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231GGR1669A_ Unidade 3

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29/04/2023, 23:35 Infância na História e na Cultura Contemporânea
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INFÂNCIA NA HISTÓRIA E NA
CULTURA CONTEMPORÂNEA
CAPÍTULO 3 - CRIANÇA É VISTA COMO
UM CIDADÃO COM DIREITOS E
DEVERES?
Suellen Irene Pereira Pierri
INICIAR
Introdução
Você já pensou sobre a infância? Já imaginou que pode haver várias infâncias e que
essa palavra, nas vivências sociais, tem mais de um significado? Esses significados
são inúmeros, distintos e marcantes, sendo que cada criança deve carregar a chaga
ou a alegria de viver a sua infância daquela determinada maneira.
Essas inúmeras formas de ser criança que permeiam as sociedades merecem ser
vistas, ouvidas e sentidas, na tentativa-obrigação de dar à criança voz e
possibilidades de vivências com – e a partir – daquilo que ela já vive.
E qual o papel da escola no que se refere a essas infâncias? A escola, em especial,
deve levar em consideração o contexto cultural e social em que a criança está
inserida, bem como os conhecimentos trazidos por ela.
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Arroyo (2012, p. 23) afirma: “[...] dos corpos-vidas das crianças e dos adolescentes
que chegam às escolas públicas vêm apelos que exigem ser ouvidos.” Desta forma, é
papel da escola ter a escuta e o olhar sensíveis a esses indivíduos, na tentativa de
travar mudanças sociais profundas.
Neste capítulo, você diferenciará os modos de ser criança e de viver a infância na
sociedade, assim como entenderá criticamente os direitos das crianças e sua
visibilidade social. Além disso, compreenderá aspectos de pesquisa com o público
infantil na tentativa de coletar dados empiricamente, de forma a utilizá-los para
melhorar sua práxis.
Bom estudo!
3.1 As infâncias no mundo
contemporâneo 
Muitas são as infâncias vividas diariamente pelas crianças existentes em nosso Brasil
– de acordo com o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a
população infantil de zero a 14 anos era de 46 milhões (IBGE, 2010). Há as infâncias
passadas em subúrbios de classe alta, em que as crianças têm acesso a um leque
oportunidades; aquelas vividas em favelas e cercadas por miséria; a infância da
classe média, com seus muros altos e, muitas vezes, cerceadas pelo medo.
São vidas e vivências diferentes que se entrelaçam e formam as infâncias brasileiras,
sendo que muitas delas se chocam na escola, cabendo ao professor saber lidar com
essas crianças de forma a estabelecer uma práxis que o permita escutar e levar em
consideração todas essas experiências diversas e traduzi-las em troca, ajuda e
sensibilidade.
3.1.1 Entre a riqueza e a pobreza
Que o Brasil é um país de desigualdades, já sabemos; o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) lançou um estudo em 2016, que chegou aos seguintes
dados: 10% da população brasileira detêm 43,4% da renda do país, enquanto 90%
da população dividem, injustamente, o restante da fatia.
Veja a seguir o gráfico elaborado pelo IBGE:
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Desta forma, pode-se afirmar que são várias as realidades dos brasileiros e,
consequentemente, das crianças brasileiras. Se entendermos que as crianças são
seres sociais, marcadas e constituídas pela sociedade em que vivem, essas maneiras
diversas de viver, a partir da realidade econômico-social de cada família,
influenciam diretamente nas formas de viver a infância.
Pensemos nas crianças que vivem entre os 10% que detêm a maior fatia da riqueza
do país. Em um primeiro momento, chega-se à conclusão de que essas crianças
vivem a melhor vida que o dinheiro pode comprar, porém, há pesquisas que indicam
que há muitas minúcias no que se refere aos modos de viver dessas crianças. Por
exemplo, na tese de doutorado em Antropologia Social, Saraiva (2014) estudou as
crianças ricas de Fortaleza e constatou que a infância desse público é marcada por
uma parcela que vive reclusa a lugares fechados – como shoppings, suas próprias
casas e escolas – e uma parte com medo de lugares públicos. Além disso, são muitas
vezes impedidas por seus familiares a brincarem e interagirem com outras crianças
fora de suas casas “segundo suas mães devido, principalmente, às más influências”
(SARAIVA, 2014, p. 123).
Figura 1 - Mapa estatístico feito pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2016, com a
desigualdade social do Brasil. Fonte: IBGE, 2017a.
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O documentário A Invenção da Infância, com direção de Liliana Sulzbach, explora o fato de que ser criança
não significa ter infância, mostrando o que é ser criança no mundo contemporâneo a partir das várias
realidades sociais existentes no Brasil. Para assistir, acesse o endereço:
<https://www.youtube.com/watch?v=c0L82N1C7AQ (https://www.youtube.com/watch?
v=c0L82N1C7AQ)>.
Se buscarmos estudos da infância ao longo da história, no Brasil, constata-se que há
registros de crianças pobres, vivendo em condições de miséria, deixadas à margem
da sociedade e da vida digna, o que revela a infância desvalida no Brasil e como esse
modo de viver a infância ultrapassou os séculos, permanecendo e se agravando nos
dias atuais.
O mapa a seguir ilustra a alta porcentagem de indivíduos em situação de pobreza no
país:
VOCÊ QUER VER?
https://www.youtube.com/watch?v=c0L82N1C7AQ
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Como exemplos de pesquisas que ilustram essas infâncias brasileiras, temos os
estudos de Assis et al. (2007), que trazem uma pesquisa com crianças pobres e suas
infâncias no Nordeste, constatando que essas crianças têm altas taxas de
mortalidade e doenças devido à falta de políticas públicas de saúde e desigualdade
social da região.
Da mesma maneira, o estudo bibliográfico de Veiga (2017) teve como foco o
“entendimento da condição de pobreza como desqualificação moral e a
estigmatização da criança pobre” (VEIGA, 2017, p. 1), trazendo dados de que a
criança de baixa classe social é vista como outsider, ou seja, como alguém que
sempre está à margem da sociedade, e as instituições sociais, como a escola, ao
contrário de fazer o papel de minimizar essas diferenças, favorece esse estigma de
criança pobre como ser inferior.
Figura 2 - Mapa da pobreza no Brasil e a alta porcentagem de pessoas em situação de pobreza. Fonte:
IBGE, 2017b.
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Outro exemplo é o estudo realizado por Moraes (2000) revela o tratamento oferecido
às crianças pobres no transcorrer histórico do Brasil, e o quanto esse passado se
revela na vida presente e na “usurpação dos direitos fundamentais da criança na
contemporaneidade no país.” (MORAES, 2000, p. 93).
Luiz Carlos de Freitas é professor-doutor da Universidade Estadual de Campinas (SP) e estuda, em
especial, as políticas públicas nacionais e internacionais de educação. Mantém um blog sempre
atualizado com pesquisas, notícias, gráficos e manchetes referentes à área de educação e política no
Brasil e no mundo, incluindo um comentário pessoal sobre cada matéria. Para mais informações, acesse:
<https://avaliacaoeducacional.com/ (https://avaliacaoeducacional.com/)>.
A partir desses exemplos, pode-se concluir que a criança pobre é maioria no país, e
sua infância, na maioria das vezes, é tomada por dificuldades que vão além da falta
de estrutura ou da falta de bens materiais; é uma infância privada de direitos
básicos, apesar de muitos destes direitos serem reconhecidos por lei.
3.1.2 O papel da escola com as infâncias
A escola deve ser um lugar que acolha as diferenças, ou seja, as crianças deveriam
se sentir seguras e protegidasna escola, e suas diferenças enaltecidas. Desta forma,
faz-se necessária uma educação que leve em consideração essas diversidades,
propondo momentos de aprendizagem em que se respeitem as vivências e os
conhecimentos trazidos pelas crianças, bem como as características individuais, a
partir da igualdade de direitos que privilegie a todos, sem distinção de raça, sexo ou
classe social.
VOCÊ O CONHECE?
https://avaliacaoeducacional.com/
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Mas a escola está preparada para trabalhar com as distintas realidades? Há
profissionais capacitados e políticas voltadas à manutenção e ampliação da escola
pública que permita à instituição seguir o caminho de igualdade e atendimento de
qualidade para todas as crianças?
As políticas públicas relacionadas a gastos com educação não revelam boas notícias
para o país. Em outubro de 2016, o Governo Federal lançou – e a Câmara dos
Deputados aprovou – a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241 (BRASIL,
2016), que congelou por duas décadas os investimentos em educação, sendo que o
próprio Instituto Brasileiro de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), órgão do
Governo Federal, lançou pesquisas sobre o impacto positivo dos investimentos em
educação para o desenvolvimento socioeconômico do país.
VOCÊ SABIA?
Figura 3 - O trabalho coletivo deve valorizar as diferenças. Fonte: Monkey Business Images,
Shutterstock, 2018.
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O Instituto Brasileiro de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) é um órgão federal cujo intuito é de,
através de pesquisas, fornecer apoio técnico e suporte institucional às ações governamentais.
Porém, ao visitar o site, é possível encontrar discrepâncias entre as pesquisas feitas em algumas
áreas e as realizações do governo nas mesmas áreas, como no caso da pesquisa sobre o impacto
positivo dos investimentos em educação. Para mais informações, acesse:
<http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=3772&catid=317
(http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?
option=com_content&view=article&id=3772&catid=317)>.
Destarte, estamos vivendo momentos de sucateamento da educação, no qual a
pauta do Governo está no desmantelamento do direito universal à educação pública
de qualidade ao invés de investirem em políticas que avancem nas discussões da
universalidade da educação como direito de todos.
Viver plenamente a infância, em uma sociedade na qual os direitos não são
garantidos a todos, é tarefa difícil. A escola, inserida nesse contexto, deveria
contribuir para assegurar, a todos os envolvidos, o direito de ser criança e viver a
infância. No entanto, a falta de investimentos em educação acaba não permitindo
que a instituição faça valer seu papel.
Essa diminuição de investimento do dinheiro público em educação abre as portas
para a privatização dentro da escola, com o interesse de trazer dinheiro da iniciativa
privada para cobrir os déficits da escola pública. A partir disso, cria-se uma
atmosfera de obediência ao capital, sendo a instituição, muitas vezes, obrigada a se
adaptar à lógica do mercado:
Pesquisas apontam um incentivo à privatização da educação pública no país, com a
finalidade de promover a lógica de mercado dentro das escolas, ou seja, tratar a
educação com a lógica de uma empresa, na qual o lucro de sobressai em detrimento
da construção de conhecimento.
Diante desse processo de privatização situada na lógica do sistema capitalista,
produz-se um dos efeitos para a Educação pública que é justamente a transformação
da Educação em mercadoria. Transformação em um objeto ou coisa que tem um valor
e pode ser comercializada na sociabilidade capitalista [...]. (SANTOS, 2017, p. 259-260).
Desta forma, a escola está à mercê de políticas que favorecem sua passagem da
esfera pública para a privada através de acordos e financiamentos que ferem a
constitucionalidade da educação para todos, sendo que uma educação direcionada
http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=3772&catid=317
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à lógica do mercado é mais atrativa para os detentores dos meios de produção.
E a educação violada que permeia muitas escolas acaba reproduzindo a lógica
excludente da sociedade, e, mais uma vez, muitas crianças não têm seus direitos
básicos atendidos. 
O videoclipe da música Another Brick in the Wall, do grupo britânico Pink Floyd (1979) retrata exatamente a
possibilidade de poder ideológico e mental da escola perante as crianças, deixando-as sem rosto e
despersonalizando-as, assim como também trata de uma possível retomada do controle a partir dessas
mesmas crianças. Essa música é usada até hoje como forma de retratar o complexo sistema educacional.
Para assistir ao clipe completo e conferir a letra, acesse os endereços: <https://www.youtube.com/watch?
v=YR5ApYxkU-U (https://www.youtube.com/watch?v=YR5ApYxkU-U)> e
<https://www.vagalume.com.br/pink-floyd/another-brick-in-the-wall-traducao.html
(https://www.vagalume.com.br/pink-floyd/another-brick-in-the-wall-traducao.html)>.
A escola é uma instituição com a possibilidade de levar em conta a criança sendo
criança, em seu contexto de infância, tendo como pressuposto a compreensão de
seu papel enquanto agente social na sociedade da qual faz parte, bem como o
protagonismo infantil nas relações que se estabelecem nas interações.
VOCÊ QUER VER?
3.2 Infância como um direito da criança
A criança, como ser social, também é cidadão com direitos e deveres. Viver a
infância é direito, porém, a análise está em como essas crianças vivem suas
diferentes infâncias dentro de suas particularidades sociais.
Além disso, deve-se ter em conta que os direitos constitucionais e legais das
crianças são universais, ou seja, são para as crianças ricas e pobres, negras, brancas
ou amarelas, meninos e meninas de todas as classes sociais que permeiam todas as
localidades desse grande país.
https://www.youtube.com/watch?v=YR5ApYxkU-U
https://www.vagalume.com.br/pink-floyd/another-brick-in-the-wall-traducao.html
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A visibilidade dessas crianças deve ser real e na concretude de suas
particularidades, assim como seus direitos devem ser garantidos, possibilitando que
todas as crianças possam viver sua infância.
3.2.1 Análise dos direitos da criança
Quando tratamos sobre o direito das crianças no Brasil, se estabelece que os
principais documentos no que tangem aos seus direitos e deveres são a
Constituição do Brasil de 1988, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), de
1990 e, no âmbito mais específico da educação, a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB), promulgada em 1996.
Esses três documentos permeiam as práticas sociais na instância dos direitos no que
se refere às crianças e adolescentes, são eles que ditam à sociedade quais as
determinações em relação às crianças no que se refere à educação, bem-estar,
saúde, mas também em como lidar com a criança marginalizada, indefesa, que sofre
maus tratos. Enfim, esses documentos se completam e se entrelaçam, na tentativa,
ao menos no campo das ideias, de permitir à criança viver a infância no seu tempo e
de forma plena.
Devemos iniciar a discussão a partir da lei magna do país, a Constituição. Em seu
artigo 5º, o documento traz a seguinte afirmação:
Art. 5º – Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade [...] (BRASIL, 1988, p. 2).
Infelizmente, nem todas as pessoas têm esses direitos efetivamente garantidos, já
tratamossobre os casos de pobreza no país nos tópicos supracitados, o que exprime
a não garantia de direitos em detrimento ao que dita a referida lei.
Continuando, em seu artigo 227, a Constituição trata sobre os direitos das crianças
que devem ser assegurados por diversas instâncias sociais:
[...] É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e
ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
(BRASIL, 1988, p. 103).
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Considerando que a criança é ser social, ao deixar de garantir direitos básicos às
famílias, consequentemente se estará deixando de atender os direitos das crianças
que vivem nessas famílias. Dessa forma, ao congelar o investimento com saúde e
educação por 20 anos a partir da homologação da PEC 241 (BRASIL, 2016), por
exemplo, o poder público deixa claro que não está levando em consideração os
direitos mínimos dos cidadãos, sejam crianças, jovens, adultos ou idosos,
consequentemente, seus direitos constitucionais não estão sendo respeitados.
No que se refere ao ECA (BRASIL, 1990), trata-se de um documento que avançou
muito as discussões sobre os direitos da criança, estabelecendo normas rígidas e
punição para quem violar, maltratar ou negar à criança e ao adolescente quaisquer
direitos que lhe cabem em lei.
Em seu artigo 5º, o estatuto estabelece: “Nenhuma criança ou adolescente será
objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou
omissão, aos seus direitos fundamentais” (ECA, 1990, p. 10). Esse discurso, que
atende à legalidade, mas não à realidade, é promessa de campanhas de inúmeros
candidatos, levando a sociedade a crer em um vir a ser de direitos, ou seja, está
exigido na lei, mas não ocorre com todas as crianças na realidade, podendo vir a
ocorrer – ou não.
De acordo com o ECA, criança é o indivíduo menor de 12 anos de idade, sendo
assim, em seus artigos 60 a 69, trata da profissionalização e proteção do trabalho:
“[...] é proibido qualquer trabalho ao menor de quatorze anos, salvo na condição de
aprendiz.” (BRASIL, 1990, s. p.). Em pesquisa feita pelo IBGE, em 2016, 998 mil
crianças entre 5 e 13 anos de idade estavam em situação de trabalho infantil (IBGE,
2017c).
Esse dado nos leva a pensar sobre as diferentes infâncias que existem nos mais
diversos cantos do Brasil:de um lado, a infância vivida em sua plenitude por uma
parcela das crianças que nascem com possibilidades de uma vida digna, com os
direitos à educação, saúde e moradia garantidos, não por força da lei, mas pelos
recursos financeiros de suas famílias;de outro, tantas infâncias desvalidas e
desprovidas de pertencimento e direito, vividas por crianças trabalhadoras,
analfabetas, negligenciadas e marginalizadas, os outsiders de que tratam Elias e
Scotson (2000, p. 1), delegados à categoria de seres inferiores, sem direitos, mas
com deveres;sem infância, mas ainda crianças.
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Quanto à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a conhecida Lei 9.394/1996
(BRASIL, 1996), igualmente foi um avanço no que se refere à legislação, mais
especificamente à educação infantil e de todos os indivíduos da sociedade.
Iniciaremos a discussão a partir de seu artigo 5º, que trata do acesso à educação:
O acesso à educação básica obrigatória é direito público subjetivo, podendo qualquer
cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade
de classe ou outra legalmente constituída e, ainda, o Ministério Público, acionar o
poder público para exigi-lo. (BRASIL, 1996, s. p.).
De acordo com pesquisa feita 2016 pelo IBGE, em 2016, cerca de 99,2% das crianças
e adolescentes frequentavam a escola, o que é uma margem muito boa, porém, a
taxa de analfabetismo foi de 7,2%; sendo assim, em algum momento, falha-se no
ensino, já que a pesquisa nos faz ter certeza de que há analfabetos frequentando a
escola (IBGE, 2017d).
Figura 4 - No entendimento de que a Justiça não pende sua balança para nenhum lado, nem sempre
essa imparcialidade atende a todos os indivíduos. Fonte: Billion Photos, Shutterstock, 2018.
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O que chama a atenção nessa pesquisa é que as taxas de escolaridade oscilam entre
os Estados, sendo que em alguns as taxas são boas, e em outros são muito ruins, o
que deixa claro que o direito chega para alguns, e não para outros. Cabe mencionar
que a região Nordeste, uma das mais pobres do país, é a região com maiores taxas
de analfabetismo e baixa escolarização de pessoas das mais variadas idades (IBGE,
2017d).
Observe que a ideia não é minimizar a existência das leis, uma vez que muitas
crianças e jovens hoje estão na escola – ou protegidos da violência –, por exemplo,
devido ao amparo legal. Contudo, deve-se atentar para o fato de que as leis não são
para todos, sendo o Brasil um país notoriamente soterrado pelas desigualdades
(IBGE, 2017e). Desta forma, sempre é necessário analisar criticamente os aspectos
das leis para não cairmos no senso comum e na ingenuidade, acreditando que, por
haver leis, estamos todos protegidos.
Esses são apenas alguns aspectos analisados neste tópico, fica o convite para os
estudiosos e profissionais da educação aprofundarem as discussões e análises a
partir dos documentos sugeridos neste estudo.
3.3 Metodologia de pesquisa
Melhorar a práxis educativa significa, além da busca pela garantia de uma educação
infantil de qualidade do ponto de vista do conhecimento, também procurar
compreender as crianças das mais diversas formas.
A pesquisa com crianças é uma maneira eficaz de entender o processo educativo e
esses educandos per se, permitindo também ao professor melhorar seu
desempenho profissional.
Desta forma, ser professor-pesquisador é exigência primeira na busca por melhorar
a práxis e, consequentemente, a educação das crianças, assim como compreender
os pressupostos da pesquisa qualitativa, para que se garanta a melhor forma de
pesquisar as crianças e dar voz a elas. 
3.3.1 Professor-pesquisador
É de conhecimento geral que o pesquisador é aquele que produz conhecimento,
enquanto que ao professor cabe o ofício de ensinar. No dia a dia da escola, porém,
essas duas características podem se relacionar, fazendo com que o professor seja
também um pesquisador que busque refletir sobre sua prática, bem como sobre os
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contextos que envolvem os processos de ensinar e aprender. A esse respeito, veja o
que diz Paulo Freire, um dos maiores pensadores e pesquisadores da educação no
Brasil:
Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres se encontram
um no corpo do outro. Enquanto ensino, continuo buscando, reprocurando. Ensino
porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar,
constatando, intervenho, intervindo, educo e me educo. Pesquiso para conhecer e o
que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade (FREIRE, 1996, p. 16).
O professor Paulo Freire foi um grande pensador, pesquisador e defensor de uma escola pública que
educasse indivíduos pensantes e críticos perante a sociedade em que vivem. No livro “Pedagogia da
Autonomia” (FREIRE, 1996), ele explica as bases de sua teoria e exemplifica o conceito e a aplicação de
uma metodologia pedagógica que tenha como interesseprimeiro o desenvolvimento de crianças e jovens
como seres autônomos.
Na perspectiva deste autor, o dia a dia da escola pode ser objeto de estudo e
reflexão a partir de práticas, e dos sujeitos envolvidos em diferentes contextos,
baseadas em pesquisa. Nesse intuito, podem ser realizadas sobre o cotidiano
vivenciado, as práticas pedagógicas, o papel dos sujeitos envolvidos, entre outros
tantos temas (FREIRE, 1996).
Ouvir e observar as crianças em suas minudências também pode ser um pretexto
para refletir sobre seus movimentos e aprendizagens, dentro e fora da escola, bem
como levar em consideração o protagonismo das crianças na produção de seus
conhecimentos e culturas infantis.
Nesse sentido, observe o caso a seguir.
CASO
VOCÊ QUER LER?
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Escola pública, horário de intervalo. A professora está caminhando por entre as crianças enquanto
essas lancham, conversam, ou simplesmente esperam o sinal de fim de intervalo tocar. Nesse
ambiente, a professora ouve vários sons. Dentre os diversos ruídos, destaca-se um choro baixo, com
um soluçar tímido. Ao se aproximar, a professora se depara com três meninas em roda: uma chorosa,
enquanto as outras duas –com olhar de tristeza –, escutam os lamentos da amiga. Perplexa, a
professora ouve a menina contar sobre as diversas vezes que apanhou do pai, sobre a violência
quase diária em sua casa e como ela e a mãe sofrem com o alcoolismo do seu pai.
Sem saber muito bem o que fazer naquele instante, além de acolher a menina, a professora decide
não intervir, mas leva consigo o que escutou. Mais tarde, em sua casa, reflete sobre o relato daquela
criança e decide que, no dia seguinte, conversará com os professores sobre possibilidades e atitudes
que a escola deve tomar ante os casos de violência doméstica. Com essa conversa, verá de que
maneira cada um pode ajudar na busca de agir de forma adequada tanto com aquela menina
quanto com outras tantas crianças que sofrem abuso.
Ouvir, observar e sentir as crianças na escola, bem como suas atitudes e expressão
de vivências fora do contexto escolar, além de ser um compromisso que o professor
tem com as crianças, podem se apresentar como evidências que se tornem objeto
de questionamento e pesquisa.
Um dos propósitos do professor que pesquisa pode ser melhorar o seu desempenho
nos processos de ensinar e aprender, além de também conhecer seus alunos e
refletir sobre suas vivências e conhecimento.
Para tanto, o professor deve ter concepções de criança e infância que levem em
conta diferentes contextos, e escolher um método de pesquisa que seja adequado
àquilo que pretende. 
3.3.2 Pesquisa qualitativa
Os métodos de pesquisa mais conhecidos nas ciências humanas são as
metodologias chamadas de pesquisas qualitativas, pelas quais se realiza a coleta de
dados a partir da observação e escuta dos sujeitos. “A abordagem qualitativa parte
do princípio de que a realidade só existe a partir do ponto de vista da pessoa. Ou
seja, o que é real é a interpretação que se faz de um fenômeno, não o fenômeno em
si.” (MALHEIROS, 2011, p. 188). Assim, os dados coletados são analisados a partir de
pressupostos teóricos, e não apenas apresentados como mero resultado. 
Dessa forma, interagir, escutar e observar atentamente os indivíduos é a melhor
maneira de garantir precisão na coleta de dados da pesquisa.
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De acordo com Bogdan e Biklen (1991, p. 11-12), as características de uma
investigação qualitativa seriam:
[...] (I) ter o ambiente natural como sua fonte direta de dados e o pesquisador como
seu principal instrumento; (II) coletar dados predominantemente descritivos; (III) ter
maior atenção ao processo que com o produto; (IV) o processo de análise tende a ser
indutivo, sendo que ‘os pesquisadores não se preocupam em buscar evidências que
comprovem hipóteses definidas antes do início dos estudos.
Dessa maneira, se comprovam os pressupostos da pesquisa de cunho qualitativo, a
escuta e observação atenta do sujeito, bem como formas de registro que
evidenciem um compromisso com a fidelidade dos dados, garantindo ética e
coerência nas evidências.
Assim, é de extrema importância dar a devida atenção ao caderno de campo ou a
outra forma de registro utilizada, sendo estes instrumentos indispensáveis para a
pesquisa. 
Os dados coletados são predominantemente descritivos. O material obtido nessas
pesquisas é rico em descrições de pessoas, situações, acontecimentos; inclui
transcrições de entrevistas e de depoimentos, fotografias, desenhos e extratos de
vários tipos de documentos. (LUDKE; ANDRÉ, 1986, p. 12-13).
Diante disso, o pesquisador deve ter uma amplitude de material retirado do campo
para haver várias possibilidades de análise, seja na forma de diários de campo,
entrevistas, registro fotográfico, filmagens, no intuito de garantir uma quantidade de
dados que o permita, de forma segura, entender a realidade e os indivíduos
estudados.
Graue e Walsh (2003) tratam da importância de se observar atentamente as
pequenas coisas diárias, quando falam sobre pesquisar as crianças em contexto,
propondo que:
[…] os investigadores pensem nas crianças como vivendo em contextos específicos,
com experiências específicas e em situações da vida real.  Sugerimos que os
investigadores gastem menos tempo a tentar desenvolver grandes teorias e mais
tempo a aprender a retratar toda a riqueza das crianças nos inúmeros contextos em
que elas se movem. (GRAUE; WALSH, 2003, p. 22).
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Os autores chamam a atenção para o fato de que há maior relevância de pesquisa
na observação das crianças a partir delas mesmas, permitindo a elas demonstrarem
como vivem e como entendem sua realidade.
Nesse sentido, as crianças não devem ser classificadas a partir de teorias, as quais
devem servir como referência para o trabalho e forma de contextualização. Ou seja,
a partir dos dados coletados, as teorias são meios para refletir sobre – e com – esses
dados, priorizando a narrativa da criança em seu contexto.
Observe a figura a seguir, que ilustra o dinamismo no processo de pesquisa.
O pesquisador que busca compreender a criança em suas interações deve
caracterizar a escolha do campo, contextualizar as teorias a partir da subjetividade
dos sujeitos pesquisados e recolher uma grande quantidade de dados. Dessa forma,
assegura-se a escuta dos indivíduos participantes, compreendendo a realidade a
partir dela mesma e dos envolvidos, assim como entender o contexto situacional
desses sujeitos, na tentativa de propor coisas novas e na garantia de uma pesquisa
que privilegie o processo de construção do saber e a melhora na práxis do professor.
Figura 5 - A análise de dados perpassa as observações, que perpassa as anotações, no processo
dinâmico que busca entender a realidade do sujeito pesquisado. Fonte: Rawpixel.com, Shutterstock,
2018.
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3.4 Pesquisa com as infâncias e a
educação
São várias as maneiras de fazer pesquisa com as crianças na escola ou fora dela,
assim como são muitos os parâmetros de escolha no fazer empírico, sendo que o
professor-pesquisador deve ter conhecimento da metodologia de pesquisa que será
mais adequada, dependendo de seus objetivos e de seu público.
Cada metodologia empregada carrega consigo uma perspectiva daquilo que se quer
investigar, sendo que o mais importante é que o pesquisador tenha uma sólida
pergunta de pesquisa, bem como um objetivo claro do caminho que quer perseguir
e daquilo que busca compreender.
As formas de fazer pesquisa descritas neste tópico são algumas das mais usadas na
área de ciências humanas –dentre tantas outras ainda existentes –, portanto, cabe
ao pesquisador escolher a que lhe pareça mais oportuna e que melhor responda as
suas indagações.
3.4.1 As diversas formas de pesquisa – pressupostos teórico-
metodológicos
Quando tratamos de pesquisa qualitativa, contamos com diversos pressupostos
teóricos e metodológicos que a caracterizam. Dessa forma, antes de começar uma
pesquisa, devem-se levar em conta as intenções e quais os sujeitos da referida
pesquisa. A partir destes, é definido o problema de pesquisa, bem como a
metodologia adequada.
A imagem na sequência ilustra o caminho que uma pesquisa deve seguir:
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Primeiramente, o pesquisador deve levantar seu problema de pesquisa, ou seja,
especificar o assunto que ele deseja abordar. Posteriormente, faz-se a pergunta da
pesquisa, o que consiste na indagação que o pesquisador precisa responder para
abordar o problema. A partir disso, levantam-se hipóteses baseadas nas perguntas e
indagações do pesquisador na tentativa de traçar caminhos para responder a
pergunta principal.
Ao iniciar a pesquisa, após o processo de levantamento de hipóteses, deve-se fazer
uma investigação teórica sobre o tema e, dependendo dos procedimentos
metodológicos da pesquisa, ir a campo fazer o experimento, o que significa, em
ciências humanas, observar os indivíduos em seu contexto levantando dados que,
após analisados, serão o resultado de sua pesquisa e estes resultados levarão a uma
conclusão que deve responder à sua pergunta inicial.
Esse levantamento de dados deve ser feito de acordo com uma metodologia
específica, baseada, principalmente, naquilo que se quer saber sobre os sujeitos
investigados. Neste momento, o pesquisador deve escolher qual metodologia
Figura 6 - A pesquisa envolve várias etapas. Fonte: Andrea Danti, Shutterstock, 2018.
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melhor se emprega à sua pergunta.
As principais metodologias de pesquisa qualitativa feitas na escola são a pesquisa
etnográfica, a pesquisa-ação e o estudo de caso, conhecidas por suas abordagens
que priorizam o estudo da realidade a partir do entendimento do indivíduo
estudado.
A etnografia, segundo Fetterman (1989, p. 11) seria “[...] a arte e a ciência de
descrever uma cultura ou grupo [...]”, não como simples descrição dos fatos, mas
compreendendo os significados que os sujeitos participantes atribuem aos eventos.
Dessa forma, em uma pesquisa com abordagem etnográfica, o pressuposto é dar
voz às crianças e observá-las a partir daquilo que elas fazem e vivenciam
diariamente. Essa etnografia pode ser do tipo participante; a diferença é que nesta o
pesquisador não age apenas como aquele que observa, escuta e anota, mas
interage com os indivíduos pesquisados.
O termo participante remete à controvertida presença de um pesquisador num campo
de investigação formado pela vida cotidiana de indivíduos, grupos, comunidades ou
instituições próximos ou distantes. Esta presença do pesquisador no campo encontra
sua complementação no convite ou convocação do outro – indivíduo, grupo,
comunidade ou instituição – para participar da investigação como informante,
colaborador ou interlocutor (SCHMIDT, 2008, p. 394).
O livro “Investigação Etnográfica com Crianças: teorias, método e ética”, de M. Elizabeth Graue e Daniel J.
Walsh (2003), auxilia o aspirante a pesquisador a entender os pressupostos da pesquisa etnográfica, mais
especificamente a feita com crianças. Os autores proporcionam um passo a passo desde o início dos
trabalhos, no entender a criança, o contexto e as teorias, até o processo da pesquisa em si, ante os dados,
sua coleta e interpretação. Um guia indispensável para os pesquisadores da infância.
Outra abordagem muito utilizada em pesquisas com crianças é a pesquisa-ação,
entendida como aquela em que se planejam intervenções no campo, ou seja, a
partir das investigações feitas por meio de observações e interações entre os
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sujeitos, o pesquisador propõe intervenções a fim de resolver problemas e
apresentar soluções para algo de necessidade do grupo ou do pesquisador.
Mais especificamente, a pesquisa-ação pode ser entendida como:
[...] um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em
estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no
qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema
estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo (THIOLLENT, 2000, p. 14).
Dessa forma, para que haja uma pesquisa-ação é necessário que aconteça uma
pesquisa atenta no local ou situação escolhidos, através de discussões com os
indivíduos participantes para que, juntos, se estabeleçam os possíveis problemas e
suas soluções e, finalmente, as ações dos envolvidos visando à melhora ou solução
do problema.
Porém, se a pesquisa é feita com crianças muito pequenas que ainda não falam,
deve-se entender que os professores são os sujeitos responsáveis pelas discussões
que virão a acontecer na escola, sendo que neste caso, cabe um cuidado maior com
as observações iniciais e um olhar atento às crianças, pois se deve compreendê-las
em seus contextos, seja a partir de filmagens ou fotos, seja por meio de anotações
no caderno de campo, garantindo-se que, posteriormente, se considerem essas
informações ao fazer a análise dos dados.
O estudo de caso é outra metodologia de abordagem qualitativa que pode ser
utilizada na pesquisa com crianças ou para coleta de dados na escola. Como o
próprio nome já diz, ela se caracteriza pelo estudo de um caso específico, seja de um
indivíduo, seja de múltiplos indivíduos ou instituições (VENTURA, 2007). O
importante é que se tenha em mente uma pergunta a ser respondida a partir de
uma especificidade. Dessa maneira, o estudo de caso “visa à investigação de um
caso específico, bem delimitado, contextualizado em tempo e lugar para que se
possa realizar uma busca circunstanciada de informações.” (VENTURA, 2007, p. 384).
Estas são algumas das possibilidades de pesquisas de cunho qualitativo, ou seja,
que visam um estudo mais abrangente da realidade a partir da interpretação dos
indivíduos que nela vivem. É muito importante que o professor e/ou pesquisador
fundamente suas investigações em uma metodologia que o ajude a levantar dados
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concretos e objetivos da realidade, bem como dos sujeitos investigados, para que se
garanta veracidade e exatidão no estudo realizado, inclusive, se for o caso, com a
possibilidade de que existam mudanças significativas a partir da pesquisa.
Síntese
Concluímos o estudo relativo aos direitos das crianças na sociedade. A partir do
entendimento das principais leis que regem os direitos das crianças no Brasil, você
já sabe que é também compromisso da escola fazer valer esses direitos no dia a dia
das crianças. Além disso, com base no que estudou sobre as questões teórico-
metodológicas de pesquisa utilizadas para a compreensão da criança e da infância,
está apto a considerar a pesquisa com as infâncias e a educação como um
pressuposto que deve fazer parte do fazer pedagógico dos professores.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
conhecer um pouco sobre a realidade das crianças e das infâncias no Brasil;
entender que a escola tem um papel importante na busca pela compreensão
das infâncias no país;
conhecer as principais leis brasileiras de proteção às crianças e aos
adolescentes;
identificar a responsabilidade do professor em analisar criticamente a
abrangência das leis que prometem proteção e assistência às crianças;
entender o que sãopesquisas qualitativas e sua relevância para a práxis do
professor;
conhecer os principais tipos de pesquisa utilizados na área de ciências
humanas para entender a infância.
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