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Compreende o conjunto das declarações, orais ou escritas, firmadas por cirurgião-dentista, no exercício da profissão, para servir como prova, que podem ser utilizadas com finalidade jurídica Podem ser classificados de acordo com diversos parâmetros: De acordo com Vanrell: Oficial É aquele oriundo de uma repartição ou dependência oficial como o Centro de Saúde, o Instituto Médico-Legal (IML), ou de um profissional que no momento de expedi-lo esteja em uso e exercício de cargo ou função pública Oficioso É todo documento emitido por profissional odontólogo, em consultório particular ou em qualquer local ou instituição, sem vínculo com cargo ou função pública Administrativo É todo documento produzido por cirurgião-dentista e que se destina a ser apresentado perante qualquer pessoa, empresa, instituição ou repartição, mesmo que dependa direta ou indiretamente do Poder Judiciário, mas desde que venha a ser entranhado em processo judicial Judicial Quando requisitado pela justiça e sendo destinado a ser usado nos autos do processo (atestado, para justificar ausência de testemunha em audiência; parecer, para alicerçar ação indenizatória etc.) Verdadeiro Diz-se aquele documento emitido por cirurgião-dentista e cujo texto é a mera expressão da verdade, isto é, contém dados técnicos dos fatos que realmente foram constatados no paciente. Informações contidas correspondem a fatos verídicos Falso Quando o teor do documento contém informações falsas e fatos que diferem do que realmente ocorreu. Seu autor está sujeito às penas que a lei impõe para tanto Os verdadeiros documentos odontolegais são aqueles emitidos exclusivamente para terem algum efeito jurídico Podem ser: o Atestados o Relatórios (auto e laudo) o Pareceres o Notificações compulsórias o Depoimentos orais Outros documentos emitidos pelo CD podem eventualmente ser considerados odontolegais. Acontece a partir do momento em que são utilizados com propósito jurídico Podem ser: o Consulta o Prontuários o Receitas o Encaminhamentos o Recibos o Ficha clínica o Radiografias o Modelos de gesso Essas classificações não são taxativas, podendo se sobrepor entre si. Exemplo: Um documento pode ser ao mesmo tempo: oficial, administrativo e verdadeiro Documento em que ocorre a afirmação de fatos ou a constatação de estados, sendo uma declaração simples, obrigatoriamente por escrito, do que foi constato, por meio de exames e procedimentos realizados no consultório odontológico ou em virtude de qualquer outra forma de atuação do profissional que esteja relacionado com a Odontologia, e de suas consequências É o documento mais produzido pelo CD Vale ressaltar que ao CD só é permitido atestar, certificar, testemunhar ou declarar, para qualquer fim, o que tenha examinado ou verificado pessoalmente O atestado deve apresentar: - Identificação/Qualificação profissional - Identificação/Qualificação do paciente: nome, RG e endereço (opcional) - A finalidade para qual foi expedido (fins trabalhistas, escolares, desportivos – evitar “para os devidos fins”) - Fato ocorrido - Local, data e horário em que o paciente foi atendido - Se for recomendado repouso, este será indicado em HORAS - Assinatura do CD responsável - Carimbo do CD, com nome e número do CRO, mesmo quando for utilizado o impresso do receituário Fato ocorrido Serve para declarar que o paciente esteve sob os cuidados do profissional, em horário e local definidos, mas sem especificar a natureza do atendimento, evitando quebra do sigilo profissional Adicionalmente, descreve-se as consequências do atendimento, como: Necessidade de repouso → preferencialmente escrito em horas, sendo primeiro em formato numeral e depois por extenso. Ex: Repouso por 48h (quarenta e oito horas) Impossibilidade de comparecimento ao trabalho por estar sob seus cuidados de tal hora a tal hora Posto isso, não são todos os casos em que é permitido a divulgação do diagnóstico no atestado. A permissão ocorre nos seguintes casos: Cumprimento de dever legal, quando há uma lei que exige. Exemplo: As Forças Armadas exigem o CID em lei, por exemplo através do Decreto 60.822/1967, com Redação dada pelo Decreto 703/1992, para inspeção de saúde de conscritos, voluntários e candidatos à matrícula em Órgãos de formação de Oficiais de Reserva Justa causa Autorização expressa do paciente Havendo a assinatura de anuência do paciente ou do respectivo representante legal, que pode ser substituída pela impressão digital do seu polegar direito * Caso o caso não se enquadre em uma das situações elencadas acima e paciente ou seu representante legal não tenham assinado, o profissional poderá responder nas esferas penal, cível e administrativa pela quebra de sigilo Deprecia a classe odontológica e infringe normas do código de ética odontológico, sujeitando o infrator às penas previstas (pelo código de ética e pelo código penal – Falsidade de Atestado Odontológico) Art. 299: Omitir em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direto, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante Pena: Reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular Registro minucioso de uma perícia, determinada por autoridade policial ou judiciária, sobre fatos de ordem odontológica de interesse da justiça Laudo: Quando escrito pelo próprio perito Auto: Quando é ditado diretamente a um escrivão. Realizado perante testemunhas Consiste na expressão da opinião de especialista ou uma comissão de especialistas para esclarecer dúvidas e questões de interesse jurídico em relação a um relatório odontolegal. É o documento emitido pelos assistentes técnicos É endereçada a um profissional que tenha competência especial sobre o assunto, que dará a sua opinião pessoal sobre Quando houver a necessidade de revelação do diagnóstico ou da intervenção praticada, utilizar a CID-10, recomendando-se que o paciente assine o rodapé do atestado anuindo com a publicidade do seu diagnóstico, evitando-se o cometimento de infração ética por revelação de segredo a matéria, sendo passível de ser juntada nos autos do processo judicial O valor e a credibilidade do parecer dependerão do prestígio, bom conceito, renome científico e moral usufruído por aquele que o emite Trata-se de um documento particular, unilateral, que não exige compromisso legal, nem vínculo prévio do profissional, não podendo se enquadrar como falsa perícia É um documento de emissão obrigatória e é emitida quando ocorre a constatação de doenças ou agravos, contidos em uma lista estabelecida pelo governo, possuindo um papel sanitário ou social Lei 6.259/1975 elencou essa lista de doenças que é atualizada de tempos em tempos Destinado à autoridade competente para providências sanitárias cabíveis Deve ser feita por escrito à autoridade competente para que sejam tomadas as providências sanitárias, judiciárias ou sociais cabíveis Notificações de Acidentes de Trabalho (Decreto n° 357/91): Compreende, essencialmente, os acidentes-tipo, mas para fins previdenciários e securitários, as doenças profissionais (tecnopatias), as doenças do trabalho (mesopatias) e os acidentes de percurso (in itinere) equiparam-se aos acidentes de trabalho Devem ser feitas através de documento próprio: CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) e deve ser encaminhada à agência local do instituto previdenciário Doenças infectocontagiosas denotificação compulsória Morte encefálica comprovada em estabelecimento de saúde (Dec. 2.268/97, art. 18) Casos de violência contra a mulher que é atendida em serviço de saúde público ou privado Maus-tratos infantis ou agressões: As notificações devem ser feitas perante a Autoridade Policial, junto ao Ministério Público ou ao Conselho Tutelar da Infância, Adolescência e Juventude Quando o perito é convocado a comparecer em audiência para que sejam prestados esclarecimentos sobre o laudo produzido Declaração prestada pelo perito, de viva voz, quando esse se apresenta perante a autoridade, policial ou judiciária O perito responde de forma científica, de maneira simples e objetiva, os questionamentos feitos Parte técnica do corpo judiciante → multa É um esclarecimento prestado à autoridade em consequência de dúvidas ou omissões de ordem odontológica O pedido de consulta deve ser acompanhado/garantido o acesso de todas as peças que possam orientar ou esclarecer o fato em questão É o documento clínico mais importante É um conjunto de documentos Toda documentação produzida e relacionada com o tratamento do paciente, como: anamnese, termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), fichas clínicas, planejamento, radiografias, modelos de gesso, receitas, recibos, etc. Principais: o Ficha Clínica Odontológica o Termo de Consentimento Esclarecido o Contrato de Prestação de Serviços Profissionais É um perfil, não apenas odontológico, mas geral do paciente, por ocasião de sua primeira consulta Elemento de prova da compreensão e outorga do paciente em relação aos procedimentos que lhe foram indicados e sua exequibilidade Ainda é um instrumento que os CD’s estão se acostumando lentamente, descobrindo que, em que pese a burocracia que representa, é uma garantia, uma proteção para ambas as partes – profissional e paciente Atenção A posse do prontuário é do paciente, mas a guarda é do profissional Importância do prontuário: - Organização - Prova Odontolegal: Inversão do ônus da prova - Identificação Art. 17: É obrigatória a elaboração e a manutenção de forma legível e atualizada de prontuário e a sua conservação em arquivo próprio seja de forma física ou digital Art. 18. Constitui infração ética Negar, ao paciente ou periciado, acesso a seu prontuário, deixar de lhe fornecer cópia quando solicitada, bem como deixar de lhe dar explicações necessárias à sua compreensão, salvo quando ocasionem riscos ao próprio paciente ou a terceiros Deixar de atestar atos executados no exercício profissional, quando solicitado pelo paciente ou por seu representante legal Expedir documentos odontológicos: atestados, declarações, relatórios, pareceres técnicos, laudos periciais, auditorias ou de verificação odontolegal, sem ter praticado ato profissional que o justifique, que seja tendencioso ou que não corresponda à verdade. Comercializar atestados odontológicos, recibos, notas fiscais, ou prescrições de especialidades farmacêuticas Usar formulários de instituições públicas para prescrever, encaminhar ou atestar fatos verificados na clínica privada Deixar de emitir laudo dos exames por imagens realizados em clínicas de radiologia Receitar, atestar, declarar ou emitir laudos, relatórios e pareceres técnicos de forma ilegível, sem a devida identificação, inclusive com o número de registro no Conselho Regional de Odontologia na sua jurisdição, bem como assinar em branco, folhas de receituários, atestados, laudos ou quaisquer outros documentos odontológicos • As radiografias devem ser bem processadas e armazenadas. • Documentos duplicados com o paciente dando vista de retirada na cópia que deve permanecer arquivada no seu prontuário, com a anotação da respectiva data da retirada; • Cópias de modelos de gesso, que devem ser armazenadas, quando o caso clínico o permitir • Contrato de prestação de serviços. • Ficha odontológica rica em detalhes • Plano de tratamento esclarecido, com alternativas de tratamento, todas estas em consonância com o melhor estado da arte e da ciência, mas que dê opção de escolha ao paciente, que poderá optar, quando possível, pelo tratamento que melhor lhe convier. • Anamnese preenchida e assinada pelo paciente ou responsável. IMPRESCINDÍVEL!