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Resumo de Introdução ao Estudo da Fisiologia Humana e Organização Funcional do Sistema Nervoso

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Introdução ao Estudo da Fisiologia Humana e Organização Funcional do Sistema Nervoso
FISIOLOGIA HUMANA
A palavra fisiologia tem sua origem na língua grega. O prefixo “fisio” é equivalente a physis, que significa natureza, função ou funcionamento; e o sufixo “logia”, que vem de logos, significa palavra ou estudo. Essa prática parece ter surgido na Grécia há mais de 2500 anos com os pré-socráticos, os primeiros a estudar de maneira racionalizada e científica a natureza. No entanto, o termo “Fisiologia” foi criado bem depois, pelo médico francês Jean François Fernel (1497-1558), para descrever o “estudo das funções corporais”. Dessa forma, a Fisiologia é uma ciência que busca entender o funcionamento dos organismos vivos.
Por aí já fica bem claro a vasta área de conhecimento em que a ciência está diretamente envolvida, visto que engloba toda a variedade de vida que existe no planeta Terra, que vai de uma simples bactéria do reino Monera ao ser humano do reino Animalia, ou seja, todo e qualquer ser vivo conhecido está inserido no contexto do estudo da Fisiologia.
Nesse âmbito, pode-se citar a Fisiologia bacteriana, a Fisiologia vegetal, a Fisiologia animal e muitas de suas subdivisões, como a Fisiologia humana, nosso foco nesta aula.
A fisiologia humana estuda o funcionamento do organismo humano e a sua capacidade de adaptação às diversas condições ambientais.
E quais conhecimentos podemos obter com o estudo da Fisiologia humana?
A partir do estudo e entendimento da Fisiologia humana, pode-se avançar, por exemplo, na compreensão de:
· Como funciona o organismo humano quando o indivíduo faz a utilização dos diferentes tipos de medicamentos com uma enorme diversidade de ações e interações, o que é explicado no estudo da Farmacologia.
· Como funciona o organismo humano quando o indivíduo se encontra doente, o que é explicado pela Fisiopatologia.
· Como funciona o organismo humano durante os diferentes tipos de exercício físico, como caminhar, correr, nadar, fazer musculação ou pilates, o que é explicado pela Fisiologia do exercício.
· Como funciona o organismo humano doente e fazendo exercício, o que é explicado pela Fisiologia do exercício clínico. 
Partindo do princípio que durante o exercício físico e a doença o organismo humano funciona de maneira completamente diferente quando comparado a uma condição de repouso e saudável, você já deve ter deduzido que, na Fisiologia humana, o estudo do funcionamento do organismo humano considera o indivíduo em estado de repouso e com boa saúde. Para que você compreenda melhor os conceitos básicos de Fisiologia, vamos continuar o nosso estudo partindo da menor unidade que compõe um organismo, a célula.
UNIDADE BÁSICA DA VIDA – CÉLULA
Agora que você já compreendeu o que é Fisiologia humana, é necessário lembrar que o organismo humano, cuja função será estudada aqui, é composto por aproximadamente 100 trilhões de células, sendo que um quarto dessas células são hemácias que têm por função fazer o transporte de oxigênio dos pulmões para todas as outras células do corpo. A célula é considerada a unidade básica da vida e a maioria delas tem a capacidade de se reproduzir e originar células de seu próprio tipo, mas também podem ser destruídas por agentes estranhos como vírus e bactérias.
Algumas células têm um tempo de vida reduzido, durando apenas alguns dias ou meses, como as próprias hemácias citadas anteriormente, que possuem um ciclo de vida de aproximadamente quatro meses. Outros tipos de células têm uma durabilidade maior, podendo acompanhar o indivíduo durante toda a sua vida.
Conheça a seguir a classificação dada às células em relação à durabilidade:
· LÁBEIS
São as células que duram pouco tempo, como as hemácias.
· ESTÁVEIS
São as células que duram meses ou anos, como os fibroblastos, que podem ser encontrados no tecido conjuntivo.
· PERMANENTES
São as células que duram a vida toda, como os neurônios e as fibras da musculatura estriada esquelética.
Para que todas as células do organismo humano funcionem plenamente, é imprescindível que os parâmetros fisiológicos sejam mantidos dentro de valores de normalidade. Em Fisiologia, esta condição está associada ao bom desempenho da função celular, ou seja, a manutenção deste estado quase estável é fundamental para um bom funcionamento das células, que são extremamente sensíveis às variações dos parâmetros fisiológicos. Caso a manutenção desse estado quase estável dos parâmetros fisiológicos não ocorra, as funções celulares serão afetadas e o indivíduo pode desenvolver alguma doença, que, de acordo com a sua progressão, pode chegar ao óbito.
Um agrupamento de células formará os tecidos. No corpo humano, existem quatro tipos básicos de tecidos: epitelial, nervoso, muscular e conjuntivo. O agrupamento desses tecidos vai dar origem aos diferentes órgãos do corpo humano. Ao reunir um grupo de órgãos que realizam juntos determinadas funções, os fisiologistas criaram dez sistemas orgânicos diferentes. São eles:
· SISTEMA NERVOSO
· SISTEMA HORMONAL
· SISTEMA CARDIOVASCULAR
· SISTEMA RESPIRATÓRIO
· SISTEMA DIGESTÓRIOEXEMPLO
A ação conjunta do corpo humano e o controle da pressão arterial sistêmica
Quando a pressão arterial sistêmica se eleva, o indivíduo aumenta a excreção de água pela urina. Nesse caso, o sistema cardiovascular e o sistema urinário atuaram conjuntamente para manter a pressão arterial dentro de valores considerados normais e, consequentemente, o indivíduo saudável. Quando o corpo não consegue equilibrar essa desordem orgânica, ocorre o mau funcionamento e, no caso acima, o indivíduo passa a desenvolver a hipertensão arterial sistêmica, que é uma doença cardiovascular que afeta aproximadamente 25 a 30% da população mundial.
· SISTEMA URINÁRIO
· SISTEMA REPRODUTIVO
· SISTEMA MÚSCULO ESQUELÉTICO
· SISTEMA IMUNOLÓGICO
· SISTEMA TEGUMENTAR
A seguir, veremos os níveis de organização do corpo humano quanto aos quatro tipos de tecidos:
Embora didaticamente o corpo humano possa ser dividido nesses sistemas orgânicos, é imprescindível que você o compreenda como algo uno e indissociável. Dessa forma, todos os sistemas orgânicos e, consequentemente, todos os órgãos, tecidos e células trabalham, simultaneamente e de forma integrada, o tempo todo, para manter um bom funcionamento do organismo humano. Como assim?
Um grande desafio para você, neste momento, é compreender a interação dos sistemas orgânicos que faz com que o corpo humano seja único e indivisível. Didaticamente, é interessante estudar os sistemas orgânicos de maneira separada, como observamos nos livros-textos básicos de Fisiologia humana e nas grades curriculares dos cursos de graduação. Mas, em um estado mais avançado de conhecimento, as associações entre os sistemas serão possíveis e necessárias. Você que está iniciando o estudo da Fisiologia humana poderá estudar o sistema neuro-hormonal ou cardiorrespiratório, unindo, assim, dois sistemas. Até que, com um conhecimento mais aprofundado, você conseguirá pensar no funcionamento do corpo humano integrando todos os sistemas orgânicos e, consequentemente, todos os órgãos, tecidos e células. Isto facilitará o seu conhecimento nas aplicações em qualquer atividade profissional na área de saúde.
ÁGUA CORPORAL TOTAL E LÍQUIDO EXTRACELULAR
O corpo humano é composto por mais de 60% de líquido. A maior parte desse líquido, aproximadamente dois terços, encontra-se dentro das células e, por isso, é chamado de líquido intracelular. O líquido que fica fora das células, cerca de um terço, é chamado de líquido extracelular. O líquido extracelular pode ser dividido em dois compartimentos: o líquido intersticial, que também pode ser chamado de fluido intersticial ou líquido intercelular, e o plasma. Essa divisão pode ser vista na figura a seguir.
Compartimentos líquidos do corpo humano.
O líquido intersticial é formado por 90% de água e apresenta aspecto claro e transparente. Ele é responsável por envolver as células, estando em contato direto com elas para fazer as trocas necessárias de nutrientes e oxigênio para
o seu bom funcionamento. A manutenção de uma certa estabilidade no ambiente que cerca a célula é de vital importância para que ela permaneça viva.
O plasma é a porção líquida do sangue e corresponde a aproximadamente 55% do seu volume total. No plasma sanguíneo, proteínas, sais minerais, vitaminas, gás carbônico e outras substâncias estão dissolvidas em água, que é mais de 90% da constituição plasmática e tem como função destacada garantir o transporte de substâncias pelo corpo humano. Chamamos de soro o plasma sem uma proteína denominada fibrinogênio, que tem importante papel na coagulação do sangue.
Podemos destacar algumas diferenças entre os constituintes presentes no líquido intracelular e no líquido extracelular. Vejamos:
· Líquido extracelular
Grande quantidade de sódio, cloreto, íons bicarbonato, oxigênio e os nutrientes celulares como glicose, ácidos graxos e aminoácidos.
· Líquido intracelular
Grandes quantidades de potássio, fosfato e magnésio.
Essa diferença de concentração de determinados íons dentro e fora da célula é mantida por transportes especializados através da membrana plasmática e é fundamental para o bom funcionamento da célula e, consequentemente, do organismo humano.
O termo meio interno ainda é bastante utilizado na literatura para se referir ao líquido extracelular, apesar de ter sido criado há mais de um século pelo fisiologista francês Claude Bernard (1813-1878), considerado o “pai da Fisiologia experimental”.
Qual é o papel do líquido extracelular?
Importante ressaltar que, para manutenção do equilíbrio fisiológico, o líquido extracelular tem papel importantíssimo. É nele que os parâmetros fisiológicos devem ser mantidos quase constantes, pois alterações nas concentrações dos componentes do líquido extracelular podem gerar respostas fisiológicas indesejáveis.
O líquido extracelular é capaz de ser transportado para todas as partes do corpo humano, seja pela movimentação do sangue através dos vasos sanguíneos, seja pelo movimento entre os capilares e os espaços intercelulares. As paredes dos capilares são permeáveis à maior parte das moléculas presentes no plasma sanguíneo, exceto às grandes moléculas das proteínas plasmáticas, em função do tamanho. Dessa forma, existe um movimento contínuo de água e constituintes dissolvidos entre o plasma e o líquido intersticial e vice-versa em todo o corpo, fazendo com que exista uma grande similaridade em todo o conteúdo do líquido extracelular, seja plasma ou líquido intersticial.
Através do líquido extracelular, o oxigênio e os nutrientes conseguem acessar as células. Nesse processo, o sistema respiratório deve captar o oxigênio do meio ambiente nas inspirações e fazê-lo chegar nos alvéolos para que possa ocorrer a hematose. O sangue, antes com alta concentração de gás carbônico, passa a ter altas concentrações de oxigênio. Através do bombeamento de sangue pelo coração, o oxigênio será transportado para as células do organismo. Nestas células, à medida em que o oxigênio é absorvido, o dióxido de carbono (CO2) é difundido ao líquido extracelular e, posteriormente, aos capilares para serem encaminhados aos pulmões em sua maior parte pelas hemácias. Após a hematose, o CO2 é expelido ao meio ambiente na expiração.
A imagem a seguir ilustra esse processo:EXEMPLO
O consumo excessivo de sódio na dieta pode levar ao aumento da concentração de sódio e gerar retenção hídrica e aumento da pressão arterial.
 Troca gasosa alvéolo/capilar e capilar/celular.
HEMATOSE
É um processo em que ocorre a passagem do oxigênio de dentro dos alvéolos pulmonares para o sangue (difusão).
O líquido extracelular ou meio interno, então, tem papel fundamental no acesso de oxigênio e nutrientes para as células, bem como na remoção de dióxido de carbono e resíduos metabólicos através do funcionamento integrado entre o sistema respiratório e o sistema cardiovascular.
Observe no infográfico a seguir a organização da circulação sanguínea: 
A seguir, veremos como se dá o funcionamento de alguns dos sistemas humanos:
· SISTEMA DIGESTÓRIO
 Aqui, o alimento é deglutido e encaminhado ao estômago. Em seguida, passa ao duodeno, que fica na primeira parte do intestino delgado. Diferentes nutrientes, como carboidratos, ácidos graxos e aminoácidos, poderão ser absorvidos para o líquido extracelular e transportados para as células ou especialmente para o fígado, onde inicia-se um processo de alteração química em determinadas substâncias. Todo o material que foi ingerido pelo indivíduo na sua alimentação e não foi digerido ou reabsorvido para a circulação sanguínea é eliminado através das fezes. O fígado também cumpre um importante papel depurador de substâncias tóxicas ao organismo e que precisam ser eliminadas.
· SISTEMA URINÁRIO 
Constitui-se num processo de excreção de substâncias indesejáveis ao funcionamento do corpo. A maior parte dessas substâncias são resíduos metabólicos da função celular. Os rins desempenham uma importante função neste processo, uma vez que ele excretará todos os constituintes que foram filtrados em seus glomérulos e não foram reabsorvidos nos túbulos renais através da urina. De forma integrada ao sistema hormonal, os rins também atuam na reabsorção e excreção de substâncias, como, por exemplo, o sódio, influenciando diretamente na concentração dessas substâncias no líquido extracelular. 
· SISTEMA ENDÓCRINO 
Baseia-se no funcionamento de glândulas responsáveis por secretar substâncias químicas denominadas hormônios. Os hormônios são transportados das glândulas até uma célula-alvo específica para desempenhar suas funções fisiológicas. Esse transporte se dá através do líquido extracelular e, posteriormente, no plasma. Por exemplo, os hormônios produzidos pela tireoide são responsáveis por aumentar a velocidade das reações químicas das células. Eles são transportados e ativados através do plasma sanguíneo até as células-alvo. 
· SISTEMA IMUNOLÓGICO 
É um sistema específico que atua no processo de defesa do corpo humano. Ele é constituído pelos glóbulos brancos e outras células derivadas, pelo timo, linfonodos e vasos linfáticos. De forma geral, essas estruturas protegem o corpo humano contra bactérias, vírus, parasitas e fungos.
· SISTEMA TEGUMENTAR 
O corpo humano também é protegido pelo sistema tegumentar, que envolve estruturas que formam o revestimento externo com a pele, os pelos e as unhas. Além de desempenhar o papel de proteção pelo isolamento em relação ao meio externo, o sistema tegumentar é um importante aliado na manutenção da temperatura corporal pelos mecanismos de termorregulação, contribuindo para a homeostase, sendo o mecanismo mais importante a evaporação do suor para perder calor. Glândulas sudoríparas presentes no sistema tegumentar são responsáveis por excretar suor ao meio externo. À medida em que o suor evapora, ocorre um resfriamento da pele. Simultaneamente, o sangue que permeia o tecido epitelial também é resfriado, contribuindo para a manutenção da temperatura corporal em ambientes quentes, assim como para a homeostase.
HOMEOSTASIA
O termo homeostase foi criado pelo fisiologista americano Walter Cannon em 1929. O prefixo homeo indica semelhante, similar, parecido, e o termo estase significa estático, o que indica que o organismo necessita de uma condição de relativa estabilidade para manter suas funções plenas. Observe que o termo não é homostase, com o prefixo homo, que significa igual, deixando claro que Cannon já reconhecia a existência de uma variação nos controles biológicos. Mesmo passado tanto tempo da criação do termo por Cannon, algumas pessoas ainda têm dificuldade de entender esse conceito. Não é raro vê-las se referindo erradamente a homeostase como “o equilíbrio do corpo humano”.
No entanto, a definição correta do termo homeostase é a manutenção de condições quase constantes no líquido extracelular ou, melhor ainda, a manutenção de todos os parâmetros fisiológicos quase constantes no líquido extracelular.
Observe que não se fala em constância, em equilíbrio, e sim numa quase estabilidade
que jamais é alcançada realmente. Pode-se até falar que o organismo busca um equilíbrio. No entanto, todos os parâmetros fisiológicos estão em constante oscilação. Cada um tem suas características e valores próprios chamados de ponto de ajuste, que podem variar dentro delimites inferiores e superiores que são considerados normais (veja o quadro a seguir).
Parâmetros fisiológicos constituintes importantes do líquido extracelular.
Observe que os parâmetros fisiológicos são mantidos dentro dos seus valores de normalidade. Veja alguns exemplos:
· TEMPERATURA CORPORAL
É um parâmetro fisiológico que tem como ponto de ajuste o valor de 37,1 OC e tem como limite inferior e limite superior, 36,6 OC e 37,6 OC respectivamente, variando apenas 0,5 OC para baixo ou para cima. Conforme a temperatura corporal aumenta ou diminui, existe todo um sistema de controle que é ativado para fazer com que esse parâmetro fisiológico busque sempre o seu valor do ponto de ajuste fisiológico. A manutenção dentro dessa faixa de normalidade (limite inferior e limite superior) é fundamental para a função celular e, consequentemente, para a saúde do indivíduo, pois, se esses valores ultrapassam os limites para baixo ou para cima, as células têm a sua função comprometida. À medida que esses valores continuam se afastando dos parâmetros considerados normais, a função celular vai ficando cada vez mais comprometida e, em casos mais extremos, poderão levar à destruição das células e, consequentemente, ao óbito do indivíduo.
· PH DO SANGUE
Alguns parâmetros têm faixas muito estreitas de controle, como o pH do sangue, que tem seu ponto de ajuste em 7,4 e oscila entre 7,35 e 7,45. Caso os valores de pH do sangue fiquem abaixo de 6,9 ou acima de 7,8, o indivíduo tem grande chance de morrer. Importante ressaltar novamente que a manutenção do pH do sangue dentro dos valores normais é fundamental para manter a qualidade do funcionamento das células do corpo humano. Assim, quando o sangue está com o pH ideal, as células estão saudáveis e funcionando plenamente. Porém, quando o sangue se encontra mais ácido ou mais básico, pode haver doenças e complicações que poderão culminar com a destruição das células. O corpo humano é feito de trilhões de células e, para que esteja saudável, todas essas células devem estar funcionando plenamente.
· GLICEMIA
Esse é um parâmetro fisiológico que possui um espectro de variação maior, tendo um ponto de ajuste em 85 mg/dL, limite inferior de 70 mg/dL e limite superior de 100 mg/dL. Para cada parâmetro, temos seus respectivos valores de normalidade, mas nunca se pode esquecer que cada indivíduo é único e, dentro desses valores apresentados para uma população, podem haver pequenas variações individuais. Uma análise pura e simples dos dados referentes a esses parâmetros coletados jamais se sobrepõe a uma boa avaliação clínica, que será sempre soberana. Uma tomada de decisão correta e consistente dependerá significativamente do bom entendimento sobre Fisiologia humana de que o profissional da saúde necessita.
SISTEMAS DE CONTROLE HOMEOSTÁTICOS
Há dois tipos de sistemas de controle homeostáticos: retroalimentação negativa (feedback negativo)e retroalimentação positiva (feedback positivo).
O que é a retroalimentação negativa?
Ela pode ser conceituada da seguinte forma: é um mecanismo que ocorre quando o organismo provoca uma alteração em determinado parâmetro fisiológico no sentido contrário do que estava ocorrendo.
A maioria dos sistemas de controle homeostáticos atua por retroalimentação negativa (feedback negativo).
Esse sistema de controle é facilmente explicado com alguns exemplos, como o que ocorre com a pressão arterial. Veja:EXEMPLO
Quando a pressão arterial se torna elevada, existem sensores específicos que são ativados e enviam essa informação ao sistema nervoso central. Este, por sua vez, envia uma informação a órgãos específicos que desencadeiam uma série de reações que culminam com a diminuição da pressão arterial. A situação oposta também ocorre. Quando a pressão arterial sofre uma diminuição, outros sensores reconhecem essa alteração e um processo de elevação é desencadeado. Tudo isso para manter a homeostasia e o bom funcionamento do corpo humano.
Observe que o parâmetro fisiológico (no exemplo, a pressão arterial) é direcionado para o sentido contrário do que estava ocorrendo, ou seja, os efeitos são negativos em relação ao estímulo inicial. Dessa forma, os diferentes tipos de parâmetros fisiológicos são mantidos quase constantes nos indivíduos saudáveis na maioria das vezes.
O que é a retroalimentação positiva?
A retroalimentação positiva (feedback positivo), por sua vez, ocorre em situações bem específicas. Se este tipo de resposta ocorresse na maioria das vezes, poderia gerar uma instabilidade no organismo cada vez maior, o que culminaria na morte do indivíduo. Na retroalimentação positiva, o organismo provoca uma alteração em um determinado parâmetro fisiológico no mesmo sentido do que estava ocorrendo. Por exemplo: imaginem a temperatura corporal sofrendo retroalimentação positiva se ela já estivesse elevada. Ela iria aumentar mais ainda e piorar a situação até que o indivíduo fosse a óbito. O mesmo raciocínio vale para o caso da diminuição da temperatura corporal. Vamos ver um outro exemplo de retroalimentação positiva?EXEMPLO
Na coagulação sanguínea, uma variedade de enzimas é ativada após o rompimento de um vaso e começam a atuar sobre outras enzimas que se encontravam inativas no sangue próximo ao local de rompimento, causando mais coagulação sanguínea. Essa sequência de fatores continua até que o vaso esteja com o seu rompimento fechado e o sangramento tenha sido interrompido.
Vamos a outra situação clássica de retroalimentação positiva fisiológica?
EXEMPLO
No parto natural, à medida que o bebê começa a sair e pressionar o colo uterino, esse estiramento aumenta a secreção de um hormônio denominado ocitocina e, em função disso, aumentam as contrações locais. Quando o bebê sai um pouco mais, o colo uterino sofre uma nova distensão, fazendo com que tenha mais secreção de ocitocina e aumentem as contrações. Até que o bebê saia completamente, esse ciclo se repete por várias vezes.
A despolarização da membrana também é um outro exemplo em que a abertura dos canais rápidos de sódio estimula a abertura de mais canais rápidos de sódio numa velocidade muito alta. Nesses casos, a retroalimentação positiva será útil e fisiológica. Mas, são casos específicos em que esse sistema é utilizado.
Os ajustes do controle circadiano
Alguns parâmetros fisiológicos também têm um controle circadiano, que se ajusta de acordo com o momento do dia, em um período de 24 horas, sob o qual se baseia o relógio biológico humano (fator endógeno). Mas fatores exógenos ou ambientais também afetam o ciclo circadiano. A temperatura corporal, por exemplo, diminui naturalmente durante a madrugada quando o metabolismo se encontra bem baixo e volta a aumentar naturalmente no início do dia.
Esse ciclo se repete diariamente e alguns parâmetros fisiológicos são afetados diretamente por ele. Um exemplo em que isto ocorre se dá pela quantidade de cortisol, que, no início do dia, é maior em comparação ao período da noite. A produção de hormônio do crescimento, que aumenta muito nas duas primeiras horas de sono, é mais um exemplo de parâmetros fisiológicos controlados circadianamente.
Sendo assim, a homeostasia é mantida basicamente por retroalimentação negativa, exceto em casos bem específicos em que a retroalimentação positiva ou o ciclo circadiano participam do controle em determinados parâmetros fisiológicos.
DIVISÃO FUNCIONAL DO SISTEMA NERVOSO
Conhecer as bases anatômicas e fisiológicas do sistema nervoso é fundamental para o profissional da área da saúde. Atualmente, os profissionais que pesquisam sobre o sistema nervoso passaram a ser chamados de neurocientistas. O termo neurociência passou a ser muito utilizado, e nem sempre corretamente. Portanto, se faz necessário que exista um entendimento sobre
o que realmente significa neurociência. No entanto, na verdade, não existe uma neurociência, mas as neurociências, pois existem cinco grandes disciplinas neurocientíficas completamente interligadas:
· NEUROCIÊNCIA MOLECULAR
· NEUROCIÊNCIA CELULAR
· NEUROCIÊNCIA SISTÊMICA
· NEUROCIÊNCIA COMPORTAMENTAL
· NEUROCIÊNCIA COGNITIVA
Dessa forma, o termo neurociências fica melhor empregado no plural, e o estudo da fisiologia do sistema nervoso, que será o assunto discutido a seguir, está inserido no estudo da neurociência sistêmica.ATENÇÃO
O conhecimento sobre o funcionamento do sistema nervoso é imprescindível para um profissional da área da saúde, visto que o sistema nervoso e o sistema hormonal são capazes de controlar e regular os demais sistemas orgânicos e, consequentemente, as funções corporais.
Hierarquicamente, esses dois sistemas são superiores aos demais e, inclusive, num estado de conhecimento mais avançado, não é raro que sejam estudados de maneira associada, sendo então, nomeados de sistema neuro-hormonal.
Dessa forma, estudar o sistema nervoso não é importante apenas para quem pretende preservar ou restaurar a função do sistema nervoso pura e simplesmente como uma visão mais reducionista poderia imaginar, mas para quem quer entender o funcionamento do corpo humano sob qualquer perspectiva e pretende trabalhar diretamente com o organismo humano, seja na Biomedicina, nas Ciências Biológicas, na Educação Física, na Estética e Cosmética, na Enfermagem, na Farmácia, na Fisioterapia, na Medicina, na Nutrição, na Radiologia ou em qualquer outra área da saúde que trabalhe diretamente com seres humanos.
Como funciona o sistema nervoso?
O sistema nervoso recebe ininterruptamente uma infinidade de estímulos nervosos (informações) provenientes de todas as partes do interior do corpo humano e do meio ambiente. Essas informações são continuamente captadas por receptores sensoriais e conduzidas ao sistema nervoso central (SNC) por vias aferentes. O SNC interpreta tais informações e, caso seja necessário, determina a(s) resposta(s) que será(ão) adequada(s) para cada informação que foi captada. Caberá às suas vias eferentes conduzirem aos efetores (músculos e glândulas) a informação determinada pelo SNC para uma resposta adequada ao estímulo que foi captado.
Por exemplo, o nariz é um órgão sensorial que permite que o indivíduo possa identificar as mais diferentes substâncias odorantes. Na nossa pele, temos receptores sensoriais que sinalizam quando algum objeto externo toca a superfície corporal e, através de receptores espalhados por todo o corpo humano, interna ou externamente, os estímulos são detectados e direcionados ao SNC (via aferente). Além disso, o encéfalo pode armazenar informações, produzir pensamentos e determinar respostas adequadas aos diferentes estímulos que ali chegam.
Para que você possa entender como o sistema nervoso se divide funcionalmente, é necessário relembrar como ele foi dividido anatomicamente. Por incrível que possa parecer, ainda existem alguns equívocos sobre essa divisão que não podem passar despercebidos por olhares mais críticos. O critério utilizado pelos anatomistas para dividir o sistema nervoso em sistema nervoso central (SNC) e sistema nervoso periférico (SNP) foi a presença de caixas ósseas, no caso, o crânio e a coluna vertebral. Todas as estruturas que se encontram dentro das caixas ósseas são consideradas como parte do SNC e todas as estruturas que se encontram fora das caixas ósseas fazem parte do SNP (veja a figura a seguir). Dentro das caixas ósseas, encontram-se o encéfalo, a medula espinal e uma parte dos neurônios aferentes (sensitivos) e eferentes (motores). Fora das caixas ósseas, encontram-se uma parte (maior parte) dos neurônios aferentes e eferentes e os gânglios.
Estruturas do sistema nervoso central (vermelho) e do sistema nervoso periférico (azul).
Funcionalmente, o sistema nervoso é dividido em dois:
· SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO
Esse sistema relaciona o ser humano ao meio ambiente (seu exterior) e é voluntário e consciente. Portanto, seus efetores serão sempre o músculo estriado esquelético.
· SISTEMA NERVOSO VISCERAL
Esse sistema relaciona o ser humano ao seu interior, e é involuntário e inconsciente. Portanto, seus efetores poderão ser os músculos lisos ou o músculo estriado cardíaco ou as glândulas.
Os dois sistemas possuem as seguintes estruturas:
· RECEPTORES
São encarregados de captar os estímulos (no meio ambiente ou no interior do corpo humano, sistema nervoso somático e visceral, respectivamente).
· VIA AFERENTE
Conduz os estímulos captados em direção ao SNC.
· SNC
Interpreta os estímulos e analisa se há necessidade de uma resposta para algum ajuste.
· VIA EFERENTE
Conduz um estímulo nervoso proveniente do SNC para uma resposta julgada necessária.
· EFETOR
Responsável por produzir a resposta determinada pelo SNC.ATENÇÃO
A via eferente do sistema nervoso visceral se chama sistema nervoso autônomo. O sistema nervoso autônomo é ativado principalmente por centros localizados na medula espinal, no tronco encefálico, no hipotálamo e em parte do córtex cerebral. É responsável pelo controle da frequência cardíaca, pressão arterial, frequência respiratória, temperatura corporal, motilidade gastrintestinal, assim como outras atividades viscerais para manutenção da homeostase. Essa parte do sistema nervoso é subdividida em sistema nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático.
Veja uma comparação entre as duas partes do sistema nervoso autônomo:
· Função simpática
É mediada, em sua maioria, pela ação de uma substância denominada norepinefrina, que atua nas seguintes funções: aumento da frequência cardíaca, dilatação da pupila, dilatação dos brônquios, constrição dos vasos sanguíneos, aumento da sudorese, inibição dos movimentos peristálticos do trato gastrointestinal e aumento da renina.
· Função parassimpática
É mediada por um neurotransmissor denominado acetilcolina e sua ação repercute da seguinte forma: redução da frequência cardíaca, aumento da secreção de glândulas do olho, aumento da peristalse, aumento da secreção salivar e de glândulas pancreáticas e constrição dos brônquios.
A atividade autonômica tem papel preponderante na função fisiológica dos seres humanos. Doenças crônicas como a insuficiência cardíaca, hipertensão arterial, diabetes, entre outras estão associadas ao comprometimento da atividade do sistema nervoso autônomo.
TIPOS DE CÉLULAS DO SISTEMA NERVOSO E SUAS PRINCIPAIS FUNÇÕES
Como é composto o sistema nervoso?
O sistema nervoso é composto por dois tipos de células, os neurônios e as neuroglias ou células da glia. Para cada neurônio, existe, aproximadamente, uma neuroglia, contrariando o que sempre foi reproduzido por estudiosos e diversos livros textos que afirmavam (equivocadamente) que, para cada neurônio, existem 10 neuroglias. Outro equívoco é a de que existem 100 bilhões de neurônios. Na verdade, estima-se que o sistema nervoso possua aproximadamente 86 bilhões de neurônios e 85 bilhões de neuroglias conforme estudo publicado pelo grupo de pesquisadores comandado pelo professor Roberto Lent, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) (LENT et al., 2012).
Classicamente, sempre se considerou o neurônio como a unidade morfofuncional mais importante do sistema nervoso, e as neuroglias com um papel secundário, sendo apenas células de “suporte”. No entanto, a importância dessas “células de suporte” aumentou muito ao se entender que as neuroglias também trabalham com sinais, apesar de serem sinais diferentes. São sinais químicos que orientam o crescimento e a migração dos neurônios durante o desenvolvimento, de conexão entre os neurônios na vida adulta, de proteção e reconhecimento de disfunções, entre outros. Sendo assim, ao serem capazes de interferir na comunicação entre os neurônios, podem até alterar a transmissão dessas informações.
Os neurônios são células especializadas na condução de estímulos nervosos, ou seja, informações (ver figura a seguir). Um neurônio pode ter três partes:
·
DENDRITOS 
Principais locais de recepção de estímulos num neurônio. A palavra dendrito deriva do termo grego dendro, que significa árvore. Dependendo do neurônio, ele pode ter apenas um dendrito (bipolar) ou até milhares de dendritos (multipolar) ou não ter dendritos, como os neurônios pseudounipolares. Constituem a parte receptora do neurônio. Em outras palavras, a maioria dos impulsos nervosos que são transmitidos aos neurônios chegam pelos dendritos.
· CORPO CELULAR (SOMA OU PERICÁRIO) 
Essa estrutura é encontrada em todos os neurônios e é considerada o seu centro metabólico. Neste local, ficam o núcleo e a maior parte das organelas celulares. É no núcleo que ocorre a síntese das proteínas neuronais e dos seus neurotransmissores. AXÔNIO Estrutura responsável por transmitir os impulsos nervosos até a terminação axonal onde ficam os botões sinápticos com as vesículas secretoras contendo neurotransmissores. Os axônios se iniciam em uma área especializada chamada cone axonal ou segmento inicial e podem estar envoltos por uma camada lipídica chamada bainha de mielina, que interfere diretamente na velocidade de transmissão nervosa. Quanto mais espessa a camada da bainha de mielina, mais rápida é a propagação do impulso nervoso. O espaço entre as bainhas de mielina é denominado nodo de Ranvier. A propagação do impulso nervoso no axônio sempre vai em sentido de sua extremidade, denominada de terminação axonal, que fazem contato com outro neurônio ou com uma célula efetora. Essas conexões são denominadas sinapses. Através das sinapses, as informações de um neurônio são transmitidas a outro neurônio ou a uma célula efetora.
Na figura a seguir, estão ilustradas as conexões entre neurônios, as sinapses.
Os neurônios encontrados nos seres humanos podem ser classificados de acordo com sua estrutura:
· MULTIPOLARES
São os mais comuns no sistema nervoso central, sendo encontrados no encéfalo e na medula espinal. Eles contêm múltiplos dendritos, podendo chegar a ter milhares, com uma grande capacidade de receber estímulos.
· BIPOLARES
São encontrados em órgãos sensoriais, principalmente na retina e no epitélio olfatório, possuem apenas um dendrito e um axônio de cada lado do corpo celular.
· PSEUDOUNIPOLARES
Encontrados principalmente nos gânglios espinais, são todos aferentes. Os pseudounipolares não apresentam dendritos, mas um axônio que se subdivide em um ramo dirigido à periferia em direção a um receptor sensorial e um outro ramo que se dirige ao SNC. A informação sensorial proveniente da periferia é enviada diretamente para a medula espinal, sem passar pelo corpo celular.
Do ponto de vista funcional, os neurônios podem ser classificados em:
· AFERENTES OU SENSITIVOS
Conduzem os estímulos a partir dos receptores em direção do SNC.
· INTERNEURÔNIOS
São 99% dos neurônios e estão todos localizados no SNC conectando dois neurônios.
· EFERENTES OU MOTORES
Conduzem os estímulos a partir do SNC em direção aos efetores.
As neuroglias ou células da glia podem ser divididas em micróglias e macróglias (figura a seguir). O termo glia é proveniente da palavra grega que significa cola. Portanto, neuroglia seria a cola neural. Isso porque antigamente se achava que as neuroglias tinham apenas a função de agregação e sustentação dos neurônios, o que continua sendo correto, embora já se saiba que elas desempenham outras funções de grande importância.
A seguir, veremos os componentes e funções de cada uma delas:
· MICRÓGLIAS 
São as menores neuroglias que existem e estão distribuídas por todo o SNC. Exercem uma função imune no SNC, sendo ativadas pela presença de moléculas inflamatórias, como as citocinas, por exemplo, de maneira muito semelhante ao que ocorre com os macrófagos no sangue. Quando ocorre alguma lesão neuronal, inflamação ou doença degenerativa, elas se proliferam rapidamente na área da lesão, fagocitam as substâncias indesejadas e participam da produção de antígeno.
· MACRÓGLIAS 
Dentre as macróglias existem: 
• Os astrócitos, que têm várias funções importantes, mas podemos destacar o importante papel de preencher os espaços entre os neurônios, dando-lhes maior sustentação estrutural e atuando na nutrição neuronal, pois armazenam glicose que poderá ser disponibilizada aos neurônios para ser utilizada como fonte de energia. Além dessas funções, formam a barreira hematoencefálica que envolve os capilares encefálicos e impede que substâncias tóxicas e nocivas passem de dentro dos vasos para o encéfalo. Sendo assim, cumprem um importante papel de proteção do encéfalo. De forma complementar, também são responsáveis por remover íons e neurotransmissores e secretam fatores de crescimento neuronais. 
• Os oligodendrócitos, que sintetizam a mielina que envolve os axônios localizados no SNC, podendo mielinizar múltiplos axônios ao mesmo tempo. 
• As células de Schwann, as quais cumprem função muito semelhante aos oligodendrócitos na síntese da mielina que envolve os axônios localizados no SNP. No entanto, ao contrário dos oligodendrócitos, são capazes de mielinizar um único axônio. 
• As células ependimárias, que são consideradas células de revestimento. Elas revestem os ventrículos do encéfalo e o canal central da medula espinal.
 
 
Valor 
normal 
 
Limite inferior – limite 
superior 
 
 
unidade 
 
Oxigênio 
 
40 
 
35 – 45 
 
mmHg 
 
Dióxido de 
carbono 
 
 
40 
 
 
35 – 45 
 
 
mmHg 
 
Íon sódio 
 
142 
 
138 – 145 
 
mmol/L 
 
Íon potássio 
 
4,2 
 
3,8 – 5,0 
 
mmol/L 
 
Glicose 
 
85 
 
75 – 95 
 
mg/dL 
 
Ácido-base 
 
7,4 
 
7,3 – 7,5 
 
pH 
 
Temperatura 
 
37,1 
 
36,6 – 37,6 
 
O
C

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