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1 - PLANEJAMENTO, PESQUISA E PROJETO DE PESQUISA

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Planejamento, Pesquisa e Projeto de 
Pesquisa
Apresentação
Em todas os âmbitos da vida ao realizar uma atividade, é necessário planejamento. Por exemplo, 
quando inicia-se a preparação de um bolo, é preciso verificar se todos os ingredientes estão 
presentes, caso não essa checagem não seja feita e no meio do processo é notada a falta de 
fermento? O que fazer? Será necessário parar tudo para comprar ou caso isso não seja possível o 
bolo ficará pela metade.
Com o planejamento de uma pesquisa, é a mesmo forma. é necessário construir um estudo, com 
várias seções, interdependentes uma da outra e se uma delas não estiver bem construída ou não 
for pensada todo o estudo pode não sair do papel. Um projeto de pesquisa é formado desde o 
tema, os problemas, as hipóteses, passando pelo embasamento teórico, e notadamente uma das 
partes mais importantes, a metodologia, que é onde deverá ser descrito minuciosamente os passos 
que levarão ao encontro das respostas necessárias para saciar a necessidade inicial de informação 
que é o problema da pesquisa.
O ponto fundamental da correta construção de um projeto de pesquisa é que ele seja factível e 
passível de reprodução por outras pessoas, e para isso nesta unidade de aprendizagem você irá 
estudar como identificar um projeto de pesquisa, a analisar um bom planejamento para o resultado 
satisfatório da pesquisa e reconhecer as fases de um projeto de pesquisa.
Nesta unidade de aprendizagem estudaremos planejamento, pesquisa e projeto de pesquisa e seus 
passos de desenvolvimento a partir das estruturas essenciais para a produção final com dados 
sobre determinada investigação.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar um projeto de pesquisa.•
Analisar um bom planejamento para o resultado satisfatório da pesquisa.•
Reconhecer as fases de um projeto de pesquisa.•
Desafio
Um projeto de pesquisa é evidenciado a partir de uma ideia inicial (problema). Esta ideia deve ter 
um amadurecimento e a partir disso se planejam vários passos para implementação de um projeto 
de pesquisa. Diante disso, construa um problema de pesquisa (pergunta) que apresente um tema a 
ser investigado. O tema é de sua livre escolha, mas o interessante é que tenha ligação com os 
conhecimentos científicos. Depois de construído o problema, levante três referências bibliográficas 
que poderiam ajudá-lo a pesquisar mais sobre esse assunto.
Para apresentação desse desafio, organize suas referências nas normas da ABNT, pesquise sobre 
isso e veja como deve ser a apresentação das referências para trabalhos científicos.
Infográfico
Muitos estudantes se perguntam como estruturar um projeto de pesquisa, dissertação ou tese 
enquanto estiverem realizando seu curso. Em muitos aspectos da vida, somos encorajados a ser 
individuais e únicos. Somos encorajados a desenvolver nosso próprio estilo e personalidade. No 
mundo acadêmico, no entanto, esse frequentemente não é o caso. Os formatos a serem usados em 
trabalhos acadêmicos são geralmente bastante padronizados e a estruturação de um projeto de 
pesquisa não é diferente. 
Veja no esquema abaixo a estrutura primordial de um projeto de pesquisa.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/ee8be81a-0363-400a-92a7-1193c756076a/4f87f4a4-48d7-4b67-ba59-8da81da6d09e.jpg
Conteúdo do livro
Acompanhe um trecho do livro Pesquisa no Mundo Real para intensificar os estudos sobre 
planejamento, pesquisa e projeto de pesquisa.
Boa leitura.
PESQUISA no 
MUNDO REAL
2ª edição
David E. Gray
G778p Gray, David E.
 Pesquisa no mundo real [recurso eletrônico] / David E. Gray 
 ; tradução: Roberto Cataldo Costa ; revisão técnica: Dirceu da 
 Silva. – 2. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Penso, 2012.
 
 Editado também como livro impresso em 2012.
 ISBN 978-85-63899-29-3
 1. Metodologia. 2. Métodos de pesquisa. I. Título. 
CDU 001.891
Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB 10/2052
OBJETIVOS DO CAPÍTULO
Escolhendo e planejando 
propostas e projetos de pesquisa
Assim, por exemplo, investigar como 
uma determinada mercadoria é produzida 
na fonte e enviada a um ponto de venda de 
varejo pode não se revelar particularmen-
te esclarecedor. Por outro lado, um estudo 
sobre a logística da oferta, em geral, pode 
oferecer maior abrangência para o proces-
so de pesquisa, o leque da bibliografia a ser 
consultada e o valor dos resultados da pes-
quisa. Se achar que tem dificuldades para 
encontrar um tema de pesquisa, converse 
com colegas para ver que tipo de questões 
os preocupa. Discuta o assunto com seu 
orientador acadêmico ou chefe imediato. 
Outras fontes úteis são publicações profis-
sionais que costumam trazer artigos sobre 
questões que estão ocupando as mentes de 
organizações empresariais, comerciais, pú-
blicas e de voluntários. Você também pode 
dar uma olhada na seção de negócios ou 
gestão de uma livraria para ver que tipos de 
títulos estão sendo publicados. Algumas su-
gestões mais práticas para gerar ideias são 
dadas neste capítulo. Também se apresenta 
orientação sobre como escolher um tópico 
de pesquisa e como escrever uma proposta 
eficaz para sua pesquisa. Também se sugere 
como planejar um calendário para realizar 
Tendo lido os Capítulos 1 e 2, você já deve 
ter uma ideia mais clara das metodologias, 
abordagens e ferramentas essenciais para 
o desenho e a implementação de um bom 
tema de pesquisa. Fica a pergunta: o que 
é um bom tema de pesquisa? Em termos 
gerais, os projetos de pesquisa podem ser 
elaborados como parte de um programa 
acadêmico de estudos ou como resultado de 
uma necessidade empresarial ou organiza-
cional. Embora o primeiro provavelmente 
demande uma base teórica mais consisten-
te, ambos precisarão de uma aplicação ou 
um foco claro e prático. Os resultados dos 
projetos de pesquisa não apenas têm benefí-
cios potenciais para organizações e sua ges-
tão, como também podem ser um elemento 
vital na aprendizagem e no desenvolvimen-
to pessoal. Claramente, a melhor postura é 
escolher um tema de pesquisa que o interes-
se, e que tenha probabilidade de manter seu 
interesse. O processo de pesquisa pode ser 
longo e árduo, de forma que você precise 
estar comprometido com seu tema. Wink-
ler e McCuen (2007) sugerem que também 
seja escolhida uma área temática que tenha 
abrangência suficiente para gerar vários 
projetos de pesquisa.
Depois de ler este capítulo, você será capaz de:
ü Gerar novas ideias para temas de pesquisa.
ü identificar um bom tema de pesquisa usando critérios escolhidos.
ü identificar os tipos de temas a evitar.
ü redigir uma proposta acadêmica para um projeto de pesquisa.
ü redigir uma proposta organizacional.
3
PESQuiSA No muNDo rEAL 39
a pesquisa e como deveria levar a cabo o 
projeto, de forma não apenas eficiente, mas 
também ética.
ESCOLHEnDO O SEU 
TEMA DE PESqUISA
Talvez você já tenha em mente um tema de 
pesquisa e queira usar esta seção como for-
ma de confirmar sua validade. Ou sua or-
ganização, instituição de ensino ou empresa 
pode lhe ter encomendado uma determina-
da pesquisa. No segundo caso, não pense 
que deve ser um recipiente passivo desses 
projetos. Faça uso dos critérios desta seção 
para avaliar e renegociar o foco de seu pro-
jeto, se achar que é necessário.
quando escolher um 
tema de pesquisa 
Obviamente, isso vai ser uma questão de es-
colha individual. Alguns pesquisadores têm 
uma ideia e um foco muito claros desde o iní-
cio, e podem até ter entrado em um progra-
ma de estudos porque querem tratar de um 
projeto final específico. Para outros, prova-
velmente a maioria, o tema da pesquisa surge 
próximo ao final do curso ou como resultado 
de um problema que surge no local de traba-
lho. Para alguns, o problema pode ser fazer 
uma opção entre vários temas poten ciais; 
para outros, pode haver apenas um foco.
Fontesde temas de pesquisa
Essencialmente, há duas maneiras de se 
identificar um tema de pesquisa. Uma delas 
é por meio da bibliografia – livros e publi-
cações acadêmicas e profissionais – a qual 
pode levantar temas e tópicos interessantes 
que podem ser relacionados com seus pró-
prios interesses.
O outro caminho sai diretamente do 
local de trabalho ou ambiente comunitário. 
Gerentes, orientadores ou equipes de pro-
jeto podem precisar de assistência, e essa 
muitas vezes pode ser uma rica fonte para o 
foco da pesquisa. Na verdade, o pesquisador 
age nesse caso como uma espécie de consul-
tor interno da equipe de pesquisa.
O que é um bom tema de pesquisa?
Seja qual for o tema que escolher, é prová-
vel que comece a desenvolver ou aprimorar 
uma série de habilidades pessoais. Um bom 
tema, portanto, é o que lhe dá liberdade 
para maximizar esse autodesenvolvimento. 
Jankowicz (2004) afirma que esse desenvol-
vimento pessoal pode incluir:
ü Melhorar a administração pessoal do 
tempo.
ü Obter acesso aos respondentes.
ü Entrevistar os respondentes.
ü Falar a um público.
ü Convencer as pessoas a cooperar.
ü Lidar com a incerteza em relação aos 
dados.
No entanto, também pode ser um as-
sunto que lhe interesse. Como a pesquisa 
pode envolver muitas horas de planejamento, 
execução, análise de dados e redação de rela-
tórios, você se cansará rapidamente de qual-
quer tema no qual seu interesse inicial era 
apenas superficial. Também é uma boa ideia 
escolher um assunto que lhe permita mostrar 
suas habilidades e capacidades. Sendo assim, 
digamos, se estiver realizando um trabalho 
final de um programa acadêmico, precisará 
escolher um assunto que lhe dê espaço para 
mostrar a integração dos vários campos de 
conhecimento e análise. Dentro do local de 
trabalho, conseguir demonstrar habilidades 
de planejamento, análise de dados e elabora-
ção de relatórios pode aumentar seu prestígio 
e mesmo suas oportunidades de promoção.
Atendendo a exigências acadêmicas
Você deve se certificar de que o tema da 
pesquisa é capaz de atender aos requisitos 
acadêmicos, caso esteja participando de um 
programa de estudos. Como sugere Raimond 
40 DAviD E. GrAy
(1993), tenha certeza de que seu tema pode 
ser relacionado à teoria acadêmica apro-
priada. A teoria de gestão, por exemplo, ten-
de a evoluir e mudar com bastante rapidez. 
Os livros -texto, contudo, podem levar anos 
para serem escritos e com frequência estão 
desatualizados quando são publicados. Uma 
solução é olhar publicações acadêmicas 
(muitas das quais estão agora na internet), 
as quais tendem a ser mais tópicas.
Obtendo acesso
Será preciso acesso a informações, mate-
riais e dados relevantes. Se escolher uma 
questão em que há carência desses elemen-
tos, haverá poucas chances de completar o 
projeto. Lembre -se de que algumas ques-
tões em organizações, comunidades e redes 
são delicadas e confidenciais, por exemplo, 
alguns dados financeiros, planos de redun-
dância, atitudes dentro de uma comuni-
dade, etc. Na verdade, Flick (2006) alerta 
para o fato de que um projeto de pesquisa é 
uma intromissão na vida de uma instituição 
e é inerentemente desconfortável para ela. 
Além de informações escritas e da internet, 
um dos elementos essenciais da pesquisa é 
o acesso às pessoas. Com quem você terá 
que se reunir e qual é a sua disponibilidade 
de tempo? Uma contradição clássica é que 
quanto mais importante for o seu projeto 
(para a organização), mais provável será 
que você tenha que se reunir com pessoas 
em cargos importantes, com pouco tempo 
livre para serem entrevistadas. O desafio 
é conseguir acesso a essas pessoas apesar 
 disso. Em comunidades, o pesquisador 
pode ser visto como um intruso ou um es-
tranho. 
Obtendo patrocínio e usando redes
Pode ser útil ter um patrocinador ou um 
cliente que possa lhe dar apoio financei-
ro ou, pelo menos, moral ou prático, por 
exemplo, “abrindo portas” na organização e 
facilitando seu acesso a pessoas que detêm 
informações. A Figura 3.1 mostra o tipo de 
redes que podem existir ou que você pode 
pedir que sejam estabelecidas para lhe dar 
assistência. Observe que nem todos os ele-
mentos dessa rede estão necessariamente 
conectados. Eles cumprem papéis diferen-
 FIGURA 3.1
redes organizacionais de patrocínio e apoio.
Gerente
Contatos externos
mentor
Patrocinador ou cliente infraestrutura organizacional
Pesquisador
PESQuiSA No muNDo rEAL 41
tes, então você precisa entender ou negociar 
o que cada um deles pode lhe oferecer.
na Internet 3.1
Faça uma lista de redes de apoio disponí-
veis. Elas podem incluir redes sociais na in-
ternet, como LinkedIn. Veja o link a seguir 
para uma lista de redes disponíveis: http://
en.wikipedia.org/wiki/List_of_social_net-
working_websites.
Elas estão prontamente disponíveis? 
São suficientes?
Usando o tempo disponível
Certifique -se de que o tempo disponível é 
suficiente para terminar a pesquisa. Sempre 
há uma tendência a subestimar o tempo ne-
cessário para um projeto. Podem surgir mais 
dificuldades se o tema escolhido depender 
da implementação de outro projeto dentro 
da organização. Se esse projeto atrasar (o 
que frequentemente costuma acontecer) ou 
for abandonado, seu projeto de pesquisa 
pode chegar a um impasse. A melhor postu-
ra é elaborar um plano de pesquisa antes de 
dar início ao trabalho, com indicações claras 
das dependências e gargalos potenciais.
Examinando suas capacidades 
e sua experiência 
Pode parecer óbvio, mas é essencial esco-
lher uma questão que esteja dentro de suas 
capacidades. Espera -se que elas se aprimo-
rem durante o processo de pesquisa, mas, 
por exemplo, escolher um item que deman-
de muitas habilidades estatísticas quando 
você só domina a matemática básica pode 
significar uma receita para o desastre. A 
experiência pode ser um aspecto diferente. 
Como mostra a janela de Johari na Figura 
3.2, você pode escolher projetos que sejam 
congruentes com sua área de trabalho e sua 
experiência (a abordagem segura) ou, avan-
çando em direção ao lado direito superior 
 FIGURA 3.2
Janela de Johari com opções entre experiência de trabalho e conhecimento pessoal, não familiares (des‑
conhecidos) e familiares (conhecidos).
Á
re
a 
de
 t
ra
ba
lh
o
Fa
m
ili
ar
N
ão
 fa
m
ili
ar
Trabalho não familiar
Conhecimento familiar
Trabalho familiar
Conhecimento familiar
Trabalho não familiar
Conhecimento não 
familiar
Trabalho familiar
Conhecimento não 
familiar
Familiar
Área de conhecimento
Não familiar
42 DAviD E. GrAy
do diagrama, estejam além de seu trabalho 
e seu atual conjunto de conhecimentos.
Isso acarreta maiores riscos, mas tam-
bém aumenta as oportunidades de desen-
volvimento pessoal. Avançar o projeto a 
uma área desconhecida também pode dar 
oportunidades para trabalho em rede entre 
novos grupos de pessoas, o que pode ser 
vantajoso para o projeto e para seu próprio 
futuro profissional (incluindo seu futuro 
como pesquisador).
adquirir simetria entre resultados potenciais. 
Isso quer dizer que, não importa quais sejam 
os resultados, eles serão úteis. Por exem-
plo, um projeto para examinar se o site de 
comércio eletrônico de uma empresa gerou 
qualquer aumento no total de vendas seria 
importante, fosse qual fosse o resultado. Por 
outro lado, um projeto que examinasse a re-
lação entre níveis de estresse e níveis de pro-
dução entre trabalhadores de nível básico se-
ria interessante se fossem encontradas fortes 
correlações, mas não no caso contrário.
Refletindo sobre objetivos profissionais
Você pode analisar se o tema da pesquisa 
teria valor para si no futuro, em termos de 
seu desenvolvimento profissional. A pes-
quisa pode transformá -lo em um “espe-
cialista” em determinada área temática e 
melhorar seu valor como consultor interno 
ou lhe ajudar a se candidatar a um deter-
minado cargo.
Gerando ideias de pesquisa
Se não tiver ideias para um tema, como 
pode criar algumas imaginativas? O Qua-
dro 3.1 sugere que novas ideias podemser 
geradas por meio de processos racionais ou 
criativos. Examinemos cada um desses.
Examinar seus próprios 
pontos fortes e fracos
Você se beneficiará com a escolha de um 
tema do qual desfrute e para o qual tenha 
recebido boas notas em trabalhos anteriores 
e outras avaliações, ou retorno positivo so-
bre um trabalho. Por que não fazer uma lista 
de seus pontos fortes e fracos? Peça para um 
amigo ou colega criticar a lista (prepare -se 
para um choque!) e depois a corrija se for 
necessário. 
Examinar projetos anteriores
Isso costuma ser útil como forma de gerar 
novas ideias. Uma olhada no final de al-
Refletindo sobre o valor do projeto
Projetos que tenham valor para a organiza-
ção (em termos de identificar economia de 
custos, novas oportunidades de mercado, es-
tratégias de TI, etc.) terão uma chance muito 
maior de sucesso do que os que simplesmente 
tratam de arar em terreno já cultivado. Proje-
tos inovadores, provocadores e originais têm 
mais chances de obter patrocínio e apoio de 
dentro da organização (no nível adequado), 
de abrir novas redes para conhecer pessoas e 
entrevistá -las, e de ser implementados poste-
riormente. Um projeto de alto valor também 
tem maior probabilidade de motivar você e 
seu gerente ou patrocinador. Por outro lado, 
os projetos ambiciosos podem ser mais difí-
ceis de serem geridos ou finalizados, e às ve-
zes, um projeto mais modesto pode ser mais 
viável e realizável.
Obtendo uma simetria 
entre possíveis resultados
Gill e Johnson (2002) sugerem que uma 
forma de reduzir os riscos de um projeto é 
ATIVIDADE 3.1
Situe a posição do projeto que pretende 
realizar ou um ou mais projetos que esteja 
considerando na janela de Johari. Qual é o 
risco do projeto? os riscos valem a pena? 
Até onde o projeto é “elástico”? Esse de‑
senvolvimento é um objetivo pessoal?
PESQuiSA No muNDo rEAL 43
guns projetos pode revelar uma seção cha-
mada “sugestões para futuras pesquisas”, 
que pode ser útil. Também pode haver uma 
bibliografia que se mostre um interessante 
ponto de partida para sua própria pesquisa 
– embora se deva tomar cuidado para que as 
referências não sejam demasiados datadas. 
Observe, também, que algumas universida-
des e faculdades colocam todas essas teses 
e dissertações na biblioteca, de forma que 
sua presença ali não é necessariamente um 
indicativo de sua qualidade.
Pesquisar a bibliografia
A bibliografia inclui artigos em publicações 
acadêmicas, relatórios, livros e páginas na 
internet (mas preste atenção na autenti-
cidade e na qualidade destes). Conhecer, 
por meio da bibliografia, a importância de 
algumas questões ou novos ângulos sobre 
questões antigas pode ser um estímulo para 
realizar pesquisa sobre como essas ideias 
podem afetar sua própria organização. Mais 
detalhes sobre revisão da literatura são apre-
sentados posteriormente, neste capítulo.
Ter ideias por meio de discussões
Podem -se gerar ideias falando com colegas 
de aula, de trabalho, gerentes, orientadores 
na universidade, profissionais e suas redes 
(estas, possivelmente, por meio de discus-
sões na internet). 
Brainstorming (tempestade de ideias)
Essa é uma técnica conhecida de solução 
de problemas para gerar e refinar ideias. 
Jarvis (1995) sugere que a quantidade de 
ideias produzidas pelo grupo de brainstor‑
ming é mais importante do que a qualidade. 
Todos os pontos apresentados pelos partici-
pantes são registrados (p. ex., flipchart) em 
um período de tempo de comum acordo. 
Nenhum membro do grupo pode criticar 
as ideias de outro, não importa o quão ri-
dículas elas possam soar, pois isso inibiria a 
discussão. Ao final do período acordado, o 
grupo discute e seleciona os pontos levan-
tados. 
Explorar as preferências pessoais 
utilizando projetos anteriores
Neste caso, você simplesmente observa os 
temas que escolheu para módulos anterio-
res, programas ou projetos de trabalho, e 
identifica os tipos de áreas temáticas que se-
lecionou. Esse pode ser um guia para aqui-
lo em que você está interessado em termos 
gerais.
Técnicas para a geração e refinamento de ideias de pesquisa
Pensamento racional Pensamento criativo
Examinar seus próprios pontos fortes e fracos Brainstorming (tempestade de ideias)
Examinar projetos anteriores Explorar as preferências pessoais utilizando 
 projetos anteriores
Pesquisar a bibliografia árvores de relevância
Ter ideias por meio de discussões manter um caderno de ideias 
 Análise SWoT
Fonte: Adaptado de Saunders et al., 2007.
Quadro 3.1
44 DAviD E. GrAy
Árvores de relevância
Isso é semelhante a mapas mentais, nos 
quais se começa com um conceito amplo do 
qual se geram mais tópicos específicos. De 
cada um desses ramos, podem ser gerados 
novos sub -ramos. Faça isso rapidamente, 
com ênfase na geração de ideias em lugar 
da avaliação de sua qualidade. Quando o 
processo estiver terminado, repasse seu ma-
terial e avalie o resultado.
Manter um caderno de ideias
Isso diz respeito somente a anotar quais-
quer ideias da forma e no momento em que 
ocorrerem. É melhor ter consigo o caderno 
o tempo todo. Pode ser uma parte em um 
diário (ver “Gerenciando a informação”, Ca-
pítulo 5, p. 101).
Análise SWOT
SWOT quer dizer Strengths, Weaknesses, Op‑
portunities e Threats, ou seja, Pontos Fortes, 
Pontos Fracos, Oportunidades e Ameaças. 
Usando esse método muito conhecido, pode-
-se elaborar uma lista de ideias sob cada 
uma dessas categorias. A análise SWOT ge-
ralmente funciona melhor, contudo, quando 
realizada por um grupo, pois as boas ideias 
tendem a gerar outras.
sido tentando! Contudo, aqui estão algumas 
dicas que podem ajudá -lo a evitar um desas-
tre de pesquisa. Os temas a evitar são os:
ü Grandes demais. Por exemplo, “Gestão de 
recursos humanos – perspectivas inter-
nacionais inovadoras”. Alguns projetos 
muito grandes podem valer a pena e 
ter utilidade a uma organização, mas 
você deve se perguntar se tem tempo, 
expe riência e recursos para realizá -los. 
Winkler e McCuen (2007) alertam ainda 
para o fato de que também é mais difícil 
de elaborar relatórios para o grande tema: 
é difícil saber onde começar, e as omissões 
e displicências são expostas de forma mais 
crua.
ü Demasiado triviais. Isso pode parecer um 
tanto subjetivo, mas você deve usar o bom 
senso para avaliar os tipos de projetos que 
valem a pena fazer e os que não. Como 
regra geral, tente usar o teste do “e daí?”. 
Pergunte -se, depois de realizar a pesquisa, 
se os resultados têm qualquer sentido ou 
importância (para os outros, e não apenas 
para você). Por exemplo, um projeto de 
pesquisa que investigasse como reduzir 
o uso de papel em um departamento de 
marketing com dez funcionários renderia 
muito pouca coisa de valor. Por outro 
lado, um projeto que discutisse a questão 
da reciclagem (p. ex., papel, cartuchos de 
impressora, móveis, computadores, etc.) 
em toda uma organização poderia ter 
alcance considerável e se relacionar com 
o debate ambiental mais amplo.
ü Carentes de recursos e pessoas. Observe em 
busca de sinais de alerta – muito poucas 
referências ao tema em livros -texto, pu-
blicações profissionais e outras revistas ou 
sites citados. Se o projeto vai se basear em 
acesso a conhecimento de especialistas 
da própria organização, certifique -se de 
que eles estejam disponíveis e dispostos 
a colaborar com você.
 Isso, é claro, deve ser bem planejado com 
antecedência. Se estiver fazendo uma 
tese ou dissertação acadêmica, pode ser 
especialmente importante que os recursos 
humanos e textuais estejam acessíveis. 
Muitas vezes, é necessário ter acesso 
TEMAS A EVITAR
Muitas vezes, só posteriormente é possível 
reconhecer o tema que não deveria nem ter 
ATIVIDADE 3.2
Comece o processo de gerar ideias para 
seu projeto. Anote novas ideias assim que 
elas lhe ocorrerem. isso pode acontecer 
ao ler a bibliografia, conversar com pes‑
soas no trabalho ou falar com quem faz 
um curso semelhante. Em algum momen‑
to, você pode escolher realizar uma análi‑
se SWoT sobrecada tema para ver qual 
deles tem mais potencial.
PESQuiSA No muNDo rEAL 45
a uma organização como parte de um 
estudo de caso ou obter acesso aos res-
pondentes. Nesse caso, é vital conseguir o 
comprometimento ou o apoio de pessoas 
fundamentais, como diretores, gerentes 
seniores ou líderes de redes ou grupos já 
no início.
influência nem controle sobre os calendá-
rios da organização, em circunstâncias em 
que seu próprio calendário (para terminar 
sua dissertação) pode estar apertado.
ü Antiéticos. Evite assumir projetos que pos-
sam causar danos físicos, emocionais ou 
intelectuais a outras pessoas. Recuse -se a 
assumir um projeto que o force a romper 
confidencialidade ou confiança. Quando 
usar entrevistas, observação ou pesquisa 
de levantamento, você precisará prestar 
atenção especial a questões politicamente 
delicadas, como relações de poder, raça, 
gênero e exposição de informações pes-
soais. A ética é discutida em mais detalhe 
ao final deste capítulo, no Capítulo 4 e em 
outras partes do livro.
ü Técnicos demais. Alguns projetos estão 
mais relacionados a resolver problemas 
altamente técnicos em vez de pesquisa 
organizacional ou social. Deixe -os aos 
gurus técnicos. Com frequência, esse 
tipo de projeto altamente técnico tam-
bém acaba sendo difícil de tratar. Pode 
ser que lhe ofereçam um problema que 
mais ninguém tenha conseguido resolver. 
Desconfie muito desse tipo de presente! 
Pergunte -se: “Por que eu?”. Talvez seja 
uma oferta que você deva recusar.
ü Dependentes da realização de outro projeto. 
Mesmo que lhe “garantam” que projetos 
que você precisa utilizar como fonte de 
dados estarão finalizados a tempo, é mui-
to aconselhável que você não deixe que 
o seu dependa deles. Se ocorrer atraso, 
sua pesquisa será interrompida ou mesmo 
cancelada. Isso acontece especialmente 
quando se negocia acesso a uma organi-
zação externa. Se você tiver a menor pista 
de que sua pesquisa dependerá de, diga-
mos, um estudo em andamento, retire -se. 
Estando de fora, você não tem qualquer 
PLAnEJAnDO O PROJETO
Pode parecer óbvio que todos os projetos de 
pesquisa deveriam ser cuidadosamente pla-
nejados, mas é surpreendente o número de 
pesquisadores que se apressam em coletar 
dados sem um plano de trabalho. O resulta-
do, inevitavelmente, é o desastre. O planeja-
mento também pode ajudar na administra-
ção do tempo, um dos maiores problemas 
quando há concorrência entre compromis-
sos de trabalho e de pesquisa. Há muitas 
maneiras de elaborar e apresentar o projeto. 
Uma técnica é utilizar uma tabela, que des-
creve as tarefas e as datas planejadas para 
sua realização. Uma abordagem melhor é o 
uso de um diagrama de Gantt pelo qual você 
não apenas especifica tarefas, mas também 
ATIVIDADE 3.3
observe cada um dos seguintes “grandes” 
temas e formule um projeto de pesquisa 
mais focado e restrito a partir deles:
ü	Comunicação no local de trabalho.
ü	Fusões e aquisições.
ü	Saúde e segurança.
ü	Gravidez na adolescência.
ü	Legislação de igualdade no emprego.
Dica Quente 3.1
Ao tratar, em uma dissertação acadêmi‑
ca, de uma organização ou um número 
determinado delas, realize negociações 
para acesso paralelamente a sua pesquisa 
bibliográfica, não deixando para depois. 
Se o acesso se tornar problemático, isso 
ainda lhe dará tempo para encontrar ou‑
tra organização, o que pode permitir que 
você se concentre em uma área temática 
distinta.
46 DAviD E. GrAy
 Estudo de Caso 3.1
identificando um tema Para a Pesquisa
marion chegou à etapa final de seu mestrado e decidiu que quer fazer sua dissertação 
sobre “liderança”. Ela se reúne com sua orientadora e lhe diz que esse será seu tema, 
mas se surpreende com a reação da orientadora: risadas. A orientadora lhe diz que o 
tema “liderança” é grande e de difícil manejo. Ela deveria tentar identificar um foco 
mais definido. marion sai e conversa com seu chefe no trabalho – ela é gerente de 
projetos da polícia – e com alguns de seus colegas de mestrado. Ela sempre se preo‑
cupou com o que considera falta de promoção de mulheres para cargos de liderança 
na polícia. Portanto, concebe seu projeto de pesquisa como: “mulheres e liderança: 
existem restrições invisíveis na força policial moderna?”. Esse assunto tem a dupla 
vantagem de ser não apenas relevante a sua instituição acadêmica, mas também a 
sua organização e o desenvolvimento de sua política de oportunidades iguais. (Sobre 
como esse tema é convertido em uma proposta, ver o Estudo de Caso 3.2.)
define se elas serão realizadas em sequência 
ou em paralelo. 
Programas de gestão de projetos, como 
o Microsoft Project, além de gerar vários grá-
ficos, como os gráficos de Gantt, também 
lhe permitem especificar calendários para a 
realização de cada tarefa. Entretanto, inves-
tir tempo para aprender o programa prova-
velmente só vale a pena se seu projeto for 
grande e complexo.
ELABORAnDO 
PROPOSTAS ACADÊMICAS
Uma proposta de pesquisa é descrita por 
Punch (2000) como um documento que lida 
com questões tais como:
ü O tema de pesquisa proposto.
ü O que a pesquisa pretende atingir.
ü Os métodos pelos quais será realizada.
ü O que se aprenderá com essa pesquisa e 
por que vale a pena realizá -la.
Como a proposta de pesquisa só pode 
ser construída por meio de um processo de-
talhado de planejamento e desenho, é quase 
desnecessário dizer que a proposta deve ser 
desenvolvida por meio de um processo de 
pesquisa. Na verdade, Punch (2000) afirma 
que a proposta de pesquisa é tão importante 
quanto o projeto de pesquisa que vem de-
pois dela. Mesmo que os limites da pesquisa 
pretendida sejam confusos e ela, indutiva 
e emergente, a proposta deve ser distinta 
e concisa em termos do que se pretende e 
como a pesquisa deve ser levada a cabo.
Antes mesmo de pensar em escrever 
uma proposta, é necessário identificar uma 
instituição acadêmica adequada na qual estu-
dar e um orientador nessa instituição. Locali-
zar uma instituição apropriada pode ser ape-
nas uma questão de candidatar -se a uma que 
seja mais conveniente para onde você mora 
ou trabalha. Mas compensa ser mais criterio-
so do que isso, porque você vai precisar de 
um lugar com bons recursos (principalmente 
em sua área temática) e um orientador que 
seja um especialista em seu campo de estu-
dos (se você sabe como é a área temática nes-
ta etapa) e que esteja publicando ativamente 
neste campo. Descubra também se a institui-
ção tem uma comunidade de pesquisa ativa 
de acadêmicos e pós -graduandos. Possuir tal 
comunidade significa que a instituição con-
sidera a pesquisa como uma de suas priori-
dades e também tem maior probabilidade de 
recrutar alguns dos melhores pesquisadores 
acadêmicos. Ser membro de uma comuni-
dade de pesquisa ativa lhe ajudará a discutir 
PESQuiSA No muNDo rEAL 47
questões acadêmicas e de pesquisa com seus 
colegas pesquisadores. Como dizem Locke e 
colaboradores (2007), o conhecimento práti-
co não está em bibliotecas de faculdade, ele 
assume a forma de artigos acadêmicos não 
publicados, palestras, seminários e comuni-
cações por correio eletrônico. A estrutura das 
propostas geralmente é definida pela institui-
ção acadêmica na qual se está estudando, de 
modo que é importante que siga as especifi-
cações que receber.
Entretanto, as seções a seguir lhe dão 
uma típica estrutura e orientação sobre como 
redigir. Ao redigir uma proposta, é importan-
te não utilizar linguagem técnica ou obscura 
desnecessária, e escrever em um estilo que 
seja fluente, claro e acessível. O uso de exces-
sivas citações deve ser evitado e, como regra 
geral, o primeiro parágrafo deve ser comple-
tamente livre de citações. Um exemplo de 
uma estrutura típica de proposta acadêmica 
é apresentado no Quadro 3.2. Os temas apre-
sentados na tabela são discutidos abaixo.
Título de trabalho
Este é o chamado título “de trabalho” porque 
você pode decidir mudá -lo quando for escre-
ver sua tese ou dissertação final. O título des-
creve a amplitude e a profundidadedo tema 
e muitas vezes pode lhe dar uma indicação 
da metodologia a ser utilizada. Por exemplo, 
“Compromisso dos funcionários durante mu-
danças organizacionais: um estudo de caso 
no setor público” ou “Reduzindo o nível de 
prescrição de medicamentos em clínica geral: 
um estudo com pesquisa -ação”. Certifique -se 
de que o título de trabalho esteja bem formu-
lado gramaticalmente e daria a alguém não 
especializado uma noção clara do que trata a 
sua pesquisa. Se não estiver seguro, faça com 
que seu orientador, ou um amigo ou colega 
revise seu título.
Introdução
A introdução oferece uma síntese do tema 
da pesquisa, descrevendo os problemas ou 
constructos centrais e como a pesquisa tra-
tará deles. Um dos problemas mais comuns 
ao se introduzir uma pesquisa é fazer uma 
série de generalizações abrangentes sem ir 
ao ponto central. Geralmente, é mais sim-
ples escrever a introdução quando tiver ter-
minado de compor o restante da proposta e 
souber o rumo que a pesquisa está tomando. 
Evite uma introdução demasiado longa e 
detalhada. Por exemplo, ela não deve conter 
uma descrição nem uma análise abrangente 
de modelos ou teorias, pois eles devem ser 
discutidos na revisão bibliográfica.
Objetivos gerais
Os objetivos gerais são declarações amplas 
de intenção e direção da pesquisa. Assim, 
por exemplo, o objetivo geral de um pro-
jeto pode ser “Identificar os fatores que in-
fluenciam as decisões dos consumidores de 
fazer compras na internet”. Esses objetivos 
descrevem o propósito da pesquisa, e não 
resultados (como relatórios, documentos ou 
declarações sobre políticas) nem perguntas 
de pesquisa, que têm foco mais definido.
Objetivos específicos
Enquanto os objetivos gerais são declara-
ções amplas, os objetivos específicos são de-
clarações claras de resultados pretendidos, 
todos mensuráveis de alguma forma. 
Justificativa
É um argumento em favor da realização da 
pesquisa, com referência nas atuais lacunas 
em conhecimento e na potencial aplicabi-
lidade dos resultados. A justificativa ten-
ta convencer o leitor de que não apenas a 
investigação merece atenção, mas também 
que a natureza do problema foi identificada 
corretamente. Aqui não é o lugar para lan-
çar uma análise longa e detalhada do pro-
blema, uma descrição de teorias e modelos 
fundamentais, nem discutir a metodologia 
48 DAviD E. GrAy
Estrutura típica de uma proposta acadêmica
Quadro 3.2
Conteúdos
Descreve a amplitude e a profundidade do 
tema e dá uma indicação da metodologia a ser 
usada (como estudo de caso, avaliação, etc.).
uma síntese do tema da pesquisa, 
descrevendo os principais problemas e 
questões, as lacunas na pesquisa atual e como 
esta pesquisa irá tratá ‑las.
Declarações gerais de intenção e direção da 
pesquisa.
Declarações claras e mensuráveis sobre os 
resultados pretendidos.
Argumento para a pesquisa com base nas 
lacunas no conhecimento atual e na potencial 
aplicação dos resultados.
Descreve a história do tema e as principais 
fontes bibliográficas; ilustra questões centrais 
e refina o foco para indicar perguntas de 
pesquisa (pesquisa qualitativa) ou hipóteses 
(pesquisa quantitativa).
Descreve as principais perguntas da pesquisa, 
expressas em termos mensuráveis, mais as 
hipóteses (se necessário).
Justifica a abordagem metodológica, incluindo 
técnicas de coleta e análise de dados; uso de 
métodos quantitativos ou qualitativos; escolha 
de abordagem e paradigma de pesquisa; 
previsão de questões éticas; forma como os 
dados serão analisados.
Calendário para realização da pesquisa, 
incluindo tarefas e datas.
Bibliografia dos trabalhos citados na proposta.
reconhecimento das potenciais limitações 
da pesquisa, incluindo a qualidade e a 
representatividade das amostras.
Por exemplo, cartas de apoio à pesquisa, 
acordo de colaboração por parte de 
instituições interessadas.
Seção
Título de trabalho 
 
introdução (resumo; abstract) 
 
 
objetivos gerais 
objetivos específicos 
Justificativa 
 
revisão bibliográfica 
 
 
 
Perguntas e hipóteses de pesquisa 
 
metodologia 
 
 
 
 
Calendário de trabalho 
referências
Limitações 
 
material relacionado
PESQuiSA No muNDo rEAL 49
de como a questão será pesquisada, pois 
isso aparecerá posteriormente na proposta. 
Nesta etapa, a justificativa precisa ser direta 
e sucinta.
Revisão bibliográfica
Segundo Boote e Beile (2005), uma revi‑
são bibliográfica substancial e minuciosa 
é uma pré -condição para se fazer pesquisa 
sofisticada, substancial e minuciosa. Para 
avançar nosso conhecimento coletivo, o pes-
quisador deve entender o que foi feito antes. 
Portanto, a revisão bibliográfica descreve a 
história do tema e as principais fontes bi-
bliográficas, ilustrando questões centrais e 
refinando o foco da pesquisa de maneira 
que possa acabar levando a uma ou mais 
perguntas de pesquisa. Exploraremos mais 
detalhadamente os objetivos e resultados de 
uma revisão bibliográfica no Capítulo 5. Por 
enquanto, basta dizer que essa revisão deve 
cobrir as principais fontes no campo de es-
tudo ou em campos intimamente relaciona-
dos. Uma das formas mais simples de garan-
tir que sua cobertura seja abrangente é usar 
seu orientador, o qual deve conseguir lhe 
indicar quais fontes e teorias são essenciais. 
Entretanto, esta é só uma proposta de pes-
quisa. Não se espera que você tenha realiza-
do uma revisão bibliográfica completa nesta 
etapa, pois isso é o que fará quando estiver 
realmente trabalhando em sua tese ou dis-
sertação. O propósito da revisão durante a 
proposta é explicar as escolhas bibliográficas 
feitas para o estudo, e isso pode ser feito com 
sucesso de maneira sucinta. Sendo assim, o 
propósito da revisão bibliográfica é:
ü Demonstrar teorias, argumentos e polê-
micas fundamentais no campo.
ü Destacar as formas em que a área de
pesquisa foi investigada até agora.
ü Identificar incoerências e lacunas no
conhecimento que mereçam mais inves-
tigação.
Punch (2000) sugere três perguntas 
orientadoras para identificar a bibliografia 
adequada para um estudo de pesquisa.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
 
Dica do professor
Assista agora a dica do professor sobre cada fase de um projeto de pesquisa que contempla o 
planejamento, a pesquisa e o projeto de pesquisa.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/d32418bc94aaa9d3c583428fc4ec1033
Exercícios
1) Há duas maneiras de se identificar um tema de pesquisa. Marque a alternativa que nos 
revela estas duas maneiras.
A) Podemos identificar uma pesquisa por meio da bibliografia - artigos e profissionais que 
podem levantar temas e tópicos interessantes relacionados aos seus próprios interesses. A 
outra maneira seria a saída da pesquisa diretamente do local de trabalho ou ambiente 
comunitário.
B) Podemos identificar uma pesquisa por meio da bibliografia - livros e publicações acadêmicas e 
profissionais que podem levantar temas e tópicos interessantes relacionados aos seus 
próprios interesses. A outra maneira seria uma saída a campo.
C) Podemos identificar uma pesquisa por meio da bibliografia - livros e publicações acadêmicas - 
a qual pode levantar temas e tópicos interessantes que podem ser relacionados com seus 
próprios interesses. A outra maneira seria a saída da pesquisa diretamente do local de 
trabalho ou ambiente comunitário.
D) Podemos identificar uma pesquisa por meio da bibliografia . A outra maneira seria a saída da 
pesquisa diretamente do local de trabalho ou ambiente comunitário.
E) Podemos identificar uma pesquisa por meio da bibliografia - livros e publicações acadêmicas e 
profissionais - os quais podem levantar temas e tópicos interessantes relacionados aos seus 
próprios interesses. A outra maneira seria a saída da pesquisa diretamentedo local de 
trabalho ou ambiente comunitário.
2) Há duas técnicas utilizadas para a geração e refinamento de ideias de pesquisa. Assinale a 
alternativa que apresenta quais são essas duas técnicas.
A) Pensamento racional e pensamento criativo.
B) Pensamento crítico e processo racional.
C) Pensamento pós-estruturalista e pensamento racional.
D) Pensamento aristocrático e pensamento estruturalista.
E) Pensamento escolástico e pensamento organizacional.
3) Qual das alternativas abaixo apresenta as estruturas típicas de um projeto de pesquisa?
A) Título de trabalho, introdução (resumo), objetivos específicos, justificativa, revisão 
bibliográfica, perguntas e hipóteses de pesquisa, metodologia, calendário de trabalho 
(cronograma), referências e bibliografia.
B) Título de trabalho, introdução (resumo;abstract), objetivos gerais, objetivos específicos, 
justificativa, revisão bibliográfica, perguntas e hipóteses de pesquisa, metodologia.
C) Título de trabalho, introdução (resumo), objetivos gerais, objetivos específicos, justificativa, 
revisão bibliográfica, perguntas e hipóteses de pesquisa, metodologia, calendário de trabalho 
(cronograma), referências e bibliografia.
D) Título de trabalho, introdução (resumo), objetivos gerais, objetivos específicos, justificativa, 
revisão bibliográfica, perguntas e hipóteses de pesquisa, metodologia.
E) Capa, introdução (resumo), objetivos gerais, objetivos específicos, justificativa, revisão 
bibliográfica, perguntas e hipóteses de pesquisa, metodologia, calendário de trabalho 
(cronograma), referências e bibliografia.
4) Para obter sucesso em um projeto de pesquisa é necessário um bom planejamento até a sua 
efetiva execução. Para tanto, é importante que o pesquisador faça uso de algumas perguntas 
para cada estrutura que compreende um projeto. Estas perguntas são:
A) o quê - como - onde - quem - por quê
B) o quê - como - onde - quem - por quê - que horas
C) o quê - como - onde - quem - por quê - quando
D) o quê -onde - quem - por quê - quando
E) o quê - como - onde
5) O planejamento de um projeto de pesquisa pesquisa é a primeira das três etapas da 
pesquisa: planejamento, execução e divulgação. 
O planejamento pode ser estruturado em cinco itens:
A) Ideia referente ao que se quer pesquisar, plano de intenção, resumo testes de instrumentos e 
de procedimentos e projeto de pesquisa.
B) Ideia referente ao que se quer pesquisar, plano, revisão da literatura, testes de instrumentos e 
de procedimentos e projeto de pesquisa.
C) Ideia referente ao que se quer pesquisar, plano de intenção, revisão da literatura, testes de 
instrumentos e de procedimentos e projeto de pesquisa.
D) Ideia referente ao que se quer pesquisar, plano de intenção, revisão da literatura, testes de 
procedimentos e projeto de pesquisa.
E) Plano de intenção, revisão da literatura, testes de instrumentos e de procedimentos e projeto 
de pesquisa.
Na prática
Para melhorar a perspectiva de concluir a tempo e evitar a procrastinação, é necessário: ser realista 
sobre quando é possível começar a pesquisa em si, dedicar tempo para planejar e revisar o 
planejamento, tentar descobrir se alguma das etapas pesquisas levará um tempo determinado para 
ser concluída, disponibilizar tempo apropriado para qualquer viagem que será necessário fazer pela 
pesquisa, ter objetivos claros e realistas para cada semana, concentrar-se em uma coisa de cada vez 
e reservar tempo para editar e corrigir. 
Um plano de pesquisa também deve incluir informações sobre os equipamentos que serão 
necessários para concluir o projeto, e quaisquer custos de viagem ou outras despesas em que 
possam decorrer da pesquisa. 
Veja abaixo a situação de Bruno. Ele não planejou sua pesquisa e teve alguns prejuízos.
Aponte a câmera para o 
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Definindo o Problema de Pesquisa e o Planejamento do Projeto
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Delimitação de Tema de Pesquisa
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://www.youtube.com/embed/qb-GWBrZ0XA
https://www.youtube.com/embed/fJT-Gy7Ywsc

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