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O USO DO MAPEAMENTO DE PROCESSOS PARA IDENTIFICAÇÃO DE MELHORIAS NOS PROCESSOS DE UM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO Mary Lidyene Souza Alves (UFPB) marylidyene@hotmail.com Kliver Lamarthine Alves Confessor (UFPB) adm.kliver@gmail.com Fábio Walter (UFPB) fwalter.br@gmail.com Bruno Henrique Feitosa Santos (UFPB) admbrunofeitosa@gmail.com O presente trabalho se propõe a estudar e identificar possíveis melhorias na gestão de um Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal da Paraíba a partir da gestão por processo. Para tanto foram mapeados os seus processos e por consegguinte definido os processos críticos, a partir de uma Matriz FC-P (Fatores- chave versus processos) e a técnica FEPSC (ROTONDARO ET AL, 2005), que foram o processo de Atendimento (secretaria/coordenação) e o processo denominado Coleta CAPES. Esta pesquisa classifica-se como exploratória, aplicada e qualitativa, utilizando como meios a pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, entrevistas e observação. Palavras-chaves: Mapeamento de Processos, Gestão de Processos, Melhoria de Processos, Administração Pública. XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente. São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010. 2 1. Introdução Todas as organizações procuram realizar sua missão e conquistar seus objetivos de maneira eficiente. Contudo, especialmente nas organizações públicas, percebe-se a existência de grande burocratização na realização das atividades. A burocracia, em si, pressupõe certa racionalidade impessoal que, guiada por regras formais que padronizam e conferem igualdade no tratamento dos casos, define com precisão as relações de mando e subordinação, mediante a distribuição das atividades a serem executadas, tendo em vista os fins a que se visa (SARAIVA, 2002). O problema ocorre quando a burocracia se torna excessiva, pois os funcionários, submissos a tantas regras, não têm autonomia para decidir sobre atividades comuns do seu cotidiano, dificultando os processos e, portanto, a conclusão de dada atividade. Isso implica em falta de espaço para a informalidade e dificulta o desenvolvimento de noções mais flexíveis de gerenciamento, o que compromete diretamente a eficiência de toda a organização. A “Gestão por Processos” objetiva resolver esse tipo de problema, já que é, por definição, uma metodologia para avaliação contínua, análise e melhoria do desempenho dos processos que exercem mais impacto para a realização dos objetivos, os chamados processos críticos (ROTONDARO ET AL, 2005). A “Gestão por Processos” surgiu como resposta às dificuldades das organizações em relacionarem-se com a mudança e a luta contra o obsoletismo. Na gestão das organizações públicas observa-se a necessidade de sérias modificações para o alcance da qualidade nos serviços que presta à sociedade, a começar pelo acompanhamento e controle dos atos de gestão, pelo estímulo ao zelo do patrimônio público em instituições públicas, provocando, desta maneira, menos gastos dos recursos coletivos. No Brasil, a Administração Pública Gerencial ganha maior popularidade no governo de Fernando Henrique Cardoso, com a aprovação do Plano Diretor da Reforma do Estado (1995). Desde esse momento é observada então uma especial atenção às formas de gestão mais eficientes e mais voltadas à prestação de serviços de melhor qualidade (BRESSER, 1996). As organizações que produzem serviços sociais (saúde, educação, etc.) podem ter seus objetivos alcançados a partir da alocação eficiente dos recursos públicos utilizados em suas atividades. As universidades são exemplos desse tipo de organização e, nestas, a implementação da “Gestão por Processos” pode trazer uma importante contribuição para a satisfação da sociedade, na medida em que proporcionaria a melhoria da eficiência na prestação dos serviços e no uso dos recursos públicos. Em uma realidade próxima, a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), observa-se que a Gestão por Processos aparenta ser uma metodologia de útil aplicação, uma vez que a organização necessita de melhorias no desempenho das suas atividades, visando atender aos interesses dos seus “stakeholders”. Assim, foi escolhido um de seus organismos, um Programa de Pós-Graduação, para a aplicação do mapeamento dos processos críticos e a posterior identificação de possibilidades de melhorias. Assim, alcança-se o seguinte problema de pesquisa, ao qual este estudo tenta responder: Que possíveis melhorias na gestão do PPGA podem ser identificadas a partir do mapeamento dos seus processos críticos? Para responder a esta pergunta formula-se o seguinte objetivo geral deste estudo: Identificar possíveis melhorias na gestão de um PPG, a partir do mapeamento dos seus processos críticos. 3 2. Mapeamento de Processos Para Harrington (1988, p. 161), processo é “uma série de atividades que recebe um insumo, agrega-lhe valor e produz um produto ou uma saída (aplicação de habilidades adicionando valor ao insumo)”. E complementa que “o verdadeiro resultado provém da aplicação de técnicas comprovadas de controle da produção e de realimentação, para todas as atividades- chaves do negócio, e no tratamento da organização como um processo complexo que contém vários subprocessos”. Chama-se “Gestão por Processos” o aparato metodológico para a modelagem organizacional que permite que decisões sejam tomadas a partir do entendimento dos processos. Para a “Gestão por Processos” é necessário o “mapeamento dos processos”: uma ferramenta para a modelagem organizacional que viabiliza que os processos sejam o foco de análise para as decisões quanto à dinâmica de produção de bens e serviços e quanto às mudanças no modelo de gestão. Chama-se de “mapeamento” a representação gráfica dos processos segundo uma linguagem convencionada (ALVIM & COSTA, 2008). A “abordagem por processos”, também denominada “visão por processos” ou ainda, “orientação por processos”, objetiva a melhoria e a otimização da cadeia de processos da organização, desenvolvido para atender necessidades e expectativas dos stakeholders, garantindo a melhoria do sistema integrado a partir da maximização dos acertos e redução dos custos, devido ao mínimo uso dos recursos (JURAN, 1994; PALADINI, 1995; ROTONDARO ET AL, 2005). O uso do “mapeamento dos processos” como ferramenta da Gestão por Processos é adequado a qualquer tipo de organização, seja ela pública ou privada (ROTONDARO ET AL, 2005). O mapeamento dos processos possibilita o entendimento de um processo através da construção de um mapa que deve realçar, graficamente, num modelo, a relação entre as atividades, pessoal, informações e objetos envolvidos. É uma tarefa muito importante dentro da Gestão por Processos, já que permite que sejam conhecidas com detalhe e profundidade todas as operações que ocorrem durante a fabricação de um produto ou a produção de um serviço. 3. Metodologia O presente trabalho caracteriza-se como uma pesquisa exploratória, a qual “tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses” (GIL, 1991, p. 45). Este trabalho também se classifica como uma pesquisa aplicada, já que o mesmo objetiva identificar possíveis melhorias para o PPGA a partir do mapeamento dos processos críticos deste programa de pós-graduação. Uma pesquisa aplicada é um tipo de estudo que “objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos” (SILVA & MENEZES, 2001, p. 20). O problema é abordado através de uma pesquisa qualitativa, uma vez que esta “considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade dosujeito que não pode ser traduzido em números (...). Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem (SILVA & MENEZES, 2001 p. 22). Como meios de pesquisa foram utilizadas pesquisa bibliográfica e pesquisa documental, sendo que, de acordo com Gil (1991, p. 21), “uma pesquisa bibliográfica é elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado na Internet; já a Pesquisa Documental, é elaborada a partir de materiais que não receberam tratamento analítico”. Para a parte documental foram 4 analisadas as informações do site do Programa, visando observar que normas influenciam os processos detectados. Essa pesquisa consultou a documentação (regimento do Programa), dentre outros informativos disponibilizados pelos funcionários e membros da coordenação do Programa de Pós-Graduação (PPG), além do seu próprio sítio, a fim de proporcionar o conhecimento mais aprofundado do ambiente de pesquisa. Foi utilizada também a técnica da Entrevista Aberta ou Livre, pois “o entrevistado é livre para discorrer sobre o assunto” (UFPE, 2009, p. 12), e a técnica da Observação, que, de acordo com Silva e Menezes (2001), acontece quando se utilizam os sentidos na obtenção de dados de determinados aspectos da realidade. Assim, tornou-se possível obter variadas informações sem correr o risco de não apurar dados importantes. A entrevista aberta e observação foram utilizadas com os funcionários no próprio PPG por um período de dois meses, trinta minutos por dia, duas vezes por semana, nos horários em que os funcionários estiveram disponíveis. Com os membros da coordenação os métodos utilizados foram os mesmos e também tiveram duração de dois meses, sendo que os horários das abordagens variaram de acordo com a disponibilidade dos mesmos. Quanto ao aluno e ao professor, a abordagem foi única e teve duração de uma hora para cada um destes respondentes. O ambiente da pesquisa é um Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), localizado no Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), Campus I, em João Pessoa (PB). Este PPG, no momento da pesquisa, possuía 30 alunos (12 ingressantes em 2008 e 18 em 2009) e 16 professores, sendo onze pertencentes ao quadro permanente, 4 colaboradores e 1 professor visitante. O PPG contava também com o serviço de 3 funcionários, um coordenador e um vice-coordenador (ambos professores efetivos) para o desempenho de suas atividades. De acordo com Gil (2002, apud QUEIROZ, 2007), os sujeitos da pesquisa são os agentes que participam respondendo perguntas e/ou fornecendo dados. No presente estudo, os sujeitos da pesquisa foram dois dos três funcionários do PPG, os membros da coordenação e ainda, um aluno e um professor do quadro permanente. Técnicas específicas foram utilizadas para o mapeamento e a análise de processos. Segundo Kettinger et al (apud CORREIA, 2002), muitas são as técnicas de representação usadas para construir modelos de processo, mas qualquer que seja a técnica adotada, o mapeamento do processo segue, normalmente, as seguintes etapas (BIAZZO apud CORREIA, 2002, p. 3): Definição das fronteiras e dos clientes do processo, dos principais inputs e outputs e dos atores envolvidos no fluxo de trabalho, ou seja, define primeiramente “onde começam e onde acabam as atividades” (ROTONDARO ET AL, 2005, p.225); Entrevistas com os responsáveis pelas várias atividades dentro do processo e estudo dos documentos disponíveis; Criação do modelo com base na informação adquirida e revisão passo a passo do modelo seguindo a lógica do ciclo de “author-reader” (onde o “reader” pode ser tanto aqueles que participam do processo como potenciais usuários do modelo). Esta técnica apresentada chama-se FEPSC correspondente a fornecedores, entradas, processo, saída clientes. Ela se aplica a qualquer tipo de trabalho seja ele repetitivo ou não (ROTONDARO ET AL, 2005). Para a identificação dos processos críticos foi utilizada a primeira parte do método descrito por Rotondaro et al (2005). Estes autores afirmam que a aplicação da Gestão por Processos prevê duas etapas operacionais distintas: A primeira avalia e seleciona os processos críticos e a segunda, gerencia e aperfeiçoa os processos selecionados. 5 O primeiro passo é a seleção dos objetivos de referência: Correspondem ao estabelecimento dos resultados desejados para o negócio, derivados da análise da missão da empresa, do plano estratégico e do cenário do mercado, a fim de agregar valor aos stakeholders. O segundo passo é a seleção dos fatores-chave: Os fatores-chave correspondem ao conjunto de condicionantes/variáveis importantes para o sucesso da organização na realização dos seus objetivos de referência. O terceiro é a seleção dos processos relacionados aos fatores-chave: Para cada um dos fatores-chave relacionam-se todos os processos de negócio necessários para a sua realização. Para cumprir esta fase, utiliza-se a matriz fatores-chave versus processos-matriz FC-P. O quarto e último passo é seleção dos processos críticos: Com base nessas avaliações, são selecionados os processos críticos, ou seja, aqueles que têm maior impacto sobre os negócios e o pior desempenho. Identificados, os processos-críticos serão definidos neste trabalho através da técnica FEPSC (fornecedores, entradas, processo, saídas e clientes). Esta técnica permite identificar quem são os fornecedores do processo, as entradas que fornecem, analisa também como acontecem às etapas do processo, as saídas que produz e para quem produz (os clientes do processo). Feito isto, elabora-se o fluxograma que representará graficamente como acontecem os fluxos de materiais e operações para cada processo-crítico. A seqüência para a elaboração do FEPSC, segundo Rotondaro et al (2005) está disposta na Figura 1. 1°) Determinar o propósito: Por que existe este processo? Qual é o propósito deste processo? Qual é o resultado desse processo? 2°) Análise das saídas: Que produto faz esse processo? Quais são as saídas deste processo? Em que ponto termina este processo? 3°) Dados dos clientes: Quem usa os produtos deste processo? Quem são os clientes deste processo? 4°) Análise das entradas e das saídas: De onde vem esta informação ou material com o qual você trabalha? Quem são seus fornecedores? O que eles fornecem? Onde afetam o fluxo do processo? Que efeito têm no processo e nos resultados? 5°) Determinar os passos do processo: O que ocorre com cada input? Que atividades de conversão acontecem? Fonte: Adaptado de Rotondaro et al (2005) Figura 1 – Seqüência lógica do FEPSC A análise dos dados compreende o trabalho que o pesquisador irá realizar com os dados colhidos durante a pesquisa (ALVES, 2007). Para este estudo, foi utilizada a análise de conteúdo. Dessa maneira, após a organização do material coletado, foram identificados os processos e em seguida, foi feita a classificação destes dados a fim de selecionar os processos críticos existentes. 4. Coleta de Dados 4.1 Identificação dos Processos Críticos No PPG, através de entrevistas e observações, foram identificados os seguintes processos: Matrícula; Exame de Qualificação; Exame de Proficiência; 6 Defesa de Mestrado; Solicitação do Diploma; Apoio Financeiro (Aluno); Atendimento (Secretaria/Coordenação); Emissão de Documentos; Solicitação de Bolsas; Processo Seletivo; Credenciamento de Professores para composição do quadro permanente; Apoio Financeiro (Professor); Coleta CAPES. Focando o objetivo/produto principal do PPG (a formação de docentes e pesquisadores), foram selecionados, em conjunto com um dos coordenadores do Programa, os fatores-chavepara este objetivo, que são: Satisfação dos Clientes, Qualidade e Confiabilidade e, Flexibilidade e Agilidade para os processos. Para cada um dos fatores-chave foi selecionado um peso (1, 2 ou 3) de acordo com o impacto que causam na formação do principal produto do PPG (formação de docentes e pesquisadores). Feito isto, os respondentes abordados selecionaram qual o tipo de correlação (forte, média ou fraca) existente entre os processos de negócio e os fatores-chave selecionados. Após elencados estes processos e identificados os fatores-chave juntamente com o peso adequado, foi realizado o cruzamento dos dados e gerados resultados, os quais foram estruturados conforme a matriz FC-P (ROTONDARO ET AL, 2005). Os processos críticos identificados, ou seja, aqueles de maior pontuação foram: o “Atendimento (secretaria/ coordenação)” e o “Coleta CAPES” (Figura 2). 4.2 Mapeamento dos Processos Críticos A Figura 3 mostra o fluxograma do processo “Atendimento (secretaria/coordenação)”. Com base nos dados obtidos, identifica-se enorme variedade de informações necessárias para guiar a vida acadêmica dos clientes (professores, alunos e público externo). Apesar de constante, os picos deste processo são comumente ao processo de inscrição do teste da ANPAD e a conclusão do curso. Tendo em vista que o propósito do processo “Atendimento (secretaria/coordenação)” é satisfazer as necessidades de todos os clientes, proporcionando-lhes a informação ou o serviço desejado no menor tempo possível, o seu objetivo é disponibilizar o serviço solicitado pelo cliente de maneira satisfatória. Neste fluxo, o processo “Atendimento (secretaria/ coordenação)” se inicia quando o cliente solicita a informação. Se o funcionário sabe responder (fornecer a informação ao cliente), ele responde e finaliza o processo. Se o funcionário não sabe responder, deverá buscar a informação nas seguintes fontes possíveis, (1) site do PPG, (2) regimento do PPG, (3) o coordenador ou vice-coordenador do programa ou (4) as instituições envolvidas (PRPG, CAPES e/ou CNPq), sendo essas consultas realizadas através de e-mail, telefone e/ou oralmente. A instituição fornece a informação necessária e, então, o processo é finalizado. A Figura 4 é a representação de FEPSC para o processo de Atendimento (secretaria/ coordenação) do PPG. Primeiramente é determinado o resultado do processo de Atendimento, depois foram determinados os fornecedores, os clientes e as saídas e, por último, são determinados os passos do processo. 7 Já o processo “Coleta CAPES” consiste na formulação de um relatório anual com o objetivo de fornecer informações para a CAPES, que por conseguinte avaliará trienalmente o Programa de Pós-Graduação. O resultado deste processo é a renovação de “reconhecimento” do programa a vigorar no triênio subseqüente. A Figura 5 apresenta o fluxograma relacionado a este processo. Satisfação dos Clientes Peso=3 Qualidade/ confiabilidade Peso=2 Flexibilidade e agilidade Peso=1 Total Ordem de Importância Matrícula 51 32 14 97 7º Exame de Proficiência 33 28 10 71 14º Exame de Qualificação 54 34 10 98 6º Defesa de Mestrado 54 36 13 103 3º Solicitação do Diploma 49 35 10 94 9º Apoio Financeiro (aluno) 38 25 13 76 13º Aluno Especial 45 30 9 84 11º Atendimento 54 36 18 108 1º Emissão de Documentos 51 36 15 102 4º Solicitação de Bolsas 51 23 9 83 12º Processo Seletivo 51 36 16 103 3º Credenciamento de Professores para o quadro 54 31 10 95 8º Credenciamento de Professores para banca 49 37 14 100 5º Apoio Financeiro (Professor) 48 28 15 91 10º Coleta CAPES 54 36 15 105 2º Legenda da Correlação Correlação Forte A, sendo a=3 Correlação Média B, sendo b=2 Correlação Fraca C, sendo c=1 Fonte: Elaborado pelos autores. Figura 2: Matriz FC-P de identificação dos processos críticos do PPG 8 As atividades do fluxograma (Figura 5) estão baseadas no registro e envio à CAPES de todas as produções, de docentes e discentes do Programa no período de um ano. Este relatório possui, em média, um mês para ser elaborado. A saída deste processo é a emissão e envio do Relatório CAPES à PRPG. Na PRPG, o relatório é verificado a fim de identificar se o relatório apresenta pendências, e caso necessário, o relatório deve ser corrigido e re- encaminhado. Uma cópia do relatório, salva em CD, é enviada à PRPG e outra cópia é impressa e armazenada no PPG para simples conferência. Na PRPG existe uma comissão responsável por certificar a existência de possíveis pendências no relatório. Caso existam pendências, o relatório é encaminhado ao PPG. onde sofrerá as alterações necessárias antes de retornar à PRPG. Quando não existem pendências, o Relatório é encaminhado pela PRPG ao banco de dados da CAPES via e-mail. Fonte: Elaborado pelos autores. Figura 3 - Fluxograma do processo “Atendimento (secretaria/coordenação)” do PPG Início Solicitação do Serviço Responder Consultar site/regimento do PPG Responder Consultar o Coordenador Responder Consultar a Instituição “X” Responder Fim SIM NÃO Funcionário sabe responder? Resposta satisfatória? NÃO SIM NÃO SIM Coordenador sabe responder? 9 O Propósito ou Resultado do Processo Análise das entradas e fornecedores Os Clientes As Saídas Atividades do Processo Fornecer satisfatoriamente a informação solicitada As entradas são: O regimento do PPG, o site do programa e as instituições envolvidas (PRPG, CAPES E CNPq). Os clientes desse processo são os alunos do PPG, os professores e o público externo. Esclarecimento de dúvidas a respeito do PPG e solicitação de outros processos: Emissão de documentos, diplomas, preparação de defesas de dissertação. 1. Cliente: Solicitação do serviço; 2. Consultar o site do PPG; 3. Consulta ao coordenador; 4. Consulta a(s) instituição (s): PRPG, CAPES e CNPq. Fonte: Elaborado pelos autores. Figura 4: Representação da FEPSC para o processo de Atendimento (secretaria/coordenação) do PPG SIM Início Conectar-se ao Data Capes Digitar os dados do curso Cadastro Certificados, JED, Currículo Lattes Proposta do Programa Linhas de Pequisa Disciplinas Turmas Trabalhos de Conclusão Produção Intelectual Disciplinas ministradas Revisar Relatório Corrigir Relatório Enviar à PRPG Arquivar Fim NÃO NÃO SIM Relatório está ok? Relatório está ok? Imprimir Relatório 10 Fonte: Elaborado pelos autores. Figura 5 - Fluxograma do processo Coleta CAPES do PPG Na CAPES, o relatório é avaliado. A avaliação da Capes é expressa pela atribuição de uma nota na escala de “1” a “7” e fundamenta o planejamento da CNE/MEC sobre quais cursos obterão a renovação de “reconhecimento” a vigorar no triênio seguinte. O PPG demora em média, quatro meses para obter a resposta do desempenho do seu relatório anual. Esta resposta é enviada através de documentos ou e-mail. As informações para a elaboração do relatóriosão provenientes de certificados, do JED (dossiê de professores), Currículo Lattes e arquivos internos (sobre as disciplinas ofertadas, atividades complementares, trabalhos em andamento, etc.). O processo “Coleta CAPES” se inicia antes da CAPES disponibilizar o software, denominado Data CAPES, ao sistema eletrônico do PPG para que este elabore o relatório CAPES. Um mês antes da disponibilização do relatório no sistema, auxiliares administrativos começam a solicitar verbalmente aos alunos e professores que atualizem seus currículos a fim de fornecerem ao PPGA as informações necessárias. No software disponibilizado, o auxiliar administrativo digita os dados do programa: O endereço, o regime semestral, a área de concentração (gestão organizacional) e os financiadores (CNPq e CAPES). Feito isto, são digitados os dados do curso: Coordenador, crédito para titulação (25 disciplinas). A seguir é feito o cadastro do programa. Para o desenvolvimento desta etapa, há o fornecimento de informações provenientes do Currículo Lattes dos docentes, do dossiê armazenado no departamento de administração (JED), do currículo dos discentes, certificados de participação em congressos e de publicação de artigos em revistas. A Figura 6 é a representação de FEPSC para o processo da Coleta CAPES do PPG. Primeiramente é apresentado o propósito do processo, em seguida, são apresentados as entradas, os clientes e as saídas do processo e, finalmente, são apresentados os passos que compõem o Coleta CAPES. O Propósito do Processo Análise das entradas e fornecedores O Cliente As Saídas Atividades do Processo Elaboração e envio de um relatório anual, contendo toda a produção (docentes/ discentes), para a CAPES Certificados; JED; Currículo Lattes e arquivos internos CAPES Relatório CAPES 1. Conectar-se ao Data CAPES; 2. Digitar os dados do curso; 3. Cadastro das disciplinas ofertadas; 4. Revisão do relatório; 5. Impressão e envio do relatório à PRPG; Fonte: Elaborado pelos autores. Figura 6: Representação de FEPSC para o Coleta CAPES do PPG 4.3 Análise de Melhorias A análise do mapa do processo “Atendimento (secretaria/coordenação)” permitiu identificar as seguintes sugestões para melhoria de seu desempenho: Colocar no website do Programa informações atualizadas e detalhadas; 11 Expor neste website informações sobre as dúvidas mais freqüentes dos clientes; Criar um banco de dados para o armazenamento de informações, de forma a evitar a perda de informações quando funcionários/coordenadores forem substituídos; Redigir um manual do processo para orientar os funcionários e facilitar a gestão; Padronizar os subprocessos relacionados; Tornar as informações acessíveis, para que as mesmas deixarem de ser restritas ao coordenador e ao vice-coordenador do PPG. Entregar manuais digitais aos alunos e professores; Disponibilizar o manual do aluno e do professor em via impressa na secretaria; Treinar os funcionários, habilitando-os a fornecer todo o tipo de informação, visando uma maior autonomia e, conseqüentemente, maior eficiência do processo. Já para o processo “Coleta CAPES” os maiores problemas identificados estão relacionados com atrasos de professores e alunos no fornecimento de suas produções acadêmicas. Para melhoria deste processo sugerem-se as seguintes ações: Criar um espaço, no site do PPG, destinado ao cadastro de todas as produções acadêmicas de alunos e professores, visando evitar que os funcionários despendam esforços procurando estas informações em vários lugares diferentes; Solicitar as produções a professores e alunos, também através de e-mail e telefonemas, de forma antecipada, a fim de evitar o acúmulo das atividades; Tornar a entrega no prazo destes documentos obrigatória para o recredenciamento dos professores no programa; Fornecer alternativamente um software para cadastro destas informações, a fim de evitar erros e retrabalhos. A implantação das sugestões apresentadas deve presumivelmente contribuir para o desempenho dos processos analisados e, assim, aumentar a sua eficiência. 5. Conclusões Esta pesquisa teve o objetivo de identificar possíveis melhorias na gestão de um PPG, a partir do mapeamento dos seus processos críticos. Por meio da análise dos mapas de processo, este estudo desenvolveu possíveis contribuições ao ambiente estudado - o Programa de Pós- Graduação -, na medida em que a implementação das sugestões apresentadas devem otimizar o seu desempenho. O estudo realizado indica que as análises baseadas no mapeamento de processos podem efetivamente trazer contribuições para a gestão de um organismo de uma universidade federal. Da mesma forma, espera-se que os benefícios desta ferramenta possam ser alcançadas também em outras instituições públicas. Assim, o aumento da eficiência nos processos deve permitir que os recursos economizados - e que são sempre limitados - sejam aplicados em outras demandas existentes. Finalmente, sugere-se a replicação e ampliação deste estudo em outras funções da administração universitária, como outros PPGs, Departamentos, Coordenação de Cursos de Graduação, Centros Universitário e órgãos vinculados à Reitoria. 12 Referências ALVES, M. 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