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AULA 01 Terapias Manuais Corporais e Faciais faculdade ith Este PDF contém links clicáveis Graduada em Estética e Cosmética e Biomedicina. Especialista em Saúde Estética, Tecnologia Aplicada ao Ensino da Biologia e em Saúde Pública. Graduanda em Ciências Biológicas. Atualmente é coordenadora do curso de pós-graduação em Estética Clínica Facial Avançada e professora universitária do curso de Estética e Cosmética e Biomedicina. DANIELLE CINTRA RIBEIRO DE OLIVEIRA NEVES PROFESSOR(A) Lattes http://lattes.cnpq.br/2592483934505054 revisando o aprendizado... Para que você obtenha melhor aproveitamento da disciplina, é importante que você reveja alguns tópicos importantes. Por isso, para que você fique por dentro, sugerimos a leitura do texto a seguir. É só clicar, ok?! Reparação tecidual - cicatrização e regeneração PRÉ- requisitos https://www.fcav.unesp.br/Home/departamentos/patologia/GERVASIOHENRIQUEBECHARA/reparacao_tecidual_2006.pdf Capítulo 1 Capítulo 5 Técnicas cirúrgicas Drenagem linfática no pós-operatório Capítulo 2 Tipos de feridas15 8 Este material foi pensado para complementar seu estudo. Abaixo você encontra os capítulos referentes a cada unidade de aprendizado. Leia e releia quantas vezes quiser! GRADE CURRICULAR Capítulo 3 Tipos de suturas Capítulo 4 Fases da cicatrização25 21 66 Nesta unidade, iremos conhecer os tipos de feridas e suturas, as principais técnicas cirúrgicas e os recursos utilizados no pós-operatório, como drenagem linfática e outros. O PROCESSO CIRÚRGICO A Perspectiva da/do cliente ser submetida(o) a uma cirurgia é uma questão que sempre causa muita preocupação. Nesse sentido, é fundamental que a/o esteticista conheça o médico, o plano cirúrgico e todos os membros da equipe, uma vez que facilitando a aplicação do plano de preparo pré e pós-cirúrgico, certamente ele será efetuado com maior segurança. Assim, vale salientar que uma tensão de qualquer espécie altera a homeostase corporal e, para restabelecê-la, certas estruturas ou processos são alterados. Por isso, a fim de designar qualquer fator que transtorna o equilíbrio do organismo, usa-se o termo “tensão”, sendo a tensão psicológica e/ou ansiedade. MANIFESTAÇÕES PSICOLÓGICAS DA ANSIEDADE SINAIS FÍSICOS DA TENSÃO. Mudanças circulatórias; Tensão muscular; Sudorese Transtornos dermatológicos; Atividade mental maior; Mudança na forma de falar. Negação da ansiedade Choro. A PARTICIPAÇÃO do/da ESTETICISTA Ao cliente sente menos ansiedade quando tem conhecimento do que vai lhe suceder, ou seja, deve- se passar à/ao cliente esclarecimentos, orientações detalhadas e seguras. Aprender a escutar, porque determinadas(os) clientes têm necessidade de falar e compartilhar seus sentimentos. Confiança e conhecimento para desempenhar suas atividades: Quando a/o cliente sente que está recebendo uma atenção competente, fica mais confiante e, em consequência, o temor e a ansiedade diminuem. Retalhos - subcutâneo, músculo cutâneo; Túneis - para retirada de gordura e fibrose; Enxertos - pele, gordura e cartilagens; Subcutâneo 6 meses - abdominoplastia, ritidoplastia; Músculo Cutâneo - 12 meses - cesariana, mamoplastia; Cartilagens 12 meses - rinoplastia, otoplastia. 8 1. Técnicas cirúrgicas Retalhos: Tecido conjuntivo incisionado e descolado, com cauterização de vasos dependente das anastomoses para sobrevivência. Anastomose significa ligação entre artérias, veias e nervos, os quais estabelecem uma comunicação entre si. A ligação entre duas artérias ocorre em ramos arteriais, nunca em troncos principais. Às vezes, duas artérias de pequeno calibre se anastomosam para formar um vaso mais calibroso. Ex.: RECONSTRUÇÃO MAMÁRIA com RETALHO DO MÚSCULO RETO ABDOMINAL. Coloração – equimoses, palidez, congestão. Resistência – é particularmente resistente ao traumatismo. Bastante elástica – a uma incisão qualquer, segue-se imediatamente uma retração nos bordos da ferida. Mobilidade – depende da espessura, quanto mais delgado o tegumento, mais móvel. Infiltração gordurosa – quanto maior o depósito de gordura, menor a mobilidade – aderências. Tecido conjuntivo – a espessura varia conforme a região. Nesse tecido se coletam os hematomas, coleções purulentas, infiltrações edematosas. Inflamação – compreende as alterações nos tecidos em resposta à lesão. Observações importantes não podem ser esquecidas com relação à pele: 9 10 ANESTESIA • A cirurgia estética beneficiou-se largamente dos progressos no domínio da anestesia. • Novos anestésicos, bem suportados e rapidamente eliminados, permitiram a realização de numerosas intervenções de maneira muito mais simples. Existem diferentes tipos de anestesias: Anestesia local simples: • É utilizada em intervenções curtas, como, por exemplo, as do tipo dermatológico ou de pálpebras superiores. • A insensibilização é imediata e o paciente pode receber alta pouco após a intervenção. A anestesia local com sedação ou anestesia local potencializada ou neuroleptoanalgesia: É o modo de anestesia mais comumente utilizado em cirurgias estéticas. É o tipo intermediário entre a analgesia local simples e a anestesia geral. O paciente é pré-medicado para atenuar a ansiedade, e o anestesista mantém uma perfusão por via venosa durante a intervenção. Provoca uma sonolência controlada. Nessa hipótese, o cirurgião utiliza, ainda, uma anestesia local complementar. Ao fim da intervenção, o paciente está consciente e repousará algumas horas. Esta analgesia é utilizada em diversas intervenções: » Lifting facial com pálpebras; » Certas lipoaspirações; » Dependendo da magnitude das mesmas. 11 A anestesia geral: É utilizada para certas intervenções maiores ou combinadas. Ou para atender certos pacientes que pedem, eles mesmos, este tipo de anestesia. Também, neste campo, os progressos da anestesia e o controle permanente do paciente, durante sua prática, garantem o desenrolar da intervenção dentro de condições totais de segurança. 12 Os bloqueios peridural e raque: 13 São muito seguros e consistem em anestesiar com anestesia local em um grande tronco nervoso ao nível da coluna vertebral lombar. Assim procedendo, toda a região corpórea abaixo da região onde foi colocado o anestésico fica insensível. É uma excelente anestesia principalmente para os casos de cirurgia no abdome e membros inferiores. Durante o procedimento cirúrgico, é feita a profilaxia (precaução) química e mecânica da TVP, com o uso de medicamentos, heparina e massagem nos MMII com aparelho específico para esse fim – compressão pneumática. Os procedimentos de prevenção e segurança são tomados em todas as etapas do processo, que englobam as fases pré, operatória e pós-operatória. Cuidados durante a cirurgia 14 Determinadas cirurgias ou condutas específicas da cirurgia plástica aumentam o risco da TVP, devido ao tipo de decúbito e prazo de permanência do paciente durante o ato cirúrgico e as limitações de atividade no pós-operatório. Outra situação de risco é o uso de anticoncepcionais ou reposição hormonal, que aumentam o risco de TVP. 15 Ferida é a ruptura da integridade dos tecidos ou órgãos, causando prejuízo às suas principais funções. Elas podem ser classificadas, quanto à etiologia, em feridas cirúrgicas, traumáticas e ulcerativas. FERIDAS CIRÚRGICAS São feridas intencionais, resultantes do ato cirúrgico. Dividem-se em quatro categorias, de acordo com o risco de contaminação ou infecção. São elas: » Ferida limpa; » Ferida potencialmente contaminada; » Ferida contaminada; » Ferida infectada. 2. Tipos de feridas FERIDAS LIMPAS: Primariamente fechadas; Sem utilização de drenos; Sítio cirúrgico onde não é encontrada inflamação; Não há abordagem de vísceras ocas - tratos respiratório, genitourinário, digestivo ou orofaringe. 16 FERIDAS POTENCIALMENTE CONTAMINADAS: Abordagem dos tratos digestivo, respiratório, genitourinário e orofaringe; Situações controladas e sem contaminação. FERIDAS INFECTADAS: Nas quais microrganismos já estavam presentes antesda lesão. ESTÁGIO DAS FERIDAS De acordo com o comprometimento tecidual, as feridas são classificadas em quatro estágios. Estágio I - caracteriza-se pelo comprometimento da epiderme apenas, com formação de eritema em pele íntegra e sem perda tecidual. Estágio II - caracteriza-se por abrasão ou úlcera, ocorre perda tecidual e comprometimento da epiderme, derme ou ambas. 17 Estágio III - caracteriza-se por presença de úlcera profunda, com comprometimento total da pele e necrose de tecido subcutâneo, entretanto a lesão não se estende até a fáscia muscular. Estágio IV - caracteriza-se por extensa destruição de tecido, chegando a ocorrer lesão óssea ou muscular ou necrose tissular. FATORES QUE INFLUENCIAM NO FECHAMENTO DA FERIDA • Grau de lesão; • Nutrição; • Irrigação sanguínea; • Hormônios; • Infecções; • Tabagismo; • Edema; • Infecções. 18 Deiscência - Ocorre quando os pontos da ferida operatória se rompem. Evisceração - Quando este rompimento ocorre na totalidade da sutura poderá ocorrer evisceração*. Mais comum em cirurgias de abdome. Na evisceração, sai abundante líquido da cavidade abdominal. 19 DEISCÊNCIA E EVISCERAÇÃO 20 • Dor; • Rubor; • Calor; • Tumor; OBS.: Sempre considerar o quadro clínico do/da paciente e suas queixas. SINAIS E SINTOMAS DE INFECÇÃO: SUTURAS CIRÚRGICAS O uso do material apropriado, em cada momento, facilita a técnica cirúrgica, diminuindo a taxa de infecção e provendo melhores resultados e menos desconforto ao paciente. 3. Tipos de SUTURAS 21 Sempre que possível, retirar dentro de 7 dias : • Se sutura Intradérmica: Esperar 2 ou 3 semanas. • Manter micropore ou steri-streap por 6 a 10 semanas. • Os curativos devem ser adequados à natureza, à localização e ao tamanho da ferida. • Acredita-se que um curativo bem indicado e realizado resulte numa cicatrização melhor tanto estética como funcionalmente. CURATIVOS Limpar a ferida; Protegê-la de traumas mecânicos; Prevenir a contaminação exógena; Auxiliar na hemostasia; Absorver secreções; Prevenir o espaço morto; 22 As principais propriedades do curativo ideal são: Manter o nível de umidade; Proporcionar conforto ao paciente; Permitir a troca gasosa e de água; Ser impermeável; Fornecer isolamento térmico; •Não ser aderente; Servir para transportar medicamentos; Permitir o monitoramento da ferida; Ser esterilizável e estar disponível; Diminuir a frequência das trocas. STERI STRIP • Curativo estéril de micropore com filamentos de poliéster; • Promove o fechamento de pele de maneira fácil e rápida; • Sensível à pressão, apresenta boa adesão inicial; • Proporciona grande economia de tempo em relação às suturas convencionais; • Por ser um fechamento não invasivo, reduz a chance de trauma no tecido e a consequente formação de edema cutâneo; • Proporciona uma cicatrização mais rápida e diminui os riscos de infecções causadas por suturas invasivas; • Proporciona melhor resultado estético, pois não deixa as marcas causadas pelos fios e pontos das suturas tradicionais. Indicações de uso: Fechamento de incisões cirúrgicas; Aproximação de bordas de feridas não infectadas; Suporte para suturas convencionais, diminuindo o risco de deiscências. 23 24 Todo corte gera uma cicatriz, que pode se tornar imperceptível com o passar dos anos ou muito acentuada e visível. Existem procedimentos que podem minimizar o problema. Por isso, em todas as cirurgias, nos primeiros 20 a 30 dias, é usada a fita tipo Micropore; após esse período, inicia-se o uso de gel e/ou placa de silicone por seis meses. FASE INFLAMATÓRIA ou EXSUDATIVA Sua duração é de, aproximadamente, 48 a 72 horas. Caracteriza-se pelo aparecimento dos sinais da inflamação: dor, calor, rubor e edema. Mediadores químicos provocam vasodilatação, aumentam a permeabilidade dos vasos e favorecem a quimiotaxia dos leucócitos e neutrófilos que combatem os agentes invasores e macrófagos realizam a fagocitose (digestão de bactérias). CICATRIZES 4. FASES DA CICATRIZAÇÃO FASE PROLIFERATIVA Tem a duração de 12 a 14 dias. Ocorre a produção de colágenos jovens pelos fibroblastos e intensa migração celular, principalmente queratinócitos, promovendo a epitelização. A cicatriz possui aspecto avermelhado. FASE DE MATURAÇÃO ou REMODELAÇÃO A terceira etapa pode durar de meses a anos. Ocorre reorganização do colágeno, que adquire maior força tênsil. A cicatriz assume a coloração semelhante à pele adjacente. 25 26 FATORES QUE INTERFEREM NA CICATRIZAÇÃO Nutrição inadequada; Tecido necrótico; Bactérias; Interferência no suprimento sanguíneo; Doenças sistêmicas; Fatores psicológicos; Hábito de vida. • Cicatriz normotrófica/eutrófica: A cicatrização é assim denominada quando a pele adquire o aspecto de textura e consistência anterior ao trauma. • Cicatriz atrófica: Ela é assim denominada quando sua maturação não atinge o trofismo fisiológico esperado, surgindo, geralmente, por perda de substância tecidual ou sutura cutânea inadequada. •Cicatriz hipertrófica: O tecido cicatricial desenvolveu-se acima do nível normal da pele, ficando com aspecto elevado no local. Ocorre um aumento do relevo da superfície cicatricial, porém sem ultrapassar os limites da cicatriz original. Tende a regredir espontaneamente em um período de 6 meses a 1 ano. 27 28 QUELÓIDES Características clínicas: - Rósea, com prurido, por vezes doloroso; - Localizado num ferimento cirúrgico ou não; - Surge por uma resposta cicatricial intensa; - Presença de invaginação do tecido lesado para o tecido são, mais evidenciada que a cicatriz hipertrófica; - Ultrapassa limites da cicatriz original; - Surgimento na fase tardia. A ESTÉTICA NO PRÉ E PÓS - CIRÚRGICO Os cuidados no pós-operatório exercem uma importante influência na prevenção de sequelas provenientes do ato cirúrgico: • Fibrose; • Aderência; • Hematoma; • Edema; • Alterações transitórias de sensibilidade e de pigmentação; • Alterações da cicatrização. Há algum tempo, cirurgiões plásticos dinâmicos e atualizados vêm dando, cada vez mais, valor à atuação de esteticistas na sua associação para o rejuvenescimento e embelezamento, tanto de mulheres como de homens. Os procedimentos pré-operatórios têm o objetivo de otimizar as condições clínicas física e emocional do/da paciente e, a partir daí, planejar os procedimentos pós-cirúrgicos. Dia a dia, os novos produtos estéticos, como as novas técnicas cirúrgicas, demonstram que o cirurgião plástico e a/o esteticista têm que caminhar de mãos dadas. O trabalho multidisciplinar é sinônimo de sucesso. O tratamento que esteticistas desenvolvem, não só prepara o/a paciente para a cirurgia, como, também, complementa, de forma extraordinária, o pós- operatório no aspecto psicológico inclusive. Com o avanço da medicina e de seus complementos, o cirurgião plástico se tornou muito menos intervencionista nas suas cirurgias, complementando o seu trabalho com esteticistas, tendo resultados melhores e bem mais suaves. O paciente é visto como um todo, além dos cuidados pré e pós-operatórios, também deve ter o acompanhamento de um(a) esteticista que prepara e trata do elemento mais importante para o cirurgião plástico: a pele. 29 Classificação do momento operatório O tratamento cirúrgico pode ser: de emergência; de urgência. eletivo. Tratamento cirúrgico de EMERGÊNCIA É a situação que, pela gravidade do quadro apresentado pelo/a paciente, exige intervenção cirúrgica imediata. 30 “ O preparo adequado para a cirurgia, facilita a recuperação e diminui a possibilidade de complicações pós operatórias”. NOMENCLATURA E CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS Ex.: hemorragias, perfuração de vísceras por trauma, ferimentos por arma branca, arma de fogo, e outras. 31 Tratamento cirúrgico de URGÊNCIA Nesta intervenção cirúrgica, poderá aguardar algumas horas, nas quais o/a paciente é mantido(a) sob avaliação clínica, laboratorial e sob observação contínua. Ex.: abdome agudo inflamatório. Tratamento cirúrgico ELETIVO Nesta intervenção o tratamento, mesmo que indicado para tratar a condição clínicado/da paciente, pode ser realizado com data pré-fixada ou em ocasião mais propícia/conveniente ao/à cliente. Geralmente as cirurgias são agendadas com um dia de antecedência. Requerida: o/a paciente precisa realizar a cirurgia. Opcional: essa decisão é do/da paciente. Ex.: safenectomias, cirurgias plásticas, cirurgias de adenoides, e outras. 32 Classificação do Tratamento Cirúrgico quanto a sua Finalidade: *Paliativo: empregado com a finalidade de controlar sintomas que põem a vida do/da paciente em risco ou comprometem a sua qualidade de vida. Ex.: controle da dor, desvio de trânsito aéreo, digestivo e urinário. *Radical: quando estruturas ou órgãos são retirados totalmente ou parcialmente. Ex.: retirada completa da próstata acometida por câncer. *Plástico: utilizado com a finalidade estética corretiva. Ex.: cirurgia para aumento, diminuição ou reconstrução dos lábios. *Diagnóstico: realizado com o objetivo de ajudar no esclarecimento da doença. Ex.: cirurgia de vídeo da parede abdominal. 33 NOMENCLATURA CIRÚRGICA O nome composto de raiz (identifica a parte do corpo a ser submetida à cirurgia), somada ao prefixo ou ao sufixo: 34 Ex.: Exoftalmia (Projeção acentuada do globo Ocular) Circuncisão ou postectomia (Excisão do prepúcio) EDEMA • Acúmulo de líquido devido ao desequilíbrio nas pressões que atuam para movê-lo para fora do capilar sanguíneo. Para se visualizar o edema é necessário que o aumento seja acima de 30%. SEROMA • Acúmulo de líquido contendo linfa e plasma, em áreas pós-operadas. EQUIMOSE • Extravasamento de sangue resultante de trauma dos vasos sanguíneo subcutâneos. • Infiltração de sangue na malha dos tecidos com 2 a 3 centímetros de diâmetro. • Mais generalizados e claros. 35 SEQUELAS DAS CIRURGIAS PLÁSTICAS HEMATOMA Coleção ou acúmulo de sangue, em maior quantidade e localizado, devido à ruptura de vasos sanguíneos ou veias. FIBROSE Processo natural do organismo em reação a uma incisão ou trauma. Formação exagerada de tecido conjuntivo em um órgão ou tecido, com finalidade de reparo tecidual ADERÊNCIA União de tecidos fibrosos do tipo cicatricial, que se formam entre duas superfícies no interior do organismo. DEISCÊNCIA – Complicação pós-operatória, onde há a reabertura do corte cirúrgico, após o início do processo de cicatrização. 36 NECROSE • Estado de morte de um tecido ou parte dele em um organismo vivo. • A necrose é decorrente, na maior parte das vezes, por uma manipulação exagerada do retalho. • A tensão exagerada do retalho, por excesso de ressecção. • No paciente fumante, podem ocorrer pequenas áreas de necrose nos bordos da ferida. CONTRATURA CAPSULAR • Definida como uma cicatrização esférica secundária a alterações celulares e morfológicas da cápsula que envolve a prótese mamária resultando em uma mama endurecida, distorcida e, em alguns casos, dolorosa. Muitos fatores estão envolvidos na sua produção: • Resposta inflamatória exacerbada e/ou prolongada; • Trauma, hematoma, infecção; • Vazamento de silicone da prótese. 37 No pós-operatório, o processo de cicatrização é complexo, pois é um fenômeno dinâmico, no qual ocorrem reações bioquímicas e fisiológicas que atuam harmoniosamente para reparar a pele. Essa restauração atua sobre uma lesão no tecido, independentemente de sua origem. Durante a ação do reparo do tecido, haverá uma sequência de ações com a finalidade de trocar o tecido lesionado, por proliferação ou regeneração do tecido espitelial fibroblástico, surgindo, assim, a cicatriz aparente. 38 Processo de cicatrização e suas intercorrências 39 Coagulação A coagulação surge após uma lesão que tem uma quantidade acentuada de agregação plaquetária e tamponamento dos vasos seccionados. Logo ocorre a vasoconstrição, com a intenção de evitar a perda sanguínea e manter a homeostasia, ocorrendo entre 5 e 10 minutos após a lesão. A Figura 7, a seguir, mostra o coágulo formado, o qual faz uma barreira impermeabilizante, evitando perda sanguínea para o interstício. A formação desse coágulo resulta na migração das células que são responsáveis pelo desencadeamento de reparo tecidual. 41 Coagulação; Inflamação; Proliferação; Contração da ferida; Remodelamento. São 5 as fases do processo de cicatrização: 41 Inflamação Logo após a lesão tecidual, tem-se o início da inflamação, caracterizada pela migração das células até a lesão, com a durabilidade de até aproximadamente 3 dias. Essa resposta inflamatória é facilitada pelos mediadores bioquímicos que ajudam na passagem de elementos celulares para a região da lesão por meio do aumento da permeabilidade vascular. Nessa fase, há liberação de alguns mediadores químicos (proteínas, ácidos, lipídios e aminas vasoativas) e de células inflamatórias (leucócitos polimorfonucleares – PMN, macrófagos, mastócitos e linfócitos) para as bordas das feridas e, por consequência, tem-se a vasodilatação e a presença de sinais da inflamação, como dor, calor, rubor e edema. 42 Observe, na Figura acima, o início do fechamento da ferida por meio da chegada dos fibroblastos e da neovascularização 43 Proliferação Conhecida também como fase fibroblástica, possui três importantes eventos que já começaram a se dar antes mesmo da fase inflamatória: angiogênese ou neovascularização (quando se formam novos vasos a partir de vasos já existentes), epitelização e fibroplastia. Já no terceiro dia após a lesão, tem início a formação da cicatriz, processo que tem como característica a formação do tecido de granulação, constituído, também, por macrófagos e fibroblastos. Com a ativação dos macrófagos e a liberação dos fatores de crescimento, há a substituição da matriz extracelular. Os queratinócitos que não estão danificados são atraídos pela hidratação do leito da ferida, para migrar para a borda da lesão. Veja, na Figura 10, como acontece a neovascularização a partir das bordas das lesões. 44 44 Contração da ferida A contração da ferida, ou seja, a redução de parte ou toda a ferida que estava aberta, ocorre de forma centrípeta, das bordas para o centro. Segundo Borges e Scorza (2016, p. 56): Os miofibroblastos participam na síntese da matriz extracelular e na produção de força mecânica, com influência na reorganização da matriz e na contração da ferida. Sua atividade contrátil é responsável pelo fechamento de feridas após a lesão, processo conhecido como contração da ferida. Em incisões ou lesões lineares, a contração da ferida promove a redução no comprimento da cicatriz, o que é bastante vantajoso em cirurgias plásticas. Em se tratando, porém, de cicatrizes extensas ou que acometem articulações, a contração da ferida pode comprometer a mobilidade do segmento, limitando sua função, como é o caso de indivíduos com sequelas de queimaduras. 45 Remodelamento Trata-se da fase em que ocorre a tentativa de recuperar todas as estruturas teciduais que existiam antes de haver a lesão. Acontecem alterações na matriz extracelular e depósitos de proteoglicana e colágeno. A partir das bordas, as células endoteliais migram para a área da ferida e os fibroblastos passam a depositar uma grande quantidade de colágeno. Com isso, inicia-se a contração da ferida no sentido centrípeto, com a diminuição de até 20% do tamanho da cicatriz. Acontece a liberação de metaloproteinases em conjunto com a reorganização da matriz extracelular, participando da degradação do colágeno, como é observado na Figura 12. A matriz é, então, transformada de provisória em definitiva, levando-se em consideração as características genéticas da pele do indivíduo. Observe, na Figura 12, a estrutura fibrosa de colágeno com tripla hélice. 46 47 Mamoplastia/ Mastopexia/ Prótese Mamária/ Reconstrução Mamária/ Ginecomastia O Brasil é referência em cirurgias estéticas e uma delas é a cirurgia das mamas. Há vários tipos de cirurgias plásticas que podem ser realizadas nessa região, com finalidades como aumentar e diminuir o volume, elevar e reconstruir (nos casos de retirada de câncer de mama). Mamoplastia ou mastoplastiaÉ o procedimento cirúrgico das mamas que tem por objetivo alterar forma ou volume por meio de prótese mamária (aumento) e de retirada do tecido mamário (diminuição). Mamoplastia de aumento Nesse procedimento, são utilizados implantes mamários para dar volume ao tecido para quem tem mamas muito pequenas e/ou dar firmeza e contorno aos seios. Os implantes de silicone são colocados na frente ou atrás do músculo peitoral. A posição das próteses pode variar conforme o tipo de mama: quando se tem poucas glândulas mamárias, a prótese é posicionada atrás do músculo, para que não fique muito aparente; já em casos de grande quantidade de glândulas mamárias, suficiente para esconder a prótese, estas são colocadas na frente do músculo peitoral. 48 Para colocação da prótese, é realizada uma incisão discreta, que, por sua vez, pode se dar na aréola, nas axilas ou no sulco mamário. A Figura 20 demonstra a prótese mamária colocada. 49 As próteses mamárias são feitas de silicone e classificadas de acordo com o seu formato. Definem a altura que o seio terá sobre o tórax após o procedimento, sendo implantadas nas mamas por meio de uma cirurgia que tem como finalidade reconstrução, correção e aumento das mamas. 50 51 No tocante às incisões, podem ser dos seguintes tipos: • Inframamária: feita na base dos seios, permitindo um implante volumoso, tem uma cicatrização quase imperceptível, por sua localização e pelo fato de que o sutiã pode cobri-la. • Periareolar: realizada entre a linha de contorno da aréola e da mama. Dependendo do tamanho da prótese, pode ficar mais tensa e alargar um pouco mais. Raramente é utilizada, pois o procedimento depende do tamanho da aréola. • Axilar: como o próprio nome já indica, é realizada abaixo da axila. 52 As mamoplastias de aumento não são indicadas nos seguintes casos: •pessoas que tenham resistência à limitação social durante o pós-operatório imediato; •pessoas que não aceitam cicatrizes; •pessoas que apresentam distúrbios pulmonares; •pessoas com diabetes mellitus; •tabagistas. 53 Mamoplastia de diminuição Nesse procedimento, são removidos os excessos de tecido glandular, gordura e pele, com o objetivo de atingir o tamanho proporcional do seio em relação ao corpo e, com isso, aliviar todos os desconfortos que estão associados aos seios grandes. Também é possível reduzir o tamanho da aréola para promover um equilíbrio estético. A incisão cirúrgica é indicada pela técnica utilizada pelo cirurgião, de acordo com o tipo de mama, observando a quantidade de pele flácida a ser retirada. As cicatrizes, geralmente, ficam na parte inferior da mama, em formato de T invertido, periareolar (em torno da aréola), em L ou em I. Observe, na figura a seguir, os tipos de cicatriz: 54 São objetivos da mamoplastia de redução: • assegurar a fisiologia das glândulas mamárias; • a longo prazo, manter uma boa forma; • diminuir a extensão das cicatrizes; • garantir a sensibilidade das mamas. Mamoplastia reconstrutiva ou reconstrução mamária A mastectomia é indicada para casos de pessoas que tiveram câncer de mama, tendo sido necessário retirá- la inteiramente ou em parte. Nesses casos, pode ser feita a reconstrução mamária. No procedimento, o cirurgião refaz a mama, o que, em alguns casos, torna necessário fazer a remoção de outras regiões do corpo (costas e abdômen). O procedimento tem duas variantes: posterior à retirada da mama ou feita ao mesmo tempo em que é realizada a mastectomia (fazendo com que a paciente não passe pelo trauma da amastia cirúrgica). 55 Mastopexia Esse procedimento é indicado para tratar assimetrias acentuadas, diminuição da aréola e outros casos. Corrige a diferença em formatos, tamanhos, posição das mamas e aréolas. Como as correções são variadas, pode envolver diferentes processos, como colocar implante na mama menor, reduzir a maior ou reposicioná-la. 56 Importante! As mamas têm, em sua constituição, tecido gorduroso, glândula mamária e pele, que são sustentados por ligamentos, porém o posicionamento delas é dado em relação ao tórax e definido por uma aréola acima do sulco mamário inferior. Quando ela migra para uma posição abaixo desse sulco, dizemos que a mama está com ptose. A Figura apresenta os tipos de ptoses (flacidez nas mamas). 57 Ginecomastia A ginecomastia tem como característica o aumento das mamas nos homens de forma benigna. Em relação às causas, elas podem ser acúmulo de gordura nas mamas (ganho de peso, lipomastia ou pseudoginecomastia) ou crescimento das glândulas mamárias. A ginecomastia é classificada em 3 graus diferentes: 58 Em casos de cirurgia de lipomastia, é recomendada a lipoaspiração comum; já se houver aumento do tecido glandular, cabe fazer a remoção da glândula mamária por inteira. A cirurgia de ginecomastia só é indicada para homens com idade acima dos 18 anos, quando não se obtém a resposta esperada com o tratamento clínico e/ou há desconforto psíquico em função da ginecomastia. Observe, na Figura 30, o pré e pós-operatório da cirurgia de ginecomastia. É importante destacar que, se o cirurgião deixar vestígios do tecido, a glândula voltará a crescer. 59 A ginecomastia tem como característica o aumento das mamas nos homens de forma benigna. Suas causas podem ser acúmulo de gordura nas mamas (devido a ganho de peso, lipomastia ou pseudoginecomastia), e crescimento das glândulas mamárias. A ginecomastia é classificada em 3 graus diferentes. Aponte, dentre as alternativas a seguir, qual contém a descrição correta delas. Grau 2: inchaço das aréolas, com tendência a regredir com o tempo. Esse inchaço é percebido como se houvesse um botão no tecido dessa região. É indicado o uso de medicamento. Grau 3: tecido gorduroso na região do tórax, os limites das mamas não são perceptíveis. Pode ser diagnosticado como lipomastia e talvez haja necessidade de lipoaspiração. Grau 1: gordura nas glândulas, flacidez e pele em excesso, com necessidade de cirurgia. É o mais grave. Grau 3: inchaço das aréolas, com tendência a regredir com o tempo. Esse inchaço é percebido como se houvesse um botão no tecido dessa região. É indicado o uso de medicamento. Grau 1: tecido gorduroso na região do tórax, os limites das mamas não são perceptíveis. Pode ser diagnosticado como lipomastia e talvez haja necessidade de lipoaspiração. 60 Grau 2: gordura nas glândulas, flacidez e pele em excesso, com necessidade de cirurgia. É o mais grave. Grau 1: inchaço das aréolas, com tendência a regredir com o tempo. Esse inchaço é percebido como se houvesse um botão no tecido dessa região. É indicado o uso de medicamento. Grau 2: tecido gorduroso na região do tórax, os limites das mamas não são perceptíveis. Pode ser diagnosticado como lipomastia e talvez haja necessidade de lipoaspiração. Grau 3: gordura nas glândulas, flacidez e pele em excesso, com necessidade de cirurgia. É o mais grave. Grau 1: inchaço das aréolas, com tendência a aumentar com o tempo. Esse inchaço é percebido como se houvesse um botão no tecido dessa região. É indicado o uso de medicamento. Grau 2: tecido gorduroso na região do tórax, os limites das mamas são perceptíveis. Pode ser diagnosticado como lipomastia e talvez haja necessidade de lipoaspiração. Grau 3: gordura gordura nas glândulas, flacidez e pele em excesso, com necessidade de cirurgia. É o mais grave. 61 Grau 1: inchaço das aréolas, com tendência a aumentar com o tempo. Esse inchaço é percebido como se houvesse um botão no tecido dessa região. É indicado o uso de medicamento. Grau 2: tecido gorduroso na região do tórax, os limites das mamas são perceptíveis. Pode ser diagnosticado como lipomastia e talvez haja necessidade de lipoaspiração. Grau 3: gordura nas glândulas, flacidez e pele em excesso, sem necessidade de cirurgia. É o mais grave. Nenhuma das outras alternativas. Principais complicações e intercorrências pós-operatórias Para ter sucesso nos procedimentos cirúrgicos, o médico cirurgião deve ter domínio das técnicas e saber a melhor forma de agir; caso contrário, pode haveruma série de consequências desfavoráveis e complicações para o paciente. Durante o procedimento, é provocado um trauma mecânico, o qual gera lesões nas células; a resposta do organismo é a reação inflamatória (responsável pela reparação tecidual), e que pode resultar em complicações e intercorrências. 62 No contexto de nossa disciplina, vamos focar nas complicações e intercorrências ligadas aos distúrbios pós-operatórios de cirurgias plásticas, que podem gerar resultados insatisfatórios e até persistentes. Vejamos quais são: Equimose: coloração arroxeada, derivada do rompimento dos vasos sanguíneos (capilares) e que começa a desaparecer conforme acontece a reabsorção do líquido extravasado. Hematoma: acúmulo de sangue em um órgão ou tecido. Geralmente é bem localizado e pode ser causado por diversos fatores. Edema: acúmulo de fluidos de forma excessiva nos tecidos. Linfedema: deficiência na absorção ou condução da linfa, podendo ser primário (sem causa definida) e secundário (por inflamações, traumas, irradiação e cirurgias sobre os gânglios linfáticos). Observe, na Figura um exemplo de linfedema. 63 Necrose tecidual: casos em que os tecidos permanecem sem oxigênio, fazendo com que haja a necessidade de desbridamento (realizado por médicos) visando estimular a região das bordas para o centro da ferida. Possui padrão de morte celular. Observe, na Figura, um exemplo de necrose tecidual do umbigo até a pélvis. Hipoestesia: redução da sensibilidade tátil, a qual tende a voltar ao normal em até seis meses. A hipoestesia é um processo comum devido ao trauma tissular sofrido. Irregularidade cutânea: depressões e ondulações apresentadas na área em que foi realizado o procedimento cirúrgico. Fibrose: formação anormal do tecido fibroso durante as etapas do processo de reparo tecidual, podendo se dar em maior ou menor quantidade. Pode ser caracterizada como nódulo, que possui o tamanho e forma de um grão de feijão ou bola de pingue-pongue, sendo difícil de ser visualizada devido ao seu tamanho, porém é perceptível na palpação; cordão, com formato semelhante a um cordão ou feixe, podendo ser de várias espessuras (influenciadas pelo tipo de cânula usada no procedimento de lipoaspiração); por último, placa, quando há uma alteração do tecido que apresenta formato irregular, ocupando uma área mais extensa. https://www.lucianapepino.com.br/blog/como-evitar-fibrose/ 64 Contratura capsular: é processo normal a criação de cápsula cicatricial produzida pelo organismo, que envolve e isola a prótese mamária dos tecidos ao seu redor. Ocorre em todos os casos, sendo geralmente delicada, macia e fina. Porém, quando a cápsula é forte, grosseira e rígida, torna-se um problema e é chamada de contratura capsular (encapsulamento da prótese). Esse excesso de cápsula passa a pressionar a prótese de silicone, deixando as mamas doloridas, endurecidas e deformadas. As contraturas podem se apresentar em graus variando de I a IV, segundo a classificação de Baker: 1) Grau I: a mama operada apresenta consistência parecida a de uma que não foi submetida a cirurgia. 2) Grau II (contratura mínima): a mama se encontra um pouco mais endurecida (quando comparada à mama normal); a prótese é palpável, porém não é visível. Aderência: união anormal das fibras de colágeno às estruturas que estão próximas durante imobilização, trauma ou cirurgia, restringindo a elasticidade normal. Essas aderências impedem que a linfa e o sangue tenham um fluxo normal, fazendo com que aumente o quadro de edema, levando a um retardo na recuperação. Observe uma fibrose e aderência na Figura. 65 3) Grau III (contratura moderada): a mama se apresenta mais enrijecida, a prótese é facilmente palpada e sua distorção é visível. 4) Grau IV (contratura grave): a mama encontra-se bem enrijecida, com importante distorção de sua anatomia, apresentando dor e frieza. Veja, na Figura, a mama com a contratura de Baker grau IV na fase pré-operatória Seroma: reação inflamatória causada pelo sistema imunológico. Tem característica exsudativa e se forma profundamente ligado ao retalho dermogorduroso. Como está relacionado à forma de defesa do organismo, o seroma pode surgir após qualquer cirurgia. O líquido fica represado entre as camadas da pele. Os sinais do seroma são: inchaço ou abaulamento da região afetada, extravasamento de líquido transparente da cicatriz e, em alguns casos, vermelhidão, dor e aumento da temperatura no local. Costuma aparecer nas duas primeiras semanas após o procedimento cirúrgico. 66 Quando não tratado, o seroma pode evoluir e transformar-se em sua versão encapsulada, quando ele é envolvido por um tecido fibroso, formando uma espécie de cápsula, que chamamos de pseudobursa, podendo levar a contração e as saliências que causam alterações na cicatriz, evoluindo, em algumas pessoas, para deformidades que podem necessitar de correção cirúrgica. Ozolins et al. (2018, p. 319) afirmam o seguinte sobre esse procedimento: O objetivo primordial é aumentar o auxílio de linfa e a velocidade de condução dos vasos e ductos linfáticos, através de manobras que copiem o bombeamento fisiológico. A drenagem linfática é uma técnica de massagem que estimula o sistema linfático em função de recolher o líquido intersticial que não retornou aos capilares sanguíneos. Uma rede complexa de vasos que movem fluidos pelo corpo a trabalhar de forma mais acelerada. Através dos linfonodos, este líquido é filtrado reconduzindo-o novamente ao sistema circulatório sanguíneo. 5. Drenagem linfática 67 No pré-operatório, a drenagem linfática é indicada para a redução de edemas, eliminação de toxinas e preparação do corpo, para que o paciente tenha uma ótima recuperação no pós-operatório. Além disso, tem a função de melhorar a circulação sanguínea e linfática, provocar o relaxamento físico, aliviar as tensões pré-operatórias, e prevenir possíveis complicações, como seromas e fibroses. Ela é de extrema importância para a retirada do edema excessivo encontrado no interstício e sua redução definitiva acontece quando ocorrer a diminuição da secreção de cortisol (liberada no processo de inflamação e no final da formação do tecido cicatricial, após por volta de 20 a 42 dias). A drenagem linfática deve ter início na fase aguda (entre os períodos de coagulação e proliferação estudados anteriormente), já que é um recurso que trata das diversas alterações vasculares da fase inicial do edema. Cuidado para não aplicar a drenagem de forma errada, com força, rapidez ou direção errada, pois isso pode oferecer risco à saúde do paciente. 68 Liberação tecidual pós-operatória Na liberação tecidual pós-operatória, é realizada a manipulação em todos os sentidos para reorganizar feixes de colágeno. Trata-se do recurso mais rápido e eficaz para tratamento específico de fibroses e aderências. A realização é feita por um estiramento proporcional à resistência que o tecido está oferecendo. É, também, realizada de forma preventiva, entre o 3º e o 5º dia de pós- operatório, e de duas a três vezes por semana, durante a fase de reparo. Observe a Figura. 69 Ultrassom Modalidade terapêutica com profunda penetração, produz alterações nos tecidos por meio de mecanismos térmicos e mecânicos. É utilizado no pré-operatório para preparar a área para a cirurgia, diminuindo o tempo de recuperação; além disso, é eficaz no tratamento de gordura localizada, celulite e edemas. No pós-operatório, é utilizado para acelerar a cicatrização, obter força tênsil normal e atuar na prevenção de cicatrizes hipertróficas e queloides, pois proporciona aumento do número de fibroblastos, alinhamento ideal para contração da ferida e redução da fase inflamatória. No preparo do/da paciente para o procedimento, deve-se identificar as contraindicações existentes, ajustar os parâmetros e a forma de aplicação do ultrassom. É necessário realizar a higienização do local a ser tratado, para não atrapalhar a propagação das ondas de ultrassom. Ainda, é preciso informar o cliente de que poderá haver a sensaçãode um calor suave, e pedir que ele informe o profissional se houver quaisquer sensações inesperadas. Gel próprio para o ultrassom sempre deverá ser utilizado como meio de contato e é importante e necessário manter o cabeçote em constante movimento. Radiofrequência Segundo Borges (2006 apud COSTA; MEJIA, 2021, p. 8), radiofrequência é: Um aparelho de alta frequência que, com corrente alternada com mais de 3.000Hz, promove diatermia, ou seja, aquecimento por calor profundo. Trata-se de um tratamento não invasivo que melhora a circulação de nutrientes, hidratação tecidual, aumento da oxigenação, lipólise e promove a reorganização das fibras de colágeno. Deve-se salientar que pacientes portadores de marcapasso, desfibriladores, qualquer implante metálico e neoplasias são contraindicados de realizar esse tratamento. No pré-operatório, esse tratamento é utilizado para ajudar a melhorar a firmeza e a aparência da pele, em casos de flacidez e estrias, e para reorganizar e melhorar a qualidade de colágeno e elastina, em casos de gordura localizada e celulite. Além disso, é útil para acelerar a eliminação de toxinas, aumentar a oxigenação, hidratar a pele e melhorar a microcirculação. 70 71 Por estimular colágeno e elastina, a radiofrequência é indicada também no pós- operatório. Além disso, ajuda a tratar fibrose, por promover uma elevação da temperatura interna do tecido, gerando um aumento da circulação sanguínea e, por consequência, um estímulo à drenagem linfática, diminuindo a concentração de toxinas no corpo e favorecendo as células responsáveis pela produção de colágeno. Como consequência, ocorrerão contração das fibras de colágeno e tonificação da pele devido à aceleração do metabolismo. Com a estimulação dos fibroblastos, é desencadeada a aceleração da produção de colágeno, permitindo um resultado satisfatório. 71 Vacuoterapia Trata-se de uma terapia em que é feita uma aplicação em forma de pressão negativa sobre a pele, podendo ser trabalhada com ciclos de aplicações reguláveis, gerando efeito de ventosa. No pré-operatório, é bastante utilizada nos tratamentos de gorduras localizadas, celulites e edemas, ajudando a tratar contraturas musculares, contribuindo para a eliminação de toxinas, e estimulando o sistema linfático e a produção de colágeno e elastina. Já no pós-operatório, é bastante utilizada em tecidos com fibroses e irregularidades, além de ser importante para as drenagens linfáticas mecânicas. Na drenagem linfática mecânica, a pressão adotada é de 40 mmHg, com movimentos lentos, seguindo o trajeto da linfa; já na massagem mecânica, a pressão deve ser superior a 100 mmHg, sendo recomendado não ultrapassar 200 mmHg, para evitar causar hematomas e desconforto no cliente. Os movimentos devem ser firmes e rápidos, deslizando o cabeçote no sentido da musculatura, por aproximadamente 5 minutos por área. 71 A aplicação de óleos no cliente é necessária, pois facilita o deslizamento, evitando o excesso de atrito. Durante a aplicação, é normal surgir hiperemia na região tratada. Caso o cliente relate dor, é necessário diminuir a pressão. Antes da aplicação, é extremamente importante a realização de uma avaliação da área a ser tratada, pois pode haver vasos aparentes e telangiectasias – nesses casos, só deve ser aplicado o vácuo de drenagem, para não expandir novos vasos. Na unidade de aprendizagem 1, verificamos as técnicas cirúrgicas, os tipos de feridas e suturas, as fases da cicatrização e a drenagem linfática no pós-operatório. resumo da aula 33 SUGESTÃO DE LEITURA Parabéns! Você finalizou mais uma aula. Agora é hora de aprofundar seus conhecimentos. Todas as sugestões de leitura são clicáveis, aproveite! Os artigos, abaixo, encontram-se no Material Complementar! Baixe para aprofundar seus estudos. OS EFEITOS DA MASSAGEM TERAPÊUTICA MANUAL EM PACIENTES COM A SÍNDROME DA FIBROMIALGIA A ATUAÇÃO DA MASSAGEM TERAPÊUTICA NO TRATAMENTO DE DOR AGUDA https://idonline.emnuvens.com.br/id/article/view/994#:~:text=Massagem%20Ayurv%C3%A9dica%20Abhyanga%20na%20Melhora,Brasileira%20Terapia%20e%20Sa%C3%BAde%2C%20pp. http://revista.liberumaccesum.com.br/index.php/RLA/article/view/121#:~:text=Conclus%C3%A3o%3A%20A%20massoterapia%20%C3%A9%20tida,o%20al%C3%ADvio%20esperado%20pelo%20mesmo referências bibliográficas BARROS, Maria Helena de. Fisioterapia: drenagem linfática manual. São Paulo: Robe, 2001. BORGES, Fábio dos Santos. Dermato-funcional: modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. São Paulo: Phorte, 2006. DE GODOY, José Maria Pereira; GODOY, Maria de Fátima Guerreiro. Drenagem linfática manual: novo conceito. J Vasc Br, v. 3, p. 77-80, 2004. DE GODOY, José Maria Pereira et al. Godoy & Godoy technique of cervical stimulation in the reduction of edema of the face after cancer treatment. QJM, v. 101, n. 4, p. 325-326, 2008. ELWING, A.; SANCHES, O. Drenagem linfática manual. Senac, 2010. GARRIDO, M. Sistema linfático: Embriologia e Anatomia. Garrido, M.; Ribeiro, A.. Linfangites e erisipelas, v. 2, 2000. GUIRRO Nivaldo; GUIRRO Elaine. Fisioterapia Dermato- Funcional: Fundamentos, recursos e patologias. São Paulo: Manole,2002. referências bibliográficas KEDE, Maria Paulina Villarejo; SABATOVICH, Oleg (Ed.). Dermatologia estética. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Atheneu, 2009. LEDUC, Albert; LEDUC, Olivier. 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