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Resenha - Documentário A HISTÓRIA SECRETA DA OBSOLECÊNCIA PROGRAMADA

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Universidade Federal da Fronteira Sul- Campus Chapecó 
Curso: Engenharia Ambiental e Sanitária 
CCR: Meio Ambiente, Economia e Sociedade 
Professor: Leandro Bordin 
Aluna: Vitória Brancher de Col 
 
A HISTÓRIA SECRETA DA OBSOLECÊNCIA PROGRAMADA 
 
O documentário conta duas histórias em paralelo, mas que se complementam, primeiro a 
impressora que chega em um determinado número de impressões e automa�camente para de 
funcionar, a outra história é sobre o cartel que se forma ao redor de produtos usados no 
co�diano de qualquer um, para os fabriquem cada vez mais frágeis e descartáveis, aqui a 
lâmpada é a principal ví�ma em foco. 
A obsolescência programada e o sen�mento de pertencimento a determinado grupo social, são 
algumas das principais armas do capitalismo para incen�var o alto consumismo e descarte de 
bens das pessoas, com produtos cada vez mais frágeis e inovações diárias e lançamentos de 
novidades cada vez mais rápidas. Esse efeito pode ser visto no episódio “Queda Livre”, da série 
“Black Mirror”, em que a protagonista vive para ser aceita no grupo mais bem avaliado e 
‘popular’, porém ao longo do episódio ela percebe que a vida vai além de likes, fotos e aprovação 
de desconhecidos, depois de adquirir essa percepção, nossa protagonista sofre retaliação do 
grupo que ela almejava pertencer. 
Freud, em 1930, já dizia em seus escritos que “o sujeito se liga a um objeto na tenta�va de 
apaziguar o sofrimento originado pela falta de garan�as de ser e de exis�r, visto que é obrigado 
a uma renúncia pulsional como condição para viver em sociedade”. 
O documentário trás fatos e evidências dos carteis formados por grandes indústrias de vários 
países europeus, e como seus funcionários eram rigorosamente monitorados a produzirem 
produtos com prazo de funcionamento ou u�lização encurtados. 
Em paralelo, na história de Marcos e sua impressora, inves�gando na internet e entrando em 
contato com outras pessoas que também �veram problemas com a impressora, ele descobre 
que os engenheiros constroem as máquinas com prazo de validade do equipamento já 
es�pulado, através de um chip instalado na placa de comando da impressora, onde ele faz a 
contagem de folhas impressas e o tempo de uso. Ele encontrou um site russo que oferece um 
so�ware para inabilitar esse chip, ao fazer o download e os procedimentos, Marcos traz a vida 
novamente a sua impressora. 
Pode-se fazer um paralelo com os celulares, no qual a fabricante de tecnologia, Apple, vem sendo 
alvo de inves�gações por prá�ca de obsolescência programada na Europa. Uma das acusadoras, 
a en�dade portuguesa “Deco Proteste”, afirma que o obje�vo da empresa é incen�var a compra 
prematura de novos aparelhos celulares. 
Em contrapar�da, a economia dos países socialistas desconhecia a obsolescência programada, 
para eles objetos, eletrodomés�cos, veículos etc., deveriam durar anos e anos de uso con�nuo. 
Uma fábrica de lâmpadas de Berlin Oriental construiu uma lâmpada de duração prolongada, que 
ao ser apresentada para empresas ocidentais, foi rejeitada, e após a queda do muro de Berlin, 
essa fábrica foi imediatamente fechada e essa lâmpada nunca mais foi produzida. 
A grande consequência social da obsolescência programada é o descarte sem cuidado de 
aparelhos tecnológicos “ultrapassados” em países africanos, o lixo eletrônico chega aos portos 
africanos como “produtos de segunda-mão”. São resíduos eletrônicos como computadores, 
televisões e aparelhos telefônicos que não estão mais em funcionamento. 
Sendo impossível a reciclagem desses resíduos, eles se acumulam em lixões próximos a rios e 
comunidades ganeses, trazendo riscos à saúde do povo, porém as consequências não chegam 
aos países desenvolvidos, sendo assim, não tomam a�tudes significa�vas para mudar a 
realidade. 
Leff (2004, p. IX), descreve a crise ambiental: 
La problemática ambiental emerge como una crisis de civilización: dela 
cultura occidental; de la racionalidad de la modernidad; de la 
economia del mundo globalizado. No es una catástrofe ecológica ni um 
simple desequilibrio de la economía. [...] es la pérdida del sentido de la 
existencia que genera el pensamento racional en su negación de la 
otredad. 
O autor, nesta afirmação, nos traz ao estabelecimento dos “nós” que amarram os diferentes 
aspectos da crise ambiental – econômico, polí�co, cien�fico, social etc. – que formam as 
relações sociais modernas. Se “nossa” crise ambiental deve ser compreendida, como assinala o 
autor, como uma crise de civilização estreitamente associada a uma suposta “perda do sen�do 
da existência”, assim como a certas formas de “negação da alteridade”, então ela 
essencialmente deve denotar o campo dos afetos e da convivência em sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências 
 
Farias, A. L. O mal-estar na crise ambiental: uma contribuição da psicanálise à educação 
ambiental. 2020. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-graduação em Meio Ambiente e 
Desenvolvimento, Universidade Federal do Paraná, Curi�ba, 2020. 
 
FREUD, S. O mal-estar na cultura [1930]. Trad. Renato Zwick. São Paulo: L&PM Editores, 2010c. 
 
LEFF, E. Racionalidad ambiental. La reapropiación social de la naturaleza. México: Siglo XXI, 
2004. 
	A HISTÓRIA SECRETA DA OBSOLECÊNCIA PROGRAMADA

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