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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO – LATO SENSU ESPECIALIZAÇÃO - MBA CONTABILIDADE E AUDITORIA PROFESSORA: MARIANA BONFIM marianabonfim@id.uff.br 2020 Demonstrações Financeiras Avançadas *Esse material é parte do conteúdo da disciplina de Demonstrações Financeiras Avançadas, ministrada no PGCA em 2020. Sua reprodução, sem a devida citação, é proibida. INTRODUÇÃO ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DF’s AVANÇADAS 2 INTRODUÇÃO Qual a finalidade das demonstrações contábeis? • De acordo com o item 9 do CPC 26: “o objetivo das demonstrações contábeis é o de proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada de decisões econômicas. • O objetivo do relatório contábil-financeiro é o de fornecer informações financeiras sobre a entidade que reporta (reporting entity) que seja útil para a tomada de decisão: previsão de futuros fluxos de caixa e stewardship (eficiência e eficácia no uso dos recursos econômicos) INTRODUÇÃO Quem deve elaborar demonstrações contábeis? As sociedades de grande porte devem escriturar e elaborar as demonstrações contábeis, bem como possuem a obrigatoriedade de auditoria independente. Devem ser divulgados em uma publicação oficial da União, Estado ou Distrito Federal (Diários Oficiais) ou em jornal de grande circulação. Sociedades de Grande Porte Ativo > 240 milhões Receita Bruta Anual > 300 milhões MP 892/19 NÃO ENTROU EM VIGOR! A MP previa que as demonstrações contábeis pudessem ser divulgadas apenas na internet. INTRODUÇÃO Há diferenças em relação às demonstrações contábeis que devem ser elaboradas pelas companhias: Lei 6.404/76 (compilada) CPC Balanço Patrimonial (BP) Balanço Patrimonial (BP) Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) Demonstração do Resultado Abrangente (DRA)4 Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA)³ Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)¹ Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)¹ Demonstração do Valor Adicionado (DVA)² Demonstração do Valor Adicionado (DVA)² Notas Explicativas Notas Explicativas ¹As empresas de capital fechado, com PL inferior a R$2.000.000,00, ficam dispensadas de divulgar a DFC. Contudo, o CPC PME (seção 7) obriga a elaboração da DFC também para as pequenas e médias empresas. ² A DVA só é obrigatória para as companhias de capital aberto. ³A DLPA poderá ser incluída na DMPL (art. 186, §2, da Lei nº 6.404/76 – compilada). 4 A DRA pode ser apresentada junto com a DRE (CPC 26), se permitido legalmente; mas a legislação societária brasileira vigente requer que a demonstração de resultado seja apresentada em uma demonstração separada (item 10A e 10B do CPC 26). INTRODUÇÃO Todas as demonstrações contábeis devem ser publicadas com informações comparativas com o período anterior; A entidade deve apresentar com igualdade de importância todas as demonstrações contábeis que façam parte do conjunto completo de demonstrações contábeis; As demonstrações contábeis devem ser elaboradas em conformidade com as práticas brasileiras e de acordo com o regime de competência. BALANÇO PATRIMONIAL 7 DF’s AVANÇADAS BALANÇO PATRIMONIAL O Balanço Patrimonial é um importante relatório da Contabilidade, pois apresenta o seu objeto: o Patrimônio. Nessa demonstração, as contas são agrupadas de modo a facilitar a visualização da situação financeira da companhia. IAS 1 a denomina como Demonstração da Posição Financeira Legislação: - Art. 178 ao 184-A da Lei 6.404/76 (compilada) - Itens 4.1 ao 4.67 do CPC 00 (Estrutura Conceitual) - Itens 54 ao 80A do CPC 26 (Apresentação das Demonstrações Contábeis) - IAS 1 (Presentation of Financial Statements) BALANÇO PATRIMONIAL No Balanço Patrimonial, as contas devem ser apresentadas em ordem decrescente de grau de liquidez: §1º, art. 178, Lei 6.404/76 (compilada)? BALANÇO PATRIMONIAL Definição: Introduzido pelo item 4.3 CPC 00 (R2): “ativo é um recurso econômico presente controlado pela entidade como resultado de eventos passados”. Recurso econômico presente – é um direito que tem o potencial de produzir benefícios econômicos (agora é potencial e não mais esperado) A entidade não pode ter direito de obter benefícios econômicos de si mesma (ex. ações em tesouraria); Controlado pela entidade – A entidade controla um recurso econômico se ela tem a capacidade presente de direcionar o uso do recurso econômico e obter os benefícios econômicos que podem fluir dele; Não precisa controlar todo o ativo, pode ser só uma parte (contabiliza só a parte que controla) Resultado de eventos passados – obtém por meio da compra, produção ou é gerado internamente (jazidas); ATIVO BALANÇO PATRIMONIAL • CPC 26, item 66 O ativo deve ser classificado como circulante quando satisfizer qualquer dos seguintes critérios: a) espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido no decurso normal do ciclo operacional da entidade; b) está mantido essencialmente com o propósito de ser negociado; c) espera-se que seja realizado até doze meses após a data do balanço; ou d) é caixa ou equivalente de caixa Todos os demais ativos devem ser classificados como não circulantes • Lei n° 6.404, inciso I, art. 179 no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte; ATIVO CIRCULANTE BALANÇO PATRIMONIAL No Ativo Circulante, são classificados os valores que a empresa já possui em dinheiro e os que a empresa pode converter em dinheiro a curto prazo, isto é, até o final do exercício subsequente. Exemplos de Ativos Circulantes: Caixa Bancos Aplicações financeiras (equivalentes de caixa) Estoques Clientes de curto prazo Despesas antecipadas Dividendos a receber Impostos recuperáveis Ativos biológicos ATIVO CIRCULANTE BALANÇO PATRIMONIAL • São os outro bens e direitos que a empresa não tem a intenção de converter em dinheiro a curto prazo, ou seja, só o fará a longo prazo, ou que não pretende converter nem a longo prazo; os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte (inciso II, artigo 179, Lei nº 6.404/76). ATIVO NÃO CIRCULANTE • Direitos realizáveis após o término do exercício seguinteRealizável a Longo Prazo • Participações permanentes em outras sociedadesInvestimentos • Bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhiaImobilizado • Bens incorpóreos destinados à manutenção das atividades da companhiaIntangível BALANÇO PATRIMONIAL Definição: Introduzido pelo item 4.26 CPC 00: “passivo é uma obrigação presente da entidade de transferir um recurso econômico como resultado de eventos passados”. Obrigação presente da entidade - é o dever ou responsabilidade que a entidade não tem a capacidade prática de evitar. A obrigação é sempre devida à outra parte (ou partes); Transferir um recurso econômico – a obrigação deve ter o potencial de exigir que a entidade transfira um recurso econômico para outra parte (ou partes). A obrigação pode atender à definição de passivo, mesmo se a probabilidade de transferência de recurso econômico for baixa; Resultado de eventos passados – A obrigação presente existe como resultado de eventos passados somente se: (a) a entidade já tiver obtido benefícios econômicos ou tomado uma ação; e (b) como consequência, a entidade terá ou poderá ter que transferir um recurso econômico que de outro modo não teria que transferir; PASSIVO BALANÇO PATRIMONIAL As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo circulante, quando se vencerem no exercício seguinte, e no passivo não circulante, se tiverem vencimento em prazo maior (Lei n° 6.404, art. 180) Exemplos de Passivos: Contas a pagar Empréstimos e Financiamentos ProvisõesApropriações por Competência Salários a pagar Impostos a pagar Dividendos a pagar Benefícios a Empregados Arrendamentos (leasing) PASSIVO BALANÇO PATRIMONIAL Definição: Introduzido pelo item 4.63 do CPC 00: “patrimônio líquido é o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos”. PL = Ativo - Passivo “São reivindicações contra a entidade que não atendem à definição de passivo. Essas reivindicações podem ser estabelecidas por contrato, legislação ou meios similares, e incluem, na medida em que não atendem à definição de passivo: a) ações de diversos tipos emitidas pela entidade; e b) algumas obrigações da entidade de emitir outro direito sobre o patrimônio líquido” (item 4.64, EC R2). Patrimônio Líquido BALANÇO PATRIMONIAL Elementos do Patrimônio Líquido: (art.182, da Lei nº 6.404/76 – compilada): a) Capital Social; b) Reservas de Capital; c) Ajuste de Avaliação Patrimonial; d) Reservas de Lucros; e) Ações em Tesouraria; f) Prejuízos Acumulados. Patrimônio Líquido BALANÇO PATRIMONIAL Representa valores recebidos dos sócios e também aqueles gerados pela empresa que foram formalmente (juridicamente) incorporados ao capital (lucros que os sócios renunciaram e incorporaram como capital); representa a parcela subscrita e a parcela ainda não realizada. Capital Subscrito: capital prometido de ser integralizado pelos sócios através de ato jurídico formal; os sócios assumem a obrigação. Capital a Integralizar: parte do capital que os sócios ainda não colocaram na empresa, ainda não integralizaram. Capital Integralizado (Realizado): diferença entre o subscrito e o a integralizar; o que já foi efetivamente colocado na companhia. Patrimônio Líquido CAPITAL SOCIAL BALANÇO PATRIMONIAL Ações é a menor parcela em que se divide o capital social da companhia. Na conta do capital social, as ações devem figurar por seu valor nominal (é o valor quando da emissão das ações). Elas podem ser: a) Ordinárias: tem direito a voto (ON) b) Preferenciais: não tem direito a voto, mas possui preferência no pagamento de dividendos (PN) Patrimônio Líquido CAPITAL SOCIAL BALANÇO PATRIMONIAL São constituídas de valores recebidos e que não transitam pelo resultado, por se referirem a valores destinados a reforço de seu capital, sem terem como contrapartida qualquer esforço da empresa em termos de entrega de bens ou prestação de serviços. Subgrupos: • Ágio na emissão de ações • Reserva especial de ágio na incorporação • Alienação de partes beneficiárias • Alienação de bônus de subscrição Patrimônio Líquido RESERVAS DE CAPITAL BALANÇO PATRIMONIAL Ex.: Suponha que as ações tenham valor nominal de $1,00 e haja um aumento de capital de 1.000 ações ao preço de 2,00 cada uma. valor contábil-----------------valor de mercado----------------vlr de venda das ações ($1.000) das ações ($1.500) das ações ($2.000) D – Banco-------------------------------------------------------------------------2.000 C – Ações (capital social no PL)----------------------------------------------1.000 C – Ágio na venda de ações (reserva de capital no PL)----------------1.000 *para fins de exemplo, consideraremos a mais-valia e o ágio unicamente como ágio. Patrimônio Líquido RESERVAS DE CAPITAL BALANÇO PATRIMONIAL Grupo de conta criado pela Lei nº 11.638/07 (art. 182, §3°); É utilizada para contabilizar aumentos e diminuições de ativos e passivos avaliados a valor justo não levados ao resultado; Ex.: ajuste de instrumentos financeiros classificados como VJORA Valor Justo o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela transferência de um passivo em uma transação não forçada entre participantes do mercado, na data da mensuração Patrimônio Líquido AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL BALANÇO PATRIMONIAL Parte do lucro que os sócios decidiram não retirar da empresa, guardando para determinado fim. 1) Reserva Legal é obrigatória e tem por fim assegurar a integridade do capital social, sendo constituída por 5% do lucro de cada exercício. Não pode ultrapassar 20% do capital social. A companhia pode deixar de constituir reserva legal, caso a reserva legal + a reserva de capital, exceda 30% do capital social. Utilização: compensar prejuízos ou aumentar o capital. Patrimônio Líquido RESERVAS DE LUCROS BALANÇO PATRIMONIAL 2) Reserva Estatutária estabelecida pelo estatuto (finalidade, o % e o limite máximo); não pode ultrapassar o capital social. 3) Reserva para Contingências a empresa pode criar uma reserva para compensar possíveis perdas futuras, cujo valor será estimado. Pode ultrapassar o capital social. 4) Reserva de Lucros a Realizar o objetivo é não distribuir dividendos sobre a parcela de lucros ainda não realizada financeiramente (apesar de contábil e economicamente realizada). 5) Reserva de Lucros para Expansão destinada a atender projetos de investimentos. Patrimônio Líquido RESERVAS DE LUCROS BALANÇO PATRIMONIAL 6) Reserva de Incentivos Fiscais é a parcela do lucro proveniente de doações ou subvenções governamentais (CPC 07) para investimentos, que pode ser excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório; pode ultrapassar o capital social. Utilização: só pode ser utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o capital Patrimônio Líquido RESERVAS DE LUCROS BALANÇO PATRIMONIAL Ocorre quando uma empresa recompra suas próprias ações; Por isso é uma conta redutora do PL. Patrimônio Líquido AÇÕES EM TESOURARIA BALANÇO PATRIMONIAL Pela Lei nº 11.638/07, o saldo dessa conta não pode mais ser positivo (Lucros Acumulados), pois todo o lucro deve ser distribuído. O prejuízo acumulado será absorvido, obrigatoriamente pelos lucros acumulados, reserva de lucros e reserva legal, nessa ordem. Patrimônio Líquido PREJUÍZOS ACUMULADOS BALANÇO PATRIMONIAL Exemplo Balanço Patrimonial - Gerdau DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 29 DF’s AVANÇADAS DRE Legislação: - Art. 187 da Lei 6.404/76 (compilada) - Itens 4.68 ao 4.72 do CPC 00 (Estrutura Conceitual) - Itens 81 ao 89 do CPC 26 (Apresentação das Demonstrações Contábeis) - IAS 1 (Presentation of Financial Statements) Após o BP, a DRE é a demonstração contábil mais importante. Ela evidencia o desempenho (lucro ou prejuízo) de cada exercício social. Todas as contas de resultado serão “zeradas” ao final do exercício e o seu saldo será lançado no patrimônio líquido DRE As receitas serão confrontadas com os custos e as despesas: se ao final, a empresa for eficaz, haverá lucro; quando não, prejuízo. CPC 00 (R2 – item 4.68): “são aumentos nos ativos, ou reduções nos passivos, que resultam em aumentos no patrimônio líquido, exceto aqueles referentes a contribuições de detentores de direitos sobre o patrimônio”. CPC 47 (item 2): “receitas [devem] descrever a transferência de bens ou serviços prometidos a clientes no valor que reflita a contraprestação à qual a entidade espera ter direito em troca desses bens ou serviços”. Ex.: vendas, honorários, juros, dividendos e royalties. Receitas Custos Despesas Receitas DRE são gastos efetuados pela empresa com o objetivo de gerar receita que sempre transitam, em um primeiro momento, pelo estoque (no caso de empresas comerciais e industriais. As empresas prestadoras de serviços não possuem estoques relevantes). Custos Despesas tem a mesma característica geral do custo, com uma diferença fundamental: não transita pelo estoque. Item 4.69 do CPC 00 (R2): “Despesas são reduções nos ativos, ou aumentos nos passivos, que resultam em reduções no patrimônio líquido, exceto aqueles referentes a distribuições aos detentores de direitos sobre o patrimônio”. Ex.: compra de café, resmas de papel. DRE Considere os gastos com salários dos funcionários de uma empresa industrial que possui dois setores: o de produção o departamento de contabilidade. No primeiro caso, os salários comporão o custo da produção vendida e, portanto, serão classificadas como custos. O segundo caso, não transitam peloestoque, portanto são despesas. Tanto os custos como as despesas têm como finalidade a geração de receita. Quando isso não acontece, temos a figura da perda: Ex.: desastre natural (enchente, incêndio). DRE Reconhecimento: As receitas, custos e despesas deverão ser reconhecidos na data da ocorrência do fato gerador (regime de competência) e não quando do seu recebimento ou dispêndio. Ex.: O funcionário recebe um salário de R$5.000,00 referente ao período trabalhado de 01/09 a 30/09, porém a empresa só efetua o pagamento no 5º dia útil do mês seguinte. Ainda assim, a contabilização da despesa com salários deverá ocorrer no mês de setembro: D – Despesa de salários C – Salários a pagar---------------------5.000 No mês seguinte, outubro, quando ocorrer o pagamento, será efetuado o lançamento desse dispêndio: D – Salários a pagar C – Caixa / Banco-----------------------5.000 DRE De acordo com o CPC 26 (item 99), a DRE pode ser elaborada de duas formas diferentes (apresentação das despesas): Por NATUREZA; Por FUNÇÃO. MÉTODO DA NATUREZA DA DESPESA: As despesas são agregadas de acordo com sua natureza: Depreciações; Compra de materiais; Despesas com transporte; Despesas de publicidade. DRE MÉTODO DA NATUREZA DA DESPESA: Vantagens: Mais simples, pois não necessita de alocação de gastos; Útil ao prever futuros fluxos de caixa. DRE MÉTODO DA FUNÇÃO DA DESPESA: Por esse método, se classificam as despesas de acordo com a função: Como parte dos custos vendidos; Como despesas das atividades administrativas; Como despesas das atividades de vendas. Vantagens: Mais utilizado (centros de custos); Proporciona informação mais relevante aos usuários. !!!Pode exigir alocações arbitrárias e envolver considerável julgamento!!! DRE MÉTODO DA FUNÇÃO DA DESPESA: A empresa que apresentar a DRE por função, deve divulgar informação adicional sobre a natureza das despesas. Lei n° 6.404 (art. 187) exige a divulgação por função DRE Modelo da DRE: Receita Bruta (venda de produtos, venda de mercadorias, prestação de serv.) (-) Deduções da Receita Bruta Devoluções, abatimento e cancelamento de vendas Impostos sobre vendas (=) Receita Líquida (-) CMV, CPV, CSV (=) Lucro Bruto (-) Despesas de vendas (-) Despesas administrativas (-/+) Despesas/Receitas Financeiras Líquidas (-) Despesas financeiras (+) Receitas financeiras (-) Variações monetárias cambiais passivas (+) Variações monetárias cambiais ativas (-/+) Outras Receitas e Despesas (-) Outras despesas (+) Outras receitas (-/+) Resultado de equivalência patrimonial (=) Lucro antes dos impostos (-) Provisão para IRPJ e CSLL (=) Lucro ou Prejuízo líquido do exercício Lucro ou Prejuízo por ação DRE A empresa (revenda) efetuou uma venda a prazo por R$10.000,00 com incidência de ICMS de 18%, de uma mercadoria adquirida anteriormente por R$5.000,00. A empresa pagou despesas relacionadas a venda no montante de R$500,00. Lançamentos contábeis: D – Clientes D - CMV C – Receita de vendas--------10.000 C – Estoques-------5.000 D – ICMS sobre vendas D – Despesas de vendas C – ICMS a recolher-----------1.800 C - Bancos------------500 DRE Receita bruta-------------------------10.000 (-) ICMS sobre vendas-------------(1.800) (=) Receita líquida-------------------8.200 (-) CMV-------------------------------(5.000) (=) Lucro Bruto-----------------------3.200 (-) Despesa com vendas-----------(500) (=) Lucro líquido--------------------2.700 DRE PRINCIPAIS ERROS NA DRE: •Misturar a apresentação das despesas por natureza e função (CPC 26.99); •Não apresentar o lucro por ação; •Apresentar Receita Bruta na DRE pelo CPC 47.112A, a DRE parte do que chamamos em BRGAAP como “Receita Líquida de Vendas”. Conciliar em notas explicativas; •Apresentação de “receitas e despesas não recorrentes”, “extraordinárias”; •Apresentação líquida de receitas e despesas financeiras. DRE Exemplo DRE – Gerdau (por função) DRE Exemplo Gerdau – despesas por natureza DRE Exemplo Gerdau – conciliação da receita líquida DRE Um grande projeto do IASB está em andamento: Better Communicattion; O objetivo é melhorar, para os usuários, algumas informações que são divulgadas pelas empresas; Dentro do escopo desse projeto, estão as Demonstrações Financeiras Primárias (PFS); O que o IASB propõe para a DRE? - Substituição do IAS 1 (CPC 26) – novo pronunciamento - Inserção de algumas MPM na DRE (Ebitda); - Obrigatoriedade de uma NE para explicar como foram calculadas todas as medidas - Função ou Natureza: a empresa terá que escolher qual tem melhor disclosure DRE Alteração na DRE (Demonstrações Financeiras Primárias - PFS): Modelo atual de DRE Receita líquida (-) Custos dos produtos, das mercadorias ou dos serviços vendidos Lucro bruto (+/-) Receitas ou despesas financeiras (+/-) Resultado de equivalência patrimonial (+/-) Outras despesas ou receitas Lucro antes dos impostos (-) Imposto de renda e contribuição social Lucro ou prejuízo do período Lucro ou prejuízo por ação DRE Alteração na DRE (Demonstrações Financeiras Primárias - PFS): Proposta do IASB para a DRE DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE 49 DF’s AVANÇADAS DRA Como vimos, a Demonstração do Resultado Abrangente (DRA) é uma peça contábil que não está prevista na lei nº 6.404/1976 (lei das Sociedades por Ações); Ela é uma das demonstrações contábeis exigida pelo CPC 26 e que segue as normas internacionais de contabilidade e fornece informações de grande interesse aos usuários externos, como acionistas e investidores. No entanto, mesmo não havendo previsão desta demonstração contábil na Lei 6.404/76, ela se tornou obrigatória com a publicação da resolução do Conselho Federal de Contabilidade – CFC Nº 1.185/09. DRA Lei 6.404/76 (compilada) CPC Balanço Patrimonial (BP) Balanço Patrimonial (BP) Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) Demonstração do Resultado Abrangente (DRA)4 Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA)³ Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)¹ Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)¹ Demonstração do Valor Adicionado (DVA)² Demonstração do Valor Adicionado (DVA)² Notas Explicativas Notas Explicativas A DRA pode ser apresentada junto com a DRE (CPC 26), se permitido legalmente; Mas a legislação societária brasileira vigente requer que a demonstração de resultado seja apresentada em uma demonstração separada (item 10A e 10B do CPC 26). DRA Entende-se por resultado abrangente a mutação que ocorre no Patrimônio Líquido durante um período que resulta de transações e outros eventos não derivados de transações com os sócios, na qualidade de proprietários. Os outros resultados abrangentes compreendem: a) Variações na reserva de reavaliação, quando permitidas legalmente; b) Ganhos e perdas atuarias em planos de pensão (benefícios a empregados); c) Ganhos e perdas derivados de conversão de demonstrações contábeis de operações no exterior; d) Ajuste de avaliação patrimonial relativo à efetiva parcela de ganhos ou perdas de instrumentos de hedge em hedge de fluxo de caixa e outros; e) Ajuste de avaliação patrimonial relativo a ganhos e perdas na remensuração de ativos financeiros classificados como VJORA. DRA DRA a) Variações na reserva de reavaliação, quando permitidas legalmente: Atualizar bens tangíveis a valor de mercado, com base em laudo técnico; D – Ativo C – Reserva de Reavaliação (PL) D – Reserva de Reavaliação (PL) / Despesa (caso não haja saldo) C – Ativo No Brasil, a Reavaliação de Ativos NÃO é permitida (§3º, artigo 182, Lei nº 11.638/07) GANHO PERDA DRA b) Ganhos e perdas atuarias em planos de pensão (benefícios a empregados – CPC 33 ): Os planos de benefício pós-emprego são caracterizados de 2 formas: PLANO DE CONTRIBUIÇÃO DEFINIDA PLANO DE BENEFÍCIO DEFINIDO X Depende da essência econômicado plano, seus termos e condições Premissas Atuariais DRA c) Ganhos e perdas derivados de conversão de demonstrações contábeis de operações no exterior: Somente quando há conversão de demonstrações contábeis. Exemplo: matriz no Brasil e filial nos EUA. BALANÇO PATRIMONIAL TAXAS ATIVO Ativo Circulante Fechamento Ativo não Circulante Fechamento Realizável a LP Fechamento Imobilizado Histórica Intangível Histórica PASSIVO Passivo Circulante Fechamento Passivo não Circulante Fechamento PATRIMÔNIO LÍQUIDO Histórica Ajuste Acumulado de Conversão DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Receita de Vendas Média ou histórica (-) CMV Média ou histórica Lucro Bruto Média ou histórica (-) Despesas operacionais Média ou histórica (+) Outras receitas Média ou histórica (=) Lucro antes dos impostos Média ou histórica (-) IR e CS Média ou histórica (=) Lucro do período Média ou histórica DRA d) Ajuste de avaliação patrimonial relativo à efetiva parcela de ganhos ou perdas de instrumentos de hedge em hedge de fluxo de caixa e outros: • Hedge são operações com a finalidade de proteção. • A palavra Hedge vem do inglês que significa CERCA, ou seja, proteção. • É uma posição oposta aquela que se possui no mercado físico, ou seja, um produtor de milho precisa se proteger da queda nos preços, sendo assim, assume posição vendida no mercado futuro, como se assim estivesse vendendo sua safra antecipadamente; trava o preço no futuro. DRA e) Ajuste de avaliação patrimonial relativo a ganhos e perdas na remensuração de ativos financeiros classificados como VJORA: Os ativos financeiros devem ser avaliados a valor justo: Valor Justo o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela transferência de um passivo em uma transação não forçada entre participantes do mercado, na data da mensuração. A diferença entre o valor contabilizado (já considerando juros e rendimentos) e o valor justo, deve ser contabilizado no PL ou no resultado: D – Instrumentos Financeiros C – Ajuste de Avaliação Patrimonial (PL) / Outras receitas (resultado) DRA e) Ajuste de avaliação patrimonial relativo a ganhos e perdas na remensuração de ativos financeiros classificados como VJORA: Existem 3 tipos de ativos financeiros (pela IFRS 9 – CPC 48): • objetivo é fluxo de caixa pelo pagamento de principal e juros (P&J) • antigo Mantido até o Vencimento Custo Amortizado • todos os demais • antigo Mantido para Negociação Valor Justo por meio do Resultado (VJR) • objetivo é receber fluxo de caixa por P&J ou pela venda do ativo financeiro • antigo Disponível para Venda Valor Justo por meio de Outros Resultados Abrangentes (VJORA) DRA Resultado líquido do Período (+/-) Outros resultados abrangentes: a) Reserva de Reavaliação; b) Plano de Pensão; c) Conversão de demonstrações contábeis de operações no exterior; d) Tributos sobre ajustes de conversão do período; e) Ajustes de avaliação patrimonial de instrumentos de hedge. f) Ajustes de avaliação patrimonial de ativos financeiros; g) Tributos sobre ajustes de instrumentos financeiros (+/-) Equivalência patrimonial de outros resultados abrangentes (=) Resultado Abrangente Total Parcela dos Sócios da Controladora Parcela dos Sócios Não controladores Modelo de DRA DRA Suponhamos que uma determinada empresa apresente as seguintes informações ao final de um exercício: - Lucro líquido do exercício: R$ 10.000,00 - Perdas atuariais em planos de pensão: R$ 2.500,00 - Ganhos com conversão de demonstrações contábeis de operações no exterior: R$ 2.000,00 - Ajuste credor de avaliação patrimonial: R$1.500,00 - Despesa com imposto de renda: R$2.300,00 - Custo das Mercadorias Vendidas: R$1.000,00 DRA (=) Lucro Líquido do Período------------------------------------------------10.000,00 (+/-) Outros Resultados Abrangentes---------------------------------------1.000,00 a) Ganhos (perdas) atuariais em planos de pensão----------(2.500,00) b) Ganhos (perdas) na conversão de operações no exterior-2.000,00 c) Ganhos (perdas) na avaliação patrimonial--------------------1.500,00 (=) Resultado Abrangente do Período-------------------------------------11.000,00 DRA Resultado líquido do Período X1 (+/-) Outros resultados abrangentes: a) Reserva de Reavaliação; b) Plano de Pensão; c) Conversão de demonstrações contábeis de operações no exterior; d) Tributos sobre ajustes de conversão do período; e) Ajustes de avaliação patrimonial de instrumentos de hedge. f) Ajustes de avaliação patrimonial de ativos financeiros; g) Tributos sobre ajustes de instrumentos financeiros (+/-) Equivalência patrimonial de outros resultados abrangentes (=) Resultado Abrangente Total de X1 Cruzamento da DRA com a DRE A primeira linha da DRA (resultado líquido do período) = Penúltima linha da DRE (lucro ou prejuízo do exercício) Receita Líquida (-) CMV, CPV, CSV (=) Lucro Bruto (-) Despesas de vendas (-) Despesas administrativas (-/+) Despesas/Receitas Financeiras Líquidas (-) Despesas financeiras (+) Receitas financeiras (-) Variações monetárias cambiais passivas (+) Variações monetárias cambiais ativas (-/+) Outras Receitas e Despesas (-) Outras despesas (+) Outras receitas (-/+) Resultado de equivalência patrimonial (=) Lucro antes dos impostos (-) Provisão para IRPJ e CSLL (=) Lucro ou Prejuízo líquido do exercício Lucro ou Prejuízo por ação DRA Resultado líquido do Período X1 (+/-) Outros resultados abrangentes: a) Reserva de Reavaliação; b) Plano de Pensão; c) Conversão de demonstrações contábeis de operações no exterior; d) Tributos sobre ajustes de conversão do período; e) Ajustes de avaliação patrimonial de instrumentos de hedge. f) Ajustes de avaliação patrimonial de ativos financeiros; g) Tributos sobre ajustes de instrumentos financeiros (+/-) Equivalência patrimonial de outros resultados abrangentes (=) Resultado Abrangente Total de X1 Cruzamento da DRA com o BP X1 X0 X1 X0 Ativo Circulante Passivo Circulante Caixa Bancos Estoques Clientes Passivo Não Circulante Ativo Não Circulante PATRIMÔNIO LÍQUIDO Realizável a longo prazo Capital Investimentos Reservas Imobilizado AAP Intangível Prejuízos Acumulados TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO ATIVO PASSIVO O somatório dos outros resultados abrangentes (DRA) = A movimentação (saldo atual – saldo inicial) dos outros resultados abrangentes (BP) DRA Exemplo DRA – Gerdau