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Pedagogia como Ciência da Educação

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DEFINIÇÃO
Reflexão crítica sobre o conhecimento e a Ciência da Educação, englobando considerações
sobre Filosofia e Ciência, razão e saber, bem como a problematização do conceito atual de
Educação. Reconhecimento do sujeito como alicerce da Pedagogia do Sujeito e suas
implicações para a Educação.
PROPÓSITO
Abordar a Pedagogia como Ciência da Educação sob a perspectiva epistemológica,
fundamentando a prática pedagógica a fim de superar a defasagem cultural vivida atualmente
pela escola.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Descrever o conceito de Epistemologia como reflexão crítica sobre os discursos filosófico e
científico
MÓDULO 2
Identificar a Pedagogia como a Ciência da Educação
MÓDULO 3
Reconhecer a proposição de uma Educação Integral baseada na filosofia do sujeito
INTRODUÇÃO
Numa abordagem de cunho epistemológico, pretende-se mostrar a necessidade de pensar a
Pedagogia como Ciência da Educação. Referir-se ao epistemológico significa aludir a uma
reflexão crítica sobre o conhecimento científico em geral (fundamentado, justificado e
validado) e a como tal conhecimento é produzido nas suas muitas vertentes.
A Epistemologia, ao abordar o conhecimento científico, reconhece o quanto a Ciência é
indispensável. Atualmente, sem dúvida, é a principal área do conhecimento. Apesar disso, não
se pode deixar de considerar as demais áreas: a Filosofia, a Arte, a Teologia e o senso comum.
Módulo 1
DESCREVER O CONCEITO DE EPISTEMOLOGIA COMO REFLEXÃO
CRÍTICA SOBRE OS DISCURSOS FILOSÓFICO E CIENTÍFICO
O CONCEITO DE CIÊNCIA
Para descrever o conceito de Epistemologia, é necessário realizar o trajeto de construção do
pensamento científico a fim de compreender a própria Epistemologia, assim como perceber
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que a relação entre Ciência e Filosofia deve ser indissociável na construção do conhecimento
e da reflexão crítica. Vamos começar entendendo o conceito de Ciência.
O que significa Ciência?
A palavra ciência deriva do latim scientia, scire, isto é, saber, conhecer, e significa, em sentido
amplo, qualquer conhecimento. Com o tempo, passou a se restringir ao conhecimento do que
é produzido pelas ciências físico-naturais.
Se a Ciência teve início com a observação de certos fenômenos da natureza, não se pode
esquecer, no entanto, que o homem já inventava instrumentos rudimentares. Havia também ali,
no saber prático, o conhecimento:
NO PROCESSAMENTO DA PEDRA EM:
MARTELO
INSTRUMENTO DE CORTE
BIGORNA
FACA
CHOUPA
A observação de plantas e animais vem dos primórdios das ciências biológicas, mas também
desembocou no animismo e na magia (chamada no passado, pelos magos, de Grande
Ciência Sagrada). Portanto, o animismo, a astrologia e a religião estiveram presentes nas
origens da Ciência, ainda que não se possa determinar com precisão a qualidade de suas
relações.
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Predominava, entre os gregos, um conceito de razão marcado pela ideia de um saber
especulativo regulado pelo critério da verdade. Contudo, é pela arquitetura conceitual, na
qual ele se exprime, que nos é permitido ver o mundo adequadamente. Seria, portanto, essa
apreensão justa que constituiria, em si mesma, a última finalidade do saber e, em certo sentido,
da própria vida. Acreditava-se que o conhecimento verdadeiro conduz à contemplação da
realidade, ou seja, permite que a compreendamos em seus princípios, em sua origem. Ver o
mundo na dimensão dos princípios é vê-lo em sua eclosão, em sua eterna juventude.
CONCLUINDO

A Ciência significa saber, conhecer. Em sentido amplo, significa qualquer conhecimento.
Qual a relação entre a Ciência e a Filosofia?
Embora a Filosofia grega reservasse um lugar à razão prática, a primazia era dada à razão
especulativa, concebida como finalidade da razão prática, como se a prática devesse servir
à teoria.
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A ferramenta de trabalho do filósofo e do cientista é predominantemente o pensamento, por
meio da pesquisa teórica ou prática. Por isso, muitos deixam de lado a preocupação com
resultados, com o término do trabalho, dada a importância do processo, o qual, legitimamente,
é capaz de encerrar a pesquisa. Além disso, por ser um processo de conhecimento, há de se
considerar que toda pesquisa colabora com a formação do pesquisador. Diante do que vimos
em relação à finalidade do saber, e, portanto, da pesquisa, assim como suas possíveis
inversões de valores, convém enfatizar que:
Pesquisas não são voltadas para o objeto, e sim para o sujeito. Dotados de consciência, os
sujeitos têm o poder de agir sobre suas próprias vidas. Eles conhecem, agem, sentem e
querem – características que devem ser consideradas para distinguir o pesquisar para sujeitos
e o pesquisar sujeitos.
Os conhecimentos filosóficos e científicos exigem sempre um pensamento rigoroso (voltado a
um objeto), possuem um método e são lógicos (coerentes, não contraditórios).
O conhecimento verdadeiro, seja no contexto filosófico ou científico, diz respeito ao que é
pertinente ao nosso mundo. É assim que, ao fazer Filosofia e Ciência, o ser humano interpreta
suas próprias ações e aquilo que o cerca, a realidade. Trata-se de um desejo de superar o que
lhe causa admiração, surpresa. É essa interpretação que se transforma em um enunciado
verdadeiro, que pretende dizer exatamente como a realidade é, mesmo sabendo que o
discurso será outro após algum tempo, uma vez que a realidade se transforma.
CONCLUINDO

A Ciência e a Filosofia utilizam o pensamento para interpretar a realidade.
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FILOSOFIA: USO DO SABER EM PROL DA
HUMANIDADE
O que é Filosofia?
O EUTIDEMO, DE PLATÃO, DEFINE A FILOSOFIA COMO O USO DO
SABER EM PROL DA HUMANIDADE. AFINAL, DE NADA SERVIRIA SABER
TRANSFORMAR PEDRAS EM OURO A QUEM NÃO SOUBESSE UTILIZÁ-
LO; SERIA INÚTIL UMA CIÊNCIA QUE TORNASSE IMORTAL A QUEM NÃO
SOUBESSE UTILIZAR A IMORTALIDADE E ASSIM POR DIANTE. É
PRECISO QUE COINCIDAM O FAZER E O SABER UTILIZAR O QUE É
FEITO, E ESSA É UMA CARACTERÍSTICA DA FILOSOFIA.
SEGUNDO NICOLA ABBAGNANO (1999), A FILOSOFIA IMPLICA:
A POSSE OU AQUISIÇÃO DE UM CONHECIMENTO QUE SEJA, AO
MESMO TEMPO, O MAIS VÁLIDO E O MAIS AMPLO POSSÍVEL.
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O USO DESSE CONHECIMENTO EM BENEFÍCIO DO HOMEM.
Abbagnano (1999) nota que esses dois elementos são recorrentes nas definições de Filosofia
em diferentes épocas:
PARA DESCARTES A FILOSOFIA SIGNIFICA O ESTUDO DA SABEDORIA,
A QUAL NÃO É SOMENTE A PRUDÊNCIA, MAS O PERFEITO
CONHECIMENTO DE TODAS AS COISAS POSSÍVEIS AO SER HUMANO,
TANTO PARA A CONDUTA DE SUA VIDA QUANTO PARA A
CONSERVAÇÃO DE SUA SAÚDE E PARA A INVENÇÃO DE TODAS AS
ARTES.
PARA HOBBES A FILOSOFIA É O CONHECIMENTO CAUSAL E A
UTILIZAÇÃO DESSE CONHECIMENTO EM BENEFÍCIO DA HUMANIDADE.
PARA KANT O CONCEITO CÓSMICO DE FILOSOFIA, QUE INTERESSA
NECESSARIAMENTE A TODOS OS HUMANOS, É O DE “CIÊNCIA DA
RELAÇÃO DO CONHECIMENTO À FINALIDADE ESSENCIAL DA RAZÃO
HUMANA”.
PARA DEWEY A FILOSOFIA É UMA “CRÍTICA DE VALORES”, NO SENTIDO
DE CRÍTICA DAS CRENÇAS, DAS INSTITUIÇÕES, DOS COSTUMES, DAS
POLÍTICAS, NO QUE SE REFERE A SEUS ALCANCES SOBRE OS BENS.
CONCLUINDO

A Filosofia é o estudo de questões fundamentais da vida humana, com o objetivo de
beneficiar o próprio homem.
A CIÊNCIA MODERNA
Não se fará aqui referência à Ciência em geral, mas à disciplina científica, que se caracteriza
como tal quando possui um objeto, um método e um corpo conceitual. Toda disciplina
científica tem obrigatoriamente um objeto, isto é, aquilo que ela quer conhecer. Logo, a
objetividade é uma de suas peculiaridades. Por isso, a objetividade tornou-se a característica
daquilo que é objetivo, isto é, a postura que o cientista adota ao ver as coisas como realmente
são.
Como surgiu a Ciência Moderna?
Pode-se afirmar que a Ciência Moderna nasceu sob a égide do que se chamou método
experimental. De fato, a Ciência sempre se esforçou para eliminar tudo o que dizia respeito à
subjetividade a fim de poder definir, reproduzir e comunicar os fatos. E o fez prolongando
nossos sentidospor meio de instrumentos de medição, os quais determinaram o tratamento
meramente quantitativo dado a eles.
Pensou-se que, por meio da repetição dos experimentos, fosse possível evitar o risco de erro.
Sob essa perspectiva, o fato científico nada mais é do que o fato mensurável. Por isso, a
Ciência Moderna ocupou-se de descrever seus procedimentos de medida, valendo-se da
linguagem matemática para tornar essa descrição fiável.
A reprodução dos fatos é primordial para os cientistas modernos. Daí a importância adquirida
por aquilo que eles chamam de método experimental. Para aqueles que trabalham com os
fenômenos físico-naturais, não há Ciência sem experiência. A Ciência Moderna deslocou, do
sujeito para o objeto, a questão do método. Com isso, criou um grande problema,
principalmente para as ciências humanas, fazendo com que a questão do método fosse
aprofundada. Por exemplo:
Para os psicólogos, a experiência (ou teste) também passou a ter importância.
Para o historiador, a fidelidade aos documentos não deixa dúvida sobre a importância dada aos
fatos.
CONCLUINDO

A Ciência Moderna ressaltou a importância de se reproduzir os fatos, por meio do método
experimental, com o objetivo de validá-los. Dessa forma, o foco passava a ser o objeto, que
poderia ser descrito e testado.
A EPISTEMOLOGIA COMO CAMINHO DE
CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
Há dois caminhos para o conhecimento do objeto:
CATEGÓRICO-DEDUTIVO
EMPÍRICO-INDUTIVO
CATEGÓRICO-DEDUTIVO
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Lalande (1993), ao se referir a categórico-dedutivo, remete-nos ao termo dedutivo – que
constitui uma dedução – e atribui a ele quatro sentidos. Interessa-nos o segundo: falar de uma
conduta geral de pensamento, aquela que utiliza apenas o raciocínio (como nas matemáticas
puras), sem fazer apelo à experiência no curso de seu desenvolvimento. O método dedutivo é
chamado de:
CATEGÓRICO-DEDUTIVO
Quando se parte de proposições dadas como verdadeiras.
HIPOTÉTICO-DEDUTIVO
Quando essas proposições iniciais são apenas supostas a título provisório ou consideradas
como simples lexis.
EMPÍRICO-INDUTIVO
Para indutivo, Lalande (1993) atribui dois significados:
MÉTODO INDUTIVO
Que procede por indução.
VERDADE INDUTIVA
Que resulta de uma indução.
O autor afirma haver um sentido usual na linguagem filosófica para o termo indução:
OPERAÇÃO MENTAL QUE CONSISTE EM REMONTAR DE UM NÚMERO
DE PROPOSIÇÕES DADAS, GERALMENTE SINGULARES OU ESPECIAIS,
A QUE CHAMAREMOS INDUTORAS, A UMA PROPOSIÇÃO OU A UM
PEQUENO NÚMERO DE PROPOSIÇÕES MAIS GERAIS, CHAMADAS
INDUZIDAS, TAIS QUE IMPLICAM TODAS AS PROPOSIÇÕES
INDUTORAS.
LALANDE, 1993
Toda disciplina científica tem uma terminologia própria, o que, na maioria das vezes, chega
mesmo a identificá-la, sem referência explícita a ela. Por exemplo:
Quando nos referimos a número, cálculo, binômio, congruência, resto, função, sequer
precisamos mencionar a Matemática.
O mesmo acontece com peso, massa, aceleração, movimento, vetor, gravidade, pois sabemos
que fazem alusão à Física.
O corpo conceitual diz respeito aos conceitos que são próprios a uma disciplina científica. Por
isso, a lógica do discurso de uma disciplina científica depende, também, de seu corpo
conceitual. Nesse ponto, retomamos a Epistemologia a partir da construção do corpo, da
investigação, do método, enfim, das condições necessárias para se construir um estudo
científico. Esse é um movimento intelectual, a formação de um campo formatado em uma forte
base epistemológica.
Quando surgiu o termo Epistemologia?
O termo Epistemologia, para definir as condições necessárias à produção do saber científico,
surgiu com James Frederick Ferrier. Atualmente adotamos esse termo de modo mais amplo,
como teoria do conhecimento, forma de representar e estruturar o conhecimento humano,
daí constituir-se em campo, em conjunto, e não se fechar em uma verdade, mas em um valor
atrelado ao conhecimento e à sua busca.
Na Epistemologia, não existe forma certa ou errada, mas desenvolvimento, busca humana pelo
conhecimento. Métodos podem ser refutados; resultados, discutidos; discursos, negados; mas
a Epistemologia é vivenciada na forma de pesquisa, na sua organicidade e melhora constante.
Epistemologia é considerar o objeto investigado de forma ampla e complexa, sua história, sua
relação com outros desenvolvimentos, e a certeza de ampliação e revisão constante dos
saberes.
Quando nos propomos a compreender a Pedagogia como uma Ciência, percebemos que ela
tem sua Epistemologia. Antes de conhecê-la, vamos compreender o conceito enquanto campo
de conhecimento.
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CONCLUINDO

A Epistemologia busca representar e estruturar o conhecimento humano.

Para saber mais sobre a Epistemologia como reflexão crítica sobre os discursos filosófico
e científico, assista ao vídeo a seguir.
RESUMINDO
Nesse módulo, concluímos que:

A Ciência significa saber, conhecer. Em sentido amplo, significa qualquer conhecimento.

A Ciência e a Filosofia utilizam o pensamento para interpretar a realidade.

A Filosofia é o estudo de questões fundamentais da vida humana, com o objetivo de
beneficiar o próprio homem.

A Ciência Moderna ressaltou a importância de se reproduzir os fatos, por meio do método
experimental, com o objetivo de validá-los. Dessa forma, o foco passava a ser o objeto, que
poderia ser descrito e testado.

A Epistemologia busca representar e estruturar o conhecimento humano.
EPISTEMOLOGIA
Disciplina filosófica que estuda a maneira pela qual os saberes científicos se constituem.
ANIMISMO
Crença de que as coisas naturais sejam dotadas de alma.
ARQUITETURA CONCEITUAL
É uma forma de arquitetura que utiliza o conceitualismo, caracterizado por uma introdução de
ideias ou de conceitos de fora da arquitetura, muitas vezes como um meio de expandi-la.
Fonte: Hisour
SUJEITO
Aquele a quem se predica algo, que é anunciado como tal e toma suas ações a partir disso,
logo, parte componente da ação.
EUTIDEMO, DE PLATÃO
De acordo com Ribeiro (2014), o Eutidemo é um diálogo que oferece alguns problemas quando
situado nas tradicionais interpretações da filosofia platônica que tendem a ver os diálogos
como uma totalidade teórica.
JAMES FREDERICK FERRIER
James Frederick Ferrier (1808-1864) é considerado o criador do termo Epistemologia. Foi
professor de Filosofia Moral na Universidade de Saint Andrews e um dos precursores da
filosofia pós-hegeliana na Inglaterra.
Fonte: ENCYCLOPÆDIA BRITANNICA.
EMPÍRICO
O empirismo é uma doutrina filosófica e, em particular, gnosiológica que defende a ideia de que
o conhecimento se funda na experiência.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Módulo 2
IDENTIFICAR A PEDAGOGIA COMO A CIÊNCIA DA EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO E PEDAGOGIA
Vamos agora dedicar nosso olhar à relação entre Educação e Pedagogia. Educar seria um ato
epistemologicamente construído ou um ato natural humano. A Educação é um discurso, é uma
prática social recorrente, independentemente de lhe ser aplicada um estudo técnico.
No século XVIII, a organização de um campo científico, para pensar e construir a
Epistemologia educacional, foi consagrada com o nome de Pedagogia. Repare, não é uma
mera estrutura de palavras, mas a percepção de que — diante de uma prática vital e poderosa,
cercada de filosofia, de história, de anseios — passa a ser constituído um campo de saber
próprio, múltiplo, vívido, que se encerra na construção de uma Epistemologia singular, da qual
trataremos a seguir.
O DISCURSO NORTEADOR DA EDUCAÇÃO
Podemos dizer que a Educação nasce de uma construção discursiva, prática recorrente que
vai se consolidando de forma específica. Voltemos à Filosofia para resgatar um importante
conceito que nos será útil daqui em diante: o de discurso.
O que podemos entender por discurso?
Os conhecimentos filosófico e científico exigem sempre que seus discursos sejam específicos,
porque seus conhecimentos decorrem de pensamentos rigorosos, que se dirigem a um objeto,
possuem um método e são lógicos,coerentes, não contraditórios. E assim devem ser, pois a
Ciência nasceu sob a égide da razão e da verdade. Não é por outro motivo que o rigor da
Ciência se encontra nos seus próprios discursos, a exemplo do discurso filosófico.
Há um discurso recorrente em nossa sociedade, apresentado de forma genérica, perdendo
muitas vezes o sentido que aproxima a Educação, enquanto campo científico, da atuação do
pedagogo no movimento desse campo. A partir deste momento, buscaremos aplicar as bases
da Epistemologia discutida, das contradições exploradas e da busca desse sentido estrito no
campo da Educação.
CONCLUINDO

Um discurso específico é capaz de caracterizar um campo cientifico. Desse modo, a
Educação, como Ciência, nasceu de uma construção discursiva que vem se consolidando de
forma específica.
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A CIÊNCIA DA EDUCAÇÃO
A Educação é tida como uma prática social e até mesmo histórica. Mas, originariamente,
prática, ou fazer, tem o sentido de arte – a tékhne grega – e, como tal, exige um conhecimento
daquilo que se faz. Portanto, o sentido de tékhne é o de fazer e o de ensinar (saber) a fazer.
Para se fazer bem, é preciso conhecer o que se vai fazer; e para saber bem, é preciso
competência para fazer.
Muitas obras já têm feito a distinção entre Educação e Pedagogia, o que é importante para
caracterizar a Ciência da Educação, ou seja, a Pedagogia. Contudo, é preciso considerar a
inevitável indissociabilidade entre teoria e prática. Toda prática traz embutida em si uma ou
mais teorias e toda teoria traz em si mesma uma prática. Nem sempre se tem clareza sobre
isso. Basta ficar atento àqueles que querem sempre “aplicar” teorias.
Ao afirmarmos que a Pedagogia é a Ciência da Educação, consideramos a Educação seu
objeto. A questão fundamental é o que se concebe por Educação. Seria equivocado pensar que
a Pedagogia é uma reflexão sobre o que se faz nas escolas. Ela é muito mais do que isso.
Se considerarmos que somos adeptos da Ciência grega, podemos afirmar que sempre houve a
preocupação com um ideal de formação humana. Os gregos absorveram e transmitiram o
patrimônio cultural de muitos povos que os precederam, principalmente o babilônico e o
egípcio, e não deixaram de transmitir os seus próprios conhecimentos.
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É preciso tomar cuidado com a expressão “ciências da educação”, embora ela seja bastante
difundida. Muitos atribuem-na àquelas ciências que, muitas vezes, servem de suporte para
algumas argumentações em termos pedagógicos, como a Sociologia, a Psicologia e a
Antropologia. Contudo, essas ciências não são da Educação. Mesmo que elas possam estudar
determinados aspectos acerca da Educação, elas o fazem sob a ótica de cada uma. Quanto à
Filosofia, não é considerada uma Ciência; pelo menos no sentido que esta tomou desde os
séculos XVI e XVII: estudo dos fenômenos, os quais são submetidos à prova matemática
(ciências formais) e à verificação (ciências empíricas).
Então, uma vez que consideramos a Pedagogia como a Ciência que estuda a Educação, como
se dá a organização do conhecimento científico?
EM RELAÇÃO AO
MÉTODO
Não há um método específico para a Pedagogia, assim como não há para qualquer Ciência. É
uma opção que cabe a cada pesquisador. Tudo depende do ponto de partida (geral ou
particular).
EM RELAÇÃO AO
CORPO CONCEITUAL
A Pedagogia não tem um corpo conceitual definido, mas isso não causa problema algum, uma
vez que é possível se valer de conceitos utilizados por outras disciplinas científicas quando
necessário. A esses conceitos devem ser atribuídos significados absolutamente adequados à
própria Pedagogia.
É preciso dar um tratamento científico à Educação, pois apenas fazemos ideia do que ela seja.
Contudo, a ideia que dela fazemos é unilateral e, muitas vezes, falsa, porque é calcada no
senso comum. É preciso, também, ter acesso às teorias pedagógicas e que cada professor
questione, com frequência, seu papel social e profissional. As relações sociais, as influências
do meio, das condições de trabalho, da mídia, da política etc. fazem da Educação uma
atividade humana singular.
CONCLUINDO

A Pedagogia, como Ciência da Educação, utiliza o corpo conceitual de outras disciplinas
científicas para desenvolver os conhecimentos científicos sobre o fazer e o ensinar.
O CAMPO DA EDUCAÇÃO
Associando o entendimento do conceito epistemológico da Pedagogia como a Ciência da
Educação, precisamos nos remeter brevemente aos séculos XIX e XX.
SÉCULO XIX
Ainda que a Educação, enquanto técnica, tenha sido debatida, disputada e organizada ao
longo do tempo, a construção de um conjunto de pesquisas complexas, representações
sociais e vínculos com outras práticas científicas só emerge no século XIX.
SÉCULO XX
Estudos que revelam como compreender os debates sobre o ensino, o aprendizado, a
didática e a Psicologia construíram discursos, conceitos e abordagens que permitiram a
Pedagogia ter se tornado, no século XX, uma das mais importantes e debatidas ciências nas
sociedades ocidentais. Foi considerado que, de alguma forma, ela representaria a marca, a
continuidade e o avanço pretendido. Ao longo do século XX, no entanto, esse campo se
multiplicou, ramificou e se reestruturou muitas vezes.
Entendemos, portanto, que a Pedagogia assumiu características e estruturas que a
transformaram em uma Ciência, constituindo uma Epistemologia viva para refletir a
Educação, a qual passa a ser um campo de investigação liderado pela Pedagogia. Muitos
esperam uma conclusão definitiva de como operar, como fazer, qual a concepção vigente
correta para a perfeita Educação e qual a conclusão de séculos de estudo. Esse processo e
essas respostas não existem. Perceber a Educação como um campo e a Pedagogia como uma
Ciência é um convite para que você constate e estruture a sua Epistemologia. Esteja disposto a
se aprofundar, vivenciar e debater, pois essa é a única forma de compreender a dinâmica do
campo.
CONCLUINDO

No estudo da Educação pela Pedagogia, a Epistemologia deve ser definida pelo
pesquisador, a partir de análises, vivências e debates sobre esse campo de estudos.

Para saber mais sobre a Pedagogia como Ciência da Educação, assista ao vídeo a seguir.
RESUMINDO
Nesse módulo, concluímos que:

Um discurso específico é capaz de caracterizar um campo cientifico. Desse modo, a
Educação, como Ciência, nasceu da construção discursiva que vem se consolidando de forma
específica.

A Pedagogia, como Ciência da Educação, utiliza o corpo conceitual de outras disciplinas
científicas para desenvolver os conhecimentos científicos sobre o fazer e o ensinar.

No estudo da Educação pela Pedagogia, a Epistemologia deve ser definida pelo
pesquisador, a partir de análises, vivências e debates sobre esse campo de estudos.
RIGOR
Linha de ação (démarche) que respeita os acordos e as convenções, implícita ou
explicitamente decididos.
PEDAGOGIA É UMA REFLEXÃO SOBRE O QUE
SE FAZ NAS ESCOLAS
Uma forma alternativa de compreender essa dinâmica é o estudo da História da Educação /
das Pedagogias, percebendo como o tempo e a sociedade são marcantes para as
características sociais representadas.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Módulo 3
RECONHECER A PROPOSIÇÃO DE UMA EDUCAÇÃO INTEGRAL
BASEADA NA FILOSOFIA DO SUJEITO
EDUCAÇÃO INTEGRAL
Você sabe o que é Educação Integral?
EDUCAÇÃO INTEGRAL É EDUCAÇÃO EM
TEMPO INTEGRAL!
ESSA AFIRMAÇÃO ESTÁ CORRETA?
SIM
A afirmação está incorreta. Educação Integral não é educação em tempo integral. Apesar de
poder ser aplicada, não trataremos do tempo do aluno na escola, mas da formação do sujeito
de forma integral.
NÃO
Educação Integral não é educação em tempo integral. Apesar de poder ser aplicada, não
trataremos do tempo do aluno na escola, mas da formação do sujeito de forma integral.
A Educação Integral entende a existência do sujeito para além de sua condição cognitiva,
considerando seus afetos e suas dimensões sociais, psicológicas e físicas em um
contexto de relações. O sujeitotem desejos, anseios e demandas simbólicas, buscando
satisfazer-se por meio das suas diversas formulações de realização.
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Gonçalves (2006) afirma que a Educação Integral propõe a visão do sujeito em diversas
dimensões, não apenas cognitiva, mas também como sujeito que tem afetos e desejos que
precisam de satisfação. Há muitos debates no campo da Educação versando sobre a
educação estética, sobre a questão da Neurociência, e uma série de outras pesquisas, as
quais é importante conhecer. Mas tudo isso parte de uma teoria pedagógica anterior, da
percepção filosófica do sujeito, e é sobre ela que nos atentaremos neste módulo.
Se o campo da Educação tem sua Epistemologia, se a Pedagogia é sua Ciência, é o sujeito
que lhe fornece sentido. Consolidou-se, assim, um dos preceitos iniciais, mas fundamentais,
para a Educação Integral:
Ela não pode ser meramente instrucional, pautada na repetição, na exposição unilateral de
conteúdo. Para que haja uma Educação Integral, é necessária a compreensão de que educar
é instigar o pensamento, ouvir opiniões contraditórias, construir argumentos, ou seja, é
necessário conhecer o sujeito.
CONCLUINDO

A Educação Integral abrange o sujeito em todos os âmbitos: o social, o psicológico, o
cognitivo, o sentimental, o físico e o emocional.
CONHECENDO O SUJEITO
Uma Pedagogia do Sujeito busca a construção do sujeito e que ele se reconheça como tal.
Para refletirmos sobre esse sujeito, um pensamento de Martin Claret:
NO ESPAÇO E NO TEMPO, TODAS AS COISAS MUDAM. TRANSFORMAM-
SE. NADA TEM FORMA PERMANENTE. A ÚNICA COISA PERMANENTE É
A IMPERMANÊNCIA. MODIFICAR-SE É O INÍCIO DA SABEDORIA.
O sujeito é quem se modifica, logo, é ele quem sabe. Saber tem conotação mais forte do que
conhecer. Saber é ter consciência do conhecer. E isso porque o ser humano não tem o
monopólio da aprendizagem. Modificar-se é fazer alusão à necessidade que temos, todos, de
nos construir e de nos reconhecer como sujeitos.
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O SUJEITO SE DEFINE POR E COMO UM MOVIMENTO, MOVIMENTO DE
DESENVOLVER-SE A SI MESMO. O QUE SE DESENVOLVE É SUJEITO. (...)
PORÉM, CABE OBSERVAR QUE É DUPLO O MOVIMENTO DE
DESENVOLVER-SE A SI MESMO OU DE DEVIR OUTRO: O SUJEITO SE
ULTRAPASSA, O SUJEITO SE REFLETE.
DELEUZE, 2001
Observe que o desenvolver a si mesmo, o ultrapassar-se e o refletir alertam para a importância
de se dizer eu. Eu sou e, por ser, construo-me autônomo, livre e responsável, nos meus
comportamentos e nas minhas realizações. Por isso, é imprescindível que cada um de nós se
construa e se reconheça como sujeito. Construir-se sujeito nada mais é do que edificar-se nas
próprias dimensões. O sujeito emerge no limiar da interioridade e da exterioridade.
Referir-se à interioridade é fazer referência aos aspectos psíquicos relativos ao
conhecer/saber (o cognitivo), ao fazer (o motor), ao sentir (o emotivo) e ao querer (o volitivo).
Referir-se à exterioridade é fazer referência ao corpo, à família, ao social e ao espiritual
(não necessariamente ao religioso).
Importante chamar a atenção para algumas funções do dinamismo psicológico do saber,
que sempre devem ser consideradas quando nos referimos ao sujeito:
INTROSPECÇÃO
EXTROSPECÇÃO
ATENÇÃO
MEMÓRIA
INTUIÇÃO
PENSAMENTO
LINGUAGEM
IMAGINAÇÃO
PERCEPÇÃO
OUTRAS
Essas funções vêm sendo estudadas pelas ciências, demonstrando que, devido à noção de
sujeito ter surgido na Modernidade, não se pode, ao estudá-la, deixar de levar em
consideração as contribuições atuais da Antropologia, da Sociologia, da Biologia, da
Linguística, das Neurociências, das Ciências Cognitivas, dentre outras. Os aspectos psíquicos
interpenetram-se entre si, da mesma forma como os aspectos constituintes da exterioridade. E
ambas, a interioridade e a exterioridade, também se interpenetram.
É preciso, também, fazer referência aos termos autoconsciência e consciência de si,
próprios da linguagem contemporânea. Aquele que tem consciência de si sabe de suas
possibilidades, de seu valor ou da importância de suas ações. Trata-se de uma determinação
que designa ou caracteriza uma relação entre um eu e um outro (que é um eu). Com isso,
não se pode deixar de considerar o conceito de alteridade.
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CONCLUINDO

O sujeito constitui-se de aspectos interiores e exteriores e está em constante
desenvolvimento.
A PEDAGOGIA DO SUJEITO
Uma Pedagogia é teoria e método. Método é a interação entre um procedimento de ensino –
os procedimentos de ensino têm a intenção de fazer com que o aluno aprenda o que tem de
aprender – e uma teoria correspondente. Alguns exemplos, apenas, permitirão ao leitor se
enveredar pelos caminhos do método pedagógico. Antes, convém observar que a Pedagogia
do Sujeito parte dos seguintes princípios:
Cada 
sujeito é
um sujeito
O sujeito
é quem 
aprende
O sujeito 
aprende no 
seu ritmo
O sujeito 
aprende 
com o erro
O sujeito 
aprende 
melhor em 
grupo
Desde a indicação dos materiais que serão utilizados em classe até a análise e a compreensão
das atividades, depara-se o professor com a obrigação de indicar exatamente como as aulas
serão desenvolvidas e como as atividades devem ser propostas. Tal preparação demanda
pesquisa sobre os conteúdos a serem trabalhados, sobre a formulação das atividades, sobre a
lógica embutida nas suas proposições e sobre os procedimentos que permitirão desenvolvê-
las.
É preciso que o professor saiba que, se não fizer essa preparação, se não vivenciar a
experiência de também se submeter às atividades, prejudicará a aula. Portanto, trata-se de um
momento que não tem o propósito de instrumentalizar o professor para simplesmente repassar
a solução dos exercícios aos alunos.
Habituados a nos preparar para ensinar, para dar respostas, torna-se estranho e difícil
mantermos uma atitude coerente de deixá-los buscar suas próprias soluções. E,
especialmente, de fazer com que os alunos percebam os seus próprios erros. O professor
precisa entender que, ao se assumir sujeito, deve encarar o aluno como sujeito. O que não
acontece, por exemplo, quando o auxilia na solução ou soluciona um problema por ele.
É estranho e complexo para o aluno entender que, quando o professor nega a ele um dado
desnecessário ou uma resposta correta, esteja exatamente autorizando-o a trabalhar com
autonomia, com liberdade, isto é, a ser ele mesmo. Ao mesmo tempo em que professores e
alunos realizam suas atividades procurando vivenciar experiências particulares e conjuntas,
muitas vezes ainda nos causa estranheza que tal vivência, para ser coerente com a situação
de experiência, não deva ser antecipadamente preparada a fim de ser bem-sucedida.
Então, qual é o papel do professor em uma Pedagogia do Sujeito?
Quanto ao papel do professor, o momento de desenvolvimento da aula, mais do que seria de
se esperar e de forma contundente, demanda-lhe ser sujeito. Porque, mesmo tendo
vivenciado de maneira muito intensa a preparação da aula, depara-se, dentre outras questões,
com a exigência da precisão da linguagem e de que se valha apenas das informações
necessárias à sua realização.
Assim, na Pedagogia do Sujeito, a linguagem utilizada deve:
Mas porque a linguagem precisa e rigorosa é tão importante?
A prolixidade e o descuido com o significado e o valor das palavras dispersam a atenção dos
alunos, bem como os levam a não se responsabilizar pelo que dizem ou pelo que fazem.
Sem precisão e rigor de linguagem, diz-se por dizer e não há consequentemente o
cumprimento rigoroso da aula.
A repetição dos preceitos induz à desatenção e à negligência, além de desvalorizar a situação
vivenciada e a elaboração mental que ao aluno é solicitada.
Quando não se respeitam os momentos próprios de cada atividade, os alunos se confundem e
aqueles que não estão atentos certamente vão entender as orientações de forma truncada ou
incompleta.
Explicações adicionais desnecessárias e excesso de orientações para facilitar a solução dos
problemaspropostos desmerecem a competência dos alunos, tolhem-na, relaxam a exigência
e o rigor do exercício. Podem até conduzi-los ao encontro de caminhos que não sejam os por
eles mesmos descobertos e escolhidos e que anulam assim sua função e seu papel de
atores/autores.
Quanto ao princípio de que os exercícios sejam inéditos, cumpre destacar que muitas
pedagogias trabalham num sentido radicalmente oposto ao apresentado, porque dão ênfase à
repetição, à apresentação de modelos de solução, ao exemplo, ao treinamento, à proposição
de situações regulares e rotineiras, que reduzem as dificuldades tanto de professores quanto
de alunos. Por isso, jamais se deve enfatizar resultados. Não se trata de negá-los, mas de
saber que fazem parte da situação vivenciada.
Na perspectiva da Pedagogia do Sujeito, as atividades não devem ter caráter utilitário, nem
finalístico. O aluno precisa conhecer. Logo, não interessa a ele visar a uma finalidade prática. O
importante é que ele compreenda que a finalidade não é desenvolver objetos, mas desenvolver
a si próprio.
A prática das atividades fundamenta toda análise. Não há precedência de teorias. A teoria é
subjacente a qualquer atividade. Essa concepção da teoria, inerente ou imbricada e não
dicotomizada da prática, constitui atitude interdisciplinar, substancialmente perceptível
quando professor e alunos discutem a realização das atividades.
Exige-se do professor que seja consciente, responsável e vigilante ao considerar objetos
banais, porque o mais importante é o sujeito. E é essa uma das bases sobre as quais a
Pedagogia do Sujeito edifica seu corpo teórico. Não é por outro motivo que a Pedagogia do
Sujeito desconstrói os clichês ou os rótulos de que uns são melhores do que os outros... Não é
melhor aquele que fez um objeto melhor. O que interessa é aquele que se faz melhor a partir
do que vivencia.
Por isso, não cabe ao professor julgar o aluno, mas ao próprio aluno julgar se fez melhor. Ao
professor compete provocar atitudes de avaliação para que todos e cada um avaliem como
está se construindo o sujeito. A Pedagogia do Sujeito não se preocupa com o sucesso ou com
o fracasso, pois é vivenciando essas experiências que o sujeito é construído. A Pedagogia do
Sujeito jamais destaca que um sujeito tem maior ou menor habilidade nisto ou naquilo. Jamais
admite o raciocínio das compensações. Um aluno nunca é bom em uma coisa e ruim em outra.
CONCLUINDO

A Pedagogia do Sujeito tem como objetivo permitir que o aluno desenvolva a sua autonomia
na busca pelo conhecimento, a partir das suas próprias experiências individuais ou
coletivas.
A PROPOSTA DE UMA EDUCAÇÃO
INTEGRAL DO SUJEITO
A Pedagogia do Sujeito concebe e busca construir o sujeito em sua totalidade. E é por isso
que todas as atividades têm que trabalhar diversas habilidades. Deve-se alertar o aluno de que
um mau desempenho em uma atividade jamais será indicativo da impossibilidade de bem
realizá-la. Pelo contrário, é dessa atividade que ele mais necessita, uma vez que é ela que
apresenta desafios complexos, difíceis de serem enfrentados e a que mais o desenvolverá.
Há de se alertar o aluno para o fato de que, se ele é bem-sucedido em determinada atividade,
poderá ser bem-sucedido em outras, pois estará efetivamente se desenvolvendo ao ampliar
suas potencialidades.
Quanto às atitudes consideradas menores, no cotidiano escolar, um exemplo bastante
significativo é o da exploração do erro. Não cabe nem ao aluno nem ao professor esconder
qualquer tipo de erro. Ao contrário, o professor deve provocar no aluno constante atitude de
vigilância para que este perceba o erro, uma vez que não há por que temê-lo. Não há por que
escondê-lo de quem quer que seja, principalmente de si mesmo. É errando, e tendo
consciência do erro, que se aprende. Além disso, é lastimável que deixemos escapar as
possibilidades de nos questionarmos.
Professores e alunos precisam encontrar o caminho da busca do conhecimento, seja ele qual
for (o filosófico, o científico, o artístico, o teológico e, até mesmo, não descuidar do senso
comum), bem como precisam assumir o papel que lhes cabe de se formarem, também,
pesquisadores. Um sujeito nada é sem o outro. Por isso, a relação intersubjetiva deve ser ética,
respeitando os valores morais do grupo em que vivem ou deles próprios. Importante destacar
que a escola tem papel decisivo, que deve ser definido com urgência, pois pela Educação se
dará prioridade e se resguardará a qualidade de vida, a luta pela cidadania, a superação das
desigualdades sociais, a dignidade e a felicidade dos seres humanos.
CONCLUINDO

A Pedagogia do Sujeito busca desenvolver o sujeito em sua totalidade e, por isso, é uma
proposta de Educação Integral.

Para saber mais sobre a Educação Integral e a Pedagogia do Sujeito, assista ao vídeo a
seguir.
RESUMINDO
Nesse módulo, concluímos que:

A Educação Integral abrange o sujeito em todos os âmbitos: o social, o psicológico, o
cognitivo, o sentimental, o físico e o emocional.

O sujeito constitui-se de aspectos interiores e exteriores e está em constante
desenvolvimento.

A Pedagogia do Sujeito tem como objetivo permitir que o aluno desenvolva a sua autonomia
na busca pelo conhecimento, a partir das suas próprias experiências individuais ou
coletivas.

A Pedagogia do Sujeito busca desenvolver o sujeito em sua totalidade e, por isso, é uma
proposta de Educação Integral.
MARTIN CLARET
Martin Claret é um empresário, editor e jornalista brasileiro, fundador da Editora Martin Claret,
com a qual ajudou a popularizar o conhecimento e a educação.
ALTERIDADE
Alteridade, do latim alteritas (outro), é a concepção que parte do pressuposto básico de que
todo ser humano social interage e interdepende do outro.
Fonte: Wikipedia
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluímos um importante trajeto filosófico para a Educação. Você primeiro descobriu o que é
Epistemologia e o quão complexa é a relação entre a Filosofia e a Ciência. Depois, aplicamos o
que aprendemos no campo da Educação, percebendo o papel da Pedagogia como Ciência da
Educação, suas nuanças e o que representam em nosso entendimento de Educação. Por fim,
percebemos os debates estabelecidos acerca da questão do sujeito e de como o entendimento
da base filosófica da Educação pode ser transformado, valorizado e direcionado para nosso
entendimento do papel do sujeito.

PODCAST
Agora, Bárbara Leal, Rodrigo Rainha e Potiguara Accacio encerram o tema falando sobre a
Pedagogia como Ciência da Educação.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1999.
CHIBENI, S. S. Observações sobre as relações entre ciência e filosofia. Campinas:
Unicamp, 2001.
DELEUZE, G. Empirismo e Subjetividade. Ensaio sobre a natureza humana segundo Hume.
São Paulo: Editora 34, 2001.
FALCO, H. Yo Soy. El poder de descubrir quien eres. Chile: Norma, 2001.
GONÇALVES, A. S. Reflexões Sobre Educação Integral e Escola de Tempo Integral. In:
Cadernos Cenpec, v. 1, n. 2, 2006.
LADRIÈRE, J. Os Desafios da Racionalidade. O Desafio da Ciência e da Tecnologia às
Culturas. Petrópolis: Vozes, 1979.
LALANDE, A. Vocabulário Técnico e Crítico da Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
MORA, F. Dicionário de Filosofia. Portugal: Dom Quixote, 1977.
RIBEIRO, J. A. A imagem do filósofo no Eutidemo de Platão. In: Argumentos, ano 6, n. 12.
Fortaleza, 2014.
EXPLORE +
Você sabe o que é Filosofia?
Pesquise no Dicionário de Filosofia, de José Ferrater Mora (1977), e no Vocabulário Técnico e
Crítico da Filosofia, de André Lalande (1993).
 
Para se aprofundar mais no assunto deste tema, leia os seguintes textos:
Artigo Reflexões Sobre Educação Integral e Escola de Tempo Integral, de Antônio Sérgio
Gonçalves;
Artigo Vontade de pedagogia – pluralização das pedagogias e condução de sujeitos, de
Viviane Castro Camozzato e Marisa Vorraber Costa;
Resenha da obra OLIVEIRA, I. A. Epistemologia eEducação: bases conceituais e
racionalidades científicas e históricas. Petrópolis: Vozes, 2016, por Jane Cordeiro de
Oliveira;
Artigo O papel da filosofia como instrumento pedagógico na escola do século XXI, de Laís
Bianca Antônio Feroldi e Vanessa Cristina Treviso;
Livro Convite à Filosofia, de Marilena Chaui.
CONTEUDISTA
Potiguara Acácio Pereira
 CURRÍCULO LATTES
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