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FACULDADEDE CIÊNCIAS APLICADAS E SOCIAIS DE PETROLINA
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL
MAIONE DA SILVA CARVALHO
DIFICULDADES ENFRENTADAS POR MÃES SOLO NO CONTEXTO SOCIAL E ECONÔMICO
PETROLINA-PE
2023
MAIONE DA SILVA CARVALHO
DIFICULDADES ENFRENTADAS POR MÃES SOLO NO CONTEXTO SOCIAL E ECONÔMICO
Projeto de Pesquisa apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso I, para obtenção de nota.
Orientadora: Prof. Dra. Claudia Lourenço.
PETROLINA-PE
2023
1 INTRODUÇÃO
A maternidade é um desafio em si mesmo, mas quando se trata de mães solo, a situação se torna ainda mais complexa, pois elas têm que lidar com a responsabilidade exclusiva de cuidar de seus filhos sem o suporte de um companheiro ou de uma rede de apoio adequada. No contexto social e econômico em que vivemos, as mães solo enfrentam uma série de dificuldades, desde a falta de acesso a serviços básicos como saúde e educação, até a precariedade no mercado de trabalho e a falta de políticas públicas que garantam sua proteção e segurança social (FONTENELE, 2020)
Além disso, a sobrecarga de responsabilidades e a falta de tempo para si mesma também são fatores que contribuem para a vulnerabilidade dessas mulheres.Essas dificuldades têm impactos diretos na vida das mães solo e de seus filhos, afetando sua saúde física e mental, sua qualidade de vida e suas perspectivas de futuro. Por isso, é fundamental compreender a realidade dessas mulheres e identificar as principais demandas e necessidades que elas enfrentam no dia a dia (FERNANDES, 2022).
O autor Galvão (2020) explica sobre as políticas públicas existentes para as mães solos têm uma grande importância, pois garantem que essas mulheres tenham acesso a serviços e benefícios que lhes permitam enfrentar as dificuldades que enfrentam no dia a dia. Essas políticas são fundamentais para assegurar a proteção e o bem-estar dessas mulheres e de seus filhos, promovendo a igualdade de oportunidades e a inclusão social.
Além disso, as políticas públicas também têm um papel fundamental na redução das desigualdades sociais e na promoção da justiça social. Ao garantir o acesso das mães solo a serviços básicos como saúde, educação, moradia e assistência social, essas políticas contribuem para a melhoria da qualidade de vida dessas mulheres e para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária (GALVÃO, 2020).
Existem várias políticas públicas que visam garantir a proteção e o bem-estar das mães solos. Algumas dessas políticas incluem: Bolsa Família: é um programa de transferência de renda que atende famílias em situação de pobreza e extrema pobreza. As mães solo têm prioridade no recebimento do benefício, desde que se enquadrem nos critérios estabelecidos pelo programa, além disso, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec): tem como objetivo oferecer cursos técnicos e profissionalizantes para pessoas em situação de vulnerabilidade social, incluindo mães solo.Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf): oferece crédito para produtores rurais e famílias que vivem da agricultura familiar. As mães solo que trabalham nesse setor podem se beneficiar do programa (GOMES, 2018).
Gomes (2018) ainda cita outra importância das políticas públicas é a sua capacidade de promover a autonomia das mães solo. Ao oferecer benefícios como o Bolsa Família, por exemplo, essas políticas permitem que essas mulheres tenham um pouco mais de segurança financeira para cuidar de seus filhos, garantindo que não precisem se submeter a situações de exploração e violência.
Diante disso, o presente tema se justifica, pois é de extrema relevância para o campo do Serviço Social, visto que se trata de uma problemática social que afeta diretamente a vida dessas mulheres e de seus filhos. A partir dessa análise, será possível propor estratégias e políticas de intervenção que possam contribuir para a melhoria da qualidade de vida dessas mulheres e de seus filhos, promovendo sua inclusão social e econômica e garantindo o pleno exercício de seus direitos como cidadãs (VERZA, 2015).
2. JUSTIFICATIVA
O autor Fontenele (2020) explica que atualmente, há muitas mulheres que criam filhos sozinhos há muito tempo, seja por terem engravidado inesperadamente ou por terem tomado a decisão de fazê-lo por conta própria, como aquelas que usam doadores de esperma para engravidar e pretendem criar seus filhos sozinhas, ou aquelas que se separaram de seus conjugues e optaram por criar seus filhos sozinhas.
A maternidade é uma experiência enriquecedora e transformadora, mas também pode ser desafiadora, especialmente quando a mãe não tem um parceiro para ajudá-la em sua jornada. As mães solteiras enfrentam uma série de dificuldades, tanto sociais quanto econômicas, que podem ter um impacto significativo em sua qualidade de vida e na de seus filhos (FONTENELE, 2020).
Do ponto de vista social, as mães solteiras muitas vezes se sentem isoladas e estigmatizadas. A sociedade tende a colocar a responsabilidade da criação dos filhos sobre os ombros da mãe, tornando-a alvo de julgamentos e preconceitos. Muitas vezes, as mães solteiras têm que lidar com a falta de apoio emocional e social, o que pode levar a problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade (GOMES, 2018).
No contexto econômico, as mães solteiras enfrentam desafios significativos. Muitas vezes, elas têm que lidar com um orçamento apertado e a falta de recursos financeiros para cuidar de seus filhos. A falta de um parceiro significa que há apenas uma fonte de renda na família, o que pode tornar difícil pagar as contas e comprar alimentos, roupas e outras necessidades básicas (GALVÃO, 2020).
Além disso, as mães solteiras muitas vezes têm que equilibrar a criação dos filhos com o trabalho. Isso pode ser extremamente difícil, especialmente para aquelas que não têm acesso a serviços de creche acessíveis e de alta qualidade. A necessidade de trabalhar pode significar que as mães solteiras têm menos tempo para passar com seus filhos, o que pode afetar negativamente o desenvolvimento e o bem-estar emocional das crianças (FERNANDES, 2022).
Nesse sentido, indica-se a justificativa desse estudo, pois procura trazer à tona a sociedade os principais desafios e dificuldades enfrentadas por mães solos dentro do contexto social e econômico. Dessa forma, desenvolver um trabalho sobre essa temática é de extrema relevância, pois é possível sensibilizar a sociedade e os profissionais da área para a importância de uma assistência humanizada, respeitosa e integral a essas mulheres, permitindo discutir a importância da inclusão desse grupo dentro das políticas públicas sociais.
3. PROBLEMA
Um dos principais problemas enfrentados pelas mães solo no contexto social e econômico é a falta de oportunidades de trabalho decente e remunerado. Muitas vezes, essas mulheres precisam se dedicar integralmente ao cuidado dos filhos, o que pode dificultar sua inserção no mercado de trabalho.
Diante disso, surge à seguinte problematização: Quais as principais dificuldades de mães solo no contexto socioeconômico e como as políticas públicas e as ações da sociedade podem contribuir para reduzir as dificuldades enfrentadas pelas mães solo no contexto social e econômico?
4. HIPÓSTESE
 As dificuldades enfrentadas por mães solo no contexto social e econômico são muitas e variadas. Além de ter que lidar com o desafio de criar filhos sozinhas, elas muitas vezes enfrentam obstáculos significativos quando se trata de acessar recursos e oportunidades. As mães solteiras frequentemente têm que enfrentar a discriminação e o preconceito social, o que pode afetar sua auto-estima e confiança e dificultar a busca por emprego e outras oportunidades (FERNANDES, 2022).
Nesse sentido, gera as seguintes hipóteses para discussão nos resultados do estudo.
- As mães solteiras enfrentam mais dificuldades econômicas do que as mães que têm um parceiro presente em casa, o que pode levara problemas financeiros e falta de recursos para suprir as necessidades básicas de suas famílias.
- A estigmatização e o preconceito social em relação às mães solteiras podem afetar negativamente sua auto-estima e confiança, o que pode levar a problemas de saúde mental e emocional, bem como dificuldades na busca por emprego e outras oportunidades.
5. OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral
Compreender as dificuldades enfrentadas pelas mães solo no contexto social e econômico.
3.2 Objetivos Específicos
· Apresentar as políticas públicas existentes e as ações da sociedade que podem contribuir para a melhoria da qualidade de vida dessas mães e de seus filhos;
· Apontar as possibilidades de inserção das mães solo no mercado de trabalho e as barreiras que impedem o acesso a oportunidades de emprego e capacitação;
· Descrever medidas que possam contribuir para a melhoria das condições de vida das mães solo, visando à promoção da igualdade de gênero, a inclusão social e o desenvolvimento sustentável.
6. METODOLOGIA
A metodologia aplicada nesse estudo será uma revisão da literatura com abordagem qualitativa e descritiva. 
As bases de dados utilizadas para pesquisa dos artigos de cunho científico serão em plataformas digitais: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e PUBMED (Biblioteca Nacional de Medicina). Os períodos dos artigos selecionados terá um espaço temporal de 10 anos, sendo entre os anos de 2013 a 2023. 
Para filtrar a pesquisa serão utilizados os seguintes: Mãe solo, assistência social e políticas públicas. Para a análise, os dados serão analisados a partir de uma leitura analítica dos artigos com a finalidade de ordenar e sumariar as informações contidas nas fontes. 
Após, será construída uma planilha de seleção dos estudos contendo título do artigo, nome do autor, ano de publicação e objetivo do estudo. Em seguida, serão analisadas as ideias dos autores para identificação dos aspectos relevantes para compor os resultados do estudo.
7. REVISÃO DE LITERATURA
7.1 POBREZA E DESIGUALDADE SOCIAL NAS DIFICULDADES ENFRENTADAS POR MÃES SOLO
A maternidade solteira é um fenômeno social que está cada vez mais presente na realidade brasileira. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 29% das famílias brasileiras são chefiadas por mulheres, sendo que 80% dessas mães são solteiras. Infelizmente, muitas dessas mulheres enfrentam uma realidade de pobreza e desigualdade social, o que torna a tarefa de criar um filho sozinha ainda mais desafiadora (MOURA, 2014).
A pobreza e a desigualdade social são fatores que estão diretamente relacionados às dificuldades enfrentadas por mães solteiras. Quando essas mulheres não têm acesso a recursos financeiros suficientes para prover as necessidades básicas de suas famílias, enfrentam dificuldades como falta de moradia adequada, acesso limitado a serviços de saúde e educação, alimentação insuficiente e problemas de segurança. Esses fatores podem afetar diretamente a qualidade de vida dos filhos e criar um ambiente instável e inseguro para a família. (MACEDO, 2018).
Além disso, as mães solteiras muitas vezes enfrentam dificuldades para conseguir emprego e sustentar suas famílias de maneira adequada. Isso pode ocorrer devido à falta de qualificação ou experiência profissional, à falta de opções de trabalho flexíveis ou à discriminação no local de trabalho. Essas dificuldades podem ser agravadas ainda mais pela falta de apoio social e emocional, que pode afetar a saúde mental das mães solteiras e tornar ainda mais difícil lidar com as responsabilidades familiares (MESTRE, 2021).
O autor Piccinini et al., (2016) explica que é importante destacar que as políticas públicas têm um papel fundamental na mitigação da pobreza e da desigualdade social enfrentadas por mães solteiras. Programas como Bolsa Família, por exemplo, podem ajudar a garantir um mínimo de recursos financeiros para essas famílias e melhorar a qualidade de vida dos filhos. Além disso, políticas de assistência à educação e ao emprego, como a oferta de cursos de qualificação e programas de incentivo ao empreendedorismo, podem ajudar as mães solteiras a adquirir as habilidades necessárias para ingressar no mercado de trabalho e sustentar suas famílias.
Por fim, é importante destacar a importância da conscientização social sobre as dificuldades enfrentadas pelas mães solteiras. É preciso acabar com o estigma social que muitas vezes é associado à maternidade solteira e reconhecer a importância das mães solteiras na sociedade. A inclusão social e a valorização dessas mulheres são essenciais para construir uma sociedade mais justa e igualitária para todos (MOURA, 2014).
7.2 EMPREGO E MERCADO DE TRABALHO PARA MÃES SOLO: DESAFIOS E PERSPECTIVAS 
O emprego e o mercado de trabalho são questões fundamentais para as mães solo, que precisam garantir a sustentabilidade financeira de suas famílias. No entanto, as dificuldades enfrentadas por essas mulheres no mercado de trabalho são significativas e podem ser agravadas pela falta de políticas públicas que as apóiem (SANTOS, 2020).
As mães solo muitas vezes enfrentam desafios na hora de conciliar suas responsabilidades familiares com as exigências do mercado de trabalho. Algumas empresas ainda têm uma cultura corporativa que desconsidera as demandas das mães solteiras, como a necessidade de horários flexíveis, licenças maternidade prolongadas ou apoio para lidar com imprevistos familiares (MACEDO, 2018).
Além disso, muitas mães solteiras enfrentam dificuldades para conseguir emprego devido a discriminações de gênero e ao preconceito em relação à maternidade solteira. Essa realidade é ainda mais grave para mulheres negras, que enfrentam barreiras adicionais em razão da discriminação racial (FERNANDES, 2022).
No entanto, apesar dos desafios, é possível identificar perspectivas positivas para as mães solo no mercado de trabalho. Uma dessas perspectivas é a crescente demanda por mão de obra qualificada em setores em expansão, como o de tecnologia e inovação. Esses setores geralmente oferecem oportunidades de trabalho flexíveis e remuneração atrativa, o que pode ser uma boa opção para as mães solo (SALVADOR, 2017).
Outra perspectiva positiva é o crescimento do empreendedorismo feminino. Muitas mães solteiras estão investindo em seus próprios negócios, utilizando seus talentos e habilidades para gerar renda e sustentar suas famílias. Nesse sentido, políticas de incentivo ao empreendedorismo feminino podem ser um importante estímulo para as mães solo que desejam empreender (MOURA, 2014).
Por fim, é importante destacar que políticas públicas específicas para as mães solo podem ser essenciais para garantir a inclusão dessas mulheres no mercado de trabalho. Programas de qualificação profissional, incentivos fiscais para empresas que contratem mães solo e apoio financeiro para empreendedoras são exemplos de medidas que podem contribuir para a inserção e a permanência dessas mulheres no mercado de trabalho (MESTRE, 2021). O emprego e o mercado de trabalho para as mães solo são temas complexos e desafiadores, mas também oferecem perspectivas positivas. É fundamental que as políticas públicas e a cultura corporativa evoluam para contemplar as necessidades dessas mulheres e valorizar sua contribuição para a sociedade (SALVADOR, 2017).
8. CRONOGRAMA 
	ATIVIDADES
	MÊS
	ANO
	
	01
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	04
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2023
	Revisão da literatura
	
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	Elaboração do Pré-projeto
	
	
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	Entrega do pré-projeto
	
	
	
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	Considerações do pré-projeto
	
	
	
	
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	Qualificação do pré-projeto
	
	
	
	
	
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Seleção e análise dos dados
	
	
	
	
	
	
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	Finalização do resultados
	
	
	
	
	
	
	
	
	
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	Data prevista para defesa do TCC II
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
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REFERÊNCIAS
FERNANDES, Priscila da Silva. Família monoparental feminina: desafiosde ser mãe solo. UNESP. 2022.
FONTENELE, Luana. Mãe solteira ou mãe solo? Descubra as implicações de cada termo e conheça histórias dessa realidade. Revista Oitomeia. 25 de outubro 2020.
GALVÃO, Lize. Mãe solteira, não. Mãe solo! Considerações sobre maternidade, conjugalidade e sobrecarga feminina. Revista Direito e Sexualidade, v. 1, p. 1-23, 2020.
GOMES, Magno Rogério; SOUZA, Solange de Cássia Inforzato. Desigualdades Salariais de Gênero no Primeiro Emprego, Reemprego e Remanescentes nos Setores Econômicos: Evidências para o Sul do Brasil. Revista Análise Econômica, v. 36, n. 71, 2018.
MACEDO, Márcia do Santos. Mulheres chefes de família e a perspectiva do gênero. CAD. CRH, Salvador, v1.21, ago. 2018.
MESTRE, Simone de Oliveira. Maternidade guerreira, responsabilização, cuidado e culpa das jovens mães. Revista estudos feministas. 2021.
MOURA, Solange Maria Rolim. A maternidade na historia e a historia dos cuidados maternos. Revista Psico.cienc.prof. Brasilia, v.24, n1, março de 2014.
PICCININI, Cesar Augusto. Apoio social e experiência da maternidade. Revista Brasileira de crescimento e desenvolvimento humano. São Paulo, v.16. Abril 2016.
SALVADOR, E. O desmonte do financiamento da seguridade social em contexto de ajuste fiscal. Serviço Social e Sociedade. São Paulo, n. 130, p. 426-446, set./dez. 2017.
SANTOS, Silvana Mara de Morais dos; OLIVEIRA, Leidiane. Igualdade nas relações de gênero na sociedade do capital: limites, contradições e avanços. 2020.
VERZA, Fabiana; KATH Marli; STREY, Marlene Neves. Mãe, Mulher e Chefe de Família: Perspectivas de Gênero na Terapia Familiar. Pensando Famílias, v. 19, n. 1, p. 46-60, jun. 2015.

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