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Aula 1: Sociedade, Educação Física e jogo de handebol Um pouco de história Existem fatos contraditórios para saber exatamente quem criou o handebol, mas, na própria história, encontramos fatos e registros de atividades e modalidades parecidas e em vários momentos são semelhantes, desde a criação da bola. Portanto, na busca de sua abrangência contextual, o jogo ou a prática do handebol já era algo muito especial e inevitável. Origem do handebol Um jogo com uma bola do tamanho de uma maçã e sem baliza foi descrito por Homero em Odisseia (século VIII a.C.). A bola era jogada com as mãos, e o objetivo era ultrapassar o adversário, utilizando movimentos que lembravam a troca de passes – o que ficou conhecido como urania. Esse fato foi registrado em uma pedra na cidade de Atenas e data de 600 a.C. + Do médico romano, Claudius Galenus (130 d.C.-200 d.C.), existem informes que apontam os romanos como conhecedores do jogo, cuja característica principal era a prática com as mãos. Disso resultou sua denominação: hasparton. Durante a Idade Média, os jogos com bola – ou jogos de pegar bola – eram praticados como lazer por rapazes e moças (namorados). Vários cavaleiros os praticavam. Seu fundamento era a relação entre passes para chegar às metas, o que foi descrito por Walther Von der Vogelwide (1170-1230). + Na França, Rabelais (1494-1533) citava uma espécie de handebol: “Esprés jouaiant à balle, à la paume” (“Eles jogam bola usando a palma da mão”). + Já o professor dinamarquês Holger Nielsen (1866-1955) criou, no século XIX, no Instituto de Ortrup, um jogo denominado haaddbold, determinando suas regras para a prática em quadras. · Também havia vários jogos semelhantes, tais como: · Hazena – tcheco; · El balón – uruguaio; · Raftball – alemão (1890). 1912 Quem o levou para o campo foi o alemão Hirschmann – então secretário da Federação Internacional de Futebol –, que tentou introduzir o handebol seguindo as regras do futebol. O alemão e professor de Educação Física, Karl Sshelenz, procurou dar a suas classes femininas uma atividade alegre e movimentada, criando o handebol com base no jogo tcheco hazena. 1914 Na cidade de Berlim, encontram-se as primeiras disputas que se desenrolaram em um campo de 40 x 20 metros. 1915-1918 O período da Primeira Guerra Mundial foi marcante para o desenvolvimento do handebol, quando o professor de ginástica Berlinense Max Heiser criou um jogo ao ar livre, derivado do torball, para as operárias da Fábrica Siemens. Nele, as dimensões do campo aumentaram (40 x 80 metros), quando os homens começaram a praticá-lo. Além disso, as regras também foram modificadas. 1920 Em setembro de 1920, o diretor da Escola Superior de Educação Física Alemã, Carl Diem, estabeleceu oficialmente o reconhecimento, em nível internacional, desse esporte praticado com as mãos – mesmo jogado em campos e com traves do mesmo tamanho do futebol. 1925 Em setembro de 1925, foi disputado o primeiro jogo internacional: a Alemanha venceu a Áustria pelo placar de 6 a 3. Portanto, teve início o handebol de campo, cujas medidas foram igualadas às de um campo de futebol, já com 11 jogadores, com a bola reduzida de tamanho, permitindo o manuseio com uma só mão. Isso proporcionou maior movimentação e satisfação na prática do jogo. Difundiu-se na Alemanha, Áustria, Suécia, Dinamarca e Checoslováquia – países que realizavam entre si as primeiras partidas internacionais. 1927 Foi criada a Federação Internacional de Handebol, com 39 países inscritos, mas somente em 1936, o esporte foi incluído nos Jogos Olímpicos de Berlim, quando a Alemanha foi campeã. Então, surgiu o handebol de salão – um esporte independente, com técnica e tática própria, suplantando o handebol de campo, que sofreu a concorrência do futebol, mais atraente e já implantado em todos os países do mundo. Entretanto, os rigores do inverno europeu não permitiam a prática do handebol em campo aberto, o que levou esse esporte a uma adaptação para ser praticado em recinto fechado e de menor tamanho. 1946 Estudos indicam que os suecos foram importantes quanto à inovação trazida pelo inne-hand-ball (handebol no interior) ou hallenhandeball (handebol de salão), como posteriormente foram denominados pelos alemães, diminuindo o tamanho do campo e o número de jogadores, que passou a ser sete. Assim, as jogadas ganharam em movimentação e rapidez. A natureza do piso possibilitava maior movimentação com a bola. A quadra, por ser de dimensões menores, permitia a todos os jogadores atacarem e defenderem em bloco, o que imprimia às jogadas uma grande velocidade, com isso contribuindo para grandes possibilidades de gol. 1966 Os jogos de handebol em campo gramado foram terminando e passaram a ser realizados somente em quadras. 1972 Dessa forma, o handebol voltou na Olimpíada de 1972, já em sua nova versão (de 7 jogadores). Posteriormente, em 1976, o handebol feminino também passou a fazer parte dos Jogos Olímpicos. Handebol e profissionalização Durante vários anos e fomentada principalmente pela Guerra Fria, os países do leste europeu tinham uma ligação expressiva com os esportes. Entretanto, após o enfraquecimento da própria guerra – em especial o colapso temporário nas áreas econômica, social e política dos países associados ao bloco do leste europeu –, vieram os efeitos: algumas equipes representantes daqueles países nacionais perderam sua predominância e a consequente liderança. Assim, grandes profissionais técnicos e especialistas migraram para outros países, como a Alemanha, França e Espanha, que, em função desse intercâmbio, passaram a se destacar mundialmente, sobretudo no final da década de 1980 e durante a década de 1990. Alguns países africanos e asiáticos também passaram a se destacar no âmbito internacional. Nesse sentido, o handebol saiu da condição de esporte totalmente amador, e várias entidades e clubes contrataram jogadores com valores financeiros. Aspectos históricos do handebol no Brasil Durante a Primeira Guerra Mundial, muitos imigrantes alemães vieram para o sul do Brasil, trazendo sua cultura e seus jogos. Com isso, chegou, aqui, o handebol de campo. Com a expansão da exploração do País, o esporte foi divulgado, e teve maior aceitação em São Paulo e na própria região Sul. Em 26 de fevereiro de 1940, foi fundada a Federação Paulista de Handebol (FPHand). Além disso, em 1954, foi oficializado o I Torneio Aberto de Handebol de Campo no Esporte Clube Pinheiros. ⇩ O handebol do Brasil disputou a primeira vez em uma Olimpíada na edição de Barcelona (Espanha - 1992), com a seleção masculina, que terminou em 12º lugar. Na Olimpíada de Atlanta (Estados Unidos - 1996), a mesma seleção ficou em 11º lugar. ⇩ Já a seleção Feminina fez história e, pela primeira vez, colocou o Brasil em uma Olimpíada por seus próprios méritos. Com o ouro conquistado nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg (Canadá - 1999), a equipe se classificou para os Jogos Olímpicos de Sidney (Austrália - 2000). ⇩ Essa edição foi especial e representou um marco para o handebol brasileiro, já que as meninas alcançaram o 8º lugar e começaram a despertar atenção no cenário mundial. ++++++ Em 2004, novamente, o Brasil voltou a disputar Jogos Olímpicos em Atenas (Grécia) – dessa vez nas duas categorias. Bem mais estruturada, especialmente no plano da preparação, a equipe masculina conseguiu, de forma heroica, o 10º lugar, e a feminina também brilhou, terminando em 7º lugar. ⇩ Em outro momento importante para o handebol brasileiro, em Pequim (China - 2008), tivemos a classificação, e a história se repetiu depois que as seleções conquistaram, de modo invicto, a classificação nos Jogos Desportivos Pan-Americanos, no Rio de Janeiro, em 2007. ⇩ Na China (2008), a equipe feminina terminou na 9ª colocação, e a masculina, em 11º lugar, com um número maior de participantes. ⇩ Quanto ao handebol feminino, a seleção brasileira foi campeã em 2013, tornando-se a segunda nação não europeia e a primeira das Américas a conquistar o título na história do torneio. Além disso, essa mesma seleção foi aprimeira não europeia, desde 2003, a chegar a uma semifinal de Mundial. Representação do handebol O handebol de base pode ser praticado de diversas formas. Vejamos: Importância do estímulo à prática do handebol O handebol é a combinação de vários tipos de jogos populares disputados na Antiguidade, os quais foram de fácil aceitação e assimilação de movimentos, tais como correr, saltar, bloquear e arremessar. Hoje em dia, o handebol é uma das modalidades esportivas mais praticadas em nível mundial, apresentando, inclusive, uma das maiores audiências em Jogos Olímpicos. Por se fácil de aprender, o esporte proporciona aos professores a possibilidade de educar pelo jogo, com base no(a): ⇩ Tudo isso ajuda no desenvolvimento motor das crianças. O handebol obteve grande difusão nos meios estudantis, graças aos professores de Educação Física, que desenvolveram um trabalho de profundidade nas escolas em vários níveis de ensino. Então, o esporte pode ser implantado como prática social e educativa no ambiente formal ou informal. Além disso, trata-se de um instrumento pedagógico que permite à criança e ao jovem construir suas identidades e identificar seus próprios interesses. Afinal, cada participante tem a oportunidade de realizar atividade corporal esportiva, produzindo a noção cultural. O esporte contribui para o processo educacional por meio da contextualização dos valores. Em alguns momentos, a instrumentalização para o jogo de rendimento pode ser atrelada à rotina dos praticantes. Atualmente, o handebol vive um momento de transição: deixa de ser compreendido apenas como uma prática esportiva, caracterizada pela repetição de movimentos técnicos, e passa a ser considerado fenômeno sociocultural, que engloba a complexidade da prática corporal. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Aula 2: Regras do handebol de quadra Desenho da quadra Para começar a aula, vamos analisar as áreas demarcadas em uma quadra de handebol: Marca do goleiro (4 metros) · Linha de limitação do goleiro, de 15 centímetros de comprimento, marcada diretamente à frente de cada baliza, paralela à linha de gol a uma distância de 4 metros – medidos desde a face posterior da linha de gol até a face anterior da linha de 4 metros. Marca de 7 metros · Linha com 1 metro de comprimento, marcada diretamente em frente à baliza, paralela à linha de gol a uma distância de 7 metros – medidos desde a face posterior da linha de gol até a face anterior da linha de 7 metros. Linha central · Linha que une os pontos centrais das duas linhas laterais. Área de substituição · A linha de substituição – um segmento da linha lateral – para cada equipe estende-se desde a linha central a uma distância de 4,5 metros para cada lado. Esse ponto final da linha de substituição é prolongado por uma linha paralela à central, e estende-se por 15 centímetros para dentro da quadra e 15 centímetros para fora. Linha de tiro livre (9 metro · Linha tracejada a 3 metros de distância da linha da área de gol. Ambos os segmentos da linha e os espaços entre eles medem 15 centímetros. Duração de uma partida (por categoria) A duração de uma partida de handebol depende de sua categoria, conforme mostra a tabela a seguir: Caso seja preciso um tempo extra (prorrogação), o jogo é acrescido de dois tempos com 5 minutos cada. Se o tiro de 7 metros for usado como critério de desempate, os jogadores não excluídos ou desqualificados ao final do tempo de jogo estarão autorizados a participar das cobranças. Cada equipe nomeia 5 jogadores: cada um executa um arremesso, alternando com os do outro time. Não é necessário que as equipes predeterminem a sequência dos jogadores. Os goleiros podem ser livremente escolhidos e substituídos entre aqueles aptos a participar. Os jogadores também podem participar no tiro de 7 metros como arremessadores e goleiros. Cada equipe tem o direito de receber um tempo técnico de 1 minuto em cada período de uma partida regular, mas não no período extra. Os árbitros decidem o início e a duração de uma interrupção (time-out). Equipe de jogadores e tamanho da bola Uma equipe de handebol de quadra é formada por 7 jogadores e pode ter até mais 7 reservas. Alguns campeonatos autorizam um grupo de 16 atletas. Se uma equipe estiver jogando sem goleiro, um número máximo de 7 jogadores de quadra será permitido ao mesmo tempo na quadra. As substituições são livres, desde que sejam feitas na zona de substituição, e que o jogador substituto só entre em quadra após a saída do substituído. Uma falta de substituição tem de ser penalizada com uma exclusão de 2 minutos para o jogador infrator. Se mais de um jogador da mesma equipe cometer uma falta de substituição na mesma situação, somente o primeiro que cometeu a infração será penalizado. A partida será reiniciada com um tiro livre para os adversários. A tabela a seguir apresenta o peso e as medidas da circunferência da bola de handebol: Área de gol No handebol, a área de gol é restrita aos goleiros, mas outros atletas podem ultrapassá-la. Nesses casos, ocorrem as seguintes punições: Entretanto, há situações que não implicam penalidades, como, por exemplo, quando: A. Um jogador entra na área de gol depois de jogar a bola, desde que isso não crie desvantagem para os adversários; B. Um jogador de uma das equipes entra na área de gol sem a bola e não ganha vantagem com isso. Se um jogador lançar a bola dentro de sua própria área de gol, são marcados: 1. Gol – se a bola entrar na baliza; 2. Tiro livre – se a bola ficar dentro da área de gol, ou se o goleiro tocar nela sem que entre na baliza; 3. Tiro lateral – se a bola sair pela linha de fundo. Caso a bola passe pela área de gol e volte para a área de jogo, sem ser tocada pelo goleiro, o jogo continuará. Manejo de bola Para manejar a bola no jogo de handebol, é permitido: 01 - Lançar, agarrar, parar, empurrar ou golpear a bola, usando mãos (abertas ou fechadas), braços, cabeça, tronco, coxas e joelhos; 02 - Segurar a bola durante, no máximo, 3 segundos; 03 - Dar, no máximo, 3 passos segurando a bola; 04 - Quicar a bola uma vez e agarrá-la novamente com uma ou ambas as mãos; 05 - Quicar a bola repetidamente com uma mão (drible) e, então, agarrá-la novamente com uma ou ambas as mãos; 06 - Rolar a bola sobre o solo repetidamente com uma mão e, então, agarrá-la com uma ou ambas as mãos. Realiza-se um passo quando: Jogo passivo Há duas situações de jogo passivo: Sofrem penalidades aqueles que tocam na bola mais de uma vez depois que foi controlada, a menos que esta tenha tocado no solo, em outro jogador ou na baliza nesse meio tempo. No entanto, tocá-la mais de uma vez não implica penalização, se o jogador cometer uma Falha de recepção1. Também haverá punição para aquele que tocar na bola com o pé ou com a perna abaixo do joelho, exceto quando esta for arremessada por um adversário. Se a bola tocar em um árbitro dentro da quadra, o jogo continuará. Caso um jogador com posse da bola se movimente, apoiando um ou ambos os pés fora da quadra – com a bola ainda dentro da quadra –, para passar, por exemplo, ao redor de um jogador defensor, será aplicado um tiro livre para o adversário. * Falha de recepção1 = Falha na tentativa de controlar a bola ao tentar agarrá-la ou detê-la. Faltas A tabela a seguir apresenta as ações consideradas faltas ou não no handebol: Bloquear = Impedir o adversário de mover-se para um espaço vazio. As ações de bloquear, manter o bloqueio e sair do bloqueio devem, a princípio, ser realizadas de maneira passiva em relação ao adversário. Arbitragem e validade do gol Antes que comece a partida de handebol, os árbitros são responsáveis por inspecionar a quadra de jogo, as balizas e as bolas – eles decidem quais serão utilizadas. Dois com igual autoridade são encarregados por cada partida, e auxiliados por um secretário e um cronometrista. Os árbitros monitoram a conduta dos jogadores e dos oficiais de equipe, desde o momento em que entram no recintodo jogo até que o abandonem. O gol será marcado e validado quando: 1. A bola ultrapassar completamente a linha correspondente – desde que nenhuma infração às regras tenha sido cometida pelo arremessador, por outro jogador ou oficial de sua equipe, antes ou durante o arremesso; 2. Um jogador lançar a bola para dentro de sua própria baliza (no caso, o gol vale para a equipe adversária) – exceto quando o goleiro está executando um tiro de meta; 3. Um objeto ou uma pessoa não participante do jogo (como espectadores, por exemplo) impedir que a bola entre na baliza – embora os árbitros estejam convencidos de que isso aconteceria de qualquer jeito. Tiros Vamos conhecer, agora, as ações marcadas em uma partida de handebol: Tiro de saída Executado no início do 1º e do 2º tempo de jogo, e após a marcação de um gol. Nesse caso, os jogadores da equipe adversária não necessitam ficar em sua quadra de defesa, mas devem respeitar uma distância de 3 metros para o executante. Em contrapartida, todos os jogadores da equipe que realizará o tiro de saída precisam estar em sua quadra de defesa, e o jogador executante, colocar um pé sobre a linha central. O tiro de saída deve ser realizado do centro da quadra, após o apito do árbitro, em até 3 segundos. Tiro lateral Cobrado do local de onde a bola saiu da quadra pela linha lateral. O jogador deve permanecer com um pé sobre a linha durante sua execução. Tiro de meta Cobrado somente pelo goleiro, basicamente quando: Um jogador adversário invade a área de gol, ou toca na bola que está rolando ou parada dentro dessa área; A bola sai pela linha de fundo após ter sido tocada pelo goleiro ou por um adversário; O tiro de meta é executado quando a bola, arremessada pelo goleiro, cruza completamente a linha da área de gol. Um gol pode ser marcado diretamente de qualquer tiro, exceto um gol contra direto, que ocorre por meio de um tiro de meta – como, por exemplo, quando a bola cai dentro de sua própria meta. Tiro livre Válido toda vez em que há violação de regras – quanto a manejo de bola ou à falta. Nesse caso, os adversários devem ficar a uma distância de 3 metros do jogador executante. Tiro de 7 metros Concedido toda vez que uma clara chance de gol é interrompida por uma falta. O tiro de 7 metros é executado após o apito do árbitro, em até 3 segundos, quando se arremessa a bola ao gol. O executante deve permanecer atrás da linha de 7 metros. Depois do arremesso, a bola não pode ser tocada por ele nem por um companheiro da mesma equipe, até que toque em um adversário ou na trave. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Aula 3: Métodos de ensino Fundamentação básica No desenvolvimento pedagógico do ensinamento dos jogos esportivos, o aluno é observado e analisado como unidade e individualidade. O desenvolvimento é feito de acordo com a faixa etária. O ensino dos jogos aumenta as experiências necessárias a sua execução final. Conforme Dietrich, Dürrwächter e Schaleer (1988), alguns princípios norteiam a metodologia de ensino dos jogos esportivos. Os métodos de jogos são representados por diferentes níveis. São eles: Formas metodológicas Os pequenos jogos são importantes na aprendizagem em função de sua semelhança com o grande jogo final. Eles representam situações da aprendizagem de jogo simplificado. As formas de jogo podem ser: Formas básicas: · Os pequenos jogos levam as experiências para a aprendizagem de um grande jogo. As crianças participam deles. Minijogos esportivos: · Esportes com regras simplificadas e alterações na aparelhagem e no número de participantes. É a última etapa de um programa de aprendizagem para o grande jogo. Exemplos - Minivoleibol; - Minibasquetebol; - Mini-handebol. Formas rudimentares dos jogos esportivos: · Neste caso, não há preparação metodológica especial. Utiliza-se um grande jogo com duas equipes e o professor como árbitro (método de confrontação). Exemplo: Após a aprendizagem da pegada e do passe no handebol, realiza-se o jogo com algumas regras simplificadas. Já as formas de exercício implicam movimentos repetidos dentro da mesma condição. Os elementos do jogo são retirados para melhorar a destreza ou habilidade dos participantes. Aqui, há elementos: Entre as variações de formas de exercícios, destacamos: Exercício puro e simples Com poucos elementos motores ou táticos. Não existe a competição. Exemplo: Uma técnica (fundamento) como o passe se executa parado com mudança de direção. Após a execução, vai para o final da coluna. Os exercícios puros podem ser modificados para não cansar psicologicamente seus participantes ao criar uma situação de desafio. Exercício puro caracterizado como jogo Aqui, acrescenta-se o espírito de jogo ou de competição. Este tipo de exercício pode ser praticado com o número de acertos ou a cronometragem de tempo para uma situação de jogo na atividade. Exemplo: É possível fazer contestes ou até estafetas. Exercício complexo Neste caso, diversos elementos são combinados. Exemplos: Drible e arremesso. As destrezas motoras são desenvolvidas dentro dos aspectos exigidos em relação ao tempo e ao espaço de jogo desejados. Exercício complexo caracterizado como jogo Aqui, há competição. Este tipo de exercício será conjugado a uma situação de jogo propriamente dito. Exemplos Passar > pivô > passar; Corrida dos seis dias. A vantagem é a caracterização lúdica de uma atividade complexa. Modificação de pequenos jogos Metodologia empregada para atingir objetivos parciais, motores ou táticos de um esporte (jogo). Exemplos Bola ao tigre – pegada e arremesso; Queimado – arremesso. Exercício das fases do jogo Aborda a aprendizagem motora e as tarefas que serão desenvolvidas no jogo. Exemplo: Marcação e ataque no handebol – utilização de superioridade necessária (3-2). Jogo-exercício Aplicação dos elementos táticos e motores dos jogos para o principiante. O professor interrompe a prática quando alguma ação do objetivo não foi atingida. Exemplo: Divisão do campo de jogo em faixas. Verifique a defesa em relação ao ataque com o número de jogadores superiores. As formas de avaliação medem o progresso motor ou a tática dos jogadores. Aqui, o jogo é conhecido e envolve as relações intersociais. As formas de treinamento são utilizadas para estimular: Séries metodológicas Série de jogos Aqui, busca-se o conhecimento básico do jogo final. Depois, chega-se ao jogo complexo. A destreza motora não é relevante, e sim a construção e os conhecimentos específicos de cada jogo e plano de ação, bem como as relações interpessoais. Esta é a mais importante série metodológica dos jogos esportivos devido a sua forma racional. As formas básicas e os minijogos implicam grande jogo. Série de exercícios Medidas metodológicas complementares, ou seja, formas de exercício em que se busca a aquisição de destrezas motoras ou táticas do jogo. Exemplos · Drible; · Arremesso; · Pegada. Esta série é utilizada no método parcial. Programas de ensino na área dos jogos esportivos Ensino programado com série de exercícios ou jogos subutilizados e secundários. Programas de treinamento na área dos jogos esportivos Formas de ordenação racional que acompanham o processo de ensino durante um período longo. É possível fazer programas de treinamento simples e em circuito, como no handebol. Princípios metodológicos Reunião das formas e séries metodológicas, que incluem diversas teorias, e inúmeros objetivos pedagógicos e psicológicos. Há dois procedimentos divergentes e opostos. São eles: Princípio analítico-sintético Abrange métodos parciais, exercícios por parte, analíticos e desdobramentos. Entre os elementos especiais estão conjuntos lógicos de técnicas (táticas ou condicionadas) que se conectam. Exemplo: No handebol, há conexão entre: passe ➔ recebimento ➔ drible ➔ arremesso à baliza. Esses movimentos são divididos em quatro etapas funcionais com exercícios para que haja, no final, o grande jogo. Neste princípio, utiliza-se a série de exercícios. À medida que oaluno passa a dominar melhor cada exercício, consegue praticar uma nova sequência. Os princípios metodológicos vão do: · Conhecido ao desconhecido – das partes ao todo; · Simples ao complexo ➔ aproximação gradativa. Princípio global-funcional Criação de cursos de jogos para simplificar os esportes coletivos em relação à idade. Nesse caso, aumenta-se o grau de dificuldade até chegar ao jogo formal. Aqui, podem ser eliminados elementos motores ou táticos que estejam vinculados ao jogo-fim. Exemplos · Bola sobre corda; · Câmbio; · Ato de segurar a bola. Este princípio busca adequar toda a complexidade do esporte (tática, regras e conceitos táticos) com a sequência dos jogos. Concepções metodológicas Aqui, deve-se unir o jogo e o exercício. ➔ Método global Neste método: · Aplica-se uma série de jogos; · Respeita-se uma série de exercícios; · Informa-se a ideia central do jogo. Na divisão dos jogos, o aluno consegue visualizar o jogo proposto. Os jogos de iniciação, os grandes jogos e os pré-esportivos não podem ser difíceis, e as regras devem ser pouco complexas. O processo de ensino e aprendizagem de jogos com pequenos grupos e espaços reduzidos precisa ser mais intenso. ➔ Método de confrontação Não há divisão do jogo em partes ou em pequenos jogos. Pratica-se o jogo adulto (formal) com duas equipes e regras simplificadas. Afinal, só aprendemos jogando. Vejamos as vantagens e desvantagens deste método, também conhecido como rola a bola: ➔ Método parcial Dividido em técnica, tática e treino, este método: · Emprega as séries de exercícios (seriação); · Ensina por elementos isolados; · Objetiva a perfeição do gesto esportivo; · Enfatiza a técnica. Vejamos as vantagens e desvantagens desse método, cujo treinamento vai das partes ao todo: ➔ Conceito recreativo Este método utiliza o sentido racional – jogar desde o início para a construção do jogo passo a passo – e engloba os pequenos jogos, contestes e estafetas. Os iniciantes colecionam experiências adequadas e aperfeiçoam gestos técnicos. É possível ordenar os jogos por grau de dificuldade (séries) e combiná-los com série de exercícios. Vejamos as vantagens desse método: ✓ O iniciante começa a praticar o jogo que deseja aprender. ✓ O jogo esportivo adapta-se a qualquer idade. ✓ As crianças também se adaptam às condições sociais do jogo. ✓ O aprendizado progride a passos lentos. ✓ Com a série de jogos, degrau a degrau, a modificação é pequena. ✓ As regras, o espírito de jogo e os planos de ação são complementados na organização da partida. ✓ Pequenas etapas evitam que o iniciante tenha frustrações quando acontece algum fracasso. ✓ Os alunos reconhecem o valor dos exercícios, pois vencem os objetivos próximos e não deixam que as aulas se tornem monótonas. ✓ As formas básicas dos jogos esportivos valem para os minijogos. ✓ É um processo racional do curso do jogo. ➔ Método misto Para a prática corporal do handebol, empregam-se dois métodos ao mesmo tempo: Global – apresentação do esporte; Parcial – exercícios educativos. É necessário iniciar a aula pelo método global, passando em determinado momento para o parcial, a fim de desenvolver ou aperfeiçoar a técnica, até terminar a prática corporal com o método global. Vejamos as vantagens e desvantagens do método misto: -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Aula 4: Meios técnicos ofensivos Empunhadura: fundamentação básica A adaptação à bola é o conhecimento e a familiarização com o implemento do jogo (bola), descobrindo seu domínio, seu peso, sua textura, suas trajetórias, sua velocidade, e o relacionamento entre espaço e tempo (empunhadura e manejo de bola). No handebol, a prática da empunhadura envolve a ação de segurar a bola, principalmente com uma das mãos. Mas, para facilitar o aprendizado na iniciação do esporte, as duas mãos podem ser utilizadas. A dinâmica desse processo implica livrar-se da bola. Uma estratégia importante para facilitar a ação de jogo é usar somente uma das mãos, com os dedos bem abertos e colocados em uma maior extensão da bola, exercendo certa pressão sobre ela. A palma das mãos deve estar um pouco côncava. Para aplicar essa prática, sugerimos a seguinte atividade: coloque dois alunos de frente um para o outro, jogando a bola para o alto. Eles devem segurá-la, primeiro, com as duas mãos e, depois, com apenas uma. Recepção Ação específica de recepcionar a bola, ou seja, postura apropriada a se empregar no momento de segurar a bola. Para facilitar o movimento da recepção durante o jogo, os braços devem estar estendidos, principalmente na trajetória da bola, e as mãos, paralelas, com formato côncavo bem leve. As palmas precisam ser orientadas para frente, e os dedos não podem estar rígidos ou descontraídos. Objetivo da recepção A recepção tem como objetivo estabelecer uma conexão de continuidade com as jogadas rápidas empregadas durante as fases da partida. Nesse sentido, necessita de certa estabilidade no domínio de bola, especialmente durante seu controle, de modo a manter a posse sem a interferência do adversário ou sem qualquer dificuldade de ação. Tipos de recepção · Alta; · Média; · Baixa; · No solo. Observações durante a aprendizagem a. Quando o jogador recebe a bola a qualquer altura, os braços vão a seu encontro. b. Os braços devem estar descontraídos (flexionados) na articulação dos cotovelos. c. Os dedos devem estar levemente estendidos, descontraídos e separados. d. As mãos devem estar em forma de concha, oferecendo à bola uma grande superfície de encaixe. e. Na recepção de bola alta, os dedos polegares apontam um para o outro. f. Na recepção de bola abaixo da cintura, a posição das mãos muda 180°, de modo que os dedos mínimos apontam um para o outro. Erros mais comuns na aprendizagem 1. Rigidez dos membros envolvidos; 2. Posição errada das mãos e dos dedos; 3. Braços estendidos. Passe Para Tenroller (2004) e Costa Neto (2017), durante o jogo, o passe tem como movimento específico levar ou destinar a bola de um atleta a outro da mesma equipe, fazendo com que seja mexida de forma rápida entre os jogadores, em vez ser transportada por apenas um dos componentes. A ideia é encaminhar a bola até o gol da equipe adversária. Portanto, durante a partida, o passe tem como finalidades as tramas e jogadas produzidas pela equipe. Por isso, durante sua execução, é importante fazê-lo de forma segura e ligeira, o que auxilia vários aspectos do ataque e da defesa. Mas realizar um passe perfeito não é tão simples como parece. Princípios táticos do passe Durante uma partida de handebol, as ações táticas são muito importantes. Os passes precisam ser executados com força, de acordo com a distância percorrida, que, dependendo da situação de jogo, pode ser curta ou longa. Há passes baixos, próximos a cabeça, rápidos ou lentos. Já a trajetória da bola é classificada da seguinte forma: Tipos de passe Com uma das mãos na altura do ombro Para Costa Neto (2017), este tipo de passe é empregado de forma constante por ser acelerado e de facilidade anatômica. Ele deve ser realizado com uma das mãos posicionada na altura do ombro, especialmente para: Jogadas montadas de quadra; Reposição da bola em jogo; Cobranças de falta. O passe de ombro ou fundamental é o mais importante e o mais seguro do handebol. Por trás da cabeça Dependendo da situação do jogo, este tipo de passe é praticado quando a equipe atacante tenta encobrir a barreira ou jogadores da equipe adversária. Quanto a sua forma de aplicação, o jogador de handebol deve executá-lo por cima e por trás da cabeça. Com uma das mãos por baixo do quadril Para Costa Neto (2017), este tipo de passe deve ser efetuado pelos jogadores de handebol sempre com uma das mãos, abaixo do quadril e, especialmente, ao lado do corpo de quem executa. Deve ser utilizado durante o jogo para sobrepujar estaturas mais elevadas das equipes adversárias, além de fazer as ligações com os pivôs quando da necessidade de vencer longa extensão da quadra. Picado ou quicadoPara Tenroller (2004) e Costa Neto (2017), este tipo de passe picado é aproveitado em situações em que a trajetória da bola, por ser quicada até outro jogador da equipe, mesmo tendo certa limitação de força, pode aumentar a velocidade do movimento durante o jogo. À altura do peito Este tipo de passe é muito aplicado na iniciação ao handebol e recomendado em momentos específicos, como, por exemplo, intervalos menores, considerados importantes em reações de continuidade e, principalmente, rápidas. Deve ser executado com as duas mãos. Em pronação Para Costa Neto (2017), este tipo de passe pode ser lateral e para trás, e deve ser executado de forma que a mão esteja em pronação. Em suspensão Costa Neto (2017) estabelece que a forma de execução desta técnica é a mesma do passe frontal (passe de ombro). Entretanto, o autor complementa que, no momento da impulsão (perna contrária ao braço de lançamento), a perna do lado do braço de lançamento deve estar flexionada e elevada para cima. Assim, há aumento de velocidade e, como consequência, altura do salto desejado. Observações durante a aprendizagem 1. No passe de ombro, o cotovelo deve estar, pelo menos, na altura do ombro. 2. A bola não deve ser agarrada com os dedos fazendo força para sustentá-la. 3. A mão deve estar atrás da bola, e não embaixo ou do lado dela. 4. Os passes sempre devem ser feitos em movimento, simulando o próprio jogo. 5. No passe de ombro, o cotovelo não deve ser lançado à frente das mãos. 6. A perna contrária à mão que executa o passe deve estar à frente. 7. Nos passes, o movimento do braço deve acompanhar o movimento da passada naturalmente. 8. Os passes devem seguir a necessidade da situação quanto à força, à trajetória etc. Erros mais comuns na aprendizagem ✓ Rigidez dos membros envolvidos; ✓ Posição errada das mãos e dos dedos; ✓ Cotovelos baixos; ✓ Passe parado; ✓ Passes excessivamente fortes; ✓ Quando se passa com a mão direita, lançar a perna direita à frente muito antes do movimento do braço. Progressão: com bola (drible) e sem a bola Manejo de bola Com relação a este aspecto, devemos destacar algumas questões básicas: 1.A possibilidade de progredir driblando a bola sem segurá-la na mão, já que, no momento em que ela é segurada, não é permitido voltar a driblar. 2. A possibilidade de caminhar três passos com a bola em seu poder. 3. A impossibilidade de tirar a bola do adversário quando este a segura. 4. A impossibilidade de jogar a bola com nenhuma parte do corpo abaixo joelho. Drible Na literatura específica do handebol (TENROLLER, 2004; COSTA NETO, 2017), o drible é classificado como a ação de bater a bola contra o solo com uma das mãos ou utilizando, de forma contínua, as mãos alternadamente. Nesse caso, o jogador pode estar parado ou em movimento. Assim, durante sua prática, o drible permite ao jogador deslocar-se com a posse da bola. Por meio desse fundamento, o jogador desloca-se com a bola pela quadra ilimitadamente, de forma lícita. O drible é finalizado quando a bola é segurada com uma ou ambas as mãos, ou quando fica pousada na palma da mão. Observações durante a aprendizagem ✓ Os dedos devem estar separados e descontraídos ao máximo. ✓ A bola não deve ser agarrada, batida com a palma da mão nem conduzida de lado com a palma da mão. ✓ A bola deve ser conservada à frente e um pouco ao lado do corpo. ✓ A bola deve ser empurrada em linha oblíqua para o chão na direção da corrida – a linha será mais oblíqua quanto mais rápido correr, a fim de que não seja ultrapassada durante a corrida; ✓ A bola deve ser sugada pela palma da mão. ✓ No drible parado, o corpo deve estar ligeiramente curvado para frente, os joelhos e os cotovelos, semiflexionados, e a cabeça, erguida. Drible em deslocamento Costa Neto (2017) informa que, no desenvolvimento das aulas, é importante explicar que o drible é classificado quanto ao tipo e à altura. · O drible alto (em progressão) ocorre quando o atleta progride driblando, com deslocamentos rápidos e velozes, pela quadra de jogo. Esse tipo de drible deve ser empregado pela equipe e pelos jogadores designados para o contra-ataque, que precisa ser rápido. · Já o drible baixo ocorre quando é necessário realizar a contenção, e a bola é mantida sob domínio e proteção diante de um adversário, o que auxilia a organização das jogadas. Esse tipo de drible também acontece no instante em que o atleta o complementa com uma finta. Erros mais comuns na aprendizagem ✓ Bater bola com a palma da mão; ✓ Driblar ao lado do corpo; ✓ Olhar a bola e o piso da quadra; ✓ Manter mãos e dedos contraídos; ✓ Conduzir de lado com a palma da mão. Revisão das regras do drible - Após realizar o drible, o aluno está impedido de fazê-lo novamente sem que, antes, a bola toque em outro, na trave ou nos postes da baliza. - É permitido fazer a bola rolar no solo com uma ou ambas as mãos. - Não é permitido driblar com as duas mãos ao mesmo tempo. - O toque involuntário na bola não é considerado drible. Arremesso ou lançamento Ação do jogador de arremessar ou lançar a bola com uma ou duas mãos em direção à meta do adversário, procurando convertê-lo. O arremesso ao gol é uma técnica que culmina no jogo de ataque. O arremesso como padrão motor básico consiste em lançar a bola ao gol adversário com um braço. Tipos de arremesso Em função do momento de execução ✓ Com apoio em deslocamento; ✓ Em suspensão; ✓ Com giro; ✓ Com queda; ✓ Com giro e queda. Entre as distintas modalidades de arremesso, as mais comuns são: Arremesso com apoio frontal de ombro Braço executor Em posição horizontal – à altura do ombro e com o antebraço flexionado –, formando um ângulo aproximado de 120°. A palma da mão fica voltada para a frente na direção do lançamento, com os dedos orientados para cima. Tronco Torção do tronco para o lado executor. Ao efetuar o arremesso, distorça o tronco ao tempo que projeta o braço executor na direção do arremesso. Arremesso em suspensão (com salto) Impulsione uma das pernas em contato com o solo, buscando obter o máximo de altura e distância. No momento da impulsão, realize uma torção do tronco para o lado do braço executor. Quando estiver em posição, projete-o atrás e à altura do ombro correspondente. No ponto máximo do salto, haverá distorção do tronco e execução do arremesso. Este tipo de arremesso apresenta variações quando executado do posto específicas pontas, que necessitam ampliar o ângulo de arremesso a partir de zonas reduzidas. Em determinados momentos do jogo e na execução do arremesso, é utilizado como referência, em que o jogador sinistro (canhoto) pode se posicionar na ponta direita de seu ataque para finalizar uma jogada com um arremesso em suspensão. Um jogador destro também pode se colocar na ponta esquerda para executar esse tipo de arremesso. Para que a finalização desse movimento seja segura, ao dar início ao salto, o braço deve estar posicionado de forma flexionada, lateral e por trás da cabeça. Ao mesmo tempo, deve-se fazer um movimento coordenado de inclinação lateral e torção do tronco para o lado do braço executor, ficando este armado mediante uma extensão e projeção do braço para trás. Arremesso com queda Quando o jogador planeja uma queda após o arremesso. Ao forçar essa queda, o atleta projeta o corpo e consegue colocar mais potência no arremesso. Esse movimento é muito empregado entre os pivôs no handebol. Arremesso com rolamento Quando, após lançar a bola, o jogador realiza um rolamento, normalmente de ombro. Esse movimento é muito empregado pelos pontas no handebol. Observações durante a aprendizagem ✓ O cotovelo deve estar, pelo menos, na altura do ombro. ✓ A bola não deve ser agarrada com os dedos fazendo força para sustentá-la. ✓ A mão deve estar atrás da bola, e não embaixo ou do lado. ✓ Os arremessos sempre devem ser feitos em movimento, simulando o próprio jogo. ✓ O cotovelo não deve ser lançado à frente das mãos. ✓ O número de passadas deve variar (treinamento de base). ✓ Os arremessos devem ser antecedidos de uma recepção em movimento. Ritmo trifásicoou três passadas De acordo com a literatura específica do método parcial, trata-se de um fundamento em que o jogador dá três passos à frente e em direção à meta adversária com a posse da bola. Ehret (2002), Tenroller (2004) e Costa Neto (2017) destacam que o ritmo trifásico – também conhecido como três passadas – ocorre quando, de posse da bola, o jogador pode dar três passos. A literatura do handebol indica que, quando o jogador for destro, deverá utilizar, de forma ritmada, a sequência esquerda e direita, saltando com a perna esquerda com a bola na mão direita. Caso o atleta seja sinistro (canhoto), deverá executar, também de forma ritmada, a sequência direita e esquerda, saltando com a perna direita com a bola na mão esquerda. Durante uma ação ofensiva, isso auxiliará os jogadores a ficarem livres de uma marcação individual, no intuito de mudar de direção em pequenos espaços da defesa adversária e contribuir para uma finalização segura à baliza. Duplo ritmo trifásico ou dupla passada De acordo com a literatura específica do método parcial, trata-se de um fundamento em que o jogador dá sete passos com a posse da bola, obrigatoriamente realizados à frente, da seguinte forma: Finta Para Costa Neto (2017), a finta surge do deslocamento de um jogador, com o objetivo de conduzir seu oponente a tomar uma determinação defensiva de forma errônea. Assim, ele se aproveita de um momento em relação ao jogador de defesa em uma trajetória com ou sem a posse de bola, com o intuito de influenciar o adversário e, especialmente, de levá-lo ao erro. · Com a posse da bola – pelos ritmos monofásico, bifásico ou trifásico, conforme a execução (uma, duas ou três passadas), ou pelo drible; · Sem a posse da bola – apenas um dos elementos do jogo (correr e saltar), cujo objetivo é, igualmente, iludir o adversário no momento de apresentar-se para recepcionar a bola. Características técnicas da finta no handebol a. Deslocamento – mudar de um ponto para o outro da quadra; b. Mudança de direção – deslocar-se em direções diferentes; c. Troca de ritmo – do lento para o rápido e vice-versa. Objetivos da finta no handebol a. Passar pela marcação de um adversário; b. Desequilibrar um adversário direto; c. Desviar a atenção do adversário; d. Ganhar superioridade numérica em relação à equipe adversária. Aspectos de uma boa finta a. Boa velocidade de reação e de deslocamento; b. Bom equilíbrio; c. Agilidade nas mudanças de direção. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Aula 5: Metodologia do ensino do handebol Fundamentação Básica Para começar, vamos entender qual é a diferença entre técnica e tática, o que é muito importante para a compreensão dos fundamentos básicos do handebol. · Técnica: conjunto de gestos específicos do handebol relacionados a um jogador e utilizados para o desenvolvimento do jogo, como correr, passar, receber, saltar, arremessar etc. A técnica individual agrupa esses gestos fundamentais a serviço do coletivo. · Tática: conjunto de ações individuais e coletivas coordenadas entre os jogadores de uma equipe. Como visto anteriormente, existe a tática individual e a tática coletiva. · Tática Individual: · Tática Coletiva: Conjunto de ações coordenadas entre dois ou mais jogadores para resolver um problema em determinado momento do jogo. Meios táticos defensivos Conheça, agora, os meios táticos defensivos. São eles: 1. Antecipação; 2. Interceptação; 3. Roubada de bola; 4. Flutuação; 5. Finta de procedimento (Dissuasão); 6. Bloqueio defensivo; 7. Troca de Marcação. Em uma partida de handebol, a defesa ocorre quando o time não tem a posse da bola. A defesa pode ser posicional ou por retorno defensivo. Defesa posicional Na defesa posicional, cada jogador defende em um raio de ação pré-determinado em relação ao seu posto específico, respeitando a caracterização do sistema defensivo aplicado. Também pode ser feita uma defesa individual, ou seja, homem a homem. Cabe aos professores e treinadores praticar as ações de defesa, pois muitos jogadores, durante os seus treinamentos, têm preocupação apenas com os treinamentos ofensivos, o que pode levar ao desiquilíbrio da equipe como um todo. Retorno defensivo O retorno defensivo deve ocorrer quando sua equipe perder a posse de bola e o time adversário partir em contra-ataque. Não é necessário manter a mesma organização aplicada na defesa posicional, pois as funções táticas dos defensores mudam de acordo com a situação e o posicionamento em quadra no início do contra-ataque adversário. Portanto, defender é analisar as ações ofensivas do oponente. Objetivos das técnicas de defesa As ações de defesa têm como objetivo a ocupação de espaços durante os deslocamentos na quadra de jogo, além da obtenção de vantagem tática sobre o oponente, impedindo ou dificultando a condução da bola da equipe adversária até o gol para recuperar a posse da bola. A capacidade de jogo defensiva é constituída pela técnica individual dos jogadores e táticas individuais e de grupo. Os meios técnicos e táticos defensivos do handebol têm como objetivo: Dependendo das situações próprias do jogo, em certos momentos, a posição ideal de lançamento na quadra pode ser um arremesso frontal à meta feito a curta distância. Nesse caso, a defesa teria como função primordial impedir os lançamentos deste local. Como nem sempre é possível impedir todos os arremessos do time adversário, é importante dificultar o avanço dos jogadores em direção ao seu gol. Para isso, faça com que o jogador oponente cometa as seguintes irregularidades e falhas: Alguns requisitos são importantes para que se obtenha sucesso nas organizações especificas da equipe que está defendendo. São eles: ✓ Capacidade de jogo; ✓ Reconhecimento de espaços; ✓ Orientação no tempo e no espaço disponíveis; ✓ Observação dos deslocamentos ofensivos; ✓ Antecipação da posição do atacante; ✓ Ocupação dos espaços de possíveis lançamentos. Para entender os meios defensivos, é necessário conhecer a definição de alguns conceitos utilizados na literatura: Esse tipo de defesa ocorre quando o defensor movimenta as mãos para tentar bloquear um lançamento, o que pode dificultar o passe do time adversário. Entende-se como dissuasão a tentativa de fazer com que o adversário mude sua intenção através de uma ameaça. De acordo com os estudos de Simões (2008) e de outros autores, durante todo o jogo, busca-se fazer com que os jogadores adversários tenham dificuldades no passe e, como consequência a quebra de ritmo e velocidade das jogadas. A defesa deve, portanto, fazer com que o time adversário tenha como alternativa as ações que favoreçam a retomada da posse da bola. Para Menezes (2011), a dissuasão, é outro fundamento técnico‐tático relacionado à tentativa de diminuir a velocidade ofensiva. A antecipação deve estar ligada à progressão do jogo descentralizado para o mais complexo. O jogador não precisa se preocupar apenas com o seu adversário direto, mas com uma situação mais variada de situações ofensivas, como tabelas e cruzamentos, sendo necessário que o defensor entenda as ações de deslocamento do atacante antecipadamente para saber qual decisão tomar. Menezes (2011) também estipula que a basculação pode ser realizada por qualquer sistema defensivo, seja ele zonal ou misto. No entanto, ela é mais utilizada frente a ataques que se caracterizam por tentativas de penetrações sucessivas quando comparados com equipes que se caracterizam pelos arremessos de longas distâncias. Autores como Fernández Romero et al. (1999), Menezes (2011) e Costa Neto (2017) destacam que a flutuação tem, como elemento primordial, o envolvimento do jogador de defesa ou do marcador direto em se situar de frente e, especialmente, em direção ao jogador adversário com a bola em seu domínio. O jogador de defesa deve dificultar os espaços e impedir o prosseguimento das jogadas de ataque que possam surgir em arremessos perigosos ao gol, principalmente de longa distância. Menezes (op. cit.) também argumenta queos defensores devem compreender o esquema técnico-tático mostrado de modo a antecipar as decisões dos atacantes e, na sequência, buscar uma relação de oposição vantajosa para todo o sistema defensivo. Quando os armadores adversários possuem bom rendimento nos arremessos de longa distância, a opção dos defensores passa a ser por flutuações em profundidade ampliada. (MENEZES, 2011) Para Menezes (2011) e Costa Neto (2017), a cobertura corresponde ao deslocamento do jogador de defesa para completar o espaço deixado pelo seu companheiro de equipe. Nesse momento, ocorre uma flutuação e, como consequência, a ocupação rápida para não dar espaços que aumentem o ângulo de arremesso do atacante. A cobertura também tem como objetivo prejudicar os deslocamentos ofensivos, evitando, dessa forma, a finalização adversária. O ideal é que haja superioridade numérica de defensores na região onde está a bola. Menezes (2011) explica que a marcação corresponde à atitude do defensor em relação ao seu marcador direto ou indireto para a obtenção de êxito. A marcação pode ser executada em proximidade ou a distância. O objetivo da marcação em proximidade é evitar as ações do atacante mais próximo, com ou sem a bola, dificultando a sua recepção. Em determinados momentos, surge de forma constante, à busca pelo contato corporal com o oponente direto, interferindo diretamente nas ações do atacante. (MENEZES, 2011) Na marcação a distância, como não há o contato direto do defensor com seu marcador, é preciso manter o controle visual do atacante, que está ou não em posse da bola. Dessa forma, o defensor poderá se preparar para a flutuação na direção do seu marcador. Então, dependendo das situações do jogo, esse tipo de marcação pode ser executado quando as ações dos atacantes ocorrem longe de uma zona de real perigo aos defensores. (ANTÚNEZ MEDINA; UREÑA ORTÍN, 2002) O bloqueio defensivo é o gesto realizado pelo defensor para interceptar a bola lançada em direção ao gol. O bloqueio defensivo é considerado o último recurso de um defensor de linha. Para Zamberlan (1997), existem três tipos de bloqueio defensivo: · Alto com apoio; · Baixo com apoio; · Em suspensão. Cada um dos tipos de bloqueios defensivos apresentam momentos distintos. Veja quais são eles a seguir. • Bloqueio alto com apoio ✓ 1º momento: O jogador de defesa deve ficar em frente ao opositor (jogador de ataque). ✓ 2º momento: No momento do arremesso ou lançamento, o defensor deve levantar os braços em direção à bola. ✓ 3º momento: As mãos deverão estar espalmadas, contribuindo para que haja uma superfície maior de bloqueio. • Bloqueio baixo com apoio ✓ 1º momento: O jogador de defesa se posiciona entre o ombro de arremesso ou lançamento do jogador de ataque e o seu gol. ✓ 2º momento: Em seguida, o defensor deve erguer uma das pernas rapidamente. Caso o bloqueio seja feito para o lado direito, ele deverá erguer a perna direita. O procedimento deve ser o mesmo para um bloqueio do lado esquerdo. A escolha do lado do bloqueio deve coincidir com a movimentação do jogador de ataque. ✓ 3º momento: Em um movimento contínuo, o defensor deve inclinar o tronco na mesma direção dos braços e da perna para atacar a bola. ✓ 4º momento: No instante final, o jogador de defesa deve abrir a mão para aumentar a área de bloqueio. • Bloqueio em suspensão ✓ 1º momento: O jogador de defesa deve se posicionar de frente para o atacante adversário. ✓ 2º momento: O defensor precisa pegar um impulso para dar um salto no mesmo momento em que o atacante pular para atacar. A defesa deve ser feita com os braços erguidos. ✓ 3º momento: Por último, o defensor deve atacar a bola com as mãos abertas em sua direção. Para realizar esse tipo de marcação, o defensor deve segurar o braço de arremesso do adversário com uma das mãos e impedir que ele avance, colocando a outra mão em seu quadril. O jogador de defesa deverá se posicionar entre o atacante e o gol. Caso o atacante adversário tentar se deslocar, deverá ser travado. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Aula 6: Atitudes do goleiro no jogo de handebol Fundamentos básicos da posição de goleiro O goleiro é o atleta que faz a defesa da baliza (trave). Ele tem a responsabilidade de evitar que a bola entre no gol após passar pelos defensores. Cabe ao goleiro, em alguns momentos, iniciar as ações ofensivas de sua equipe. Costa Neto (2017), ao citar Da Silva (2003), estipula que o goleiro do handebol, por ser o derradeiro jogador da defesa de uma equipe em determinados momentos do jogo, torna-se importante, pois deve impedir a outra equipe de fazer o gol, como também oferece a sua equipe a orientação de iniciar os contra-ataques. Além de defender, outras funções relevantes são responsabilidade do goleiro. De acordo com seu posicionamento na quadra de jogo, é possível visualizar várias situações de jogo, defensivas e ofensivas. Portanto, torna-se um jogador com responsabilidades táticas para o time. Na literatura especializada, encontramos o relato de vários autores que argumentam que o goleiro pode atuar como último dianteiro quando sua equipe está com menos jogadores na defesa ou sendo pressionada. Assim, atuando fora da sua área de meta, torna-se um eficiente apoiador do seu ataque. Dentre todos os jogadores de uma equipe de handebol, os goleiros ocupam uma posição particular por três razões: 1. Cumprem grande parte das suas tarefas e ações sem a ajuda dos companheiros de equipe. Ninguém pode compensar suas falhas. 2. Atuam num espaço que só a eles é destinado (área), mas também podem atuar em toda quadra. 3. Caso falhem ou façam boas defesas, suas ações são visíveis por todos. Características dos goleiros de handebol As principais características dos goleiros de handebol podem ser divididas em três categorias: físicas, técnicas e táticas e psicológicas. Características físicas Em relação aos aspectos antropométricos, deverá ser levado em consideração a altura, envergadura e o peso. Os aspectos motores correspondem às aptidões físicas significativas para o goleiro de handebol. Entre elas, podem ser citadas a velocidade, coordenação, destreza, flexibilidade, força, potência e resistência. Características técnicas e táticas Na literatura, autores como Bayer (1987), Barella (1998), Ehrt (2002), entre outros, estipulam a existência de vários movimentos técnicos que configuram a estratégia de alguns conceitos. Em relação à preparação para a defesa, temos atitudes e deslocamentos, saber jogar adiantado ou atrasado, preparação e ação para a realização da pré-defesa, postura e categoria de defesa. Características psicológicas Coragem e autocontrole são características psicológicas importantes para a posição de goleiro no handebol. Treinamento dos goleiros Movimentos permitidos ao goleiro Durante uma partida, o goleiro de handebol tocar a bola com qualquer parte do seu corpo quando estiver posicionado no interior da sua área (seis metros). Ele também pode caminhar, andar e movimentar-se sem sofrer sanções ou punições dentro da sua área. Entretanto, caso retarde a realização do tiro de meta e atrase o andamento da partida, os árbitros poderão puni-lo. O goleiro de handebol também tem a prerrogativa de jogar normalmente quando não estiver posicionado na sua área de meta. Entretanto, ele pode receber as mesmas sanções e punições dos outros atletas. Ele também pode sair da área de gol com a bola, e jogá-la de novo na área de jogo, se ele não tiver o completo controle da mesma. Movimentos proibidos ao goleiro O professor ou treinador deve demonstrar pedagogicamente a preocupação de que o goleiro não pode colocar a ação do oponente em risco durante uma tentativa de defesa. O goleiro não pode sair e entrar novamente na área de gol após ir à área de jogo com a posse de bola. Ele também não deve manter contato com a bola utilizando o pé ou a perna abaixo do joelho quando ela estiver movendo-se em direção à área de jogo. Caso sejam verificadas as movimentações erradas do goleiro,a sua equipe poderá ser punida com um tiro livre. Entretanto a punição deverá ser analisada pela arbitragem se o goleiro estava para perder a posse de bola. Nesse sentido, poderá ser repetido o tiro de meta, pois é preciso verificar se o goleiro levaria vantagem ou não. Durante o tiro de sete metros, não é permitido que o goleiro cruze a linha de quatro metros, ou sua projeção em ambos os lados, antes que a bola tenha saído da mão do adversário. Na hora da cobrança, ele poderá se movimentar e mexer seu corpo de várias formas. O goleiro pode saltar desde que não ultrapasse a linha dos quatro metros. Defesas básicas do goleiro de handebol Existem vários tipos de defesas. Costa Neto (2017) define que as defesas no handebol dependem em muito dos arremessos dos atacantes e são classificadas como alta, baixa, em X, meia altura e em Y. · Defesa alta A defesa alta deve ser realizada quando o arremesso atinge da linha do peito para cima. A bola deve ser recebida com as mãos e os braços em forma de triângulo. Em seguida, deve ser levada junto ao peito para melhor proteção, com um dos pés para trás para aumentar a base de equilíbrio do corpo. · Defesa baixa Na defesa baixa, de acordo com Costa Neto (2017), as bolas são arremessadas abaixo da linha do quadril do goleiro. Os braços do goleiro devem estar abertos na extensão das pernas para ampliar o movimento e evitar que a bola possa passar entre as suas pernas, que estarão distanciadas. · Defesa em X Esse tipo de defesa, de acordo com o Costa Neto (2017), é aquela comumente utilizada em lances em que o atacante está cara-a-cara com o goleiro. O goleiro deve saltar com os dois pés juntos e afastar as pernas no ar, fazendo o mesmo movimento com os braços, formando um X. (COSTA NETO, p. 72) · Defesa em meia altura A defesa em meia altura é feita com um salto lateral com uma perna esticada, lançando os braços em direção à bola. · Defesa em Y A defesa em Y ocorre quando o goleiro mantém uma perna de apoio no solo e lança a outra perna junto aos braços à direção da bola. Posição básica do goleiro Para Costa Neto (2017), a posição básica do goleiro de handebol é aquela em que ele se movimenta para uma ação com rapidez e segurança, especialmente a partir do instante em que é exigido para a situação de defesa. Em relação à posição de base, ainda citando Costa Neto (2017), o autor sinaliza que a posição básica deve ter a cabeça erguida, com espaço visual e, assim, analisar e seguir a trajetória da bola. Quanto ao tronco, percebe-se uma ligeira orientação em inclinar para frente em posição natural ou adequada para a defesa. As mãos devem estar postadas abertas, de forma espalmada e direcionadas para frente. Para as pernas, entende-se que devem estar posicionadas em uma abertura com distanciamento lateral adequado ao movimento e parcialmente flexionada em posição equilibrada. Costa Neto (2017) descreve o posicionamento dos braços e antebraços em quatro momentos distintos. Os braços devem ser abertos e voltados para a lateral e, ao final, o cotovelo deve realizar uma sutil semiflexão. Posição dos braços Os braços devem estar abertos e orientados para a lateral. O cotovelo deverá estar com uma flexão leve (90º, ou em V). Para arremessos frontais, o goleiro deve se posicionar em posição de cruz com os braços à altura do peito. Para arremessos feitos pelas pontas, deve deixar os braços mais próximo à trave, na altura do ombro, e o antebraço em posição vertical, com o outro braço estendido à altura do peito. Vários autores descrevem que, para os arremessos de ponta, a posição do goleiro estará dimensionada na posição dos braços, antebraços e distância em relação à baliza de meta, e posicionado no ângulo formado entre o poste vertical e a bola. Dessa forma, o goleiro busca ocupar o ângulo correto da finalização. Componentes das intervenções A intervenção do goleiro de handebol corresponde aos gestos utilizados para facilitar e preservar a sua meta, ou seja, não levar um gol. Os componentes das intervenções são: · Bloqueio: defesa e controle simultâneos · Amortização: defesa e controle sucessivos · Desvio: interceptação da trajetória do arremesso, porém sem defesa e controle · Rebatida: troca do sentido da trajetória da bola, porém sem defesa e controle Disposições para defesas dos arremessos Veja, agora, algumas disposições para a defesa dos arremessos. Deslocamento do goleiro Ainda buscando estudos na literatura, quando falamos sobre a ação do goleiro e seu deslocamento, Costa Neto (2017) destaca o seguinte: No deslocamento em semicírculo, há o acompanhamento da troca de passes da equipe atacante pelas posições. Os defensores percorrem o semicírculo formado de um dos postes da baliza até o outro, partindo da posição básica em deslocamento lateral, mantendo sempre o corpo voltado para a bola. Para executar o deslocamento de ataque à bola, o goleiro faz a defesa geralmente em X, cara-a-cara com o atacante, para diminuir o ângulo de ataque do adversário. O deslocamento da defesa de ponta, por sua vez, ocorre no momento de um ataque pela ponta em que o goleiro fecha um canto com o corpo e o outro com a mão e a perna. Caracteriza-se por um passo dado à frente pelo goleiro no momento do ataque. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Aula 7: Meios táticos e sistemas de jogo ofensivos e defensivos do handebol de quadra I Fundamentação Básica O estudo de vários autores, como Anton (1998), Ehret, (2002), Simões (2002), Almeida e Dechechi (2012), Greco e Romero (2012) estabelecem a importância da tática estar condicionada à execução de alguma resposta durante a partida. Quando informamos aos jogadores, ao utilizar um sistema tático, quais são os tipos de organização, como preparar e como executar a resposta para finalizar ações de defesa e ataque, estamos seguindo os conceitos que descrevem como capacidade cognitiva e sensorial a resposta às situações de jogo. Portanto, o meio vai transmitir conhecimentos que foram adquiridos anteriormente pelas palavras do treinador ou professor. Simões (2002) e Almeida e Dechechi (2012) enfatizam que a combinação entre as condutas individuais e coletivas, ao estabelecer a tática de jogo, representam alguma vantagem para a sua equipe durante a partida. Podemos, então, entender a tática como a combinação dos desempenhos individuais e coletivos para obter uma resposta positiva, ou seja, vencer o adversário de acordo com o momento do jogo. Veja, a seguir, definições a respeito das táticas individual e de grupo ou coletiva. Tática individual Quanto aos valores conceituais e procedimentais, entendemos que a tática individual corresponde às atitudes favoráveis e acessíveis do atleta de handebol, tendo como meta sobrepor os seus oponentes e conseguir a vitória. Nesse sentido, Ehret et al. (2002) estipula ser todo desempenho de um jogador em uma situação 1x1 (um contra um), sem uma participação direta do seu companheiro de equipe para alcançar o objetivo planejado. Tática de grupo ou coletiva A tática de grupo ou coletiva compreende todas as atitudes favoráveis e acessíveis em posição de ataque ou defesa, com a ajuda direta, respectivamente, de dois ou vários jogadores da sua equipe. Dessa forma, destacamos que, na ação procedimental da tática de grupo ou coletiva, a iniciativa do jogador deverá ter um suporte relacional com a conduta de participação efetiva de, no mínimo, mais um companheiro de equipe. Durante um jogo de handebol, o ataque começa quando um time consegue tomar ou recuperar a posse de bola. Nesse sentido, os estudos de Almeida e Dechechi (2012) e Greco e Romero (2012) estabelecem que o ataque tem que ser bem pensado, com várias delimitações para que aconteçam as sistematizações normais durante a sua prática de jogo. No decorrer do jogo de handebol, visualizam-se situações em que se destacam os meios táticos individuais. Dessa forma, no momento da recuperação da posse de bola, surge a complexidade de contra-atacar o adversário para não dar chance daequipe oponente se reestabelecer defensivamente. Contra-ataque sustentado Nesse sentido, a modificação da parte ofensiva se caracteriza pela retomada da bola, com a transição imediata da situação inicial de defesa para a finalização no ataque, com o contra-ataque sustentado, que acontece quando a dinâmica defensiva é bem definida e concebida. Contra-ataque direto Também encontramos o contra-ataque direto, que tem como característica a situação marcante do momento, pois vai conseguir atacar a equipe oponente com maior número de jogadores em qualquer estágio da partida. Meio tático individual Um meio tático individual bem interessante, que pode ser utilizado constantemente, corresponde às infiltrações. Elas acontecem quando os jogadores da defesa adversária oferecem oportunidades para a equipe que está atacando consiga arremessar contra a meta. Esse fato ocorre quando os defensores não estão bem posicionados e, de certa forma, facilitam o deslocamento dos atacantes adversários. Na literatura específica, em alguns momentos, visualizam-se contextualizações sobre os tipos de infiltrações que dependem de situações próprias da partida de handebol. As infiltrações ocorrem quando o atacante com a bola em seu poder vai de encontro ao jogador da defesa adversária, que está na sua marcação (par). Outro momento da infiltração está pautado no instante em que o atacante utiliza a aproximação do jogador de defesa indireto (ímpar). Entretanto, em determinados segmentos de uma partida de handebol, podem ser encontradas situações em que o jogador de ataque realiza a sua aproximação de forma direta e indireta (ímpar-par). Ainda no processo de ataque com meios táticos individuais, acontece a fixação, relacionada por Almeida e Dechechi (2012) e Greco e Romero (2012), quando o atacante, com a bola em seu poder, realiza aproximação bem perto da área do goleiro adversário e consegue que o defensor desista de ficar fixo na sua posição de defesa. Meio tático coletivo Além dos meios táticos individuais, destacam-se, no decorrer do jogo de handebol, situações pertinentes aos meios táticos de grupo ou coletivos. Entre eles, de forma coletiva, destaca-se a cortina. Essa tática é desenvolvida com o posicionamento do atacante que se encontra com a bola e desloca-se para o lugar posicionado anteriormente pelo seu colega de equipe. Nesse momento, o jogador de defesa adversário será induzido ao erro em relação a sua atenção específica na marcação. Como consequência, o atacante, que se encontrava sem bola, poderá se movimentar e receber a bola em reais condições de finalização, isto é, sem marcação. Ainda na perspectiva dos meios táticos de grupo ou coletivos, pode ser incluído o cruzamento, que tem como especificidade tática a mudança de posições de ataque. Essa situação de alteração do posicionamento ocorre quando um atacante vai em direção ao local em que seu colega de equipe está, conhecido como zona. Ao final dessa movimentação, o atacante deverá se situar no lugar que foi deixado pelo anterior. Também durante a partida de handebol, em decorrência das situações ofensivas, surge o passa e vai, que foi exemplificado por Simões (2002) e Almeida e Dechechi (2012), como sendo a situação de jogo em que o atacante realiza o seu arremesso em condições claras de gol, ou seja, sem a marcação do adversário. Esse fato só acontece em função de uma jogada bem simples do handebol, que ocorre quando o jogador dá um passe para um jogador da sua equipe e, como consequência do lance ofensivo, ele desvia a atenção dos jogadores adversários, facilitando o seu arremate. Quanto aos meios táticos de grupo ou coletivo, são destacadas as seguintes ações: Contra-ataque sustentado; Engajamento; Cruzamento; Troca de posto específico; Bloqueio ofensivo (lateral e frontal); Cortina; Passa e vai. Na adequação pedagógica do handebol, destacamos que os contra-ataques dependem da maneira como os atletas se posicionam em determinadas ações táticas na quadra de jogo. Assim sendo, para facilitar os arremessos finais, é preciso criar situações para mover a bola. Dessa forma, Simões (2002), Vieira e Freitas (2007) e Greco e Romano (2012) citam a pluralidade entre a quadra de jogo e a sistematização na forma de atacar, de acordo com as posições em que os atletas estão posicionados, ou seja, onde estabelecem as zonas e linhas de ataque. Portanto, ao dividir a quadra no posicionamento de ataque, destaca-se a linha dosnove metros. Busca-se, portanto, integrar cinco zonas diferentes e também duas linhas bem clássicas, como referências estratégicas à penetração no espaço ofensivo. + Para poder entender o valor procedimental do comportamento para o jogo, destaca-se que, na movimentação da primeira linha para o ataque, o centro, deve estar posicionado e representado pelos atletas que fazem a armação do jogo, pois o seu raio de ação vai da linha central até a linha dosnove metros. Quanto à segunda linha, quem normalmente ocupa esse setor são arremessadores e grandes finalizadores. O raio de ação desses atacantes vai até a área do goleiro. + Ao fazer o fracionamento da quadra de jogo pela sua largura, deve ser destacado o armador central da equipe que vai atacar. A função desse jogador é importante no momento em que se realizam infiltrações e arremessos. Em outro momento, dependendo da situação do jogo, ele poderá estabelecer jogadas que darão apoio para que outro companheiro conclua o ataque. + As próximas duas zonas de ataque são formadas pelos outros armadores. Um fica próximo à zona na direita e o outro se posiciona na zona esquerda. Um dado que deve ser levado em consideração está voltado à formação dos armadores, pois, o armador central tem as companhias constantes dos outros que se posicionam na direita e na esquerda, além de ter como função as finalizações (arremessos) de longa distância. + Os jogadores denominados pontas jogam pela esquerda e pela direita, estabelecendo, nesse processo de ataque, a quarta e a quinta zonas respectivamente. É importante observar que os atacantes (pontas e armadores) destros ou canhotos, priorizam os lados opostos à habilidade coordenativa. + Em relação à segunda linha ofensiva, localizada próximo à área de 6 metros (área do goleiro), deve ser ocupada pelo pivô da equipe que vai atacar. Esse jogador possui várias funções no ataque, mesmo tendo como característica jogar de costas, ele realiza giros e, dependo da situação de jogo, também saltos que normalmente terminam em finalizações e podem iludir com as suas movimentações, tirando a atenção dos defensores, abrindo espaço para que seus companheiros arremessem no gol adversário. Existem várias configurações norteadoras no processo do jogo que desenvolvem o ataque no handebol e, portanto, alguns meios táticos ofensivos devem ser aplicados. Nesse sentido, autores como Simões (2002), Almeida e Dechechi (2012), entendem que, no ataque posicional, todos os seus jogadores guardam uma posição fixa, ou seja, suas funções específicas como forma de caracterização do espaço ocupado por cada jogador. Portanto, entende-se que a bola é que vai ser movimentada entre os atacantes. Também encontramos o ataque em circulação, em que os atacantes estão em movimento constante, com várias trocas de posicionamento na quadra de jogo. Também há o ataque combinado, uma fusão do ataque posicional com o ataque em circulação. Nesse sentido, visualiza-se a mudança de posições entre os jogadores, pois alguns ficam fixos na sua posição de ataque, enquanto outros se movem pela quadra, com troca de posições, para enganar a equipe adversária, em especial o seu meio tático defensivo. Sistema 6x0 Dessa forma, vamos destacar o sistema 6X0, que é representado no posicionamento de seis jogadores atacantes, tendo como característica posicional a formação de uma linha na frente da área de nove metros da defesa adversária. Esse sistema é bem utilizado na iniciação ao esporte por ser considerado de fácil aprendizado e por não incluir a presença do pivô, pois, nesse caso específico, as infiltrações ficam prejudicadas.Assim sendo, é preciso ter uma variação na troca de passes até o momento exato para entrar no sistema defensivo da equipe adversária e finalizar à pequena distância. Caso os jogadores não consigam se infiltrar, surge como alternativa os arremessos de média e de longa distância. Outro fator preponderante nesse sistema está no nível técnico dos seus armadores e pontas, em especial na tomada de decisão deles estar condicionada à comunicação entre os jogadores. Sistema 5x1 O sistema 5X1 possui uma formação na quadra de ataque com cinco jogadores se posicionando na zona de nove metros, ou seja, na área de tiro livre. O pivô se posiciona próximo à área do goleiro, na linha dos seis metros, centralizado, passando a ter ações bem próprias, como, por exemplo, a missão de receber a bola e passar para os seus companheiros livres para o arremesso, assim como também realizar giros e efetuar arremessos no sentido da finalização. Sistema 3x3/4x2 No sistema 3X3, a equipe atacante será formada por três armadores, dois pontas e um pivô, que devem estar posicionados na primeira linha e mais três na segunda linha. Para Simões (2002) e Almeida e Dechechi (2012), o sistema 4X2 é uma variação interessante do 3X3, pois, na sua formação na quadra de jogo, temos a visão de quatro jogadores que vão se posicionar na linha ofensiva, que são os dois armadores e os dois pontas. Dessa forma, na segunda linha, encontraremos a formação com dois pivôs, que poderão aumentar o número de finalizações. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Aula 8: Meios táticos e sistemas de jogo ofensivos e defensivos do handebol de quadra II Prioridades de um jogador na defesa Um defensor deve: Orientações para o jogo coletivo As demandas defensivas ou a própria defesa são primordiais quando se perde a posse de bola e, como consequência, no ataque quando se recupera a posse de bola. Parece muito simples, porém se torna difícil no momento de conscientizar principalmente as crianças que esta é a realidade da vivência básica do jogo. Destaca-se que nas primeiras etapas do processo de ensinamento, de forma pedagógica e taticamente, deve-se nortear as crianças que, quando se tem a posse de bola, ela deve ser representada na contextualização do progredir ao gol adversário e que, o instante da perda da bola representa defender ou resguardar a própria meta. Funções de jogadores de handebol por posição Goleiro Ultimo defensor ou também o último jogador de defesa, considerado protetor específico da área e da sua meta, deve ter a preocupação em não se desligar do seu posicionamento básico, tendo certeza que vai voltar à quadra ou ser concretizada a sua substituição com confiança e segurança para a execução da defesa. Pontas: E e D Representam os primeiros jogadores que começam a ter parte importante de defesa. Protegem em se antecipar ou seja, chegando às pontas adversárias antes que estes recebam a bola ou por área (ocupando sua posição específica na curva da área, impedindo a penetração do adversário). Devem ser constituídos por atletas rápidos, flexíveis e versáteis. Armadores: E e D São considerados os jogadores de handebol importantes no processo de construção do ataque. Normalmente e dependendo das equipes são praticantes do handebol com uma boa altura, vigorosos, com grande agilidade e principalmente com ótima cognição. Quando estão na função de defensores, estão posicionados na frente da sua área, para que seja defendida e estabelecendo parâmetros atitudinais bem definidos pela organização do treinador. Armador central Torna-se o jogador que faz a conexão entre as partes extremas das equipes. Também deve ser inteligente nas suas ações motoras e constante agilidade. Outra característica marcante nesse jogador é ser resistente para executar saltos e finalizações sobre a defesa compacta ou a famosa “barreira”. Também, durante as suas ações, demonstra interpretar o jogo, tendo com isso determinação e sendo bem criativo durante as suas práticas. Quando está com a tarefa de defender tem a missão de bloquear as finalizações no ângulo central, sendo o local dos arremessos preferidos dos atacantes. Pivô Incialmente é o primeiro jogador do ataque. No jogo torna-se o encarregado do deslocamento da defesa adversária, também conhecida como “barreira” durante a ação de ataque. Possui a função de atordoar os oponentes, tendo como característica a cooperação ao passar para os seus colegas de equipe, além da agilidade constante. As linhas defensivas no handebol Também são denominadas de linhas de defesa. Para facilitar o processo individual e coletivo do esporte, utilizam-se as marcações da quadra de jogo como referência para as posições defensivas, conforme Costa Neto (2017): Zonas defensivas no handebol São o conhecimento pedagógico e como se deve compreender as ações e os posicionamentos defensivos. Nesses casos, estão interligados em função da quadra de jogo, especialmente a respeito da sua largura e como consequência a profundidade. Zona defensiva na posição 1 Para Costa Neto (2017), é o momento quando se encontram os marcadores situados à esquerda e à direita da quadra. Essa posição fica próxima da junção entre a linha de fundo e a linha lateral da quadra. Tem como ação defensiva a marcação dos pontas da equipe que está atacando. Quando estão localizados na posição da segunda linha defensiva, pode ser ocasionado pela flutuação. Zona defensiva na posição 2 São jogadores que, em relação à sua conduta defensiva, vão estar posicionados para marcação dos meias ou armadores esquerdo e direito da equipe adversária. Estão localizados à esquerda e à direita da quadra. Costa Neto (2017) estipula em relação às características do jogo, pois dependendo da situação tática utilizada, será necessário o avanço em determinadas oportunidades. Percebe-se que no inicio do jogo podem estar na primeira linha, entretanto, dependendo dos posicionamentos que abrangem os sistemas (caso tenha a necessidade) vão estar localizados na segunda linha defensiva. Dessa forma, quando esses atletas de defesa estiverem ao lado, o 1 e o 3, vão auxiliar na marcação do companheiro. Então, caracteriza-se por estar mais centralizado em relação à posição 1. Zona defensiva na posição 3 Também se encontra situada à esquerda e à direita da quadra. São marcadores que se posicionam no espaço central da quadra denominados base. Nesse espaço podem estar posicionados o armador central e o pivô, geralmente são os jogadores mais altos. Esses marcadores têm como função realizar marcações, flutuações e cobertura dos outros colegas de equipe. (COSTA NETO, 2017) Conceitos e procedimentos defensivos utilizados para o Handebol Ao procurar defender a sua meta, os jogadores de defesa vão criar dificuldades para os atacantes adversários. Entretanto, os atacantes, também estarão criando situações de perigo para os seus oponentes. Nesse momento, visualiza-se numa concepção macro, a relação entre defender e atacar, composta de criações complexas e no sentido de desequilibrar de forma indefinida a equipe contrária. De acordo com vários estudos, julga-se a relação do sistema defensivo praticado durante uma partida, tendo como sentido a própria reorganização defensiva no momento da perda da bola. Assim, a mudança para a defesa deverá ser realizada de forma rápida, para não deixar em perigo principalmente o sistema defensivo com características extremas de vulnerabilidades. Portanto, depois de ser feita a reorganização da defesa, algumas funções conceituais e procedimentais devem ser contínuas, entre elas temos: 1. Preencher as localizações específicas da defesa de forma contínua e rápida. 2. Aplicação para antecipar sobre os movimentos e as jogadas da equipe adversária. 3. Compreender de forma contínua o cumprimento específico na função de marcar o adversário. 4. Auxiliar na marcação de outros atletas adversários, ainda que não esteja no seu local especifico de defender. 5. Deverá estar em movimentação contínua, acompanhando osadversários e também a bola. 6. Técnicos e professores devem inserir nos seus alunos e atletas os conceitos e procedimentos para a busca da identidade defensiva. Veremos, a seguir, as ações conceituais e procedimentais em relação às categorias e classificação de sistema defensivo do handebol, segundo Simões (2002) e Costa Neto (2017). Defesa individual Acontece a partir da reflexão de que essa categoria de estruturação defensiva é a mais simples a ser utilizada pelos alunos. A parte cognitiva e o desenvolvimento das tarefas tornam-se livres para execução dos alunos. A caracterização da defesa individual está na sua própria pedagogia esportiva. Em muitos momentos são visualizados fatores também coletivos, como, por exemplo, de que a defesa individual tem razão no processo conceitual e procedimental da “pressão” contra a equipe adversária, forçando a equipe que está atacando a realizar passes apertados. De acordo com Costa Neto (2017): · A marcação individual é fundamentada na marcação específica e direta de cada jogador ou seu par, tendo como referência a definição de qual jogador será marcado, quando a equipe perde a posse de bola, independentemente de qual zona da quadra ele está ocupando; · No decorrer da partida e especial nos minutos derradeiros, quando a sua equipe está em desvantagem no placar, torna-se necessária uma marcação mais acirrada, ou seja, cada atleta vai ficar responsável em marcar um adversário, na tentativa de conseguir a posse de bola de forma rápida. Em determinadas situações deverá se posicionar entre o jogador adversário e sua própria baliza e ter o controle visual do adversário. Defesa por zona A perspectiva narrativa define a mediação como um processo em que os participantes são convidados a contar as suas histórias, com o propósito de implicá-los e de ajudá-los a chegarem a uma compreensão compartilhada. Durante a fase de aprendizado, deve ser utilizada nos conceitos defensivos por zonas. Nesse sentido, possuem o fator coletivo e contribuem na proteção da meta, e cria um processo inibidor que os atacantes possam aparecer para arremessar de forma livre. + Marcação por zona Entende-se como padrão de sistema defensivo mais utilizado e desenvolvido na prática esportiva do handebol, quando cada jogador tem a responsabilidade de fazer a marcação em determinada zona da quadra de Handebol, em especial na faixa que abrange a área de 6 ou 9 metros. (COSTA NETO, 2017) Durante a marcação por zona aparecem objetivos principais, que surgem para diminuir as possibilidades de finalização da sua meta defensiva, e desta forma ocorrendo o desenvolvimento de uma ação de característica primordial coletiva. Durante a partida de handebol os atletas são considerados essenciais na continuidade da defesa. Portanto, os jogadores defensivos devem estar acompanhados e sendo ajudados no delineamento da marcação. Outro fato a ser considerado marcante nesse processo de contextualização, está associado quando um jogador protetor da sua defesa é vencido em uma ação ofensiva do adversário. Isso acontece de forma automática à cobertura e como consequência a marcação vai ser tornar robusta. Então, tendo a marcação reforçada, de forma bem lógica, vai acontecer a obstrução da infiltração dos atacantes da equipe contrária. Assim sendo, para facilitar a organização defensiva, a equipe que está atacando terá que levar as armações das jogadas ofensivas principalmente para a linha de 9 metros. _ Concretização com eficiência, mesmo com a equipe em inferioridade numérica (TENROLLER, 2004; SIMÕES, 2002). Equilibrado através de cobertura, no momento de uma falha do defensor, propiciando o passe para o contra-ataque com maior efetividade, pois se tem o controle visual da bola e dos jogadores. _ Pressiona o adversário a agir em conjunto, trocando passes, facilitando a interceptação, o contra-ataque e a defesa. _ Executa a cobertura nas saídas para dar combate, assim como a formação de barreiras, por jogarem lado a lado (COSTA NETO, 2017). _ A composição defensiva pode ser vagarosa, até que todos retornem a seus lugares, permitindo a ação rápida do jogador adversário, pressionando aquele jogador que foi atacar a não se esquecer de retornar, tão logo sua equipe não tenha mais a posse de bola. Em relação à finalidade da marcação por zona, Costa Neto (2017) relata que devemos contextualizar e oferecer o sentido de consciência coletiva, estipulando oportunidade de proteger uma falha do companheiro, e assim: 1. Diminuir os arremessos à meta. 2. Bloquear a movimentação do adversário nos seis metros. 3. Desviar as infiltrações. 4. Obrigar o adversário a movimentar a bola fora dos nove metros. 5. Favorecer a interceptação. 6. Equilibrar a inferioridade da defesa. 7. Utilizar os sistemas defensivos por setor: 6:0, 5:1, 4:2, 3:3 e 3:2:1. + Marcação mista (combinado) É a fusão da defesa individual com a defesa por zona. Os sistemas defensivos do handebol por zona Pode-se defender por zona os seguintes sistemas de jogo: Defesa por zona 6×0 É um dos sistemas mais utilizados no processo de ensino-aprendizagem. Segundo alguns autores é a base de todos os demais. Com exceção do goleiro, todos os jogadores se posicionam por zona à frente da linha de defesa de 6 metros. Todos ocupando suas posições, isto é, os seis jogadores defensores são partilhados em torno da linha, sendo que cada defensor com a devida responsabilidade por uma área na zona de sua defesa. Durante a ação do jogo, os jogadores se movimentarão de acordo com a rota da bola. Não há posições fixas, os jogadores executam deslocamentos laterais, para frente e para trás, sempre em razão do sentido percorrido pela a bola durante o processo de ataque da equipe contrária. Autores como Simões (2002) e Costa Neto (2017) destacam que apenas com uma linha de defesa com seis jogadores, temos um sistema que diminui os espaços junto à área de gol, o que dificulta o trabalho dos pivôs e das jogadas pelas pontas. Este esquema dificulta as infiltrações e, como consequência, as coberturas são importantes. Outra vantagem é a possibilidade de bloqueio dos arremessos de curta distância (primeira linha de defesa). Costa Neto (2017) ainda estabelece que o sistema 6x0 tem uma variação denominada de istema 6 × 0 ativo, acontecendo em determinados momentos da partida, quando é efetuada uma corrida dos 6 aos 9 metros em direção ao jogador adversário. O autor destaca que por ser mais agressivo, inibe os arremessos de meia distância e, em determinados momentos, pode levar o adversário a uma falha em relação ao movimento técnico. Assim, estimula-se objetivamente a uma marcação forte, e como consequência dificulta-se também que os jogadores pontas possam receber a bola e evitam-se as finalizações ao gol. Defesa por zona 5×1 Este esquema é constituído por duas linhas de defesa bem definidas. Na primeira linha, situada na frente da área do goleiro, serão posicionados 5 jogadores defensores. O sexto jogador defensor deve se posicionar na segunda linha que está próxima à linha dos 9 metros. Simões (2002) e Costa Neto (2017) esclarecem que na defesa zona 5x1, em determinados momentos, lembra o 6x0. Deve ser utilizada quando a equipe adversária possuir jogador com excelente arremesso ou mesmo um armador com grande habilidade e possuidor de uma boa finalização. Também dependendo da situação de jogo, podemos escolher um jogador para efetuar a marcação individual sobre o atleta da equipe adversária que desempenha uma função de destaque, inclusive dificulta a troca de passes entre os armadores e os meias, como também para o próprio pivô da outra equipe. Além de possuir uma boa profundidade em suas ações defensivas. Dessa forma, em muitos momentos do jogo, visualizamos o sistema misto de defesa. Como todo sistema defensivo, também são encontradas falhas. No 5x1, a equipe enfrentará dificuldades: · Quando a equipe adversária atuar com 2 pivôs; · Especialmente em relação aos processos de infiltrações que constantemente a equipe que está atacando vai executando; · Se a equipe adversária utilizaem suas movimentações os pontas com ação contínua. Defesa por zona 4×2 Como no sistema 5x1, também são constituídas por duas linhas. A primeira linha contará com quatro defensores, denominados laterais e centrais, próximos à área do goleiro (6 metros). É importante destacar que existe uma movimentação constante para as laterais. Já a segunda linha, será defendida por dois jogadores que deverão estar posicionados bem próximos à linha de 9 metros e também se movimentam para as laterais, indo para frente e em diagonal. Durante a sua prática de jogo e dependendo das circunstâncias, podem ou não fazer marcação individual, dependendo das situações apresentadas durante o desenrolar da partida. Assim, sua prática é utilizada como forma de neutralizar as ações dos jogadores adversários quando se busca criar dificuldades nos arremessos de longa e média distância. Também, como todo sistema de defesa, apresentam deficiências. Nesse caso específico, podemos destacar a facilidade nas infiltrações da equipe adversária, em especial nas ações do pivô. Defesa por zona 3x3 Para Costa Neto (2017), nesse sistema de jogo do handebol, três jogadores ocuparão a primeira linha de defesa e os outros 3 jogadores ocuparão a segunda linha de defesa. São consideradas vulneráveis as infiltrações, especialmente na movimentação do pivô, incluindo a pouca largura e os maiores espaços livres. Dificulta os arremessos de longa distância e, em determinadas situações, também com os passes longos e importante na saída para os contra-ataques por ser uma movimentação rápida. Defesa por zona 3x2x1 É constituída por três linhas de defesa: 1. Com três jogadores sobre a linha de 6 metros; 2. Com dois jogadores entre a área de 6 metros e a área de 9 metros; 3. Com um jogador sobre os 9 metros. No desenvolvimento da sua prática, criam-se dificuldades para que aconteça a movimentação da equipe adversária em relação às infiltrações como componente dos ataques. Outra característica que podemos relacionar no sistema 3x2x1, além da sua versatilidade é a opção de interpretar a defesa mista, por zona e individual durante o jogo. As equipes podem apresentar um desgaste físico bem acentuado, contribuindo para a queda de rendimento no próprio sistema de marcação. Oferece oportunidade para a execução do contra-ataque. Comparativo entre os sistemas defensivos 6x0, 5x1 e 4x2 -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Aula 9: : Regras do handebol de quadra História do handebol de areia O handebol de areia ou de praia é uma modalidade esportiva relativamente nova no contexto dos esportes coletivos. Alguns autores, entre eles Costa Neto (2017), descrevem o esporte como uma variação do handebol praticado nas quadras esportivas. Existem semelhanças na sua práxis, entretanto há algumas diferenças. Como exemplo, podemos citar o tipo de superfície em que as partidas ocorrem. Costa Neto ressalta que a origem do handebol de campo e do atual de quadra é alemã. No entanto, o handebol de areia ou de praia começou a ser praticado nas praias brasileiras, inicialmente de forma lúdica e recreativa. Entretanto, foi na Europa que aconteceram as primeiras disputas com caráter oficial, principalmente por receber incentivo da IHF e, em especial, de algumas federações europeias. 1990 Dessa forma, Costa Neto enfatiza que as competições oficiais surgiram de forma mais clara a partir da década de 1990, sendo realizada inicialmente na costa italiana, em uma pequena ilha ao sul na praia de Giulianova e, para alguns autores, também na praia de San Antonio. Nesse instante, aparecem as primeiras equipes de forma inteiramente amadora. 1992 Entretanto, para alguns pesquisadores, o handebol de areia foi criado pelos representantes da federação italiana de handebol de quadra, G. Buttarelli e F. Schiano, como estratégia pela falta de espaço para a realização dos treinos específicos da modalidade indoor. Eles também foram responsáveis pela criação do Comitê Organizador de Handebol de Areia, em 1992. 1993 O árbitro internacional de handebol, de nacionalidade italiana, Giampiero ficou responsável pela elaboração das regras do esporte ainda em formação. No ano de 1993, para consolidar o novo esporte com apoio da Federação Internacional de Handebol (IHF), foi realizada uma competição internacional na cidade de Roma, com a participação da própria Itália, Rússia, Alemanha, Argélia e Taiwan, que em suas equipes tinham jogadores juniores. 1994 Outro dado importante se refere à criação das regras, que foram desenvolvidas pelos holandeses e serviram como base para que os eventos da nova modalidade fossem bem-sucedidos. Assim sendo, em setembro de 1994, com a realização do XXV Congresso da IHF, em Amsterdã, na Holanda, o handebol de areia teve o seu reconhecimento foi reconhecido oficialmente pela Federação Internacional de Handebol, responsável pelo gerenciamento do handebol em caráter mundial. 1995 Após retornar da Europa, o professor Manoel Luiz Oliveira apresentou a variação da modalidade ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB), sugerindo sua inclusão no Festival Olímpico de Verão, realizado entre 24 e 26 de janeiro de 1995. Os atletas brasileiros tiveram como treinadores os mestres William Felipe e Leoni Nascimento, que atuaram como supervisor e técnico respectivamente. Também foi importante a participação de árbitros, técnicos e atletas, que, com o evento, receberam cursos, informações e treinamentos específicos, com especialistas estrangeiros, como a técnica de italiana Simoneta Montani e os árbitros Piero Di Piero e Gampiero Masi. (COSTA NETO, 2017) Ao término do evento, tivemos como resultado final a vitória da seleção brasileira, conquistando o torneio de beach handball do festival de Verão. A Argentina ficou em segundo lugar, seguida pelas equipes italiana e portuguesa. 1996 Em 1996, ocorreu a segunda edição do festival, que foi vencido pela Itália, com os cubanos em segundo, a seleção brasileira conquistou o terceiro posto e a equipe canadense chegou à quarta posição. Ainda no mesmo ano, temos o surgimento da primeira competição nacional, realizado na cidade de Cabo Frio, na região dos lagos do estado do Rio de Janeiro. 2001 Costa Neto (2007) relata que o grande evento internacional do beach handball aconteceu em agosto de 2001, em Akita, no Japão, onde foi realizado o primeiro Campeonato Mundial, como parte do VI World Games. Nessa competição, as seleções brasileiras - masculina e feminina - ficaram com a medalha de bronze. 2005 Em 2005, a mesma competição voltou a ser disputada no World Games, realizado na Alemanha, na cidade de Duisburg. O selecionado brasileiro masculino obteve a nona colocação e a equipe feminina foi a campeã em sua categoria. Quanto às competições organizadas pela Federação Internacional de Handebol (IHF), disputadas a cada dois anos, a primeira ocorreu em 2004, no Egito, na cidade de El Gouna. Nessa competição, as equipes brasileiras ficaram em sexto lugar no feminino e nono lugar no masculino. Ainda sobre a tutela da IHF, foram realizados outros campeonatos mundiais, como o de 2006, que foi realizado no Brasil, no Rio de Janeiro, em que conquistamos o título no feminino e também no masculino. 2008 No ano de 2008, o campeonato mundial ocorreu na Espanha, na cidade de Cadiz. A seleção brasileira masculina ficou com a medalha de prata e seleção feminina com a medalha de bronze. Nas competições seguintes, os selecionadoss brasileiros, tanto masculino quanto feminino, obtiveram sucesso nas competições internacionais em que participaram. Regras O conjunto de regras oficiais do handebol de praia compreende dezoito itens. Entretanto, pela dificuldade de acesso e por ser um esporte novo, disponibilizamos as regras mais importantes na íntegra. Em princípio, uma equipe é composta por dez jogadores no máximo. Para iniciar uma partida, é necessário que, no mínimo, seis jogadores estejam presentes. Se o número de jogadores de uma equipe, com direito a jogar, for menor do que quatro, a partida será interrompidae a outra equipe será considerada a vencedora. No máximo quatro jogadores por equipe, sendo três jogadores de campo e um goleiro, podem se encontrar na quadra de jogo. Os outros jogadores são substitutos, que devem permanecer na sua própria área de substituições. Todos os jogadores jogarão descalços. Quadra de jogo A quadra de jogo possui 27 metros de comprimento por 12 metros de largura, que consiste em uma área de jogo e duas áreas de gol. Deve haver uma zona de segurança com largura de 3 metros em torno da quadra de jogo. A partida não ocorre quando há risco de descargas elétricas para preservar a saúde dos jogadores. Para competições durante a noite, a iluminação na área de jogo deve ser de, no mínimo, 400 lux. A quadra é marcada com linhas. As duas linhas de marcação mais compridas são chamadas de linhas laterais e as duas linhas de marcação mais curtas são chamadas de linhas de gol, embora não haja nenhuma linha entre os postes. As linhas da área de gol ficam a 6 metros e paralelas às linhas de gol. A quadra está dividida em duas metades por uma linha imaginária de meio campo. O meio desta linha imaginária é a posição exata para o tiro de árbitro. Baliza Os postes da baliza deverão se estender verticalmente até 2 metros da superfície da areia até a barra horizontal. A distância interna entre as traves verticais deve ser de 3 metros. Áreas de substituições A área de substituição para os jogadores de linha possui 15 metros de comprimento por 3 metros de largura. As áreas de substituições estão situadas em cada lado da área de jogo, nas linhas laterais. Os jogadores de linha devem entrar na quadra somente a partir desta área. O goleiro e os jogadores de linha podem deixar a área de jogo pelo caminho mais curto do lado da área de substituições de sua própria equipe. O goleiro substituto deve aguardar sua vez de entrar na quadra na zona de entrada do goleiro, que fica na parte lateral, entre a linha de gol de sua equipe e a linha da área de gol da equipe adversária. Tempo de jogo O jogo consiste em dois períodos, que são pontuados separadamente. Cada período dura dez minutos. O intervalo dura cinco minutos. Se o placar estiver empatado no final de um período, o gol de ouro é usado. Ao vencedor de cada período é atribuído um ponto. Tempo técnico Cada equipe tem o direito a um tempo técnico de um minuto por período durante o tempo regulamentar de jogo. Um integrante da equipe técnica que deseja pedir um tempo técnico deverá mostrar um cartão verde. Portanto, ele vai para o centro da linha lateral e mantém o cartão verde levantado de forma visível, de modo que é imediatamente reconhecível pelo cronometrista. O tempo técnico só pode ser solicitado pela equipe que tem a posse de bola. Substituições dos jogadores Os reservas podem entrar no jogo a qualquer momento e repetidamente, sem notificar o secretário ou cronometrista, desde que os jogadores que eles substituirão já tenham deixado a quadra de jogo. Os jogadores sempre devem sair e entrar na quadra de jogo em sua própria área de substituição. Essas prerrogativas também se aplicam à substituição dos goleiros. Goleiro Não é permitido ao goleiro: a. Sair da área de gol com a bola sob controle; b. Tocar na bola de novo, no lado de fora da área de gol após um tiro de meta, até que outro jogador tenha tocado na bola; c. Tocar na bola quando ela está parada ou rolando na areia fora da área de gol, enquanto estiver dentro da área de gol; d. Puxar a bola para dentro da área de gol quando ela estiver parada ou rolando na areia fora da área de gol; e. Entrar na área de gol, vindo da área de jogo, com a posse da bola; f. Tocar na bola com o pé ou com a perna abaixo do joelho, quando ela estiver parada no solo na área de gol ou movendo-se em direção à área de jogo. Substituição do goleiro: O goleiro pode entrar na quadra de jogo somente pela linha lateral de sua própria área de gol, pelo lado da área de substituição de sua própria equipe. Área de gol Somente ao goleiro é permitido entrar na área de gol. A área de gol, que inclui a linha da área de gol, é considerada invadida quando um jogador de quadra a toca com qualquer parte do seu corpo. Se um jogador jogar a bola para dentro de sua própria área de gol, as decisões devem ser as seguintes: Jogando a bola É permitido: A. Lançar, agarrar, parar, empurrar ou bater a bola, usando mãos (abertas ou fechadas), braços, cabeça, tronco, coxas e joelhos; B. Mergulhar sobre a bola quando ela está parada ou rolando na areia; C. Segurar a bola por, no máximo, três segundos inclusive quando estiver deitado na areia. A bola não pode permanecer na areia por mais de três segundos e ser apanhada pelo mesmo jogador que a tocou por último, com punição de cobrança de tiro livre pela equipe adversária. Lembre-se que é permitido dar, no máximo, três passos com a bola na mão. Faltas e condutas antidesportivas Não é permitido: a. Arrancar ou bater na bola para fora das mãos de um adversário; b. Bloquear ou empurrar o adversário com braços, mãos ou pernas; c. Deter, segurar, empurrar ou lançar-se sobre o adversário na corrida ou no salto; d. Impedir, obstruir ou colocar em perigo um adversário (com ou sem a bola), em contradição às regras. Marcação de um gol Um gol é marcado quando a bola ultrapassar por inteiro a largura da linha de gol, sem que nenhuma violação das regras tenha sido cometida pelo arremessador ou por um companheiro de equipe antes ou durante o arremesso. A cada gol marcado, é concedido um ponto para equipe. São concedidos dois pontos aos gols criativos ou espetaculares. A um gol marcado por um tiro de 6 metros será concedido dois pontos. Também são marcados dois pontos nos gols feitos em jogadas aéreas, quando o jogador que recebe e controla a bola fizer o arremesso ainda no ar. Caso ele dê uma cortada ou um soco na bola, o gol valerá um ponto apenas. Decisão da partida em caso de empate Se o resultado no final de um período ainda for empate, o Gol de Ouro será utilizado, ou seja, o vencedor é a equipe que marcar o primeiro gol. Caso cada uma das equipes tenham vencido um tempo de jogo, se utiliza o método de desempate Shoot Out, ou seja, um jogador realiza o arremesso contra o goleiro. No Shoot Out, cinco jogadores que estão autorizados a jogar, um de cada vez, efetuarão arremessos alternados contra a equipe adversária. Se um goleiro for um dos arremessadores, ele contará como um jogador de quadra, quando arremessar. Tiro de 6 metros O tiro de 6 metros é assinalado nos seguintes casos: I. Uma clara chance de marcar um gol é interrompida em qualquer lugar da quadra por um jogador ou oficial de equipe da equipe adversária; II. Uma clara chance de marcar um gol é destruída com a interferência de alguém não participante do jogo; III. Um apito não autorizado prejudica de uma clara chance de marcar um gol. Exclusão De acordo com as regras do hand beach, uma exclusão deve ser dada nos seguintes casos: A. Falta de substituição ou entrada ilegal na quadra de jogo; B. Faltas repetidas do tipo que devem ser punidas progressivamente; C. Conduta antidesportiva repetida um jogador, dentro ou fora da quadra; D. Não soltar ou não colocar a bola na areia quando uma decisão de tiro livre é tomada contra a equipe que está em posse da bola; E. Infrações repetidas quando os oponentes estão executando um tiro formal; F. Consequência de uma desqualificação de um jogador ou oficial de equipe durante o tempo de jogo. Meios técnicos, táticos e estratégicos Durante uma partida de hand beach, visualizam-se algumas semelhanças com o tradicional handebol indoor. No entanto, como o piso é diferente e bem irregular, o drible fica muito comprometido. Assim sendo, os principais meios técnicos que são desenvolvidos durante a prática são a recepção, o passe, a finta e os arremessos dos atletas de linha. Também são destacadas as técnicas dos goleiros dentro da sua área de gol. No decorrer das partidas, o meio técnico passe aparece, especialmente em relação a sua distância, que pode ser curta, média e longa. Na sua execução, destacam-seas formas de ombro, consideradas por muitos como o meio técnico que deverá ser mais utilizado, além do tipo peito. Outros tipos de passe surgem na ambiência do jogo, Dessa forma, o atleta que vai executar um passe tem que ter certa habilidade, como os passes por trás da cabeça, por trás do tronco e por trás do braço contrário, além, é claro, quando é realizado em pronação. Também os arremessos estão relacionados como elementos técnicos na trajetória dos jogos, entre eles temos os arremessos com apoio e sem apoio. Arremessos com apoio Nesse sentido, entre os arremessos com apoio, destacam-se na sua execução os arremessos por cima do ombro, na linha do ombro e do quadril. Arremessos sem apoio Quanto à execução dos arremessos sem apoio, visualizam-se em suspensão, suspensão com queda e os acrobáticos. No desenvolvimento da sua prática, várias características do jogo são observadas em que a distribuição dos jogadores em quadra de areia tem significativas implicações para a sua dinâmica. Assim sendo, surgem as possibilidades estratégicas específicas utilizadas nos sistemas de ataque e defesa. Portanto, Costa Neto (2017) e Nascimento e Almeida (2007) relatam que, como na prática do handebol de quadra, a distribuição inicial dos jogadores nas linhas e nas zonas da quadra caracteriza disposições ordenadas dos jogadores na ação tática, ou seja, ações cognitivas e estratégicas denominadas sistemas de jogo. Então, na prática da atividade específica do jogo, acontecem os sistemas de marcação, que podem ser individuais e por zona. Sistema de marcação individual No sistema de marcação individual, deve ser destacada a utilização no processo que envolve, de forma específica, o final de jogo. Nesse caso, temos a necessidade de igualar ou tentar reverter o placar do jogo que se encontra adverso para a nossa equipe. Dessa forma, em função das dimensões do ambiente de jogo, a marcação poderá ser utilizada em toda a extensão da quadra. Entretanto, quando a equipe utiliza o sistema por zona, os jogadores que estão defendendo vão se posicionar na área de seis metros, e o sistema a ser aplicado vai ser o 3X0, no qual temos dois marcadores laterais e um marcador central. (COSTA NETO, 2017). Para melhorar esse tipo de defesa, é necessário que os jogadores que estão defendendo possam flutuar e combater os jogadores da equipe adversária que estão atacando. Em determinados momentos o sistema pode ser alterado para 2X1, com um defensor posicionado mais à frente da marcação. Ainda de acordo com Costa Neto (2017), temos que o sistema de ataque pode ser desenvolvido quando se tem dois jogadores na armação e dois pontas, que, dependendo da situação de jogo, podem realizar a tarefa de pivô. Nesse sentido, temos o ataque circulatório, em que os jogadores que estão atacando devem estar em movimentação constante e, com isso, confundir a marcação defensiva adversária. Esta situação deve ser explorada em função de quando a equipe atacante tem a posse de bola, ela pode usar um jogador a mais que irá substituir o goleiro nesse momento. Portanto, para uma melhor compreensão dos sistemas de jogo, encontramos no posicionamento do ataque: Os sistemas em superioridade numérica (3:1, 2:0 e 4:0); Igualdade numérica (3:0, 2:1); De sistemas de defesa por zona (3:0, 2:1, 1:2 e 0:3); Misto (2+1, 1+2, 0+3). -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Aula 10: Preparação física no handebol de quadra Contextualização inicial 1. Segundo Fritzen et al. (2008), ao se referir à prática do handebol de alto nível, estipula que, em função das exigências físicas, técnicas e táticas do jogo, deve ser procurado nos atletas perfis fisiológico, metabólico e morfológico. Também deverá ser levada em consideração a posição dos jogadores em quadra, em que cada setor - ataque ou defesa - tem suas características na busca pelo rendimento, além das próprias estratégias e planejamento de jogo. 2. Assim, Costa Neto (2017) destaca que, durante uma partida, valências físicas são utilizadas constantemente, entre elas encontramos a agilidade, vários tipos de velocidades, forças dinâmica e explosiva, resistência aeróbica e muscular, flexibilidade, além da coordenação entre outras valências. 3. Em outro momento, Ruiz e Rodriguez (2001), ao serem citados por Fritzen et.al (2008), estabelecem que várias capacidades relacionadas às condições físicas gerais e específicas, como as técnicas, táticas e estratégias do jogo, atuam como componentes psíquicos na qualidade de discutir aspectos da personalidade. Características morfológicas no handebol Sabemos que em cada esporte, especialmente nos coletivos, visualizam-se nos jogadores questões importantes sobre seu próprio desenvolvimento. No caso específico do handebol, temos o biótipo dos seus atletas. Estudos diversos destacam que várias equipes bem colocadas em torneios ou campeonatos possuem atletas de características morfológicas corpulentas. (GLANER, 1996 apud FRITZEN et al, 2010). Portanto, jogadores de handebol devem ser altos e de porte avantajado, o que pode favorecer uma ação defensiva, especialmente na fase do bloqueio ao adversário. Também na fase ofensiva, tais características facilitam nos arremessos e nas fintas. (MARQUES, 1987). Sendo assim, entendemos que a massa corporal dos atletas, na prática do jogo do handebol, é essencial em momentos como 1X1, ao atacar, ou na própria situação de defesa. (MORENO, 1997). Martini (1980) relata que um jogador de handebol utiliza meios técnicos importantes ao atacar, tais como: · Manejo de bola; · Execução de dribles; · Passes; · Arremessos. Nesse caso, os atletas de handebol deverão ter como característica o tamanho das suas mãos em função da amplitude palmar. Outro fator determinante está na relação dos jogadores e as suas posições dentro da quadra. Características fisiológicas e metabólicas no handebol Sálvio (2003), ao ser citado por Fritzen et al. (2010), informa que o jogador de handebol deve ser analisado de acordo com a capacidade funcional, tendo como referência fisiológica: = Fritzen et al. (2010) estabelece que o VO2 máximo em jogadores de handebol pode apresentar taxas diferentes de acordo com o país de nascimento, e do gênero. Em outro momento, Alves, Barbosa e Pellegrinotti (2008), ao citar Delamarche et al. (1987), afirmam que, após testes em laboratórios e em campo, não há relação entre desempenho e o seu consumo máximo de oxigênio. A pesquisa demonstrou que, dependendo da ação de jogo, o atleta mais ativo não necessariamente era o que demonstrava maior potência aeróbia. = Em relação à frequência cardíaca (FC), estudos de vários autores, entre eles Weineck (1999) e Borin (2000), relatam que a FC é uma estratégia, em nível de índice da fisiologia, relativamente fácil para analisar a intensidade de esforço, sendo estratégica nas informações da intensidade do treinamento e do estado em que se encontram os jogadores. Portanto, para o handebol, Fritzen et al. (2010) descrevem que estudos de Delamarche e colaboradores (1987) estipulam que os valores da FC máxima estavam próximos a 85%, com batimentos cardíacos de 160 a 180 bpm. Assim entendemos que a disputa de uma partida de handebol é caracterizada por várias ações específicas, como saltar, correr, bloquear e arremessar. Por ser uma atividade esportiva com características de movimentação irregulares, alternando intervalos de alta intensidade com períodos de menor intensidade ou mesmo de descanso, a frequência cardíaca pode variar durante a prática, podendo, em várias circunstâncias, chegar a valores considerados máximos. Dessa forma, ocorre uma relação bem significativa da participação do sistema cardiovascular, o que vai acarreta, como consequência, em alterações no próprio treinamento. (MORENO, 1996; RANNOU et al, 2001; ELENO et al, 2002; ALVES, BARBOSA E PELLEGRINOTTI, 2008; FRITZEN et al. 2010). Portanto, o jogo de handebol é considerado por vários autores como um esporte de esforços alternados. Assim sendo, Eleno, Barela e Kokobun (2002),estipulam que, ao desenvolver treinamentos intermitentes, devem ser considerados períodos de exercícios e descanso. Neste sentido, em função das características e da movimentação dos atletas de handebol, os treinamentos ou trabalhos intermitentes estão voltados para a sua intensidade, conjugadas na relação dos períodos ativos e de repouso. Assim, verifica-se a possibilidade de o treinamento ocorrer em três vias metabólicas, que possuem um estreitamento simultâneo com as atividades e vão produzir energia necessária para a sua ação. Também se destacam a caracterização em relação à intensidade dos exercícios e a junção das pausas e dos esforços que, em determinados momentos, podem sobrecarregar um ou outro. Nesse sentido, Costa Neto (2017) estipula que a literatura descreve o que é relacionado como três vias de utilização de substratos energéticos: · Fosfagênios e ATP-CP; · Glicólise alática e lática · Ácidos graxos. Assim, Alves, Barbosa e Pellegrinotti (2008) afirmam que os atletas de handebol devem ter capacidade aeróbia resistente para manter as características da intensidade de esforço durante o jogo, realizando a ressíntese de ATP para possuir mais efetividade na remoção do lactato. Assim sendo, estes atletas devem ter treinos que suportem os altos níveis de lactato. Com isso, eles vão atingir e preservar o ponto alto da efetividade no decorrer do próprio jogo. Estudos indicam que a presença do lactato não é uma condição restringente no handebol, entretanto os treinos devem ter exercícios capazes de produzir quantidades de lactato que determinem adaptações específicas nos jogadores. (ALVES; BARBOSA; PELLEGRINOTTI, 2008). Nesse sentido, quando citamos a caracterização dos esforços do handebol, verificam-se os estudos de Greco (2000), que, ao analisar, a partir de uma avaliação geral do esforço desenvolvido pelos atletas de handebol no decorrer de uma partida, que eles executam por volta de trezentas arrancadas e seguidas alterações de direção de movimento durante o desenrolar de uma partida. Tal afirmação estabelece que a cada mudança de direção haja uma desaceleração seguida por uma aceleração, em que a distância percorrida durante a fase de aceleração raramente ultrapasse os quinze metros. Outros estudos destacam que os jogadores podem percorrer em torno de 4300 metros e que o consumo energético é diferente para cada atleta em sua posição de jogo. (ALVES; BARBOSA; PELLEGRINOTTI, 2008) Qualidades físicas Apesar de toda a diversidade de ações da modalidade, também devemos salientar as qualidades físicas e suas características como componentes importantes para a preparação das equipes de handebol. Então, destacamos que o conhecimento das qualidades físicas é necessário para os treinamentos, pois auxilia na busca do melhor rendimento, tornando os movimentos técnicos e táticos precisos e com economia de energia a ser desprendida. Assim sendo, apresentamos algumas qualidades físicas relacionadas por Eleno, Barela e Kokobun (2002), que são fundamentados pelas classificações e aplicações sugeridas por Barbanti (1979, 1986), Góes (1991), Tubino (1980) e Zakharov (1992). Portanto, destacamos as seguintes qualidades físicas e suas respectivas variações e adaptações segundo Eleno, Barela e Kokobun (2002). Força i. Máxima - força muscular máxima empregada no movimento; ii. Potência – utilização máxima de energia num ato explosivo (movimento de força com o máximo de velocidade); iii. Resistência – capacidade de suportar repetições de movimentos explosivos. Velocidade i. Reação – Produção de respostas motoras rápidas; ii. Agilidade - Rápidas mudanças de direção e posição; iii. Força – Produção de movimentos rápidos contra resistência; iv. Máxima – Realização de movimentos com velocidade máxima (até 30 metros). Resistência i. Aeróbia - Manutenção do rendimento durante a partida; ii. Velocidade - Realização de movimentos velozes e potentes; iii. Muscular localizada - Realização de repetições de movimentos com eficiência por um longo período de tempo. Flexibilidade Condiciona a capacidade funcional das articulações, com movimentos nos limites ideais de determinadas ações. Coordenação i. Habilidade - execução de movimentos com precisão e economia de energia e realização de movimentos simples; ii. Destreza - realização de movimentos complexos. Equilíbrio i. Estático - Manutenção ou alcance de uma posição desejada (sem deslocamento); ii. Dinâmico – Manutenção ou alcance de uma posição desejada (com deslocamento). Para Ferreira (2005 apud ALVES; BARBOSA; PELLEGRINOTTI, 2008), entende-se que o treinamento físico esportivo deve ser visto como área cientifica, porque o aprimoramento da teoria será útil para a superação dos limites que envolvem as características primordiais dos atletas, em especial dos praticantes do handebol. Assim sendo, Costa Neto (2017) acredita que os testes físicos seguidos de uma avaliação se tornam ferramentas que podem contribuir para o desenvolvimento dos atletas de handebol, estabelecidos nas valências físicas de membros inferiores e superiores, além da velocidade e agilidade. ✓ Sínteses de testes de aptidão física no handebol Veja, a seguir, exemplos de testes de aptidão física e suas características. ✓ Síntese do teste de potência de membro superior O teste de arremesso de medicine ball, citado por Johnson & Nelson (1979), tem como objetivo a avaliação da potência anaeróbica (sistema ATP-PC). Veja o procedimento para realização do teste. 1. O atleta deve sentar em uma cadeira, com as costas presas no encosto por meio de uma corda. 2. Em seguida, o atleta deverá arremessar a medicine ball, que pesa três quilos, à maior distância que conseguir em, no máximo, três tentativas com a ajuda somente dos braços e da cintura escapular. 3. Após o arremesso, é preciso marcar a distância do primeiro toque da bola no solo. A maior distância obtida centímetros em um dos arremessos do atleta será mensurada. Segundo a classificação de Johnson e Nelson (1979), encontramos vários níveis de performance: iniciante, iniciante avançado, intermediário, intermediário avançado e avançado, como mostra a tabela a seguir. ✓ Síntese do teste de potência de membro inferior O teste de impulsão horizontal, desenvolvido por Johnson e Nelson (1979), tem como objetivo a avaliação da potência anaeróbica (sistema ATP-PC) de MMII. Para realiza-lo, o atleta deve: 1. Saltar em pé para frente, com os pés paralelos, em até três tentativas para atingir a maior distância possível, sendo computada a maior distância ao calcâneo tocar o solo. Agora, veja mais alguns tipos de testes que podem ser aplicados aos atletas e aos praticantes do handebol. Planejamento do treinamento físico do handebol A literatura específica sobre o handebol ainda é bem escassa no que se refere ao treinamento do esporte. No entanto, em relação ao treinamento físico, Costa Neto (2017), ao citar WEINECK (1999), GOMES (2009) e DANTAS (2014), estipula quatro princípios: · Princípio da sobrecarga; · Princípio da especificidade; · Princípio das diferenças individuais; · Princípio da reversibilidade. Assim, de acordo com os estudos de Costa Neto (2017), temos as seguintes definições. Princípio da sobrecarga Baseia-se em uma série de adaptações realizadas pelo organismo a uma sequência de estímulos em determinados períodos com intensidades diferenciadas. (COSTA NETO, 2017, p.111) Princípio da especificidade Corresponde à adaptação dos sistemas metabólicos e fisiológicos a estímulos relacionados diretamente com a característica desportiva realizada, sua frequência, intensidade e tipo de exercício empregado. (COSTA NETO, 2017, p.111) Princípio das diferenças individuais Cada indivíduo responde de forma diferente ao mesmo estímulo fornecido. Esta individualidade está relacionada à sua característica genética e, no handebol, à sua posição de jogo. (COSTA NETO, 2017, p.111) Princípio da reversibilidade Corresponde à necessidade da continuidade no treinamento, sabendo que, ao cessar este estímulo, as adaptações geradas serão perdidas. (COSTANETO, 2017, p.111) Periodização A periodização é considerada muito importante para a base do planejamento esportivo por alguns estudiosos. Portanto, estipula-se que, no desenvolvimento da preparação esportiva em diferentes formas, mesmo em escalas de curtos ou longos prazos, as atividades devem ser estabelecidas em ciclos, com a divisão do tempo em fases. (MATVEYEV, 1996; BOMPA, 2002) Matveyev (1977) descreve que, para o atleta atingir um estágio de alta performance, é necessário planejar o treinamento ao longo da temporada específica, ou seja, a periodização, que é estabelecida para facilitar e controlar a nível temporal. Nesse sentido, os períodos (macrociclos, mesociclos e microciclos) são divididos em função dos objetivos propostos. Portanto, Costa Neto (2017) estipula que é necessário observar dois pontos importantes durante o treinamento. O primeiro, contemplado no modelo considerado básico, é constituído por três períodos inteiramente distintos: preparatório, de competição e de transição. O segundo ponto estipula a prescrição das cargas de treinamento, nas quais se situam as características de cada jogador. As tabelas a seguir apresentam as características das diferentes fases de treinamento, seus procedimentos e objetivos, além da representação do micro e mesociclo no handebol. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------