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SEMINÁRIO VII - IPI

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9
INSTITUTO BRASILEIRO DE ESTUDOS TRIBUTÁRIOS
WOLFGANG GUARDIA RUIZ
SEMINÁRIO VII
IPI
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
2022
SUMÁRIO
1. CONSTRUIR A(S) REGRA(S)-MATRIZ(ES) DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA DO IPI.	4
2. SOBRE O DIREITO AO CRÉDITO DO IPI, PERGUNTA-SE:	5
2.1. É possível o aproveitamento de créditos de IPI decorrentes da aquisição de insumos com alíquota zero ou imunes? E de operações decorrentes da Zona Franca de Manaus adquiridos sobre o regime de isenção? Se possíveis estes créditos, como quantificá-los?	5
2.2. Os materiais consumidos no processo de produção, mas que não são agregados diretamente ao produto final, geram créditos do IPI? E os bens adquiridos para ativo permanente? E os materiais de teste ou protótipos?	6
3. QUAL A RELEVÂNCIA DAS CLASSIFICAÇÕES FISCAIS PARA A DETERMINAÇÃO DA INCIDÊNCIA DO IPI? DISCORRER SOBRE OS SEUS CRITÉRIOS DE SOLUÇÃO PARA EFEITOS DE PROBLEMAS DE CLASSIFICAÇÃO FISCAL. COM BASE NESSA RESPOSTA, COMENTE:	8
3.1. Qual a classificação correta para Tablets (se 8471.30.12 ou 8471.30.19), justificando com base nos critérios de solução identificados?	8
3.2. Contribuinte sediado no Estado de São Paulo realiza importação de sabonetes “antiacne”. Sucedendo empasse segundo o qual a ANVISA define a mercadoria como cosmético, e a legislação tributária, à classe dos medicamentos e tratando-se de termo não definido pela Constituição Federal, qual definição deve prevalecer: a fixada pela agência reguladora ou aquela prescrita pela legislação tributária?	9
4. QUE É PRODUTO INDUSTRIALIZADO?	10
4.1. O processo de salga do bacalhau constitui aperfeiçoamento do produto para consumo ou é mero modo de conservação para fins de transporte? Em outros termos, o bacalhau (seco e salgado) é tido produto industrializado para fins de incidência do IPI? Caso o bacalhau seja de espécie não contemplada na tabela do IPI (TIPI), mesmo que seja seco, salgado ou em salmoura ou, ainda, defumado, pode-se falar em incidência do IPI?	10
5. QUAL A BASE DE CÁLCULO DO IPI?	11
5.1. Você entende que os seguintes valores podem ser incluídos em sua BC:	11
5.1.1. Valores relativos aos juros das vendas financiadas?	11
5.1.2. Os descontos incondicionais ou de produtos bonificados?	12
5.1.3. O valor do frete? a) O frete integra o ciclo de produção? b) Há diferença se houver sido estipulada cláusula FOB (free on board) ou CIF (cost, insurance and freight)?	13
6. A EMPRESA TUDEX LTDA É UMA INDUSTRIA QUE PRODUZ MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS. NO MEIO DE SEU PROCESSO DE PRODUÇÃO, ENVIA SEUS PRODUTOS A OUTRA EMPRESA, GALVANOMIX LTDA, PARA QUE ESTA EFETUE A GALVANIZAÇÃO DESSES PRODUTOS. FEITA A GALVANIZAÇÃO, OS PRODUTOS VOLTAM À LINHA DE PRODUÇÃO DA TUDEX, ONDE ESTA CONCLUISÁ SEU PROCESSO DE PRODUÇÃO E, POSTERIORMENTE OS VENDERÁ AOS CONSUMIDORES FINAIS. PERGUNTA-SE: A ATIVIDADE REALIZADA PELA GALVANOMIX É UMA INDUSTRIALIZAÇÃO POR ENCOMENDA OU PRESTAÇÃO DE SERVIÇO? INCIDIRÁ ICMS, IPI OU ISS E IPI?	14
7. UMA ENTIDADE RELIGIOSA, DEVIDAMENTE CADASTRADA NOS ÓRGÃOS COMPETENTES COMO TAL, PARA GOZO DA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA (ALÉM DE CUMPRIR TODOS OS REQUISITOS PREVISTOS NO ARTIGO 9º E 14, DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL), PRETENDE REALIZAR A IMPORTAÇÃO DE BENS PARA USO PRÓPRIO. TODAVIA, A RECEITA FEDERAL DO BRASIL NÃO AUTORIZOU A REALIZAÇÃO DO DESEMBARAÇO ADUANEIRO DIANTE DA EXIGÊNCIA DO IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (DESCONSIDERE A EXIGÊNCIA DE OUTROS TRIBUTOS). NA HIPÓTESE EM QUESTÃO, A ENTIDADE RELIGIOSA ESTÁ SUJEITA A TAL EXIGÊNCIA?	15
8. NOS TERMOS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (ARTIGO 159, I), CINQUENTA POR CENTO DA RECEITA COM DO IPI DEVERÁ SER ENTREGUE PELA UNIÃO, SENDO 21,5% AO FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS ESTADO E DO DISTRITO FEDERAL E 22,5% AO FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS. COMO É DE CONHECIMENTO PÚBLICO, O GOVERNO FEDERAL, POR MEIO DO DECRETO Nº 10.979, DE 25 DE FEVEREIRO DE 2022, REDUZIU AS ALÍQUOTAS DE DIVERSOS PRODUTOS. CONSIDERANDO QUE ESSA REDUÇÃO FOI FEITA PELO PODER EXECUTIVO, O QUE AFETA DIRETAMENTE A RECEITA DOS ESTADOS E DOS MUNICÍPIOS, ESSE DECRETO PODE SER DECLARADO INCONSTITUCIONAL EM EVENTUAL MEDIDA AJUIZADA PERANTE O STF?	16
1. CONSTRUIR A(S) REGRA(S)-MATRIZ(ES) DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA DO IPI.
A base legal do Imposto sobre Produtos Industrializados está no art. 153, IV, da Constituição Federal, que assim dispõe: “Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: IV - produtos industrializados;”. Também, encontra amparo no CTN, a partir do art. 46 até o art. 51. O tributo ainda é regulamentado pela norma infralegal, nesse sentido, o Decreto Federal nº 10.923/2021 dispõe sobre a Tabela de Incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados, mais conhecida como TIPI.
O fato gerador do imposto é:
Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos industrializados tem como fato gerador:
I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira;
II - a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do artigo 51;
III - a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão.
Cumpre ressaltar, que o produto industrializado, para fins de incidência do imposto, será considerado aquele que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, até mesmo o aperfeiçoamento para o consumo.
A base de cálculo por sua vez, será:
Art. 47. A base de cálculo do imposto é:
I - no caso do inciso I do artigo anterior, o preço normal, como definido no inciso II do artigo 20, acrescido do montante:
a) do imposto sobre a importação;
b) das taxas exigidas para entrada do produto no País;
c) dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis;
II - no caso do inciso II do artigo anterior:
a) o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria;
b) na falta do valor a que se refere a alínea anterior, o preço corrente da mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista da praça do remetente;
III - no caso do inciso III do artigo anterior, o preço da arrematação.
As alíquotas aplicáveis estão disponíveis na TIPI, separadas por gêneros, podendo ser facilmente identificadas pelo NCM.
Por derradeiro, são contribuintes do imposto:
Art. 51. Contribuinte do imposto é:
I - o importador ou quem a lei a ele equiparar;
II - o industrial ou quem a lei a ele equiparar;
III - o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos contribuintes definidos no inciso anterior;
IV - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão.
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se contribuinte autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial, comerciante ou arrematante.
2. SOBRE O DIREITO AO CRÉDITO DO IPI, PERGUNTA-SE:
2.1. É possível o aproveitamento de créditos de IPI decorrentes da aquisição de insumos com alíquota zero ou imunes? E de operações decorrentes da Zona Franca de Manaus adquiridos sobre o regime de isenção? Se possíveis estes créditos, como quantificá-los?
Com o advento da Lei Federal nº 9.779/99, em atenção ao princípio da não-cumulatividade, passou a ser possível o aproveitamento dos créditos de IPI decorrentes da aquisição de insumos com alíquota zero e/ou imunes. Conforme dispõe a lei in verbis:
Art. 11.  O saldo credor do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, acumulado em cada trimestre-calendário, decorrente de aquisição de matéria-prima, produto intermediário e material de embalagem, aplicados na industrialização, inclusive de produto isento ou tributado à alíquota zero, que o contribuinte não puder compensar com o IPI devido na saída de outros produtos, poderá ser utilizado de conformidade com o disposto nos arts. 73 e 74 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, observadas normas expedidas pela Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda.
Não é possível, entretanto, o creditamento do imposto antes da vigência desta lei. É o entendimento do STF em repercussão geral: 
RE 562980 SC 
Órgão julgador: Tribunal Pleno
Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI
Redator(a) do acórdão: Min. MARCO AURÉLIO
Julgamento: 06/05/2009Publicação: 04/09/2009
IPI - CREDITAMENTO - ISENÇÃO - OPERAÇÃO ANTERIOR À LEI Nº 9.779/99. A ficção jurídica prevista no artigo 11 da Lei nº 9.779/99 não alcança situação reveladora de isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI que a antencedeu.
Tema 49 - Creditamento de IPI sobre aquisição de insumos ou produtos intermediários aplicados na fabricação de produtos finais sujeitos à alíquota zero ou isentos, em período anterior à Lei nº 9.779/99.
Tese: O direito do contribuinte de utilizar-se de crédito relativo a valores pagos a título de Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, oriundo da aquisição de matéria-prima a ser empregada em produto final beneficiado pela isenção ou tributado à alíquota zero, somente surgiu com a Lei nº 9.779/1999, não se mostrando possível a aplicação retroativa da norma. Obs: Redação da tese aprovada nos termos do item 2 da Ata da 12ª Sessão Administrativa do STF, realizada em 09/12/2015.
No mesmo sentido, a benesse também é conferida as mesmas operações realizadas na Zona Franca de Manaus. O STF também se posicionou sobre o caso, atribuindo-lhe repercussão geral, como podemos observar: 
RE 592891
Órgão julgador: Tribunal Pleno
Relator(a): Min. ROSA WEBER
Julgamento: 25/04/2019
Publicação: 20/09/2019
TRIBUTÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – IPI. CREDITAMENTO NA AQUISIÇÃO DIRETA DE INSUMOS PROVENIENTES DA ZONA FRANCA DE MANAUS. ARTIGOS 40, 92 E 92-A DO ADCT. CONSTITUCIONALIDADE. ARTIGOS 3º, 43, § 2º, III, 151, I E 170, I E VII DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INAPLICABILIDADE DA REGRA CONTIDA NO ARTIGO 153, § 3º, II DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL À ESPÉCIE. O fato de os produtos serem oriundos da Zona Franca de Manaus reveste-se de particularidade suficiente a distinguir o presente feito dos anteriores julgados do Supremo Tribunal Federal sobre o creditamento do IPI quando em jogo medidas desonerativas. O tratamento constitucional conferido aos incentivos fiscais direcionados para sub-região de Manaus é especialíssimo. A isenção do IPI em prol do desenvolvimento da região é de interesse da federação como um todo, pois este desenvolvimento é, na verdade, da nação brasileira. A peculiaridade desta sistemática reclama exegese teleológica, de modo a assegurar a concretização da finalidade pretendida. À luz do postulado da razoabilidade, a regra da não cumulatividade esculpida no artigo 153, § 3º, II da Constituição, se compreendida como uma exigência de crédito presumido para creditamento diante de toda e qualquer isenção, cede espaço para a realização da igualdade, do pacto federativo, dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil e da soberania nacional. Recurso Extraordinário desprovido.
Tema 322 - Creditamento de IPI na entrada de insumos provenientes da Zona Franca de Manaus.
Tese: Há direito ao creditamento de IPI na entrada de insumos, matéria-prima e material de embalagem adquiridos junto à Zona Franca de Manaus sob o regime da isenção, considerada a previsão de incentivos regionais constante do art. 43, § 2º, III, da Constituição Federal, combinada com o comando do art. 40 do ADCT.
2.2. Os materiais consumidos no processo de produção, mas que não são agregados diretamente ao produto final, geram créditos do IPI? E os bens adquiridos para ativo permanente? E os materiais de teste ou protótipos?
Muito embora o art. 226, I, do Decreto Federal nº 7.212/10, disponha sobre a possibilidade do creditamento do imposto sobre a matéria-prima, produto intermediário e material de embalagem, adquiridos para emprego na industrialização de produtos tributados, incluindo-se, entre as matérias-primas e os produtos intermediários, aqueles que, embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos no processo de industrialização, o STJ entende que se o insumo não se incorporar ao produto final ou desgastado de forma integral e imediata durante o processo de industrialização, não terá o direito ao creditamento. Vejamos:
RECURSO ESPECIAL Nº 1.075.508 - SC (2008/0153290-5) RELATOR : MINISTRO LUIZ FUX RECORRENTE : METALÚRGICA RIOSULENSE S/A ADVOGADO : JOÃO JOAQUIM MARTINELLI E OUTRO(S) RECORRIDO : FAZENDA NACIONAL PROCURADOR : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL EMENTA PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543-C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. IPI. CREDITAMENTO. AQUISIÇÃO DE BENS DESTINADOS AO ATIVO IMOBILIZADO E AO USO E CONSUMO. IMPOSSIBILIDADE. RATIO ESSENDI DOS DECRETOS 4.544/2002 E 2.637/98. 1. A aquisição de bens que integram o ativo permanente da empresa ou de insumos que não se incorporam ao produto final ou cujo desgaste não ocorra de forma imediata e integral durante o processo de industrialização não gera direito a creditamento de IPI , consoante a ratio essendi do artigo 164, I, do Decreto 4.544/2002 (Precedentes das Turmas de Direito Público: AgRg no REsp 1.082.522/SP , Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 16.12.2008, DJe 04.02.2009; AgRg no REsp 1.063.630/RJ , Rel. Ministro Francisco Falcão, Primeira Turma, julgado em 16.09.2008, DJe 29.09.2008; REsp 886.249/SC , Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 18.09.2007, DJ 15.10.2007; REsp 608.181/SC , Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, julgado em 06.10.2005, DJ 27.03.2006; e REsp 497.187/SC , Rel. Ministro Franciulli Netto, Segunda Turma, julgado em 17.06.2003, DJ 08.09.2003). 2. Deveras, o artigo 164, I, do Decreto 4.544/2002 (assim como o artigo 147, I, do revogado Decreto 2.637/98), determina que os estabelecimentos industriais (e os que lhes são equiparados), entre outras hipóteses, podem creditar-se do imposto relativo a matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem, adquiridos para emprego na industrialização de produtos tributados, incluindo-se "aqueles que, embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos no processo de industrialização, salvo se compreendidos entre os bens do ativo permanente". 3. In casu, consoante assente na instância ordinária, cuida-se de estabelecimento industrial que adquire produtos "que não são consumidos no processo de industrialização (...), mas que são componentes do maquinário (bem do ativo permanente) que sofrem o desgaste indireto no processo produtivo e cujo preço já integra a planilha de custos do produto final", razão pela qual não há direito ao creditamento do IPI. 4. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008.
	
Em relação aos bens adquiridos para o ativo permanente da empresa, tanto a jurisprudência quanto o art. 226, inciso I, vedam o direito ao creditamento.
Por fim, não incide o imposto sobre os materiais de teste ou protótipos, por isso, não há que se falar em creditamento.
3. QUAL A RELEVÂNCIA DAS CLASSIFICAÇÕES FISCAIS PARA A DETERMINAÇÃO DA INCIDÊNCIA DO IPI? DISCORRER SOBRE OS SEUS CRITÉRIOS DE SOLUÇÃO PARA EFEITOS DE PROBLEMAS DE CLASSIFICAÇÃO FISCAL. COM BASE NESSA RESPOSTA, COMENTE:
A NCM é imprescindível às classificações fiscais de incidência do IPI, isso porque, no mundo existem dezenas de milhares de produtos, itens e sub-itens que, sem uma padronização, seria impossível uma tributação justa e uniforme em todo o território nacional. Ademais, a classificação é também necessária para dar efetividade ao princípio da seletividade, intrínseco ao tributo posto.
As soluções para os problemas enfrentados nas classificações dos produtos são encontradas nas Regras Gerais para a Interpretação do Sistema Harmonizado. Deste modo, havendo um produto que possa ser classificado em duas ou mais posições, deverá se sobrepor a posição mais específica sobre as mais genéricas. De modo alternativo, caso não seja possível aplicar a regra anterior, os produtos deverão ser classificados pela matéria ou artigo que lhes confira característica essencial, quando esse puder ser constatado. Persistindo, por fim, caso não seja possível a aplicação das regras anteriores, o produto deverá ser classificado na posição situada em último lugar na ordem numérica, dentre aquelasclassificações consideradas.
3.1. Qual a classificação correta para Tablets (se 8471.30.12 ou 8471.30.19), justificando com base nos critérios de solução identificados?
Podemos observar na TIPI 2022, as seguintes classificações:
Considerando a variedade de marcas e modelos do produto, para que o NCM do tablet seja o 8471.30.12, deverão ser observados os requisitos de peso e tamanho das telas. Caso o produto em comento não esteja de acordo com as medidas, deverá ser enquadrado com o NCM 8471.30.19.
O ideal é que se aplique a posição mais específica, mas não sendo possível, deverá ser aplicada a posição mais genérica.
3.2. Contribuinte sediado no Estado de São Paulo realiza importação de sabonetes “antiacne”. Sucedendo empasse segundo o qual a ANVISA define a mercadoria como cosmético, e a legislação tributária, à classe dos medicamentos e tratando-se de termo não definido pela Constituição Federal, qual definição deve prevalecer: a fixada pela agência reguladora ou aquela prescrita pela legislação tributária?
Acerca da interpretação da lei tributária, disciplina o art. 110 do CTN que:
Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias.
Entendo que não poderia ser diferente em relação ao direito sanitário, visto a complexidade técnico-cientifico das matérias tratadas pela ANVISA. Nesse sentido, entende o STJ que:
TRIBUTÁRIO. PRODUTO IMPORTADO. SABÃO ANTIACNE. CLASSIFICAÇÃO PERANTE À ANVISA COMO COSMÉTICO. AUTORIDADE ADUANEIRA QUE ENTENDE SER MEDICAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. ATRIBUIÇÃO DA AUTORIDADE SANITÁRIA (ANVISA) NA CLASSIFICAÇÃO DO PRODUTO. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 1. Incumbe à ANVISA regulamentar, controlar e fiscalizar os produtos e serviços que envolvam à saúde pública (art. 8o. da Lei 9.782/99). 2. Não pertence às atribuições fiscais e aduaneiras, alterar a classificação de um produto, inclusive porque os seus agentes não dispõem do conhecimento técnico-científico exigido para esse mister. 3. Produto classificado pela ANVISA como cosmético. Atribuição privativa da Autoridade Sanitária, que refoge à competência da Autoridade Aduaneira. 4. Recurso Especial do contribuinte provido para restabelecer a sentença de fls. 974/975.
	
Portanto, somente à agência é conferida a atribuição de definir os produtos como medicamentos e similares, sendo estranha à legislação tributária a disciplina de tais matérias.
4. QUE É PRODUTO INDUSTRIALIZADO?
Tem-se por conceito de produto industrializado aquele definido no art. 4º do Decreto Federal nº 7.212/2010, qual seja:
Art. 4º Caracteriza industrialização qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo, tal como:
I - a que, exercida sobre matérias-primas ou produtos intermediários, importe na obtenção de espécie nova (transformação);
II - a que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar o funcionamento, a utilização, o acabamento ou a aparência do produto (beneficiamento);
III - a que consista na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte um novo produto ou unidade autônoma, ainda que sob a mesma classificação fiscal (montagem);
IV - a que importe em alterar a apresentação do produto, pela colocação da embalagem, ainda que em substituição da original, salvo quando a embalagem colocada se destine apenas ao transporte da mercadoria (acondicionamento ou reacondicionamento); ou
V - a que, exercida sobre produto usado ou parte remanescente de produto deteriorado ou inutilizado, renove ou restaure o produto para utilização (renovação ou recondicionamento).
Parágrafo único.  São irrelevantes, para caracterizar a operação como industrialização, o processo utilizado para obtenção do produto e a localização e condições das instalações ou equipamentos empregados.
4.1. O processo de salga do bacalhau constitui aperfeiçoamento do produto para consumo ou é mero modo de conservação para fins de transporte? Em outros termos, o bacalhau (seco e salgado) é tido produto industrializado para fins de incidência do IPI? Caso o bacalhau seja de espécie não contemplada na tabela do IPI (TIPI), mesmo que seja seco, salgado ou em salmoura ou, ainda, defumado, pode-se falar em incidência do IPI?
O bacalhau nestas condições não pode ser tido como um alimento in natura, e por isso, incidente o IPI, porque sofre um processamento. O alimento em questão passa por operações de evisceração, retirada de cabeça, limpeza, secagem e, finalmente, a salga, além do mais, alguns deles são embalados, o que por si só compreende um produto industrializado para fins de incidência do IPI.
Na TIPI podemos vislumbrar os seguintes tipos de bacalhau: (i) bacalhau-do-atlântico; (ii) bacalhau-da-groelândia; (iii) bacalhau-do-pacífico e; (iv) bacalhau polar. Em meu sentir, o rol dos produtos discriminados na TIPI é taxativo, portanto, se não contemplado uma espécie de bacalhau na tabela, não deve ser incidente o imposto.
5. QUAL A BASE DE CÁLCULO DO IPI?
De acordo com o art. 190 do Decreto Federal nº 7.212/10, a base de cálculo do IPI será:
Art. 190.  Salvo disposição em contrário deste Regulamento, constitui valor tributável:
I - dos produtos de procedência estrangeira:
a) o valor que servir ou que serviria de base para o cálculo dos tributos aduaneiros, por ocasião do despacho de importação, acrescido do montante desses tributos e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis; e
b) o valor total da operação de que decorrer a saída do estabelecimento equiparado a industrial; ou
II - dos produtos nacionais, o valor total da operação de que decorrer a saída do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial.
5.1. Você entende que os seguintes valores podem ser incluídos em sua BC:
5.1.1. Valores relativos aos juros das vendas financiadas?
Os juros relativos às vendas financiadas não devem compor a base de cálculo do IPI, isso porque a operação de financiamento é hipótese de incidência do IOF, não do IPI, que compreende apenas o valor do produto. Assim entende o STJ:
RECURSO ESPECIAL Nº 1.586.158 - SP (2016/0044812-1) RELATOR: MINISTRO HERMAN BENJAMIN RECORRENTE: RICLAN S.A ADVOGADOS: RICARDO GOMES LOURENÇO MIRELLA NAPOLEAO BALDEZ E OUTRO(S) RECORRIDO: FAZENDA NACIONAL EMENTA TRIBUTÁRIO. VENDAS A PRAZO. BASE DE CÁLCULO DO IPI. VALOR TOTAL DA OPERAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE CONSIDERAR QUE PARCELA DO PREÇO CORRESPONDERIA A JUROS E NÃO SOFRERIA A INCIDÊNCIA DO IMPOSTO. PRECEDENTE RELATIVO AO ICMS JULGADO SOBRE A SISTEMÁTICA DOS RECURSOS REPETITIVOS. 1. Não se pode conhecer da alegada ofensa ao art. 535 do CPC, porquanto as razões do recurso são genéricas e não indicam objetivamente de que forma teria havido omissão e qual a relevância do ponto, em tese omitido, para o deslinde da controvérsia. Aplica-se, por analogia, o óbice da Súmula 284/STF. 2. A indicada afronta dos arts. 46 e 51 do CTN não pode ser analisada, pois o Tribunal de origem não emitiu juízo de valor sobre esses dispositivos legais. O Superior Tribunal de Justiça entende ser inviável o conhecimento do Recurso Especial quando os artigos tidos por violados não foram apreciados pelo Tribunal a quo, a despeito da oposição de Embargos de Declaração, haja vista a ausência do requisito do prequestionamento. Incide, na espécie, a Súmula 211/STJ. 3. Nas operações de saída realizadas no mercado interno, a base de cálculo do IPI é o valor da operação (art. 47, II, "a", do CTN). 4. A "venda a prazo" e a "venda financiada" não se confundem. Nesta, o comprador obtém recursos de instituição financeira para pagar a aquisição da mercadoria e o IPI incide apenas sobre o valor efetivamente pago ao vendedor da mercadoria, não englobando os juros pagos ao financiador, sobre o qual incidirá apenas o IOF. Navenda a prazo, porém, em que o vendedor recebe o preço em parcelas, o IPI incide sobre a soma de todas essas, ainda que o valor seja maior do que o cobrado em operações de venda à vista, pois esse total corresponde ao valor da operação. 5. A mesma questão existe quando ao ICMS e já foi julgada sob a sistemática da lei dos recursos repetitivos, em precedente inteiramente aplicável também ao IPI: "TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC. ICMS. ENCARGOS DECORRENTES DE FINANCIAMENTO. SÚMULA 237 DO STJ. ENCARGOS DECORRENTES DE "VENDA A PRAZO" PROPRIAMENTE DITA. INCIDÊNCIA. BASE DE CÁLCULO. VALOR TOTAL DA VENDA. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 282 E 356 DO C. STF. 1. A 'venda financiada' e a 'venda a prazo' são figuras distintas para o fim de encerrar a base de cálculo de incidência do ICMS, sendo certo que, sobre a venda a prazo, que ocorre sem a intermediação de instituição financeira, incide ICMS. 2. A 'venda a prazo' revela modalidade de negócio jurídico único, cognominado compra e venda, no qual o vendedor oferece ao comprador o pagamento parcelado do produto, acrescendo-lhe um plus ao preço final, razão pela qual o valor desta operação integra a base de cálculo do ICMS, na qual se incorpora, assim, o preço 'normal' da mercadoria (preço de venda à vista) e o acréscimo decorrente do parcelamento. (Precedentes desta Corte e do Eg. STF: AgR no RE 228.242/SP, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ de 22/10/2004; REsp 1.087.230/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 16/6/2009, DJe 20/8/2009; AgRg no REsp 480.275/SP, Rel. Ministro Herman Benjamin, SEGUNDA TURMA, julgado em 08/04/2008, DJe 4/3/2009; AgRg no REsp 743.717/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 04/03/2008, DJe 18/03/2008; EREsp 215.849/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 11/6/2008, DJe 12/8/2008; AgRg no REsp 848.723/RS, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 16/10/2008, DJe 10/11/2008; REsp 677.870/PR, Primeira Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 28/02/05). 3. A venda financiada, ao revés, depende de duas operações distintas para a efetiva 'saída da mercadoria' do estabelecimento (art. 2º do DL 406/68), quais sejam, uma compra e venda e outra de financiamento, em que há a intermediação de instituição financeira, aplicando-se-lhe o enunciado da Súmula 237 do STJ: 'Nas operações com cartão de crédito, os encargos relativos ao financiamento não são considerados no cálculo do ICMS'. 4. In casu, dessume-se do voto condutor do aresto recorrido hipótese de venda a prazo, em que o financiamento foi feito pelo próprio vendedor, razão pela qual a base de cálculo do ICMS é o valor total da venda. ... 8. Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte, desprovido. Acórdão submetido ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/2008. Proposição de verbete sumular". (REsp 1.106.462/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 23/9/2009, DJe 13/10/2009)6. A base de cálculo do IPI nas vendas a prazo, sem a intermediação de instituição financeira, é o valor total da operação. 7. Recurso Especial parcialmente conhecido e, nessa parte, não provido.
5.1.2. Os descontos incondicionais ou de produtos bonificados?
De acordo com o §3º do art. 190 do Decreto Federal nº 7.212/10, da base de cálculo do IPI “não podem ser deduzidos do valor da operação os descontos, diferenças ou abatimentos, concedidos a qualquer título, ainda que incondicionalmente”. Ou seja, os descontos incondicionais não podem ser deduzidos da BC.
Nos termos do art. 192, o produto bonificado também incide na BC do imposto, como podemos observar: “Considera-se valor tributável o preço corrente do produto ou seu similar, no mercado atacadista da praça do remetente, na forma do disposto nos arts. 195 e 196 , na saída do produto do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial, quando a saída se der a título de locação ou arrendamento mercantil ou decorrer de operação a título gratuito, assim considerada também aquela que, em virtude de não transferir a propriedade do produto, não importe em fixar-lhe o preço”.
5.1.3. O valor do frete? a) O frete integra o ciclo de produção? b) Há diferença se houver sido estipulada cláusula FOB (free on board) ou CIF (cost, insurance and freight)?
Conforme dispõe os §§1º e 2º do art. 190 do Decreto Federal nº 7.212/10, o valor do frete compõe a base de cálculo do imposto, mesmo que não integre o ciclo de produção.
Em relação à base de cálculo similar ao dos tributos aduaneiros, faz total diferença os Termos de Negociação Internacional – INCOTERMS – isso porque o valor aduaneiro (VA/CIF) é composto pelo valor da mercadoria no local de embarque, valor do frete internacional, valor do seguro de transporte internacional e capatazia.
6. A EMPRESA TUDEX LTDA É UMA INDUSTRIA QUE PRODUZ MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS. NO MEIO DE SEU PROCESSO DE PRODUÇÃO, ENVIA SEUS PRODUTOS A OUTRA EMPRESA, GALVANOMIX LTDA, PARA QUE ESTA EFETUE A GALVANIZAÇÃO DESSES PRODUTOS. FEITA A GALVANIZAÇÃO, OS PRODUTOS VOLTAM À LINHA DE PRODUÇÃO DA TUDEX, ONDE ESTA CONCLUISÁ SEU PROCESSO DE PRODUÇÃO E, POSTERIORMENTE OS VENDERÁ AOS CONSUMIDORES FINAIS. PERGUNTA-SE: A ATIVIDADE REALIZADA PELA GALVANOMIX É UMA INDUSTRIALIZAÇÃO POR ENCOMENDA OU PRESTAÇÃO DE SERVIÇO? INCIDIRÁ ICMS, IPI OU ISS E IPI?
Entendo, que na operação incide o IPI, isso porque o produto passa por um processamento, uma transformação, e está disponível na TIPI 2022 com alguns destes NCM’s: 7210.30; 7210.4; 7212.20; 7217.20, etc. 
Em relação ao ISS, também incidente, visto que se trata de um serviço prestado. Não poderá incidir, todavia, o ICMS, porque nesta operação não houve a transferência de propriedade, conforme o entendimento recente dos Tribunais Superiores.
7. UMA ENTIDADE RELIGIOSA, DEVIDAMENTE CADASTRADA NOS ÓRGÃOS COMPETENTES COMO TAL, PARA GOZO DA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA (ALÉM DE CUMPRIR TODOS OS REQUISITOS PREVISTOS NO ARTIGO 9º E 14, DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL), PRETENDE REALIZAR A IMPORTAÇÃO DE BENS PARA USO PRÓPRIO. TODAVIA, A RECEITA FEDERAL DO BRASIL NÃO AUTORIZOU A REALIZAÇÃO DO DESEMBARAÇO ADUANEIRO DIANTE DA EXIGÊNCIA DO IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (DESCONSIDERE A EXIGÊNCIA DE OUTROS TRIBUTOS). NA HIPÓTESE EM QUESTÃO, A ENTIDADE RELIGIOSA ESTÁ SUJEITA A TAL EXIGÊNCIA?
De acordo com o Tema 336 do STF, as entidades religiosas, desde que não haja discriminação entre os assistidos ou coação para que passem a aderir aos preceitos religiosos em troca de terem suas necessidades atendidas, equiparam-se às entidades de assistência social para fins de imunidade tributária.
Nesse sentido, e de acordo com o enunciado, a RFB não pode reter a mercadoria, porque a entidade religiosa, em tese, possui imunidade tributária em relação a este imposto.
8. NOS TERMOS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (ARTIGO 159, I), CINQUENTA POR CENTO DA RECEITA COM DO IPI DEVERÁ SER ENTREGUE PELA UNIÃO, SENDO 21,5% AO FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS ESTADO E DO DISTRITO FEDERAL E 22,5% AO FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS. COMO É DE CONHECIMENTO PÚBLICO, O GOVERNO FEDERAL, POR MEIO DO DECRETO Nº 10.979, DE 25 DE FEVEREIRO DE 2022, REDUZIU AS ALÍQUOTAS DE DIVERSOS PRODUTOS. CONSIDERANDO QUE ESSA REDUÇÃO FOI FEITA PELO PODER EXECUTIVO, O QUE AFETA DIRETAMENTE A RECEITA DOS ESTADOS E DOS MUNICÍPIOS, ESSE DECRETO PODE SER DECLARADO INCONSTITUCIONAL EM EVENTUAL MEDIDA AJUIZADA PERANTE O STF?
O IPI é um tributo extrafiscal, por esta razão, o Poder Executivo poderá alterar as suas alíquotas, desde que respeitados os limites estabelecidos em lei, seja para majorá-lo ou diminuí-lo, nos termos do art. 153, §1º, da CF.
Nesse sentido, não há inconstitucionalidade na medida adotada pelo Governo Federal, mesmo que reflita no orçamento dos demais entes federados, porquanto se constitui uma faculdade atribuída ao Poder Executivo Federal.

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