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Audicao e equilibrio

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Filipe Libano – Universidade Nove de Julho 
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Audição e equilíbrio 
ANATOMIA DA ORELHA 
A orelha é um órgão sensorial 
responsável pelo equilíbrio e a 
audição. Anatomicamente ela 
é dividida em três partes 
(orelha externa, orelha média 
e orelha interna). 
ORELHA EXTERNA 
O pavilhão articular funciona 
como receptor. Ele capta o 
som e encaminha para o 
canal auditivo (meato 
acústico externo). 
- O canal termina na memb. 
timpânica (tímpano), o qual 
vibra em resposta ao som. 
I. IRRIGAÇÃO DO PAVILHÃO AUDITIVO: carótida 
comum se bifurca em carótida 
interna e externa. 
- Carótida externa origina artéria 
temporal superficial (rede anterior) 
e artéria auricular posterior (rede 
posterior), vasculariza o pavilhão. 
- Artéria temporal superficial (dá 
origem as artérias auriculares 
anteriores). 
- Artéria auricular posterior (dá 
origem as artérias auriculares 
posteriores). 
II. DRENAGEM VENOSA: feita pela veia temporal 
superior e veias auriculares 
posteriores (cursa junto com a 
vascularização arterial). 
- As redes venosas surgem frente 
a veia temporal superficial, atras 
das veias auriculares posteriores e 
veia mastoidea e abaixo é 
diretamente na veia jugular 
externa (principal coletor venoso). 
III. DRENAGEM LINFÁTICA: o linfonodo cervical 
lateral drena → ducto linfático 
direito (tórax e braço D.) e ducto 
torácico (restante do corpo). 
IV. INERVAÇÃO DO PAVILHÃO: porção anterior é o 
trigêmeo, porção lateral e posterior é o plexo 
cervical e a porção interna é inervada pelo nervo 
vago e glossofaríngeo. 
V. MEATO ACÚSTICO EXTERNO: no osso temporal, 
anterior ao processo mastoideo, encontramos o 
poro acústico externo (inicio do meato). É um tubo 
rígido que direciona ondas mecânicas em direção a 
membrana timpânica que vibra em ressonância. 
- A porção cartilaginosa tem pelos e glândulas 
ceruminosas (cerume). Os pelos e o cerume retem 
poeira e micróbios do ar que eventualmente 
entrariam nos ouvidos. 
- Membrana timpânica é fina e delicada de 
coloração azul-perolada (em casos de dor de 
ouvido, como na otite, ela pode ficar vermelha). A 
função dela é transmitir as vibrações do ar aos 
ossículos no ouvido médio. 
Inervada pelo NC. trigêmeo e vago. 
- Parte tensa (fibrosa, elástica, espessa, resistente 
e pouco móvel) com a parte flácida (poucas fibras) 
permite a flexibilidade da membrana timpânica. 
 
ORELHA MÉDIA (CAVIDADE TIMPÂNICA) 
Iniciada na membrana timpânica e é formada pelo 
martelo, bigorna e o estribo (responsáveis por 
conduzir o som para a orelha interna). 
- Na parte interna, tem as janelas ovais e redondas, 
para abertura do caracol, que é responsável pela 
comunicação da orelha média com orelha interna. 
Composição da orelha média: ossículos da audição, 
m. tensor do tímpano e estapédio, nervo corda do 
tímpano (ramo VII) e plexo timpânico dos nervos. 
I. CAVIDADE TIMPÂNICA: tegmental, jugular, 
membranácea, labiríntica e mastoidea. 
 
II. TUBA AUDITIVA: orelha média se comunica 
antero-medialmente com a tuba e posteriormente 
com a cavidade mastoideana. Ela iguala a pressão 
da orelha média com a pressão atmosférica, 
causando o movimento da membrana timpânica. 
- Normalmente a tuba esta colapsada (isolando a 
orelha média), mas se abre durante a mastigação, 
bocejo e deglutição para igualar as pressões. 
Filipe Libano – Universidade Nove de Julho 
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ORELHA INTERNA 
Situada internamente, atras da caixa timpânica e 
embutida na parte petrosa do osso temporal e é 
essencial no processo de audição. 
- Cóclea: tubo ósseo em formato de caracol que 
fica porção petrosa e é responsável pela audição. 
- Vestíbulo e canais semicirculares: equilíbrio. 
 
Labirinto ósseo (contém perilinfa): perilinfa é um 
líquido com ↓K+ ↑Na+. 
Labirinto membranáceo (contém endolinfa): é um 
liquido com ↑K+ ↓Na+. 
- Formado pelo utrículo, sáculo, 
ducto coclear e semicircular. 
- Labirinto vestibular: formado 
pelo utrículo, sáculo e três 
ductos semicirculares presente 
nos canais semicirculares. 
- Labirinto coclear: formado 
pelo ducto coclear na cóclea. 
Labirinto ósseo e ducto coclear, juntos, formam 3 
rampas: rampa do tímpano, rampa média 
(preenchida por endolinfa) e rampa vestibular. 
- Rampa do tímpano e vestibular preenchidas por 
perilinfa. 
 
Rampa do vestíbulo e do tímpano são unidas no 
ápice da cóclea pela helicotrema, oque permite 
que a perilinfa passe de uma câmara para a outra. 
Canal auditivo é formado pela rampa vestibular, 
ducto coclear (rampa média) e rampa do tímpano. 
ÓRGÃO DE CORTI 
Órgão sensorial da audição da cóclea (onde tem as 
células ciliadas (receptores auditivos). 
- A membrana basilar separa o ducto coclear da 
rampa timpânica. O órgão de Corti responde a 
deformações (aberturas) no ducto coclear. 
Ele tem a base estreita e o ápice largo, permitindo 
a tonotopia (arranjo espacial onde os sons são 
processados no cérebro). 
Quando o som tem a frequência próxima, são 
representados em regiões vizinhas no cérebro. 
 
Ápice (som grave), base (som agudo) 
MOVIMENTO DA PERILINFA 
Perilinfa fica dentro de uma caixa óssea rígida, e 
por isso a pressão aplicada pela base do estribo, é 
direcionada inferiormente sobre a membrana 
basilar e anteriormente em direção ao ápice, 
fazendo com que a onda mecânica, se desloque ao 
longo da rampa vestibular, atingindo o helicotrema 
e retornando pela timpânica até chegar na janela 
redonda, empurrando-a em direção a caixa 
timpânica. 
- Nesse processo da onda sonora, a diferença de 
pressão hidrostática se aplica na memb. basilar, 
fazendo com que ela vibre de cima para baixo. 
- Esterocílios banhados em endolinfa (rica em K+), 
causa abertura dos canais, gerando rápido influxo 
para célula, oque faz com que as células ciliadas se 
despolarizem e abram os canais de K+ da base. Esse 
influxo de cálcio faz as vesículas se fundirem com a 
membrana basal e liberarem NT (glutamato) na 
fenda sináptica, oque faz com que os neurônios 
eferentes cocleares transmitam o sinal para o SNC. 
TRANSDUÇÃO DO SOM 
A despolarização ocorre com a deflexão da 
membrana tectória, onde os cílios (esterocílios) se 
curvam em direção ao cílio mais alto (cinocílio). 
- Os filamentos de ligação abre os canais de cálcio 
voltagem dependente, causando uma liberação de 
glutamato e neurônios sensoriais. As ondas 
sonoras chegam na memb. timpânica, e a energia 
dessas ondas vai para os ossos da orelha média. 
- O estribo é conectado a membrana da janela oval 
(vestíbulo) e as vibrações nela movimentam o 
liquido do interior da cóclea. As ondas do liquido 
empurram as membranas flexíveis do ducto 
coclear e as células ciliadas se curvam e os canais 
iônicos se abrem, gerando um sinal elétrico que 
altera a liberação de NT. 
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- NT liberado nos neurônios sensoriais gera 
potenciais de ação que vão para o encéfalo pelo 
nervo coclear. 
NEURÔNIOS 
Neurônio de primeira ordem (NP1): ele é bipolar e 
está localizado no gânglio espiral da cóclea. 
- Prolongamentos periféricos: são receptores de 
células ciliadas (órgão de Corti). 
- Prolongamento central: forma a porção coclear 
do VIII par e termina na ponte. 
 
Neurônio de segunda ordem (NP2): localizado 
entre a ponte e o núcleos cocleares dorsal e ventral 
- Os axônios cruzam para o lado oposto (forma o 
corpo trapezoide) e sobem para formar o lemnisco 
lateral do lado oposto e suas fibras terminam 
fazendo sinapse no colículo inferior. 
 
Neurônio de terceira ordem (NP3): localizado no 
colículo inferior. 
- Seus axônios vão para o corpo geniculado medial 
(tálamo). 
 
Neurônio de quarta ordem (NP4): localizado no 
corpo geniculado medial. 
- Seus axônios formam a radiação auditiva, o qual 
passa pela cápsula interna e chega no giro 
temporal transverso anterior (área auditiva do 
córtex – Área de Brodmann 41 e 42).

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