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JARI - JOÃO SOUZA - 2020

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JARI - Junta Administrativa de Recursos de Infrações de Trânsito - 2ª edição
© João Luiz Bonelli de Souza J. H. MIZUNO 2020
Revisão: Eliane Chainça
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(eDOC BRASIL, Belo Horizonte/MG)
S729j
Souza, João Luiz Bonelli de.
JARI: Junta Administrativa de Recursos de Infrações de Trânsito / João Luiz
Bonelli de Souza. – 2.ed. – Leme, SP: JH Mizuno, 2020.
194 p.: 14 x 21 cm
Inclui bibliografia.
Inclui índice alfabético remissivo.
ISBN 978-85-7789-470-3
1. Conselho Nacional de Trânsito (Brasil). Junta Administrativa de Recursos de
Infrações. 2. Recursos (Direito) – Brasil. 3. Trânsito – Infrações – Brasil. 4.
Trânsito – Legislação – Brasil. I. Título.
CDD 343.810946
Elaborado por Maurício Amormino Júnior – CRB6/2422
Nos termos da lei que resguarda os direitos autorais, é expressamente proibida a
reprodução total ou parcial destes textos, inclusive a produção de apostilas, de qualquer
forma ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos
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A violação dos direitos autorais caracteriza-se como crime incurso no art. 184 do
Código Penal, assim como na Lei n. 9.610, de 19.02.1998.
O conteúdo da obra é de responsabilidade do autor. Desta forma, quaisquer medidas
judiciais ou extrajudiciais concernentes ao conteúdo serão de inteira responsabilidade do
autor.
Todos os direitos desta edição reservados à J. H. MIZUNO
Rua Benedito Zacariotto, 172 - Parque Alto das Palmeiras, Leme - SP, 13614-460
Correspondência: Av. 29 de Agosto, nº 90, Caixa Postal 501 - Centro, Leme - SP, 13610-
210
Fone/Fax: (0XX19) 3571-0420
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e-mail: atendimento@editorajhmizuno.com.br
Impresso no Brasil Printed in Brazil
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mailto:atendimento@editorajhmizuno.com.br
Introdução
O Código de Trânsito Brasileiro, com texto atualizado da Lei 9.503, de 23
de Setembro de 1997, no seu Artigo 16, estabelece o funcionamento das
Juntas Administrativas de Recursos de Infrações – JARI, junto a cada órgão
ou entidade executiva de trânsito ou rodoviário.
O mesmo diploma legal, no seu Artigo 24, celebra a municipalização do
trânsito, com o município passando a ser seu principal gestor, apesar de lhe
ser vedado legislar sobre o tema, por força do Artigo 22, XI, da Constituição
Federal.
Com o aumento de veículos automotores circulando pelas cidades e
rodovias, o número de infrações de trânsito tende a crescer na mesma
proporção, desencadeando a necessidade de instalação e funcionamento de
um número cada vez maior de JARI, a fim de garantir o direito constitucional
da ampla defesa e do contraditório nos processos administrativos.
Esta obra contempla toda legislação pertinente à instalação e
funcionamento de uma Junta Administrativa de Recursos de Infrações –
JARI, bem como, modelo de recursos, regimento interno, parecer dos
membros e de todo procedimento administrativo relacionado com a
tramitação dos processos, desde o protocolo inicial até o resultado do
julgamento enviado ao recorrente.
O objetivo é facilitar o entendimento sobre o tema, seja para o autor do
pleito, seja para a instalação de novas JARI, ou auxiliar as já existentes, com
subsídios legais e práticos, de forma simples e direta.
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Sumário
CAPÍTULO I
Legislação
Princípio do contraditório e da ampla defesa
Sistema Nacional de Trânsito
Criação e competência da JARI
Diretrizes para a elaboração do Regimento Interno
Despesas com Manutenção, conservação e funcionamento da JARI
Municipalização do trânsito
CAPÍTULO II
Instalação
Regimento Interno
Nomeação e posse dos Membros
Exoneração do Membro
Remuneração dos Membros
CAPÍTULO III
Objeto do Recurso
Princípios da Sinalização de Trânsito
Tipos de Sinalização de Trânsito
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Auto de Infração de Trânsito
Fé Pública do Agente Autuador
Preenchimento do Auto de Infração de Trânsito
Campo de Observações e Medida Administrativa
Notificação de Autuação de Infração de Trânsito
Diferença entre Notificação de Autuação e Notificação de Penalidade
Prazo para expedição e encaminhamento
Notificação de Autuação de Infração de Trânsito por Edital
Identificação do Condutor Infrator e competência da JARI
Legitimidade para interposição do recurso
Documentação obrigatória para interposição de recurso
Defesa ou Recurso por procuração
Modelo de Procuração
Pedido de conversão em advertência por escrito
Notificação de Penalidade de Multa de Trânsito
Conteúdo da Notificação de Penalidade
Notificação de Penalidade por Edital
CAPÍTULO IV
Interposição e Julgamento do Recurso
Dos Recursos Administrativos
Local para apresentação do recurso
Do efeito suspensivo
Julgamento no Processo Administrativo
CAPÍTULO V
Prática - Secretário
Formulário de requerimento do recorrente
Protocolo de Atendimento
Formação do processo com juntada de documentos
Protocolo de tramitação do processo
Resumo do parecer dos membros
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Ata da Sessão Ordinária/Extraordinária
Publicação de Edital
Notificação ao recorrente
Recurso para 2a instância
CAPÍTULO VI
Prática - Membros
Distribuição e conteúdo do voto
Modelo de voto (Deferido)
Modelo de voto (Indeferido)
Modelo de voto (Não conhecido)
Modelo de voto (Desempate)
Encerramento da sessão
CAPÍTULO VII
Fluxograma: Do AIT ao Julgamento em 2ª Instância
CAPÍTULO VIII
Modelo para Defesa e Recursos em 1ª e 2ª Instâncias
CAPÍTULO IX
Conceitos e Definições do CTB
CAPÍTULO X
Legislação Pertinente
Portaria nº 03, de 06 de janeiro de 2016
Portaria nº 127, de 21 de junho de 2016
Resolução n.º 182 de 09 de setembro de 2005
Resolução nº 299, de 04 de dezembro de 2008
Resolução nº 371, de 10 de dezembro de 2010
Resolução nº 497, de 29 de julho de 2014
Resolução nº 561, de 15 de outubro de 2015
Resolução nº 619, de 06 de setembro de 2016
Capítulo I
Legislação
1 Princípio do contraditório e da ampla defesa
O Artigo 5º, LV, da Constituição Federal consagra o princípio do
contraditório e da ampla defesa nos processos administrativos, inclusive em
grau de recurso: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (…)
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes; 2 Sistema Nacional de Trânsito
O Sistema Nacional de Trânsito foi criado pelo CTB (Código de Trânsito
Brasileiro - Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997) e consiste num conjunto
de órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, que tem por finalidade o exercício das atividades de
planejamento, administração, normatização, pesquisa, registro e
licenciamento de veículos, formação, habilitação e reciclagem de condutores,
educação, engenharia, operação do sistema viário, policiamento, fiscalização,
julgamento de infrações e de recursos e aplicação de penalidades.
É composto pelos seguintes órgãos e entidades:
I - o Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, Coordenador do Sistema e
órgão máximo normativo e consultivo; II - os Conselhos Estaduais de
Trânsito - CETRAN e o Conselho de Trânsito do Distrito Federal -
CONTRANDIFE, órgãos normativos, consultivos e coordenadores; III - os
órgãos e entidades executivos de trânsito da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios; IV - os órgãos e entidades executivos rodoviários
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; V - a Polícia
Rodoviária Federal; VI - as Polícias Militares dos Estados e do Distrito
Federal; e VII - as Juntas Administrativasde Recursos de Infrações - JARI.
As Juntas Administrativas de Recursos de Infrações - JARIs são órgãos
colegiados, componentes do Sistema Nacional de Trânsito, responsáveis pelo
julgamento dos recursos interpostos contra penalidades aplicadas pelos
órgãos e entidades executivos de trânsito ou rodoviários.
O Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN estabelece as diretrizes
para a elaboração do Regimento Interno das Juntas Administrativas de
Recursos de Infrações – JARI, sendo válidas em todo território nacional.
3 Criação e competência da JARI
O Código de Trânsito Brasileiro estabelece a criação e competência das
Juntas Administrativas de Recursos de Infrações -JARI: Código de Trânsito
Brasileiro: (…)
Art. 16. Junto a cada órgão ou entidade executivos de trânsito ou rodoviário
funcionarão Juntas Administrativas de Recursos de Infrações - JARI, órgãos
colegiados responsáveis pelo julgamento dos recursos interpostos contra penalidades
por eles impostas.
Parágrafo único. As JARI têm regimento próprio, observado o disposto no inciso VI
do art. 12, e apoio administrativo e financeiro do órgão ou entidade junto ao qual
funcionem.
Art. 17. Compete às JARI:
I - julgar os recursos interpostos pelos infratores; II - solicitar aos órgãos e entidades
executivos de trânsito e executivos rodoviários informações complementares relativas
aos recursos, objetivando uma melhor análise da situação recorrida; III - encaminhar
aos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos rodoviários informações
sobre problemas observados nas autuações e apontados em recursos, e que se repitam
sistematicamente.
(…)
Art. 281. A autoridade de trânsito, na esfera da competência estabelecida neste Código
e dentro de sua circunscrição, julgará a consistência do auto de infração e aplicará a
penalidade cabível.
Parágrafo único. O auto de infração será arquivado e seu registro julgado
insubsistente: I - se considerado inconsistente ou irregular; II - se, no prazo máximo de
trinta dias, não for expedida a notificação da autuação. (Redação dada pela Lei nº
9.602, de 1998) Art. 282. Aplicada a penalidade, será expedida notificação ao
proprietário do veículo ou ao infrator, por remessa postal ou por qualquer outro meio
tecnológico hábil, que assegure a ciência da imposição da penalidade.
§ 1º A notificação devolvida por desatualização do endereço do proprietário do
veículo será considerada válida para todos os efeitos.
§ 2º A notificação a pessoal de missões diplomáticas, de repartições consulares de
carreira e de representações de organismos internacionais e de seus integrantes será
remetida ao Ministério das Relações Exteriores para as providências cabíveis e
cobrança dos valores, no caso de multa.
§ 3º Sempre que a penalidade de multa for imposta a condutor, à exceção daquela de
que trata o § 1º do art. 259, a notificação será encaminhada ao proprietário do veículo,
responsável pelo seu pagamento.
§ 4º Da notificação deverá constar a data do término do prazo para apresentação de
recurso pelo responsável pela infração, que não será inferior a trinta dias contados da
data da notificação da penalidade. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998) § 5º No caso
de penalidade de multa, a data estabelecida no parágrafo anterior será a data para o
recolhimento de seu valor. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998) Art. 282-A. O
proprietário do veículo ou o condutor autuado poderá optar por ser notificado por
meio eletrônico se o órgão do Sistema Nacional de Trânsito responsável pela autuação
oferecer essa opção. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) § 1º O proprietário ou o
condutor autuado que optar pela notificação por meio eletrônico deverá manter seu
cadastro atualizado no órgão executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal.
(Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) § 2º Na hipótese de notificação por meio
eletrônico, o proprietário ou o condutor autuado será considerado notificado 30 (trinta)
dias após a inclusão da informação no sistema eletrônico. (Incluído pela Lei nº 13.281,
de 2016) § 3º O sistema previsto no caput será certificado digitalmente, atendidos os
requisitos de autenticidade, integridade, validade jurídica e interoperabilidade da
Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil). (Incluído pela Lei nº
13.281, de 2016) Art. 283. (VETADO)
Art. 284. O pagamento da multa poderá ser efetuado até a data do vencimento
expressa na notificação, por oitenta por cento do seu valor.
Parágrafo único. Não ocorrendo o pagamento da multa no prazo estabelecido, seu
valor será atualizado à data do pagamento, pelo mesmo número de UFIR fixado no art.
258.
Art. 285. O recurso previsto no art. 283 será interposto perante a autoridade que impôs
a penalidade, a qual remetê-lo-á à JARI, que deverá julgá-lo em até trinta dias.
§ 1º O recurso não terá efeito suspensivo.
§ 2º A autoridade que impôs a penalidade remeterá o recurso ao órgão julgador, dentro
dos dez dias úteis subsequentes à sua apresentação, e, se o entender intempestivo,
assinalará o fato no despacho de encaminhamento.
§ 3º Se, por motivo de força maior, o recurso não for julgado dentro do prazo previsto
neste artigo, a autoridade que impôs a penalidade, de ofício, ou por solicitação do
recorrente, poderá conceder-lhe efeito suspensivo.
Art. 286. O recurso contra a imposição de multa poderá ser interposto no prazo legal,
sem o recolhimento do seu valor.
§ 1º No caso de não provimento do recurso, aplicar-se-á o estabelecido no parágrafo
único do art. 284.
§ 2º Se o infrator recolher o valor da multa e apresentar recurso, se julgada
improcedente a penalidade, ser-lhe-á devolvida a importância paga, atualizada em
UFIR ou por índice legal de correção dos débitos fiscais.
Art. 287. Se a infração for cometida em localidade diversa daquela do licenciamento
do veículo, o recurso poderá ser apresentado junto ao órgão ou entidade de trânsito da
residência ou domicílio do infrator.
Parágrafo único. A autoridade de trânsito que receber o recurso deverá remetê-lo, de
pronto, à autoridade que impôs a penalidade acompanhado das cópias dos prontuários
necessários ao julgamento.
Art. 288. Das decisões da JARI cabe recurso a ser interposto, na forma do artigo
seguinte, no prazo de trinta dias contado da publicação ou da notificação da decisão.
§ 1º O recurso será interposto, da decisão do não provimento, pelo responsável pela
infração, e da decisão de provimento, pela autoridade que impôs a penalidade.
§ 2º (Revogado pela Lei nº 12.249, de 2010) Art. 289. O recurso de que trata o artigo
anterior será apreciado no prazo de trinta dias: I - tratando-se de penalidade imposta
pelo órgão ou entidade de trânsito da União: a) em caso de suspensão do direito de
dirigir por mais de seis meses, cassação do documento de habilitação ou penalidade
por infrações gravíssimas, pelo CONTRAN; b) nos demais casos, por colegiado
especial integrado pelo Coordenador-Geral da JARI, pelo Presidente da Junta que
apreciou o recurso e por mais um Presidente de Junta; II - tratando-se de penalidade
imposta por órgão ou entidade de trânsito estadual, municipal ou do Distrito Federal,
pelos CETRAN E CONTRANDIFE, respectivamente.
Parágrafo único. No caso da alínea b do inciso I, quando houver apenas uma JARI, o
recurso será julgado por seus próprios membros.
Art. 290. Implicam encerramento da instância administrativa de julgamento de
infrações e penalidades: (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) I - o julgamento
do recurso de que tratam os arts. 288 e 289; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) II -
a não interposição do recurso no prazo legal; e (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
III - o pagamento da multa, com reconhecimento da infração e requerimento de
encerramento do processo na fase em que se encontra, sem apresentação de defesa ou
recurso. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) Parágrafo único. Esgotados os
recursos, as penalidades aplicadas nos termos deste Código serão cadastradas no
RENACH.
4 Diretrizes para a elaboração do Regimento Interno
A Resolução 357/2010 do CONTRAN estabelece asdiretrizes para a
elaboração do regimento interno das Juntas Administrativas de Recursos de
Infrações – JARI em todo território nacional: Diretrizes para a Elaboração do
Regimento Interno das Juntas Administrativas de Recursos de Infrações –
JARI 1. Introdução
1.1. De acordo com a competência que lhe atribui o inciso VI do art. 12 da Lei nº.
9.503, de 23 de setembro de 1997, o Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN
estabelece as diretrizes para a elaboração do Regimento Interno das Juntas
Administrativas de Recursos de Infrações – JARI.
2. Da Natureza e Finalidade das JARI
2.1. As JARI são órgãos colegiados, componentes do Sistema Nacional de Trânsito,
responsáveis pelo julgamento dos recursos interpostos contra penalidades
aplicadas pelos órgãos e entidades executivos de trânsito ou rodoviários.
2.2. Haverá, junto a cada órgão ou entidade executivo de trânsito ou rodoviário,
uma quantidade de JARI necessária para julgar, dentro do prazo legal, os recursos
interpostos.
2.3. Sempre que funcionar mais de uma JARI junto ao órgão ou entidade executivo
de trânsito ou rodoviário, deverá ser nomeado um coordenador.
2.4. As JARI funcionarão junto:
2.4.a. aos órgãos e entidades executivos rodoviários da União e à Polícia Rodoviária
Federal; 2.4.b. aos órgãos e entidades executivos de trânsito ou rodoviários dos
Estados e do Distrito Federal; 2.4.c. aos órgãos e entidades executivos de trânsito ou
rodoviários dos Municípios.
3. Da Competência das JARI
3.1. Compete às JARI:
3.1.a. julgar os recursos interpostos pelos infratores; 3.1.b. solicitar aos órgãos
e entidades executivos de trânsito e executivos rodoviários informações
complementares relativas aos recursos objetivando uma melhor análise da
situação recorrida; 3.1.c. encaminhar aos órgãos e entidades executivos de
trânsito e executivos rodoviários informações sobre problemas observados nas
autuações, apontados em recursos e que se repitam sistematicamente.
4. Da Composição das JARI
4.1. A JARI, órgão colegiado, terá, no mínimo, três integrantes, obedecendo-se aos
seguintes critérios para a sua composição: 4.1.a. um integrante com conhecimento na
área de trânsito com, no mínimo, nível médio de escolaridade;
4.1.a.1. excepcionalmente, na impossibilidade de se compor o colegiado por
comprovado desinteresse do integrante estabelecido no item 4.1.a, ou quando
indicado, injustificadamente, não comparecer à sessão de julgamento, deverá ser
observado o disposto no item 7.3, e substituído por um servidor público habilitado
integrante de órgão ou entidade componente do Sistema Nacional de Trânsito, que
poderá compor o Colegiado pelo tempo restante do mandato; 4.1.a.2. representante
servidor do órgão ou entidade que impôs a penalidade; 4.1.b. representante de
entidade representativa da sociedade ligada à área de trânsito; 4.1.b.1.
excepcionalmente, na impossibilidade de se compor o colegiado por inexistência de
entidades representativas da sociedade ligada à área de trânsito ou por comprovado
desinteresse dessas entidades na indicação de representante, ou quando indicado,
injustificadamente, não comparece à sessão de julgamento deverá ser observado o
disposto no item 7.3, e substituído por um servidor público habilitado integrante de
órgão ou entidade componente do Sistema Nacional de Trânsito, que poderá compor
o Colegiado pelo tempo restante do mandato; 4.1.b.2. o presidente poderá ser
qualquer um dos integrantes do colegiado, a critério da autoridade competente para
designá-los; 4.1.b.3. é facultada a suplência; 4.1.c. é vedado ao integrante das JARI
compor o Conselho Estadual de Trânsito – CETRAN ou o Conselho de Trânsito do
Distrito Federal – CONTRANDIFE.
5. Dos Impedimentos
5.1. O Regimento Interno das JARI poderá prever impedimentos para aqueles que
pretendam integrá-las, dentre outros, os relacionados:
5.1.a. à idoneidade;
5.1.b. estar cumprindo ou ter cumprido penalidade da suspensão do direito de dirigir,
cassação da habilitação ou proibição de obter o documento de habilitação, até 12
(doze) meses do fim do prazo da penalidade; 5.1.c. ao julgamento do recurso, quando
tiver lavrado o Auto de Infração.
6. Da Nomeação dos Integrantes das JARI
6.1. A nomeação dos integrantes das JARI que funcionam junto aos órgãos e
entidades executivos rodoviários da União e junto à Polícia Rodoviária Federal
será efetuada pelo Secretário Executivo do Ministério ao qual o órgão ou entidade
estiver subordinado, facultada a delegação.
6.2. A nomeação dos integrantes das JARI que funcionam junto aos órgãos e
entidades executivos de trânsito ou rodoviários estaduais e municipais será feita
pelo respectivo chefe do Poder Executivo, facultada a delegação.
7. Do Mandato dos membros das JARI
7.1. O mandato será, no mínimo, de um ano e, no máximo, de dois anos.
7.2. O Regimento Interno poderá prever a recondução dos integrantes da JARI por
períodos sucessivos.
7.3. Perderá o mandato e será substituído o membro que, durante o mandato, tiver:
7.3a três faltas injustificadas em três reuniões consecutivas; 7.3b quatro faltas
injustificadas em quatro reuniões intercaladas.
8. Dos deveres das JARI
8.1. O funcionamento das JARI obedecerá ao seu Regimento Interno.
8.2. A JARI poderá abrir a sessão e deliberar com a maioria simples de seus
integrantes, respeitada, obrigatoriamente, a presença do presidente ou seu
suplente.
8.3. As decisões das JARI deverão ser fundamentadas e aprovadas por maioria
simples de votos dando-se a devida publicidade.
9. Dos deveres dos Órgãos e Entidades de Trânsito
9.1. O Regimento Interno deverá ser encaminhado para conhecimento e cadastro:
9.1.a. ao DENATRAN, em se tratando de órgãos ou entidades executivos rodoviários
da União e da Polícia Rodoviária Federal; 9.1.b. aos respectivos CETRAN, em se
tratando de órgãos ou entidades executivos de trânsito ou rodoviários estaduais e
municipais ou ao CONTRANDIFE, se do Distrito Federal.
9.2. Caberá ao órgão ou entidade junto ao qual funcione as JARI prestar apoio
técnico, administrativo e financeiro de forma a garantir seu pleno funcionamento.
5 Despesas com Manutenção, conservação e
funcionamento da JARI
A Resolução 638/2016 do CONTRAN dispõe sobre as formas de
aplicação das receitas com a cobrança de multas de trânsito: SEÇÃO III
DO POLICIAMENTO E DA FISCALIZAÇÃO
Art. 9º O policiamento e a fiscalização são os atos de prevenção e repressão que visam
a controlar o cumprimento da legislação de trânsito, por meio do poder de polícia
administrativa.
Art. 10. São considerados elementos de despesas com policiamento e fiscalização:
XIII - manutenção, conservação e funcionamento da Junta Administrativa de Recursos
de Infração – Jari, do Conselho Estadual de Trânsito – CETRAN e do Conselho de
Trânsito do Distrito Federal – CONTRANDIFE; 6 Municipalização do trânsito
A Municipalização do trânsito apareceu como ditame legal com o advento
do Código de Trânsito Brasileiro, estabelecido pela Lei Federal nº 9503/97.
Agora o município, e não mais o Estado, passou a ser o principal gestor do
trânsito, por estar próximo dos seus cidadãos e ainda possuir a capacidade de
responder a seus pleitos mais rapidamente.
A Resolução 560/2015 do CONTRAN dispõe sobre a integração dos
órgãos e entidades executivos e rodoviários municipais ao Sistema Nacional
de Trânsito, dando-lhe capacidade de administrar os problemas relativos à
sua competência e circunscrição, conforme Artigo 24 do Código de Trânsito
Brasileiro.
Resolução 560/2015 do CONTRAN:
O CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO - CONTRAN, usando da competência que
lhe confere o artigo 12, inciso I, da Lei n° 9.503, de 23 de setembro de 1997, que
instituiu o Código de Trânsito Brasileiro – CTB, e conforme Decreto nº 4.711, de 29
de maio de 2003, que dispõe sobre a coordenação do Sistema Nacional de Trânsito -
SNT; Considerando o disposto no § 2° do artigo 24 do CTB, que condiciona o
exercício das competências dos órgãos municipais à integração ao SNT, combinado
com o artigo 333 do CTB e seus parágrafos, que atribui competência ao CONTRAN
para estabelecer exigênciaspara aquela integração, acompanhada pelo respectivo
Conselho Estadual de Trânsito – CETRAN; Considerando a necessidade de
manutenção e atualização do cadastro nacional dos integrantes do SNT, seu controle
e acesso ao sistema de comunicação e informação para as operações de notificação
de autuação e de aplicação de penalidade ao Registro Nacional de Infrações de
Trânsito - RENAINF, assim como de arrecadação financeira de multas e respectivas
contribuições ao Fundo Nacional de Segurança e Educação de Trânsito.
RESOLVE:
Art. 1° Estabelecer procedimentos para integração dos órgãos e entidades executivos
de trânsito e rodoviários municipais ao Sistema Nacional de Trânsito.
Art. 2º Integram o Sistema Nacional de Trânsito - SNT os órgãos e entidades
municipais executivos de trânsito e rodoviário que disponham de estrutura
organizacional e capacidade para o exercício das atividades e competências legais que
lhe são próprias, sendo estas no mínimo de: I - engenharia de tráfego;
II - fiscalização e operação de trânsito; III - educação de trânsito;
IV - coleta, controle e análise estatística de trânsito, e, V - Junta Administrativa de
Recurso de Infração – JARI Art. 3º Disponibilizadas as condições estabelecidas no
artigo anterior, o município encaminhará ao respectivo o Conselho Estadual de
Trânsito – CETRAN, os seguintes dados de cadastros e documentação: I –
denominação do órgão ou entidade executivo de trânsito e/ou rodoviário, fazendo
juntar cópia da legislação de sua constituição; II – identificação e qualificação das
Autoridades de Trânsito e/ou Rodoviária municipal, fazendo juntar cópia do ato de
nomeação; III - cópias da legislação de constituição da JARI, de seu Regimento e sua
composição: IV – endereço, telefones, fac-símile e e-mail do órgão ou entidade
executivo de trânsito e/ou rodoviário.
Parágrafo único – Qualquer alteração ocorrida nos dados cadastrais mencionados neste
artigo deverá ser comunicado no prazo máximo de 30 dias ao CETRAN, que por sua
vez encaminhara alteração ao Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN em
igual prazo.
Art. 4° O CETRAN, com suporte dos órgãos do SNT do respectivo Estado, ao receber
a documentação referida nesta Resolução, promoverá inspeção técnica ao órgão
municipal, objetivando verificar a sua conformidade quanto ao disposto no artigo 2°
desta Resolução, de tudo certificando ao DENATRAN: § 1º Havendo perfeita
conformidade, o CETRAN encaminhará ao DENATRAN, a documentação referida no
artigo 3º e o Certificação de Conformidade do Município. O DENATRAN, após ter
recebido o Certificado de Conformidade, publicará no Diário Oficial da União
(D.O.U.) Portaria de Integração do Município e enviará ofício contendo cópia da
referida Portaria ao CETRAN.
§ 2º Em caso de desconformidade quanto ao disposto no artigo 2º desta Resolução, o
CETRAN notificará o Município acerca da necessidade de cumprimento da exigência.
§ 3º O Município ao ser comunicado pelo CETRAN da exigência apontada, deverá, no
prazo de 30 dias, providenciar a devida adequação na forma desta Resolução.
§ 4º Após o cumprimento da exigência pelo Município, o CETRAN fará nova
inspeção.
Art. 5º O Município que delegar o exercício das atividades previstas no CTB deverá
comunicar essa decisão ao CETRAN, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, e
apresentar cópias dos documentos pertinentes que indiquem o órgão ou entidade do
SNT incumbido de exercer suas atribuições.
Art. 6º Os entes federados poderão optar pela organização de seu órgão ou entidade
executivo de trânsito e/ou rodoviário na forma de consórcio, segundo a Lei nº 11.107
de 6 de abril de 2005, e Resolução a ser elaborada pelo CONTRAN, atendendo, no
que couber, ao disposto nos artigos 2º e 3º desta Resolução.
Parágrafo único – A documentação referente à constituição do Consórcio, nos termos
da Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005, deverá ser apresentada ao CETRAN.
Art. 7º Os Municípios integrados ao SNT deverão manter a estrutura definida nesta
Resolução e operacionalizar a gestão do trânsito sob sua jurisdição, cabendo ao
CETRAN verificar a sua regularidade através de inspeções técnicas periódicas.
§ 1º Constatada deficiência técnica, administrativa ou inexistência dos requisitos
mínimos previstos nos Artigos 2º e 3º desta Resolução, o CETRAN notificara o órgão
ou entidade municipal executivo de trânsito e/ou rodoviário municipal, estabelecendo
prazo para a regularização, a qual não ocorrendo, o CETRAN comunicará ao
DENATRAN para registro do descumprimento da legislação de trânsito pelo órgão ou
entidade executivo de trânsito e/ou executivo rodoviário municipal integrado ao SNT.
Art. 8°. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando a
Resolução n° 296, de 28 de outubro de 2008.
Capítulo II
Instalação
1 Regimento Interno
A Instalação da JARI é materializada através da publicação do seu
Regimento Interno, desde que obedeça às diretrizes da Resolução 357/2010
do CONTRAN.
Segue abaixo um modelo de Regimento Interno, que pode ser alterado de
acordo com as peculiaridades de cada órgão ou entidade, a fim de
proporcionar uma melhor adaptação às suas necessidades: REGIMENTO
INTERNO DA JUNTA
ADMINISTRATIVA DE
RECURSOS DE INFRAÇÕES – JARI
CAPÍTULO I
DA JUNTA ADMINISTRATIVA DE
RECURSOS DE
INFRAÇÕES – JARI
SEÇÃO I
“DA NATUREZA, FINALIDADE,
ORGANIZAÇÃO
E COMPOSIÇÃO - JARI”
Art. 1° A Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI, criada
pela Lei n°_____________, regulamentada pelo Decreto n°
__________________, vinculada à Secretaria de Transporte e Trânsito –
STT, é o órgão judicante competente para analisar penalidade por infrações
de trânsito, com atribuições de julgar os recursos contra aplicação dessas
penalidades, sendo subordinada diretamente à Secretaria de Transporte e
Trânsito – STT.
Art. 2° A Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI é o órgão
colegiado componente do Sistema Nacional de Trânsito, responsável pelo
julgamento dos recursos interpostos pelos infratores contra penalidade
aplicada pelo órgão e entidade executiva de trânsito, competindo-lhe:
I – Julgar os Recursos interpostos pelos Infratores; II – Solicitar ao órgão
autuador informações complementares relativas aos recursos, objetivando
uma melhor análise da situação recorrida; III – Encaminhar ao órgão
autuador informações sobre problemas observados nas autuações apontadas
em recursos e que se repitam sistematicamente.
Parágrafo único – A Junta Administrativa de Recursos de Infrações –
JARI, vinculada à Secretaria de Transporte e Trânsito – STT, reger-se-á pelo
Código de Trânsito Brasileiro, Normas e Resoluções do Conselho Nacional
de Trânsito – CONTRAN, Normas e Deliberações do Conselho Estadual de
Trânsito – CETRAN e por este Regimento.
COMPOSIÇÃO – JARI
Art. 3° A JARI – Junta Administrativa de Recursos de Infrações, órgão
colegiado, terá, no mínimo, 01 (um) Presidente, 01 (um) representante do
órgão autuador que impôs a penalidade, 01 (um) representante de entidade
representativa de sociedade Civil Organizada e 01 (um) secretário(a)
executivo(a).
§ 1° O mandato dos membros da Junta Administrativa de Recursos de
Infrações – JARI será de dois anos, podendo ser reconduzidos por
períodos sucessivos.
Art. 4° Será exonerado, e não poderá mais ser nomeado para compor a
JARI, o membro que:
I – Deixar de comparecer a 03 (três) sessões consecutivas, sem causa
justificada, ou a 5 (cinco) alternadas; II – Retiver simultaneamente 09 (nove)
processos além do prazo regimental, sem relatá-los; III – Empregar, direta ou
indiretamente, meios irregulares para procrastinar o exame ou julgamento de
qualquer processo, ou praticar, no exercício da função, qualquer ato de
favorecimento ilícito.
Art.5° Os membros deverão declarar-se impedidos de estudar, funcionar,
discutir e votar em processos de seu interesse ou de interesse de pessoa física
ou jurídica com a qual possua vínculo direto ou indireto, especialmente de
parente consanguíneo até o terceiro grau.
Parágrafo único – Declarado o impedimento, esse será feito por escrito no
processo, queserá devolvido à secretaria para nova distribuição.
Art.6° São condições para nomeação dos membros da Junta
Administrativa de Recursos de Infrações – JARI:
I – Ter instrução do 2° Grau completo;
II – Possuir conhecimento de legislação de trânsito; III – Possuir idoneidade
para o exercício da função; IV – Achar-se em pleno gozo dos direitos
individuais; V – Possuir CNH – Carteira Nacional de Habilitação.
CAPÍTULO II
“DA COMPETÊNCIA”
SEÇÃO I
“DA JARI”
Art.7° Compete à Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI,
além das atribuições estabelecidas na art. 2° deste Regimento Interno:
I – Requisitar laudos, perícias, exames, provas documentais e testemunhais
para instrução e julgamento de recursos; II – Receber, instruir e encaminhar
ao Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) e/ou ao Conselho Estadual
de Trânsito (CETRAN), conforme o caso, os recursos contra sua decisão.
SEÇÃO II
“DO PRESIDENTE”
Art.8° Ao presidente da Junta Administrativa de Recursos de Infrações –
JARI, compete:
I – Convocar e presidir as sessões e aprovar as respectivas atas; II – Como
membro da Junta, os processos que lhe forem submetidos para desempate
deverão ser fundamentados; III – Dirigir os trabalhos, resolver as questões de
ordem, apurar votações e anotar na pauta o resultado de cada julgamento; IV
– Resolver diligências verificadas no texto das decisões; V – Assinar, nos
processos, as decisões a eles correspondentes; VI – Instruir e encaminhar ao
Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) e ao Conselho Estadual de
Trânsito (CETRAN), conforme o caso, recursos interpostos contra decisões
da Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI; VII – Representar
a JARI em atos públicos oficiais ou particulares, ou designar outro membro
para fazê-lo; VIII – Superintender todos os serviços, zelando pela boa ordem
e regularidade; IX – Requisitar à Secretaria de Transporte e Trânsito - STT
instalações e mobiliário necessários ao funcionamento da JARI; X – Expedir
boletins de frequência do pessoal lotado na JARI; XI – Comunicar ao Chefe
do Poder Executivo Municipal a vacância ou renúncia ocorrida.
XII – Sugerir à Secretaria de Transporte e Trânsito – STT medidas para
aperfeiçoamento dos serviços e apresentar relatório anual; XIII – Resolver os
casos omissos neste Regimento Interno, relativos ao seu funcionamento; XIV
– Cumprir e fazer cumprir a Legislação de Trânsito em vigor e este
Regulamento.
SEÇÃO III
“DOS MEMBROS”
Art.9° Compete aos membros da Junta Administrativa de Recursos de
Infrações – JARI:
I – Comparecer às sessões, justificando suas faltas (se houver); II – Assinar o
livro de presença nas sessões a que comparecer; III – Discutir e votar os
processos colocados em julgamento; IV – Relatar, no prazo de 10 (dez) dias,
os processos que lhe forem distribuídos, proferindo o seu voto fundamentado;
V – Pedir vista, se achar necessário, de qualquer processo em julgamento,
devolvendo ao respectivo relator no prazo de 07 (sete) dias, com
pronunciamento fundamentado; VI – Assinar as decisões dos processos
julgados pela Junta; VII – Sugerir, ao Presidente, medidas para o
aperfeiçoamento dos serviços; VIII – Representar a Junta Administrativa de
Recursos de Infrações – JARI em atos públicos oficiais ou particulares, por
designação do presidente; IX – Requerer, justificadamente, convocação de
sessão extraordinária; X – Cumprir e fazer cumprir o presente Regimento e a
Legislação de Trânsito em vigor.
SEÇÃO IV
“DO(A) SECRETÁRIO(A) EXECUTIVO (A)”
Art.10 Cabe ao Secretário executivo da Junta Administrativa de Recursos
de Infrações – JARI promover as medidas necessárias à instrução, controle e
preparo dos processos a ele submetidos, como:
I – Secretariar as sessões e lavrar a respectiva ata; II – Organizar e manter o
serviço de protocolo, recebendo e distribuindo os recursos e demais
documentos encaminhados à Junta Administrativa de Recursos de Infrações –
JARI; III – Preparar e divulgar a pauta de julgamento e os expedientes que
devem ser assinados pelo Presidente; IV – Emitir, após as sessões, boletins
informativos sobre os resultados dos julgamentos dos processos, mantendo
sob sua guarda e responsabilidade os livros de atas e de distribuição e os
processos; V – Juntar documentos aos processos em andamento e atender
diligências solicitadas, com prévia autorização do presidente; VI – Organizar
e conservar o arquivo, mantendo atualizados os registros e ementários do
CONTRAN e CETRAN, coligindo, registrando e classificando a legislação, a
jurisprudência administrativa e judicial de interesse da Junta Administrativa
de Recursos de Infrações – JARI; VII – Subscrever as certidões, traslados e
cópias expedidas com autorização do presidente; VIII – Distribuir aos
relatores os processos, controlando os prazos para julgamento e dando
conhecimento ao Presidente dos processos com prazos vencidos; IX –
Instituir e encaminhar ao Conselho Estadual de Trânsito (CETRAN), com
despacho do Presidente, os recursos contra decisões da Junta Administrativa
de Recursos de Infrações-JARI; X – Assessorar os membros da Junta
Administrativa de Recursos de Infrações – JARI, quando desses receber
solicitação, fornecendo-lhes elementos para estudo do processo; XI –
Notificar os recorrentes das decisões da Junta Administrativa de Recursos de
Infrações – JARI sobre os respectivos recursos interpostos; XII – Exercer
quaisquer outras atribuições determinadas pelo presidente; XIII – Cumprir e
fazer cumprir este Regimento Interno.
CAPÍTULO III
“DA ORDEM DOS TRABALHOS”
SEÇÃO I
“DOS RECURSOS”
Art. 11 Das decisões da autoridade de trânsito, que aplique penalidade a
proprietário ou condutor de veículo, caberá recurso para a Junta
Administrativa de Recursos de Infrações – JARI interposto mediante petição
apresentada à autoridade que proferiu a decisão recorrida, dentro do prazo de
30 (trinta) dias, contados da data da entrega da notificação endereçada ao
proprietário do veículo ou ao infrator, por remessa postal ou por qualquer
outro meio tecnológico hábil que assegure a ciência da imposição da
penalidade pelo recorrente.
Art.12 A Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI julgará os
recursos que lhe forem submetidos dentro de 30 (trinta) dias consecutivos,
contados da data do respectivo registro no protocolo de sua secretaria.
§1° – Das Decisões da Junta Administrativa de Recursos de Infrações –
JARI caberá recurso para o CETRAN (2a instância).
§2° Caso seja julgado procedente o recurso, a Junta Administrativa de
Recursos de Infrações – JARI comunicará ao Secretário da Secretaria de
Transporte e Trânsito – STT para, no mesmo prazo, expedir o competente
‘Nada Consta de Multa do Veículo’ ao seu proprietário.
§3° Se, por motivo de força maior, o recurso não for julgado dentro do
prazo previsto nesse artigo, a autoridade lhe concederá efeito suspensivo.
SEÇÃO II
“DA DISTRIBUIÇÃO”
Art.13 Os recursos apresentados à JARI serão distribuídos alternadamente
e em ordem aos seus 02 (dois) membros: 01 (um) membro representante do
órgão autuador e 01 (um) membro representante de entidade representativa de
sociedade civil organizada, que funcionarão como relatores.
Art.14 Recebido o processo pelo relator, terá ele o prazo máximo de 15
(quinze) dias para apresentar parecer e devolver à Secretaria para inclusão na
pauta de julgamento.
§ 1º Se entender necessário ou essencial ao julgamento do processo,
poderá o relator ou o plenário solicitar diligências.
SEÇÃO III
“DAS SESSÕES”
Art.15 A Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI reunir-se-
á em sessões ordinárias e extraordinárias.
Art. 16 As sessões serão compostas por 1 (um) membro representante do
órgão autuador e 01 (um) membro representante dos usuários, que votarão
com o presidente.
Parágrafo Único – As sessões ordinárias serão realizadas uma vez por
semana, quando estiver em pauta para julgamento um mínimo de 01 (um)
processo e, extraordinariamente, quando convocada pelo presidente, por
iniciativa própria ou a pedido dos demais membros.
Art.17 Das sessões realizadasserão lavradas atas, que deverão ser
assinadas por todos os membros e pelo (a) secretário (a), que transcreverá,
em cada processo, a decisão correspondente.
Art.18 As sessões só serão realizadas com a presença dos componentes,
respeitando a representatividade, que são: 01 (um) presidente, 01 (um)
membro representando o órgão autuador e 01 (um) membro representante de
entidade representativa de sociedade civil organizada, sendo um deles
funcionando como relator.
Art.19 A ordem dos trabalhos nas sessões será a seguinte:
I – Abertura da sessão pelo presidente; II – Leitura, discussão e aprovação da
ata da reunião anterior; III – Apresentação de proposições e sugestões sobre
questões de trânsito submetidas à apreciação da Junta Administrativa de
Recursos de Infrações – JARI; IV – Formação da sessão de julgamento pelo
Presidente; V – Apresentação do parecer por parte do relator em posse do
processo que lhe fora distribuído juntamente com sua fundamentação; VI –
Discussão e votação do processo em julgamento; VI - Encerrados os debates,
o presidente colherá os votos do relator e do outro membro e, se ocorrer
empate, o seu próprio voto; VII – Encerramento da sessão.
SEÇÃO – IV
“DAS DECISÕES”
Art. 20 As decisões da Junta Administrativa de Recursos de Infrações –
JARI serão tomadas por maioria, cabendo ao presidente anunciá-las após
anotação.
§1° As decisões serão transcritas no processo correspondente e na ata da
sessão, com simplicidade e clareza.
§2° Dar-se-á conhecimento das decisões ao interessado, por escrito, sob
registro postal, com aviso de recebimento ou sob protocolo.
§3° O interessado ou procurador legalmente habilitado poderá tomar
ciência da decisão no respectivo processo, dispensada nesse caso a
providência referida no parágrafo anterior.
SEÇÃO – V
“DAS DISPOSIÇÕES GERAIS”
Art. 21 É vedada a substituição de membro da Junta Administrativa de
Recursos de Infrações – JARI no decurso de mandato, salvo pelos seguintes
motivos:
I. a pedido;
II. perda do cargo, em razão de inquérito administrativo e nos casos previstos
no art. 4º deste regimento.
Art. 22 É vedado a qualquer servidor da Junta Administrativa de Recursos
de Infrações – JARI prestar informações sobre assunto em andamento ou
estudo na Junta, antes da decisão final, sem que tenha recebido, para isso,
autorização expressa do presidente.
Parágrafo único – A infração desse artigo, devidamente comprovada,
acarretará a perda do cargo, na Junta Administrativa de Recursos de Infração
– JARI.
Art. 23 As despesas necessárias ao funcionamento da Junta
Administrativa de Recursos de Infrações – JARI, serão pagas com recursos
financeiros definidos em ato específico do Chefe do Poder Executivo
Municipal.
Art. 24 As funções dos membros da Junta Administrativa de Recursos de
Infrações – JARI não serão remuneradas, fazendo jus, entretanto, a um
pagamento de _________________ por comparecimento a cada sessão de
julgamento de recursos.
Art. 25 Este Regimento entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 26 Revogam-se as disposições em contrário.
2 Nomeação e posse dos Membros
A nomeação dos membros é efetuada pelo Secretário do Ministério ou
Chefe do Poder Executivo ao qual o órgão ou entidade de atuação da JARI
estiver subordinado, facultada a delegação.
A posse ocorrerá através de termo assinado pelo respectivo membro e
consignado na Ata da Primeira Sessão, conforme modelo simplificado:
TERMO DE POSSE DE MEMBRO DA JARI
Pelo presente, eu, ______________________, portador do RG
__________________, CPF__________________, residente e domiciliado à
_____________________, aceito o exercício da função de membro da Junta
Administrativa de Recursos de Infrações – JARI do ____________ de
___________________, para o qual fui designado e estou ciente das
disposições legais vigentes para a função, em especial as do regimento
interno, conforme Decreto nº ___________, disposições cuja inobservância
poderá implicar no meu desligamento como membro após procedimento
administrativo interno próprio.
3 Exoneração do Membro
A exoneração do membro ocorrerá por perda do mandato, no caso de
infração prevista no regimento interno ou a pedido: TERMO DE
EXONERAÇÃO DE MEMBRO DA JARI
Pelo presente, eu, __________________________________, RG –
__________, CPF __________________________, residente e domiciliado à
_______________________________, peço exoneração da função de
membro da Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI do
_______________ de _______________, para o qual fui designado. Solicito
meu desligamento como membro após procedimento administrativo interno
próprio.
4 Remuneração dos Membros
Os membros da JARI são tratados como agentes honoríficos, que são
particulares requisitados temporariamente para colaborarem com a
Administração Pública.
Por sua vez, como a função desempenhada pelos membros das Juntas é
considerada de relevante valor, a Lei que cria a JARI, ou seu Regimento
Interno, poderá prever o pagamento de gratificação pecuniária por sessão que
o membro participar.
Essa verba é de caráter indenizatório, adstrita ao efetivo comparecimento
às sessões, a fim de compensar o deslocamento e o tempo despendido no
cumprimento do ofício.
Capítulo III
Objeto do Recurso
1 Princípios da Sinalização de Trânsito
A sinalização de trânsito deve ter como princípio básico as condições de
percepção dos usuários da via, garantindo a real eficácia dos sinais.
É preciso assegurar à sinalização os princípios abaixo descritos, sob pena
de ilegalidade, constituindo objeto de argumentação e análise nos recursos
contra as autuações.
Princípio da Legalidade
Código de Trânsito Brasileiro - CTB e legislação complementar.
Princípio da Suficiência
Permitir fácil percepção do que realmente é importante, com quantidade
de sinalização compatível com a necessidade.
Princípio da Padronização
Seguir um padrão legalmente estabelecido, e situações iguais devem ser
sinalizadas com os mesmos critérios.
Princípio da Clareza
Transmitir mensagens objetivas, de fácil compreensão.
Princípio da Precisão e Confiabilidade
Ser precisa e confiável, corresponder à situação existente; ter
credibilidade.
Princípio da Visibilidade e Legibilidade
Ser vista à distância necessária e lida em tempo hábil para a tomada de
decisão; Princípio da Manutenção e Conservação
Estar permanentemente limpa, conservada, fixada e visível.
2 Tipos de Sinalização de Trânsito
A sinalização de trânsito pode ser vertical, horizontal ou semafórica.
A sinalização vertical é classificada segundo sua função, que pode ser de:
Regulamentar as obrigações, limitações, proibições ou restrições que
governam o uso da via; Advertir os condutores sobre condições de risco
potencial existente na via ou nas suas proximidades; Indicar direções,
localizações, pontos de interesse turístico ou de serviços, e transmitir
mensagens educativas, dentre outras, de maneira a ajudar o condutor em seu
deslocamento.
Sinalização Vertical de Regulamentação (Resolução 180/2008 do
CONTRAN): A sinalização vertical de regulamentação tem por finalidade
transmitir aos usuários as condições, proibições, obrigações ou restrições no
uso das vias urbanas e rurais. Assim, o desrespeito aos sinais de
regulamentação constitui infração prevista no capítulo XV do Código de
Trânsito Brasileiro – CTB.
Sinalização Vertical de Advertência (Resolução 243/2007 do
CONTRAN): A sinalização vertical de advertência tem por finalidade alertar
os usuários sobre as condições potencialmente perigosas, obstáculos ou
restrições existentes na via ou adjacentes a ela, indicando a natureza dessas
situações à frente, quer sejam permanentes ou eventuais.
Sinalização Vertical de Indicação (Resolução 486/2014 do CONTRAN):
A sinalização vertical de indicação é a comunicação efetuada por meio de um
conjunto de placas, com a finalidade de identificar as vias e os locais de
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interesse, bem como orientar condutores de veículos e pedestres quanto aos
percursos, destinos, acessos, distâncias, serviços auxiliares e atrativos
turísticos,podendo também ter como função a educação do usuário.
Sinalização Horizontal (Resolução 236/2017 do CONTRAN): A
sinalização horizontal tem a finalidade de transmitir e orientar os usuários
sobre as condições de utilização adequada da via, compreendendo as
proibições, restrições e informações que lhes permitam adotar
comportamento adequado, de forma a aumentar a segurança e ordenar os
fluxos de tráfego.
A sinalização horizontal é classificada segundo sua função: Ordenar e
canalizar o fluxo de veículos; Orientar o fluxo de pedestres; Orientar os
deslocamentos de veículos em função das condições físicas da via, tais como
geometria, topografia e obstáculos; Complementar os sinais verticais de
regulamentação, advertência ou indicação, visando a enfatizar a mensagem
que o sinal transmite; Regulamentar os casos previstos no Código de
Trânsito Brasileiro (CTB).
Em algumas situações, a sinalização horizontal atua, por si só, como
controladora de fluxos.
Pode ser empregada como reforço da sinalização vertical, bem como ser
complementada com dispositivos auxiliares.
Sinalização Semafórica (Resolução 483/2014 do CONTRAN): A
sinalização semafórica tem por finalidade transmitir aos usuários a
informação sobre o direito de passagem em interseções e/ou seções de via
onde o espaço viário é disputado por dois ou mais movimentos conflitantes,
ou advertir sobre a presença de situações na via que possam comprometer a
segurança dos usuários.
É classificada, segundo sua função, em:
Sinalização semafórica de regulamentação – tem a função de efetuar o controle do
trânsito numa interseção ou seção de via, através de indicações luminosas,
alternando o direito de passagem dos vários fluxos de veículos e/ou pedestres;
Sinalização semafórica de advertência – tem a função de advertir sobre a existência
de obstáculo ou situação perigosa, devendo o condutor reduzir a velocidade e adotar
as medidas de precaução compatíveis com a segurança para seguir adiante.
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Sinalização Temporária (Resolução 690/2017 do CONTRAN): A
sinalização temporária consiste num conjunto de sinais e dispositivos com
características visuais próprias, tendo como objetivo principal garantir a
segurança dos usuários e dos trabalhadores da obra ou serviço, bem como a
fluidez do tráfego nas áreas afetadas por intervenções temporárias na via.
A sinalização temporária destina-se a sinalizar situações de caráter
temporário e inesperado, tendo por finalidade: Proteger os trabalhadores e
os usuários da via em geral; Advertir os usuários da via sobre o caráter
temporário da intervenção; Canalizar o usuário da via, estabelecendo os
limites destinados ao tráfego e à intervenção; Fornecer informações
precisas, claras e padronizadas; Regulamentar a circulação e outros
movimentos, para reduzir os riscos de acidentes e congestionamentos;
Assegurar a continuidade dos caminhos e os acessos às edificações lindeiras;
Orientar os usuários sobre caminhos alternativos; Diminuir o desconforto
causado à população da área afetada pela intervenção.
3 Auto de Infração de Trânsito
O AIT (Auto de Infração de Trânsito) é um procedimento administrativo
realizado pelo agente público no caso de constatação de infração à legislação
de trânsito, conforme Art. 280 do CTB: Art. 280. Ocorrendo infração prevista
na legislação de trânsito, lavrar-se-á auto de infração, do qual constará: I -
tipificação da infração;
II - local, data e hora do cometimento da infração; III - caracteres da placa de
identificação do veículo, sua marca e espécie, e outros elementos julgados necessários
à sua identificação; IV - o prontuário do condutor, sempre que possível; V -
identificação do órgão ou entidade e da autoridade ou agente autuador ou equipamento
que comprovar a infração; VI - assinatura do infrator, sempre que possível, valendo
esta como notificação do cometimento da infração.
4 Fé Pública do Agente Autuador
O AIT pode ser lavrado com ou sem a abordagem do infrator, dependendo
do tipo de infração. O Manual Brasileiro de Fiscalização de Trânsito
(Resolução 371/561 do CONTRAN) estabelece quais as situações que
exigem a abordagem.
A fé pública do Agente Autuador tem fundamento no Art. 280, § 3º do
CTB e no Art. 405 do Novo Código de Processo Civil (Lei 13.105, de
16.03.2015).
Art. 280 do CTB:
§ 2º A infração deverá ser comprovada por declaração da autoridade ou do agente da
autoridade de trânsito, por aparelho eletrônico ou por equipamento audiovisual,
reações químicas ou qualquer outro meio tecnologicamente disponível, previamente
regulamentado pelo CONTRAN.
§ 3º Não sendo possível a autuação em flagrante, o agente de trânsito relatará o fato
à autoridade no próprio auto de infração, informando os dados a respeito do veículo,
além dos constantes nos incisos I, II e III, para o procedimento previsto no artigo
seguinte.
§ 4º O agente da autoridade de trânsito competente para lavrar o auto de infração
poderá ser servidor civil, estatutário ou celetista ou, ainda, policial militar designado
pela autoridade de trânsito com jurisdição sobre a via no âmbito de sua competência.
Art. 405 do Novo Código de Processo Civil: Art. 405. O documento
público faz prova não só da sua formação, mas também dos fatos que o
escrivão, o chefe de scretaria, o tabelião ou o servidor declarar que ocorreram
em sua presença.
Como o Agente autuador goza da presunção de veracidade nas
informações prestadas no AIT, esse deve ser preenchido rigorosamente na
forma da lei, sob pena de estar inconsistente ou irregular.
Observe que o fato deve ocorrer na presença do agente. Caso fique
demonstrado que esse recebeu a informação de terceiro, o AIT está irregular.
5 Preenchimento do Auto de Infração de Trânsito
O Auto de Infração de Trânsito deve obedecer rigorosamente ao Art. 280
do CTB e as Resoluções 371/10 do CONTRAN (Manual Brasileiro de
Fiscalização de Trânsito – Volume I, alterado pela Resolução 497/14), a
Resolução 561/15 do CONTRAN (Manual Brasileiro de Fiscalização de
Trânsito – Volume II), que trata de Infrações de competência dos órgãos e
entidades executivos estaduais de trânsito e rodoviários, sob pena de
Irregularidade (formalidade) ou Inconsistência (materialidade).
Vejamos o exemplo abaixo:
Infração disposta no Art. 167 do CTB, enquadramento 518-51 (Portarias
nº 3/127 do DENATRAN): Art. 167. Deixar o condutor ou passageiro de usar
o cinto de segurança, conforme previsto no art. 65: Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo até colocação do cinto pelo
infrator.
MANUAL BRASILEIRO DE FISCALIZAÇÃO
DE
TRÂNSITO - RESOLUÇÃO 371/10 DO
CONTRAN:
Constatado que o Auto de Infração de Trânsito não está em conformidade
com as Resoluções 371/561do CONTRAN, ele está irregular ou
inconsistente, sendo objeto de recurso, com seu consequente arquivamento.
6 Campo de Observações e Medida Administrativa
Objeto de muitas irregularidades, o Campo de Observações deve ser
preenchido conforme a orientação do Manual Brasileiro de Infrações de
Trânsito (Resoluções 371/561 do CONTRAN), sob pena de cancelamento do
AIT na defesa prévia ou recursos, conforme exemplos abaixo: Art. 167.
Deixar o condutor ou passageiro de usar o cinto de segurança, conforme
previsto no art. 65.
Campo de Observações: Descrever a situação observada do uso inadequado: Ex.: -
com a parte superior sob o braço ou atrás do corpo; não utilizando a parte inferior.
Informar se condutor e passageiro estão sem cinto de segurança.
Art. 168. Transportar crianças em veículo automotor sem observância das normas de
segurança especiais estabelecidas neste Código.
Campo de Observações: Obrigatório descrever a situação observada. Ex.: “criança
menor de dez anos em pé entre os bancos da frente”; “criança maior de quatro anos
sendo transportada em “cadeirinha”.
Art. 169. Dirigir sem atenção ou sem os cuidados indispensáveis à segurança.
Campo de Observações: Obrigatório descrever a situação observada. Ex.: conduzir
lendo; olhando para os lados; conversando distraidamente com passageiro(s);
procurandoobjetos no interior do veículo, etc.
Art. 170. Dirigir ameaçando os pedestres que estejam atravessando a via pública, ou
os demais veículos.
Campo de Observações: Obrigatório descrever a situação observada.
O Auto de Infração de Trânsito, acompanhado de fotografia do veículo no
momento da infração, supre o conteúdo obrigatório do campo de observações se
contiver as informações visuais necessárias.
Medida Administrativa.
No caso de não cumprimento de medida administrativa exigida pelo CTB, como a
remoção do veículo, o Agente deverá registrar o motivo no campo de observações, sob
pena de irregularidade do AIT. Ex.: Reboque indisponível.
É importante que as Resoluções 371/561 do CONTRAN sejam consultadas a fim de
verificar o correto preenchimento de todos os campos, principalmente o campo de
observações, o enquadramento da infração e a medida administrativa.
7 Notificação de Autuação de Infração de Trânsito
A NAIT (Notificação de Autuação de Infração de Trânsito) deve estar em
conformidade com as Resoluções 619, Capítulo II, Art. 4, e 371/561 do
CONTRAN, sob pena de inconsistência ou irregularidade, ensejando o
deferimento do recurso interposto.
A NAIT é regulamentada pela Resolução 619 de 06 de Setembro de 2016
do CONTRAN, no seu Art. 4º.
Art. 4º À exceção do disposto no § 5º do artigo anterior, após a verificação da
regularidade e da consistência do Auto de Infração de Trânsito, a autoridade de
trânsito expedirá, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contados da data do
cometimento da infração, a Notificação da Autuação dirigida ao proprietário do
veículo, na qual deverão constar os dados mínimos definidos no art. 280 do CTB.
§ 1º Quando utilizada a remessa postal, a expedição se caracterizará pela entrega da
notificação da autuação pelo órgão ou entidade de trânsito à empresa responsável
por seu envio.
§ 2º Quando utilizado sistema de notificação eletrônica, a expedição se caracterizará
pelo envio eletrônico da notificação da atuação pelo órgão ou entidade de trânsito ao
proprietário do veículo.
§ 3º A não expedição da notificação da autuação no prazo previsto no caput deste
artigo ensejará o arquivamento do Auto de Infração de Trânsito.
§ 4º Da Notificação da Autuação constará a data do término do prazo para a
apresentação da Defesa da Autuação pelo proprietário do veículo ou pelo condutor
infrator devidamente identificado, que não será inferior a 15 (quinze) dias, contados
da data da notificação da autuação ou publicação por edital, observado o disposto no
art. 13 desta Resolução.
§ 5º A autoridade de trânsito poderá socorrer-se de meios tecnológicos para
verificação da regularidade e da consistência do Auto de Infração de Trânsito.
§ 6º Os dados do condutor identificado no Auto de Infração de Trânsito deverão
constar na Notificação da Autuação, observada a regulamentação específica.
§ 7º Torna-se obrigatório atualização imediata da base nacional, por parte dos
órgãos e entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, sempre
que houver alteração dos dados cadastrais do veículo e do condutor.
A NAIT é enviada ao proprietário do veículo, ficando ele responsável por
indicar o condutor infrator na FICI (Ficha de identificação do condutor
infrator), que acompanha a notificação, caso não tenha sido identificado.
8 Diferença entre Notificação de Autuação e
Notificação de Penalidade
A Notificação de Autuação é peça informativa onde comunica ao
condutor/proprietário que ele cometeu uma infração em local, dia e hora. Se
este não concordar poderá impetrar DEFESA PRÉVIA, constatando os
motivos da discórdia.
A Notificação de Penalidade informa que o condutor/proprietário está
sendo penalizado com valor pecuniário por infração cometida. Consta
também o prazo para impetrar RECURSO.
9 Prazo para expedição e encaminhamento
A Notificação de Autuação é expedida em até trinta dias após o
cometimento da infração. Este prazo não pode ser ultrapassado.
A Notificação de Penalidade poderá ser encaminhada ao
proprietário/condutor em até cinco anos por força do Art. 1º da Lei
9.873/1999 e do Art. 33 da Resolução 619/2016 do CONTRAN, que
determina prescrição para o Estado cobrar o cidadão.
Lei 9.873/1999:
Art. 1º Prescreve em cinco anos a ação punitiva da Administração Pública Federal,
direta e indireta, no exercício do poder de polícia, objetivando apurar infração à
legislação em vigor, contados da data da prática do ato ou, no caso de infração
permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.
§1º Incide a prescrição no procedimento administrativo paralisado por mais de três
anos, pendente de julgamento ou despacho, cujos autos serão arquivados de ofício ou
mediante requerimento da parte interessada, sem prejuízo da apuração da
responsabilidade funcional decorrente da paralisação, se for o caso.
§ 2º Quando o fato objeto da ação punitiva da Administração também constituir
crime, a prescrição reger-se-á pelo prazo previsto na lei penal.
Art. 33 da Resolução 619 do CONTRAN:
Art. 33. Aplicam-se a esta Resolução os prazos prescricionais previstos na Lei nº
9.873, de 23 de novembro de 1999, que estabelece prazo de prescrição para o
exercício de ação punitiva.
Parágrafo único. O DENATRAN definirá os procedimentos para
aplicação uniforme dos preceitos da lei de que trata o caput pelos demais
a)
b)
c)
órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito 10 Notificação de
Autuação de Infração de Trânsito por Edital
A Resolução 619/16, V, Art. 13 do CONTRAN regulamenta a notificação
por edital: Art. 13. Esgotadas as tentativas para notificar o infrator ou o
proprietário do veículo por meio postal ou pessoal, as notificações de que
trata esta Resolução serão realizadas por edital publicado em diário oficial,
na forma da lei, respeitados o disposto no §1º do art. 282 do CTB e os prazos
prescricionais previstos na Lei nº 9.873, de 23 de novembro de 1999, que
estabelece prazo de prescrição para o exercício de ação punitiva.
§ 1º Os editais de que trata o caput deste artigo, de acordo com sua natureza,
deverão conter, no mínimo, as seguintes informações:
I – Edital da Notificação da Autuação:
cabeçalho com identificação do órgão autuador e do tipo de
notificação; instruções e prazo para apresentação de defesa da
autuação; lista com a placa do veículo, número do Auto de Infração de
Trânsito, data da infração e código da infração com desdobramento.
11 Identificação do Condutor Infrator e competência
da JARI
O Formulário de Identificação do Condutor Infrator (FICI) deve ser
preenchido e entregue na entidade ou órgão de trânsito, obedecendo a data
limite informada na Notificação de Autuação de Infração de Trânsito.
Importante lembrar que a JARI não tem competência para atribuir a
penalidade a determinado condutor no julgamento dos recursos, cabendo
somente à Autoridade de Trânsito o seu respectivo processamento e aceite,
normalmente atrelado ao prazo para interposição da defesa prévia.
Uma vez identificado o condutor, esse se torna legítimo, juntamente com
o proprietário, para a interposição de recursos junto à JARI.
12 Legitimidade para interposição do recurso
A legitimidade para apresentar a Defesa Prévia, bem como os Recursos
em 1a e 2a instâncias, está disposta na Resolução 299, Art. 2º, § 1º do
CONTRAN: Art. 2º É parte legítima para apresentar defesa de autuação ou
recurso em 1ª e 2ª instâncias contra a imposição de penalidade de multa a
pessoa física ou jurídica proprietária do veículo, o condutor, devidamente
identificado, o embarcador e o transportador, responsável pela infração.
§ 1º Para fins dos parágrafos 4º e 6º do artigo 257 do CTB, considera-se embarcador
o remetente ou expedidor da carga, mesmo se o frete for a pagar.
Resolução 299, Art. 3º do CONTRAN:
Art. 3º - O requerimento de defesa ou recurso deverá ser apresentado por
escrito de forma legível, no prazo estabelecido, contendo no mínimo os seguintes
dados: I - nome do órgão ou entidade de trânsito responsável pela autuação ou pela
aplicação da penalidade de multa; II - nome, endereço completo com CEP, número detelefone, número do documento de identificação, CPF/CNPJ do requerente; III - placa
do veículo e número do auto de infração de trânsito; IV - exposição dos fatos,
fundamentos legais e/ou documentos que comprovem a alegação; V - data e
assinatura do requerente ou de seu representante legal.
Parágrafo único. A defesa ou recurso deverá ter somente um auto de infração como
objeto.
13 Documentação obrigatória para interposição de
recurso
Resolução 299, Art. 5º do CONTRAN:
Art. 5º A defesa ou recurso deverá ser apresentado com os seguintes documentos: I -
requerimento de defesa ou recurso;
II - cópia da notificação de autuação, notificação da penalidade quando for o caso ou
auto de infração ou documento que conste placa e o número do auto de infração de
trânsito; III - cópia da CNH ou outro documento de identificação que comprove a
assinatura do requerente e, quando pessoa jurídica, documento comprovando a
representação; IV - cópia do CRLV;
V - procuração, quando for o caso.
14 Defesa ou Recurso por procuração.
Os recursos contra infrações de trânsito podem ser interpostos por
terceiros, nos termos da Resolução 299, Art. 2º, § 2º. O procurador deverá
juntar documento pessoal para comprovação de sua assinatura.
Resolução 299, Art. 2º, § 2º do CONTRAN: § 2º - O notificado para
apresentação de defesa ou recurso poderá ser representado por procurador
legalmente habilitado ou por instrumento de procuração, na forma da lei,
sob pena do não conhecimento da defesa ou do recurso.
15 Modelo de Procuração
PROCURAÇÃO PARTICULAR COM
PODERES ESPECÍFICOS PARA RECURSOS
DE INFRAÇÕES DE TRÂNSITO
O OUTORGANTE ….. (proprietário, condutor), (profissão), (estado
civil), portador do RG nº …………………, CPF nº
…………………………., residente e domiciliado na Rua …………….
(endereço completo), proprietário do veículo Marca …………………….. –
Ano Fabr………. Ano Modelo …………, Cor …………………., Renavam
………………, Chassi …………………………, pelo presente instrumento
particular de procuração, nomeia e constitui seu procurador o OUTORGADO
……….. (nome do procurador), (profissão), (estado civil), portador do RG nº
…………………, CPF nº …………………………., residente e domiciliado
na Rua …………….(endereço completo), a quem confere poderes especiais
com o fim de apresentar defesa e/ou recorrer do Auto de Infração de trânsito
nº……………………………, em todas as instâncias a que forem possíveis,
bem como praticar os atos indispensáveis ao bom e fiel cumprimento deste
mandato. Local e data.
_________________________________
(Nome e assinatura do Proprietário, Condutor identificado) 16 Pedido de
conversão em advertência por escrito
Art. 267 do CTB:
Art. 267. Poderá ser imposta a penalidade de advertência por escrito à infração de
natureza leve ou média, passível de ser punida com multa, não sendo reincidente o
infrator, na mesma infração, nos últimos doze meses, quando a autoridade,
considerando o prontuário do infrator, entender esta providência como mais
educativa.
O pedido de conversão da penalidade em advertência por escrito não é de
competência da JARI e deverá ser feito na Defesa Prévia, obedecendo a
alguns critérios dispostos no Art. 267 do CTB e na Resolução 619/16 do
CONTRAN, porém seu deferimento não é obrigatório.
17 Notificação de Penalidade de Multa de Trânsito
A Notificação de Penalidade deve estar em conformidade com os Art. 282
e 282-A do CTB, bem como as Resoluções 619, 371 e 561 do CONTRAN,
sob pena de estar inconsistente ou irregular, ensejando o deferimento do
recurso interposto.
Art. 282 do CTB:
Art. 282. Aplicada a penalidade, será expedida notificação ao proprietário do veículo
ou ao infrator, por remessa postal ou por qualquer outro meio tecnológico hábil, que
assegure a ciência da imposição da penalidade.
§ 1º A notificação devolvida por desatualização do endereço do proprietário do
veículo será considerada válida para todos os efeitos.
§ 2º A notificação a pessoal de missões diplomáticas, de repartições consulares de
carreira e de representações de organismos internacionais e de seus integrantes será
remetida ao Ministério das Relações Exteriores para as providências cabíveis e
cobrança dos valores, no caso de multa.
§ 3º Sempre que a penalidade de multa for imposta a condutor, à exceção daquela de
que trata o § 1º do art. 259 (vetado), a notificação será encaminhada ao proprietário
do veículo, responsável pelo seu pagamento.
§ 4º Da notificação deverá constar a data do término do prazo para apresentação de
recurso pelo responsável pela infração, que não será inferior a trinta dias contados
da data da notificação da penalidade. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998).
§ 5º No caso de penalidade de multa, a data estabelecida no parágrafo anterior será a
data para o recolhimento de seu valor. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998).
Art. 282-A do CTB:
Art. 282-A. O proprietário do veículo ou o condutor autuado poderá optar por ser
notificado por meio eletrônico se o órgão do Sistema Nacional de Trânsito
responsável pela autuação oferecer essa opção. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
.
§ 1º O proprietário ou o condutor autuado que optar pela notificação por meio
eletrônico deverá manter seu cadastro atualizado no órgão executivo de trânsito do
Estado ou do Distrito Federal. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) .
§ 2º Na hipótese de notificação por meio eletrônico, o proprietário ou o condutor
autuado será considerado notificado 30 (trinta) dias após a inclusão da informação
no sistema eletrônico. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016).
§ 3º O sistema previsto no caput será certificado digitalmente, atendidos os requisitos
de autenticidade, integridade, validade jurídica e interoperabilidade da Infraestrutura
de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016).
18 Conteúdo da Notificação de Penalidade
Resolução 619/16 do CONTRAN, Capítulo IV, Art. 11: Art. 11. A
Notificação da Penalidade de Multa deverá conter: I - os dados mínimos
definidos no art. 280 do CTB e em regulamentação específica; II - a
comunicação do não acolhimento da Defesa da Autuação ou da solicitação
de aplicação da Penalidade de Advertência por Escrito; III - o valor da
multa e a informação quanto ao desconto previsto no art. 284 do CTB; IV -
data do término para apresentação de recurso, que será a mesma data para
pagamento da multa, conforme §§ 4º e 5º do art. 282 do CTB; V - campo
para a autenticação eletrônica, regulamentado pelo DENATRAN; e
VI - instruções para apresentação de recurso, nos termos dos arts. 286 e 287 do CTB.
Parágrafo único. O órgão ou entidade integrante do Sistema Nacional de Trânsito
responsável pela expedição da Notificação da Penalidade de Multa deverá utilizar
documento próprio para arrecadação de multa que contenha as características
estabelecidas pelo DENATRAN.
Art. 12. Até a data de vencimento expressa na Notificação da Penalidade de Multa ou
enquanto permanecer o efeito suspensivo sobre o Auto de Infração de Trânsito, não
incidirá qualquer restrição, inclusive para fins de licenciamento e transferência, nos
arquivos do órgão ou entidade executivo de trânsito responsável pelo registro do
veículo.
19 Notificação de Penalidade por Edital
A Resolução 619/2016, V, Art. 13 do CONTRAN regulamenta a
notificação por edital: Art. 13. Esgotadas as tentativas para notificar o
infrator ou o proprietário do veículo por meio postal ou pessoal, as
notificações de que trata esta Resolução serão realizadas por edital
publicado em diário oficial, na forma da lei, respeitados o disposto no §1º do
art. 282 do CTB e os prazos prescricionais previstos na Lei nº 9.873, de 23
de novembro de 1999, que estabelece prazo de prescrição para o exercício
de ação punitiva.
§ 1º Os editais de que trata o caput deste artigo, de acordo com sua natureza, deverão
conter, no mínimo, as seguintes informações: III - Edital da Notificação da
Penalidade de Multa:
a) cabeçalho com identificação do órgão autuador e do tipo de notificação; b)
instruções e prazo para interposição de recurso e pagamento; d) lista com a placa do
veículo, número do Auto de Infraçãode Trânsito, data da infração, código da
infração com desdobramento e valor da multa.
§ 2º É facultado ao órgão autuador publicar extrato resumido de edital no Diário
Oficial, o qual conterá as informações constantes das alíneas “a” e “b” dos incisos I,
II ou III do §1º deste artigo, sendo obrigatória a publicação da íntegra do edital,
contendo todas as informações descritas no §1º deste artigo, no seu sítio eletrônico na
Internet.
Capítulo IV
Interposição e Julgamento do Recurso
1 Dos Recursos Administrativos
O Código de Trânsito Brasileiro, nos Artigos 288 e 289, e a Resolução
299/2008 do CONTRAN dispõem sobre a padronização dos procedimentos
para apresentação de defesa de autuação e recurso em 1a e 2a instâncias.
Resolução 299 do CONTRAN: O CONSELHO NACIONAL DE
TRÂNSITO – CONTRAN, usando da competência que lhe confere o art. 12,
inciso I, da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, que instituiu o Código
de Trânsito Brasileiro - CTB, e conforme Decreto nº 4.711, de 29 de maio de
2003, que dispõe sobre a coordenação do Sistema Nacional de Trânsito -
SNT, RESOLVE:
Art. 1º Estabelecer os procedimentos para apresentação de defesa de autuação ou
recurso em 1ª e 2ª instâncias contra a imposição de penalidade de multa de trânsito.
Art. 2º É parte legítima para apresentar defesa de autuação ou recurso em 1ª e 2ª
instâncias contra a imposição de penalidade de multa a pessoa física ou jurídica
proprietária do veículo, o condutor, devidamente identificado, o embarcador e o
transportador, responsável pela infração.
§ 1º Para fins dos parágrafos 4o e 6o do artigo 257 do CTB, considera-se embarcador
o remetente ou expedidor da carga, mesmo se o frete for a pagar.
§ 2º O notificado para apresentação de defesa ou recurso poderá ser representado
por procurador legalmente habilitado ou por instrumento de procuração, na forma da
lei, sob pena do não conhecimento da defesa ou do recurso.
Art. 3º O requerimento de defesa ou recurso deverá ser apresentado por escrito de
forma legível, no prazo estabelecido, contendo no mínimo os seguintes dados: I -
nome do órgão ou entidade de trânsito responsável pela autuação ou pela aplicação
da penalidade de multa; II - nome, endereço completo com CEP, número de telefone,
número do documento de identificação, CPF/CNPJ do requerente; III - placa do
veículo e número do auto de infração de trânsito; IV - exposição dos fatos,
fundamentos legais e/ou documentos que comprovem a alegação; V - data e
assinatura do requerente ou de seu representante legal.
Parágrafo único. A defesa ou recurso deverá ter somente um auto de infração como
objeto.
Art. 4º A defesa ou recurso não será conhecido quando: I - for apresentado fora do
prazo legal; II - não for comprovada a legitimidade; III - não houver a assinatura do
recorrente ou seu representante legal; IV - não houver o pedido, ou este for
incompatível com a situação fática; V - não comprovado o pagamento do valor da
multa, nos termos do § 2º do art. 288 do CTB; Art. 5º A defesa ou recurso deverá ser
apresentado com os seguintes documentos: I - requerimento de defesa ou recurso; II -
cópia da notificação de autuação, notificação da penalidade quando for o caso ou
auto de infração ou documento que conste placa e o número do auto de infração de
trânsito; III - cópia da CNH ou outro documento de identificação que comprove a
assinatura do requerente e, quando pessoa jurídica, documento comprovando a
representação; IV - cópia do CRLV; V - procuração, quando for o caso.
Art. 6º A defesa ou o recurso deverá ser protocolado no órgão ou entidade de trânsito
autuador ou enviado, via postal, para o seu endereço, respeitado o disposto no artigo
287 do C.T.B.
Art. 7º Os processos de defesa e de recurso, depois de julgados e juntamente com o
resultado de sua apreciação deverão permanecer com o órgão autuador ou a sua
JARI.
Art. 8º A defesa ou recurso referente a veículo registrado em outro órgão executivo de
trânsito deverá permanecer arquivado junto ao órgão ou entidade de trânsito
autuador ou a sua JARI.
Art. 9º O órgão ou entidade de trânsito e os órgãos recursais poderão solicitar ao
requerente que apresente documentos ou outras provas admitidas em direito,
definindo prazo para sua apresentação.
Parágrafo único. Caso não seja atendida a solicitação citada no caput deste artigo
será a defesa ou recurso analisado e julgado no estado que se encontra.
Art. 10. O órgão ou entidade de trânsito ou os órgãos recursais deverão suprir
eventual ausência de informação ou documento, quando disponível.
Art. 11. O requerente até a realização do julgamento poderá desistir, por escrito, da
defesa ou recurso apresentado.
Art. 12. Esta resolução entra em vigor em 30 de junho de 2009, quando ficará
revogada a Resolução nº 239/07.
Código de Trânsito Brasileiro, Art. 288 e 289: Art. 288. Das decisões da
JARI cabe recurso a ser interposto, na forma do artigo seguinte, no prazo de
trinta dias, contado da publicação ou da notificação da decisão.
§ 1º O recurso será interposto, da decisão do não provimento, pelo responsável pela
infração, e da decisão de provimento, pela autoridade que impôs a penalidade.
§ 2º (Revogado pela Lei nº 12.249, de 2010)
Art. 289. O recurso de que trata o artigo anterior será apreciado no prazo de trinta
dias: I - tratando-se de penalidade imposta pelo órgão ou entidade de trânsito da
União: a) em caso de suspensão do direito de dirigir por mais de seis meses, cassação
do documento de habilitação ou penalidade por infrações gravíssimas, pelo
CONTRAN; b) nos demais casos, por colegiado especial integrado pelo Coordenador-
Geral da JARI, pelo Presidente da Junta que apreciou o recurso e por mais um
Presidente de Junta; II - tratando-se de penalidade imposta por órgão ou entidade de
trânsito estadual, municipal ou do Distrito Federal, pelos CETRAN E
CONTRANDIFE, respectivamente.
Parágrafo único. No caso da alínea b do inciso I, quando houver apenas uma JARI, o
recurso será julgado por seus próprios membros.
2 Local para apresentação do recurso
Art. 287 do CTB:
Art. 287. Se a infração for cometida em localidade diversa daquela do licenciamento
do veículo, o recurso poderá ser apresentado junto ao órgão ou entidade de trânsito
da residência ou domicílio do infrator.
Parágrafo único. A autoridade de trânsito que receber o recurso deverá remetê-lo, de
pronto, à autoridade que impôs a penalidade acompanhado das cópias dos
prontuários necessários ao julgamento.
3 Do efeito suspensivo
A legislação prevê a concessão de efeito suspensivo para infrações e
penalidades enquanto não se esgotarem todas as instâncias administrativas de
julgamento.
Art. 284 do CTB:
Art. 284. O pagamento da multa poderá ser efetuado até a data do vencimento
expressa na notificação, por oitenta por cento do seu valor.
(…)
§ 3º Não incidirá cobrança moratória e não poderá ser aplicada qualquer restrição,
inclusive para fins de licenciamento e transferência, enquanto não for encerrada a
instância administrativa de julgamento de infrações e penalidades. (Incluído pela
Lei nº 13.281, de 2016)
Art. 285 do CTB:
Art. 285. O recurso previsto no art. 283 será interposto perante a autoridade que
impôs a penalidade, a qual remetê-lo-á à JARI, que deverá julgá-lo em até trinta dias.
§ 1º O recurso não terá efeito suspensivo.
§ 2º A autoridade que impôs a penalidade remeterá o recurso ao órgão julgador, dentro
dos dez dias úteis subsequentes à sua apresentação, e, se o entender intempestivo,
assinalará o fato no despacho de encaminhamento.
§ 3º Se, por motivo de força maior, o recurso não for julgado dentro do prazo previsto
neste artigo, a autoridade que impôs a penalidade, de ofício, ou por solicitação do
recorrente, poderá conceder-lhe efeito suspensivo.
4 Julgamento no Processo Administrativo
Nos processos judiciais, o juiz fica restrito à verdade formal que advém
dos autos, não podendo julgar além, aquém ou fora do que lhe é requerido.
Nos processos da JARI, os julgadores possuem maior independência,
podendo constatar a inconsistência ou irregularidade de um Auto

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