Prévia do material em texto
Filipe Libano – Universidade Nove de Julho 1 Pólipos Os pólipos são situações proliferativas que podem ser causas por diversos fatores. A principal das causas é a inflamação devido as citocinas. • Todos os pólipos benignos medem entre 0,5 e 1,5cm. PÓLIPOS HIPERPLÁSICOS São massas de tecido que salientam a superfície da mucosa. São os pólipos mais comum e acometem pessoas de 50-60 anos. Acontecem de forma esporádica e podem ser únicos ou múltiplos. • Normalmente são maiores que 1,5cm. O pólipo hiperplásica é caracterizado devido a grande quantidade células inflamatórias mononucleadas. • O problemas é que elas produzem uma grande quantidade de fator de crescimento e isso aumenta a replicação das células em um espaço delimitado (FOSSETA). I. Estrutura glandular apresenta aspecto cístico -> A fosseta fica mais dilatada -> Lembra uns “cistos”. II. A parede faz pequenas invaginações (pequenas dobras) -> Fosseta fica mais torta e irregular. Inflamação: quando ela está presente quer dizer que está havendo uma resposta tecidual. • Se o alimento entrar, pode causar uma lesão nesse tecido inflamatório e causar uma ruptura Morfologia macroscópica: pode apresentar hiperemia e pequenas úlceras. Morfologia microscópica: mononucleados dentro do tecido conjuntivo com exsudato, núcleos lado a lado -> Aumento no número de células e proliferação do tecido conjuntivo. • Fossetas dilatadas é sinal de proliferação. Fossetas dilatadas – Glândulas Exsudato - Mononucleados – Núcleos lado a lado Esse tipo de pólipo não tem displasia, nem metaplasia -> Hiperplasia de células produtoras de muco -> Glândulas foveolares irregulares, cisticamente dilatadas e alongadas -> Lâmina própria edematoso, com graus variáveis de inflamação aguda e crônica -> Pode ter erosões superficiais -> Células finas e núcleos finos e hiper cromáticos. PÓLIPOS DE GLÂNDULA FÚNDICA É um processo proliferativo que ocorre no corpo e no fundo -> Lesões sesseis de 2-3cm -> Comum na mucosa gástrica saudável. • Ele acomete as células neuroendócrinas e células parietais. • Não possui processo inflamatório significativo associado para justificar tal crescimento. • Não é neoplásico e não tem potencial maligno. Origens do processo hiperplásico: pode ser de duas origens. • Uso esporádico de antiácidos: é a causa mais comum e é esporádica. No uso crônico de antiácido ele quebra o HCL fazendo com que o pH fique mais alcalino, oque gera alteração nas células G -> Célula G produz mais gastrina que age nas células parietais estimulando a produção de HCL -> Célula sofre hiperplasia -> Formação de estruturas proliferativas que ficam dilatadas na região mais profunda e cause os pólipos. • Polipose adenomatosa familiar: é uma causa hereditária. É uma alteração que pode acometer não só o estômago, mas todo TGI. É uma alteração genética Alterações neoplásicas do estômago Filipe Libano – Universidade Nove de Julho 2 que envolve o gene regulador (APC) -> Pólipo no estômago e no intestino -> Acomete pessoas com menos de 50 anos -> Múltiplos pólipos. Morfologia microscópicas: fossetas preservadas, alterações profundas (mais centrais e nas glândulas) -> Glândulas não respondem igualmente aos hormônios, uma parte pode responder e outra não -> Glândula fica irregular e células achatadas (deveriam ser células cúbicas ou células colunares). PÓLIPOS ADENOMATOSO Corresponde a 10% dos pólipos gástricos, é caracterizado por uma lesão única e séssil com um pedículo projetado para fora. Ele é mais frequente no antro -> Lesão maior que 2cm de diâmetro. • É uma neoplasia epitelial benigna, mas tem potencial maligno. Morfologia microscópica: é comum observar uma desorganização no parênquima das células que formam o tecido. • Possui um proliferação muito mais intensa, ou seja, as células são mais finas para que sejam armazenadas no mesmo espaço, mas, isso traz algumas consequências. I. Núcleo em posição diferente -> Pseudoestratificação. II. Tecido conjuntivo acompanha as células epiteliais (difícil ver necrose). III. Ela se prolifera e sofre uma metaplasia intestinal antes da pseudoestratificação. Epitélio proliferativo -> displasia de alto grau -> metaplasia intestinal -> transformação maligna (risco em lesão acima de 2cm de diâmetro) -> comum encontrar áreas focais de malignidade. ADENOCARCINOMA São mais frequentes em homens e surgem na faixa dos 50-60 anos. Normalmente seu diagnostico é tardio devido aos sintomas “comuns”. Causa de câncer gástrico: no Brasil as principais causas é o excesso de gordura corporal, consumo excessivo de sal e bebidas alcoólicas. Agravantes: H. pylori e cirurgias gástricas. Tipos de carcinomas gástricos: podem ser de dois tipos. Carcinoma gástrico tipo intestinal: apresenta um arranjo glandular mais diferenciado e arranjo em massa. • São esporádicos e influenciados alterações ambientais e nutricionais. • Normalmente está associado com a H.pylori, alimentos gordurosos em excesso -> gera um estado crônico com liberação de fatores pró- inflamatórios -> TNF-a, IL-6 e proteína C reativa e excesso de sal (alteração na mucosa gástrica). A obesidade gera prejuízo no sistema de regulação de glicose, causando uma resistente a insulina e afetando a apoptose e proliferação celular. • É a neoplasia mais frequente (90%). CARACTERÍSTICAS: tem alteração celular e citoplasmáticas. Carcinoma gástrico tipo difuso: as células estão distribuídas de maneira difusa pelo tecido. Essas células difusas metastatizam mais fácil e tem presença das células de anel em sinete. • Ocorre devido a mutações em genes reguladores de E-caderinas, que são responsáveis pela adesão das células. • Estão relacionados com alterações genéticas e hereditárias. O cigarro é um dos principais fatores que causa uma alteração no DNA de todas as células, inclusive do estomago. • Ele representa 10% dos cânceres gástricos. CARACTERÍSTICA: células em anel de sinete (se parece com as células de defesa). Filipe Libano – Universidade Nove de Julho 3 Morfologia macroscópica de Bormann: seu para o ajuda no prognóstico e tratamento. • TIPO I (Vegetante): sua extensão é maior que 2cm -> projeção polipoide. • TIPO II (Ulcero-vegetante): úlcera no meio e bordas elevadas. • TIPO III (Ulcero-infiltrativo): as bordas começam a se proliferar e as paredes ficam mais espessas. • TIPO IV (Infiltrativo difuso): as células neoplásicas causam irregularidades no tecido e já tem metástase. A úlcera central ocorre devido a ação das enzimas gástricas no tecido necrótico. • Conforme vai perdendo sua diferenciação celular, perde a adesão celular e começa a infiltrar na parede estomacal. Morfologia intestinal: é bem diferenciado e sua incidência é variável e associada a fatores ambientais. • H. pylori (aumenta o risco de 4 a 9x), nitritos derivados de nitratos (conservas), alimentos defumados e salgados, tabaco e alterações de gene. Mucosa gástrica: gastrite crônica atrófica em 90% dos casos -> Metaplasia e displasia intestinal são muito comum. Crescimento expansivo: Bormann I e II (evolui de grau I para II por conta da diminuição de tecido conjuntivo). Morfologia difusa: é pouco diferenciado, relacionado com a predisposição familiar. • Sua patogênese é pouco conhecida -> Mutação do gene CDH1 codificador de E-caderina (presente em 50% dos casos). • Adenomatose poliposa familiar -> Mutação do gene B-caderina. Mucosa gástrica: gastrite crônica atrófica em 30% dos casos -> Metaplasia e displasia intestinal são raras. Crescimento expansivo: Bormann III e IV. • A produção de mucina desloca o núcleo para a periferia. Evolução: pode evoluir de dois tipos. • Contiguidade: fígado, pâncreas e peritônio. • Metástase: linfonodo sentinela supraclavicular -> Nódulo de Virchow. -> Pulmão, fígado e ovário -> Tumor de Kronberg. ->Região periumbilical -> Sinal da “Irmã Mary Joseph”. LINFOMA É uma neoplasia maligna que se origina de linfócitos B, T e NK. Na maioria dos casos surgem nos linfonodos. • TGI é a sede mais importante dos linfomas extranodais, principalmente o estômago. Filipe Libano – Universidade Nove de Julho 4 Manifestações clínicas: dispepsia, dor epigástrica e com o tempo hemorragias digestivas e emagrecimento. A maioria dos linfomas gástricos é linfoma da zona marginal do MALT ou linfoma difuso de grandes células B -> Ambos associados a H. pylori. • Também podem estar associados a tumores neuroendócrinos. Morfologia macroscópica: tem um espessamento das pregas e massas ulceradas na mucosa. Morfologia microscópica: possui células linfoides pequenas e uniformes na lâmina própria que infiltram o epitélio das glândulas -> lesões linfoepiteliais. • As células neoplásicas expressam marcadores de célula B -> CD19 e CD20. TUMOR ESTROMAL GASTROINTESTINAL (GIST) É o tumor mesenquimal mais frequente no abdômen. Pode se localizar em qualquer segmento do TGI, mas, é mais comum no estômago. • Sua origem é das células de Cajal -> atua na transmissão de sinais entre o sistema nervoso entérico e a musculatura lisa dos órgãos abdominais. • Resultando na mutação do gene KIT -> codifica a proteína que atua como receptor de tirosina- cinase -> estimulador da proliferação celular. Morfologia macroscópica: tumor intramural, único, sólido e bem delimitado. Morfologia microscópica: lesão formada pela proliferação de células epitelóide ou fusiformes que expressam CD117 e marcador da proteína KIT. Fatores de prognóstico: sede do tumor -> gástrico é menos agressivo que em outras regiões. • Tamanho da lesão e índice mitótico. • Tumores com mutação dos genes KIT ou PDGFFA tem uma boa resposta no tratamento com imatinib.