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JARI - Junta Administrativa de Recursos de Infrações de Trânsito - 2ª edição © João Luiz Bonelli de Souza J. H. MIZUNO 2020 Revisão: Eliane Chainça Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (eDOC BRASIL, Belo Horizonte/MG) S729j Souza, João Luiz Bonelli de. JARI: Junta Administrativa de Recursos de Infrações de Trânsito / João Luiz Bonelli de Souza. – 2.ed. – Leme, SP: JH Mizuno, 2020. 194 p.: 14 x 21 cm Inclui bibliografia. Inclui índice alfabético remissivo. ISBN 978-85-7789-470-3 1. Conselho Nacional de Trânsito (Brasil). Junta Administrativa de Recursos de Infrações. 2. Recursos (Direito) – Brasil. 3. Trânsito – Infrações – Brasil. 4. Trânsito – Legislação – Brasil. I. Título. CDD 343.810946 Elaborado por Maurício Amormino Júnior – CRB6/2422 Nos termos da lei que resguarda os direitos autorais, é expressamente proibida a reprodução total ou parcial destes textos, inclusive a produção de apostilas, de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos xerográficos, reprográficos, de fotocópia ou gravação. Qualquer reprodução, mesmo que não idêntica a este material, mas que caracterize similaridade confirmada judicialmente, também sujeitará seu responsável às sanções da legislação em vigor. A violação dos direitos autorais caracteriza-se como crime incurso no art. 184 do Código Penal, assim como na Lei n. 9.610, de 19.02.1998. O conteúdo da obra é de responsabilidade do autor. Desta forma, quaisquer medidas judiciais ou extrajudiciais concernentes ao conteúdo serão de inteira responsabilidade do autor. Todos os direitos desta edição reservados à J. H. MIZUNO Rua Benedito Zacariotto, 172 - Parque Alto das Palmeiras, Leme - SP, 13614-460 Correspondência: Av. 29 de Agosto, nº 90, Caixa Postal 501 - Centro, Leme - SP, 13610- 210 Fone/Fax: (0XX19) 3571-0420 Visite nosso site: www.editorajhmizuno.com.br e-mail: atendimento@editorajhmizuno.com.br Impresso no Brasil Printed in Brazil http://www.editorajhmizuno.com.br mailto:atendimento@editorajhmizuno.com.br Introdução O Código de Trânsito Brasileiro, com texto atualizado da Lei 9.503, de 23 de Setembro de 1997, no seu Artigo 16, estabelece o funcionamento das Juntas Administrativas de Recursos de Infrações – JARI, junto a cada órgão ou entidade executiva de trânsito ou rodoviário. O mesmo diploma legal, no seu Artigo 24, celebra a municipalização do trânsito, com o município passando a ser seu principal gestor, apesar de lhe ser vedado legislar sobre o tema, por força do Artigo 22, XI, da Constituição Federal. Com o aumento de veículos automotores circulando pelas cidades e rodovias, o número de infrações de trânsito tende a crescer na mesma proporção, desencadeando a necessidade de instalação e funcionamento de um número cada vez maior de JARI, a fim de garantir o direito constitucional da ampla defesa e do contraditório nos processos administrativos. Esta obra contempla toda legislação pertinente à instalação e funcionamento de uma Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI, bem como, modelo de recursos, regimento interno, parecer dos membros e de todo procedimento administrativo relacionado com a tramitação dos processos, desde o protocolo inicial até o resultado do julgamento enviado ao recorrente. O objetivo é facilitar o entendimento sobre o tema, seja para o autor do pleito, seja para a instalação de novas JARI, ou auxiliar as já existentes, com subsídios legais e práticos, de forma simples e direta. 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 1 2 Sumário CAPÍTULO I Legislação Princípio do contraditório e da ampla defesa Sistema Nacional de Trânsito Criação e competência da JARI Diretrizes para a elaboração do Regimento Interno Despesas com Manutenção, conservação e funcionamento da JARI Municipalização do trânsito CAPÍTULO II Instalação Regimento Interno Nomeação e posse dos Membros Exoneração do Membro Remuneração dos Membros CAPÍTULO III Objeto do Recurso Princípios da Sinalização de Trânsito Tipos de Sinalização de Trânsito 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 1 2 3 4 1 2 3 4 5 Auto de Infração de Trânsito Fé Pública do Agente Autuador Preenchimento do Auto de Infração de Trânsito Campo de Observações e Medida Administrativa Notificação de Autuação de Infração de Trânsito Diferença entre Notificação de Autuação e Notificação de Penalidade Prazo para expedição e encaminhamento Notificação de Autuação de Infração de Trânsito por Edital Identificação do Condutor Infrator e competência da JARI Legitimidade para interposição do recurso Documentação obrigatória para interposição de recurso Defesa ou Recurso por procuração Modelo de Procuração Pedido de conversão em advertência por escrito Notificação de Penalidade de Multa de Trânsito Conteúdo da Notificação de Penalidade Notificação de Penalidade por Edital CAPÍTULO IV Interposição e Julgamento do Recurso Dos Recursos Administrativos Local para apresentação do recurso Do efeito suspensivo Julgamento no Processo Administrativo CAPÍTULO V Prática - Secretário Formulário de requerimento do recorrente Protocolo de Atendimento Formação do processo com juntada de documentos Protocolo de tramitação do processo Resumo do parecer dos membros 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 Ata da Sessão Ordinária/Extraordinária Publicação de Edital Notificação ao recorrente Recurso para 2a instância CAPÍTULO VI Prática - Membros Distribuição e conteúdo do voto Modelo de voto (Deferido) Modelo de voto (Indeferido) Modelo de voto (Não conhecido) Modelo de voto (Desempate) Encerramento da sessão CAPÍTULO VII Fluxograma: Do AIT ao Julgamento em 2ª Instância CAPÍTULO VIII Modelo para Defesa e Recursos em 1ª e 2ª Instâncias CAPÍTULO IX Conceitos e Definições do CTB CAPÍTULO X Legislação Pertinente Portaria nº 03, de 06 de janeiro de 2016 Portaria nº 127, de 21 de junho de 2016 Resolução n.º 182 de 09 de setembro de 2005 Resolução nº 299, de 04 de dezembro de 2008 Resolução nº 371, de 10 de dezembro de 2010 Resolução nº 497, de 29 de julho de 2014 Resolução nº 561, de 15 de outubro de 2015 Resolução nº 619, de 06 de setembro de 2016 Capítulo I Legislação 1 Princípio do contraditório e da ampla defesa O Artigo 5º, LV, da Constituição Federal consagra o princípio do contraditório e da ampla defesa nos processos administrativos, inclusive em grau de recurso: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (…) LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 2 Sistema Nacional de Trânsito O Sistema Nacional de Trânsito foi criado pelo CTB (Código de Trânsito Brasileiro - Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997) e consiste num conjunto de órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que tem por finalidade o exercício das atividades de planejamento, administração, normatização, pesquisa, registro e licenciamento de veículos, formação, habilitação e reciclagem de condutores, educação, engenharia, operação do sistema viário, policiamento, fiscalização, julgamento de infrações e de recursos e aplicação de penalidades. É composto pelos seguintes órgãos e entidades: I - o Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, Coordenador do Sistema e órgão máximo normativo e consultivo; II - os Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e o Conselho de Trânsito do Distrito Federal - CONTRANDIFE, órgãos normativos, consultivos e coordenadores; III - os órgãos e entidades executivos de trânsito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; IV - os órgãos e entidades executivos rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; V - a Polícia Rodoviária Federal; VI - as Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal; e VII - as Juntas Administrativasde Recursos de Infrações - JARI. As Juntas Administrativas de Recursos de Infrações - JARIs são órgãos colegiados, componentes do Sistema Nacional de Trânsito, responsáveis pelo julgamento dos recursos interpostos contra penalidades aplicadas pelos órgãos e entidades executivos de trânsito ou rodoviários. O Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN estabelece as diretrizes para a elaboração do Regimento Interno das Juntas Administrativas de Recursos de Infrações – JARI, sendo válidas em todo território nacional. 3 Criação e competência da JARI O Código de Trânsito Brasileiro estabelece a criação e competência das Juntas Administrativas de Recursos de Infrações -JARI: Código de Trânsito Brasileiro: (…) Art. 16. Junto a cada órgão ou entidade executivos de trânsito ou rodoviário funcionarão Juntas Administrativas de Recursos de Infrações - JARI, órgãos colegiados responsáveis pelo julgamento dos recursos interpostos contra penalidades por eles impostas. Parágrafo único. As JARI têm regimento próprio, observado o disposto no inciso VI do art. 12, e apoio administrativo e financeiro do órgão ou entidade junto ao qual funcionem. Art. 17. Compete às JARI: I - julgar os recursos interpostos pelos infratores; II - solicitar aos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos rodoviários informações complementares relativas aos recursos, objetivando uma melhor análise da situação recorrida; III - encaminhar aos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos rodoviários informações sobre problemas observados nas autuações e apontados em recursos, e que se repitam sistematicamente. (…) Art. 281. A autoridade de trânsito, na esfera da competência estabelecida neste Código e dentro de sua circunscrição, julgará a consistência do auto de infração e aplicará a penalidade cabível. Parágrafo único. O auto de infração será arquivado e seu registro julgado insubsistente: I - se considerado inconsistente ou irregular; II - se, no prazo máximo de trinta dias, não for expedida a notificação da autuação. (Redação dada pela Lei nº 9.602, de 1998) Art. 282. Aplicada a penalidade, será expedida notificação ao proprietário do veículo ou ao infrator, por remessa postal ou por qualquer outro meio tecnológico hábil, que assegure a ciência da imposição da penalidade. § 1º A notificação devolvida por desatualização do endereço do proprietário do veículo será considerada válida para todos os efeitos. § 2º A notificação a pessoal de missões diplomáticas, de repartições consulares de carreira e de representações de organismos internacionais e de seus integrantes será remetida ao Ministério das Relações Exteriores para as providências cabíveis e cobrança dos valores, no caso de multa. § 3º Sempre que a penalidade de multa for imposta a condutor, à exceção daquela de que trata o § 1º do art. 259, a notificação será encaminhada ao proprietário do veículo, responsável pelo seu pagamento. § 4º Da notificação deverá constar a data do término do prazo para apresentação de recurso pelo responsável pela infração, que não será inferior a trinta dias contados da data da notificação da penalidade. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998) § 5º No caso de penalidade de multa, a data estabelecida no parágrafo anterior será a data para o recolhimento de seu valor. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998) Art. 282-A. O proprietário do veículo ou o condutor autuado poderá optar por ser notificado por meio eletrônico se o órgão do Sistema Nacional de Trânsito responsável pela autuação oferecer essa opção. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) § 1º O proprietário ou o condutor autuado que optar pela notificação por meio eletrônico deverá manter seu cadastro atualizado no órgão executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) § 2º Na hipótese de notificação por meio eletrônico, o proprietário ou o condutor autuado será considerado notificado 30 (trinta) dias após a inclusão da informação no sistema eletrônico. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) § 3º O sistema previsto no caput será certificado digitalmente, atendidos os requisitos de autenticidade, integridade, validade jurídica e interoperabilidade da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) Art. 283. (VETADO) Art. 284. O pagamento da multa poderá ser efetuado até a data do vencimento expressa na notificação, por oitenta por cento do seu valor. Parágrafo único. Não ocorrendo o pagamento da multa no prazo estabelecido, seu valor será atualizado à data do pagamento, pelo mesmo número de UFIR fixado no art. 258. Art. 285. O recurso previsto no art. 283 será interposto perante a autoridade que impôs a penalidade, a qual remetê-lo-á à JARI, que deverá julgá-lo em até trinta dias. § 1º O recurso não terá efeito suspensivo. § 2º A autoridade que impôs a penalidade remeterá o recurso ao órgão julgador, dentro dos dez dias úteis subsequentes à sua apresentação, e, se o entender intempestivo, assinalará o fato no despacho de encaminhamento. § 3º Se, por motivo de força maior, o recurso não for julgado dentro do prazo previsto neste artigo, a autoridade que impôs a penalidade, de ofício, ou por solicitação do recorrente, poderá conceder-lhe efeito suspensivo. Art. 286. O recurso contra a imposição de multa poderá ser interposto no prazo legal, sem o recolhimento do seu valor. § 1º No caso de não provimento do recurso, aplicar-se-á o estabelecido no parágrafo único do art. 284. § 2º Se o infrator recolher o valor da multa e apresentar recurso, se julgada improcedente a penalidade, ser-lhe-á devolvida a importância paga, atualizada em UFIR ou por índice legal de correção dos débitos fiscais. Art. 287. Se a infração for cometida em localidade diversa daquela do licenciamento do veículo, o recurso poderá ser apresentado junto ao órgão ou entidade de trânsito da residência ou domicílio do infrator. Parágrafo único. A autoridade de trânsito que receber o recurso deverá remetê-lo, de pronto, à autoridade que impôs a penalidade acompanhado das cópias dos prontuários necessários ao julgamento. Art. 288. Das decisões da JARI cabe recurso a ser interposto, na forma do artigo seguinte, no prazo de trinta dias contado da publicação ou da notificação da decisão. § 1º O recurso será interposto, da decisão do não provimento, pelo responsável pela infração, e da decisão de provimento, pela autoridade que impôs a penalidade. § 2º (Revogado pela Lei nº 12.249, de 2010) Art. 289. O recurso de que trata o artigo anterior será apreciado no prazo de trinta dias: I - tratando-se de penalidade imposta pelo órgão ou entidade de trânsito da União: a) em caso de suspensão do direito de dirigir por mais de seis meses, cassação do documento de habilitação ou penalidade por infrações gravíssimas, pelo CONTRAN; b) nos demais casos, por colegiado especial integrado pelo Coordenador-Geral da JARI, pelo Presidente da Junta que apreciou o recurso e por mais um Presidente de Junta; II - tratando-se de penalidade imposta por órgão ou entidade de trânsito estadual, municipal ou do Distrito Federal, pelos CETRAN E CONTRANDIFE, respectivamente. Parágrafo único. No caso da alínea b do inciso I, quando houver apenas uma JARI, o recurso será julgado por seus próprios membros. Art. 290. Implicam encerramento da instância administrativa de julgamento de infrações e penalidades: (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) I - o julgamento do recurso de que tratam os arts. 288 e 289; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) II - a não interposição do recurso no prazo legal; e (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) III - o pagamento da multa, com reconhecimento da infração e requerimento de encerramento do processo na fase em que se encontra, sem apresentação de defesa ou recurso. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) Parágrafo único. Esgotados os recursos, as penalidades aplicadas nos termos deste Código serão cadastradas no RENACH. 4 Diretrizes para a elaboração do Regimento Interno A Resolução 357/2010 do CONTRAN estabelece asdiretrizes para a elaboração do regimento interno das Juntas Administrativas de Recursos de Infrações – JARI em todo território nacional: Diretrizes para a Elaboração do Regimento Interno das Juntas Administrativas de Recursos de Infrações – JARI 1. Introdução 1.1. De acordo com a competência que lhe atribui o inciso VI do art. 12 da Lei nº. 9.503, de 23 de setembro de 1997, o Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN estabelece as diretrizes para a elaboração do Regimento Interno das Juntas Administrativas de Recursos de Infrações – JARI. 2. Da Natureza e Finalidade das JARI 2.1. As JARI são órgãos colegiados, componentes do Sistema Nacional de Trânsito, responsáveis pelo julgamento dos recursos interpostos contra penalidades aplicadas pelos órgãos e entidades executivos de trânsito ou rodoviários. 2.2. Haverá, junto a cada órgão ou entidade executivo de trânsito ou rodoviário, uma quantidade de JARI necessária para julgar, dentro do prazo legal, os recursos interpostos. 2.3. Sempre que funcionar mais de uma JARI junto ao órgão ou entidade executivo de trânsito ou rodoviário, deverá ser nomeado um coordenador. 2.4. As JARI funcionarão junto: 2.4.a. aos órgãos e entidades executivos rodoviários da União e à Polícia Rodoviária Federal; 2.4.b. aos órgãos e entidades executivos de trânsito ou rodoviários dos Estados e do Distrito Federal; 2.4.c. aos órgãos e entidades executivos de trânsito ou rodoviários dos Municípios. 3. Da Competência das JARI 3.1. Compete às JARI: 3.1.a. julgar os recursos interpostos pelos infratores; 3.1.b. solicitar aos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos rodoviários informações complementares relativas aos recursos objetivando uma melhor análise da situação recorrida; 3.1.c. encaminhar aos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos rodoviários informações sobre problemas observados nas autuações, apontados em recursos e que se repitam sistematicamente. 4. Da Composição das JARI 4.1. A JARI, órgão colegiado, terá, no mínimo, três integrantes, obedecendo-se aos seguintes critérios para a sua composição: 4.1.a. um integrante com conhecimento na área de trânsito com, no mínimo, nível médio de escolaridade; 4.1.a.1. excepcionalmente, na impossibilidade de se compor o colegiado por comprovado desinteresse do integrante estabelecido no item 4.1.a, ou quando indicado, injustificadamente, não comparecer à sessão de julgamento, deverá ser observado o disposto no item 7.3, e substituído por um servidor público habilitado integrante de órgão ou entidade componente do Sistema Nacional de Trânsito, que poderá compor o Colegiado pelo tempo restante do mandato; 4.1.a.2. representante servidor do órgão ou entidade que impôs a penalidade; 4.1.b. representante de entidade representativa da sociedade ligada à área de trânsito; 4.1.b.1. excepcionalmente, na impossibilidade de se compor o colegiado por inexistência de entidades representativas da sociedade ligada à área de trânsito ou por comprovado desinteresse dessas entidades na indicação de representante, ou quando indicado, injustificadamente, não comparece à sessão de julgamento deverá ser observado o disposto no item 7.3, e substituído por um servidor público habilitado integrante de órgão ou entidade componente do Sistema Nacional de Trânsito, que poderá compor o Colegiado pelo tempo restante do mandato; 4.1.b.2. o presidente poderá ser qualquer um dos integrantes do colegiado, a critério da autoridade competente para designá-los; 4.1.b.3. é facultada a suplência; 4.1.c. é vedado ao integrante das JARI compor o Conselho Estadual de Trânsito – CETRAN ou o Conselho de Trânsito do Distrito Federal – CONTRANDIFE. 5. Dos Impedimentos 5.1. O Regimento Interno das JARI poderá prever impedimentos para aqueles que pretendam integrá-las, dentre outros, os relacionados: 5.1.a. à idoneidade; 5.1.b. estar cumprindo ou ter cumprido penalidade da suspensão do direito de dirigir, cassação da habilitação ou proibição de obter o documento de habilitação, até 12 (doze) meses do fim do prazo da penalidade; 5.1.c. ao julgamento do recurso, quando tiver lavrado o Auto de Infração. 6. Da Nomeação dos Integrantes das JARI 6.1. A nomeação dos integrantes das JARI que funcionam junto aos órgãos e entidades executivos rodoviários da União e junto à Polícia Rodoviária Federal será efetuada pelo Secretário Executivo do Ministério ao qual o órgão ou entidade estiver subordinado, facultada a delegação. 6.2. A nomeação dos integrantes das JARI que funcionam junto aos órgãos e entidades executivos de trânsito ou rodoviários estaduais e municipais será feita pelo respectivo chefe do Poder Executivo, facultada a delegação. 7. Do Mandato dos membros das JARI 7.1. O mandato será, no mínimo, de um ano e, no máximo, de dois anos. 7.2. O Regimento Interno poderá prever a recondução dos integrantes da JARI por períodos sucessivos. 7.3. Perderá o mandato e será substituído o membro que, durante o mandato, tiver: 7.3a três faltas injustificadas em três reuniões consecutivas; 7.3b quatro faltas injustificadas em quatro reuniões intercaladas. 8. Dos deveres das JARI 8.1. O funcionamento das JARI obedecerá ao seu Regimento Interno. 8.2. A JARI poderá abrir a sessão e deliberar com a maioria simples de seus integrantes, respeitada, obrigatoriamente, a presença do presidente ou seu suplente. 8.3. As decisões das JARI deverão ser fundamentadas e aprovadas por maioria simples de votos dando-se a devida publicidade. 9. Dos deveres dos Órgãos e Entidades de Trânsito 9.1. O Regimento Interno deverá ser encaminhado para conhecimento e cadastro: 9.1.a. ao DENATRAN, em se tratando de órgãos ou entidades executivos rodoviários da União e da Polícia Rodoviária Federal; 9.1.b. aos respectivos CETRAN, em se tratando de órgãos ou entidades executivos de trânsito ou rodoviários estaduais e municipais ou ao CONTRANDIFE, se do Distrito Federal. 9.2. Caberá ao órgão ou entidade junto ao qual funcione as JARI prestar apoio técnico, administrativo e financeiro de forma a garantir seu pleno funcionamento. 5 Despesas com Manutenção, conservação e funcionamento da JARI A Resolução 638/2016 do CONTRAN dispõe sobre as formas de aplicação das receitas com a cobrança de multas de trânsito: SEÇÃO III DO POLICIAMENTO E DA FISCALIZAÇÃO Art. 9º O policiamento e a fiscalização são os atos de prevenção e repressão que visam a controlar o cumprimento da legislação de trânsito, por meio do poder de polícia administrativa. Art. 10. São considerados elementos de despesas com policiamento e fiscalização: XIII - manutenção, conservação e funcionamento da Junta Administrativa de Recursos de Infração – Jari, do Conselho Estadual de Trânsito – CETRAN e do Conselho de Trânsito do Distrito Federal – CONTRANDIFE; 6 Municipalização do trânsito A Municipalização do trânsito apareceu como ditame legal com o advento do Código de Trânsito Brasileiro, estabelecido pela Lei Federal nº 9503/97. Agora o município, e não mais o Estado, passou a ser o principal gestor do trânsito, por estar próximo dos seus cidadãos e ainda possuir a capacidade de responder a seus pleitos mais rapidamente. A Resolução 560/2015 do CONTRAN dispõe sobre a integração dos órgãos e entidades executivos e rodoviários municipais ao Sistema Nacional de Trânsito, dando-lhe capacidade de administrar os problemas relativos à sua competência e circunscrição, conforme Artigo 24 do Código de Trânsito Brasileiro. Resolução 560/2015 do CONTRAN: O CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO - CONTRAN, usando da competência que lhe confere o artigo 12, inciso I, da Lei n° 9.503, de 23 de setembro de 1997, que instituiu o Código de Trânsito Brasileiro – CTB, e conforme Decreto nº 4.711, de 29 de maio de 2003, que dispõe sobre a coordenação do Sistema Nacional de Trânsito - SNT; Considerando o disposto no § 2° do artigo 24 do CTB, que condiciona o exercício das competências dos órgãos municipais à integração ao SNT, combinado com o artigo 333 do CTB e seus parágrafos, que atribui competência ao CONTRAN para estabelecer exigênciaspara aquela integração, acompanhada pelo respectivo Conselho Estadual de Trânsito – CETRAN; Considerando a necessidade de manutenção e atualização do cadastro nacional dos integrantes do SNT, seu controle e acesso ao sistema de comunicação e informação para as operações de notificação de autuação e de aplicação de penalidade ao Registro Nacional de Infrações de Trânsito - RENAINF, assim como de arrecadação financeira de multas e respectivas contribuições ao Fundo Nacional de Segurança e Educação de Trânsito. RESOLVE: Art. 1° Estabelecer procedimentos para integração dos órgãos e entidades executivos de trânsito e rodoviários municipais ao Sistema Nacional de Trânsito. Art. 2º Integram o Sistema Nacional de Trânsito - SNT os órgãos e entidades municipais executivos de trânsito e rodoviário que disponham de estrutura organizacional e capacidade para o exercício das atividades e competências legais que lhe são próprias, sendo estas no mínimo de: I - engenharia de tráfego; II - fiscalização e operação de trânsito; III - educação de trânsito; IV - coleta, controle e análise estatística de trânsito, e, V - Junta Administrativa de Recurso de Infração – JARI Art. 3º Disponibilizadas as condições estabelecidas no artigo anterior, o município encaminhará ao respectivo o Conselho Estadual de Trânsito – CETRAN, os seguintes dados de cadastros e documentação: I – denominação do órgão ou entidade executivo de trânsito e/ou rodoviário, fazendo juntar cópia da legislação de sua constituição; II – identificação e qualificação das Autoridades de Trânsito e/ou Rodoviária municipal, fazendo juntar cópia do ato de nomeação; III - cópias da legislação de constituição da JARI, de seu Regimento e sua composição: IV – endereço, telefones, fac-símile e e-mail do órgão ou entidade executivo de trânsito e/ou rodoviário. Parágrafo único – Qualquer alteração ocorrida nos dados cadastrais mencionados neste artigo deverá ser comunicado no prazo máximo de 30 dias ao CETRAN, que por sua vez encaminhara alteração ao Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN em igual prazo. Art. 4° O CETRAN, com suporte dos órgãos do SNT do respectivo Estado, ao receber a documentação referida nesta Resolução, promoverá inspeção técnica ao órgão municipal, objetivando verificar a sua conformidade quanto ao disposto no artigo 2° desta Resolução, de tudo certificando ao DENATRAN: § 1º Havendo perfeita conformidade, o CETRAN encaminhará ao DENATRAN, a documentação referida no artigo 3º e o Certificação de Conformidade do Município. O DENATRAN, após ter recebido o Certificado de Conformidade, publicará no Diário Oficial da União (D.O.U.) Portaria de Integração do Município e enviará ofício contendo cópia da referida Portaria ao CETRAN. § 2º Em caso de desconformidade quanto ao disposto no artigo 2º desta Resolução, o CETRAN notificará o Município acerca da necessidade de cumprimento da exigência. § 3º O Município ao ser comunicado pelo CETRAN da exigência apontada, deverá, no prazo de 30 dias, providenciar a devida adequação na forma desta Resolução. § 4º Após o cumprimento da exigência pelo Município, o CETRAN fará nova inspeção. Art. 5º O Município que delegar o exercício das atividades previstas no CTB deverá comunicar essa decisão ao CETRAN, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, e apresentar cópias dos documentos pertinentes que indiquem o órgão ou entidade do SNT incumbido de exercer suas atribuições. Art. 6º Os entes federados poderão optar pela organização de seu órgão ou entidade executivo de trânsito e/ou rodoviário na forma de consórcio, segundo a Lei nº 11.107 de 6 de abril de 2005, e Resolução a ser elaborada pelo CONTRAN, atendendo, no que couber, ao disposto nos artigos 2º e 3º desta Resolução. Parágrafo único – A documentação referente à constituição do Consórcio, nos termos da Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005, deverá ser apresentada ao CETRAN. Art. 7º Os Municípios integrados ao SNT deverão manter a estrutura definida nesta Resolução e operacionalizar a gestão do trânsito sob sua jurisdição, cabendo ao CETRAN verificar a sua regularidade através de inspeções técnicas periódicas. § 1º Constatada deficiência técnica, administrativa ou inexistência dos requisitos mínimos previstos nos Artigos 2º e 3º desta Resolução, o CETRAN notificara o órgão ou entidade municipal executivo de trânsito e/ou rodoviário municipal, estabelecendo prazo para a regularização, a qual não ocorrendo, o CETRAN comunicará ao DENATRAN para registro do descumprimento da legislação de trânsito pelo órgão ou entidade executivo de trânsito e/ou executivo rodoviário municipal integrado ao SNT. Art. 8°. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando a Resolução n° 296, de 28 de outubro de 2008. Capítulo II Instalação 1 Regimento Interno A Instalação da JARI é materializada através da publicação do seu Regimento Interno, desde que obedeça às diretrizes da Resolução 357/2010 do CONTRAN. Segue abaixo um modelo de Regimento Interno, que pode ser alterado de acordo com as peculiaridades de cada órgão ou entidade, a fim de proporcionar uma melhor adaptação às suas necessidades: REGIMENTO INTERNO DA JUNTA ADMINISTRATIVA DE RECURSOS DE INFRAÇÕES – JARI CAPÍTULO I DA JUNTA ADMINISTRATIVA DE RECURSOS DE INFRAÇÕES – JARI SEÇÃO I “DA NATUREZA, FINALIDADE, ORGANIZAÇÃO E COMPOSIÇÃO - JARI” Art. 1° A Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI, criada pela Lei n°_____________, regulamentada pelo Decreto n° __________________, vinculada à Secretaria de Transporte e Trânsito – STT, é o órgão judicante competente para analisar penalidade por infrações de trânsito, com atribuições de julgar os recursos contra aplicação dessas penalidades, sendo subordinada diretamente à Secretaria de Transporte e Trânsito – STT. Art. 2° A Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI é o órgão colegiado componente do Sistema Nacional de Trânsito, responsável pelo julgamento dos recursos interpostos pelos infratores contra penalidade aplicada pelo órgão e entidade executiva de trânsito, competindo-lhe: I – Julgar os Recursos interpostos pelos Infratores; II – Solicitar ao órgão autuador informações complementares relativas aos recursos, objetivando uma melhor análise da situação recorrida; III – Encaminhar ao órgão autuador informações sobre problemas observados nas autuações apontadas em recursos e que se repitam sistematicamente. Parágrafo único – A Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI, vinculada à Secretaria de Transporte e Trânsito – STT, reger-se-á pelo Código de Trânsito Brasileiro, Normas e Resoluções do Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN, Normas e Deliberações do Conselho Estadual de Trânsito – CETRAN e por este Regimento. COMPOSIÇÃO – JARI Art. 3° A JARI – Junta Administrativa de Recursos de Infrações, órgão colegiado, terá, no mínimo, 01 (um) Presidente, 01 (um) representante do órgão autuador que impôs a penalidade, 01 (um) representante de entidade representativa de sociedade Civil Organizada e 01 (um) secretário(a) executivo(a). § 1° O mandato dos membros da Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI será de dois anos, podendo ser reconduzidos por períodos sucessivos. Art. 4° Será exonerado, e não poderá mais ser nomeado para compor a JARI, o membro que: I – Deixar de comparecer a 03 (três) sessões consecutivas, sem causa justificada, ou a 5 (cinco) alternadas; II – Retiver simultaneamente 09 (nove) processos além do prazo regimental, sem relatá-los; III – Empregar, direta ou indiretamente, meios irregulares para procrastinar o exame ou julgamento de qualquer processo, ou praticar, no exercício da função, qualquer ato de favorecimento ilícito. Art.5° Os membros deverão declarar-se impedidos de estudar, funcionar, discutir e votar em processos de seu interesse ou de interesse de pessoa física ou jurídica com a qual possua vínculo direto ou indireto, especialmente de parente consanguíneo até o terceiro grau. Parágrafo único – Declarado o impedimento, esse será feito por escrito no processo, queserá devolvido à secretaria para nova distribuição. Art.6° São condições para nomeação dos membros da Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI: I – Ter instrução do 2° Grau completo; II – Possuir conhecimento de legislação de trânsito; III – Possuir idoneidade para o exercício da função; IV – Achar-se em pleno gozo dos direitos individuais; V – Possuir CNH – Carteira Nacional de Habilitação. CAPÍTULO II “DA COMPETÊNCIA” SEÇÃO I “DA JARI” Art.7° Compete à Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI, além das atribuições estabelecidas na art. 2° deste Regimento Interno: I – Requisitar laudos, perícias, exames, provas documentais e testemunhais para instrução e julgamento de recursos; II – Receber, instruir e encaminhar ao Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) e/ou ao Conselho Estadual de Trânsito (CETRAN), conforme o caso, os recursos contra sua decisão. SEÇÃO II “DO PRESIDENTE” Art.8° Ao presidente da Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI, compete: I – Convocar e presidir as sessões e aprovar as respectivas atas; II – Como membro da Junta, os processos que lhe forem submetidos para desempate deverão ser fundamentados; III – Dirigir os trabalhos, resolver as questões de ordem, apurar votações e anotar na pauta o resultado de cada julgamento; IV – Resolver diligências verificadas no texto das decisões; V – Assinar, nos processos, as decisões a eles correspondentes; VI – Instruir e encaminhar ao Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) e ao Conselho Estadual de Trânsito (CETRAN), conforme o caso, recursos interpostos contra decisões da Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI; VII – Representar a JARI em atos públicos oficiais ou particulares, ou designar outro membro para fazê-lo; VIII – Superintender todos os serviços, zelando pela boa ordem e regularidade; IX – Requisitar à Secretaria de Transporte e Trânsito - STT instalações e mobiliário necessários ao funcionamento da JARI; X – Expedir boletins de frequência do pessoal lotado na JARI; XI – Comunicar ao Chefe do Poder Executivo Municipal a vacância ou renúncia ocorrida. XII – Sugerir à Secretaria de Transporte e Trânsito – STT medidas para aperfeiçoamento dos serviços e apresentar relatório anual; XIII – Resolver os casos omissos neste Regimento Interno, relativos ao seu funcionamento; XIV – Cumprir e fazer cumprir a Legislação de Trânsito em vigor e este Regulamento. SEÇÃO III “DOS MEMBROS” Art.9° Compete aos membros da Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI: I – Comparecer às sessões, justificando suas faltas (se houver); II – Assinar o livro de presença nas sessões a que comparecer; III – Discutir e votar os processos colocados em julgamento; IV – Relatar, no prazo de 10 (dez) dias, os processos que lhe forem distribuídos, proferindo o seu voto fundamentado; V – Pedir vista, se achar necessário, de qualquer processo em julgamento, devolvendo ao respectivo relator no prazo de 07 (sete) dias, com pronunciamento fundamentado; VI – Assinar as decisões dos processos julgados pela Junta; VII – Sugerir, ao Presidente, medidas para o aperfeiçoamento dos serviços; VIII – Representar a Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI em atos públicos oficiais ou particulares, por designação do presidente; IX – Requerer, justificadamente, convocação de sessão extraordinária; X – Cumprir e fazer cumprir o presente Regimento e a Legislação de Trânsito em vigor. SEÇÃO IV “DO(A) SECRETÁRIO(A) EXECUTIVO (A)” Art.10 Cabe ao Secretário executivo da Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI promover as medidas necessárias à instrução, controle e preparo dos processos a ele submetidos, como: I – Secretariar as sessões e lavrar a respectiva ata; II – Organizar e manter o serviço de protocolo, recebendo e distribuindo os recursos e demais documentos encaminhados à Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI; III – Preparar e divulgar a pauta de julgamento e os expedientes que devem ser assinados pelo Presidente; IV – Emitir, após as sessões, boletins informativos sobre os resultados dos julgamentos dos processos, mantendo sob sua guarda e responsabilidade os livros de atas e de distribuição e os processos; V – Juntar documentos aos processos em andamento e atender diligências solicitadas, com prévia autorização do presidente; VI – Organizar e conservar o arquivo, mantendo atualizados os registros e ementários do CONTRAN e CETRAN, coligindo, registrando e classificando a legislação, a jurisprudência administrativa e judicial de interesse da Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI; VII – Subscrever as certidões, traslados e cópias expedidas com autorização do presidente; VIII – Distribuir aos relatores os processos, controlando os prazos para julgamento e dando conhecimento ao Presidente dos processos com prazos vencidos; IX – Instituir e encaminhar ao Conselho Estadual de Trânsito (CETRAN), com despacho do Presidente, os recursos contra decisões da Junta Administrativa de Recursos de Infrações-JARI; X – Assessorar os membros da Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI, quando desses receber solicitação, fornecendo-lhes elementos para estudo do processo; XI – Notificar os recorrentes das decisões da Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI sobre os respectivos recursos interpostos; XII – Exercer quaisquer outras atribuições determinadas pelo presidente; XIII – Cumprir e fazer cumprir este Regimento Interno. CAPÍTULO III “DA ORDEM DOS TRABALHOS” SEÇÃO I “DOS RECURSOS” Art. 11 Das decisões da autoridade de trânsito, que aplique penalidade a proprietário ou condutor de veículo, caberá recurso para a Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI interposto mediante petição apresentada à autoridade que proferiu a decisão recorrida, dentro do prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da entrega da notificação endereçada ao proprietário do veículo ou ao infrator, por remessa postal ou por qualquer outro meio tecnológico hábil que assegure a ciência da imposição da penalidade pelo recorrente. Art.12 A Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI julgará os recursos que lhe forem submetidos dentro de 30 (trinta) dias consecutivos, contados da data do respectivo registro no protocolo de sua secretaria. §1° – Das Decisões da Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI caberá recurso para o CETRAN (2a instância). §2° Caso seja julgado procedente o recurso, a Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI comunicará ao Secretário da Secretaria de Transporte e Trânsito – STT para, no mesmo prazo, expedir o competente ‘Nada Consta de Multa do Veículo’ ao seu proprietário. §3° Se, por motivo de força maior, o recurso não for julgado dentro do prazo previsto nesse artigo, a autoridade lhe concederá efeito suspensivo. SEÇÃO II “DA DISTRIBUIÇÃO” Art.13 Os recursos apresentados à JARI serão distribuídos alternadamente e em ordem aos seus 02 (dois) membros: 01 (um) membro representante do órgão autuador e 01 (um) membro representante de entidade representativa de sociedade civil organizada, que funcionarão como relatores. Art.14 Recebido o processo pelo relator, terá ele o prazo máximo de 15 (quinze) dias para apresentar parecer e devolver à Secretaria para inclusão na pauta de julgamento. § 1º Se entender necessário ou essencial ao julgamento do processo, poderá o relator ou o plenário solicitar diligências. SEÇÃO III “DAS SESSÕES” Art.15 A Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI reunir-se- á em sessões ordinárias e extraordinárias. Art. 16 As sessões serão compostas por 1 (um) membro representante do órgão autuador e 01 (um) membro representante dos usuários, que votarão com o presidente. Parágrafo Único – As sessões ordinárias serão realizadas uma vez por semana, quando estiver em pauta para julgamento um mínimo de 01 (um) processo e, extraordinariamente, quando convocada pelo presidente, por iniciativa própria ou a pedido dos demais membros. Art.17 Das sessões realizadasserão lavradas atas, que deverão ser assinadas por todos os membros e pelo (a) secretário (a), que transcreverá, em cada processo, a decisão correspondente. Art.18 As sessões só serão realizadas com a presença dos componentes, respeitando a representatividade, que são: 01 (um) presidente, 01 (um) membro representando o órgão autuador e 01 (um) membro representante de entidade representativa de sociedade civil organizada, sendo um deles funcionando como relator. Art.19 A ordem dos trabalhos nas sessões será a seguinte: I – Abertura da sessão pelo presidente; II – Leitura, discussão e aprovação da ata da reunião anterior; III – Apresentação de proposições e sugestões sobre questões de trânsito submetidas à apreciação da Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI; IV – Formação da sessão de julgamento pelo Presidente; V – Apresentação do parecer por parte do relator em posse do processo que lhe fora distribuído juntamente com sua fundamentação; VI – Discussão e votação do processo em julgamento; VI - Encerrados os debates, o presidente colherá os votos do relator e do outro membro e, se ocorrer empate, o seu próprio voto; VII – Encerramento da sessão. SEÇÃO – IV “DAS DECISÕES” Art. 20 As decisões da Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI serão tomadas por maioria, cabendo ao presidente anunciá-las após anotação. §1° As decisões serão transcritas no processo correspondente e na ata da sessão, com simplicidade e clareza. §2° Dar-se-á conhecimento das decisões ao interessado, por escrito, sob registro postal, com aviso de recebimento ou sob protocolo. §3° O interessado ou procurador legalmente habilitado poderá tomar ciência da decisão no respectivo processo, dispensada nesse caso a providência referida no parágrafo anterior. SEÇÃO – V “DAS DISPOSIÇÕES GERAIS” Art. 21 É vedada a substituição de membro da Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI no decurso de mandato, salvo pelos seguintes motivos: I. a pedido; II. perda do cargo, em razão de inquérito administrativo e nos casos previstos no art. 4º deste regimento. Art. 22 É vedado a qualquer servidor da Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI prestar informações sobre assunto em andamento ou estudo na Junta, antes da decisão final, sem que tenha recebido, para isso, autorização expressa do presidente. Parágrafo único – A infração desse artigo, devidamente comprovada, acarretará a perda do cargo, na Junta Administrativa de Recursos de Infração – JARI. Art. 23 As despesas necessárias ao funcionamento da Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI, serão pagas com recursos financeiros definidos em ato específico do Chefe do Poder Executivo Municipal. Art. 24 As funções dos membros da Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI não serão remuneradas, fazendo jus, entretanto, a um pagamento de _________________ por comparecimento a cada sessão de julgamento de recursos. Art. 25 Este Regimento entra em vigor na data de sua publicação. Art. 26 Revogam-se as disposições em contrário. 2 Nomeação e posse dos Membros A nomeação dos membros é efetuada pelo Secretário do Ministério ou Chefe do Poder Executivo ao qual o órgão ou entidade de atuação da JARI estiver subordinado, facultada a delegação. A posse ocorrerá através de termo assinado pelo respectivo membro e consignado na Ata da Primeira Sessão, conforme modelo simplificado: TERMO DE POSSE DE MEMBRO DA JARI Pelo presente, eu, ______________________, portador do RG __________________, CPF__________________, residente e domiciliado à _____________________, aceito o exercício da função de membro da Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI do ____________ de ___________________, para o qual fui designado e estou ciente das disposições legais vigentes para a função, em especial as do regimento interno, conforme Decreto nº ___________, disposições cuja inobservância poderá implicar no meu desligamento como membro após procedimento administrativo interno próprio. 3 Exoneração do Membro A exoneração do membro ocorrerá por perda do mandato, no caso de infração prevista no regimento interno ou a pedido: TERMO DE EXONERAÇÃO DE MEMBRO DA JARI Pelo presente, eu, __________________________________, RG – __________, CPF __________________________, residente e domiciliado à _______________________________, peço exoneração da função de membro da Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI do _______________ de _______________, para o qual fui designado. Solicito meu desligamento como membro após procedimento administrativo interno próprio. 4 Remuneração dos Membros Os membros da JARI são tratados como agentes honoríficos, que são particulares requisitados temporariamente para colaborarem com a Administração Pública. Por sua vez, como a função desempenhada pelos membros das Juntas é considerada de relevante valor, a Lei que cria a JARI, ou seu Regimento Interno, poderá prever o pagamento de gratificação pecuniária por sessão que o membro participar. Essa verba é de caráter indenizatório, adstrita ao efetivo comparecimento às sessões, a fim de compensar o deslocamento e o tempo despendido no cumprimento do ofício. Capítulo III Objeto do Recurso 1 Princípios da Sinalização de Trânsito A sinalização de trânsito deve ter como princípio básico as condições de percepção dos usuários da via, garantindo a real eficácia dos sinais. É preciso assegurar à sinalização os princípios abaixo descritos, sob pena de ilegalidade, constituindo objeto de argumentação e análise nos recursos contra as autuações. Princípio da Legalidade Código de Trânsito Brasileiro - CTB e legislação complementar. Princípio da Suficiência Permitir fácil percepção do que realmente é importante, com quantidade de sinalização compatível com a necessidade. Princípio da Padronização Seguir um padrão legalmente estabelecido, e situações iguais devem ser sinalizadas com os mesmos critérios. Princípio da Clareza Transmitir mensagens objetivas, de fácil compreensão. Princípio da Precisão e Confiabilidade Ser precisa e confiável, corresponder à situação existente; ter credibilidade. Princípio da Visibilidade e Legibilidade Ser vista à distância necessária e lida em tempo hábil para a tomada de decisão; Princípio da Manutenção e Conservação Estar permanentemente limpa, conservada, fixada e visível. 2 Tipos de Sinalização de Trânsito A sinalização de trânsito pode ser vertical, horizontal ou semafórica. A sinalização vertical é classificada segundo sua função, que pode ser de: Regulamentar as obrigações, limitações, proibições ou restrições que governam o uso da via; Advertir os condutores sobre condições de risco potencial existente na via ou nas suas proximidades; Indicar direções, localizações, pontos de interesse turístico ou de serviços, e transmitir mensagens educativas, dentre outras, de maneira a ajudar o condutor em seu deslocamento. Sinalização Vertical de Regulamentação (Resolução 180/2008 do CONTRAN): A sinalização vertical de regulamentação tem por finalidade transmitir aos usuários as condições, proibições, obrigações ou restrições no uso das vias urbanas e rurais. Assim, o desrespeito aos sinais de regulamentação constitui infração prevista no capítulo XV do Código de Trânsito Brasileiro – CTB. Sinalização Vertical de Advertência (Resolução 243/2007 do CONTRAN): A sinalização vertical de advertência tem por finalidade alertar os usuários sobre as condições potencialmente perigosas, obstáculos ou restrições existentes na via ou adjacentes a ela, indicando a natureza dessas situações à frente, quer sejam permanentes ou eventuais. Sinalização Vertical de Indicação (Resolução 486/2014 do CONTRAN): A sinalização vertical de indicação é a comunicação efetuada por meio de um conjunto de placas, com a finalidade de identificar as vias e os locais de - - - - - interesse, bem como orientar condutores de veículos e pedestres quanto aos percursos, destinos, acessos, distâncias, serviços auxiliares e atrativos turísticos,podendo também ter como função a educação do usuário. Sinalização Horizontal (Resolução 236/2017 do CONTRAN): A sinalização horizontal tem a finalidade de transmitir e orientar os usuários sobre as condições de utilização adequada da via, compreendendo as proibições, restrições e informações que lhes permitam adotar comportamento adequado, de forma a aumentar a segurança e ordenar os fluxos de tráfego. A sinalização horizontal é classificada segundo sua função: Ordenar e canalizar o fluxo de veículos; Orientar o fluxo de pedestres; Orientar os deslocamentos de veículos em função das condições físicas da via, tais como geometria, topografia e obstáculos; Complementar os sinais verticais de regulamentação, advertência ou indicação, visando a enfatizar a mensagem que o sinal transmite; Regulamentar os casos previstos no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Em algumas situações, a sinalização horizontal atua, por si só, como controladora de fluxos. Pode ser empregada como reforço da sinalização vertical, bem como ser complementada com dispositivos auxiliares. Sinalização Semafórica (Resolução 483/2014 do CONTRAN): A sinalização semafórica tem por finalidade transmitir aos usuários a informação sobre o direito de passagem em interseções e/ou seções de via onde o espaço viário é disputado por dois ou mais movimentos conflitantes, ou advertir sobre a presença de situações na via que possam comprometer a segurança dos usuários. É classificada, segundo sua função, em: Sinalização semafórica de regulamentação – tem a função de efetuar o controle do trânsito numa interseção ou seção de via, através de indicações luminosas, alternando o direito de passagem dos vários fluxos de veículos e/ou pedestres; Sinalização semafórica de advertência – tem a função de advertir sobre a existência de obstáculo ou situação perigosa, devendo o condutor reduzir a velocidade e adotar as medidas de precaução compatíveis com a segurança para seguir adiante. - - - - - - - - Sinalização Temporária (Resolução 690/2017 do CONTRAN): A sinalização temporária consiste num conjunto de sinais e dispositivos com características visuais próprias, tendo como objetivo principal garantir a segurança dos usuários e dos trabalhadores da obra ou serviço, bem como a fluidez do tráfego nas áreas afetadas por intervenções temporárias na via. A sinalização temporária destina-se a sinalizar situações de caráter temporário e inesperado, tendo por finalidade: Proteger os trabalhadores e os usuários da via em geral; Advertir os usuários da via sobre o caráter temporário da intervenção; Canalizar o usuário da via, estabelecendo os limites destinados ao tráfego e à intervenção; Fornecer informações precisas, claras e padronizadas; Regulamentar a circulação e outros movimentos, para reduzir os riscos de acidentes e congestionamentos; Assegurar a continuidade dos caminhos e os acessos às edificações lindeiras; Orientar os usuários sobre caminhos alternativos; Diminuir o desconforto causado à população da área afetada pela intervenção. 3 Auto de Infração de Trânsito O AIT (Auto de Infração de Trânsito) é um procedimento administrativo realizado pelo agente público no caso de constatação de infração à legislação de trânsito, conforme Art. 280 do CTB: Art. 280. Ocorrendo infração prevista na legislação de trânsito, lavrar-se-á auto de infração, do qual constará: I - tipificação da infração; II - local, data e hora do cometimento da infração; III - caracteres da placa de identificação do veículo, sua marca e espécie, e outros elementos julgados necessários à sua identificação; IV - o prontuário do condutor, sempre que possível; V - identificação do órgão ou entidade e da autoridade ou agente autuador ou equipamento que comprovar a infração; VI - assinatura do infrator, sempre que possível, valendo esta como notificação do cometimento da infração. 4 Fé Pública do Agente Autuador O AIT pode ser lavrado com ou sem a abordagem do infrator, dependendo do tipo de infração. O Manual Brasileiro de Fiscalização de Trânsito (Resolução 371/561 do CONTRAN) estabelece quais as situações que exigem a abordagem. A fé pública do Agente Autuador tem fundamento no Art. 280, § 3º do CTB e no Art. 405 do Novo Código de Processo Civil (Lei 13.105, de 16.03.2015). Art. 280 do CTB: § 2º A infração deverá ser comprovada por declaração da autoridade ou do agente da autoridade de trânsito, por aparelho eletrônico ou por equipamento audiovisual, reações químicas ou qualquer outro meio tecnologicamente disponível, previamente regulamentado pelo CONTRAN. § 3º Não sendo possível a autuação em flagrante, o agente de trânsito relatará o fato à autoridade no próprio auto de infração, informando os dados a respeito do veículo, além dos constantes nos incisos I, II e III, para o procedimento previsto no artigo seguinte. § 4º O agente da autoridade de trânsito competente para lavrar o auto de infração poderá ser servidor civil, estatutário ou celetista ou, ainda, policial militar designado pela autoridade de trânsito com jurisdição sobre a via no âmbito de sua competência. Art. 405 do Novo Código de Processo Civil: Art. 405. O documento público faz prova não só da sua formação, mas também dos fatos que o escrivão, o chefe de scretaria, o tabelião ou o servidor declarar que ocorreram em sua presença. Como o Agente autuador goza da presunção de veracidade nas informações prestadas no AIT, esse deve ser preenchido rigorosamente na forma da lei, sob pena de estar inconsistente ou irregular. Observe que o fato deve ocorrer na presença do agente. Caso fique demonstrado que esse recebeu a informação de terceiro, o AIT está irregular. 5 Preenchimento do Auto de Infração de Trânsito O Auto de Infração de Trânsito deve obedecer rigorosamente ao Art. 280 do CTB e as Resoluções 371/10 do CONTRAN (Manual Brasileiro de Fiscalização de Trânsito – Volume I, alterado pela Resolução 497/14), a Resolução 561/15 do CONTRAN (Manual Brasileiro de Fiscalização de Trânsito – Volume II), que trata de Infrações de competência dos órgãos e entidades executivos estaduais de trânsito e rodoviários, sob pena de Irregularidade (formalidade) ou Inconsistência (materialidade). Vejamos o exemplo abaixo: Infração disposta no Art. 167 do CTB, enquadramento 518-51 (Portarias nº 3/127 do DENATRAN): Art. 167. Deixar o condutor ou passageiro de usar o cinto de segurança, conforme previsto no art. 65: Infração - grave; Penalidade - multa; Medida administrativa - retenção do veículo até colocação do cinto pelo infrator. MANUAL BRASILEIRO DE FISCALIZAÇÃO DE TRÂNSITO - RESOLUÇÃO 371/10 DO CONTRAN: Constatado que o Auto de Infração de Trânsito não está em conformidade com as Resoluções 371/561do CONTRAN, ele está irregular ou inconsistente, sendo objeto de recurso, com seu consequente arquivamento. 6 Campo de Observações e Medida Administrativa Objeto de muitas irregularidades, o Campo de Observações deve ser preenchido conforme a orientação do Manual Brasileiro de Infrações de Trânsito (Resoluções 371/561 do CONTRAN), sob pena de cancelamento do AIT na defesa prévia ou recursos, conforme exemplos abaixo: Art. 167. Deixar o condutor ou passageiro de usar o cinto de segurança, conforme previsto no art. 65. Campo de Observações: Descrever a situação observada do uso inadequado: Ex.: - com a parte superior sob o braço ou atrás do corpo; não utilizando a parte inferior. Informar se condutor e passageiro estão sem cinto de segurança. Art. 168. Transportar crianças em veículo automotor sem observância das normas de segurança especiais estabelecidas neste Código. Campo de Observações: Obrigatório descrever a situação observada. Ex.: “criança menor de dez anos em pé entre os bancos da frente”; “criança maior de quatro anos sendo transportada em “cadeirinha”. Art. 169. Dirigir sem atenção ou sem os cuidados indispensáveis à segurança. Campo de Observações: Obrigatório descrever a situação observada. Ex.: conduzir lendo; olhando para os lados; conversando distraidamente com passageiro(s); procurandoobjetos no interior do veículo, etc. Art. 170. Dirigir ameaçando os pedestres que estejam atravessando a via pública, ou os demais veículos. Campo de Observações: Obrigatório descrever a situação observada. O Auto de Infração de Trânsito, acompanhado de fotografia do veículo no momento da infração, supre o conteúdo obrigatório do campo de observações se contiver as informações visuais necessárias. Medida Administrativa. No caso de não cumprimento de medida administrativa exigida pelo CTB, como a remoção do veículo, o Agente deverá registrar o motivo no campo de observações, sob pena de irregularidade do AIT. Ex.: Reboque indisponível. É importante que as Resoluções 371/561 do CONTRAN sejam consultadas a fim de verificar o correto preenchimento de todos os campos, principalmente o campo de observações, o enquadramento da infração e a medida administrativa. 7 Notificação de Autuação de Infração de Trânsito A NAIT (Notificação de Autuação de Infração de Trânsito) deve estar em conformidade com as Resoluções 619, Capítulo II, Art. 4, e 371/561 do CONTRAN, sob pena de inconsistência ou irregularidade, ensejando o deferimento do recurso interposto. A NAIT é regulamentada pela Resolução 619 de 06 de Setembro de 2016 do CONTRAN, no seu Art. 4º. Art. 4º À exceção do disposto no § 5º do artigo anterior, após a verificação da regularidade e da consistência do Auto de Infração de Trânsito, a autoridade de trânsito expedirá, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contados da data do cometimento da infração, a Notificação da Autuação dirigida ao proprietário do veículo, na qual deverão constar os dados mínimos definidos no art. 280 do CTB. § 1º Quando utilizada a remessa postal, a expedição se caracterizará pela entrega da notificação da autuação pelo órgão ou entidade de trânsito à empresa responsável por seu envio. § 2º Quando utilizado sistema de notificação eletrônica, a expedição se caracterizará pelo envio eletrônico da notificação da atuação pelo órgão ou entidade de trânsito ao proprietário do veículo. § 3º A não expedição da notificação da autuação no prazo previsto no caput deste artigo ensejará o arquivamento do Auto de Infração de Trânsito. § 4º Da Notificação da Autuação constará a data do término do prazo para a apresentação da Defesa da Autuação pelo proprietário do veículo ou pelo condutor infrator devidamente identificado, que não será inferior a 15 (quinze) dias, contados da data da notificação da autuação ou publicação por edital, observado o disposto no art. 13 desta Resolução. § 5º A autoridade de trânsito poderá socorrer-se de meios tecnológicos para verificação da regularidade e da consistência do Auto de Infração de Trânsito. § 6º Os dados do condutor identificado no Auto de Infração de Trânsito deverão constar na Notificação da Autuação, observada a regulamentação específica. § 7º Torna-se obrigatório atualização imediata da base nacional, por parte dos órgãos e entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, sempre que houver alteração dos dados cadastrais do veículo e do condutor. A NAIT é enviada ao proprietário do veículo, ficando ele responsável por indicar o condutor infrator na FICI (Ficha de identificação do condutor infrator), que acompanha a notificação, caso não tenha sido identificado. 8 Diferença entre Notificação de Autuação e Notificação de Penalidade A Notificação de Autuação é peça informativa onde comunica ao condutor/proprietário que ele cometeu uma infração em local, dia e hora. Se este não concordar poderá impetrar DEFESA PRÉVIA, constatando os motivos da discórdia. A Notificação de Penalidade informa que o condutor/proprietário está sendo penalizado com valor pecuniário por infração cometida. Consta também o prazo para impetrar RECURSO. 9 Prazo para expedição e encaminhamento A Notificação de Autuação é expedida em até trinta dias após o cometimento da infração. Este prazo não pode ser ultrapassado. A Notificação de Penalidade poderá ser encaminhada ao proprietário/condutor em até cinco anos por força do Art. 1º da Lei 9.873/1999 e do Art. 33 da Resolução 619/2016 do CONTRAN, que determina prescrição para o Estado cobrar o cidadão. Lei 9.873/1999: Art. 1º Prescreve em cinco anos a ação punitiva da Administração Pública Federal, direta e indireta, no exercício do poder de polícia, objetivando apurar infração à legislação em vigor, contados da data da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado. §1º Incide a prescrição no procedimento administrativo paralisado por mais de três anos, pendente de julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante requerimento da parte interessada, sem prejuízo da apuração da responsabilidade funcional decorrente da paralisação, se for o caso. § 2º Quando o fato objeto da ação punitiva da Administração também constituir crime, a prescrição reger-se-á pelo prazo previsto na lei penal. Art. 33 da Resolução 619 do CONTRAN: Art. 33. Aplicam-se a esta Resolução os prazos prescricionais previstos na Lei nº 9.873, de 23 de novembro de 1999, que estabelece prazo de prescrição para o exercício de ação punitiva. Parágrafo único. O DENATRAN definirá os procedimentos para aplicação uniforme dos preceitos da lei de que trata o caput pelos demais a) b) c) órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito 10 Notificação de Autuação de Infração de Trânsito por Edital A Resolução 619/16, V, Art. 13 do CONTRAN regulamenta a notificação por edital: Art. 13. Esgotadas as tentativas para notificar o infrator ou o proprietário do veículo por meio postal ou pessoal, as notificações de que trata esta Resolução serão realizadas por edital publicado em diário oficial, na forma da lei, respeitados o disposto no §1º do art. 282 do CTB e os prazos prescricionais previstos na Lei nº 9.873, de 23 de novembro de 1999, que estabelece prazo de prescrição para o exercício de ação punitiva. § 1º Os editais de que trata o caput deste artigo, de acordo com sua natureza, deverão conter, no mínimo, as seguintes informações: I – Edital da Notificação da Autuação: cabeçalho com identificação do órgão autuador e do tipo de notificação; instruções e prazo para apresentação de defesa da autuação; lista com a placa do veículo, número do Auto de Infração de Trânsito, data da infração e código da infração com desdobramento. 11 Identificação do Condutor Infrator e competência da JARI O Formulário de Identificação do Condutor Infrator (FICI) deve ser preenchido e entregue na entidade ou órgão de trânsito, obedecendo a data limite informada na Notificação de Autuação de Infração de Trânsito. Importante lembrar que a JARI não tem competência para atribuir a penalidade a determinado condutor no julgamento dos recursos, cabendo somente à Autoridade de Trânsito o seu respectivo processamento e aceite, normalmente atrelado ao prazo para interposição da defesa prévia. Uma vez identificado o condutor, esse se torna legítimo, juntamente com o proprietário, para a interposição de recursos junto à JARI. 12 Legitimidade para interposição do recurso A legitimidade para apresentar a Defesa Prévia, bem como os Recursos em 1a e 2a instâncias, está disposta na Resolução 299, Art. 2º, § 1º do CONTRAN: Art. 2º É parte legítima para apresentar defesa de autuação ou recurso em 1ª e 2ª instâncias contra a imposição de penalidade de multa a pessoa física ou jurídica proprietária do veículo, o condutor, devidamente identificado, o embarcador e o transportador, responsável pela infração. § 1º Para fins dos parágrafos 4º e 6º do artigo 257 do CTB, considera-se embarcador o remetente ou expedidor da carga, mesmo se o frete for a pagar. Resolução 299, Art. 3º do CONTRAN: Art. 3º - O requerimento de defesa ou recurso deverá ser apresentado por escrito de forma legível, no prazo estabelecido, contendo no mínimo os seguintes dados: I - nome do órgão ou entidade de trânsito responsável pela autuação ou pela aplicação da penalidade de multa; II - nome, endereço completo com CEP, número detelefone, número do documento de identificação, CPF/CNPJ do requerente; III - placa do veículo e número do auto de infração de trânsito; IV - exposição dos fatos, fundamentos legais e/ou documentos que comprovem a alegação; V - data e assinatura do requerente ou de seu representante legal. Parágrafo único. A defesa ou recurso deverá ter somente um auto de infração como objeto. 13 Documentação obrigatória para interposição de recurso Resolução 299, Art. 5º do CONTRAN: Art. 5º A defesa ou recurso deverá ser apresentado com os seguintes documentos: I - requerimento de defesa ou recurso; II - cópia da notificação de autuação, notificação da penalidade quando for o caso ou auto de infração ou documento que conste placa e o número do auto de infração de trânsito; III - cópia da CNH ou outro documento de identificação que comprove a assinatura do requerente e, quando pessoa jurídica, documento comprovando a representação; IV - cópia do CRLV; V - procuração, quando for o caso. 14 Defesa ou Recurso por procuração. Os recursos contra infrações de trânsito podem ser interpostos por terceiros, nos termos da Resolução 299, Art. 2º, § 2º. O procurador deverá juntar documento pessoal para comprovação de sua assinatura. Resolução 299, Art. 2º, § 2º do CONTRAN: § 2º - O notificado para apresentação de defesa ou recurso poderá ser representado por procurador legalmente habilitado ou por instrumento de procuração, na forma da lei, sob pena do não conhecimento da defesa ou do recurso. 15 Modelo de Procuração PROCURAÇÃO PARTICULAR COM PODERES ESPECÍFICOS PARA RECURSOS DE INFRAÇÕES DE TRÂNSITO O OUTORGANTE ….. (proprietário, condutor), (profissão), (estado civil), portador do RG nº …………………, CPF nº …………………………., residente e domiciliado na Rua ……………. (endereço completo), proprietário do veículo Marca …………………….. – Ano Fabr………. Ano Modelo …………, Cor …………………., Renavam ………………, Chassi …………………………, pelo presente instrumento particular de procuração, nomeia e constitui seu procurador o OUTORGADO ……….. (nome do procurador), (profissão), (estado civil), portador do RG nº …………………, CPF nº …………………………., residente e domiciliado na Rua …………….(endereço completo), a quem confere poderes especiais com o fim de apresentar defesa e/ou recorrer do Auto de Infração de trânsito nº……………………………, em todas as instâncias a que forem possíveis, bem como praticar os atos indispensáveis ao bom e fiel cumprimento deste mandato. Local e data. _________________________________ (Nome e assinatura do Proprietário, Condutor identificado) 16 Pedido de conversão em advertência por escrito Art. 267 do CTB: Art. 267. Poderá ser imposta a penalidade de advertência por escrito à infração de natureza leve ou média, passível de ser punida com multa, não sendo reincidente o infrator, na mesma infração, nos últimos doze meses, quando a autoridade, considerando o prontuário do infrator, entender esta providência como mais educativa. O pedido de conversão da penalidade em advertência por escrito não é de competência da JARI e deverá ser feito na Defesa Prévia, obedecendo a alguns critérios dispostos no Art. 267 do CTB e na Resolução 619/16 do CONTRAN, porém seu deferimento não é obrigatório. 17 Notificação de Penalidade de Multa de Trânsito A Notificação de Penalidade deve estar em conformidade com os Art. 282 e 282-A do CTB, bem como as Resoluções 619, 371 e 561 do CONTRAN, sob pena de estar inconsistente ou irregular, ensejando o deferimento do recurso interposto. Art. 282 do CTB: Art. 282. Aplicada a penalidade, será expedida notificação ao proprietário do veículo ou ao infrator, por remessa postal ou por qualquer outro meio tecnológico hábil, que assegure a ciência da imposição da penalidade. § 1º A notificação devolvida por desatualização do endereço do proprietário do veículo será considerada válida para todos os efeitos. § 2º A notificação a pessoal de missões diplomáticas, de repartições consulares de carreira e de representações de organismos internacionais e de seus integrantes será remetida ao Ministério das Relações Exteriores para as providências cabíveis e cobrança dos valores, no caso de multa. § 3º Sempre que a penalidade de multa for imposta a condutor, à exceção daquela de que trata o § 1º do art. 259 (vetado), a notificação será encaminhada ao proprietário do veículo, responsável pelo seu pagamento. § 4º Da notificação deverá constar a data do término do prazo para apresentação de recurso pelo responsável pela infração, que não será inferior a trinta dias contados da data da notificação da penalidade. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998). § 5º No caso de penalidade de multa, a data estabelecida no parágrafo anterior será a data para o recolhimento de seu valor. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998). Art. 282-A do CTB: Art. 282-A. O proprietário do veículo ou o condutor autuado poderá optar por ser notificado por meio eletrônico se o órgão do Sistema Nacional de Trânsito responsável pela autuação oferecer essa opção. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) . § 1º O proprietário ou o condutor autuado que optar pela notificação por meio eletrônico deverá manter seu cadastro atualizado no órgão executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) . § 2º Na hipótese de notificação por meio eletrônico, o proprietário ou o condutor autuado será considerado notificado 30 (trinta) dias após a inclusão da informação no sistema eletrônico. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016). § 3º O sistema previsto no caput será certificado digitalmente, atendidos os requisitos de autenticidade, integridade, validade jurídica e interoperabilidade da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016). 18 Conteúdo da Notificação de Penalidade Resolução 619/16 do CONTRAN, Capítulo IV, Art. 11: Art. 11. A Notificação da Penalidade de Multa deverá conter: I - os dados mínimos definidos no art. 280 do CTB e em regulamentação específica; II - a comunicação do não acolhimento da Defesa da Autuação ou da solicitação de aplicação da Penalidade de Advertência por Escrito; III - o valor da multa e a informação quanto ao desconto previsto no art. 284 do CTB; IV - data do término para apresentação de recurso, que será a mesma data para pagamento da multa, conforme §§ 4º e 5º do art. 282 do CTB; V - campo para a autenticação eletrônica, regulamentado pelo DENATRAN; e VI - instruções para apresentação de recurso, nos termos dos arts. 286 e 287 do CTB. Parágrafo único. O órgão ou entidade integrante do Sistema Nacional de Trânsito responsável pela expedição da Notificação da Penalidade de Multa deverá utilizar documento próprio para arrecadação de multa que contenha as características estabelecidas pelo DENATRAN. Art. 12. Até a data de vencimento expressa na Notificação da Penalidade de Multa ou enquanto permanecer o efeito suspensivo sobre o Auto de Infração de Trânsito, não incidirá qualquer restrição, inclusive para fins de licenciamento e transferência, nos arquivos do órgão ou entidade executivo de trânsito responsável pelo registro do veículo. 19 Notificação de Penalidade por Edital A Resolução 619/2016, V, Art. 13 do CONTRAN regulamenta a notificação por edital: Art. 13. Esgotadas as tentativas para notificar o infrator ou o proprietário do veículo por meio postal ou pessoal, as notificações de que trata esta Resolução serão realizadas por edital publicado em diário oficial, na forma da lei, respeitados o disposto no §1º do art. 282 do CTB e os prazos prescricionais previstos na Lei nº 9.873, de 23 de novembro de 1999, que estabelece prazo de prescrição para o exercício de ação punitiva. § 1º Os editais de que trata o caput deste artigo, de acordo com sua natureza, deverão conter, no mínimo, as seguintes informações: III - Edital da Notificação da Penalidade de Multa: a) cabeçalho com identificação do órgão autuador e do tipo de notificação; b) instruções e prazo para interposição de recurso e pagamento; d) lista com a placa do veículo, número do Auto de Infraçãode Trânsito, data da infração, código da infração com desdobramento e valor da multa. § 2º É facultado ao órgão autuador publicar extrato resumido de edital no Diário Oficial, o qual conterá as informações constantes das alíneas “a” e “b” dos incisos I, II ou III do §1º deste artigo, sendo obrigatória a publicação da íntegra do edital, contendo todas as informações descritas no §1º deste artigo, no seu sítio eletrônico na Internet. Capítulo IV Interposição e Julgamento do Recurso 1 Dos Recursos Administrativos O Código de Trânsito Brasileiro, nos Artigos 288 e 289, e a Resolução 299/2008 do CONTRAN dispõem sobre a padronização dos procedimentos para apresentação de defesa de autuação e recurso em 1a e 2a instâncias. Resolução 299 do CONTRAN: O CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO – CONTRAN, usando da competência que lhe confere o art. 12, inciso I, da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, que instituiu o Código de Trânsito Brasileiro - CTB, e conforme Decreto nº 4.711, de 29 de maio de 2003, que dispõe sobre a coordenação do Sistema Nacional de Trânsito - SNT, RESOLVE: Art. 1º Estabelecer os procedimentos para apresentação de defesa de autuação ou recurso em 1ª e 2ª instâncias contra a imposição de penalidade de multa de trânsito. Art. 2º É parte legítima para apresentar defesa de autuação ou recurso em 1ª e 2ª instâncias contra a imposição de penalidade de multa a pessoa física ou jurídica proprietária do veículo, o condutor, devidamente identificado, o embarcador e o transportador, responsável pela infração. § 1º Para fins dos parágrafos 4o e 6o do artigo 257 do CTB, considera-se embarcador o remetente ou expedidor da carga, mesmo se o frete for a pagar. § 2º O notificado para apresentação de defesa ou recurso poderá ser representado por procurador legalmente habilitado ou por instrumento de procuração, na forma da lei, sob pena do não conhecimento da defesa ou do recurso. Art. 3º O requerimento de defesa ou recurso deverá ser apresentado por escrito de forma legível, no prazo estabelecido, contendo no mínimo os seguintes dados: I - nome do órgão ou entidade de trânsito responsável pela autuação ou pela aplicação da penalidade de multa; II - nome, endereço completo com CEP, número de telefone, número do documento de identificação, CPF/CNPJ do requerente; III - placa do veículo e número do auto de infração de trânsito; IV - exposição dos fatos, fundamentos legais e/ou documentos que comprovem a alegação; V - data e assinatura do requerente ou de seu representante legal. Parágrafo único. A defesa ou recurso deverá ter somente um auto de infração como objeto. Art. 4º A defesa ou recurso não será conhecido quando: I - for apresentado fora do prazo legal; II - não for comprovada a legitimidade; III - não houver a assinatura do recorrente ou seu representante legal; IV - não houver o pedido, ou este for incompatível com a situação fática; V - não comprovado o pagamento do valor da multa, nos termos do § 2º do art. 288 do CTB; Art. 5º A defesa ou recurso deverá ser apresentado com os seguintes documentos: I - requerimento de defesa ou recurso; II - cópia da notificação de autuação, notificação da penalidade quando for o caso ou auto de infração ou documento que conste placa e o número do auto de infração de trânsito; III - cópia da CNH ou outro documento de identificação que comprove a assinatura do requerente e, quando pessoa jurídica, documento comprovando a representação; IV - cópia do CRLV; V - procuração, quando for o caso. Art. 6º A defesa ou o recurso deverá ser protocolado no órgão ou entidade de trânsito autuador ou enviado, via postal, para o seu endereço, respeitado o disposto no artigo 287 do C.T.B. Art. 7º Os processos de defesa e de recurso, depois de julgados e juntamente com o resultado de sua apreciação deverão permanecer com o órgão autuador ou a sua JARI. Art. 8º A defesa ou recurso referente a veículo registrado em outro órgão executivo de trânsito deverá permanecer arquivado junto ao órgão ou entidade de trânsito autuador ou a sua JARI. Art. 9º O órgão ou entidade de trânsito e os órgãos recursais poderão solicitar ao requerente que apresente documentos ou outras provas admitidas em direito, definindo prazo para sua apresentação. Parágrafo único. Caso não seja atendida a solicitação citada no caput deste artigo será a defesa ou recurso analisado e julgado no estado que se encontra. Art. 10. O órgão ou entidade de trânsito ou os órgãos recursais deverão suprir eventual ausência de informação ou documento, quando disponível. Art. 11. O requerente até a realização do julgamento poderá desistir, por escrito, da defesa ou recurso apresentado. Art. 12. Esta resolução entra em vigor em 30 de junho de 2009, quando ficará revogada a Resolução nº 239/07. Código de Trânsito Brasileiro, Art. 288 e 289: Art. 288. Das decisões da JARI cabe recurso a ser interposto, na forma do artigo seguinte, no prazo de trinta dias, contado da publicação ou da notificação da decisão. § 1º O recurso será interposto, da decisão do não provimento, pelo responsável pela infração, e da decisão de provimento, pela autoridade que impôs a penalidade. § 2º (Revogado pela Lei nº 12.249, de 2010) Art. 289. O recurso de que trata o artigo anterior será apreciado no prazo de trinta dias: I - tratando-se de penalidade imposta pelo órgão ou entidade de trânsito da União: a) em caso de suspensão do direito de dirigir por mais de seis meses, cassação do documento de habilitação ou penalidade por infrações gravíssimas, pelo CONTRAN; b) nos demais casos, por colegiado especial integrado pelo Coordenador- Geral da JARI, pelo Presidente da Junta que apreciou o recurso e por mais um Presidente de Junta; II - tratando-se de penalidade imposta por órgão ou entidade de trânsito estadual, municipal ou do Distrito Federal, pelos CETRAN E CONTRANDIFE, respectivamente. Parágrafo único. No caso da alínea b do inciso I, quando houver apenas uma JARI, o recurso será julgado por seus próprios membros. 2 Local para apresentação do recurso Art. 287 do CTB: Art. 287. Se a infração for cometida em localidade diversa daquela do licenciamento do veículo, o recurso poderá ser apresentado junto ao órgão ou entidade de trânsito da residência ou domicílio do infrator. Parágrafo único. A autoridade de trânsito que receber o recurso deverá remetê-lo, de pronto, à autoridade que impôs a penalidade acompanhado das cópias dos prontuários necessários ao julgamento. 3 Do efeito suspensivo A legislação prevê a concessão de efeito suspensivo para infrações e penalidades enquanto não se esgotarem todas as instâncias administrativas de julgamento. Art. 284 do CTB: Art. 284. O pagamento da multa poderá ser efetuado até a data do vencimento expressa na notificação, por oitenta por cento do seu valor. (…) § 3º Não incidirá cobrança moratória e não poderá ser aplicada qualquer restrição, inclusive para fins de licenciamento e transferência, enquanto não for encerrada a instância administrativa de julgamento de infrações e penalidades. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) Art. 285 do CTB: Art. 285. O recurso previsto no art. 283 será interposto perante a autoridade que impôs a penalidade, a qual remetê-lo-á à JARI, que deverá julgá-lo em até trinta dias. § 1º O recurso não terá efeito suspensivo. § 2º A autoridade que impôs a penalidade remeterá o recurso ao órgão julgador, dentro dos dez dias úteis subsequentes à sua apresentação, e, se o entender intempestivo, assinalará o fato no despacho de encaminhamento. § 3º Se, por motivo de força maior, o recurso não for julgado dentro do prazo previsto neste artigo, a autoridade que impôs a penalidade, de ofício, ou por solicitação do recorrente, poderá conceder-lhe efeito suspensivo. 4 Julgamento no Processo Administrativo Nos processos judiciais, o juiz fica restrito à verdade formal que advém dos autos, não podendo julgar além, aquém ou fora do que lhe é requerido. Nos processos da JARI, os julgadores possuem maior independência, podendo constatar a inconsistência ou irregularidade de um Auto
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