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ANÁLISE DO CAPITAL DE GIRO E DOS CICLOS OPERACIONAL E FINANCEIRO

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Prof. Daniel Negreiros 
 Aula 03 
 
1 de 79|www.direcaoconcursos.com.br 
Análise do Capital de Giro e dos Ciclos Operacional e Financeiro 
CAPA 
 
Aqui vai ser incluída uma arte, a ser disponibilizada posteriormente 
 
 
 
Análise do Capital de Giro e dos 
Ciclos Operacional e Financeiro 
Análise das Demonstrações Contábeis p/ TCU 
Prof. Daniel Negreiros 
 
Prof. Daniel Negreiros 
 Aula 03 
 
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Análise do Capital de Giro e dos Ciclos Operacional e Financeiro 
Sumário 
ANÁLISE DINÂMICA DO CAPITAL DE GIRO E DOS CICLOS OPERACIONAL E FINANCEIRO ............................ 3 
NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO ............................................................................................................................. 14 
Fatores que direcionam o ativo e o passivo circulante operacional ......................................................................... 16 
Analogia com um sistema de reservatórios .......................................................................................................... 23 
EFEITO TESOURA ...................................................................................................................................................... 34 
ANÁLISE DO CCL, NCG E SALDO DE TESOURARIA ......................................................................................................... 38 
QUESTÕES DE CONCURSO ....................................................................................................................... 43 
GABARITO ................................................................................................................................................ 49 
QUESTÕES DE CONCURSO – GABARITO COMENTADO ............................................................................. 50 
RESUMO DIRECIONADO ........................................................................................................................... 75 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Daniel Negreiros 
 Aula 03 
 
3 de 79|www.direcaoconcursos.com.br 
Análise do Capital de Giro e dos Ciclos Operacional e Financeiro 
Análise Dinâmica do Capital De Giro e dos Ciclos 
Operacional e Financeiro 
Olá, querido(a) aluno(a)! Estamos aqui em mais um encontro para nos familiarizarmos ainda mais com essa 
matéria tão intrigante: A Análise das Demonstrações Contábeis de Empresas. E após a aula de hoje você estará 
apto a desvendar tudo sobre a Análise do Capital de Giro e dos Ciclos Operacional e Financeiro! 
A Análise do Capital de Giro é um assunto que a banca pode explorar muito, “pesar a mão” pra valer, 
elaborando questões de nível bem difícil. A boa notícia é que nos últimos concursos as questões têm sido mais 
simples, cobrando do candidato conceitos básicos desse tipo de Análise. 
Todavia, procurei fazer o curso para que o aluno consiga resolver QUALQUER prova de Análise das 
Demonstrações Contábeis, de qualquer nível. Até por esse motivo explorei algumas questões mais antigas, que 
cobram de uma forma mais aprofundada o conteúdo desta aula, e (apesar da “idade”) não estão desatualizadas 
de forma alguma. 
Sendo assim, vamos para mais uma jornada. Sinta-se à vontade para ter dúvidas, é normal quando 
aprofundamos o estudo em qualquer assunto. Estou à disposição! 
Iniciando o assunto, sabe-se que o estudo da liquidez de curto prazo de uma empresa deveria ser precedido 
(ou complementado) pela análise do ciclo operacional financeiro dessa mesma empresa1. Numa empresa 
comercial, o seu fluxo de atividades pode ser resumido pela figura abaixo: 
De maneira resumida, a compra de mercadorias gera as obrigações com os fornecedores, pois financiam os 
estoques, e estes geram as Receitas de Vendas e o CMV (Custo das Mercadorias Vendidas), quando vendidos. Esta 
venda também origina as contas a receber de clientes. Para que essa venda ocorra, inevitável a geração das 
despesas operacionais, em contrapartida das suas obrigações respectivas (Salários, tributos, energia etc.). Assim, 
 
1 MARTINS, 2012. 
 
Prof. Daniel Negreiros 
 Aula 03 
 
4 de 79|www.direcaoconcursos.com.br 
Análise do Capital de Giro e dos Ciclos Operacional e Financeiro 
o caixa gerado pelo recebimento de clientes é usado para pagar, além dos fornecedores, essas despesas geradas 
pelas operações. 
O ciclo operacional – CO de uma empresa é o tempo decorrido desde o momento em que ela realiza suas 
compras de mercadorias junto aos fornecedores até o instante em que recebe o valor das vendas de seus clientes. 
Quando se trata de uma empresa que fabrica a mercadoria que vai ser revendida (empresas fabris), esse ciclo 
passa a ser do momento que a empresa adquire a matéria-prima até o momento em que ela recebe o valor 
referente à venda. 
Esse ciclo pode ser dividido em duas partes. O período que vai da compra de mercadorias até a venda aos 
clientes é chamado de prazo médio de renovação de estoques – PMRE, pois, a partir desse ponto, a empresa 
precisará adquirir novas mercadorias para revenda (Para as empresas fabris, existe ainda o PMF, que é o prazo 
médio de fabricação, anterior ao PMRE). A partir de então, teremos o prazo dado aos clientes para o pagamento 
dessas vendas, chamado prazo médio de recebimento de vendas – PMRV. Desse modo, temos a seguinte 
igualdade: 
𝐶𝑖𝑐𝑙𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 = 𝑃𝑀𝑅𝐸 + 𝑃𝑀𝑅𝑉 
Define-se, ainda, como prazo médio de pagamento de compras – PMPC o tempo dado pelos fornecedores 
para que a empresa pague suas compras a prazo. O ideal é que esse prazo supere a duração do ciclo operacional 
da empresa, pois, assim, ela só precisará saldar suas dívidas junto aos fornecedores após ter recebido as vendas de 
seus clientes. Na prática, contudo, isso é difícil de ocorrer. 
Geralmente, o pagamento das compras deve ser feito antes que a empresa tenha recebido o valor das suas 
vendas, de modo que há um período, após o pagamento a fornecedores, durante o qual a empresa precisa financiar 
as operações com recursos próprios, uma vez que o numerário destinado aos fornecedores, que estava sendo 
utilizado na manutenção das atividades, já terá sido entregue a eles. 
Esse tempo 
decorrido do momento 
em que a empresa efetua 
o pagamento das 
compras de mercadorias 
até o instante em que ela 
recebe o valor das vendas 
efetuadas aos clientes é 
denominado de ciclo 
financeiro – CF, também 
chamado de ciclo de 
caixa. Assim, o ciclo 
operacional é mais amplo 
que o ciclo financeiro, 
englobando desde a data das compras até o recebimento de clientes. Veja que, se quisermos saber a duração do 
ciclo financeiro a partir do ciclo operacional, basta descontarmos o PMPC. Desse modo, podemos escrever a 
seguinte igualdade: 
𝐶𝑖𝑐𝑙𝑜 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜 = 𝑃𝑀𝑅𝐸 + 𝑃𝑀𝑅𝑉 − 𝑃𝑀𝑃𝐶 
 
Prof. Daniel Negreiros 
 Aula 03 
 
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Como já mencionei, no caso de uma empresa fabril, o ciclo operacional (ou período de maturação) é medido 
desde a data da compra da matéria-prima. Dessa forma, inclui-se o tempo despendido na produção, conforme se 
pode depreender da figura abaixo: 
 
Assim, temos: 
𝐶𝑖𝑐𝑙𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 = 𝑃𝑀𝐸 + 𝑃𝑀𝐹 + 𝑃𝑀𝑅𝑉 
Onde: 
𝑃𝑀𝐸 = 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑜𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑡é𝑟𝑖𝑎 𝑝𝑟𝑖𝑚𝑎 
𝑃𝑀𝐹 = 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑓𝑎𝑏𝑟𝑖𝑐𝑎çã𝑜 
O primeiro (PME) significa o tempo médio observado desde a aquisição da matéria-prima até a sua 
requisição para produção; o segundo (PMF) relata o prazo médio que a empresa leva para fabricar o produto. A 
soma dos dois prazos equivale, no caso de uma empresa comercial, ao PMRE. 
Para a empresa 
comercial, por exemplo, se o 
PMRE de uma empresa for de 
35 dias, o PMRV for de 55 dias e 
o PMPC, de 60 dias, os seus 
ciclosoperacional e financeiro 
serão: 
 
 
 
Podemos dizer que o CO difere do CF exatamente pela duração do PMPC: 
𝐶𝑖𝑐𝑙𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 − 𝐶𝑖𝑐𝑙𝑜 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜 = 𝑃𝑀𝑃𝐶 
 
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Desse modo, o PMRE representa o tempo médio de estocagem de mercadorias; o PMRV expressa o tempo 
decorrido entre a venda e o recebimento; o PMPC traduz o tempo entre a compra de mercadorias e o pagamento 
aos fornecedores. 
Pode-se dizer que o ciclo operacional é o período em que são investidos recursos nas operações, sem que 
ocorram entradas de caixa correspondentes. Parte desse capital de giro é financiado pelos fornecedores que 
concederam prazo para pagamento (PMPC). 
Até o momento do pagamento aos fornecedores, a empresa não precisa se preocupar com o financiamento, 
que é automático. Se o PMPC for superior ao PMRE (caso da figura acima), então os fornecedores estarão 
financiando também uma parte das vendas da empresa. O ideal, como dito, seria que o PMPC fosse, no mínimo, 
igual à soma de PMRE e PMRV, situação em que os fornecedores financiariam completamente o ciclo operacional. 
Após o pagamento a fornecedores, a empresa terá que financiar as operações com seu próprio 
capital de giro, iniciando-se o ciclo financeiro, que durará até o recebimento das vendas. 
O capital de giro é o montante de recursos necessário à manutenção das atividades operacionais da empresa, 
enquanto não ocorre o recebimento das vendas. Note que, quanto maior o ciclo financeiro da empresa, maior será 
a sua necessidade de capital de giro – NCG, que é o montante de recursos necessários para se manter o giro dos 
negócios, enquanto a firma não recebe recursos de suas fontes operacionais, no caso, as vendas. 
A necessidade de capital de giro de uma empresa durante os ciclos financeiro e operacional ocorre porque, 
durante esse período, a empresa continua a ter de cumprir outras obrigações, como pagamento de salários, 
impostos etc. 
Assim, enquanto não ocorre o recebimento de clientes, essas dívidas terão que ser honradas, seja pelo uso 
de recursos operacionais de terceiros, durante o prazo médio de pagamento de compras (PMPC), seja pelo uso de 
recursos operacionais próprios, durante o ciclo financeiro. 
Note que estamos considerando apenas os recursos gerados pelas operações (fornecedores e recebimento 
de clientes), sem levar em conta outros recursos que podem ser obtidos no sistema financeiro, como empréstimos 
e financiamentos, normalmente utilizados para cobrir a NCG. De maneira simplista, temos: 
Trataremos melhor desse assunto à frente. 
 
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Como se vê, quanto maior for a velocidade de recebimento de vendas e de renovação de estoques, melhor. 
Por outro lado, quanto mais lento for o pagamento de compras, desde que não corresponda a atrasos, melhor. O 
ideal é reduzir o ciclo financeiro da empresa ao menor patamar possível. 
Um índice muito utilizado é o de posicionamento da atividade – PA ou posição relativa, dado pela seguinte 
fórmula: 
𝑃𝐴 =
𝑃𝑀𝑅𝐸 + 𝑃𝑀𝑅𝑉
𝑃𝑀𝑃𝐶
=
𝐶𝑖𝑐𝑙𝑜 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙
𝑃𝑀𝑃𝐶
 
O ideal, como se percebe, é que este índice seja inferior ou, no máximo, pouco superior à unidade. Calculando 
o PA para o exemplo acima, teríamos: 
No caso acima, dizemos que 
o ciclo operacional da empresa é 
deficitário. Por outro lado, se o 
PMPC for maior que o ciclo 
operacional da empresa, o índice 
de PA será inferior a 1, indicando 
uma situação favorável. Neste 
caso, não haverá ciclo financeiro, 
mas folga financeira, período 
durante o qual a entidade disporá 
de recursos recebidos das vendas 
antes que precise pagar seus fornecedores, e o ciclo operacional será superavitário, como mostra o exemplo da 
figura: 
Se quisermos calcular matematicamente os prazos médios, podemos nos valer dos chamados índices de 
atividade ou de rotatividade, que se dividem em rotações e prazos médios, conforme abaixo. 
Rotações (ou giros)2: 
 
2 O saldo médio (SM) é a média aritmética entre os valores do início e do fim do exercício. Na falta de dados, ou se o saldo da conta variar 
pouco no período, pode-se usar somente o valor final no cálculo do índice. 
 
𝑃𝐴 = 
𝑃𝑀𝑅𝐸 + 𝑃𝑀𝑅𝑉
𝑃𝑀𝑃𝐶
= 
35 + 55
60
= 1,5 
𝑃𝐴 = 
𝑃𝑀𝑅𝐸 + 𝑃𝑀𝑅𝑉
𝑃𝑀𝑃𝐶
= 
21 + 55
90
= 0,84 
𝑅𝑜𝑡𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 = 
𝐶𝑀𝑉
𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠
 
𝑅𝑜𝑡𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 = 
𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑎 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜
𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
 
𝑅𝑜𝑡𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝐹𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑒𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 = 
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑠 𝑎 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜
𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑓𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑒𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠
 
 
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Prazos Médios3: 
 
 
 
No caso das empresas fabris: 
 
Existe, ainda, o Prazo Médio de Desconto de Duplicatas, que mede o prazo médio que a empresa “ganhou” 
ao se “beneficiar” da operação de desconto de duplicatas, reduzindo o prazo médio de recebimento de vendas: 
 
Veja que há coerência entre os componentes dos índices de rotação, pois o numerador e o denominador de 
cada fórmula representam contas que são contrapartidas nos lançamentos da escrituração: 
 
Esse grupo de indicadores ajuda a entender melhor a situação financeira da empresa. Se a entidade está com 
dificuldades de fluxo de caixa, pode ser, muitas vezes, que o prazo de recebimento esteja muito defasado em 
relação ao prazo de pagamento. Pode ser, ainda, que o giro de estoque seja lento, enquanto o prazo de pagamento 
das compras é rápido e assim sucessivamente. 
 
3 Caso se deseje calcular o prazo médio para períodos inferiores a um ano (360 dias), deve-se utilizar o valor correspondente ao respectivo 
número de dias na fórmula do prazo médio, lembrando que o montante de CMV, vendas ou compras no índice de rotação também será o 
referente ao mesmo período. 
𝑃𝑀𝑅𝐸 = 
360
𝑅𝑜𝑡𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠
=
360 × 𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠
𝐶𝑀𝑉
 
𝑃𝑀𝑅𝑉 =
360
𝑅𝑜𝑡𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
= 
360 × 𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑎 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜
 
𝑃𝑀𝑃𝐶 = 
360
𝑅𝑜𝑡𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝐹𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑒𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠
=
360 × 𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝐹𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑒𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑠 𝑎 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜
 
𝑃𝑀𝐸 =
360 × 𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑀𝑎𝑡é𝑟𝑖𝑎𝑠 𝑃𝑟𝑖𝑚𝑎𝑠
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝐴𝑛𝑢𝑎𝑙
 
𝑃𝑀𝐹 = 
360 × 𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑒𝑚 𝐸𝑙𝑎𝑏𝑜𝑟𝑎çã𝑜
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜
 
𝑃𝑀𝐷𝐷 =
360
𝑅𝑜𝑡𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝐷𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝐷𝑢𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑡𝑎𝑠
= 
360 × 𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝐷𝑢𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑡𝑎𝑠 𝐷𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑑𝑎𝑠
𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑎 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜
 
 
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Suponha uma empresa com CMV de $1.000 durante o ano e saldo médio de estoques de $250 nesse período. 
Calcular a rotação de estoques e o prazo médio de sua renovação. 
O cálculo acima significa que o estoque se renovou, em média, 4 vezes no período de um ano, isto é, a cada 
90 dias, em média, o estoque se renovou ou, em outras palavras, a empresa levou uma média de 90 dias para 
vender seus estoques. 
Supondo que as vendas e os estoques tivessem se comportado de maneira uniforme durante o exercício, 
calculemos novamente o PMRE, utilizando agora o prazo de um semestre. Vejam que chegaríamos ao mesmo 
resultado para o prazomédio: 
CMV de 500 durante o semestre e saldo médio de estoques de 250: 
Veja, portanto, que, a partir dos dados fornecidos pelo Balanço Patrimonial e pela Demonstração do 
Resultado do exercício – DRE, é possível calcular os prazos médios da empresa e a duração de seus ciclos 
operacional e financeiro. Caso o saldo das compras não seja apresentado na DRE, ele poderá ser calculado a partir 
dos valores do CMV e dos saldos inicial e final dos estoques, por meio da fórmula: 
É interessante notar, ainda, a relação entre os índices de rotatividade e os indicadores de liquidez, utilizados 
para avaliar a capacidade de pagamento da empresa a curto e a longo prazo, explicados com detalhes na aula 00 
e reapresentados a seguir: 
Liquidez Imediata4 
 
Liquidez Corrente ou Comum5 
 
4 O razoável é que esse índice seja bem inferior a 1, ou significaria manutenção desnecessária de recursos em caixa. Indica a capacidade da 
empresa de liquidar seus passivos circulantes imediatamente. 
5 O ideal é que este indicador seja superior à unidade. Indica a capacidade de a empresa saldar seus passivos circulantes no curto prazo. 
 
𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝐼𝑚𝑒𝑑𝑖𝑎𝑡𝑎 = 
𝐷𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
 
𝑅𝑜𝑡𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 = 
𝐶𝑀𝑉
𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠
=
1.000
250
= 4 
𝑃𝑀𝑅𝐸 = 
360
𝑅𝑜𝑡𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠
=
360
4
= 90 𝑑𝑖𝑎𝑠 
𝑅𝑜𝑡𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 = 
𝐶𝑀𝑉
𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠
=
500
250
= 2 
𝑃𝑀𝑅𝐸 = 
180
𝑅𝑜𝑡𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠
=
180
2
= 90 𝑑𝑖𝑎𝑠 
𝐶𝑀𝑉 = 𝐸𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 + 𝐶 − 𝐸𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 
𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 = 
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
 
 
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Liquidez Seca (Teste Ácido)6 
 
Liquidez Geral ou Total7 
 
Imagine o seguinte exemplo: uma empresa possui um Ativo Circulante de 30.000 e um Passivo Circulante de 
60.000. Somente com esses dados, a sua liquidez corrente seria considerada bastante ruim, a princípio, pois seria 
bem inferior à unidade: 
Todavia, verifica-se que o PMRV dessa empresa é de 30 dias, enquanto seu PMPC é de 90 dias. Isso significa 
que, em um período de 90 dias, a firma recebe três vezes o saldo médio de clientes, enquanto paga apenas uma 
vez o saldo médio de fornecedores. 
Assim, o que, em uma primeira análise, parecia ser uma situação financeira ruim, pode, em verdade, ser uma 
situação confortável para a empresa, pois o fluxo de caixa da sua principal atividade está favorável. 
Desse modo, percebe-se que nenhum indicador deve ser interpretado isoladamente na análise por 
quocientes. Todos devem ser interpretados em conjunto, de modo a se montar o verdadeiro quadro econômico e 
financeiro da entidade. Note também que a empresa deve, via de regra, procurar manter seus prazos médios de 
pagamento de compras superiores aos prazos concedidos aos seus clientes, de modo a permitir a manutenção de 
um adequado nível de liquidez e gestão do fluxo de caixa. 
Vale lembrar que o cálculo dos prazos médios de maneira pouco frequente (anualmente, semestralmente) 
pode levar a distorções, caso a empresa tenha algum tipo de sazonalidade em suas atividades. A inflação também 
pode contribuir para distorcer os cálculos, especialmente se não houver mecanismos de correção dos valores das 
demonstrações contábeis. O ideal seria realizar o cálculo dos índices, no mínimo, mensalmente. 
 
 
6 Utilizado em empresas de altos estoques, de difícil realização, para se saber a real disponibilidade de capital de giro para saldar as 
obrigações de curto prazo. O ideal é que seja maior que 1. 
7 Indica a capacidade de a empresa liquidar suas obrigações de curto e longo prazo, utilizando todo o ativo não permanente. Novamente o 
desejável é que o índice seja superior a 1. 
 
𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝑆𝑒𝑐𝑎 = 
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 − 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
 
𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝐺𝑒𝑟𝑎𝑙 = 
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧á𝑣𝑒𝑙 𝑎 𝐿𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑁ã𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
 
𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 = 
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
=
30.000
60.000
= 0,5 
 
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Como isso cai em Concursos? 
1. (CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo/Contabilidade/2016) Em relação ao impacto de fatos 
contábeis nos indicadores econômico-financeiros de uma entidade, julgue os itens a seguir. 
O ciclo operacional de um supermercado será ampliado caso seus fornecedores concedam um prazo 
adicional de trinta dias para o supermercado efetuar o pagamento das compras de mercadoria. 
Gabarito: Errado. 
Comentário: 
O ciclo operacional – CO de uma empresa é o tempo decorrido desde o momento em que ela realiza suas 
compras de mercadorias junto aos fornecedores até o instante em que recebe o valor das vendas de seus 
clientes. 
Esse ciclo pode ser dividido em duas partes. O período que vai da compra de mercadorias até a venda aos 
clientes é chamado de prazo médio de renovação de estoques – PMRE, pois, a partir desse ponto, a empresa 
precisará adquirir novas mercadorias para revenda (Para as empresas fabris, existe ainda o PMF, que é o prazo 
médio de fabricação, anterior ao PMRE). A partir de então, teremos o prazo dado aos clientes para o pagamento 
dessas vendas, chamado prazo médio de recebimento de vendas – PMRV. Desse modo, temos a seguinte 
igualdade: 
𝐶𝑖𝑐𝑙𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 = 𝑃𝑀𝑅𝐸 + 𝑃𝑀𝑅𝑉 
 
Perceba que o PMPC (prazo médio de pagamento de compras), que também é chamado de PMPF (prazo 
médio de pagamento de fornecedores), não influencia da duração do ciclo operacional, como a questão sugere. 
No entanto, esse prazo influencia de maneira direta no ciclo de caixa (ciclo financeiro), que é intimamente ligado 
à necessidade de capital de giro (NCG) da empresa. 
2. (CESPE/TJSE/Analista/Contabilidade/2011) Julgue o item subsequente, referente à análise 
econômico-financeira. 
O ciclo financeiro de uma entidade contábil comercial indica o intervalo de tempo entre o momento de 
pagamento aos fornecedores e o efetivo recebimento das vendas. Para a sua análise, são necessários 
 
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os dados referentes às compras anuais a prazo, ao custo dos produtos vendidos, ao valor médio do 
disponível e às vendas anuais a prazo. 
Gabarito: Errado. 
Comentário: 
Como sabemos, o ciclo financeiro é obtido da seguinte igualdade: 
𝐶𝑖𝑐𝑙𝑜 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜 = 𝐶𝑖𝑐𝑙𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 − 𝑃𝑀𝑃𝐶 
𝐶𝑖𝑐𝑙𝑜 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜 = 𝑃𝑀𝑅𝐸 + 𝑃𝑀𝑅𝑉 − 𝑃𝑀𝑃𝐶 
Para calcular esses prazos, não é necessário saber o valor médio do disponível, mas os outros dados que a 
questão apresentou: 
 
 
 
3. (CESPE/TCDF/Auditor de Controle Externo/2014) Considere que a liquidez seca de uma empresa 
tenha decrescido ano a ano em relação à liquidez corrente e que o volume total de investimentos, 
as aplicações circulantes, o consumo de materiais, os prazos médios de fabricação e o volume de 
venda e de cobrança tenham sido mantidos constantes. Nesse caso, é correto afirmar que o ciclo 
operacional dessa empresa é crescente. 
Gabarito: Certo. 
Comentário: 
Questão vista na aula 1, que resolvi retomar na aula de hoje porque agora sim o conteúdo está todo 
consolidado. Como vimos, o item envolve os conceitosrelativos aos índices de liquidez e ao ciclo operacional de 
uma empresa. Para resolvê-lo, precisamos saber, basicamente, é que tal ciclo é o tempo decorrido desde o 
momento em que ela realiza suas compras de mercadorias junto aos fornecedores até o instante em que recebe 
o valor das vendas de seus clientes. Quando se trata de uma empresa que fabrica a mercadoria que vai ser 
revendida (empresas fabris), esse ciclo passa a ser do momento que a empresa adquire a matéria-prima até o 
momento em que ela recebe o valor referente à venda. 
Esse ciclo pode ser dividido em duas partes. O período que vai da compra de mercadorias até a venda aos 
clientes é chamado de prazo médio de renovação de estoques – PMRE, pois, a partir desse ponto, a empresa 
precisará adquirir novas mercadorias para revenda (Para as empresas fabris, existe ainda o PMF, que é o prazo 
médio de fabricação, anterior ao PMRE). A partir de então, teremos o prazo dado aos clientes para o pagamento 
dessas vendas, chamado prazo médio de recebimento de vendas – PMRV. 
𝑃𝑀𝑅𝐸 = 
360
𝑅𝑜𝑡𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠
=
360 × 𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠
𝐶𝑀𝑉
 
𝑃𝑀𝑅𝑉 =
360
𝑅𝑜𝑡𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
= 
360 × 𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑎 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜
 
𝑃𝑀𝑃𝐶 = 
360
𝑅𝑜𝑡𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝐹𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑒𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠
=
360 × 𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝐹𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑒𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑠 𝑎 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜
 
 
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O enunciado afirma que a liquidez seca diminui em relação à liquidez corrente, ou seja, ao confrontarmos 
os dois indicadores, percebe-se que o aumento do estoque causa essa diminuição da liquidez seca em relação à 
liquidez corrente, certo? 
𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝑆𝑒𝑐𝑎 (𝐿𝑆) = 
𝐴𝐶 − 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠
𝑃𝐶
 
𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 (𝐿𝐶) = 
𝐴𝐶
𝑃𝐶
 
Sendo assim, levando em consideração que o volume total de investimentos (ativo total), as aplicações 
circulantes (Ativo Circulante), o consumo de materiais (matéria-prima para os estoques), os prazos médios de 
fabricação (PMF) e o volume de venda e de cobrança tenham sido mantidos constantes, temos: 
a) Ciclo operacional = PMF+PMRE+PMRV 
b) PMF é constante (dado diretamente no enunciado), PMRV é constante (o fato de o volume de venda 
e de cobrança serem constantes significa que o PMRV não se altera, veremos isso na aula 4 com mais 
detalhes) 
c) O PMRE é dado pela expressão: 𝑃𝑀𝑅𝐸 =
𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠
𝐶𝑀𝑉
. Como as vendas são constantes, o CMV se 
presume constante. À medida que os estoques aumentam, o PMRE também aumenta, e um aumento 
reiterado dos estoques resulta em um ciclo operacional cada vez maior, ou seja, crescente. 
 
 
 
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Necessidade de Capital De Giro 
O conceito de Necessidade de capital de giro – NCG ou Necessidade de investimento em giro – NIG foi 
desenvolvido por Michel Fleuriet, em um modelo de administração do capital de giro que sugere uma nova 
abordagem da Análise de Balanços, chamada de Análise Dinâmica. Por esse modelo, os elementos patrimoniais 
do giro (Ativo Circulante e Passivo Circulante) são separados em dois grupos, de acordo com seu comportamento 
em relação ao ciclo operacional da empresa: contas cíclicas ou operacionais; e contas erráticas, financeiras ou 
de tesouraria. 
 
As contas cíclicas são as que se relacionam diretamente com o ciclo operacional, refletindo, em seus saldos, 
o nível de operações da empresa. Elas se renovam com o giro operacional da empresa, fazendo parte desse ciclo. 
O ativo cíclico (ou operacional) contém, portanto, os investimentos demandados pela operação, 
necessários para o seu giro. As principais contas cíclicas do ativo são: clientes, estoques, impostos a recuperar e 
despesas antecipadas, com destaque para as duas primeiras, que são realmente as maiores responsáveis pela 
magnitude desse subgrupo. 
O passivo cíclico (ou operacional) representa os credores operacionais, que fornecem os insumos 
necessários para o giro da operação ou cujas obrigações decorrem do giro operacional. Podemos citar como 
exemplos os fornecedores, o governo (impostos a recolher/pagar), os funcionários (salários a pagar), entre outras 
contas operacionais a pagar. 
As contas erráticas, por sua vez, são aquelas cujos saldos evoluem sem qualquer relação com o ritmo das 
operações, podendo mesmo ser zeradas enquanto a firma estiver desempenhando normalmente suas atividades. 
O ativo errático (ou financeiro) contém os investimentos financeiros (caixa, bancos e aplicações 
financeiras), que, como acabei de dizer, não são intrínsecos à operação, mas uma consequência dela ou das 
decisões de investimento e financiamento. 
O passivo errático (ou financeiro) contém os recursos de credores financeiros, que não participam da 
operação, mas que são consequência dela ou que são necessários para as atividades de investimento. Entre eles, 
destacam-se os bancos (empréstimos bancários e financiamentos a pagar), os debenturistas (debêntures a pagar), 
os sócios (dividendos a pagar), 
Podemos raciocinar da seguinte forma: 
▪ Contas erráticas do Ativo Circulante: disponibilidades e aplicações financeiras; 
▪ Contas operacionais do Ativo Circulante: estoques, valores a receber e despesas antecipadas; 
 
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▪ Contas erráticas do Passivo Circulante: passivos de financiamento (empréstimos e financiamentos); e 
▪ Contas operacionais do Passivo Circulante: passivos de funcionamento. 
Esquematicamente: 
 
Lembrando da aula 1 e revisando os conceitos de passivo de funcionamento e de financiamento: 
Passivos de Financiamento, também chamados de Passivos Onerosos, são todas as obrigações que geram 
ônus financeiro para a empresa por conta da utilização de recursos de terceiros (ex.: juros e despesas financeiras 
em geral). São exemplos desse tipo de passivo os empréstimos e financiamentos contratados junto a instituições 
financeiras. 
Passivos de Funcionamento, também conhecidos como Passivos não Onerosos, são todas as obrigações 
que não geram ônus financeiros para a empresa, ou os geram de maneira implícita, como os impostos a pagar, 
fornecedores, salários a pagar e demais contas eminentemente operacionais do passivo. Assim, para fins de provas 
de concursos, admite-se que tais obrigações não produzem despesas financeiras. 
 
 
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Fatores que direcionam o ativo e o passivo circulante operacional 
Antes de prosseguir assunto, é importante que você entenda os fatores que direcionam o ativo e o passivo 
circulante operacional (cíclico), já que eles são diretamente relacionados com a operação. 
Para isso, vou utilizar um exemplo bem básico8: o de uma empresa que tem como objeto social a compra 
venda diária de somente uma unidade do produto X, que é adquirido por $100 de seu fornecedor, o qual concede 
um prazo de 2 dias para pagamento (PMPF ou PMPC); esse produto é vendido ao cliente por $200, e o prazo para 
recebimento dessa venda é de 3 dias (PMRV). 
Sabe-se também que a empresa tem uma organização logística privilegiada e por isso não mantém estoques. 
Como o perfil de compra e venda da empresa é uniforme (uma unidade do produto por dia), a sua DRE diária 
vai ser sempre a mesma (regime de competência, lembra?), e vai ter essa cara (em um mundo sem impostos e 
sem custos): 
 
Já o perfil do fluxo de caixa (pagamentos e recebimentos) dos 7 primeiros dias de operação da empresa é 
o seguinte:8 Extraído, com adaptações, de: MÁLAGA, Flávio Kezam. Análise dos demonstrativos financeiros e da performance empresarial: para 
empresas não financeiras. 2ª ed. São Paulo: Saint Paul Editora, 2012. 
 
 
 
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Primeiro dia de operação (dia ZERO) 
Após o primeiro dia de operação (dia ZERO), houve apenas a compra e venda de uma unidade da 
mercadoria, todavia sem qualquer pagamento ou recebimento; a DRE do dia zero será a mesma que mostrei 
acima, e o balanço patrimonial ao fim do dia será conforme esquema abaixo, considerando que o lucro auferido 
foi retido pela empresa, pois ela não possui numerário para distribui-lo aos sócios (dividendos), e assim a decisão 
pela distribuição deve ser adiada: 
Segundo dia de operação (dia 1) 
 
Depois do segundo dia de operação (dia 1), no qual também houve apenas a compra e venda de uma 
unidade da mercadoria, todavia sem qualquer pagamento ou recebimento, a DRE será a mesma e o balanço 
patrimonial teria essa cara: 
 
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Veja que as vendas relativas aos dois dias ainda não foram recebidas, gerando $400 de contas a receber; 
ainda, as compras relativas aos dois primeiros dias não foram pagas, o que gera um passivo (contas a pagar) de 
$200; o lucro dos dois dias ficou retido, pois ainda não tem condições de ser distribuído aos sócios. 
Em outras palavras, o valor do ativo (contas a receber) é financiado em $200 pelos fornecedores do produto 
e em $200 pelos sócios, que ainda não receberam o lucro gerado nos dois dias de operação9 
Terceiro dia de operação (dia 2) 
 
No terceiro dia de operação (dia 2), teremos a mesma DRE dos dias anteriores. No entanto, a empresa 
tem que pagar o valor referente à mercadoria adquirida no dia ZERO (os fornecedores deram 2 dias de prazo), 
mas ainda não possui dinheiro em caixa para fazê-lo; assim, é inevitável que recorra a um empréstimo bancário 
para honrar a dívida com os fornecedores. 
O balanço fica assim: 
 
Perceba que a empresa “trocou” $100 de dívida com os fornecedores por $100 de dívida bancária, ou seja, 
trocou passivo cíclico (ou operacional) por passivo errático (ou financeiro), justamente em razão da negociação de 
prazo com os fornecedores de mercadorias. 
Olha que interessante: a operação, por si só, teve condições de financiar $200 da necessidade de giro da 
empresa; o restante está sendo financiado pelos bancos ($100) e pelos sócios ($300). 
 
 
9 MALAGA, 2012. 
 
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Quarto dia de operação (dia 3) 
 
No quarto dia de operação (dia 3), teremos a mesma DRE dos dias anteriores. No entanto, a empresa tem 
que pagar o valor referente à mercadoria adquirida no dia 1, mas dessa vez vai receber o valor referente à venda 
do dia ZERO (ela concede 3 dias de prazo para seus clientes). 
Dessa forma, a empresa pode utilizar parte dos $200 que recebeu para liquidar os $100 que deve naquele dia 
aos fornecedores e assim não recorrer novamente aos bancos para conseguir isso. 
Isto posto, seu balanço patrimonial ficará assim: 
 
A empresa pode aproveitar esse valor em caixa para pagar o empréstimo bancário (veja o lançamento 
contábil a seguir) e assim o balanço tomaria a seguinte forma: 
D – Empréstimos a pagar $100 
C – Caixa $100 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Quinto dia de operação (dia 4) 
 
Também no quinto dia de operação (dia 4), teremos a mesma DRE dos dias anteriores. Assim como no dia 
anterior, a empresa tem que pagar o valor referente à mercadoria adquirida no dia 2, mas dessa vez vai receber 
o valor referente à venda do dia 1. 
Considerando que ela pode novamente utilizar parte dos $200 que recebeu para liquidar os $100 que deve 
naquele dia aos fornecedores e assim não recorrer novamente aos bancos para conseguir isso, seu balanço fica: 
 
Pela primeira vez desde o início das suas operações a empresa tem sobra no caixa para, se for demandada, 
distribuir dividendo para os acionistas. Seu balanço, então, fica assim: 
 
Veja que essa configuração é a MESMA do dia anterior. 
 
 
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Sexto dia de operação (dia 5) 
 
Por fim, no sexto dia de operação (dia 5), teremos a mesma DRE dos dias anteriores e, como nos 2 dias 
anteriores, a empresa tem que pagar o valor referente à mercadoria adquirida no dia 3, mas dessa vez vai receber 
o valor referente à venda do dia 2. 
Considerando, mais uma vez, que ela pode utilizar parte dos $200 que recebeu para liquidar os $100 que deve 
naquele dia aos fornecedores e assim não recorrer novamente aos bancos para conseguir isso, seu balanço fica: 
 
Se a empresa optar por distribuir dividendo para os acionistas com os $100 que novamente sobraram em 
caixa, seu balanço assume a MESMA forma dos 2 dias anteriores: 
 
Quais são as conclusões que obtivemos com essa análise? 
 
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1) Os investimentos demandados pela operação, ou seja, as contas a receber, se estabilizaram em $600 
(valor da venda: $200 multiplicado pelo prazo de recebimento: 3 dias); 
2) O financiamento automático dos fornecedores da operação alcança um volume de $200 (valor da 
compra: $100 multiplicado pelo prazo de pagamento: 2 dias); 
3) Há um déficit operacional devido à diferença de valores e prazos de pagamento e recebimento. A esse 
déficit damos o nome de necessidade de capital de giro (NCG) ou necessidade de investimento em 
giro (NIG). Esse déficit ocorre justamente quando há mais investimentos demandados pela operação 
do que financiamento automático da operação; 
4) Para manter o giro, a empresa necessariamente deve captar recursos no valor de $400 de bancos 
(credores financeiros) ou sócios para conseguir a manutenção das atividades diárias de compra e venda10; 
5) Em outras palavras, temos que o ativo circulante cíclico (operacional) é superior ao passivo circulante 
cíclico (operacional), e por isso a empresa precisa captar recursos onerosos para manter o giro e atender 
à demanda de investimentos operacionais. 
Esquematicamente: 
 
 
 
10 Observe que se os sócios insistirem em receber imediatamente esses $400, a ÚNICA forma de fazê-lo seria por meio de captação de 
empréstimos com terceiros. Caso os bancos não quiserem emprestar para a empresa (isso pode acontecer por diversos fatores), a empresa 
ficaria “travada”, pois não teria recursos para pagar os sócios, nem para adquirir mais insumos ou financiar clientes. 
Os investimentos demandados pela 
operação se estabilizam em $600 ($200 × 3 
dias)
O financiamento automático dos 
fornecedores da operação é igual a $200
($100 × 2 dias)
Há um déficit operacional devido à diferença 
de valores e prazos de pagamento e 
recebimento.
Para manter o giro, a empresa deve captar 
recursos no valor de $400 de credores 
financeiros ou sócios
 
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Analogia com um sistema de reservatórios 
Podemos comparar a formação e magnitude das contas de “duplicatas a receber, “contas a receber”, 
“duplicatas a pagar”e “contas a pagar” com um sistema de reservatórios11, do qual se extraem algumas reflexões: 
 
a) Perceba que a torneira de cima é ligada no dia ZERO, quando começam as vendas; o fluxo de vendas é 
constante (uma unidade de $200 por dia) e o reservatório de contas a receber fica os 3 primeiros dias 
apenas sendo preenchido (veja que a torneira de baixo ainda está desligada porque a empresa ainda 
não recebeu nada do que vendeu); 
b) Após 3 dias a empresa começa a receber as vendas (o PMRV é 3 dias, lembra?). Nesse momento a 
torneira de baixo é aberta, fazendo com que o reservatório de contas a receber seja preenchido com as 
vendas ($200 por dia), porém esvaziado na mesma proporção pelos recebimentos diários ($200 por dia), 
estabilizando a seu nível em $600 (3 dias “pingando” $200 por dia); 
c) Esse mesmo “fenômeno” acontece com o “contas a pagar”: 
 
d) Veja que esse nível (a magnitude do “contas a receber” e do “contas a pagar”) somente vai mudar se o 
prazo de recebimento de vendas (ou de compras) mudar (ou se o valor da venda/compra mudar). 
 
11 Matarazzo, Dante Carmino. Análise Financeira de Balanços: Abordagem Gerencial. 7ª Ed., Ed. Atlas, 2010. 
 
 
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Consequentemente, quanto mais dias a empresa demorar para receber as vendas, maior será a 
necessidade de investimento em contas a receber; se ela consegue negociar um prazo elástico com os 
fornecedores, o financiamento dessa necessidade de investimento será automático, e assim a empresa 
não necessitará recorrer a bancos para a continuidade das suas atividades; 
e) Sabe-se, portanto, que os fatores que direcionam a magnitude do ativo circulante cíclico (operacional), 
o passivo circulante cíclico (operacional) e consequentemente da NCG são os prazos de recebimento 
de vendas (PMRV) e de pagamento das compras (PMPC). Ainda, em empresas que necessitam manter 
estoques, o prazo de armazenamento (PMRE) também é um direcionador dessas grandezas. Conclui-se, 
portanto, que as fases do ciclo operacional são determinantes para a obtenção da NCG, como vimos 
anteriormente: 
Como falamos, o déficit operacional devido à diferença de valores e prazos de pagamento e recebimento 
(total dos ativos (ou aplicações) cíclicos menos o total dos passivos (ou fontes) cíclicos) indica a necessidade de 
capital de giro (NCG). 
Por sua vez, o total dos ativos erráticos (financeiros) diminuídos do total dos passivos erráticos (financeiros) 
representa o chamado saldo de tesouraria – T (ou ST) ou saldo de disponível (SD). A seguir, resumimos esses 
conceitos: 
𝑁𝐶𝐺 = 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝐶í𝑐𝑙𝑖𝑐𝑜 (𝐴𝐶𝑂) − 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝐶í𝑐𝑙𝑖𝑐𝑜 (𝑃𝐶𝑂) 
𝑆𝑇 = 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝐸𝑟𝑟á𝑡𝑖𝑐𝑜 (𝐴𝐶𝐹) − 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝐸𝑟𝑟á𝑡𝑖𝑐𝑜 (𝑃𝐶𝐹) 
 
 
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O saldo em tesouraria (ST ou T) pode ser maior ou menor que zero. Se for maior do que zero, significa que 
a empresa possui mais aplicações em moeda do que deve aos credores. Caso esse saldo seja menor que zero, 
significa que a empresa tem obrigações de curto prazo, não relacionadas ao ciclo operacional, superiores aos 
recursos financeiros de curto prazo12. 
Existe, ainda, o conceito de necessidade total de financiamento permanente – NTFP, que denota o 
montante de recursos de longo prazo necessários para financiar a sua atividade, ou seja, é a quantidade mínima 
de passivo permanente (passivo não circulante + patrimônio líquido) que a empresa deve manter visando lastrear 
seus investimentos em giro e fixo, e estabelecer seu equilíbrio financeiro. 
𝑁𝑇𝐹𝑃 = 𝑁𝐶𝐺 + 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑃𝑒𝑟𝑚𝑎𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒 
Quando o passivo permanente for maior que a necessidade total de financiamento permanente (NTFP), a 
diferença encontra-se nos ativos financeiros de curto prazo, incrementando o saldo de tesouraria: 
𝑆𝑇 = 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑃𝑒𝑟𝑚𝑎𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒 − 𝑁𝑇𝐹𝑃 
Em caso contrário, há indicativos de dificuldades financeiras, motivadas pelo desajuste entre os prazos 
maiores de investimentos em relação à maturidade dos passivos13, como veremos adiante. 
Veja que o capital circulante líquido, a necessidade de capital de giro, o saldo de tesouraria e a NTFP podem 
ser calculados a partir dos saldos das contas cíclicas e erráticas, constantes do Balanço Patrimonial: 
𝐶𝐶𝐿 = 𝐴𝐶 − 𝑃𝐶 = 100.000 − 60.000 = 40.000 
𝑁𝐶𝐺 = 𝐴𝐶𝑂 − 𝑃𝐶𝑂 = 65.000 − 35.000 = 30.000 
𝑆𝑇 = 𝐴𝐶𝐹 − 𝑃𝐶𝐹 = 35.000 − 25.000 = 10.000 
𝑆𝑇 = 𝐶𝐶𝐿 − 𝑁𝐶𝐺 = 40.000 − 30.000 = 10.000 
𝑁𝑇𝐹𝑃 = 𝑁𝐶𝐺 + 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑃𝑒𝑟𝑚𝑎𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒 = 30.000 + 100.000 = 130.000 
𝑆𝑇 = 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑃𝑒𝑟𝑚𝑎𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒 − 𝑁𝑇𝐹𝑃 = 140.000 − 130.000 = 10.000 
Segundo Fleuriet, somente as contas erráticas deveriam ser utilizadas para calcular a liquidez empresarial. 
Isso porque as contas cíclicas são necessárias para o ritmo das operações e, portanto, não podem ser realizadas, 
 
12 Castro Neto, J. Luís; Sérgio, Renata S. Gomes. Análise de Risco e Crédito, Ed. IESDE Brasil S.A., Curitiba, 2009. 
13 ASSAF NETO, 2010. 
 
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isto é, não podem ser utilizadas para quitar passivos financeiros (erráticos), sob pena de se comprometer a 
continuidade da organização. 
É como se a NCG tivesse a natureza de um elemento permanente do patrimônio (embora não o seja, à luz 
dos princípios contábeis). Em uma abordagem puramente gerencial, não há possibilidade de se dispor dos 
elementos do giro operacional, pois eles são imprescindíveis para a manutenção do nível de atividade da entidade. 
Como consequência desse conceito, as contas cíclicas, sejam ativas ou passivas, não deveriam fazer parte da 
liquidez da empresa, que deveria ser exclusivamente decorrente do seu saldo de tesouraria, representado pelas 
contas erráticas. 
Por esse motivo, surge o índice de liquidez de tesouraria, que é a razão entre o Ativo Errático e o Passivo 
Errático. 
Para reforçar ainda mais os conceitos, voltemos ao exemplo que acabamos de ver, observando apenas o 
ativo e passivo circulantes: 
 
𝐶𝐶𝐿 = 𝐴𝐶 − 𝑃𝐶 = 100.000 − 60.000 = 40.000 
𝑁𝐶𝐺 = 𝐴𝐶𝑂 − 𝑃𝐶𝑂 = 65.000 − 35.000 = 30.000 
𝑆𝑇 = 𝐴𝐶𝐹 − 𝑃𝐶𝐹 = 35.000 − 25.000 = 10.000 
𝐶𝐶𝐿 = 𝑁𝐶𝐺 + 𝑆𝑇 = 30.000 + 10.000 
Se o saldo de tesouraria for positivo (folga financeira), haverá disponibilidade de recursos para financiar a 
NCG. 
Sendo negativo ou insuficiente, a empresa necessitará de novos empréstimos para financiar suas 
operações. 
 
𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝑑𝑒 𝑇𝑒𝑠𝑜𝑢𝑟𝑎𝑟𝑖𝑎 = 
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐸𝑟𝑟á𝑡𝑖𝑐𝑜
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐸𝑟𝑟á𝑡𝑖𝑐𝑜
 
 
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Esquematicamente: 
 
Dependendo das taxas de juros praticadas e da situação financeira da empresa, isso 
poderá levá-la a uma situação de insolvência. A tesouraria negativa indica a utilização de 
capital alheio de curto prazo para financiar as operações da empresa, caracterizando uma 
situação de risco. 
Vamos ver como o CESPE cobrou isso em uma recente prova? 
Como isso cai em concursos? 
 
4. (CESPE/Perito Criminal Federal/2018) A respeito da tabela precedente (valores em mil reais), 
que representa os dados de uma empresa relativos a seus dois exercícios mais recentes, julgue 
o item. 
No exercício X1, o capital de giro da empresa igualou-se a sua necessidade de capital de giro, 
determinando umsaldo em tesouraria nulo. 
Gabarito: Errado. 
Comentário: 
Como falamos em aulas anteriores, o termo “Capital de Giro” é sinônimo de Ativo Circulante, todavia 
o Cespe, em algumas questões, chama o CCL (Capital Circulante Líquido) de Capital de Giro (quando na 
verdade é o Capital de Giro Líquido). 
 
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A nossa sorte é que, nessa questão, qualquer que seja a interpretação da banca a respeito da 
nomenclatura de “Capital de Giro”, o item está errado. A questão seria rapidamente resolvida ao 
calcularmos o saldo em tesouraria (ST), que é a diferença entre o ativo e passivo circulante errático (ou 
financeiro): 
𝑆𝑇 = 𝐴𝐶𝐹 − 𝑃𝐶𝐹 = 160 − 130 = 30 
Ou seja, a questão está errada quando afirma que o saldo em tesouraria é nulo. 
De qualquer forma, vamos resolver a questão de forma a rever os conceitos de necessidade de capital 
de giro (NCG) e capital de giro (sob as duas óticas a respeito da sua nomenclatura). 
Sabemos que a necessidade de capital de giro – NCG é o montante de recursos necessários para se 
manter o giro dos negócios, enquanto a firma não recebe recursos de suas fontes operacionais, no caso, as 
vendas. Ou seja, é a parcela dos investimentos em giro (ACO) que não é automaticamente financiada pela 
operação (PCO). Assim, a NCG é dada pela expressão: 
𝑁𝐶𝐺 = 𝐴𝐶𝑂 − 𝑃𝐶𝑂 = 150 − 60 = 90 
Vemos, assim, que a NCG não se equivale ao Capital de Giro em X1, em nenhuma das “acepções” da 
palavra. Como acabei de mencionar, o termo “Capital de Giro” é sinônimo de Ativo Circulante, todavia o 
Cespe, em algumas questões, chama o CCL (Capital Circulante Líquido) de Capital de Giro (quando na 
verdade é o Capital de Giro Líquido). 
𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝐺𝑖𝑟𝑜 = 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 = 𝐴𝐶𝑂 + 𝐴𝐶𝐹 = 150 + 160 = 310 
𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝐺𝑖𝑟𝑜∗ = 𝐶𝐶𝐿 = 𝐴𝐶 − 𝑃𝐶 = 310 − 190 = 120 
Perceba, portanto, que o capital de giro (líquido) da empresa não se igualou a sua necessidade de 
capital de giro. 
Em linhas gerais, as empresas buscam desempenhar um modelo de crescimento constante, ampliando seus 
mercados. Dentro dessa premissa, há sempre necessidade adicional de capital de giro ao longo do tempo, pois ele 
representa os recursos necessários para o desempenho das operações da empresa. A NCG pode aumentar, 
basicamente, de acordo com as condições a seguir: 
1) Aumento nas receitas da empresa, mantendo o ciclo de caixa (ciclo financeiro) constante, eleva a 
NCG na mesma proporção. Veja o exemplo do início da aula: 
 
 
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𝑁𝐶𝐺 = 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝐶í𝑐𝑙𝑖𝑐𝑜 − 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝐶í𝑐𝑙𝑖𝑐𝑜 = 600 − 200 = 400 
Dobrando a atividade da empresa, temos: 
 
 
𝑁𝐶𝐺 = 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝐶í𝑐𝑙𝑖𝑐𝑜 − 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝐶í𝑐𝑙𝑖𝑐𝑜 = 1.200 − 400 = 800 
Ou seja, duplicando as receitas (aumento na atividade), mantendo o ciclo de caixa (ciclo financeiro), a 
necessidade de capital de giro também fica duplicada. Há apenas o financiamento automático do giro na 
proporção de 1/3 da necessidade de investimento da empresa (no primeiro caso os fornecedores financiam $200 
dos $600 necessários, e no segundo caso, $400 dos $1.200 necessários). 
Observe, por fim, que representei o restante do financiamento do giro com capital próprio (PL), mas não 
necessariamente é assim, podendo ser financiado também com capital de terceiros onerosos (empréstimos 
bancários). 
2) Aumento no ciclo de caixa (ciclo financeiro), mantendo o nível de atividade da empresa constante, 
eleva a NCG proporcionalmente ao aumento da diferença entre ativo e passivo cíclico. Se pegarmos 
também o exemplo do início da aula: 
 
𝑁𝐶𝐺 = 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝐶í𝑐𝑙𝑖𝑐𝑜 − 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝐶í𝑐𝑙𝑖𝑐𝑜 = 600 − 200 = 400 
Aumentando em 2 dias o ciclo de caixa da empresa (diferença entre PMRV e PMPF), temos: 
 
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𝑁𝐶𝐺 = 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝐶í𝑐𝑙𝑖𝑐𝑜 − 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝐶í𝑐𝑙𝑖𝑐𝑜 = 800 − 100 = 700 
Ou seja, aumentando o ciclo de caixa (ciclo financeiro), a necessidade de capital de giro também se eleva na 
proporção das mudanças das magnitudes das contas do ativo cíclico e passivo cíclico, em suma. 
3) Aumento simultâneo tanto na atividade quanto no ciclo de caixa eleva a NCG de forma exponencial. 
Veja: 
𝑁𝐶𝐺 = 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝐶í𝑐𝑙𝑖𝑐𝑜 − 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝐶í𝑐𝑙𝑖𝑐𝑜 = 600 − 200 = 400 
Dobrando a atividade da empresa e aumentando seu ciclo de caixa em 2 dias, temos: 
 
 
𝑁𝐶𝐺 = 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝐶í𝑐𝑙𝑖𝑐𝑜 − 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝐶í𝑐𝑙𝑖𝑐𝑜 = 1.600 − 200 = 1.400 
 
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Ou seja, uma combinação entre aumento da atividade da empresa e do seu ciclo de caixa aumenta 
exponencialmente a NCG e pode causar problemas sérios na sua gestão do capital de giro, pois fatalmente 
necessitarão de linhas de crédito adicionais para comportar esse crescimento. Se não conseguirem tais linhas, 
podem chegar a uma condição de falência mesmo tendo uma operação lucrativa. 
Em suma, a NCG representa o montante do ciclo financeiro. O administrador terá que buscar recursos para 
cobrir as contas vincendas, principalmente quando as vendas e o recebimento de clientes forem lentos demais. 
Uma medida importante é tentar reduzir a duração do ciclo operacional e ampliar o prazo para pagamento 
de obrigações, contribuindo, assim, para a redução do ciclo financeiro, conforme visto anteriormente. Caso opte, 
por outro lado, por utilizar recursos financeiros de terceiros (ex: desconto de duplicatas, contração de empréstimos 
de curto prazo etc.), a entidade deverá estar ciente de que isso provavelmente implicará altas taxas de juros, o que 
comprometerá o seu resultado. 
Assim, é saudável buscar a redução do PMRE (uma administração mais eficiente dos estoques) e a redução 
do PMRV (política de crédito aos clientes mais adequada, cobrança mais eficiente etc.), além da ampliação do 
PMPC (ex: negociação com fornecedores). São medidas mais viáveis do que, por exemplo, tentar atrasar o 
pagamento de funcionários ou de impostos, medidas muito mais difíceis e, geralmente, mesmo impossíveis de se 
implementar de maneira legítima. 
 
 
 
Percebe-se, portanto, que a existência do ciclo de caixa faz com que haja uma necessidade permanente 
de NCG. 
O Ativo Circulante Operacional (Ativo Cíclico) é, algumas vezes, chamado de Investimento Operacional em 
Giro – IOG. É importante não confundir os conceitos de IOG e NCG. O primeiro refere-se aos ativos utilizados nas 
atividades da empresa; o segundo, ao passivo necessário para financiar as operações. 
 
Medidas saudáveis para 
uma boa gestão do Capital 
de Giro
Redução do PMRE
(gestão de estoque)
Redução do PMRV
(negociação com clientes)
Aumento do PMPF
(negociação com 
fornecedores)
 
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Não custa relembrar que a NCG indica o montante de recursos necessários para se manter o giro dos 
negócios, devido à insuficiência das fontes operacionais. 
Havendo tal insuficiência, a empresa terá que buscar novas fontes de financiamento para continuar 
operando, que poderão advir de recursos de longo ou de curto prazo. A parcela de recursos de longo prazo 
(entenda-se recursos nãocirculantes ou não correntes) que financia os investimentos em capital de giro é 
equivalente ao capital circulante líquido – CCL da empresa. 
 
As contas de longo prazo são também chamadas, nesta nova abordagem da Análise Contábil, de contas 
estratégicas da empresa, sendo as contas erráticas denominadas também de contas táticas. Assim, o patrimônio 
se dividiria em contas operacionais, táticas e estratégicas. 
O CCL poderia ser definido, desse modo, como a diferença entre o Passivo Estratégico e o Ativo Estratégico. 
 
 
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O saldo de tesouraria (ST) pode ser visto ainda como a diferença entre o CCL e a NCG, conforme o 
raciocínio abaixo: 
𝑁𝐶𝐺 = 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶í𝑐𝑙𝑖𝑐𝑜 (𝐴𝐶𝑂) − 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶í𝑐𝑙𝑖𝑐𝑜 (𝑃𝐶𝑂) (1) 
𝑆𝑇 = 𝐴𝐶𝐹 − 𝑃𝐶𝐹 (2) 
𝐶𝐶𝐿 = 𝐴𝐶 − 𝑃𝐶 = (𝐴𝐶𝑂 + 𝐴𝐶𝐹) − (𝑃𝐶𝑂 + 𝑃𝐶𝐹) 
Agrupando os componentes Cíclicos (operacionais) e Erráticos (financeiros): 
𝐶𝐶𝐿 = (𝐴𝐶𝑂 − 𝑃𝐶𝑂) + (𝐴𝐶𝐹 − 𝑃𝐶𝐹) (3) 
 
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Substituindo (1) e (2) na equação (3), temos: 
𝑪𝑪𝑳 = 𝑵𝑪𝑮 + 𝑺𝑻 
Quando uma empresa expande demasiadamente suas vendas, sem que o capital de giro disponível cresça 
na mesma proporção, esse crescimento operacional faz com que a NCG também aumente. Se não houver o 
suporte suficiente de capital para a manutenção desse novo patamar operacional, o crescimento exagerado 
poderá deixar a empresa em dificuldades financeiras, caracterizando o chamado overtrading, como já 
mencionamos anteriormente. 
Efeito Tesoura 
No período em que o crescimento da NCG supera continuamente o crescimento do CCL, 
tornando o ST cada vez mais negativo, a entidade passa a sofrer o chamado efeito tesoura. Com 
um saldo de tesouraria insuficiente, a entidade precisará tomar recursos a curto prazo no sistema 
financeiro, geralmente com altas taxas de juros, 
fazendo as despesas financeiras crescerem além do suportável, 
comprometendo a organização. 
O CCL, que representa as fontes de recursos de longo 
prazo, já não será suficiente para financiar as atividades, e a 
entidade utilizará recursos alheios de curto prazo para se manter 
operando até a situação operacional melhorar (ou até a empresa 
quebrar). 
Veja um exemplo de como o efeito tesoura pode 
acontecer: 
 
 
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Momento 1: 
 
Veja que a empresa possui $1.500 de necessidade de investimento operacional, dos quais $800 são 
financiados pela própria operação (prazo que os fornecedores concederam à empresa). A essa diferença não 
“bancada” pela própria operação que chamamos de NCG ($700). 
Momento 2: 
 
Nesse momento a empresa aumentou a sua necessidade de investimento operacional (de $1.500 para 
$1.850, provavelmente porque aumentou o prazo de recebimento de vendas) e usou parte de seu ativo financeiro 
para suprir essa necessidade. Isso significa que ela transferiu o saldo de tesouraria que tinha para a operação, 
ficando negativa nesse quesito. 
 
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Como a operação demanda mais financiamento (de $1.500 para $1.850), e os fornecedores não mexeram no 
prazo de pagamento (veja que o passivo cíclico não se alterou), a NCG aumentou na mesma proporção, “sugando” 
recursos financeiros da empresa. 
Momento 3: 
 
Nesse momento 3, a empresa, não “satisfeita” em ter aumentado a necessidade de investimento operacional 
e suprindo essa necessidade com seus recursos financeiros do ativo (momento 2), teve agora um suposto problema 
com seus fornecedores, que diminuíram ainda mais o seu prazo para pagamento. 
Dessa forma, veja que a empresa possui, dessa vez, $1.850 de necessidade de investimento operacional, 
dos quais apenas $550 são financiados pela própria operação (prazo que os fornecedores concederam à 
empresa). Como você já sabe, essa diferença não “bancada” pela própria operação é denominada NCG ($1.300) e 
aumentou consideravelmente. 
Como os fornecedores diminuíram o seu prazo para pagamento, a empresa teve que recorrer a empréstimos 
bancários (veja que o passivo 
errático aumentou de $750 
para $1.000), o que 
comprometeu ainda mais o 
saldo de tesouraria. 
O quadro a seguir 
apresenta a situação de uma 
empresa nos três momentos 
sucessivos, mostrando que ela 
está sofrendo o efeito 
tesoura, embora o CCL e a 
liquidez corrente não tenham 
sofrido alterações. 
 
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Vale lembrar que a magnitude da NCG permanecerá constante se a empresa mantiver o mesmo nível de 
atividade ao longo do ano e os mesmos prazos e ciclo de caixa. Ou seja, a empresa vai carregar em seu balanço um 
passivo oneroso, do tamanho da NCG, ao logo de todo o ano, para financia-la e permitir o giro da empresa. 
Na vida real, entretanto, as empresas apresentam alta volatilidade em seus receitas e nível de atividade, 
além de uma série de dificuldades de negociação com clientes e fornecedores. Por esse motivo, a NCG da vida real 
possui componentes permanentes e sazonais14. 
Vamos dar uma olhada em uma questão do último concurso do TCU: 
Como isso cai em concursos? 
5. (CESPE/TCU/Auditor Federal de Controle Externo/2015) Quando uma empresa apresenta, por 
vários exercícios seguidos, crescimento da necessidade de investimento em giro superior ao do 
capital circulante líquido, ela convive com o denominado efeito tesoura, que é identificado por 
um crescente saldo de disponível negativo. Esse efeito pode ocorrer por várias razões, como 
overtrade, desvio de recursos do giro para imobilizações e inflação. 
Gabarito: Certo. 
Comentário: 
Essa questão foi retirada pelo Cespe da literalidade do conteúdo do livro: Análise de Risco e Crédito, 
dos autores José Luís de Castro Neto e Renata Sena Gomes Sérgio, Ed. IESDE Brasil S.A., Curitiba, 2009 
(pág. 151). 
No período em que o crescimento da NCG supera continuamente o crescimento do CCL, tornando 
o ST cada vez mais negativo, a entidade passa a sofrer o chamado efeito tesoura. Com um saldo de 
tesouraria insuficiente, a entidade precisará tomar recursos a curto prazo no sistema financeiro, geralmente 
com altas taxas de juros, fazendo as despesas financeiras crescerem além do suportável, comprometendo a 
organização. O CCL, que representa as fontes de recursos de longo prazo, já não será suficiente para 
financiar as atividades, e a entidade utilizará recursos alheios de curto prazo para se manter operando até a 
situação operacional melhorar (ou até a empresa quebrar) 
Isso acontece, entre outros motivos, quando uma empresa expande demasiadamente suas vendas, 
sem que o capital de giro disponível cresça na mesma proporção, e então esse crescimento operacional faz 
com que a NCG também aumente. Se não houver o suporte suficiente de capital para a manutenção desse 
novo patamar operacional, o crescimento exagerado poderá deixar a empresa em dificuldades financeiras, 
caracterizando o chamado overtrading15, que é de fato um dos agentes causadores do efeito tesoura16. 
Da mesma forma, quando a empresa desvia recursos do giro para imobilizações, ela compromete sua 
liquidez (seu saldo em tesouraria), o que fatalmente irá aumentar sua NCG proporcionalmente ao CCL (veja 
que, a grosso modo, a empresa mantém a NCG (ACO e PCO constantes) e diminui o CCL (porque seu ACF 
 
14 Por não ser cobrado em provas deconcursos, detalhes sobre a NCG sazonal não foram incluídos neste material. Se você quiser se 
aprofundar no estudo do capital de giro, recomendo a leitura do livro: Assaf Neto, Alexandre. Tibúrcio Silva, César Augusto. Administração 
do Capital de Giro, 4ª ed., São Paulo, ed. Atlas, 2012. 
15 Explicando de uma forma mais “leiga”, overtrade significa fazer negócios superiores ao que seus recursos financeiros permitem. 
16 Alguns autores até tratam overtrade e efeito tesoura como sinônimos. 
 
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foi “transformado” em ativo permanente). Isso também é uma forma de “tentar crescer sem sustentação”, 
o que leva ao efeito tesoura. 
A inflação também pode causar o fenômeno do overtrading, pois, ao promover maior demanda por 
bens como forma de resguardar o consumidor de aumento de preços, a empresa pode ser levada, para não 
perder participação de mercado, a expandir sua atividade acima de sua capacidade financeira. 
Os aumentos consecutivos dos preços em geral costumam encobrir essa situação de overtrading. 
Todavia, quando a economia parte para uma situação de maior estabilidade nos índices gerais de preços, as 
consequências de um crescimento sem sustentação financeira surgem mais nitidamente, determinando 
problemas de lucratividade, inadimplência e estoques volumosos17. 
Análise do CCL, NCG e Saldo De Tesouraria 
Maiores evidências a respeito da liquidez de uma empresa no curto prazo são obtidas a partir da análise do 
capital circulante líquido, da necessidade de capital de giro e do saldo de tesouraria, todos em conjunto. O quadro 
abaixo, extraído do trabalho de Marques e Braga18, denota as possibilidades para cada uma dessas variáveis, bem 
como os diagnósticos advindos dessas possibilidades: 
 
Estrutura do Tipo 1 
Possui CCL e Saldo de Tesouraria Positivo, enquanto a NCG é negativa. Como se pode ver na figura abaixo, 
essa empresa possui passivos operacionais maiores que os ativos operacionais, ou seja, a sua operação está sendo 
toda financiada de forma “automática” e ainda sobram recursos. Provavelmente essa empresa conseguiu prazos 
juntos aos fornecedores que cobrem os recebimentos de clientes e a rotação dos estoques, e ainda resta uma folga. 
Ademais, seus ativos erráticos (financeiros) são maiores que os passivos também erráticos, gerando uma liquidez 
de tesouraria maior que 1, ou seja, ST>0. A situação desta empresa pode ser considerada excelente, em termos 
de administração do capital de giro. 
 
17 Mól, Anderson L.R.; Filho, Gabriel M. de Araújo. Administração Financeira e Orçamentária. Livro texto (Material do Curso de Graduação 
de Administração à distância). 
18 MARQUES, BRAGA, 1995. 
 
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Estrutura do Tipo 2 
Possui CCL, Saldo de Tesouraria positivos e, ainda, NCG positiva. Como se pode perceber, essa empresa 
possui ativos operacionais maiores que os passivos operacionais, ou seja, possui necessidade de capital de giro 
positiva, uma vez que suas fontes operacionais não conseguem financiar a totalidade dos ativos operacionais de 
curto prazo. Além disso, seus ativos erráticos (financeiros) são maiores que os passivos também erráticos, gerando 
uma liquidez de tesouraria maior que 1, ou seja, ST > 0. A situação desta empresa pode ser considerada sólida, em 
termos de administração do capital de giro. É o tipo mais comum no mercado, segundo Braga19. 
 
Estrutura do Tipo 3 
Empresas desse tipo possuem recursos não correntes financiando o capital de giro (CCL positivo), e 
necessitam de recursos financeiros para financiar os ativos circulantes operacionais (NCG positiva). Ainda, nesse 
caso os passivos financeiros superam os ativos financeiros, evidenciando um saldo de tesouraria negativo. Isto 
posto, podemos dizer que a situação dessas empresas é “insatisfatória”, uma vez que em momentos de 
 
19 MARQUES, BRAGA, 1995 
 
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instabilidade da economia os itens do ativo operacional podem ter dificuldades de serem transformados em 
dinheiro, ao passo que o alto passivo financeiro pode ficar ainda mais elevado devido às altas taxas de juros. 
 
Estrutura do Tipo 4 
Empresas desse tipo possuem recursos correntes (passivos financeiros de curto prazo) financiando o 
Ativo não circulante (CCL negativo), e ainda necessitam de recursos financeiros para financiar os ativos 
circulantes operacionais (NCG positiva). Para agravar, nesse caso os passivos financeiros superam os ativos 
financeiros, evidenciando um saldo de tesouraria negativo, o que torna a situação arriscada, motivo pelo qual 
podemos classifica-la como “péssima”. 
 
 
 
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Estrutura do Tipo 5 
Possui CCL negativo, denotando insuficiência de ativos circulantes para fazer face às obrigações de curto 
prazo, o que por si só já é um mau indício. Para agravar, possui saldo de tesouraria negativo, pelo excesso de 
passivos financeiros de curto prazo. Tem o atenuante de possuir NCG negativa, ou seja, sua operação 
propriamente dita está sendo automaticamente financiada. Mesmo assim, são classificadas como “muito ruim” 
de acordo com a literatura citada. 
Estrutura do Tipo 6 
Empresas nessa situação possuem folga operacional, por possuírem necessidade de capital de giro 
negativa, e saldo em tesouraria positivo, visto que seus ativos financeiros de curto prazo superam os passivos de 
mesma natureza. Todavia, pelo fato de possuir fontes de curto prazo financiando ativos não circulantes (CCL 
negativo), é classificada como de “alto risco”. 
Resumindo: 
1) Podemos dizer que há equilíbrio financeiro quando há adequações entre financiamentos e 
investimentos, ou seja, quando há capital circulante em proporção adequada em relação ao Passivo 
Circulante; 
2) Preferencialmente o Ativo não circulante deve ser financiado com Capital Próprio e só em ramos 
especiais e em situações específicas é aceitável a existência de capital circulante líquido negativo; 
 
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3) A empresa apresentará segurança em termos financeiros se seu capital circulante líquido for maior 
que a necessidade de capital de giro, pois, nessa situação, as fontes de longo prazo (passivo não 
circulante) financiam as atividades operacionais e seu saldo de tesouraria é positivo20 
 
4) Em suma, as classificações das gestões do capital de giro (equilibrada, conservadora, agressiva e muito 
agressiva) podem ser resumidas no quadro a seguir21: 
 
 
20 MARTINS, 2014. 
21 MÁLAGA, Flávio Kezam. Análise dos demonstrativos financeiros e da performance empresarial: para empresas não financeiras. 2ª ed. 
São Paulo: Saint Paul Editora, 2012. 
 
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Questões de Concurso 
1. (CESPE/Sefaz-RS/Auditor-Fiscal da Receita Estadual/2019) 
Acerca do giro de estoques, assinale a opção correta. 
a) Quanto maior for o giro de estoques, maior será o prazo médio de vendas da empresa. 
b) O fato de o giro de estoques de uma empresa ser mais elevado que o de outras empresas do mesmo 
setor pode indicar que essa empresa esteja mantendo bens obsoletosem estoque ou mantendo 
estoque em nível desnecessariamente alto. 
c) Uma política de estoques mínimos favorece a obtenção de giros de estoques cada vez maiores. 
d) Giro de estoques de cinco vezes significa que a empresa teve mais de oitenta dias para vender 
integralmente o seu estoque uma vez. 
e) A aquisição de estoques em grande quantidade para obter descontos comerciais tende a aumentar o 
giro dos estoques. 
2. (CESPE/EBSERH/Analista/Gestão Hospitalar/2018) 
 Acerca da função da administração financeira hospitalar, julgue o próximo item. 
O ciclo financeiro é obtido deduzindo-se do ciclo operacional o intervalo de tempo ao longo do qual a organização 
quita suas obrigações financeiras com fornecedores e prestadores. 
3. (CESPE/EBSERH/Analista/Gestão Hospitalar/2018) 
 Acerca da função da administração financeira hospitalar, julgue o próximo item. 
Giro de estoque ou rotatividade é um indicador que reflete o número de vezes que o estoque roda em determinado 
período. Esse indicador é calculado pela razão entre os valores, em unidades, do estoque médio no período e do 
consumo do período. 
4. (CESPE/Sefaz-RS/Auditor-Fiscal da Receita Estadual/2019) 
Acerca do giro de estoques, assinale a opção correta. 
O fato de uma empresa ter poder de negociação com fornecedores para postergar ao máximo o pagamento de 
suas compras a prazo tem impacto direto no 
a) ciclo operacional 
b) ciclo financeiro 
c) prazo médio de renovação de estoques 
d) prazo médio de recebimento de vendas 
e) ciclo econômico 
5. (CESPE/Sefaz-RS/Auditor do Estado/2018) 
Assinale a opção correspondente a situação que afeta simultaneamente o ciclo operacional e o ciclo financeiro de 
uma empresa industrial bem como impacta positivamente o giro dos negócios. 
 
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a) aumento do prazo médio de fabricação 
b) redução do prazo médio de pagamento aos fornecedores 
c) aumento do prazo médio de pagamento aos fornecedores 
d) redução do prazo médio de cobrança 
e) aumento do prazo médio de estocagem de produtos 
6. (CESPE/MPU/Analista/Finanças e Controle/2011) 
A respeito dos índices de avaliação econômico-financeira, julgue o próximo item. 
Se o quociente de posicionamento relativo for maior que 1, é correto afirmar que a empresa estará financiando 
suas vendas a prazo e comprometendo sua liquidez. 
7. (CESPE/Anac/Especialista em Regulação/2012) 
A respeito de análise das demonstrações contábeis, julgue o item a seguir. 
Supondo que determinada companhia tenha apresentado como estoque inicial e final os valores de R$ 150.000,00 
e R$ 300.000,00, respectivamente, e o custo das mercadorias vendidas para o exercício tenha sido de R$ 
3.000.000,00, então o índice de rotação dos estoques desta companhia foi obrigatoriamente superior a 13. 
8. (CESPE/SDS-PE/Polícia Científica/Ciências Contábeis/2018) 
No que se refere ao conceito e às características do capital de giro, assinale a opção correta. 
a) O conceito de capital de giro líquido não se confunde com o conceito de capital circulante líquido. 
b) A divisibilidade dos elementos que compõem o capital de giro apresenta-se superior à dos ativos fixos, 
dando margem a que o aporte de recursos em itens de curto prazo possa se dar em níveis relativamente 
baixos, na proporção das necessidades financeiras da empresa. 
c) O capital de giro representa os ativos que são financiados por fontes de curto prazo. 
d) O capital de giro não contempla itens de difícil realização em dinheiro, tais como estoques obsoletos. 
e) Comparativamente aos ativos fixos ou não circulantes, o capital de giro destaca-se pela alta rentabilidade 
que é capaz de gerar, em especial para as empresas do setor industrial. 
 
 
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ACF – Ativo Circulante Financeiro 
ACC – Ativo Circulante Cíclico 
ANC – Ativo não Circulante 
ARLP – Ativo Realizável a Longo Prazo 
PCF – Passivo Circulante Financeiro 
PCC – Passivo Circulante Cíclico 
PNC – Passivo não Circulante 
PELP – Passivo Exigível a Longo Prazo 
PL – Patrimônio Líquido 
9. (CESPE/TRT17/Administrativo/Contabilidade/2013) 
 Considerando as tabelas acima, que apresentam balanço patrimonial e informações complementares referentes 
a uma empresa, julgue o item subsequente. 
Nesse sentido, considere que essa empresa não tenha recebido nenhuma receita de forma antecipada nem tenha 
pagado nenhuma despesa antecipadamente. 
O saldo em tesouraria do período demonstra retração do capital de giro da empresa em relação a sua necessidade 
de capital de giro. 
 
Considerando que a tabela acima apresenta informações da contabilidade da empresa hipotética Z, que o ativo 
financeiro e o passivo financeiro de cada ano dessa empresa representavam, cada um, 10% do total de valores 
circulantes, e que os três anos dessa tabela são consecutivos, sendo o ano 1 o mais recente e o ano 3 o mais antigo, 
julgue os itens subsequentes. 
10. (CESPE/FUB/Contador/2013) 
A rentabilidade do patrimônio líquido da empresa Z apresentou-se crescente. 
11. (CESPE/FUB/Contador/2013) 
 
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A necessidade de capital de giro da empresa Z aumentou no período. 
12. (CESPE/TCU/Auditor Federal de Controle Externo/2015) 
O ciclo operacional da empresa pode ser definido como as suas fases de funcionamento, que vão desde a aquisição 
de materiais para a produção até o recebimento das vendas efetuadas. Quanto mais longo se apresentar o ciclo 
operacional, menor será a necessidade de investimento em giro. 
13. (CESPE/TCU/Auditor Federal de Controle Externo/2015) 
 Para fins de análise do capital de giro, as contas do ativo e do passivo podem ser divididas em financeiras, cíclicas 
e permanentes. Por meio dessa divisão e pela análise dos elementos patrimoniais da empresa, são identificados 
os prazos operacionais, o volume de recursos permanentes (longo prazo) que financia o giro e as necessidades de 
investimento operacional. 
14. (CESPE/TCU/Auditor Federal de Controle Externo/2015) 
O montante de recursos de longo prazo necessário para financiar a atividade de uma empresa pode ser calculado 
pela soma da necessidade de investimento em giro com o ativo permanente, índice que também é conhecido 
como necessidade total de financiamento permanente. 
15. (CESPE/TCU/Auditor Federal de Controle Externo/2015) 
Necessidade total de financiamento permanente (NTFP) é o montante mínimo de passivo permanente (PP) que a 
empresa deve manter, visando lastrear seus investimentos em giro e fixo assim como estabelecer seu equilíbrio 
financeiro. Quando o PP superar a NTFP, há indicativos de dificuldades financeiras, que podem ter sido motivadas 
pelo desajuste entre os prazos maiores dos investimentos (ativos) em relação à maturidade dos passivos. 
 
 
 
Prof. Daniel Negreiros 
 Aula 03 
 
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Análise do Capital de Giro e dos Ciclos Operacional e Financeiro 
Considerando as estruturas patrimoniais A, B, C e D acima, julgue os itens seguintes. 
16. (CESPE/Unipampa/Contador/2009) 
 A estrutura D representa a empresa com o maior índice de liquidez corrente. 
17. (CESPE/Unipampa/Contador/2009) 
 A estrutura C representa uma empresa em desequilíbrio financeiro. 
18. (CESPE/Unipampa/Contador/2009) 
 Apenas duas das estruturas representam empresas com capital circulante líquido (CCL) superior a zero. 
19. (CESPE/Unipampa/Contador/2009) 
Duas das estruturas representam empresas que têm necessidade total de financiamento permanente (NTFP) 
iguais. 
20. (CESPE/Unipampa/Contador/2009) 
 As estruturas A e B representam empresas que apresentam risco

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