artes visuais, torna-se dispensável ao indivíduo e
à sociedade como um todo.
E
A arte urbana deve, necessariamente, fazer parte do universo do adolescente e entender
as faixas etárias nos espaços urbanos.
Parabéns! A alternativa B está correta.
A arte urbana é um movimento artístico com grande liberdade de produção, por parte dos artistas,
e está inserido nas cidades, nos diversos ambientes urbanos.
Questão 2
(Adaptado de FUNCERN (REITORIA/IFRN) 2014) As imagens visuais nos rodeiam e nos confrontam
regularmente por meio da mídia, da cultura popular, do ritual, da tradição e de atividades culturais. Desse
modo, é correto afirmar que:
A
é nas obras de arte que encontramos um complexo total de informação da sociedade.
Devemos estar atentos às manipulações.
a leitura de uma imagem é a leitura de um texto, de uma trama, de algo tecido com
B formas, cores, volumes, texturas... em nada se relaciona com as interpretações que se
fizer do cotidiano.
C
as imagens presentes no cotidiano possuem caráter representacional das sociedades, por
isso as relações entre várias formas de cultura visual são aspectos importantes do
conhecimento da arte.
D
uma simples obra de arte pode estar carregada de informações, capazes de influenciar o
olhar das pessoas para uma única direção.
E
as imagens presentes no cotidiano não possuem capacidade representacional, este
caráter é dado a partir da análise artística.
Parabéns! A alternativa C está correta.
A arte urbana também se apropria de imagens do cotidiano, pois elas representam a cultura
visual do indivíduo.

4 - Linguagens de Artes Visuais
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os diferentes materiais para prática
artística dentro do ensino básico.
Linguagens de Artes Visuais para o Ensino Médio
Como vimos até o momento, o ensino em artes visuais, desde as etapas iniciais da educação até a fase
adulta, é de suma importância para a formação de qualquer cidadão. O autor Martins (1998, p.21) descreve
sobre o papel fundamental da arte no ensino infantil: “Quando a criança desenha, faz uma escultura ou
dramatiza uma situação, transmite com isso uma parte de si mesma: nos mostra como sente, como pensa e
como vê.”
Isso acontece não somente com crianças, mas também com alunos nas etapas do ensino fundamental e
médio; por isso, a BNCC organizou em quatro áreas do conhecimento, as abrangências que devem
acontecer para os alunos do Ensino Médio, que são: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, as Ciências da
Natureza e suas Tecnologias, a Matemática e suas tecnologias e, por fim, as Linguagens e suas
Tecnologias. Essas áreas do conhecimento visam – basicamente – ao fortalecimento das relações entre
elas e suas contextualizações, de modo a intervir na realidade para uma melhor apreensão dos alunos.
De acordo com a BNCC (2018, p. 461), existem grandes desafios na organização curricular do Ensino Médio
vigente, e a abordagem pedagógica deve mudar para algo mais “atraente” para os jovens, mais acessível, de
modo que atenda às suas expectativas das culturas juvenis e visando ao mundo do mercado de trabalho,
conforme destaque:
Mostra-se imprescindível considerar a dinâmica social contemporânea,
marcada pelas rápidas transformações decorrentes do desenvolvimento
tecnológico. Trata-se de reconhecer que as transformações nos contextos
nacional e internacional atingem diretamente as populações jovens e, portanto,
o que se demanda de sua formação para o enfrentamento dos novos desafios
sociais, econômicos e ambientais, acelerados pelas mudanças tecnológicas do
mundo contemporâneo.
(BNCC, 2018, p. 462)
Ainda de acordo com a BNCC, a noção deve ser ampliada sobre o que é a juventude dos dias atuais e como
ela pode ser entendida como dinâmica, plural e muito ativa nos processos participativos para formação e
autonomia de todos os sujeitos inseridos nela. Nesse sentido, a juventude está em “constante diálogo com
outras categorias sociais, encontram-se imersas nas questões de seu tempo e têm importante função na
definição dos rumos da sociedade” (BNCC, 2018, p. 463).
Visando elucidar ainda melhor as finalidades do Ensino Médio, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
(LDB, 1996, art. 35) estabelece conceitos básicos:
1. A consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental,
possibilitando o prosseguimento de estudos;
2. A preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a
ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento
posteriores;
3. O aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da
autonomia intelectual e do pensamento crítico;
4. A compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria
com a prática, no ensino de cada disciplina.
Assim, para que se cumpram essas finalidades, as escolas devem acolher os jovens do Ensino Médio com
olhar mais ampliado, dando prosseguimento aos estudos e se atentando a todas essas questões e tantas
outras, relativas às formações nos alunos, como as ambientais, políticas, econômicas e sociais.
De acordo com a BNCC (2018, p. 466), a escola que acolhe as juventudes deve explicitar seu compromisso
com os fundamentos científico-tecnológicos da produção dos saberes, promovendo, por meio da
articulação entre diferentes áreas do conhecimento:
a compreensão e a utilização dos conceitos e teorias que compõem a base do conhecimento científico e
dos procedimentos metodológicos e suas lógicas;
o reconhecimento da necessidade de continuar aprendendo e aprimorando seus próprios conhecimentos;
a apropriação das linguagens das tecnologias digitais e a fluência em sua utilização; e
a apropriação das linguagens científicas e sua utilização na comunicação e na disseminação desses
conhecimentos.
Seguindo esse raciocínio, algumas metodologias de ensino podem ser bastante eficazes para provocar o
desenvolvimento de habilidades específicas, como em artes visuais – que é um campo amplo e bastante
diverso. Para começar, as habilidades precisam estar diretamente relacionadas às competências, no sentido
mais amplo de compreensão das tarefas e a sua capacidade de resolver problemas ditos complexos.
Atenção
Nesse sentido, para motivar os alunos, especificamente do Ensino Médio, é imprescindível que o professor
também desenvolva suas habilidades enquanto profissional, para que o aluno entenda a motivação dele e
veja a profundidade do que está ensinando. Outra importante referência é estar sempre atento às inovações
tecnológicas. Existem várias maneiras de tornar o ensino em artes mais atrativo e interativo por meio das
plataformas de ensino digitais e tecnológicas.
Os professores podem sugerir sites e plataformas on-line – que sejam gratuitos – e que possam oferecer
diversos conteúdos específicos para cada temática; mediante vídeos e debates ao vivo, como é o caso dos
Moocs (Massive Online Open Courses); e em que os alunos são convidados a participarem das dinâmicas
das aulas.
As aulas mais interativas e gamificadas, com o uso de plataformas digitais, ajudam bastante no processo de
aprendizado nessa fase. Transformar a sala de aula em um espaço participativo e envolvente faz com que
várias conexões e relações sejam construídas no processo. Aqui vão alguns exemplos de experimentos que
podem ser feitos:
Premiações
Como nos jogos de videogame, é possível estabelecer recompensas e pontos extras em casos de acertos.
Tentativas
Um usuário de videogame é provocado, muitas vezes, a tentar diferentes estratégias até subir de nível. Isso
é bem interessante de aplicar em sala de aula.
Caminhos diferentesDificilmente, um jogo de videogame apresenta apenas um caminho. Nesse sentido, mostre aos alunos as
diversas possibilidades que a escola pode oferecer dentro do ambiente acadêmico.
Essas são algumas das opções voltadas ao campo da gamificação, mas, claro, dentro dessa área imensa da
tecnologia, existem outras formas de integração com os alunos. Os jogos de interação virtual, por exemplo,
são alternativas excelentes quando se foca na capacidade dos alunos de decidir, lidar com problemas e
situações adversas e ajuda bastante a contribuir para o aprendizado.
Dica
O Socrative, por exemplo, é uma plataforma que permite enviar e receber perguntas ao mesmo tempo, em
tempo real, entre os alunos, incentivando de imediato a participação de todos. Já o Thinklink é uma
plataforma para que mais recursos de multimídia sejam criados, para integrar e interagir ainda mais com
seus usuários, como os vídeos, balões, e outros recursos que auxiliam e complementam a experiência em
sala de aula.
Uma rede social educativa e colaborativa, que aproxima o diálogo sobre as linguagens em artes visuais para
o Ensino Médio, é a plataforma Efuturo, em que alunos e professores desenvolvem juntos uma abordagem
lúdica sobre diversos temas mediante uso de tecnologia, conseguindo uma ótima conexão entre o ensino e
os desafios da aprendizagem do século XXI. Assim, essas e tantas outras plataformas reforçam o que a
BNCC (2018, p. 470) descreve por “ampliação da autonomia dos sujeitos”:
No Ensino Médio, o foco da área de Linguagens e suas Tecnologias está na
ampliação da autonomia, do protagonismo e da autoria nas práticas de
diferentes linguagens; na identificação e na crítica aos diferentes usos das
linguagens, explicitando seu poder no estabelecimento de relações; na
apreciação e na participação em diversas manifestações artísticas e culturais e
no uso criativo das diversas mídias.
(BNCC, 2018, p. 470)
Assim, o conjunto de linguagens e competências voltadas ao Ensino Médio integra as orientações gerais da
Educação Básica, subsidiando os currículos escolares e a aprendizagem, de maneira geral, para construírem
propostas mais dinâmicas, diversificadas e cada vez mais integradas com o universo desses jovens.
Demonstração
Partindo das premissas importantes de compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação para
se comunicar e exercer protagonismo na vida pessoal e coletiva, e valorizar a diversidade de saberes um
para projeto de vida, competências essenciais para formação do indivíduo, vamos aplicar esses conceitos
nas propostas práticas desenhadas para ensino de artes no Ensino Médio.
Mão na massa
Questão 1
A primeira demonstração prática refere-se ao trabalho da Dra. Nanci Saraiva Moreira, intitulado Espaços
educativos para a escola de Ensino Médio. Em sua tese, a autora expõe como a arquitetura do edifício
interfere no desempenho das práticas pedagógicas e na qualidade de vida – como um todo – daquele aluno
de ensino médio. Nesse sentido, ela busca revisar a necessidade de organização espacial e da qualidade
ambiental – especialmente em edifícios de escolas públicas – para entender como a arquitetura escolar
pode contribuir para o processo de aprendizagem dos alunos. Nanci apresenta duas soluções que as
escolas têm adotado para torná-las mais convidativas e atrativas ao encontro e convívio entre os alunos,
demonstrando duas formas de “transformação”, a saber:
1. Mantendo a estrutura tradicional da escola, baseada em uma sala de aula com ampliação de sua área
construída por meio de incorporação de ambientes especiais;
2. Adotando o sistema de “salas temáticas”, que transforma a sala comum em várias oficinas, onde os
ambientes são equipados com materiais específicos de cada disciplina. Dessa maneira, um rodízio
sempre acontece com os alunos fazendo com que todos possam ver e conhecer todos os materiais.
A imagem a seguir mostra as possibilidades de arranjos organizacionais ou de novos layouts dentro da
mesma sala de aula. Dependendo das atividades ou das orientações dadas em salas de aula, o espaço pode
ser amplamente redesenhado, pelos alunos ou professores, em função do rearranjo somente do mobiliário:
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Na segunda imagem, por sua vez, a autora descreve os ambientes que possuem um layout com uso
predefinido, seja um auditório ou algum laboratório específico. Perceba que, à diferença dos layouts
anteriores, estes já apresentam solução com objetivos específicos, ou seja, eles já “moldam” as posturas
das atividades a serem feitas naquele local.
Os ambientes escolares e suas dimensões devem ser cuidadosamente estudados pelos profissionais
responsáveis, de modo a atender os desejos e objetivos específicos de cada ambiente. Dessa maneira,
observa-se como a arquitetura escolar interfere no processo de aprendizagem e como ela pode ser usada
como estratégia na mediação nesse processo, com foco principalmente nos alunos do ensino médio.
Inspirados pela possibilidade de novos layouts, convide os alunos e alunas do Ensino Médio a projetarem e
colocarem em prática novas soluções de organização da sala de aula. Deve-se levar em consideração
estudos que considerem a sala de aula para as funcionalidades do ensino de artes: ateliê, laboratório, palco,
espaço expositivo, entre outros.
A dinâmica de planejar e desenvolver novos espaços e funcionalidades para a sala de aula contribui para a
atividade em grupo, a noção espacial, o desenvolvimento de projetos e a cooperação, e o reconhecimento da
diversidade em um espaço coletivo.
Questão 2
A segunda proposta tem como ponto de partida a instalação da artista Anna Maria Maiolino, para a 29ª
edição da Bienal de São Paulo, intitulada Arroz e Feijão.
Arroz e feijão, instalação de Anna Maria Maiolino.
Essa instalação nos suscita muitas reflexões, sendo as principais sobre cultura e alimentação. Esse é, sem
dúvida, um tema muito caro entre os jovens desse público que estamos estudando – o ensino médio.
Proponha uma atividade em grupo para a realização de uma instalação, considerando o espaço da sala de
aula, as mesas e as cadeiras, e incentive os alunos a criarem uma instalação sobre alimentação e cultura na
contemporaneidade. Promova o debate sobre o resultado obtido (a obra concluída) e convide a comunidade
escolar para visitar a instalação. Registre todas as etapas do processo, inclusive a visitação, para evidências
e memória do projeto realizado.
Resolução dos Exercícios “Mão na massa”
Assista agora a um vídeo que esclarece as questões abordadas.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1
A percepção sobre o que é arte e por que os alunos se relacionam com ela abre uma perspectiva
complicada. Se para alguns é lazer, passatempo, ou algo de menor importância, para outros, entende-se que
o formar o sujeito é vital, e nisso a arte participa. Sobre como alcançar os alunos na adoção de
metodologias de ensino em artes para o Ensino Médio, é correto afirmar:
A
Elas devem ser gamificadas e ajudar no processo de aprendizagem do aluno, sendo a
única maneira de garantir sua atenção.
B
As metodologias devem adotar práticas e soluções socioeducativas, interativas e
l b i d d i diál b li i i
colaborativas, de modo a aproximar o diálogo sobre as linguagens em artes visuais.
C
As metodologias dependem dos ambientes escolares, da disponibilidade que a escolas
oferecem, e, por isso, não podem ser desenhadas ou propostas sem ser individualmente.
D
A arte é o alimento do espírito, então, deve-se buscar uma formação do sujeito clássico,
capaz de vivenciar o mundo, experimentar a arte, sendo a métrica básica e fundamental
para formar sujeitos.
E
A escola que acolhe a juventude não tem de explicitar seu compromisso com os
fundamentos científico-tecnológicos da produção dos saberes em artes, deve somente
verificar quais são as habilidades que os alunos possuem, reforçando-as e melhorando-as.
Parabéns! A alternativa B está correta.
As metodologias ativas, que consideramas práticas e soluções socioemocionais, são
fundamentais para formação do aluno e aluna do ensino médio.
Questão 2
(Adaptado de FUNDEP – 2018 – Prefeitura de Santa Bárbara – MG - Professor – Artes) 
“A busca de um ensino de arte em perspectiva do futuro, contra toda forma de reprodução burguesa e
alienante, deve propor um currículo consequente, que alcance a grande maioria da população. Essa ação
pedagógica é a luz que enxergamos no fim do túnel – deve nascer do real, sempre de maneira crítica e
criativa”. (AZEVÊDO. In: Som, Gesto, forma e cor – Dimensões da Arte e seu Ensino, 2003) 
Sobre as considerações de Azevêdo, avalie as assertivas: 
I - O ensino de Arte de qualidade não deve ser efetivado como um ato político. 
II - O ensino de Arte deve garantir a todos o acesso a conteúdos vivos e concretos, ligados às realidades
sociais e suas contradições. 
III - Todas as linguagens artísticas podem dialogar com a política, as ideologias, as ciências, a filosofia, e,
ainda, com as guerras, as injustiças, e, acima de tudo, com o amor. 
IV - O ensino em Arte, em sua contemporaneidade, busca englobar métodos formais e não formais. 
Assinale a alternativa correta:
Considerações �nais
Neste conteúdo, vimos o sentido e o significado de competências e habilidades no ensino de Arte e as
diversas propostas/estratégias pedagógicas para as diferentes faixas etárias da Educação Básica. Além
A I, II e III estão corretas.
B I e II estão corretas.
C I e III estão corretas.
D I e IV estão corretas.
E II, III e IV estão corretas.
Parabéns! A alternativa E está correta.
A concepção da arte como ato político é uma das formas de inseri-la como fonte e instrumento
importante para formação de uma sociedade crítica e consciente. Um exemplo que ilustra essa
questão são as pinturas, esculturas e os desenhos que retratam cenas de desigualdade social,
pessoas com pouca visibilidade ou desconhecidas, como a obra Terceira Classe, de Tarsila do
Amaral, que retrata uma família que viaja com poucas condições em vagões de trem separados
por classes sociais. Ocupar o espaço de uma tela e conferir a esse tema o valor de obra de arte é
um importante ato político de visibilidade das diferentes camadas que compõem a sociedade
brasileira.

disso, tratamos de pontos elencados na BNCC e que têm grande interface com o campo da prática e crítica
artística.
Os textos tiveram a função de apresentar de maneira introdutória e teórico-conceitual os 4 módulos
previstos para o ensino de artes. Em seguida, as estratégias para as etapas – educação infantil,
fundamental I e II e ensino médio – foram sugeridas no formato “mão na massa” para que você compreenda
de que maneira a competência pode ser trabalhada em sala de aula, assim como tenha casos práticos
exemplares que poderão ser utilizados quando estiver lecionando.
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Referências
BARBOSA, A. M. (Org.). Ensino de Arte: memória e história. São Paulo: Perspectiva, 2008.
BARBOSA, A. M. Dilemas da Arte/Educação como mediação cultural em namoro com as tecnologias
contemporâneas. In: Arte/Educação Contemporânea. Consonâncias internacionais. São Paulo: Cortez, 2008,
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SEB/MEC, Brasília, 2018.
COUTO A R O O museu como um espaço de aprendizagem na Educação Infantil Ciências em Foco v 9 n
COUTO, A. R. O. O museu como um espaço de aprendizagem na Educação Infantil. Ciências em Foco, v. 9, n.
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HUYGHE, R. O poder da imagem. Lisboa: Edições 70, 1986.
LEITE, M. I. Museus de Arte: Espaços de Educação e Cultura. In: LEITE, M. I.; OSTETTO, L. E. (Orgs).
Educação e Cultura: Encontros de Crianças e Professores com a Arte. 2. ed. Campinas: Papirus, 2006.
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OSINSKI, D. R. B.; ANTONIO, R. C. Exposições de arte infantil: bandeiras modernas pela construção do novo
homem. Acta Scientiarum Education, Maringá, v. 32, n. 2, p. 269-285, 2010.
SANTA ROSA, N. S.; SCALÉA, N. S. Arte-educação para professores. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 2006.
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Você já viu experimentos de arte com professores no seu cotidiano? O prêmio Territórios Educacionais
mostra muitas dessas experiências e está disponível na página do Instituto Tomie Othake.
Um bom artigo sobre como a arte é poderosa no desenvolvimento infantil é o Arte e desenvolvimento na
educação infantil, de Rosana Maria de Jesus e Natália Nunes Scoralick Lempke.
Há uma série de projetos de museus infantis cujo foco da arte e do desenvolvimento é priorizado, como o
Museu da Imaginação em São Paulo.
Uma jóia da literatura infantil inglesa, em livro escrito por Marie Louise de la Ramée, The Dog of Flanders, foi
adaptado mais de uma vez para as telas. O destaque fica para a adaptação japonesa feita em 1997, que
transformou a história do pequeno Nello, um garoto que sonhava em ser um grande pintor, e seu cão
inseparável, Patrasche, em anime.
Há um programa de desenho animado no YouTube que apresenta, de forma divertida, grandes nomes da
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