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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO CRIMINAL DA XX VARA CRIMINAL DA COMARCA DE XXXX/UF. 
Processo nº xxx
JOÃO XX, já qualificado nos autos em epígrafe, que lhe move a Justiça Pública por suposta infração exposto no art. 155, § 2º, do Código Penal, por seu advogado que a esta subscreve, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, inconformado com a sentença de fls. xxx, que o condenou a pena de reclusão de 02 (dois) anos, substituindo-a por pena de direito e multa, em regime inicial aberto, apresentar em tempo, os EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, com fundamento no artigo 382, do Código de Processo Penal, arte os fatos e fundamentos a seguir expostos: 
DOS FATOS
O Juiz ao proferir a sentença condenou o embargante por furto qualificado. E, o Magistrado admitiu expressamente na fundamentação que se tratava de caso de aplicação do privilégio previsto no art. 155, § 2º do Código Penal, porque o prejuízo do embargado era de R$ 100,00 (cem reais), devendo, em face de sua primariedade e bons antecedentes, ser condenado à pena mínima. 
Na parte dispositiva fixou como pena a de reclusão de 02 (dois) anos, substituindo-se por uma pena restritiva de direito e multas, fixando regime inicial aberto. 
DO DIREITO
O próprio Juiz em sua respectiva fundamentação já admitiu tratar-se de “privilégio”, assim, vale a ilustração da “sumula 511, do STJ – É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do art. 155, do CP, nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva”. 
A defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência, vem aduzir os argumentos baseados no art. 382 do CPP, que assim nos assegura:
Art. 382. Qualquer das partes poderá no prazo de 02 (dois) dias, pedir ao Juiz que declare a sentença sempre que nela houver obscuridade, ambigüidade, contradição ou omissão. 
Nesse caso, há nítida contrariedade entre a parte dispositiva e a fundamentação. O Magistrado deve ajustar a parte dispositiva à fundamentação, aplicando o § 2º do art. 155, do Código Penal. 
Embora, com isso, a pena venha a ser alterada, boa parte da doutrina admite, nos casos de contrariedade, essa possibilidade. Desta forma, ainda que haja entendimento contrário à admissibilidade de privilégio no furto qualificado, há também orientação diversa, e, no caso, de qualquer forma, o Juiz havia admitido a qualificação do art. 155, § 2º, do CP, na fundamentação, in verbis: 
Art. 155 – Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4(quatro) anos, e multa;
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno;
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o Juiz pode substituir de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa; 
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra coisa que tenha valor econômico. 
Outra não é a posição da jurisprudência dominante, assim vejamos: 
PENAL. PROCESSUAL PENAL. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. REJEIÇÃO DA DENÚNCIA. FURTO DE APARELHO CELULAR. ATIPICIDADE. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. PEQUENO VALOR DA RES FURTIVA. DESVALOR DA CONDUTA. REPROVAÇÃO SOCIAL. NÃO APLICABILIDADE. 1. Consoante entendimento jurisprudencial é necessário identificar determinado vetores que legitimam o desconhecimento da descaracterização da tipicidade penal em que seu aspecto material, entre eles, a mínima ofensividade da conduta do agente, nenhuma periculosidade social da ação, o reduzíssimo grau de reprovabilidade do comportamento e a inexpressividade da lesão jurídica provocada. 2. Não se aplica o princípio da insignificância para afastar a tipicidade da conduta, quando se verifica a presença de sua reprovação, não sendo o valor da res furtiva, por si só, suficiente para atrair a incidência do princípio. 3. Recurso provido. (TJDF 20090910008599RSE, Relator Arnold Camanho de Assis, 2ª Turma Criminal, julgado em 07/05/2009, DJ. 24.06.2009, p.23).
DO PEDIDO
Diante do exposto, e, tratando-se de evidente erro, que seja operado o disposto no art. 155, § 2º, do Código Penal, de forma que requer que sejam recebidos os presentes embargos e, ao final julgado para se declarar sentença embargada, a fim de que seja corrigido o equívoco que nela contém, como medida de justiça. 
Termos em que 
Pede deferimento,
Local, data
Advogado
OAB/UF

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