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livro da unidade metodologia e ensino da ciencia e biologia

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1
EDUCAÇÃO A 
DISTÂNCIAFACULDADE ÚNICA
PRÁTICA
 PEDAGÓGIA 
INTERDISCIPLINAR: 
FUNDAMENTOS E 
METODOLOGIA DO 
ENSINO DE CIÊNCIA E 
BIOLOGIA
1
PRÁTICA PEDAGÓGICA 
INTERDISCIPLINAR: 
FUNDAMENTOS E 
METODOLOGIA DO 
ENSINO DE CIÊNCIAS E 
BIOLOGIA
1
© 2021, Faculdade Única.
 
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autoriza-
ção escrita do Editor.
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL
 Diretor Geral:Valdir Henrique Valério
 Diretor Executivo:William José Ferreira
 Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira
 Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa
 
 Revisão/Diagramação/Estruturação: Bruna Luíza mendes Leite 
 Carla Jordânia G. de Souza
 Guilherme Prado 
 
 Design: Aline De Paiva Alves
 Bárbara Carla Amorim O. Silva 
 Élen Cristina Teixeira Oliveira 
 Taisser Gustavo Soares Duarte
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.
NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA 
Rua Salermo, 299
Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG
Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300
www.faculdadeunica.com.br
CDD: 611
CDU: 611
C672a
3
APRESENTAÇÃO
 Prezado aluno,
 É com muita honra que dirijo-me a você, felicitando-o pela escolha do seu curso. Es-
tou muito feliz, como não poderia deixar de ser, porque sou um apaixonado pela anatomia 
humana e tudo que a cerca.
 Sou professor universitário há 26 anos e, nesse tempo todo, a disciplina que mais 
ministrei foi anatomia humana, seguida pela fisiologia humana. Logo, já estudei um pou-
quinho sobre o conteúdo que você está prestes a ler. 
 O livro que você está recebendo é fruto de um compilado de vários autores clássicos 
e modernos somados aos conhecimentos que adquiri em todos esses anos sem, contudo, 
ter a pretensão de esgotar o assunto, ao contrário, este livro apresenta de forma resumida, 
porém direta e objetiva os principais assuntos que são estudados na maioria dos cursos da 
área da saúde.
 Estudar anatomia humana é um desafio tremendo, mas ao mesmo tempo, é muito 
gratificante pois seus conteúdos são base para o entendimento das outras disciplinas na 
sequência do seu curso. Por isto, não desanime diante das dificuldades encontradas no 
estudo da anatomia, antes, porém, tome essas dificuldades como um desafio que prazero-
samente será vencido em uma leitura atenciosa e metódica.
 Quero cumprimentar cada estudante e dizer que cada um que conheço me faz lem-
brar do meu começo. Sei que muitos estão assustados com tanto conteúdo, mas se tive-
rem disciplina e não permitirem que matérias se acumulem, certamente alcançarão êxito 
em sua empreitada.
 Faço votos que os momentos de estudo e leitura sejam intensos e extremamente 
prazerosos. Bom estudo.
 O autor.
4
LEGENDA DE
Ícones
Trata-se dos conceitos, definições e informações importantes nas 
quais você precisa ficar atento.
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do 
conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones 
ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado 
trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a 
seguir:
São opções de links de vídeos, artigos, sites ou livros da biblioteca 
virtual, relacionados ao conteúdo apresentado no livro.
Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade, 
associando-os a suas ações.
Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos 
conteúdos abordados no livro.
Apresentação dos significados de um determinado termo ou 
palavras mostradas no decorrer do livro.
 
 
 
FIQUE ATENTO
BUSQUE POR MAIS
VAMOS PENSAR?
FIXANDO O CONTEÚDO
GLOSSÁRIO
9
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA 
ANATOMIA HUMANA 
UNIDADE
01
10
1.1 INTRODUÇÃO 
 Dangelo e Fattini (2004) definiram a anatomia como a ciência que estuda, macro e 
microscopicamente, a constituição e o desenvolvimento dos seres organizados. Spence 
(1991) já havia definido a anatomia como o estudo da estrutura de um organismo e das 
relações entre suas partes.
 O termo “anatomia” vem do grego; ana (parte) + tômus (corte), ou seja, a anatomia 
estuda o corpo humano em suas diversas partes separadas e no conjunto delas. Também 
é objeto de estudo da anatomia a inter-relação existente entre as diversas estruturas do 
corpo humano. A inter-relação entre as diversas estruturas pode ser explicada pela locali-
zação anatômica, uma sendo ponto de referência da outra, estudo comparativo entre cada 
estrutura abrangendo forma, tamanho, textura, relevância para esta ou aquela região do 
corpo.
 Importante salientar que os seres humanos são formados por células que são as me-
nores unidades estruturais e funcionais básicas. O conjunto de células similares quanto à 
estrutura, funcionamento e origem embrionária, e que são mantidas juntas por quantida-
de variável de material intercelular, forma o tecido orgânico.
 Os tecidos orgânicos se agrupam para formar órgãos que interagem entre si, de-
sempenhando funções interdependentes e complementares para formarem o sistema e o 
somatório de todos os sistemas orgânicos forma o organismo.
Resumidamente temos:
CÉLULA TECIDO ORGÃO SISTEMA 
 Os sistemas que, em conjunto, formam o organismo humano possuem funções dis-
tintas, bem delimitadas e específicas, porém estão agrupados de tal forma que a disfunção 
de um deles pode ser capaz de causar prejuízo no funcionamento de outros.
 No corpo humano existe um sistema complexo que controla o funcionamento de 
todos os outros. Devido a sua complexidade anatômica e funcional, esse sistema é dividido 
em três outros. Cada um guarda sua característica mas no geral, desempenham funções 
interdependentes. Esse é o sistema nervoso que é formado pelo Sistema Nervoso Central 
(SNC), Sistema Nervoso Perifério (SNP) e o Sistema Nervoso Autônomo ou Neurovegetati-
vo (SNA). Muitos sistemas possuem funções complementares e, por este motivo, podem 
também serem divididos em aparelhos, exemplo: aparelho locomotor – formado pelos sis-
temas esquelético e muscular; aparelho gênito urinário ou urogenital – formado pelos sis-
temas urinário e genital masculino ou feminino.
 Assim, como dito anteriormente, no nível estrutural mais básico, o corpo humano é 
formado por células. No início da formação embrionária, células similares agrupam-se em 
três folhetos: ectoderme (forma o tegumento do corpo e o sistema nervoso), endoderme 
(forma o revestimento interno do tubo digestório e das estruturas associadas), mesoderme 
(forma o esqueleto e os músculos do corpo). 
Figura 1: Formação básica dos sistemas do organismo humano
Fonte: Elaborado pelo Autor (2020)
11
Os três folhetos embrionários dão origem aos quatro tipos de tecidos – epitelial; conjuntivo; 
muscular e nervoso. O tecido epitelial cobre a superfície do corpo e forma as diversas cavida-
des corporais, ductos e vasos; o tecido conjuntivo deriva da mesoderme e forma ossos e car-
tilagens, tendões, ligamentos e fáscias e o sangue; o tecido muscular é formado por células 
especializadas com capacidade de contrair e relaxar; o tecido nervoso, por sua vez, é forma-
do por células com prolongamentos protoplasmáticos que transmitem mensagens nervosas 
por todo o corpo.
FIQUE ATENTO
 O agrupamento de tecidos forma o órgão que realiza atividades fisiológicas mais 
complexas do que as que são realizadas por uma célula em sua individualidade. Um mes-
mo órgão pode ser formado por mais de um tecido. O estômago, por exemplo, é formado 
em sua periferia, por tecido epitelial, mas suaparede média é formada por tecido muscu-
lar.
 Os órgãos se “associam” a outros que são complementares em suas funções. A fun-
ção de um é interdependente da função de outro em um verdadeiro sinergismo, ou seja, a 
função de um órgão é vital para o bom funcionamento de outro que por sua vez também 
é fundamental para o bom funcionamento do primeiro. Essa organização forma o sistema 
onde cada órgão cumpre sua parte específica na função geral daquele sistema, ou seja, o 
somatório das funções dos órgãos é vital para as funções do sistema.
1.2 TERMINOLOGIA ANATÔMICA 
 Os anatomistas, para facilitarem o estudo e a compre-
ensão da localização das diversas estruturas do corpo huma-
no, criaram terminologias próprias que servem de base para o 
estudo anatômico em todo mundo. Entender essas terminolo-
gias é imprescindível para a sequência do estudo da anatomia.
 Inicialmente, é relevante conceituar a posição anatômica 
(Fig. 1). De forma simples dizemos que posição anatômica é a 
posição do corpo humano para ser estudado. Essa posição é o 
ponto inicial para a avaliação de um doente pelo profissional da 
saúde. Assim, posição anatômica consiste em: corpo humano 
posicionado em decúbito dorsal (barriga para cima), membros 
superiores estendidos ao longo do corpo com as palmas das 
mãos voltadas para cima, membros inferiores estendidos ao 
longo do corpo com tornozelos e pés em posição neutra.Figura 2- Posição anatômica
Fonte: HANSEN; LAMBERT, 2007
 Desta forma, o examinador (profissional de saúde, professor, aluno) analisa o corpo 
humano de frente e deve imaginar uma linha passando exatamente ao centro do corpo. 
Essa linha é chamada de linha média.
 A linha média é uma linha imaginária que inicia-se no ponto mais alto da cabeça, 
“desce” pelo meio da testa, nariz, boca, queixo e pescoço, “segue” no meio exato do tórax, 
abdome, cicatriz umbilical, sínfise púbica, genitália e “continua” até uma região entre os 
12
dois pés.
 A linha média “corta”, “separa” o corpo humano em dois lados parecidos, não total-
mente iguais. Cada lado (direito e esquerdo), têm características semelhantes, porém de-
talhes que vão diferenciá-los em um olhar mais atento. Por exemplo: as mãos e os pés de 
uma mesma pessoa podem ser ligeiramente diferentes no tamanho e até no formato; a 
mama direita é diferente da mama esquerda; fígado, apêndice vermiforme são estruturas 
localizadas do lado direito; o baço está localizado do lado esquerdo; a hemicúpula diafrag-
mática é mais elevada do lado direito, etc.
 Todas as estruturas que estão localizadas mais próximas da linha média dizemos 
que são estruturas mediais e aquelas que estiverem localizadas mais distantes da linha 
média são laterais. 
Para entendermos melhor, consideremos os dois ossos do antebraço: rádio e ulna. Qual deles 
está localizado na região medial desse segmento? Resposta: ulna. Lembrem que devemos 
observar sempre a posição anatômica, dessa forma, com a palma da mão voltada para fren-
te, temos a ulna mais próxima da linha média, por isso ela está na região medial do antebra-
ço. 
Um detalhe para facilitar ainda mais a localização dos ossos do antebraço é um ditado po-
pular: “o polegar é a antena do rádio”, onde lê-se polegar – primeiro dedo da mão e rádio – 
osso do antebraço. (Fig. 3)
FIQUE ATENTO
 Outra terminologia que merece desta-
que é o binômio proximal e distal. Diz-se que 
uma estrutura é proximal quando ela estiver 
mais “próxima” da cabeça e distal quando esti-
ver mais “distante” da cabeça (Fig. 3). Exemplo: 
o dedo polegar possui duas falanges uma pro-
ximal e a outra distal. Como localizá-las? Fácil: a 
falange que estiver mais próxima da cabeça é 
a proximal e a outra é a distal, então, a falange 
que está na região que tem unha por ser mais 
distante é a distal, e a outra é a proximal. Pode-
mos, a grosso modo, dizer também que a falan-
ge que está na “ponta”, na “extremidade” é a distal.A parte da frente 
do corpo dizemos que é a região anterior ou ventral e a parte de trás 
é a posterior ou dorsal. Além disto, estruturas que estão localizadas 
na parte “de cima” do corpo dizemos que são estruturas que estão 
na parte “superior” ou “cranial” e as que estão na parte “inferior” ou 
“caudal” são as contrárias.
 Resumindo, temos os termos que são contrários: medial e la-
teral; proximal e distal, anterior e posterior e superior e inferior. Os 
termos ventral e dorsal; cranial e caudal, para efeito de localização 
das diversas estruturas corporais, não são muito usados.
Figura 3 – Posição anatômica dos ossos do antebraço. Notem 
que o rádio está do mesmo lado que o polegar.
Fonte: HANSEN; LAMBERT, 2007
Figura 4 – Proximal e distal
Fonte: Adaptado de Levine (2020)
13
 Além disto, para facilitar ainda mais a 
localização das diversas estruturas do cor-
po humano em uma visão mais espacial, 
pensemos em dividí-lo em planos. Conse-
guimos separá-lo em quatro planos distin-
tos: sagital (mediano); frontal; transverso; 
oblíquo. (Fig. 4).
Figura 4. Planos de divisão do corpo humano
Fonte: LIPPINCOTT, WILLIAMS & WILKINS, 2003
1.3 DIVISÃO DO CORPO HUMANO 
 A maior parte dos autores de anatomia consideram que o corpo humano é dividido 
em três partes (cabeça, tronco, membros). Nesta obra consideramos a divisão do corpo 
humano em quatro partes (cabeça, pescoço, tronco e membros). (Fig. 5)
 A cabeça é a região superior do corpo. É unida ao tronco pelo pescoço que é uma 
porção mais estreita. Podemos dividir a cabeça em face (região anterior) e crânio (região 
póstero superior).
 O pescoço é a porção intermediária entre a cabeça e o tórax. Nesta região estão a 
sete vértebras da coluna cervical e músculos próprios que vão permitir movimentos que 
comumente dizemos serem movimentos da cabeça quando, na verdade, são do pescoço. 
 O pescoço, por ser região de transição, tem vasos sanguíneos com fluxo ascendente 
e outro descendente, o mesmo é observado quando analisamos o sistema nervoso, prolon-
gamento do encéfalo (medula espinhal) “desce” pelo pescoço (no canal vertebral formado 
pelas vértebras cervicais), nervos “descem” e “sobem” por esta região.
 O tronco é dividido em tórax e abdome. No tórax existe a cavidade torácica e no ab-
dome a cavidade abdominal. Os membros são separados em membros superiores e mem-
bros inferiores. Os membros superiores se dividem em braço, antebraço e mão (palma e 
dorso) e os membros inferiores se dividem em coxa, perna e pé (planta e dorso).
 As extremidades dos membros superiores (mãos) e dos membros inferiores (pés) 
também se dividem em três partes. A mão é dividida em carpo, metacarpo e falanges e o 
pé é dividido em tarso, metatarso e falanges.
 Ao analisarmos mão e pé é comum percebermos que a maioria dos estudantes ini-
ciais de anatomia confundem o carpo (mão) e o tarso (pé) como sendo nomes de ossos. 
Esta confusão talvez esteja na forma como são estudadas as extremidades do corpo. 
 Carpo é uma região da mão. É a sua região proximal. É formada por oito ossos Tarso, 
da mesma forma, é uma região do pé. É formado por sete ossos que, diferente dos ossos 
do carpo, não estão posicionados em duas fileiras. No capítulo de sistema esquelético fala-
remos desses ossos.
14
1.4 SISTEMA TEGUMENTAR 
1.4 1 Introdução 
 O Sistema Tegumentar é o conjunto de estruturas que formam o revestimento 
externo do corpo humano. É formado pela pele e suas estruturas acessórias (fâneros e 
glândulas). Os fâneros são cabelos, pêlos e unhas. O Sistema Tegumentar proporciona ao 
corpo um revestimento protetor.
Figura 5 – Divisão do corpo humano
Fontes: Borges, FAGUNDES. 2018 
1.4.2 Pele
 A principal estrutura do Sistema Tegumentar é a pele. No adulto, a pele tem área 
de aproximadamente 2 m² e espessura variável de 1 a 4 mm de acordo com a região. 
Nas superfícies dorsais e extensoras a pele é mais espessa do que nas ventrais e flexoras. 
Em áreas de pressão (palma das mãos e plantas dos pés) é também mais espessa e nas 
pálpebras é bem fina.
 A idade também influi na espessura da pele. Quanto mais nova, maisfina é a pele e 
o contrário acontece quanto mais velho for a pessoa.
 A pele possui elasticidade própria que também varia de acordo com a idade. Quanto 
mais jovem maior é a distensibilidade da pele. A distensibilidade também varia de acordo 
com a região do corpo, no dorso da mão é mais distensível do que na palma.
 A pele forma o revestimento completo e externo do corpo. Ela é contínua com as 
mucosas que revestem os sistemas respiratório, digestório e urogenital.
“A pele é composta de duas camadas principais: 
epiderme e a derme. A epiderme é a camada su-
perficial formada por células epiteliais intimamente 
unidas. A derme é a camada mais profunda forma-
da por tecido conjuntivo denso irregular. A derme 
está conectada com a fáscia dos músculos por uma 
camada de tecido conjuntivo frouxo chamada hipo-
derme”. (BORGES; FAGUNDES, 2018)
15
 Em muitas áreas gordura é depositada 
no tecido conjuntivo frouxo, formando 
o tecido adiposo. A hipoderme conecta 
frouxamente a pele à fáscia dos músculos 
subjacentes o que permite a eles contrair-se 
sem “repuxar” a pele (Fig. 6).
Figura 6. Camadas da pele
Fonte: LIPPINCOTT, WILLIAMS &WILKINS, 2003
 Em áreas onde não há músculos abaixo da derme, há somente uma pequena 
quantidade de hipoderme e, em regiões onde áreas ósseas são muito superficiais, a pele 
está aderida diretamente no periósteo (na região anterior da perna).
 A epiderme deriva-se do ectoderma. A epiderme é geralmente muito fina. Possui 
menos de 0,12 mm na maior parte do corpo, mas é mais espessa em áreas sujeitas a 
constante pressão ou fricção, tais como sola dos pés e palmas das mãos. A pressão contínua 
num dado local causa o espessamento da epiderme em calos e calosidades.
1.4.2.1 Camadas da Epderme 
 É possível identificar quatro camadas na epiderme quando ela é espessa. A camada 
mais interna é a camada germinativa. Acima da camada germinativa existe a camada 
granulosa, depois a transparente (lúcida) e a mais externa é a camada córnea. Em regiões 
onde a epiderme é fina, frenquentemente falta a camada transparente.
 É na camada germinativa que acontecem mitoses para substituir aquelas células 
que são perdidas na camada mais superficial da epiderme. As células da camada basal 
estão unidas entre si por desmossomos. As células mais profundas que estão em contato 
com a derme, são cilíndricas.
 A camada granulosa (granuloso – granular) possui células achatadas e estão 
arranjadas em cerca de três planos de células, superficialmente à camada germinativa. 
 A camada transparente é superficial à camada granulosa. Consiste de várias camadas 
de células achatadas intimamente ligadas, a maioria das quais tem limites indistintos e 
perderam todas as suas inclusões citoplasmáticas, exceto as fibrilas de queratina e algumas 
gotículas de eleidina que é transformada em queratina assim que as células da camada 
transparente tornam-se parte da camada córnea, a mais externa. Esta camada é mais 
proeminente em áreas de pele mais espessa.
 Camada córnea (cornu – corno – ponta) é a camada mais superficial da epiderme. 
Desde que seu citoplasma tenha sido substituído por uma proteína fibrosa chamada 
queratina, estas células mortas são referidas com corneificadas. As células corneificadas 
formam uma cobertura ao redor de toda a superfície do corpo e não só protegem o corpo 
contra invasão por substâncias do meio externo como também contribuem para a perda 
menor de água do corpo. 
 As células das camadas mais superficiais da camada córnea são constantemente 
perdidas como resultado da abrasão (atrito pela roupa, banho, massagens esfoliantes, etc). 
16
1.4.2.2 Cor da pele 
A cor da pele é determinada principalmente pela presença e distribuição de um pigmento 
escuro chamado melanina. A melanina é produzida por células chamadas melanócitos que 
migram na epiderme e transferem o pigmento às células da camada germinativa. 
FIQUE ATENTO
 As diferenças na cor da pele são devidas principalmente na quantidade de melanina 
produzida e sua distribuição. As pessoas de pele escura têm uma grande quantidade de 
melanina em todas as camadas da epiderme. Nas pessoas de pele clara, a relativamente 
pouca melanina está distribuída entre as camadas da epiderme, exceto em áreas 
intensamente pigmentadas, como os mamilos das mamas. 
 A presença de pigmento amarelo, caroteno, nas camadas da epiderme, em 
combinação com a melanina, produz o matiz amarelado típico do povo oriental. A tonalidade 
da pele é também devido a tom avermelhado proveniente dos vasos sanguíneos da derme 
que “reflete” na epiderme. 
 Enquanto a quantidade de caroteno na pele é relativamente constante para cada 
pessoa, mudanças na quantidade de sangue nos capilares da derme, ou na quantidade de 
oxigênio do sangue desses capilares, pode causar mudança intensa e temporária na cor da 
pele. Por exemplo: o rubor (vermelhidão) pode ser causado pela expansão do leito capilar, 
enquanto o azulado, que é característico da cianose, resulta do decréscimo da quantidade 
de hemoglobina oxigenada no sangue dos capilares.
1.4.2.3 Derme 
 A derme é uma camada de tecido conjuntivo fibroso irregular que se localiza abaixo 
da camada germinativa da epiderme.
 Em contraste com a epiderme, a derme desenvolve-se a partir da mesoderme 
embrionária, assim como os músculos e o esqueleto. A derme é formada de fibras elásticas 
e reticulares e colágenas. É bem suprida por vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos. A 
derme contém também glândulas especializadas e órgãos dos sentidos. A espessura da 
derme varia em diferentes locais, mas, em média é de cerca de 2 mm. É composta de duas 
camadas: papilar e reticular.
 “A camada mais externa da camada papilar está intimamente ade-
rida ao estrato basal da camada germinativa. Na palma das mãos 
e planta dos pés, estas papilas estão dispostas em sulcos paralelos 
e encurvados, o que obriga ao aparecimento na epiderme supraja-
cente das características impressões digitais, palmares e plantares. 
Muitas papilas contêm alças capilares; outras contêm receptores 
sensoriais especializados que reagem a estímulos externos, como 
mudanças da temperatura e pressão”. (BORGES; FAGUNDES, 2018)
 A camada reticular da derme consiste de feixes densos de fibras colágenas 
orientadas em várias direções, assim formando um retículo. As fibras são contínuas com as 
da hipoderme.
17
1.4.2.4 Hipoderme 
 A hipoderme não integra a pele, mas é importante porque fixa a pele nas estruturas 
subjacentes. A hipoderme é tecido subcutâneo. É formada por tecido conjuntivo frouxo 
com células adiposas depositadas entre as fibras. Em algumas regiões do corpo como 
abdome e nas nádegas, acúmulo de gordura no tecido subcutâneo pode ser muito amplo. 
A hipoderme é bem suprida de vasos sanguíneas e terminações nervosas.
1.4.2.5 Glândulas da pele 
A pele possui dois tipos básicos de glândulas: sebáceas e sudoríparas (Fig. 6). Existem outros 
tipos de glândulas especializadas como: glândulas cerumosas (formadoras de cera) do me-
ato acústico externo, glândulas ciliares e as tarsais das pálpebras e as gândulas mamárias.
FIQUE ATENTO
 As glândulas da pele se desenvolvem a partir da ectoderme embrionária, como 
invaginações sólidas. Os cordões em brotamento tornam-se tubos ocos e continuam a 
crescer em direção à derme, formando as glândulas na pele e seus ductos associados.
“As glândulas sudoríparas ou sudoríferas estão distribuídas 
na maior parte da superfície do corpo e não estão presentes 
nos lábios, mamilos e porções da pele dos órgãos genitais. As 
glândulas sudoríparas são glândulas merócrinas, cada uma 
com a forma de um túbulo simples que se torna espiralado 
dentro da derme. Quando estimuladas as glândulas secre-
tam solução aquosa de cloreto de sódio, com traços de uréia, 
sulfatos e fosfatos. A quantidade de suor secretado depende 
de fatores como a temperatura e umidade do meio, a quan-
tidade de atividade muscular e várias condições que causam 
fadiga”. (SPENCE, 1991)
 As glândulas sudoríparas que estão localizadas na axila,ao redor do ânus, no escroto e 
nos grandes lábios da genitália feminina são usualmente grandes e se estendem até dentro 
do tecido subcutâneo. Estas glândulas secretam num folículo piloso e não diretamente na 
superfície da pele. Essas grandes glândulas são glândulas sudoríparas apócrinas, isto é, 
parte do citoplasma das células secretoras está incluído na secreção, que é mais espessa e 
mais complexa que o suor verdadeiro. As glândulas ceruminosas, que produzem cerume no 
meato acústico externo, também são glândulas apócrinas que são consideradas glândulas 
sudoríparas modificadas.
 “As glândulas sebáceas desenvolvem-se a partir dos folícu-
los pilosos, e neles eliminam suas secreções. Sua secreção é 
substância oleosa, rica em lipídeos. O sebo, secreção das glân-
dulas sebáceas, lubrifica a pele e os pêlos prevenindo-os do 
ressecamento e contém substâncias tóxicas para algumas 
bactérias. As glândulas sebáceas, que são estimuladas pela 
18
presença dos hormônios sexuais, são particularmente ativas 
durante a adolescência”. (SPENCE, 1991)
 A maioria das regiões do corpo sem pêlos 
(regiões glabras), como nas palmas das mãos e 
as plantas dos pés, não têm glândulas sebáceas. 
Entretanto, em algumas áreas onde faltam pelos, 
como os lábios, a glande do pênis e os pequenos 
lábios, há glândulas sebáceas que secretam 
diretamente na superfície da epiderme.
 Estruturalmente, as glândulas sebáceas são 
do tipo alveolar simples, embora algumas sejam 
alveolaras compostas (por exemplo as glândulas 
tarsais das pálpebras). Funcionalmente, todas as 
glândulas sebáceas são glândulas holócrinas. 
Figura 8 – Estrutura anatômica da pele
Fonte: HANSEN; LAMBERT, 2007
1.4.3 Pêlos 
 Os pêlos se localizam por todo o corpo, mas são mais presentes na cabeça e nas 
regiões axilares e púbicas e ausentes nos lábios, palmas das mãos, plantas dos pés, mamilos 
e partes dos genitais externos. Os pêlos crescem devido a atividade mitótica de células 
epidérmicas na base do folículo piloso. Uma camada externa de tecido conjuntivo que se 
desenvolve a partir da derme, envolve o folículo. Uma porção da derme forma a papila do 
pelo porque projeta-se do fundo de cada folículo. Terminando nos folículos pilosos existem 
uma ou mais glândulas sebáceas, cuja secreção ajuda a amaciar o pêlo.
 A matriz do pêlo é formada por células mitoticamente ativas que recobrem a papila 
e a raiz do pêlo é a região que se situa logo acima da matriz. A haste do pêlo se desenvolve 
a partir da matriz. A ponta livre da haste ultrapassa a superfície da pele. A medula do pêlo 
é o núcleo central da haste do pêlo que consiste de células corneificadas dispostas em 
espaços aéreos entre elas. O córtex do pêlo, que envolve a medula é formado de células 
queratinizadas fortemente comprimidas. Por fora do córtex está a cutícula do pêlo, formada 
de células queratinizadas endurecidas (Fig. 8). Os pêlos retos 
são cilíndricos ou ovais enquanto os encaracolados são um 
pouco achatados.
 Embora haja muitas variações na cor dos pêlos, existem 
apenas três pigmentos: preto (melanina), castanho e amarelo. 
Combinações variadas desses três pigmentos produzem 
as diferentes cores dos pêlos; a melanina é formada por 
melanócitos do folículo e fica localizada no córtex e na medula 
de cada pêlo. 
Figura 9 – Anatomia do pêlo
Fonte: Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p. 97)
19
Os pêlos ficam gradualmente cinzentos à medida que envelhecemos. Esse processo é devido 
à diminuição do pigmento, possivelmente como resultado de uma queda no nível de enzima 
específica que é necessária para a produção da melanina. Quando os pigmentos acabam, 
os pêlos tornam-se brancos.
FIQUE ATENTO
 Os folículos pilosos têm atividade cíclica com momentos de atividade alternando 
com momentos de inatividade. Durante o período ativo as células na matriz de um 
folículo dividem-se por mitose, empurrando as células mais velhas para cima e causando 
alongamento do pêlo.
 Durante os períodos inativos, quando as células da matriz não estão em divisão 
mitótica, a raiz dos pêlos destaca-se da matriz e o pêlo gradualmente se move para fora 
do folículo. O pêlo solto pode ser retirado do folículo por atrito ou escovação, ou pode 
permanecer no folículo até o próximo período de atividade, quando o novo pêlo produzido 
pela matriz o empurrará para fora.
Os folículos pilosos de diferentes partes do corpo têm comportamentos distintos de ativida-
de cíclica. Por exemplo, no couro cabeludo os folículos podem permanecer ativos e causar 
o alongamento contínuo dos pêlos por muitos anos antes de se tornarem inativos por um 
período de meses. Em outras regiões do corpo, os folículos podem se manter ativos somente 
por poucos meses e depois entrar em uma fase inativa. O corte dos pêlos ou o barbear, por 
não afetarem a atividade cíclica dos folículos, não têm qualquer influência no crescimento 
do pêlo.
FIQUE ATENTO
 Por causa da formação repetida de novos pêlos durante os períodos ativos, a queda 
normal dos pêlos não indica a calvície. A calvície é uma característica genética que requer a 
presença de hormônios masculinizantes, os andrógenos, para que a tendência hereditária 
se torne efetiva. Por essa razão, a calvície é mais comum nos homens do que nas mulheres, 
que podem ter herdado o caráter, mas não têm os andrógenos necessários para ativá-lo.
1.4.4 Unha 
 Nas superfícies dorsais das falanges distais dos dedos das mãos e dos pés, os 
dois folhetos epidérmicos mais externos (camada córnea e camada transparente) são 
intensamente corneificados, formando as unhas. O leito da unha é formado por células 
germinativas. É onde a unha está posicionada. Esta camada é espessada abaixo da 
extremidade proximal da unha, formando uma área esbranquiçada, com forma de meia 
lua, chamada lúnula, que é visível através da unha. 
 A matriz da unha é a região espessada da camada germinativa. É nesta matriz 
que ocorrem as mitoses, empurrando para frente as células previamente formadas que 
20
já se corneificaram e, assim, causando o 
crescimento da unha. Na extremidade 
proximal da unha, forma-se o eponíquo 
ou cutícula que é uma prega da epiderme 
que se estende sobre a superfície livre. 
O hiponíquo é a camada córnea que se 
espessa e está localizado abaixo da ponta 
livre da unha. As unhas geralmente têm 
Figura 10- Anatomia da unha
Fonte: LIPPINCOTT, WILLIAMS & WILKINS, 2003
uma coloração rosada por causa da rede de capilar que existe abaixo dela e que se torna 
visível através das células corneificadas. (Fig. 9)
1.4.5 Funções o Sistema Tegumentar 
 O Sistema Tegumentar tem função de: proteção, regulação da temperatura do corpo, 
excreção, sensação e produção de vitamina D.
1.4.5.1 Proteção 
 A pele forma uma barreira física que protege o corpo contra a invasão de 
microrganismos e a entrada de substâncias estranhas do meio externo, incluindo a água. 
Também protege contra o excesso da radiação ultravioleta e reduz grandemente a perda 
de água do corpo. A superfície da pele está protegia por uma fina película líquida que 
tende para a acidez (pH 4 a 6,9). Por causa de sua acidez, essa película pode atuar como 
camada anti séptica e retardar o crescimento de microrganismos na superfície da pele.
1.4.5.2 Regulação da temperatura corporal 
 Mesmo sob condições de elevada temperatura do meio ou durante um exercício, a 
temperatura do corpo se mantém normal, em parte porque uma considerável quantidade 
de calor é perdida pela pele. As arteríolas da derme se dilatam quando a temperatura do 
corpo começa a aumentar, trazendo maior volume de sangue para a superfície do corpo e 
assim permite que o calor interno seja perdido para o meio. No mesmo instante, a superfície 
corporal fica úmida, devido ao aumento da atividade secretora das glândulas sudoríparas. 
A evaporação do suor facilita a perda de calor pelo corpo. Do mesmo modo, no frio, o calor 
do corpo é conservado pela constrição das arteríolas da derme. Esta constrição diminui o 
volume de sangueque circula pela superfície do corpo, de tal forma que menos calor será 
perdido para o meio externo.
 O fluxo de sangue pode variar intensamente. Em condições normais, o fluxo de 
sangue no sistema tegumentar é de aproximadamente 400 ml por minuto, porém, 
em condições extremas, mais de 2.500 ml de sangue podem circular pelos vasos deste 
sistema por minuto. O arranjo dos vasos sanguíneos da pele torna possível esse enorme 
fluxo sanguíneo. Existem extensos plexos venosos subcutâneos, localizados próximos 
à superfície, além dos leitos capilares comuns, que são capazes de comportar grandes 
volumes de sangue. Estes plexos permitem que o calor passe do sangue para a superfície 
e então seja perdido pelo corpo. Além disso, em alguns locais é possível que o sangue 
possa fluir nos plexos venosos diretamente a partir das artérias, por meio de anastomoses 
arteriovenosas. (Fig. 10)
21
Figura 11– Regulação da temperatura corporal pelo sistema tegumentar
Fonte: LIPPINCOTT, WILLIAMS & WILKINS, 2003
1.4.5.3 Excreção 
 Além do seu efeito refrescante, o suor funciona como um meio de excreção. Porções 
pequenas de resíduos nitrogenados e de cloreto de sódio saem do corpo pelo suor.
1.4.5.4 Sansação 
 Devido a presença de terminações nervosas e receptores especializados, a pele 
guarnece o corpo com muitas informações do meio externo. Alterações da temperatura, u 
m toque suave e rápido ou não, pressão, e um trauma doloroso estimulam os receptores 
tegumentares. Estes receptores, alertam o sistema nervoso central sobre o ocorrido e, 
assim, possibilita que seja deflagrada uma ação apropriada. Esta ação pode ser simples e 
automática, como retirar a mão do fogo, ou pode requerer um ato mais complicado, como 
decidir que tipo de agasalho dever ser usado.
1.4.5.5 Produção de Vitamina D 
 A pele também participa da produção de vitamina D. Na presença de luz solar ou de 
radiação ultravioleta, um dos esteroides (7-deidrocolesterol) encontrados na pele é alterado 
de tal maneira que fora a vitamina D3 (colecalciferol). Depois de ser metabolicamente 
transformada, a vitamina D3 participa da absorção de cálcio e de fosfato de origem 
alimentar, A vitamina D3 é ainda importante na manutenção do nível ótimo de cálcio e 
de fosfato no corpo, facilitando assim, o crescimento normal dos ossos e seu reparo pós 
fratura.
1.5 APARELHO LOCOMOTOR 
 O aparelho locomotor é formado por um conjunto de todas as estruturas envolvidas 
na locomoção humana. Por questão prática, formam o aparelho locomotor o sistema 
esquelético e o sistema muscular e, por esta razão, muitos autores consideram sistema 
musculoesquelético.
22
 Por uma questão funcional, não concordamos em unir os nomes dos dois sistemas 
pois, “musculoesquelético” pode dar a ideia de estarmos falando apenas de músculos que 
envolvem o esqueleto. Na verdade, se pensarmos apenas na locomoção humana de per 
si, poderíamos pensar apenas nos músculos esqueléticos realmente, porém, o conceito de 
locomoção que trazemos nesta unidade vai muito além dos movimentos corporais como 
o aluno poderia pensar inicialmente. Pensamos também no movimento do sangue dentro 
dos vasos sanguíneos, nas contrações rítmicas do coração, nos movimentos durante a 
respiração, no trânsito intestinal ou mesmo na ejeção das substâncias químicas produzidas 
pelas glândulas. Tudo isto é movimento e, como tal, é determinado por tipos diferentes de 
músculos que veremos a seguir. Antes, porém, estudamos o sistema esquelético.
1.6 SISTEMA ESQUELÉTICO 
 Sistema esquelético é a união dos diversos tipos de esqueleto, ou seja, é o conjunto 
de ossos, cartilagens que se interligam para formar o arcabouço do corpo humano e 
desempenhar suas funções (Fig. 11). 
 O esqueleto divide-se em dois tipos: esqueleto axial (eixo do corpo, parte central) 
e esqueleto apendicular (membros). O esqueleto axial é formado pelos seguintes ossos: 
ossos da cabeça, ossos da caixa torácica, ossos da coluna vertebral. O esqueleto apendicular 
é formado pelos ossos dos membros superiores e inferiores. 
 Articulando os dois tipos de 
esqueleto existem os ossos de transição 
(escápula, clavícula e ilíaco). Esses ossos 
permitem a articulação do esqueleto 
apendicular no esqueleto axial da seguinte 
forma: o úmero, osso do braço, se articula 
com a escápula que, por sua vez se articula 
com a clavícula; e o fêmur, osso da coxa, 
se articula com o ilíaco. A articulação 
entre os esqueletos apendicular e axial 
forma duas cinturas anatômicas que são 
representadas por linhas imaginárias que 
circundam as articulações. A primeira 
cintura é chamada de cintura escapular 
e é formada por uma linha imaginária 
que circunda os dois ombros. É formada 
pelos ossos escápula, clavícula e úmero 
direitos juntamente com a escápula, 
 Figura 12- . Esqueleto humano
Fonte: LIPPINCOTT, WILLIAMS & WILKINS, 2003
clavícula e úmero esquerdos. A segunda cintura é a cintura pélvica que é formada por 
uma linha imaginária que circunda os dois quadris. É formada pelos ossos fêmur e ilíaco 
direitos juntamente com o fêmur e ilíaco esquerdos. O termo cintura vem de círculo ou 
circunferência, por isso a linha imaginária “dá” a volta ao redor dos dois ombros e dos dois 
quadris.
23
1.6.1 Funções do esqueleto 
 O esqueleto humano desempenha várias funções como suporte, movimento, 
proteção, estoque ou reserva de minerais e participa da hematopoiese. 
 O esqueleto atua como arcabouço do corpo, dando suporte aos tecidos moles e 
provendo pontos de fixação para a maioria dos músculos do corpo humano.
 Pelo fato de muitos músculos estarem fixados ao esqueleto, e muitos ossos estarem 
organizados, agrupados, articulados em articulações móveis, o esqueleto desempenha um 
papel importante na determinação do tipo e extensão do movimento corporal.
O esqueleto protege de lesões muitos dos órgãos vitais internos pois os envolve. É fácil en-
tender quando percebemos que o encéfalo está localizado no interior da cavidade craniana, 
protegido por todos os ossos que formam o crânio, da mesma forma, ao analisarmos as es-
truturas da caixa torácica veremos que a proteção maior do coração, pulmões, vasos impor-
tantes se dá pelos ossos, o mesmo acontece com as estruturas nobres da cavidade pélvica.
FIQUE ATENTO
 O esqueleto é fonte de reserva de minerais. Cálcio, fósforo, sódio, potássio entre 
outros, estão estocados, armazenados nos ossos. Estes minerais podem ser mobilizados e 
distribuídos pelo corpo por meio do sistema circulatório de acordo com a necessidade de 
cada região.
 Após o nascimento, a medula óssea vermelha de certos ossos produz células 
sanguíneas.
1.6.2 Osso 
 A unidade funcional do esqueleto é o osso que é formado por tecido conjuntivo. 
É esbranquiçado, duro complexo e dinâmico, que está em constante atividade. Sua 
principal característica é a mineralização de sua matriz óssea que é formada também de 
fibras colágenas e proteoglicanas. No osso existem três tipos de células: osteócito (célula 
madura, derivada do osteoblasto, célula óssea propriamente dita); osteoblasto (célula 
jovem responsável pela síntese dos componentes orgânicos da matriz óssea, colágeno, 
proteoglicanas, glicoproteínas e, por isso, está relacionada com a formação óssea) e 
osteoclasto (célula grande, polinucleada, responsável pela absorção da matriz óssea e de 
células velhas do osso.
 O indivíduo adulto possui 206 ossos. Esse número pode variar levando-se em conta 
algumas situações: (1) fator etário – no nascimento, vários ossos são divididos para auxiliar 
no momento do parto, permitir o crescimento de estruturas que eles protegem ou permitir 
o desenvolvimento e crescimento da região onde estão; (2) fator individual – em algumas 
pessoas, por característica hereditária podem existir ossos extranumerários como é o caso 
do osso occipital que na verdade é osso único, ímpar, na grande maioria das pessoas, mas 
em algumas, esse osso apresenta uma protuberância que é, na verdade, outro osso.
 Os ossos possuem camadas. A camada externa do osso é o periósteoque é uma 
dupla camada de tecido conjuntivo fibroso. A camada externa do periósteo é vascularizada 
24
e inervada, a camada interna do periósteo 
está fixada ao osso por feixes colágenos, 
fibras perfurantes do osso ou Fibras 
de Sharpey. A outra camada do osso é 
o endósteo que é formado por tecido 
conjuntivo frouxo e reveste o interior da 
cavidade medular do osso (Fig. 12).
Figura 13 – Camadas do osso
Fonte: Adaptado de Vanputte, Regan e Russo (2016)
 Os ossos possuem uma parte compacta e outra esponjosa. Em uma análise 
microscópica do osso percebemos que o osso compacto é visto como sendo formado por 
muitos sistemas organizados de canais interconectados. A unidade do osso compacto 
é o sistema haversiano ou osteônio. Cada sistema haversiano tem um canal central 
(canal central do osteônio ou Canal de Havers) que é rodeado por lamelas ou camadas 
concentricamente arranjadas de osso. 
 Pelo fato dos osteônios estarem paralelos ao longo do eixo do osso, os canais aparecem 
em secção longitudinal como longos tubos. Esta posição do sistema haversiano dá ao 
osso, capacidade de resistir a forças compressivas. Cavidades pequenas, lacunas, estão 
localizadas entre lamelas adjacentes num osteônio. Cada lacuna contém um osteócito. 
Todas as lacunas estão interconectadas por finíssimos canalículos. Os osteócitos têm 
pequenos processos protoplasmáticos nas suas superfícies que entram nos canalículos e 
conectam com os processos celulares dos osteócitos localizados em lacunas adjacentes. No 
ponto de contato, dentro dos canalículos, os processos celulares dos osteócitos adjacentes 
são mantidos unidos por junções comunicantes que tornam possível a rápida passagem 
de nutrientes e resíduos de um para o outro.
 Cada canal central do osteônio (canal haversiano) contém pelo menos um capilar 
sanguíneo, que proporciona uma fonte de nutrientes e um meio de eliminação de resíduos 
dos osteócitos que estão alojados nas lacunas. Os nutrientes e resíduos somente podem 
se difundir a curta distância através do tecido fluido das lacunas e canalículos, seja para 
entrar ou sair do canal haversiano. Após entrar no osteócito, os nutrientes provenientes 
dos vasos sanguíneos são distribuídos para osteócitos adjacentes por meio dos processos 
citoplasmáticos dentro dos canalículos.
 Os vasos sanguíneos que alcançam os canais são provenientes de vasos maiores que 
se encontram localizados ou na superfície do osso (camada vascular do periósteo) ou na 
cavidade medular. Os vasos sanguíneos, bem como os vasos linfáticos e nervos, entram 
e saem da cavidade medular por meio dos canais nutrícios que perfuram o osso desde 
a superfície e se comunicam com a cavidade medular. Os vasos sanguíneos de ambas 
as fontes alcançam os canais centrais dos osteônio através dos canais perfurantes ou 
Canais de Volkmann que correm perpendicularmente aos canais centrais dos osteônios. 
Na superfície externa do osso, logo por baixo do periósteo, são encontradas várias lamelas 
circunferenciais, que acompanham a circunferência da diáfise, como que rodeando à 
distância um canal haversiano (Fig. 13).
O osso esponjoso é organizado de forma diferente do osso compacto. Embora os 
25
osteócitos estejam alojados em lacunas 
e estas se comuniquem através dos 
canalículos, como no osso compacto, as 
lamelas não estão arranjadas em camadas 
concêntricas. As lamelas estão distribuídas 
em várias direções que correspondem 
às linhas de máxima pressão ou tensão. 
Os capilares sanguíneos alcançam a 
vizinhança dos osteócitos passando nos 
espaços da medula óssea entre as placas 
de osso formadas pelas lamelas.
Figura 14 – Visão interna do osso
Fonte: LIPPINCOTT, WILLIAMS & WILKINS, 2003
1.6.2.1 Composição do osso 
 A substância intercelular ou matriz do osso é formada por dois componentes 
principais: arcabouço orgânico e sais inorgânicos. O arcabouço orgânico é formado por 
fibras colágenas semelhantes às encontradas nos demais tecidos conjuntivos. Cálcio e 
fosfato são, em grande maioria, os sais inorgânicos do osso.
 As fibras colágenas conferem ao osso grande força de tensão, fazendo com que 
ele tenha resistência ao alongamento e à torção. Os sais permitem ao osso resistir à 
compressão. Esta combinação de fibras e sais confere ao osso extraordinária força sem 
torná-lo quebradiço. O mesmo princípio é usado para reforçar o concreto, onde cabos de 
aço conferem a força de tensão, e o cimento, areia e brita fornecem a força de compressão.
1.6.2.2 Tipos de ossos
 Existem vários tipos de ossos: longos; curtos; laminar, chatos ou planos; alongados; 
pneumáticos; sesamóides e irregulares. 
Os ossos longos são aqueles que apresentam o comprimento maior do que sua largura. 
Os exemplos clássicos de ossos longos são: úmero, rádio, ulna, fêmur, tíbia, fíbula, falanges. 
Reparem que osso longo não é necessariamente osso 
comprido ou grande. Se compararmos o fêmur (maior 
osso do corpo humano) com a falange proximal do 
dedo indicador (segundo dedo da mão) perceberemos 
facilmente uma diferença descomunal no tamanho, 
porém, os dois ossos são longos pois o comprimento 
deles é maior do que a largura.
 O osso longo se divide em três partes: duas 
extremidades que são as epífises proximal e distal e a 
diáfise entre elas (Fig. 14). Esta divisão não é meramente 
didática e sim anatômica e funcional. Entre a diáfise 
e as epífises (proximal e distal) existem uma região 
chamada fise óssea ou zona (área) de crescimento do 
osso. Nestas regiões existem cartilagens epifisárias 
que permitirão, em um processo de ossificação, o 
crescimento do osso. A diáfise é o “corpo” do osso. No 
Figura 15 – Divisão do osso longo
Fonte: Adaptado de Martini, Timmons
 e Tallitsch (2009)
26
 Os ossos curtos são ossos pequenos que não possuem diferenças marcantes entre 
suas dimensões. Os ossos do carpo e alguns ossos do tarso são exemplos de ossos curtos.
Os ossos laminares também chamados planos ou chatos ou ainda achatados, apresentam 
comprimento e largura equivalentes predominando sobre a espessura. Esses ossos são 
finos e um pouco curvos. Os exemplos clássicos desses ossos são ossos do crânio, escápula, 
ilíaco, etc.
 Os ossos alongados são curvos, achatados, longos, mas que não possuem canal 
central, ou seja, não são tubulares como os ossos longos tradicionais. O exemplo deste tipo 
de osso é a costela.
 Osso pneumático é osso que possui, em seu interior, cavidades preenchidas por ar. A 
palavra pneu significa “ar”, logo, osso pneumático é aquele osso que possui ar dentro dele. 
Embora a definição deste tipo de osso possa dar idéia de osso “oco”, frágil, é justamente 
o contrário. Esses ossos são muito resistentes, são fortes e suportam traumas que por sua 
aparente fragilidade não suportariam. As cavidades destes ossos são preenchidas por ar, 
em uma pressão absoluta, para conferir uma maior resistência àquela porção do osso. 
Essas cavidades formam os “sinus” ou seios da face. Os ossos que são exemplos deste tipo 
são: frontal, maxilar, etimóide, esfenoide, temporal.
 Os ossos sesamóides são ossos que estão localizados entre tendões, membranas, 
cápsulas. Os ossos sesamóides que estão localizados entre tendões são intratendíneos e os 
localizados entre membranas, cápsulas são peri articulares. A patela é um exemplo de osso 
sesamóide.
 Os ossos irregulares são os mais fáceis de todos. São ossos que por sua aparência, 
localização e formato, não se enquadram em nenhuma das outras classificações. São ossos 
que não possuem forma geométrica definida. Temporal, zigomático, calcâneo, vértebras 
são exemplos de ossos irregulares.
 O Quadro 1, apresenta exemplos de todos os tipos de ossos do corpo humano, 
separados em cada tipo e representados nas Figuras 15,16,17,18,19,20,21 
1.6.2.3 Relevos ósseos 
Todo osso possui acidentes anatômicos também conhecidos como relevos ósseos. Esses re-
levos estão presentes de forma mais marcante em muitos ossos. São imperfeiçoes, detalhes 
encontrados na superfície dos ossos. Podem ser protuberância, pontas, depressões, eleva-ções, buracos. Os mais comuns são: superfície articular – extremidade proximal e distal do 
osso que se articula com outro; crista – linha óssea proeminente, aguda; côndilo – proemi-
nência arredondada que se articula com outro osso; epicôndilo – pequena projeção localiza-
da acima ou no côndilo; sulco – vale entre duas projeções ósseas; faceta – superfície articular 
quase achatada, lisa; fissura – passagem estreita como uma fenda; forame – buraco; fossa 
– depressão, frequentemente usada como superfície articular; fóvea – depressão pequena 
geralmente usada como fixação, mais do que articulação; cabeça – geralmente a extremi-
dade maior de um osso longo, frequentemente separada do corpo do osso por um colo es-
treitado; linha – margem óssea suave; meato – canal; processo – proeminência ou projeção; 
espinha – projeção afilada; trocânter – processo globoso grande; tubérculo – nódulo ou pe-
queno processo arredondado; tuberosidade – processo amplo, maior do que um tubérculo.
FIQUE ATENTO
seu interior existe uma cavidade denominada canal medular que abriga a medula óssea. 
Por esta razão os ossos longos também são chamados tubulares. 
27
Figura 16– Osso longo
 Fêmur
Figura 17 – Osso curto
Ossos do carpo
Figura 18 – Osso laminar, plano 
ou chato
Figura 19 – Osso pneumático
Esfenóide
Figura 20 – Osso alongado
Costela
Figura 21 – Osso sesamóide
Patela
Figura 22– Osso irregular
Vértebra
Quadro1 – Exemplos de todos os tipos de ossos do corpo humano
Fonte: HANSEN; LAMBERT, 2007
1.6.2.3.1 Funções dos relevos ósseos
 Os relevos ósseos têm funções variadas. A primeira delas e mais óbvia é servir de 
ponto de articulação com outro osso. Por exemplo: a cabeça do úmero se articula na 
cavidade glenóide da escápula; a cabeça do fêmur se articula na fossa do acetábulo do 
ilíaco. 
 Outra importante função dos relevos ósseos é servir de ponto de fixação de tendões, 
ligamentos, membranas, capsulas. Por exemplo: o ligamento teres major fixa a fóvea da 
cabeça do fêmur no fundo do acetábulo; o tendão patelar é fixado na tuberosidade tibial. 
Servir de ponto de referência para localização de outras estruturas anatômicas também é 
outra função do relevo ósseo. Por exemplo: para localizar a artéria radial palpa-se primeiro, 
com a polpa digital do segundo e do terceiro dedos, o processo estilóide do rádio. A artéria 
radial é mais facilmente palpável “escorregando” os dedos em direção à região medial do 
antebraço. Ela estará bem em cima da extremidade distal do rádio.
28
 Os relevos ósseos também servem como ponto de passagem de vasos, nervos, 
tendões. Por exemplo: no sulco bicipital “passa” o tendão longo do músculo bíceps braquial; 
pelos forames transversos das vértebras cervicais passa a artéria vertebral.
1.6.3 Localização dos ossos
1.6.3.1 Cabeça 
 Para melhor entendimento dividimos os ossos em ossos do crânio e ossos da face.
1.6.3.1.1 Ossos do crânio
 Frontal : osso ímpar que forma a região ântero superior do crânio. Forma a testa.
 Parietal: osso par; parietal direito e parietal esquerdo. Formam a maior parte da 
abóboda craniana. Os parietais se articulam na linha mediana para formar a sutura sagital.
 Tempora: osso par; temporal direito e temporal esquerdo. Formam juntamente com 
o osso esfenoide a fossa média do crânio. 
 Occipital: osso ímpar, localizado na região posterior da cabeça, mais precisamente 
na porção póstero inferior da abóboda craniana.
 Esfenóide: osso ímpar. Estende-se completamente de um lado ao outro da cabeça. 
Forma o assoalho da fossa média do crânio. Articula-se com o osso temporal e occipital. Vai 
de um lado ao outro.
 Etmóide: osso ímpar. Está situado no meio do assoalho da fossa craniana anterior 
onde forma a maior parte das paredes da porção superior da cavidade nasal. 
 O Quadro 2 mostra os ossos do crânio por meio das Figuras 23 a 28.
Figura 23 – Frontal Figura 24 – Parietal Figura 25 – Temporal
Figura 26 – Occipital Figura 27 – Esfenóide Figura 28 – Etimóide
Quadro 2 – Ossos do crânio
Fonte: HANSEN; LAMBERT, 2007
29
1.6.3.1.2 Ossos da face 
 Frontal: é comum tanto no crânio quanto na face devido seu tamanho e formato.
Maxilar ou maxila : osso par. Formam a porção central do esqueleto facial. Com exceção da 
mandíbula, todos os ossos da face se articulam com o maxilar.
 Zigomático: osso par. São também chamados malar. Articulam-se com o maxilar e o 
temporal para formar a proeminência da face (maçã do rosto). Também se articulam com 
o frontal e com o esfenoide para formar parte do assoalho e da parede lateral da órbita 
ocular.
 Nasal : osso par. São dois ossos pequenos que se encontram na linha mediana da 
face para formar o dorso do nariz.
 Lacrimal : osso par. São ossos delicados e pequenos que ajudam a formar a face 
medial da órbita ocular.
 Mandíbula: osso ímpar. Possui um corpo horizontal com formato de ferradura e dois 
ramos perpendiculares a ele. Se articula como os ossos temporais para formar a articulação 
temporomandibular. Com o movimento dessas articulações (direita e esquerda) falamos, 
mastigamos, etc. 
 Vômer: osso ímpar. É um delgado osso quadrangular que forma a porção póstero 
inferior do septo nasal
 Concha nasal inferior: osso par. Conchas nasais inferiores são alongadas e se projetam 
medialmente das paredes laterais da cavidade nasal. Estão localizadas logo abaixo das 
conchas médias do osso etmoide.
 Palatino: osso par. Tem um formato da letra “L”. Formam a porção posterior do palato 
duro (céu da boca).
 O Quadro 3 mostra os ossos da face por meio das Figuras 29 a 36.
Figura 29 – Maxila Figura 30 – Zigomático Figura 31 – Nasal
Figura 32 – Lacrimal Figura 33 – Mandíbula Figura 34 – Vômer
Figura 35 – Concha nasal 
inferior
Figura 36 – Palatino
Quadro 3 – Ossos da Face Fonte: HANSEN; LAMBERT, 2007
30
1.6.3.1.3 Ossos da audição
 Três minúsculos ossos estão localizados na cavidade da orelha média, cavidade 
timpânica. Os ossículos são pares. Se localizam entre a membrana timpânica e a janela do 
vestíbulo (janela oval), que separa a orelha média da orelha interna. O martelo está fixado 
na face interna do tímpano. A bigorna se articula em sua porção anterior com o martelo e 
em sua porção posterior com o estribo. O estribo prende-se na janela oval.
 Quando o som entra pelo conduto auditivo externo (orelha externa) faz vibrar o 
tímpano. Como o martelo está aderido ao tímpano, movimenta-se chocando contra a 
bigorna que por sua vez faz o estribo movimentar e estimular as estruturas da janela oval. 
A energia mecânica proveniente do som, ao chegar na cóclea é transformada em energia 
elétrica e daí segue até o centro responsável pela audição.
 O Quadro 4 apresenta os ossículos por meio das Figuras 37 ,38 e 39.
Figura 37 – Martelo Figura 38- Bigorna Figura 39 Estribo 
Quadro 4 - Ossículos
Fonte: LIPPINCOTT, WILLIAMS & WILKINS
1.6.3.1.4 Hióide
 O osso hióide (Fig. 40) merece 
destaque por ser um osso que não se 
articula com nenhum outro. É osso ímpar. 
Tem formato da letra “U” e está suspenso 
por ligamentos no processo estiloides dos 
ossos temporais. Está localizado logo acima 
da laringe. Serve como ponto de fixação 
dos músculos da língua e da faringe.
Figura 40 – Osso hióide
Fonte: Adaptado de Martini, Timmons e Tallitsch (2009) e Moore, Dalley e Agur (2014)
1.6.3.2 Coluna vertebral 
 A coluna vertebral é formada por ossos que estão posicionados em sequência. Ela 
é dividida em cinco regiões que são formadas por ossos que guardam características 
físicas idênticas entre eles. Seus ossos recebem o nome genérico de vértebras e somente 
a primeira e a segunda vértebras cervicais têm nomes especiais, porém, ainda são mais 
conhecidos pelo nome genérico. A primeira vértebra cervical chama-se Atlas e a segunda 
Axis (Fig. 41). A Áxis possui um relevo ósseo conhecido por dente ou processo odontóide 
que se articula com o Atlas. A primeira vértebra, Atlas, tem esse nome em alusão a um deus 
grego (mitologia grega) que era representadopela figura de um homem que sustentava 
31
o planeta Terra com as mãos e a 
nuca. Assim, o Atlas é representado 
pelo processo odontóide do Axis 
(cabeça do deus Atlas), suas mãos 
são as facetas articulares para o 
osso occipital e o planeta Terra é a 
cabeça.
Figura 41 – Atlas e Axis (Primeira e segunda vértebras da coluna cervical)
Fonte: Adaptado de Martini, Timmons e Tallitsch (2009)
 A coluna vertebral é dividida em cinco regiões que são: 
coluna cervical (7 vértebras), coluna torácica ou dorsal (12 
vértebras), coluna lombar (5 vértebras), sacro (5 vértebras) e 
cóccix (4 vértebras) (Fig. 42).
 As vértebras (nome genérico) são também conhecidos 
de forma técnica e didática da seguinte forma: letra inicial 
maiúscula da região da coluna onde se encontra seguido do 
número que corresponde a posição que a mesma ocupa nessa 
região. Assim, como a coluna cervical possui 7 vértebras, elas 
são conhecidas como C1, C2, C3, C4, C5, C6, e C7. A posição das 
vértebras é sempre de proximal para distal, ou seja, de cranial 
para caudal. Desta forma, as vértebras C1 e C2 são o Atlas e o 
Axis, respectivamente.
 A coluna torácica ou dorsal tem suas 12 vértebras 
conhecidas pela inicial “T” (torácica) ou “D” (dorsal) seguida do 
número que identifica a posição delas na região. Dessa forma 
elas são T1, T2, T3 até T12 ou D1, D2, D3 até D12. A vértebra T1 se 
articula com a vértebra C7 e a vértebra T12 se articula com a L1, 
ou seja, a primeira vértebra da coluna torácica (T1) se articula 
com a última vértebra da coluna cervical (C7) e a última 
vértebra da coluna torácica (T12) se articula com a primeira 
Figura 42 – Divisão da coluna 
vertebral
Fonte: : Adaptado de Martini,
 Timmons e Tallitsch (2009)vértebra lombar (L1).
 A coluna lombar é formada por cinco vértebras assim conhecidas: L1, L2, L3, L4, L5. Da 
mesma forma obedece ao mesmo sentido de proximal para distal.
 O sacro é formado por cinco vértebras que se fundiram formando um osso, mas é 
possível identificar cada uma. S1, S2, S3, S4, S5 são os nomes de suas vértebras.
 O cóccix é a última região da coluna vertebral. É formado por quatro vértebras que 
se fundiram em um único osso, mas, a exemplo do sacro, é possível identificar cada uma. 
Para diferenciar das vértebras cervicais que também iniciam com a letra C, as vértebras do 
cóccix são conhecidas pelas letras “Ccx”. Assim, fica: Ccx1, Ccx2, Ccx3, Ccx4.
 Na maioria dos espaços entre as vértebras existe uma estrutura localizada e apoiada 
no corpo da vértebra que tem função de amortecer os impactos sofridos. Esta estrutura, 
chamada de disco intervertebral, é formada por um tecido conjuntivo envolto por fibras 
de colágeno (Fig. 43). No seu interior existem anéis fibrosos e um núcleo pulposo, de 
consistência gelationosa, localizado na região central. Nem todos os espaços entre as 
vértebras existem disco intervertebral. Entre a primeira e a segunda vértebra cervicais (C1-
C2), entre as vértebras do sacro, entre a quinta vértebra do sacro e a primeira vértebra do 
cóccix (S5-Ccx1) e entre as vértebras do cóccix não existem disco intervertebral.
32
Figura 43 – Anatomia do disco intervertebral
Fonte: MOORE, 2014
 Ao contrário do que muitos 
possam pensar, a coluna vertebral não 
é reta. Ao analisar a coluna vertebral de 
frente ou de costas (visão anterior ou 
posterior) podemos ter essa errônea 
impressão, mas ao analisar a coluna 
vertebral de lado constatamos como 
são suas curvaturas.
 Suas curvaturas normais, 
fisiológicas estão localizadas nas 
regiões da coluna vertebral de forma 
intercalada. A coluna cervical possui 
a curvatura lordose da mesma forma que a coluna lombar. A coluna torácica possui a 
curvatura normal chamada cifose da mesma forma que o sacro e o cóccix.
 Portanto, lordose e cifose são nomes de curvaturas normais da coluna vertebral. O 
que é anormal é o aumento da curvatura (hiperlordose ou hipercifose) ou a diminuição da 
curvatura (hipolordose ou hipocifose).
1.6.3.3 Caixa Torácica
 A caixa torácica é formada pelos seguintes ossos: esterno, costelas, clavícula, escápulas, 
vértebras torácicas (Fig. 44).
 O osso esterno é um osso achatado 
e alongado. Está localizado ao centro 
do tórax. É composto de três partes: 
manúbrio, corpo e processo ou apêndice 
xifoide. A porção superior do manúbrio 
se articula com a extremidade esternal 
das duas clavículas. Suas margens laterais 
articulam-se com as cartilagens costais 
da primeira e da segunda costelas. O 
corpo do esterno articula-se nas suas 
margens laterais com com as cartilagens 
costais da segunda costela (que também 
Figura 44- Caixa Torácica, visão anterior e posterior
Fonte: NETTER, 2000.
compartilham com o manúbrio) até a sétima costela. O processo xifoide não se articula 
com nenhuma costela. Ele serve de ponto de fixação de diversos ligamentos e músculos, 
incluindo o músculo reto do abdome. 
 Uma curiosidade sobre o osso esterno é a forma como é escrito. A segunda letra 
deste osso é “S” e não “X”. Externo significa lado de fora e não o nome do osso que, por sua 
vez, é “esterno” (Fig. 45).
 As costelas são 12 pares totalizando 24. Os primeiros sete pares articulam-se 
posteriormente com as vértebras torácicas e anteriormente com o osso esterno por meio 
das cartilagens costais. Estas são as costelas verdadeiras ou costelas vertebroesternais. Os 
outros cinco pares são chamadas de costelas falsas. 
 Os primeiros três pares de costelas falsas (oitava, nona e décima) têm suas cartilagens 
costais fixadas na cartilagem costal acima delas, são as costelas vertebrocondrais. As 
33
cartilagens costais da décima primeira e da décima segunda constelas são curtas e não se 
articulam com o osso esterno ou com outra cartilagem costal, são as costelas flutuantes ou 
costelas vertebrais.
Figura 45- Osso esterno
Fonte: NETTER, 2000.
Figura 46- Costelas
Fonte: MOORE, 2014
Figura 48- Escápula
Fonte: NETTER, 2000
 Assim, os 12 pares de costelas são distribuídas: sete 
pares de costelas verdadeiras ou vertebroesternais, cinco 
pares de costelas falsas, das quais, três pares são costelas 
vertebrocondrais e duas são costelas flutuantes ou costelas 
vertebrais (Fig 46). As cartilagens costais são formadas de 
cartilagem hialina. Dão resistência ao tórax, servindo de 
fixação anterior para a maioria das costelas. Ao mesmo 
tempo, pelo fato de serem cartilagens, conferem flexibilidade 
à caixa torácica para se expandir durante a inspiração e 
retrair durante a expiração.
 As clavículas são ossos pares, tem a forma de um “S”. 
Possui duas extremidades: uma esternal que se articula 
com o manúbrio do esterno e uma acromial que se articula 
com o acrômio da escápula (Fig. 47).
 As escápulas são ossos pares, em formato triangular 
(Fig. 48). São delgado e achatado. Encontram-se sobre a 
face posterior das costelas, da segunda à sétima. A margem 
superior forma a base do triângulo com uma margem 
medial (vertebral) e uma lateral (axilar). Sua extremidade 
distal é o vértice do triângulo. Chama-se ângulo inferior da 
escápula. O ângulo lateral forma a cavidade glenóide que se 
articula com o úmero.
Figura 47- Clavícula
Fonte: NETTER, 2000.
 Os membros superiores são divididos em três partes 
(Fig. 49). Sua região proximal é chamada braço e tem um 
osso único chamado úmero. O úmero articula-se, em sua 
região proximal, com a escápula e na sua região distal com a 
ulna e o rádio formando o cotovelo.
A porção mediana do membro superior é o antebraço. Esta 
região possui dois ossos: rádio e ulna. A ulna e o rádio se 
articulam com o úmero em suas regiões proximais e com a 
primeira fileira do carpo em suas regiões distais.
 Os dois ossos do antebraço, na posição anatômica, estão paralelos. A ulna está 
localizada na região medial do antebraço e o rádio na região lateral. Na sua extremidade 
proximal, a ulna tem dois proeminentes processos: o maior, posterior, chamado olecrano 
e o menor, anterior, chamado processo coronóide. Ela se articula com o úmero por meio 
de seu olecrano que faz um “encaixe” quaseperfeito na fossa do olecrano que é relevo 
34
anatômico da extremidade distal e posterior do úmero.
Entre o rádio e a ulna existe uma membrana fibrosa, muito resistente chamada membrana 
interóssea.
 Em sua extremidade distal, a ulna é fina com 
uma pequena cabeça arredondada chamada processo 
estiloide. O processo estiloide da ulna se articula com 
a primeira fileira do carpo mas tem um espaço maior 
entre eles que permite o movimento de desvio ulnar do 
punho em uma amplitude bem maior do que o desvio 
radial.
 O rádio possui uma extremidade proximal 
pequena e cilíndrica que é a cabeça do rádio. A cabeça 
do rádio articula-se com o capítulo do úmero e com a 
incisura radial da ulna. Devido ao formato da cabeça do 
rádio, durante os movimentos de supinação e pronação, 
ele “gira” sobre a ulna permitindo esses movimentos. 
Na extremidade distal do rádio existe o processo 
estiloide que se articula com a primeira fileira do carpo, 
mas, diferente da ulna, seu processo estiloide é grande 
e resistente e existe espaço bem menor entre ele e a 
primeira fileira do carpo. 
Figura 49 - Ossos do membro superior
Fonte : Drake, Vogl e Mitchell (2015)
 A extremidade distal do membro superior é a mão. A mão divide-se em três partes: 
carpo, metacarpo e falanges. O carpo é a região proximal da mão, formada por oito ossos 
dispostos em duas fileiras de quatro ossos. Os ossos do carpo são: primeira fileira – escafoide, 
semilunar, piramidal e psiforme; segunda fileira – trapézio, trapezoide, capitato e hamato. 
A primeira fileira do carpo se articula com o rádio e a ulna da seguinte forma: o escafoide 
e o semilunar se articulam com o rádio e o piramidal se articula com a ulna. O psiforme 
fica localizado um pouco mais acima. As articulações entre a primeira fileira do carpo e o 
rádio e a ulna formam a articulação do punho. A segunda fileira do carpo se articula com 
os metacarpos (Figura 50).
Figura 50- Ossos do carpo
Fonte: Adaptado de Drake, Vogl e Mitchell (2015)
35
Muitos alunos têm dificuldade de aprender os ossos do carpo. Você pode memorizar, inclu-
sive a posição de cada um, com uma dica simples. Os ossos da primeira fileira vamos gravar 
apenas as duas primeiras letras de cada nome: ES, SE, PI, PI. Os ossos da segunda fileira va-
mos, memorizar as três primeiras letras: TRA, TRA, CA, HA. Fica mais fácil assim. Dá até para 
cantar. A primeira fileira é ES, SE, PI, PI e a segunda é TRA, TRA, CA, HA 
FIQUE ATENTO
 Existem cinco metacarpos que recebem o nome da posição que ocupam: primeiro, 
segundo, terceiro, quarto e quinto metacarpos. O primeiro metacarpo é o que está do 
mesmo lado do polegar que é o primeiro dedo da mão. Os metacarpos se articulam em 
sua região proximal com a segunda fileira do carpo e em sua região distal com as falanges 
proximais.
O primeiro dedo, o polegar, é o dedo mais importante da mão. Este dedo é o único capaz 
de fazer o movimento de oponência que consiste em fazê-lo tocar o quinto dedo. O polegar 
possui duas falanges: uma proximal e outra distal. Os outros dedos da mão possuem três 
falanges cada que são falange proximal, falange medial e falange distal. O termo “falange 
medial” se refere à falange que está entre outras duas e, aqui, “medial” não se refere à linha 
média (Fig. 51 ).
FIQUE ATENTO
Em resumo, o membro superior possui 30 ossos 
assim distribuídos: braço – um, antebraço – dois; 
mão 27 (carpo – oito, metacarpo – cinco e falanges 
– 14).
Figura 51: Falanges das mãos
Fonte: Adaptado de Drake, Vogl e Mitchell (2015)
36
1.6.3.4 Membro inferior 
 Os membros inferiores são divididos em coxa, perna e pé (Figura 52). Sua região 
proximal, a coxa, possui um único osso chamado fêmur. O fêmur é o maior osso existente 
no corpo humano. Articula-se, em sua extremidade proximal, com o ilíaco para formar a 
articulação do quadril e em sua região distal com a patela e a tíbia. 
 A cabeça do fêmur é a sua epífise proximal esférica que é voltada para a região 
medial para se articular na fossa do acetábulo do ilíaco. No ponto mais alto da cabeça do 
fêmur existe uma depressão chamada fóvea da cabeça do fêmur de onde o ligamento 
teres major emerge para “prendê-la” no fundo do acetábulo. 
 Abaixo da cabeça do fêmur existe uma região estreitada chamada colo do fêmur. No 
ponto onde o colo do fêmur “encontra” com o corpo do osso há dois processos: um grande 
chamado trocânter maior e um pequeno, trocânter menor. 
 Na extremidade distal do fêmur existem relevos alargados que são os côndilos lateral 
(mais distante da linha média) e o medial (mais próximo da linha média). Os côndilos do 
fêmur se articulam com a tíbia. Na região ântero inferior entre os côndilos há um ponto 
liso (face patelar) onde a patela se articula na extensão do joelho. Na região póstero inferior 
há uma fossa profunda chamada fossa intercondiliana ou intercondilar (que está entre os 
côndilos). 
 A perna possui três ossos: patela, tíbia e fíbula. A patela é um osso sesamóide e está 
localizado, na verdade, entre a coxa e a perna. Tíbia e fíbula são os ossos próprios da perna. 
A tíbia é um osso longo, robusto e está localizado na região ântero medial da perna e a 
fíbula é osso longo, porém fino e está localizado na região lateral da perna. 
 A tíbia suporta o peso corporal 
que é transmitido a ela pelo fêmur. Sua 
extremidade proximal é alargada em 
côndilos lateral e medial. As superfícies 
superiores dos côndilos são achatadas e 
irregulares em sua região central. Essa 
região é conhecida como Plateau (ou platô) 
tibial. Ela se articula com a extremidade 
distal dos côndilos do fêmur. Sobre as 
bordas do plateau tibial estão localizados os 
meniscos que servem como uma espécie 
de amortecedor para os impactos sofridos 
pelo joelho. Na região anterior, um pouco 
abaixo da extremidade proximal existe uma 
tuberosidade chamada tuberosidade tibial 
ou tuberosidade da tíbia onde o tendão 
patelar se insere. O tendão patelar é prolongamento do tendão do quadríceps que é um 
grupamento muscular da região anterior da coxa. Ainda na região anterior, em uma área 
conhecida popularmente por “canela”, existe uma margem que se estende por quase todo 
o corpo do osso. Esta região é chamada de crista ou espinha da tíbia. Na extremidade distal 
da tíbia existe o maléolo medial ou maléolo da tíbia. A face distal da tíbia é achatada par se 
articular como o tálus (primeiro osso do tarso).
 A fíbula é osso fino localizado na região lateral da perna. Sua extremidade proximal, 
Figura 52 -Ossos do Membro Inferior (a) e do pé (b)
Fonte: Adaptado de Drake, Vogl e Mitchell (2015)
37
cabeça, se articula com o côndilo lateral da tíbia. Em sua extremidade distal, existe o maléolo 
lateral ou maléolo da fíbula que se articula com a extremidade distal da tíbia e com o tálus. 
Os maléolos medial (tíbia) e lateral (fíbula) e a face distal da tíbia se articulam com o tálus 
e formam a articulação tíbio társica ou talocrural (tornozelo).
 Embora seja muito fino, a fíbula tem papel fundamental. Serve como ponto de 
ancoragem do ligamento colateral lateral do joelho, fixação de tendões de músculos e 
forma a articulação do tornozelo juntamente com a tíbia e o tálus. Entre a tíbia e a fíbula 
existe uma membrana fibrosa, densa, muito resistente, chamada membrana interóssea.
 A extremidade distal do membro inferior é o pé. O pé é dividido em três partes: tarso, 
metatarso e falanges. O tarso é uma região formado por sete ossos. O primeiro osso do 
tarso chama-se tálus. Articula-se em sua região proximal com a tíbia e a fíbula e, em sua 
região distal com o calcâneo (segundo osso do tarso).
 O calcâneo forma o proeminente osso do calcanhar. Ele se articula com o navicular 
e com o cubóideo. O osso navicular está localizado na região medial, enquanto o cubóideo 
está localizado na região lateral. O navicular se articula com os três cuneiformes e o cubóideo 
com o quinto metatarso.
 Os três ossos cuneiformes (em forma de cone) são cuneiforme medial (mais próximo 
da linha média), cuneiforme intermédio(entre os outros dois) e cuneiforme lateral (mais 
distante da linha média). Assim, os ossos do tarso são sete: tálus, calcâneo, navicular, 
cubóideo, cuneiforme medial, cuneiforme intermédio e cuneiforme lateral.
 Os metatarsos são em número de cinco. Recebem o nome da posição que se 
encontram: primeiro, segundo, terceiro, quarto e quinto metatarsos. O primeiro metatarso 
é o osso que está do mesmo lado que o hállux (primeiro dedo do pé).
1.6.3.4.1 Cingulos 
 O corpo humano possui dois cíngulos ou cinturas que são as cinturas escapular e 
pélvica. A cintura escapular está localizada na região superior do tórax. É formada pelos 
ossos clavícula, escápula e úmero. A cintura é uma linha imaginária que interliga as duas 
articulações dos ombros. 
 A cintura pélvica é formada pelos ossos fémur, ilíaco e sacro. Assim como a cintura 
escapular, a cintura pélvica é uma linha imaginária que interliga as articulações dos quadris.
 Os humanos, devido sua condição bípede e postura ereta, adotam padrões de 
marcha que são facilitados e melhorados pelas cinturas. Durante a marcha, exercemos 
o que chamamos de dissociação das cinturas. A cintura escapular gira para um lado 
enquanto que a cintura pélvica gira para o outro. Assim, quando o membro inferior 
direito é posicionado a frente do corpo, o membro superior esquerdo o “acompanha” em 
movimento coordenado e, quando o membro inferior esquerdo é posicionado a frente o 
membro superior direito é quem faz o mesmo movimento. O ato de balançar os braços 
de forma rítmica e coordenada com os membros inferiores permite ao ser humano uma 
marcha mais eficiente com mais desenvoltura e independência.
38
Figura 53 - Cintura Escapular
Fonte: Adaptado de Netter (2014)
Figura 54- Cintura Pélvica
Disponível em: https://bit.ly/3y0ATlF . Acesso em: 12 maio 2020.
1.7 SISTEMA MUSCULAR 
 O Sistema muscular é o conjunto de órgãos denominados músculos dotados 
da capacidade de diminuir o seu comprimento (contração) e retornar à posição inicial 
(relaxamento). Os músculos determinam toda a dinâmica do corpo humano, desde o 
deslocamento dos ossos até o trânsito intestinal.
 Kura e Spassim (2013) definiram o sistema muscular como um conjunto constituídos 
por três tipos de tecidos musculares que formam os músculos esqueléticos, liso e cardíaco. 
Anatomicamente, os músculos são definidos como estruturas que apresentam capacidade 
de se contrair quando estimulados. O termo miologia (mio = músculo; logia = estudo) é 
utilizado para definir o estudo dos músculos. 
 A função dos músculos é dependente de sua localização. A ação muscular é o 
resultado da ação das células musculares individuais e no conjunto com outras. As células 
musculares são as que melhor exibem a propriedade da contratilidade. Como resultado, 
as células musculares são importantes em atividades tais como movimento de várias 
partes do corpo, propulsão de materiais através do corpo e a expulsão de resíduos. Além 
disto, a contração dos músculos produz calor que pode ser usado para a manutenção da 
temperatura corporal. 
O tecido muscular constitui cerca da metade do peso total do corpo humano e, por causa 
de suas muitas funções, contribui para a manutenção da homeostase.
FIQUE ATENTO
 O corpo humano é dotado de três tipos de músculos: músculo estriado esquelético, 
músculo estriado cardíaco e músculo liso.
https://bit.ly/3y0ATlF 
39
1.7.1 Músculo Estriado Esquelético 
 Os músculos estriados esqueléticos encontram-se revestindo o esqueleto. São de 
contração voluntária, ou seja, estão sob o controle consciente do indivíduo. Entretanto, sob 
diversas condições, as contrações desses músculos não requerem um propósito consciente. 
Por exemplo, uma pessoa usualmente não tem que pensar na contração dos músculos 
envolvidos na manutenção da postura. De qualquer forma, a ação melhor entendida para 
esse tipo de músculo é, de fato a voluntária; se o indivíduo quiser andar, seus músculos 
contrairão de forma a permitir todo o complexo movimento da marcha. 
 Nas diversas situações do dia a dia, é pouco provável ou mesmo quase impossível 
que apenas um único músculo estriado esquelético seja “recrutado” para desenvolver um 
movimento. O movimento corporal, por mais simples que seja até os mais complexos é um 
somatório de ações de vários músculos esqueléticos, ao mesmo tempo.
 Macroscopicamente o músculo estriado esquelético possui elementos distintos e 
facilmente identificados. O músculo é formado por uma parte central vermelha chamada 
de ventre muscular, que está posicionada entre dois ou mais tendões que são estruturas 
esbranquiçadas que fixam o músculo ao osso. O ventre muscular é a parte contrátil e o 
tendão é a parte que tem elasticidade baixa e uma resistência muito alta.
A fixação do músculo ao osso é feita pelas suas extremidades por meio dos tendões de 
origem e de inserção. O tendão de origem estará fixando o músculo ao osso em sua parte 
inicial, ou seja, que não apresentará movimento, já o tendão de inserção estará fixando o 
músculo ao osso, em sua parte final. A contração muscular é a aproximação do ponto de 
inserção ao ponto de origem. Logo, o tendão de inserção fixa o músculo no osso que está 
no segmento que será movimentado em função da contração daquele músculo. Assim, 
quando um músculo estriado esquelético se contrai ele se encurta e “puxa” seu ponto de 
inserção, promovendo o movimento.
FIQUE ATENTO
 Cada músculo estriado esquelético 
é composto de numerosas células 
musculares individuais, chamadas fibras 
musculares. As fibras musculares estão 
mantidas unidas por delgadas bainhas de 
membranas de tecido conjuntivo chamada 
fáscias. Epimísio é a fáscia que envolve 
o músculo. A fáscia também penetra o 
músculo, separando as fibras musculares 
em feixes chamados fascículos. Esta fáscia 
é o perimísio. Extensões muito delgadas da 
fáscia, chamadas de endomísio, envolvem 
Figura 55: Estrutura de um músculo esquelético
Fonte: NETTER (2000)
a membrana celular de cada fibra muscular (Figura 55). Os vasos sanguíneos e os nervos 
passam no músculo com as bainhas de fáscia para alcançar cada célula muscular.
40
1.7.1.1 Anatomia microscópica do músculo estriado esquelético 
 Quando observados ao microscópio, os músculos esqueléticos possuem bandas 
transversas alternadamente claras e escuras dando-lhes um aspecto de estrias, daí serem 
chamados de estriados. 
 Na análise do músculo esquelético ao microscópio observa-se que as fibras 
musculares têm uma estrutura subcelular regular. As fibras musculares esqueléticas 
são multinucleadas com aproximadamente 10 a 100 micra de diâmetro e com muitos 
centímetros de comprimento. Cada fibra contém desde várias centenas até vários 
milhares de estruturas regularmente dispostas, chamadas de miofibrilas que se estendem 
ao longo do comprimento da célula. Quando as miofibrilas estão aumentadas, parecem 
ser estriadas transversalmente, pela presença de faixas alternadamente claras e escuras. 
As faixas escuras são chamadas anisotrópicas ou Banda A; as faixas claras são chamadas 
isotrópicas ou Banda I. Atravessando o centro tem-se uma densa linha Z que dividem 
as miofibrilas numa série de segmentos repetitivos chamados sarcômeros. No centro do 
sarcômero encontra-se uma região pouco menos densa, referida como Banda H. Uma fina 
e escura Banda M atravessa o centro da Banda H.
 O sarcômero possui dois tipos distintos de miofilamentos posicionados 
longitudinalmente; filamentos grossos e filamentos finos. Tantos os filamentos grossos 
como os delgados são compostos de proteínas. Os filamentos grossos consistem de uma 
proteína chamada miosina. Uma molécula de miosina é formada por duas subunidades 
idênticas. As duas subunidades estão fortemente enroladas uma na outra de tal forma 
que a molécula completa de miosina apresenta duas fileiras de cabeças bulbosas fazendo 
saliência numa extremidade da haste reta. Um filamento grosso contém aproximadamente 
200 moléculas de miosina arranjadas de tal maneira que as hastes das moléculas estão

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