Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

D. Penal -
Crimes em
Espécie II
Professora Rosa Lícia Rocha de Oliveira
UNIFASB/UNINASSAU
DOS CRIMES CONTRA A PAZ
PÚBLICA 
TITULO IX DO CÓDIGO PENAL
ESSE MATERIAL É DE ORGANIZAÇÃO DA PROFESSORA ROSA LÍCIA ROCHA
DE OLIVEIRA, MONTADO COMO APOIO PARA AS AULAS DE DIREITO PENAL
- CRIMES EM ESPÉCIE II. TRATA-SE DE UM COMPILADO REALIZADO
ATRAVÉS DA DOUTRINA, JURISPRUDÊNCIA, LEI SECA E SINOPSES (PARA
ANÁLISE DE INCIDÊNCIA EM PROVAS). OS MATERIAIS ESTÃO PASSÍVEIS DE
ALTERAÇÕES/ACRÉSCIMOS E EVENTUAIS CORREÇÕES POR PARTE DA
PROFESSORA. 
Dos Crimes contra a
Incolumidade Pública
Incitação ao Crime
Art. 286
Apologia de crime ou criminoso 
Art. 287
Associação
Criminosa 
Art. 288
Constituição de
Milícia Privada 
Art. 288-A
Considerações Iniciais
O bem jurídico tutelado pelos crimes do título IX do
Código Penal é a paz pública que protegem a paz
pública, que significa a necessária sensação de
tranquilidade, de segurança, de paz, de confiança
que a nossa sociedade deve ter em relação à
continuidade normal da ordem jurídico-social
(GRECO, 2022, p. 1186).
A punição dos fatos integrantes do capítulo é inspirada mais em motivo de
prevenção; é com o fim de conjurar maiores males que o legislador os pune e
reprime, tal qual acontece, v.g., com o bando ou quadrilha,126 cujo propósito
deliberado é praticar delitos, ofendendo, dessarte, concretamente outros bens
de sumo valor, como a vida, o patrimônio, a liberdade etc. Em tal emergência,
como já se escreveu, a impaciência do legislador se antecipa e não espera que o
propósito delituoso se consume, punindo, em última análise, a intenção, o
projeto delituoso. São quase todos esses crimes autênticos atos preparatórios e a
razão de puni-los está no relevo que o legislador dá ao bem ameaçado ou porque
sua frequência está
a indicar a necessidade da repressão, em qualquer caso, em nome da paz social
(NORONHA, Edgard Magalhães. Direito penal, v. 4, p. 77.)
Punição de atos preparatórios
Greco vai advertir que não se trata de punição dos atos preparatórios:
Devemos tomar cuidado com as lições do renomado autor para não
chegarmos a conclusões equivocadas, a exemplo de se afirmar que, nos casos
apontados, o Código Penal, excepcionalmente, pune os chamados atos
preparatórios. Não existe exceção à regra constante do art. 14, II do diploma
repressivo, quando diz ser o crime tentado, uma vez que, iniciada a execução,
não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente (GRECO,
2022, p. 1187).
INCITAÇÃO AO CRIME
Art. 286 Incitar, publicamente, a prática de crime. Pena
detenção, de três a seis meses, ou multa. 
Incitação dirigida a prática de crime.
Núcleo do tipo incitar, significa estimular, instigar, induzir (
GRECO, 2022). Elementar do tipo - Publicamente
Crime de ação livre pode ser cometido por meios diversos
palavras, gestos, escritos 
 
Atenção: Não se configura o crime em epígrafe quando a incitação
se dirige à prática de contravenção penal.
Verbo do tipo
Bem jurídico: Paz Pública
Crime comum doloso comissivo (podendo ser cometido por
omissão imprópria) forma livre instantâneo monossubjetivo
plurissubsistente (podendo ser cometido na forma
unissubsistente transeunte)
Sujeito - ativo qualquer pessoa
Sujeito - passivo a sociedade
CLASSIFICAÇÃO
 
Atenção: A incitação precisa se dirigir à prática de determinado crime,
não pode ser uma incitação vaga!
Não há necessidade, para a configuração do delito do art 286 de que as
pessoas incitadas pratiquem o crime 
O tipo previsto no art. 286 trata somente de crimes e estes devem ser
determinados pelo agente, a exemplo daquele que incita a multidão a
linchar um delinquente que fora preso em flagrante ou, mesmo, a
quebrar as vidraças das lojas no centro da cidade. Enfim, a incitação
deverá ser dirigida à prática de determinada infração penal, não se
configurando o delito quando ocorrer uma incitação vaga, genérica”
(GRECO, 2022).
 
Importante: Saimon incita Fernandinho (pessoa
específica) a praticar um crime de roubo. Fernandinho
comete o crime de roubo. 
Nesse caso, haverá CONCURSOS DE PESSOAS, ou seja,
Saimon responderá pelo delito de roubo, nos termos do
art. 29 do Código Penal. 
Figuras específicas previstas na Legislação especial 
 
Atenção:
Art. 23 da Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170/83) - REVOGADO! 
A lei 14.197/2021 acrescentou o Parágrafo único:
Incorre na mesma pena quem incita, publicamente, animosidade
entre as Forças Armadas, ou delas contra os poderes constitucionais,
as instituições civis ou a sociedade. 
 
Art.155 do Código Penal Militar
Art. 3º da Lei 2899/1956 
Art.20 da Lei 7.716/1989
 
 
 
 Art. 155 do Código Penal Militar.
 Incitar à desobediência, à indisciplina ou à prática de crime militar:
 Pena - reclusão, de dois a quatro anos.
 Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem introduz, afixa ou distribui,
em lugar sujeito à administração militar, impressos, manuscritos ou material
mimeografado, fotocopiado ou gravado, em que se contenha incitamento à
prática dos atos previstos no artigo.
 .
 
 Lei de Genocídio - Lei n° 7.960/89
 
Art. 3º Incitar, direta e publicamente alguém a cometer
qualquer dos crimes de que trata o art. 1º: (Vide Lei nº
7.960, de 1989)
 Pena: Metade das penas ali cominadas.
 .
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7960.htm#art1iii.m
 
 
 Lei de racismo - Lei 7.716/1989
 
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de
raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. (Redação dada
pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
 Pena: reclusão de um a três anos e multa
 .
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9459.htm#art1
 
 STJ 
 
" (...) Pois bem, o delito previsto no art 286 do Código Penal (incitação ao
crime), necessita, para sua caracterização, que o crime alegadamente
estimulado pelo agente seja claro, preciso, determinado, com todas as suas
dimensões bem delineadas (ato típico e antijurídico), não se prestando o
encorajamento genérico a determinada conduta caracterizador do delito
Assim, a forma genérica e ampla da narrativa do Governador representado
deixa escapar a tipicidade do delito, imprescindível à inauguração de qualquer
procedimento criminal."
 .
Para a configuração do delito previsto no art 286 do Código Penal (incitação à prática de crime) é
indispensável que o agente instigue pessoas determinadas ou indeterminadas da coletividade a
praticar crimes específicos Assim, havendo somente menção genérica a crimes, não há conduta
típica, devendo a sindicância ser arquivada. Como é sabido, descabe ao Poder Judiciário entender
contrariamente à promoção ministerial de arquivamento de investigações, por ausência de provas
para a continuidade das diligências ou para interpor denúncia, quando efetivada no âmbito da
própria Procuradoria Geral da República. É que, nesse âmbito, sequer se pode aludir à aplicação
do art 28 do CPP De outra parte, a se admitir o contrário, estar se ia, na prática, obrigando o
Ministério Público a investigar ou denunciar, violando a cláusula constitucional de independência
funcional do Chefe do Ministério Público da União. A jurisprudência desta Corte Especial, na
matéria, revela o entendimento acima exposto, como se deduz do seguinte aresto, cuja ementa
transcrevo abaixo. ARQUIVAMENTO DETERMINADO. 
Sd 748 / Rel Ministro OG FERNANDES, CORTE ESPECIAL, julgado em 16 10 2019 DJe 12 11
2019.) 
Apologia de crime ou
criminoso - Art. 287 
 
Fazer, publicamente, apologia
de fato criminoso ou de autor
de crime. Pena - detenção, de
três a seis meses, ou multa
Incitação dirigida a prática de crime Não se configura o crime em
epígrafe quando a incitação se dirige à prática de contravenção penal.
Núcleo do tipo: Fazer, significa realizar, levar a efeito, manifestar
fazer apologia tem o sentido de enaltecer, engrandecer um fato
criminoso ou um autor de crime um aplauso de público a um fato
criminoso ou a um autor de crime (GRECO, 2022).
Exemplo - Aplaudir, em público, fato criminoso ou autor de crime. 
Conceito
Apologia é a manifestaçãode um pensamento consistente no elogio de um
fato criminoso ou de seu autor, realizada publicamente para aprovar,
louvar ou exaltar o crime ou seu praticante, ou ambos (GRECO, 2022).
Atenção
Art. 22 da Lei de Segurança Nacional - REVOGADA!
Classificação (A mesma do crime de Incitação ao crime): 
 
Bem jurídico: Paz Pública
Crime comum doloso comissivo (podendo ser cometido por omissão
imprópria) forma livre instantâneo monossubjetivo plurissubsistente
(podendo ser cometido na forma unissubsistente transeunte)
Sujeito - ativo qualquer pessoa
Sujeito - passivo a sociedade
 
Marcha da Maconha
Marcha da Maconha
O STF na ADPF 187/2014-DF decidiu que os participantes da
Marcha da maconha não praticam o delito de apologia de
crime a partir dos fundamentos: direito de reunião (liberdade
de meio) direito de manifestação (liberdade de fim). 
Associação Criminosa 
Art. 288 do Código Penal 
 Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o
fim específico de cometer crimes: (Redação dada pela
Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência)
 Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Redação
dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência)
 Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a
associação é armada ou se houver a participação de
criança ou adolescente. (Redação dada pela Lei nº
12.850, de 2013) (Vigência)
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12850.htm#art24
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12850.htm#art27
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12850.htm#art24
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12850.htm#art27
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12850.htm#art24
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12850.htm#art27
Considerações Iniciais
Crime de bando e Quadrilha
Não houve abolitio criminis, houve uma alteração da terminologia do crime que
passou de “bando-quadrilha” para associação criminosa e um endurecimento da lei
que antes necessitava de 04 pessoas e agora só 3. Mudanças trazidas pela Lei 12.850
(Lei do crime organizado).
Atenção: Para o computo serão contados eventuais menores. Pode haver dois adultos
e um adolescente, por ex. 
Atenção
Crimes plurissubjetivos/ crimes de concurso necessário - São crimes
diferentes. Na hora de analisar o caso concreto se atentar para as
características para amoldar a conduta ao tipo correto. 
Associação criminosa x associação para o tráfico (Art. 35 da LD)
Associação criminosa x Formação de cartel 
Atenção
LEI Nº 8.137, DE 27 DE DEZEMBRO DE 1990.
Art. 4° Constitui crime contra a ordem econômica:
I - abusar do poder econômico, dominando o mercado ou eliminando, total ou parcialmente, a
concorrência mediante qualquer forma de ajuste ou acordo de empresas;
II - formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, visando: (Redação dada pela Lei nº
12.529, de 2011).
a) à fixação artificial de preços ou quantidades vendidas ou produzidas; (Redação dada pela Lei nº
12.529, de 2011).
b) ao controle regionalizado do mercado por empresa ou grupo de empresas; (Redação dada pela Lei
nº 12.529, de 2011).
c) ao controle, em detrimento da concorrência, de rede de distribuição ou de fornecedores.
(Redação dada pela Lei nº 12.529, de 2011).
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12529.htm#art116
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12529.htm#art116
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12529.htm#art116
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12529.htm#art116
Associação Criminosa 
Art. 288 do Código Penal 
O tipo penal não exige que todas as pessoas sejam imputáveis, de modo que se
admite, para a composição do crime, a formação de associação criminosa entre
maiores e menores de 18 anos (posição majoritária: Mirabete, Manual de direito
penal, v. 3, p. 188; Delmanto, Código Penal comentado, p. 511; Damásio, Código
Penal anotado, p. 818; Noronha, Direito penal, v. 4, p. 91-92).
Quem se associa (pelo menos três agentes) para o fim específico de praticar crimes
(no plural, o que demonstra a ideia de durabilidade), assim o faz de maneira
permanente e indefinida, vale dizer, enquanto durar o intuito associativo dos
integrantes. Além disso, é fundamental exigir-se que os associados tenham noção
dos delitos a praticar.
Associação Criminosa x Concurso de Agentes
Distingue-se a associação criminosa do mero concurso de agentes por alguns pontos
principais: 
1) para o delito de associação é preciso o mínimo de três pessoas; o concurso pode
dar-se com duas; 
2) no delito de associação, os agentes têm a específica finalidade de cometer crimes,
não valendo para a prática de contravenção penal; o concurso de pessoas admite a
prática de contravenção penal;
3) a associação criminosa exige, para a configuração do delito, estabilidade e
durabilidade da integração de seus membros; o concurso de pessoas pode formar-se
para o cometimento de um só crime, sem perpetuação.
Associação Criminosa x Organização Criminosa
Diferencia-se a associação criminosa do delito de organização criminosa,
constante do art. 2.º, c/c. art. 1.º, § 1.º, da Lei 12.850/2013, pois a
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA deve possuir, ao menos, quatro integrantes,
além de exigir constituição estruturada, hierarquizada, com divisão de
tarefas entre os seus membros. Além disso, a organização deve voltar-se à
prática de delitos cuja pena máxima supera os quatro anos, ou sejam de
caráter transnacional.
Classificação
Elemento subjetivo do tipo específico - É a finalidade de “cometer
crimes”.
Elemento subjetivo do crime É o dolo 
Comum; formal; de forma livre; comissivo; permanente; de perigo
abstrato e comum; plurissubjetivo; plurissubsistente. Sobre a
classificação dos crimes.
Tentativa - Não é admissível, pois depende da estabilidade e
permanência indispensáveis.
Momento consumativo - Quando o grupo se tornar duradouro e
estável.
Classificação
Causa de aumento de pena (parágrafo único) - Deve o juiz aumentar
até a metade a pena aplicada (referente ao caput) quando a associação
criminosa for armada, isto é, fizer uso de arma. 
Como o tipo penal não estabelece qualquer restrição, entende-se ser
possível configurar a causa de aumento tanto a arma própria
(instrumento destinado a servir de arma, como as armas de fogo,
punhais, espadas etc.) como a imprópria (instrumento utilizado
extraordinariamente como arma, embora sem ter essa finalidade,
como ocorre com a faca de cozinha, pedaços de pau, entre outros)
(NUCCI, 2020, p. 1353).
Constituição de Milícia
Privada - Art. 288-A
A Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização
paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade
de praticar qualquer dos crimes previstos neste Código Penal
.reclusão, de 4 ( a 8 ( anos
Constituição de Milícia Privada
Art. 288-A do Código Penal 
 Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou
custear organização paramilitar, milícia particular, grupo
ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos
crimes previstos neste Código: (Incluído dada pela Lei
nº 12.720, de 2012)
 Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos. 
 (Incluído dada pela Lei nº 12.720, de 2012)
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12720.htm#art4
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12720.htm#art4
A Lei nº 12.720, de 27 de setembro de 2012, inseriu o art. 288- A ao Código
Penal, criando o delito de constituição de milícia privada, atendendo, assim, ao
disposto no item 1º da Resolução nº 44/162, editada pela Assembleia Geral das
Nações Unidas, em 1989, que preceitua:
“Os governos proibirão por lei todas as execuções extralegais, arbitrárias ou
sumárias, e zelarão para que todas essas execuções se tipifiquem como delitos
em seu direito penal, e sejam sancionáveis como penas adequadas que levem em
contaa gravidade de tais delitos. Não poderão ser invocadas, para justificar
essas execuções, circunstâncias excepcionais, como por exemplo, o estado de
guerra ou o risco de guerra, a instabilidade política interna, nem nenhuma outra
emergência pública.
Essas execuções não se efetuarão em nenhuma circunstância, nem sequer em
situações de conflito interno armado, abuso ou uso ilegal da força por parte de
um funcionário público ou de outra pessoa que atue em caráter oficial ou de uma
pessoa que promova a investigação, ou com o consentimento ou aquiescência
daquela, nem tampouco em situações nas quais a morte ocorra na prisão. Esta
proibição prevalecerá sobre os decretos promulgados pela autoridade
executiva.”
Importante: O crime de constituição de milícia não exclui a penalização de
outros crimes cometidos pela milícia, como homicídio, furto e etc. 
Conceituação e noções históricas
 
Paramilitares são associações ou grupos não oficiais, cujos membros atuam
ilegalmente, com o emprego de armas, com estrutura semelhante à militar.
Atuam, ilegal e paralelamente às forças policiais e/ou militares. Essas forças
paramilitares utilizam as técnicas e táticas policiais oficiais por elas conhecidas, a
fim de executarem seus objetivos anteriormente planejados. Não é raro ocorrer –
e, na verdade, acontece com frequência – que pessoas pertencentes a grupos
paramilitares também façam parte das forças militares oficiais do Estado, a
exemplo de policiais militares, bombeiros, policiais civis e federais (GRECO,
2022, p. 1248). .
No Império era "milícia” as chamadas tropas de segunda linha, que exerciam
uma reserva auxiliar ao Exército, considerado de primeira linha.
 A polícia militar, durante muito tempo, foi considerada uma reserva do
Exército, passou, em virtude disso, a ser considerada milícia. Atualmente
não se utiliza mais essa definição para a PM. 
Militares são as forças policiais pertencentes à Administração Pública, que
envolvem não somente as Forças Armadas (Exército, Marinha e
Aeronáutica), como também as forças policiais (Polícia Militar), que tenham
uma função específica, determinada legalmente pelas autoridades
competentes. 
Milícia 
Paramilitares são as organizações que não compõe as forças policiais
pertencentes à Administração Pública. 
Milícia 
As milícias privadas, consideradas criminosas, ou seja, que se encontram à
margem da lei, eram, inicialmente, formadas por policiais, ex-policiais e também
por civis (entendidos aqui aqueles que nunca fizeram parte de qualquer força
policial) (GRECO, 2022).
Incialmente as milícias exerciam uma vigilância da comunidade por meio de
pessoas armadas, que se revezam em turnos, impedindo, assim, a ação de outros
grupos criminosos. Com o passar do tempo houve uma adequação para passar
auferir lucros com outros serviços, por eles monopolizados, como aconteceu
com os transportes realizados pelas “vans” e motocicletas, com o fornecimento
de gás, TV a cabo (vulgarmente conhecido como “gatonet”), internet (ou “gato
velox”, como é conhecida) etc.
Milícia 
A população sofre de forma que os moradores que não se submetem ao jugo
miliciano, se negando a pagar, são ameaçados, torturados e mortos, quando
menos expulsos da favela e suas casas ‘desapropriadas'. 
1. controle de um território e da população que nele habita por parte de um
grupo armado irregular;
2. o caráter coativo desse controle;
3. o ânimo de lucro individual como motivação central;
4. um discurso de legitimação referido à proteção dos moradores e à
instauração de uma ordem;
5. a participação ativa e reconhecida dos agentes do Estado.
Milícia 
Relatório Final da Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa
do Estado do Rio de Janeiro (pág. 36 - Resolução nº 433/2008)
Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar,
milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer
dos crimes previstos neste Código: (Incluído dada pela Lei nº 12.720, de
2012). 
Que grupo? É aquele ligado ao extermínio de pessoas, ou seja, um grupo,
geralmente, de “justiceiros”, que procura eliminar aqueles que, segundo
seus conceitos, por algum motivo, merecem morrer. Podem ser contratados
para a empreitada de morte, ou podem cometer, gratuitamente, os crimes
de homicídio de acordo com a “filosofia” do grupo criminoso, que escolhe
suas vítimas para que seja realizada uma “limpeza.”
Milícia 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12720.htm#art4
termo esquadrão diga respeito, normalmente, a uma pequena unidade
militar ou força especial, como acontece com o esquadrão antibombas,
antissequestro etc. também é utilizado pelas Forças Armadas em suas
unidades aéreas, terrestres ou navais.
O tipo prevê o esquadrão de natureza clandestina, marginal, ou seja, que
fica às margens da lei e tem como finalidade precípua o extermínio de
pessoas.
Milícia 
Classificação
Sujeito ativo - Qualquer pessoa 
Sujeito passivo- É a sociedade 
Objeto jurídico- É a paz pública 
Objeto material - É a paz pública 
Classificação
Elementos objetivos do tipo: Constituir (formar), organizar
(estabelecer bases para algo), integrar (tomar parte), manter
(sustentar, prover) ou custear (financiar) são as condutas alternativas
Finalidade: cujo objeto é a organização paramilitar (agrupamento de
pessoas armadas, imitando a corporação militar oficial), milícia
particular (grupo paramilitar, que age ao largo da lei), grupo ou
esquadrão (é o agrupamento residual, envolvendo qualquer tipo de
milícia).
Classificação
Milícia privada x Associação Criminosa - Este delito difere da associação
criminosa, prevista no art. 288 do Código Penal, por dois principais
motivos: a) é mais restrito quanto à sua finalidade, pois é grupo armado,
semelhante ao militar, para cometer crimes previstos no Código Penal; b)
não demanda um número mínimo de três participantes; logo, bastam dois
indivíduos para formar um grupo paramilitar. 
O crime necessita da prova da durabilidade e da estabilidade, sob pena de
se confundir com mero concurso de agentes. 
A pena é de reclusão, de 4 a 8 anos. .
Classificação
Elemento subjetivo do tipo específico - É a finalidade de cometer crimes
previstos no Código Penal. 
Elemento subjetivo do crime - É o dolo 
Comum; formal; de forma livre; comissivo; permanente, nas formas “constituir”
Tentativa - Não é admissível, pois depende da estabilidade e permanência
indispensáveis para a sua constituição. Ademais, há duas condutas com caráter
de habitualidade, que não comportam, igualmente, tentativa.
Momento consumativo - Quando o grupo se tornar duradouro e estável. Ou, nos
casos de manter e custear, quando se demonstrar a habitualidade
“organizar”, “integrar”, mas habitual nas modalidades “manter” e “custear); de
perigo comum; plurissubjetivo; plurissubsistente. 
DOS CRIMES CONTRA A FÉ
PÚBLICA 
TITULO IX DO CÓDIGO PENAL
Bem Jurídico - Fé Pública
A fé pública é uma realidade e é um interesse que a lei deve proteger. Sem ela seria
impossível a vida em sociedade. Fruto da civilização e do progresso – pois seria
incompreensível ou inútil nas sociedades primitivas – hoje constitui um bem do qual a
vida comunitária não pode absolutamente prescindir. Com efeito, o homem tem
necessidade de acreditar na veracidade ou genuidade de certos atos, documentos,
sinais, símbolos etc., empregados na multiplicidade das relações diárias, em que
intervém. A atividade civil, o mundo dos negócios etc., carecem deles e daí a natural
crença ou confiança de todos em que eles atestam ou provam a veracidade das relações
jurídicas e sociais. Não se trata de bem particular ou privado. Ainda que, no caso, haja
ofensa real ou perigo de lesão ao interesse de uma pessoa, é ofendida a fé pública, isto
é, a crença ou convicção geral na genuinidade e valor dos documentos, atos etc.,
prescritos ou usuais para aquelas relações (HUNGRIA).
Bem Jurídico - Fé Pública
O falso é o meio utilizado pelo agente nas infrações penais em que a fé pública é
atacada. O falso se contrapõeao real, ao que é legítimo, verdadeiro (GRECO, 2022).
IMPORTANTE: Para que ocorra qualquer crime que iremos estudar no título X é
NECESSÁRIO que o falso tenha aparência de real/verdadeiro. 
“Não há delito de falso sem a potencialidade lesiva (possibilidade de dano). É preciso
que traga em si mesmo a capacidade de iludir a vítima e, assim, causar-lhe um dano. Se
o falso é grosseiro, incapaz de enganar, ou forma um documento nulo (nulidade
estranha à própria falsidade), não ofende a fé pública e, por isso, inexiste crime (JESUS,
) ”
Bem Jurídico - Fé Pública
Compete privativamente ao Banco Central da República do Brasil, conforme
determina o art. 10, I, da Lei nº 4.595/64, emitir papel-moeda nas condições e
limites autorizados 1.10 pelo Conselho Monetário Nacional
É necessário também que o falso tenha RELEVÂNCIA no mundo jurídico. É necessário
observar que exista um prejuízo a fé pública, que atente contra a relação de confiança
que deve nortear o comportamento social. 
Falso como crime meio
Súmula 17 do STJ - Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade
lesiva, é por este absorvido.
Características dos crimes de falso
Imitação da verdade - O agente imita/copia a verdade ao fabticar o objeto material
semelhante ao verdadeiro, pois objetiva enganar. 
Alteração da verdade - Ocorre quando um fato falso é representado no documento
como se fosse verdadeiro. 
Potencialidade do dano - É necessário que a falsificação possa provocar algum dano,
ou seja repercutir na esfera de direitos. 
Dolo - Os crimes de falso são dolosos. 
Capítulo I
Da Moeda Falsa
 Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal
no país ou no estrangeiro:
 Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.
 § 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta,
adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa.
 § 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à
circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e
multa.
 § 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário público ou diretor,
gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão:
 I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei;
 II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada.
 § 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação não estava
ainda autorizada.
Classificação
A falsificação de moeda é fato antigo - Desde seu surgimento em substituição ao
sistema de escambo e troca. 
O Estado é o detentor da
Dentro do tipo penal temos: 
O núcleo falsificar tem o sentido de imitar o que é verdadeiro, tornando-o
parecido. 
A falsificação pode ocorrer por meio da:
a) a conduta de falsificar, fabricando ou alterando; 
b) moeda metálica ou papel-moeda; 
c) de curso legal no país ou no estrangeiro.
 
 Fabricação ou,
 Alteração.
Entendendo o tipo penal
Ocorrerá a fabricação, também chamada de
contrafação, o ato de criar materialmente o
objeto, que será utilizado como moeda
metálica ou papel-moeda, fazendo-o passar
por verdadeiro; 
Na falsificação-alteração, o agente se utiliza
de moeda metálica ou de um papel-moeda
já existente, isto é, verdadeiro, e modifica o
valor, a fim de que passe a
representar/valer mais do que efetivamente
vale.
1.
2.
Entendendo o tipo penal
Ocorrerá a fabricação, também chamada de
contrafação, o ato de criar materialmente o
objeto, que será utilizado como moeda
metálica ou papel-moeda, fazendo-o passar
por verdadeiro; 
Na falsificação-alteração, o agente se utiliza
de moeda metálica ou de um papel-moeda
já existente, isto é, verdadeiro, e modifica o
valor, a fim de que passe a
representar/valer mais do que efetivamente
vale. Atenção: Não comete crime aquele
que altera o valor para menos. 
1.
2.
Entendendo o tipo penal
Polícia descobre 'Casa da Moeda' falsa na Zona
Leste de SP
https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/policia-
descobre-casa-da-moeda-falsa-na-zona-leste-de-
sp.ghtml
Classificação
Sujeito ativo - Comum. Qualquer pessoa; 
Sujeito passivo - Estado; 
Crime doloso. Não há previsão para crime culposo;
comissivo (podendo, também, nos termos do art. 13, § 2º, do Código Penal, ser
praticado via omissão imprópria, na hipótese de o agente gozar do status de
garantidor);
Forma livre; 
Instantâneo - Nas modalidades falsificar, fabricar, alterar, importar, exportar,
adquirir, vender, trocar, ceder e introduzir) e permanente, no que diz respeito à
conduta de guardar);
Monossubjetivo; 
Plurissubsistente.
Consumação e tentativa
delito tipificado no caput do art. 289 do Código Penal se consuma
quando o agente, efetivamente, realiza a falsificação, seja
fabricando ou alterando moeda metálica ou papel-moeda de curso
legal no País ou no estrangeiro, não havendo necessidade,
outrossim, de ser colocada em circulação.
É possível a tentativa. 
Circulação de moeda falsa
 § 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou
alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta,
guarda ou introduz na circulação moeda falsa.
Tipo misto alternativo
IMPORTANTE: Caso o agente pratique o tipo previsto no caput com o
dolo de colocar em circulação, responderá somente pelo §1°. Não
haverá concurso de crimes. 
Erro de tipo: Caso o agente acredite na autenticidade da moeda,
poderá ser arguido o erro de tipo, eliminando-se o dolo e,
consequentemente, a tipicidade do fato, mesmo sendo inescusável o
erro, por ausência de modalidade de natureza culposa.
Entendendo o tipo penal
§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa
ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é
punido com detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Modalidade privilegiada
Justifica-se a mitigação da sanção, em primeiro lugar, porque o que
impulsiona a conduta do sujeito não é propriamente a vontade de lesar a
fé pública, nem de locupletar-se, mas o desejo de evitar um prejuízo
pecuniário, transferindo-o a outra vítima, o que revela ação de mero
criminoso de ocasião, que pratica a infração penal em virtude de
circunstâncias não criadas unicamente por ele; em segundo lugar, porque
não estará, com sua ação, iniciando a circulação da moeda falsa, que já
ocorrera em momento precedente, mas tão só dando-lhe continuidade, de
modo que também a magnitude da culpabilidade seja menor, se
comparada às figuras precedentes, contidas no caput e no § 1º do art. 289
(PRADO).
Modalidade privilegiada
§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário
público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica,
emite ou autoriza a fabricação ou emissão:
 I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei;
 II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada.
Modalidade qualificada
Crime Próprio - funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de
banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou
emissão;
Não é prevista a modalidade culposa. 
Entendendo o tipo penal
 § 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda,
cuja circulação não estava ainda autorizada.
A conduta prevista pelo aludido parágrafo diz respeito ao fato de o
agente desviar e fazer circular moeda antecipadamente ou, conforme
preleciona Ney Moura Teles, dando “à moeda destino que ela não
tinha naquele momento, colocando-a em circulação antes da data
autorizada. A moeda verdadeira, fabricada, apta a entrar em
circulação, não o pode, por não ser o momento próprio. O agente,
entretanto, desvia-a e a coloca em circulação antecipadamente
(TELES) 
Desvio e circulação
antecipada
A ação penal é de iniciativa pública incondicionada;
Será de competênciado Juizado Especial Criminal, bem como se
aplicará o rito da Lei 9099/95 para o crime previsto no §2°;
Caberá Suspensão Condicional do Processo somente para o crime
previsto no §2°. 
Pena, ação penal, competência para julgamento e
suspensão condicional do processo
Para configurar o crime de falso é
necessário que exista qualidade na
falsificação, que emite o
verdadeiro, que seja possível
"enganar" o homem médio; 
Quando a falsificação é grosseira
não há a aplicação do crime
tipificado no art. 289 do Código
Penal. 
Falsificação grosseira, sem qualquer capacidade
de iludir as pessoas
Súmula nº 73 do STJ. A
utilização de papel moeda
grosseiramente falsificado
configura, em tese, o crime
de estelionato, de
competência da Justiça
Estadual.
Falsificação grosseira, sem qualquer capacidade
de iludir as pessoas
Não sendo grosseira a falsificação, afastando-se, portanto, a Súmula nº 73 do
STJ, competirá à Justiça Federal o processo e julgamento do delito de moeda
falsa. 
Conflito negativo de competência entre as Justiças Estadual e Federal. Moeda
falsa. Laudo pericial. Falsificação grosseira. Incidência da Súmula nº 73/STJ.
Competência da Justiça Estadual. Hipótese na qual o laudo pericial aponta a má
qualidade da moeda falsificada e as circunstâncias dos autos indicam que ela
não possui a capacidade de ludibriar terceiros. ‘A utilização de papel moeda
grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime de estelionato, da
competência da Justiça Estadual’ (Súmula nº 73/STJ)” (STJ, CC 135.301/PA,
Rel. Min. Ericson Maranho, Des. convocado do TJ-SP, S. 3, DJe 15/04/2015).
Competência para julgamento
Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou
gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho,
instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à
falsificação de moeda: Pena - reclusão, de dois a seis anos,
e multa.
PETRECHOS PARA FALSIFICAÇÃO DE MOEDA
O tipo contém as seguintes condutas: 
a) as condutas de fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou
gratuito, possuir ou guardar; 
 Os seguintes objetos: maquinismo, aparelho, instrumento ou
qualquer objeto, especialmente destinando à falsificação de moeda.
Punição de Ato Preparatório? Dois posicionamentos 
Não. O agente é punido não pela prática de um ato meramente
preparatório, mas porque, efetivamente, executou uma das condutas
previstas pelo tipo (GRECO, 2022).
Entendendo o tipo penal
Classificação
Sujeito ativo - Comum. Qualquer pessoa; 
Sujeito passivo - Estado; 
Crime doloso. Não há previsão para crime culposo;
Plurissubsistente - Portanto, cabe tentativa. 
Crime é da competência da Justiça Federal, pois somente a União controla a
emissão de moeda;
Concurso entre os crimes de moeda falsa e de petrechos
para falsificação de moeda
Capítulo III
Da falsidade documental
 Falsificação de documento público 
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público
verdadeiro:
 Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
 § 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se
a pena de sexta parte.
 § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade
paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os
livros mercantis e o testamento particular.
 § 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
 I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova
perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório;(Incluído
pela Lei nº 9.983, de 2000)
 II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva
produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido
escrita; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art2
 III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as
obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que
deveria ter constado. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3o,
nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de
trabalho ou de prestação de serviços.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art2
Documento - É o escrito emanado de um autor determinado, conterndo
declaração de vontade ou exposição de fatos, possuidores de relevância jurídica
(AZEVEDO; SALIM, 2021). Em sentido estrito é o escrito com valor probatório. 
Em sentido amplo, documento é toda materialização de um dado, fato ou narração,
bem como todo objeto que seja capaz de reconhecer algum dado ou uma declaração
de vontade ou pensamento atribuído a uma pessoa e destinado a suportar algum
negócio jurídico ( MUNOZ, apud, NUCCI)
Art. 232 do Código de Processo Penal - Art. 232. Consideram-se documentos
quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou particulares. Parágrafo
único. À fotografia do documento, devidamente autenticada, se dará o mesmo
valor do original.
Entendendo o tipo penal
Espécies de documento 
a) Documento público - É o elaborado por funcionário público
competente, no exercício de suas atribuições, com a observância das
formalidades legais. 
b) Documento particular - A lei não define, dessa forma o seu conceito se
obtém por exclusão, o que não é público é particular. 
Entendendo o tipo penal
Classificação do documento público 
a) Formal e substancialmente público - Emitido por servidor público com
conteúdo de interesse público. 
b) Formalmente público e substancialmente privado - Emitido por servidor
público, mas com o conteúdo preponderantemente particular. 
Atenção: Em ambos os casos o documento é público. O que importa é o
aspecto formal, isto é, ser elaborado por funcionário público. 
Entendendo o tipo penal
Sujeito ativo - Comum. O agente pode ser qualquer pessoa. Atenção: Se for
Funcionário haverá a incidência do §1°, art. 297 do Código Penal. 
Sujeito passivo - Estado de forma direta e a pessoa eventualmente lesada será a
vítima mediata ou indireta. 
Tipo objetivo - A conduta consiste em:
1° Falsificar, no todo ou em parte, documento público - Trata-se de contrafação
que significa a formação total ou parcial do documento. 
Pode ser total quando ocorre a confeccção integral do documento - o agente cria
materialmente um documento que não existia ou parcial, se ocorre a modificação
do documento verdadeiro - o agente modifica, altera parcialmente documento já
existente. 
Classificação
Alterar - É o ato de modificar as letras ou números existentes ou com a
substituição da fotografia da pessoa. 
Objeto material - É o documento público falsificado, no todo ou em parte,
ou o documento público verdadeiro alterado. 
Classificação
Quando houver concurso entre falsificação e uso de documento falso,
implica no reconhecimento de uma autêntica progressão criminosa, ou
seja, falsifica-se algo para depois usar. Deve o sujeito responder somente
pelo uso de documento falso, pois o fato antecedente não é punível.
Distinções
Quando se tratar de falsificação de atestado ou certidão emitida por
escola configura a falsidade de documento público e não o delito do art.
301 (certidão ou atestado ideológica ou materialmente falso).
O crime tipificado no art. 301 do Código Penal prevê que o atestado ou a
certidão seja destinado à habilitação de alguém a obter cargo público,
isenção de ônus ou serviço público ou qualquer outra vantagem
semelhante, o que não é necessariamente a finalidade do atestado ou da
certidão escolar. Competência da Justiça Estadual, súmula104 do STJ.
Distinções
Falsidade gerada na CTPS - Art. 49 do Decreto-lei 5.452/43 (CLT), se a
falsidade gerada na CTPS disser respeito ou produzir prejuízo no cenário
dos direitos trabalhistas do empregado, aplica-se o mencionado art. 49.
Porém, se a referida falsidade voltar-se ao contexto da Previdência
Social, aplica-se o disposto no art. 297, § 3.º, II, do CP. Afinal, cada um
dos tipos penais tutela objeto jurídico diverso (direito do trabalhador
versus direito relativo à Previdência Social)
 
Distinções
Quanto à competência para apurar o delito, é da Justiça Estadual
(Súmula 104 do STJ: “Compete à Justiça Estadual o processo e
julgamento dos crimes de falsificação e uso de documento falso relativo a
estabelecimento particular de ensino”);
Distinções
Exige-se a potencialidade lesiva do documento falsificado ou alterado,
pois a contrafação ou modificação grosseira, não apta a ludibriar a
atenção de terceiros, é inócua para esse fim. Trata-se de crime impossível
(art. 17, CP) (NUCCI, 2020);
É necessário exame de corpo de delito (perícia) para a prova da existência
do crime, pois é infração que deixa vestígios (art. 158, CPP);
Aplica-se a Súmula 17 do Superior Tribunal de Justiça: “Quando o falso
se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este
absorvido”. Trata-se da aplicação da regra de que o crime-fim absorve o
crime-meio
Observações
§2° - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público
o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou
transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os
livros mercantis e o testamento particular.
Norma explicativa
Manuais e doutrinas utilizadas na produção deste material

Mais conteúdos dessa disciplina