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SISTEMA DE ENSINO
NOÇÕES DE 
MEDICINA LEGAL
Traumatologia Médico-Legal, 
Tanatologia Médico-Legal
Livro Eletrônico
MARIANA VASCONCELOS
Especialista em Direito Constitucional pela 
Faculdade Integrada AVM/Unyleya, sendo sua 
linha de pesquisa voltada ao estudo do Ciclo 
Completo de Polícia. Possui graduação em 
Direito pela Universidade Salgado de Oliveira 
(UNIVERSO). Advogada atuante e consultora 
junto à Organização Pan-Americana da Saúde 
(OPAS), prestando serviço à Secretaria 
Executiva da Câmara de Regulação do Mercado 
de Medicamentos (SCMED), órgão instituído 
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
– ANVISA para execução de ações voltadas 
à regulação do mercado de medicamentos. 
Atua na assessoria e consultoria de projetos 
governamentais com foco na implementação de 
políticas públicas de direitos difusos e coletivos. 
Integrou a equipe da Secretaria Nacional do 
Consumidor do Ministério da Justiça, atuando 
como Coordenadora de Orientações Técnicas 
em Defesa do Consumidor. Experiência na 
educação a distância de servidores públicos 
federais, estaduais e municipais em parceria com 
Escolas de Governo. Atuou como conteúdista 
na elaboração de materiais de ensino técnico 
e universitário nas áreas de Direitos Difusos, 
Direito Constitucional, Direitos Humanos, 
Direito Penal e Ciências Sociais
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NOÇÕES DE MEDICINA LEGAL
Traumatologia médico-Legal, Tanatologia Médico-Legal
Prof.ª Mariana de Carvalho e Vasconcelos
SUMÁRIO
Apresentação da Professora, da Metodologia e do Conteúdo a ser Abordado .......4
Medicina Legal ...........................................................................................6
1. Traumatologia Forense ............................................................................6
1.1 Lesões Corporais sob o Ponto de Vista Jurídico ..........................................7
1.2 Energia de Ordem Física ........................................................................9
1.3 Energias de Ordem Química .................................................................19
1.4 Energias de Ordem Físico-Química .........................................................22
1.5 Energia de Ordem Mecânica .................................................................30
1.6 Energias de Ordem Biodinâmica, Bioquímica e Mistas ...............................38
2 Tanatologia Forense ...............................................................................42
2.1 Fenômenos Cadavéricos, Necropsia e Exumação......................................44
2.1 Tanatognose ou Cronotanatognose ........................................................46
2.3 Direitos sobre o Cadáver ......................................................................48
Resumo ...................................................................................................53
Questões de Concurso ...............................................................................55
Gabarito ..................................................................................................66
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NOÇÕES DE MEDICINA LEGAL
Traumatologia médico-Legal, Tanatologia Médico-Legal
Prof.ª Mariana de Carvalho e Vasconcelos
Apresentação
Olá, futuro(a) Papa Charlie! Agora que você está mais perto da aprovação, va-
mos continuar nossa jornada rumo à aprovação.
Não existe combate fácil, contudo tenho certeza que seu empenho e sua dedi-
cação nos estudos será recompensada.
Como nossos três encontros serão para tratar da Disciplina Medicina Legal, não 
preciso repetir que é uma matéria espetacular, você já sentiu isso na aula 1 quan-
do estudamos as perícias em geral e falamos sobre ética médica, corpo de delito, 
documentos legais, antropologia legal e ainda, abordamos diversos pontos relacio-
nados às identificações médico-legais e judiciárias.
Dito isso, para alcançarmos nosso objetivo, continuaremos com a apresentação 
teórica do conteúdo, com a abordagem de pontos que requerem mais atenção no 
estudo da matéria. Além disso, outro recurso indispensável para uma excelente 
preparação é o treino por meio da realização de exercícios sobre a matéria estuda-
da, por isso disponibilizarei diversas questões de concurso já aplicadas tanto pela 
por diversas bancas que já abordaram a disciplina de Medicina Legal em provas de 
concurso. Vamos treinar bastante para não sermos surpreendidos no combate, ok?!
É isso aí, futuro(a) Papa Charlie, depois de uma incrível introdução sobre os con-
ceitos técnicos e legais da Medicina Forense, partiremos para o estudo detalhado 
do trauma e dos fenômenos cadavéricos, lembrando sempre da minha superdica:
1) caso ainda não tenha tido contato com a matéria, faça uma leitura rápida do 
conteúdo para saber o que vem pela frente;
2) estude o conteúdo ponto a ponto, procurando assimilar as informações com 
exemplos práticos, para mim funciona muito escrever e fazer resumos de aula 
são interessantíssimos para revisões;
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Traumatologia médico-Legal, Tanatologia Médico-Legal
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3) revise! Sempre revise a matéria, o ideal é revisá-la após as primeiras 24 ho-
ras após o estudo e tirar um dia da semana só para revisões, daí a importância 
da confecção de resumos que, além de ajudar na compreensão da matéria, fa-
cilitam a revisão do conteúdo; e
4) Exercite! Não só o corpo, mas também a mente. Responda o maior número 
de questões de concurso possível e lembre-se:
“Treino incessante, combate fácil!”
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Traumatologia médico-Legal, Tanatologia Médico-Legal
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MEDICINA LEGAL
1. Traumatologia Forense
Preliminarmente, a fim de entendermos o conceito de traumatologia forense, é 
importante que o(a) candidato(a) entenda o significado de trauma e lesão.
O trauma resultante de uma energia externa que, de forma abrupta ou violenta, 
provoca um desvio na normalidade morfológica do indivíduo e a alteração de um 
tecido corporal provocada por um agente vulnerante, é denominada de lesão.
Após breve explanação sobre os principais termos que acompanham a trau-
matologia forense, passaremos ao estudo dessa ciência que se interessa, preci-
puamente, em casos que envolvam homicídios e sua tentativa, quando ofensas a 
integridade física ou saúde de um indivíduo são produzidas por agentes lesivos de 
natureza mecânica, física, química e biodinâmica.
Para Genival França (2008), o estudo da traumatologia é o ramo da Medicina 
Legal que estuda a ação de uma energia externasobre o organismo do indivíduo. 
No mesmo sentido, de modo mais extensivo, o professor Hélio Gomes conceitua 
a traumatologia forense como o estudo das “lesões corporais, que são infrações 
consistentes no dano ao corpo ou à saúde, física ou mental, e resultantes de trau-
matismos, tanto materiais como morais”.
Conforme explica a professa Neusa Bittar (2017), o trauma advém de uma 
energia intensa e exógena (externa) capaz de alterar o funcionamento ou de des-
viar perceptivelmente a normalidade do organismo, por sua vez, a lesão altera a 
estrutura do organismo devido a algum tipo de agressão.
Partindo dessas premissas, extraímos que o objeto de estudo da traumatologia 
forense são os efeitos que as agressões geram nos indivíduos, bem como a carac-
terização de dolo ou culpa proveniente de ato que atente contra a integridade física 
ou a saúde do indivíduo.
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1.1 Lesões Corporais sob o Ponto de Vista Jurídico
As lesões corporais são tratadas pelo Código Penal como ofensas à integridade 
corporal ou à saúde de outrem e são classificadas em leve (Art. 129, CP), grave 
(Art. 129, § 1º, CP.), gravíssima (Art. 129, § 2º, CP) e seguida de morte (Art. 129, 
§ 3º, CP.).
Lesões corporais leves: para as lesões corporais leves, o Código Penal não 
trouxe nenhum tipo específico no Capítulo II, contudo não se escapa da verificação 
pericial. São lesões que comprometem a pele de modo subcutâneo e pequenos va-
sos sanguíneos, apresentam pouca repercussão orgânica e a recuperação é rápida, 
são apresentadas pelos peritos como “lesão insignificante” que não causam qual-
quer comprometimento à normalidade biológica do indivíduo.
Lesões corporais graves: resultam em perigo de vida, debilidade permanente 
de membros, sentidos ou funções, incapacidade de ocupações habituais por mais 
de trinta dias e aceleração do parto.
O perigo de vida caracteriza-se pela inquestionável eminência de morte, decorrente 
de diagnóstico. “O perigo, em suma, há de ser sério, atual e efetivo. Não remoto ou 
presumido.” (TACRIM–SP – RT 447/414).
Lesões corporais gravíssimas: resultam em incapacidade permanente para 
o trabalho (invalidez), enfermidade incurável, perda ou inutilização de membros, 
sentidos ou funções, deformidade permanente e aborto.
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A enfermidade incurável é caracterizada por transtorno ou alguma transformação 
biológica, resultado de uma ação dolosa, que comprometa a saúde do indivíduo 
como um todo.
Lesões corporais seguida de morte: nesse caso, o agente lesa a vítima, con-
tudo sem o dolo de matar, as circunstâncias evidenciam que ele não assumiu o ris-
co do desfecho e não era seu objetivo. A ação é dolosa, mas o resultado é culposo.
Vejamos com a banca examinadora já tratou esse caso:
1. (FUMARC/2011/PC-MG) Considerando as lesões corporais dolosas graves relati-
vas à eventualidade “perigo de vida”, pode-se afirmar que
a) constitui prognóstico de morte futura.
b) constitui provável complicação letal vindoura.
c) constitui situação concreta de morte iminente.
d) todas as opções listadas acima contemplam o conceito perigo de vida.
Letra c.
Essa questão foi abordada como um ponto de atenção no nosso material, em que 
abordamos que o perigo de vida se caracteriza pela inquestionável eminência de 
morte, decorrente de diagnóstico.
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1.2 Energia de Ordem Física
As lesões corporais decorrentes de energias de ordem físicas são identificáveis 
à medida que o estado físico do organismo se altera. Essas lesões são produzidas 
por temperatura, eletricidade, pressão atmosférica, radiação, luz e som.
Ressalta-se que as energias produzidas por meio de eletricidade e temperatura 
são as mais comumente apresentadas nas atividades médico-legais.
1.2.1 Temperatura
As lesões causadas por temperatura ocorrem em detrimento de ação do calor ou 
do frio, podendo ser mais ou menos graves de acordo com a intensidade e duração 
da exposição do indivíduo à ação térmica.
a) Frio: a lesão causada pelo frio é chamada de geladura e é muito parecida 
com as queimaduras. Essas lesões causadas pelo frio também podem levar a al-
terações do sistema nervoso, sonolência, convulsões, delírios, perturbações dos 
movimentos, anestesia, congestão ou isquemia de vísceras.
As geladuras são classificadas de acordo com o grau:
•	 1º grau – palidez ou rubefação da pele (eritema);
•	 2º grau – eritema (vermelhidão cutânea) e formação de bolhas ou flictenas 
de conteúdo hemorrágico;
•	 3º grau – formação de crostas enegrecidas, aderentes e espessas juntamente 
com a necrose de tecidos moles; e
•	 4º Grau – gangrena ou desarticulação.
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Resulta em hipotermia a exposição do indivíduo a temperaturas geladas cons-
tituídas além dos limites da compensação homeotérmica corporal. Considera-se 
como limite homeotérmica quando a temperatura retal atinge aproximadamente 
30ºC, podendo variar dependendo da intensidade e duração da exposição e ainda 
das condições de saúde da vítima.
Da hipotermia resulta-se alterações no sistema nervoso, como coriza, tremores, 
delírios, convulsões, perturbação dos movimentos e até a morte.
O cadáver que apresenta características de morte por hipotermia retrata rigidez 
cadavérica precoce e intensa, espuma sanguinolenta nas vias respiratórias, sangue 
de tonalidade mais escura com pouca tendência a coagulação, sinais de anemia 
cerebral, pequenas hemorragias e ulcerações na mucosa do estômago (úlceras de 
Wischnewski), disjunção das suturas cranianas, hipóstase vermelho-clara e con-
gestão polivisceral.
b) Calor: o calor produzido além dos limites de controle térmico fisiológico é 
caracterizado como difuso ou direto.
Considera-se limite de controle térmico fisiológico quando a temperatura do am-
biente ultrapassa 30ºC, quando há escassez de vento e a umidade relativa do ar 
esteja superior a 60%. Para a constatação desse percentual deve ser considerado 
as variáveis de intensidade e duração da exposição e das condições de saúde do 
indivíduo.
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b.1) Calor Difuso ou Termonose
•	 Insolação (calor ambiental em locais abertos ou raramente em espaços con-
finados);
•	 Intermação (excesso de calor ambiental produzido de modo artificial).
Os traumas e as lesões apresentados pela insolação e/ou intermação são ce-
faleia, náuseas, hipertermia (podendo chegar à 44º C), vertigens, taquicardia, 
congestão cutânea, secura da pele e das mucosas, distúrbios visuais e auditivos, 
aumento da pressão sistólica e diminuição da diastólica, transtornos nervosos ma-
nifestados por meio de delírios, convulsões e coma. São comumente apresentados 
também aspectos como a rigidez da nuca, a abolição dos reflexos (forma ataxodi-
nâmica de Clachez) e o trismo (constrição mandibular).
O diagnóstico da morte, nesses casos, é realizado mediante a análise das con-
dições do local e pela ausência de outras lesões que possam indicar outra causa 
mortis. Apresenta forma asfítica de Hiller ou apoplexia térmica de Jansion.
b.2) Calor direto
Na exposição em calor direto, o organismo reage de modo a provocar queima-
duras que, de acordo com a classificação de Hoffmanm e Lussena separa as lesões 
em grau, quanto à profundidade:
•	 1º grau – eritema simples, apenas a epiderme é afetada, apresenta verme-
lhidão e dor local (sinal de Christinson) e a recuperação é completa após a 
descamação.
•	 2º grau – além do eritema, apresentam vesículas ou flictenas com conteúdo 
seroso (sinal de Chambert), e caso estas sejam rompidas apresentam verme-
lhidão e exposição da derme. Possivelmente a recuperação é completa e não 
deixa cicatrizes.
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•	 3º grau – apresenta coagulação necrótica dos tecidos moles de coloração cas-
tanha e a recuperação deixa cicatrizes.
•	 4º grau – ocorre a combustão dos tecidos e consequente carbonização do 
plano ósseo em que os dentes e ossos apresentam coloração acinzentada.
As queimaduras de 4º grau ocorridas de forma generalizada (cadáver carboni-
zado) provocam a redução do volume do corpo e dos órgãos (desidratação), semi-
flexão dos membros (posição de lutador ou sinal de Devergie), tonalidade enegre-
cida da pele, queimadura das vias aéreas.
Para o prognóstico quanto à vida é avaliada a extensão da queimadura.
Para o prognóstico quanto à função é avaliada a profundidade da queimadura.
(Regra dos nove de Pulaski e Tennisson)
O exame médico-legal deverá considerar os aspectos apresentados no cadáver 
para verificação do momento da morte. Se a consequência da morte foi a queima-
dura, é possível que sejam encontradas queimaduras internas da faringe, da laringe 
e dos brônquios e ainda fuligem nas vias respiratórias. A presença do monóxido de 
carbono no sangue comprova que a vítima sofreu as queimaduras antes da morte.
Vamos exercitar um pouquinho.
2. (FUMARC/2011/PC-MG) A classificação das queimaduras, que considera a pro-
fundidade das lesões, é definida em graus, do primeiro ao quarto. Uma queimadura 
que apresenta vesículas ou flictenas, contendo líquido seroso, remete-se:
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a) primeiro grau.
b) segundo grau.
c) terceiro grau.
d) quarto grau.
Letra b.
De acordo com o professor Genival França (2017), as queimaduras de 2º grau além 
do eritema, apresentam vesículas ou flictenas, existindo em seu interior líquido 
amarelo-claro, seroso, rico em albuminas e cloretos (sinal de Chambert). Quando a 
flictena se rompe, a derme fica desnuda, de cor escura e, pela ação do ar, disseca-
-se, ostentando uma rede capilar fina e de aspecto apergaminhado.
1.2.2 Eletricidade
As lesões causadas por energia elétrica são subdivididas em eletricidade natural 
ou artificial.
a) Eletricidade Natural ou Atmosférica ou Cósmica
A lesão por eletricidade natural ocorre, geralmente, em locais abertos, com 
descarga de corrente contínua provocada por diferença de potencial elétrico entre 
a terra e as nuvens e podem acarretar em:
•	 Fulminação – quando a eletricidade natural atinge letalmente o homem pro-
vocando carbonização, congestão dos globos oculares, lesão nas extremida-
des do corpo sendo que o processo de putrefação do cadáver ocorre de forma 
mais acelerada. Em geral, ocorrem a inibição direta dos centros nervosos por 
asfixia, podendo ocorrer também fibrilação ventricular e efeitos cardíacos.
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•	 Fulguração – quando a eletricidade natural atinge o homem provocando ape-
nas lesões corporais. São aquelas lesões chamadas de sinal de Lichtemberg 
(desenhos arboriformes vasomotores), na maioria das vezes aparecem uma 
hora após a descarga elétrica e desaparecem em 24 horas.
b) eletricidade artificial ou industrial
As queimaduras elétricas industriais são resultantes do calor de uma corrente e 
tem por ação uma síndrome denominada de eletroplessão (provocada pela exposi-
ção do corpo a uma carga letal de energia elétrica).
A lesão é conhecida por “marca elétrica de Jellinek” (forma circular, elítica ou 
estrelada, de consistência endurecida, bordas altas, leito deprimido, tonalidade 
branco-amarelada, fixa, indolor e asséptica).
Etiologia da morte por eletroplessão:
Morte cerebral – maior que 1200 volts = hemorragia nas meninges, hiperemia 
dos centros nervosos e edema cerebral.
Morte por asfixia – de 120 a 1200 volts = tetanização (contração) dos músculos 
pulmonares.
Morte por parada cardíaca – menor que 120 volts = fibrilação do ventrículo.
Sinal de Lichtemberg = eletricidade atmosférica.
Sinal de Jellineck = eletricidade industrial.
A Fumarc já abordou esse tema em concursos anteriores.
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3. (FUMARC/2011/PC-MG) A eletricidade natural ou cósmica, reportando ao capí-
tulo das energias lesivas de ordem física, agindo letalmente sobre o homem,de-
nomina-se:
a) Eletroemissão.
b) Eletroplessão.
c) Fulminação.
d) Fulguração.
Letra c.
Quando a eletricidade natural atinge letalmente o homem provocando carboniza-
ção, congestão dos globos oculares, lesão nas extremidades do corpo sendo que o 
processo de putrefação do cadáver ocorre de forma mais acelerada, é dado o nome 
de Fulminação.
1.2.3 Pressão Atmosférica
As lesões causadas pela pressão atmosférica são subdivididas em:
a) Hipopressão atmosférica: acontece quando ocorre a diminuição do oxigênio e 
gás carbônico no organismo provocado pela diminuição da pressão atmosférica. É 
comum ocorrer em cabines de aeronaves, devido a despressurização, e na escalada 
de montanhas elevadas, por isso é vulgarmente chamado de “mal das montanhas” 
onde os escaladores podem sofrer os sintomas de dispneia, náuseas transtornos 
auditivos, cefaleia, taquicardia, vertigem, epistaxe (hemorragia nasal), hemorra-
gias oculares e cerebrais e morte.
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A doença das montanhas pode se apresentar, também, de forma crônica em 
indivíduos já maduros que vivem há tempos em regiões de grandes altitudes (Do-
ença do Monge).
b) Hiperpressão atmosférica: ocorre com o aumento da pressão atmosférica 
provocada por altitudes muito inferiores ao nível do mar. É mais comum que ocorra 
com mergulhadores e causa, principalmente, os chamados “barotraumas” que são, 
a patologia de compressão (intoxicação por oxigênio, nitrogênio e gás carbônico) e 
a patologia de descompressão (grande quantidade de gases dissolvidos no sangue 
que provocam embolia).
Vejamos como algumas bancas examinadoras já abordaram essa questão:
4. (CESPE/2016/POLÍCIA CIENTÍFICA/PE) Acerca das lesões relacionadas às varia-
ções da pressão atmosférica, assinale a opção correta.
a) Quando os mergulhadores retornam à superfície de forma brusca podem sofrer 
fenômenos embólicos, que podem desencadear o óbito.
b) Barotrauma decorre da incapacidade de igualar as pressões do ambiente hipo-
bárico e a das cavidades naturais do organismo que contêm ar, como o ouvido, os 
seios da face, as vísceras ocas e os pulmões.
c) A diminuição da pressão atmosférica produz o “mal dos caixões”, com sintomas 
de intoxicação pelo oxigênio, nitrogênio e gás carbônico.
d) O aumento da pressão atmosférica, que se observa em altitudes elevadas, de-
sencadeia sintomas cardíacos, hematológicos e gastrintestinais, sendo conhecido 
como “mal das montanhas”.
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e) O “mal das montanhas” é compensado pela redução considerável da quantidade 
de glóbulos vermelhos no sangue.
Letra a.
O retorno à superfície de forma brusca provoca a chamada patologia de descom-
pressão, quando uma grande quantidade de gases dissolvidos no sangue provoca 
embolia, podendo levar à morte.
5. (FUNIVERSA/2015/SPTC/GO) Assinale a alternativa que apresenta uma baropa-
tia que ocorre por exposição continuada e prolongada a ambientes de baixa pres-
são.
a) doença de Monge.
b) forma clássica da doença das montanhas.
c) edema pulmonar das grandes altitudes.
d) barotrauma.
e) doença da descompressão.
Letra a.
A doença das montanhas pode se apresentar, também, de forma crônica em in-
divíduos já maduros que vivem há tempos em regiões de grandes altitudes, essa 
doença é denominada Doença do Monge.
1.2.4 Radiações
São lesões causadas por radiações aquelas produzidas por aparelhos de raio 
x, reatores nucleares e aceleradores lineares. Ocorrem, geralmente, devido a aci-
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dentes e provocam ulceração de bordas endurecidas, necrose, descamação seca, 
distúrbios cerebrais, eritema, flictenas, distúrbios gastrintestinais e morte.
As lesões locais são denominadas radiodermites e se apresentam em aspectos 
crônicos (forma úlcero-atrófica, teleangiectásica ou neoplástica) e aspectos agudos 
classificados de acordo com a intensidade da lesão:
•	 1º grau – apresenta forma eritematosa e depilatória, a lesão é temporária 
(cerca de 60 dias) e a mancha escura que precede tende a desaparecer len-
tamente.
•	 2º grau – de difícil cicatrização tendo em vista que apresenta ulceração muito 
dolorosa de forma pápulo-eritematosa.
•	 3º grau – úlcera de Roentgen (necrose de aspecto grave).
Essas lesões podem ser locais e apresentar forma úlcero-atrófica, teleangiectá-
sica ou neoplásica
1.2.5 Luz e Som
A intensa exposição do indivíduo à luz e ao som podem acarretar em graves 
danos ao organismo.
Os raios infravermelho e ultravioleta, quando em dosagens significativas, po-
dem provocar lesões sobre o cristalino e a conjuntiva, causando até cegueira total. 
Assim como o raio laser que pode causar grandes lesões na córnea e no cristalino.
Já a exposição crônica ao ruído pode acarretar em zumbido, recrutamento, per-
da da discriminação da fala, otalgia e até mesmo a perda permanente da audição.
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1.3 Energias de Ordem Química
Para que ocorram lesões causadas por energia de ordem química é necessário 
que exista uma reação com tecidos vivos, podendo ser mais ou menos grave de 
acordo com a extensão da exposição, da concentração e da região do corpo atingi-
da pela substância química. A gravidade da lesão depende, também, da estrutura 
corporal da vítima e são causadas por produtos cáusticos e venenos.
A embriaguez e as toxicomania também são consideradas como provocadas por 
energias de ordem química, contudo, iremos abordar esses dois tipos de trauma 
em item especifico que será abordado na Aula 3, por enquanto, vejamos as carac-
terísticas das lesões causadas externamente por produtos cáusticos e internamen-
te por venenos.
1.3.1 Cáusticos
As lesões causadas por produtos cáusticos são tegumentares, ou seja, danifi-
cam a camada externa dos seres vivos, a pele, podendo ser provocadas por ácidos, 
sais orgânicos e inorgânicos, metais alcalinos, alcalino-terrosos e seus hidróxidos. 
São classificados em:
Desidratante: ácido sulfúrico ou ventríolo, óxido de cálcio, hidróxido de sódio 
(soda cáustica em escamas) e hidróxido de potássio.
Oxidante: ácido nítrico, clorídrico, crômico, fênico ou fenol e nitrato de prata oucáustico lunar.
Fluidificante: hidróxido de sódio (soda cáustica em solução), ácido acético ou 
etanoico e amônia ou amoníaco.
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Coagulante: cobre, chumbo, mercúrio e sais de zinco.
Irritante: gás mostarda ou iperita (gases bélicos).
As feridas provocadas por agentes cáusticos coagulantes, em sua maioria, apre-
sentam escaras (feridas na pele) escurecidas, como exceção do ácido sulfúrico que 
provoca escaras secas e esbranquiçadas. Já os fluidificantes apresentam escaras 
úmidas e amolecidas.
As lesões provocadas por cáusticos são denominadas de vitriolagem, uma vez 
que com a finalidade de provocar lesões no indivíduo de forma intencional, lança-
va-se o ácido sulfúrico (vitríolo) sobre o corpo da vítima como forma de vingança.
Quanto às lesões produzidas em morte, observa-se que apresentam cor mar-
rom-escuro, não apresentam forma de escaras e não há reação vital nos exames 
histológicos.
1.3.2 Venenos
Os venenos são substâncias ingeridas por meio de diversas vias e que danificam 
a saúde ou causam até a morte, podem ser de origem vegetal (cicuta), animal (pe-
çonhas), mineral (arsênico) e artificial (monóxido de carbono).
A legislação atual não define pontualmente o que seja veneno, ficando a critério do 
perito apontar o conceito ao caso concreto.
Os venenos atuam por meio da absorção de componentes pelo organismo que 
provocam uma reação química ou bioquímica capaz de determinar uma lesão cor-
poral ou perturbação funcional, podendo levar à morte, sendo as vias de introdução 
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a pele, as mucosas, as serosas, o tecido celular subcutâneo, a via muscular e a via 
sanguínea.
As principais vias de eliminação dos venenos são: aparelho digestivo (vômito e 
diarreia), urina, pulmões, suor, saliva, leite, cabelos, unhas, placentas, sendo que 
o tempo de eliminação varia de acordo com a dose ingerida, o estado de saúde da 
vítima a via de absorção. Existem também a eliminação por transformação, quando 
a substância transforma sua composição sendo eliminada naturalmente pelo orga-
nismo.
Com relação ao diagnóstico de vítimas de envenenamento, encontra-se varia-
dos formatos a depender da substância ingerida, de modo geral, as vítimas vivas 
apresentam vômito, cólica, diarreia, convulsões, coma.
Já nos exames cadavéricos, o perito deve se concentrar na análise, principal-
mente, do intestino e das paredes do estômago, observando a coloração, o cheiro, 
o sangue que pode apresentar aspecto fluido, hemólise e coloração alterada; nos 
envenenamentos por chumbo, por exemplo, a gengiva pode apresentar tonalidade 
cinza- azulada ao nível dos incisos, caninos e pré-molares (Orla de Burton).
Vale ressaltar que não é um diagnóstico simples, muitas vezes é realizado por 
vários profissionais peritos em que são observados os aspectos clínicos (sinais e 
sintomas), os aspectos anatomopatológicos (que apresentam diferentes caracterís-
ticas a depender da substância ingerida), as circunstâncias (informações colhidas 
por meio de depoimentos de testemunhas), o critério histológico (tecido biológico)
Por fim, a natureza jurídica dos envenenamentos são: acidental; criminosa; e 
suicídio, sendo que nos casos de agressão e/ou homicídios o Código Penal traz em 
seu escopo o agravamento da pena pelo uso de veneno.
Agora vamos ao treino.
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6. (FUNCAB/2012/PC-RO) Ao estudar as energias de ordem química, deve-se co-
nhecer a ação dos cáusticos e venenos. Assinale a alternativa correta.
a) A ação dos cáusticos é principalmente interna, com alterações da coagulação 
sanguínea.
b) Os cáusticos, assim como os venenos, podem ser classificados quanto ao seu 
estado físico em líquidos, sólidos e gasosos, podendo agir internamente e externa-
mente.
c) As lesões descritas como vitriolagem são causadas por envenenamento crônico.
d) São fases do percurso do veneno no organismo: penetração, absorção, distribui-
ção, fixação, transformação, eliminação.
e) São formas de se classificar os cáusticos: estado físico, origem, funções quími-
cas e quanto ao uso.
Letra d.
O percurso do veneno por meio do organismo tem as seguintes fases: penetração, 
absorção, distribuição, fixação, transformação e eliminação (FRANÇA, 2017).
1.4 Energias de Ordem Físico-Química
São os traumas causados por asfixia. De acordo com o professor e perito Jorge 
Vanrell (2002) a asfixia é a supressão do fenômeno respiratório na vigência da cir-
culação, é qualquer ação que provoque a obstrução da oxigenação dos tecidos hu-
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manos e apresenta um cronograma de quatro fases, de acordo com Genival França, 
no livro Medicina Legal (2004).
1ª fase – é a chamada fase anestésica ou cerebral, tem duração de aproxima-
damente um minuto e meio e leva a perda de consciência. Causa náuseas, dispneia 
(respiração forçada e difícil) e angústia.
2ª fase – é a fase convulsiva, provoca contração dos músculos respiratórios e da 
face, tem duração de aproximadamente dois minutos e leva à hipertensão arterial 
e convulsão.
3ª fase – causa o esgotamento da vítima uma vez que a respiração se torna 
lenta provocando a insuficiência do ventrículo direito.
4ª fase – é a fase terminal, duração de aproximadamente cinco minutos, po-
dendo variar de acordo com a saúde e o porte físico da vítima, provoca lentidão 
nos batimentos cardíacos com consequente quase imperceptibilidade de pulsação.
As asfixias apresentam, também, sinas anatomopatológicos que são divididos 
em externos e internos.
a) Internos
Equimoses Vicerais – Manchas de Tardieu: também chamadas de petéquias 
(pequenos vasos vermelhos na pele) hemorrágicas de Casper, apresenta equimo-
ses esparsas ou aglomeradas, recobrem a superfície pleural, interlobares e basila-
res dos pulmões e do pericrânio, os recém-nascidos apresentam o timo encoberto.
Equimoses Difusas – Manchas de Paltauf: apresentam coloração clara e de 
maior diâmetro quando comparadas às equimoses viscerais, comum na superfície 
pulmonar, consequência de afogamentos.
Congestão poliviceral: a asfixia, em suas diferentes formas, provoca conges-
tão emdiversos órgão do corpo humano decorrente do aumento da pressão san-
guínea nos sistemas das veias cavas superior e inferior.
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Sangue: em casos de morte provocada por asfixia, o sangue apresenta fluidez 
e cor negra, exceto quando a asfixia é provocada pelo monóxido de carbono, diante 
disso o sangue apresenta cor vermelho-vivo. Outra diferente forma de apresenta-
ção do sangue nos casos de asfixia é as causadas por afogamento, nesses casos o 
sangue apresenta cor rosada devido à grande ingestão de líquido.
b) Externos
Manchas de hipóstase: começam a se formar no corpo uma ou duas horas 
depois da morte e ocorrem devido ao acúmulo de sangue provocado pela força gra-
vitacional, por exemplo, nos casos de enforcamento, em que a vítima esteja em pé, 
o sangue corre para as extremidades; se a vítima estiver deitada as manchas se 
formam nas costas, entretanto, o sangue não chega às regiões de apoio de modo 
que não se formam manchas nessa região
Cianose: sinais de cianose são encontrados principalmente em asfixias pro-
vocadas por esganadura, estrangulação e compressão torácica e apresenta face, 
pavilhões auditivos, lábios e pescoço em tonalidade azul-arroxeada devido à baixa 
oxigenação. A chamada cianose cervicofacial de Le Dentut ou máscara equimótica 
de Morestin relaciona-se à congestão da face e do pescoço podendo ser acompa-
nhada de petéquias.
Equimose: localizadas comumente na pele das pálpebras, no pescoço, na face 
e no tórax possuem formato de petéquias em consequência do aumento da pres-
são.
Espuma: são sinais encontrados geralmente em casos de afogamento, de modo 
que a espuma gerada e exteriorizada pela boca e pelo nariz seja decorrente de se-
creções proteicas advindas da árvore respiratória.
Escoriações ungueais: decorrentes de arrependimento em suicídio ou tentati-
va de defesa em casos de homicídio em que ocorre a constrição do pescoço.
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Procidência da língua: língua escurecida decorrente, principalmente de es-
trangulamento, quando a língua é projetada para fora da boca. Pode ocorrer nos 
demais casos de asfixia por afogamento no estágio de putrefação.
Visto isso, passaremos ao estudo da classificação das asfixias quanto à sua es-
pécie.
1.4.1 Asfixias em Espécie
1.4.1.1 Asfixias por Intoxicação
As formas mais frequentes de asfixia por intoxicação são aquelas provocadas 
pela inalação excessiva de monóxido de carbono e ácido cianídrico.
O exame cadavérico que aponta pele e mucosas com coloração rósea, livores 
hipostáticos de tonalidade clara, rigidez cadavérica e putrefação tardia, se relacio-
na à asfixia provocada por monóxido de carbono. Nos casos em que a morte não 
é consequência, a vítima apresenta cefaleia intensa, edema cerebral, tosses, sín-
cope, vasodilatação cutânea, edema cerebral, batimento doloroso nas têmporas, 
debilidade muscular, paralisia dos membros, convulsões e coma.
Já o exame cadavérico que aponta a morte pela asfixia provocada por ácido 
cianídrico verifica um odor característico do ácido e livores hipostáticos de colora-
ção rósea. Nos casos que não resultam em morte, a vítima apresenta sintomas de 
vertigens, hiperpneia, cefaleia, taquicardia, cianose, convulsões e inconsciência.
1.4.1.2 Asfixia por Rarefação
A diminuição de oxigênio no organismo provoca a hipóxia, e a falta deste causa 
a anoxia, e consequentemente a morte. Desse modo, a rarefação ocorre pela dimi-
nuição ou falta do oxigênio no organismo.
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1.4.1.3 Asfixia por Sufocação Direta e Indireta
A asfixia provocada por sufocação resulta no bloqueio do entranhamento de ar 
nas vias respiratórias ocorridas por meio direto ou indireto.
Sufocação direta: a asfixia por sufocação direta ocorre das seguintes formas:
Obstrução dos orifícios externos respiratórios – ação criminosa provocada pelo 
uso da mão ou de corpo mole.
Obstrução das vias respiratórias – ocorre, comumente, de forma acidental pela 
aspiração de corpos estranho na árvore respiratória que, consequentemente, blo-
queia a passagem de oxigênio até os pulmões levando à morte por asfixia.
O exame cadavérico aponta equimoses nos lábios, marcas ungueais nas pro-
ximidades da boca e das narinas e sinais de dentes na mucosa labial interna, nos 
casos de obstrução das vias respiratórias, nos casos de sufocação com emprego 
da mão, podem ocorrer fratura de dentes, exceto quando empregado corpo mole 
(travesseiro, por exemplo).
Sufocação indireta: OCORRE quando a asfixia é provocada pela compressão 
do tórax que, por diversas ações (pisoteamento, acidente de veículo...) impede a 
expansão do tórax impedindo a respiração.
1.4.1.4 Asfixia por Afogamento
A asfixia por afogamento ocorre em três fases:
•	 Defesa – surpresa e dispneia (sufocação);
•	 Resistência – os movimentos respiratórios param como mecanismo de defesa.
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•	 Exaustão – inspiração profunda com consequente perda de consciência, in-
sensibilidade. Depois disso, o coração para de bater depois de mais ou menos 
9 minutos.
Provocada por meios líquidos, a asfixia por afogamento é provocada por sub-
mersão com inibição (afogados brancos de Parrot), submersão com asfixia (afoga-
dos azuis – preenchimento da árvore bronco respiratória pelo líquido); e afogamen-
to interno (aspiração de líquidos produzidos pelo próprio organismo).
As vítimas de água doce chegam a óbito por fibrilação ventricular.
As vítimas de água salgada chegam a óbito por edema agudo de pulmão.
O exame cadavérico aponta palidez da face ou cianose; hemorragia etmoidal 
(zonas azuladas na base do crânio); espuma na boca e no nariz; presença de 
plânctons nas vias aéreas; presença de líquidos estranhos nas vias aéreas; tecido 
pulmonar embebido; manchas de Paltauf; presença de água no intestino; sinal de 
Widler (conteúdo espumoso no interior do estômago); fígado e rins asfíticos de 
Étienne-Martin; sinal de Bernt (pele inserina); retratação de mamilos, pênis e saco 
escrotal; após um tempo decorrido da morte o cadáver apresenta maceração da 
epiderme, perda das unhas, pelos e dentes; edema de pálpebra,lábios, escroto e 
vulva; olhos saltado (exoftalmia) e dificuldade de desidratação cadavérica.
1.4.1.5 Asfixia por Enforcamento
Provocado por um laço cujo a força operacional é o peso da vítima podendo 
ocorrer por suspensão completa (distância considerável entre o corpo e o chão) e a 
suspensão incompleta (o corpo não fica inteiramente pendurado).
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São consequências do enforcamento a contração das vias respiratórias, contra-
ção da circulação sanguínea e do sistema nervoso, sendo que, em primeiro mo-
mento, a vítima apresenta agitação, visão turva, perdendo a consciência entre 40 
a 80 segundos (fase da resistência), em seguida, além da ausência de consciência, 
a vítima apresenta convulsões intensas, alterações na cor da pele, olhos estufados, 
língua protusa (fase da agitação) e entre 3 a 5 minutos passa para a fase de pros-
tração ou morte aparente, que pode durar até 10 minutos até a morte.
1.4.1.6 Asfixia por Estrangulamento
Diferente da asfixia por enforcamento, a asfixia por estrangulamento, geral-
mente é provocada por homicídio, em que a energia constritiva é externa. Ainda 
que seja produzida por um laço, no estrangulamento a constrição é determinada 
por uma força externa e não pelo corpo da vítima.
O exame cadavérico deve observar o sulco deixado pelo laço, se apresentar 
sulco horizontal, profundidade uniforme, sem interrupção e no meio do pescoço, 
trata-se de estrangulamento.
1.4.1.7 Asfixia por Esganadura
A esganadura é provocada pela constrição do pescoço realizada pelo agressor 
com a ajuda da mão, do cotovelo, da perna, do pé ou dos joelhos. O tempo para 
objetivar a esganadura é maior que o tempo levado no estrangulamento ou enfor-
camento, podendo as vias de fato ocorrer pela interrupção do mecanismo aéreo ou 
neural.
O exame cadavérico aponta, fratura do osso hioide, da cartilagem tireóidea, 
estigmas ungueais (lesão de defesa), Sinal de França (rotura da túnica interna da 
carótida primitiva), máscara equimótica de Merestin e exaftalmia.
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1.4.1.8 Asfixia por Soterramento
Ocorrida, quase sempre, em casos de desabamento e desmoronamento quando 
a vítima ao respirar no meio sólido ou semissólido, inala substâncias pulverizadas 
que penetram nas vias respiratórias, impedindo a hematose.
O exame cadavérico aponta sinais comuns às asfixias, presença de substâncias 
pulverizadas nas vias respiratórias, fraturas dos arcos costais e esterno, lesões 
contusas, rotura de fígado, baço, estômago, intestino e bexiga.
1.4.1.9 Asfixia por Confinamento
Essa modalidade de asfixia ocorre, comumente, quando várias pessoas com-
partilham o mesmo ambiente fechado onde não exista a renovação do ar, de forma 
que a exalação de gás carbônico provoca a asfixia das vítimas. A asfixia por confi-
namento pode ocorre também quando em um ambiente fechado, as pessoas têm 
o sangue enriquecido por monóxido de carbono (comboio de trem), nesses casos 
o sangue apresenta cor mais avermelhada, comprovando que o indivíduo não foi 
asfixiado com gás carbônico, mas com monóxido de carbono.
7. (INSTITUTO OACP/2018/ITEP/RN) Durante um levantamento de local de crime, 
o Perito Criminal constatou um cadáver em situação de enforcamento por suspen-
são completa. Populares afirmavam que a vítima era depressiva e que já havia 
tentado o suicídio antes. O perito, entretanto, estranhou a escassez de petéquias 
na conjuntiva ocular da vítima e sangramento oriundo da cavidade oral. Diante da 
situação hipotética apresentada, assinale a alternativa correta.
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a) No enforcamento, como modalidade de asfixia por constrição do pescoço, o sul-
co decorrente do laço e presente no pescoço da vítima é oblíquo e contínuo, por-
tanto sem interrupção na altura do nó.
b) A afirmação de populares é suficiente para concluir pela hipótese de suicídio, in-
dependentemente de qualquer outro elemento de ordem material ou médico-legal 
que possa ser avaliado no local ou no cadáver.
c) Petéquias são equimoses pontuais que eventualmente, podem estar associadas 
ao enforcamento quando presentes, por exemplo, na conjuntiva ocular.
d) São sinônimos de enforcamento, a esganadura e o estrangulamento.
e) Se o perito médico-legista encontrar uma lesão perfurocontusa, de entrada, no 
palato da vítima, então a hipótese de suicídio por asfixia será a mais provável.
Letra c.
Petéquias são pequenos pontos avermelhados, quase sempre agrupadas, caracte-
rizadas por pontilhado hemorrágico.
1.5 Energia de Ordem Mecânica
Diferente das lesões provocadas por energia de ordem física, as energias de 
ordem mecânica modificam o estado de repouso ou de movimento de um corpo, 
produzindo lesões em parte ou no todo, podendo sofrer repercussões externas ou 
internas.
A classificação dos instrumentos causadores de lesões de ordem mecânica é 
quanto à origem e quanto ao local, da seguinte forma:
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Quanto à origem:
Ativo: objeto em movimento, indivíduo em repouso.
Passivo: objeto em repouso, indivíduo em movimento.
Misto: objeto e indivíduo em movimento.
Quanto ao local:
Diretas: a lesão se dá no próprio local do impacto.
Indiretas: a lesão ocorre fora do local do impacto.
Mistas: a lesão ocorre no local e também fora do local do impacto.
Ressalta-se que as lesões corporais são classificadas em lesões simples (perfu-
rantes ou punctórias, cortantes ou incisas, contundentes ou contusas) simbolizadas 
por ponto, reta e plano; e lesões compostas (perfuro-cortantes, perfuro-contun-
dentes, corto-contundentes).
A reprodução da lesão pode ser tanto ativa quanto passiva, e ainda podem atu-
ar por pressão, percussão, tração, torção, compressão, descompressão, explosão, 
deslizamento e contragolpe.
1.5.1 Instrumentos Perfurantes
Acarretam em feridas punctiformes ou puctórias caracterizadas por aberturas 
estreitas e pouco sangramento. Os instrumentos agem por pressão ou percussão 
e se apresentam pouco nocivo na superfície, sendo a gravidade percebida na pro-
fundidade do ferimento.
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1.5.2 Instrumentos Cortantes
Apresentam lesões incisas, advindo de ações de deslizamento ou pressão.
A lesão é caracterizada pelo centro mais profundo, afastamento das bordas, 
abundante hemorragia, presença de cauda de escoriação, margens nítidas e regu-
lares e cumprimento maior que a largura ou profundidade.
Ocorre quase sempre por ato médico, acidente, agressão, homicídio ou suicídio
Os instrumentos mais comumente utilizados são a navalha, o bisturi, o caco de 
vidro, e o gume da faca.
Algumas lesões possuem nomenclatura especial como:
Esgorja: realizada na região frontal ou lateral do pescoço, geralmente leva à 
morte por homicídio ou suicídio.
Degola: realizada na porção posterior do pescoço, geralmente homicida.
Escalpe: remoção de parte do couro cabeludo.
Lesões de defesa: antebraço, palma da mão e dedos.
1.5.3 Instrumentos Contundentes
Comumente as lesões contusas são realizadas por meio de martelo, coronha de 
arma de fogo, pedra, automóvel e o próprio chão, agindo por pressão, explosão, 
deslizamento, percussão, compressão, descompressão, distensão, torção, contra-
golpe ou de forma mista.
As feridas contusas têm características ligadas a forma, fundo e vertentes irre-
gulares, retalhos em forma de ponte, tendões conservados e a hemorragia é menor 
que nas feridas incisivas. Em sua maior parte, são lesões profundas e mutilantes.
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Algumas lesões contusas possuem nomenclatura própria, como rubefação, es-
coriação, equimose, hematoma, bossa sanguínea, lesões por martelo, empalamen-
to, encravamento, fraturas, entorses, luxações, lesões por atropelamento, rotura 
de vísceras, lesões por cinto de segurança e lesões por precipitação.
1.5.4 Instrumentos Perfuro-Cortantes
Provocam ferimentos que apresentam fenda regular e quase sempre linear, são 
instrumentos de ponta e gume e o ferimento apresenta largura maior que a espes-
sura da lâmina. Caso haja a torção do instrumento antes de sua retirada do corpo, 
a borda apresentará um corte adicional, denominado entalhe.
Os princípios de Filhós e Langer dizem respeito a descrição das lesões causadas por 
instrumentos perfurantes de médio calibre, a fim de facilitar a diferenciação entre 
as lesões.
1.5.5 Instrumentos Perfuro-Contundentes
São aqueles instrumentos que provocam lesões de perfuração em forma de tú-
nel e atingem o indivíduo por meio de uma ponta. São produzidas quase sempre 
por projéteis de arma de fogo, mas também pode-se incluir a flecha, o espeto ou 
o vergalhão.
As lesões são as seguintes:
a) Ferimento de entrada:
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a.1) Tiro encostado e a curta distância: apresenta o plano ósseo com formato 
irregular e outros efeitos advindos do cone de explosão (Câmara de mina de Hof-
fmann). Verifica-se ainda que os tiros encostados deixam impresso na pele o dese-
nho da boca e da massa de mira do cano (sinal de Werkgaerther).
A lesão pode apresentar um ou mais zonas, dependendo da proximidade do 
alvo, essa diferenciação está na presença das zonas: Orla de Escoriação ou de 
Fish; Orla de Enxugo; Zona de Tatuagem; Zona de Esfumaçamento ou de tisnado; 
e Zona de Chamuscamento.
As zonas nem sempre estarão presentes na lesão da pele, podem ficar retidas na 
roupa da vítima, caso o perito médico-legal não tiver acesso as roupas, terá dificul-
dade em determinar a distância do tiro.
a.2) Tiro a distância: apresenta ferimento com diâmetro menor que o do pro-
jétil, com forma arredondada ou ovalar, orla de escoriação, halo de enxugo, aréola 
equimótica e bordas reviradas para dentro.
b) ferimento de saída:
Apresenta forma irregular, bordas reviradas para fora, maior sangramento e 
não apresenta escoriação nem halo de enxugo. O diâmetro é maior que o orifício 
de entrada.
1.5.6 Instrumentos Corto-Contundentes
São instrumentos com gume que apresentam lesões de forma bastante varia-
da, graves e profundas, como enxadas, foices, facões e machados. Mesmo sendo 
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provocados por instrumentos com gume, são influenciados pela ação contundente, 
agindo por pressão.
Vejamos como as bancas tratam esse assunto:
8. (FUMARC/2011/PC-MG) Uma luxação do ombro, caracteriza a ação de um ins-
trumento
a) cortante.
b) perfurante.
c) contundente.
d) cortocontundente.
Letra c.
A luxação é consequência do deslocamento de dois ossos. Nesse caso, o instrumen-
to que causa a lesão é um instrumento de ação contundente.
9. (VUNESP/2015/PC-CE) A traumatologia forense constitui um campo da medicina 
legal que se ocupa das implicações jurídicas dos traumatismos ou lesões em geral. 
Nesse aspecto, é correto afirmar:
a) os instrumentos perfuro-contundentes produzem lesões por pressão intensa nos 
tecidos, em geral, com perfuração e secção. As lesões apresentam fundo irregular, 
com integridade de vasos e nervos no fundo da lesão.
b) os instrumentos contundentes podem produzir uma grande diversidade de le-
sões: escoriação, equimose, hematoma, ferida contusa, fratura, rotura de vísceras 
ocas, entre outras.
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c) as características do orifício de saída produzidas por arma de fogo são: forma 
irregular, halo de enxugo, aréola equimótica e menos sangrantes que o orifício de 
entrada.
d) as lesões por agentes perfurantes comumente estão relacionadas com ação sui-
cida ou acidental, raramente sendo consequência de ação homicida.
e) a equimose é a expressão final da infiltração hemorrágica nas malhas dos te-
cidos; apesar disso, ela tem pouca importância médico-legal, uma vez que não é 
possível correlacioná-la de forma temporal com o evento, lesão ou trauma.
Letra b.
a) Os instrumentos perfuro-cortantes produzem lesões por pressão intensa nos 
tecidos,em geral, com perfuração e secção. As lesões contusas apresentam fundo 
irregular, com integridade de vasos e nervos no fundo da lesão.
b) Certo.
c) O orifício de saída presenta forma irregular, bordas reviradas para fora, maior 
sangramento e não apresenta escoriação nem halo de enxugo. O diâmetro é maior 
que o orifício de entrada.
d) As lesões por agentes perfurantes comumente estão relacionadas com ações 
suicidas e homicidas, raramente acidental.
e) Na equimose o sangue extravasou e pode ser visto através da camada da pele 
(infiltração hemorrágica no tecido). Legrand du Saulle desenvolveu a tese do Es-
pectro Equimótico, percebendo que havia mudança da coloração da equimose com 
o passar do tempo. Trata-se de importante estudo para determinar o tempo da 
lesão.
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10. (IESES/2017/IGP/SC) Um local de morte, como a própria designação esclarece, 
é definido como o sítio onde ocorreu a extinção de uma pessoa. Assim, para a elu-
cidação dos fatos que culminaram no evento morte, o perito criminal deve realizar 
um minucioso levantamento dos vestígios, das posições dos objetos, do cadáver e 
do próprio ambiente.
Em um local de morte por arma de fogo, por exemplo, o ambiente é vasculhado 
em toda a sua amplitude, fotografando-se os pontos de impactos de projéteis, se 
houver. Determina-se também a distância, a origem e a direção do disparo, estabe-
lecendo assim a provável trajetória. Em seguida, examina-se o cadáver à procura 
dos ferimentos, os orifícios de entrada e de saída do projétil, e suas localizações.
Por fim, examinam-se os próprios projéteis e estojos encontrados no local, com o 
escopo de se fazer a identificação mediata da arma (microcomparação balística) 
que causou a lesão, caso nenhuma seja encontrada.
Destarte, todos os procedimentos descritos anteriormente para o local de mor-
te por arma de fogo, entendidos como uma diligência processual penal veiculada 
através do instrumento conhecido como laudo de local, visam determinar a causa 
jurídica da morte; ou seja, estabelecer a diagnose diferencial entre homicídio, sui-
cídio e acidente.
Baseando-se nos dados citados, podemos classificar os ferimentos produzidos pelo 
projétil disparado por uma arma de fogo como:
a) Perfuro-cortantes.
b) Perfuro-contundentes.
c) Cortantes.
d) Corto-contundentes.
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Letra b.
Perfuro-contundentes são aqueles instrumentos que provocam lesões de perfura-
ção em forma de túnel e atingem o indivíduo por meio de uma ponta. São produzi-
das quase sempre por projéteis de arma de fogo.
1.6 Energias de Ordem Biodinâmica, Bioquímica e Mistas
As energias de ordem bioquímica se manifestam por meio de uma ação química 
e biológica que quando combinadas atuam lesivamente por meio negativo (ca-
rencial) ou de maneira positiva (infecciosa) sobre a saúde, como as perturbações 
alimentares (inanição, doenças carenciais e intoxicações alimentares), as autointo-
xicações (eliminação defeituosa ou perturbação orgânica) e as infecções.
Já as lesões causadas por energia de ordem biodinâmicas representam uma 
resposta do organismo ao agente agressor, são classificadas em choques que dimi-
nuem o volume do sangue em um curto intervalo de tempo, podendo ser, choque 
cardiogênico, choque obstrutivo, choque hipovolêmico, choque periférico.
As lesões caudas por ações mistas são aquelas em que as energias de ordem 
bioquímica e de ordem biodinâmica, compreendem determinados grupos de ação, 
produtores de lesão corporal ou de morte, analisados na causalidade de dano (fa-
diga, doenças parasitárias)
Vamos exercitar:
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11. (FUNDATEC/2017/IGP/RS) O perito médico-legista escalado para o plantão ini-
cia o exame cadavérico de uma vítima do sexo masculino, 20 anos, com ferimentos 
por projetis de arma de fogo. A vítima chegou à sala de necropsia sem vestes, que 
foram retiradas na sala de emergência do pronto-socorro pela equipe de atendi-
mento médico e não foram encaminhadas ao serviço de medicina legal. O perito 
médico-legista observou em região mamária esquerda, altura do 5º intercosto, 
linha hemiclavicular, ferimento arredondado, bordos escoriados, concêntricos e in-
vertidos, 1,0 cm de diâmetro. Não foram observadas outras lesões compatíveis 
com ação violenta recente no corpo da vítima. Assinale a alternativa INCORRETA 
sobre esse caso.
a) O perito médico-legista descreverá no laudo que se trata de uma lesão perfuro-
-contusa.
b) É função do perito médico-legista determinar o trajeto do projétil de arma de 
fogo no interior do corpo da vítima.
c) O perito médico-legista afirmará que o tiro foi efetuado a distância do ponto de 
vista médico-legal.
d) Os bordos do ferimento escoriados descritos no enunciado correspondem à orla 
de escoriação causada pelo projétil de arma de fogo ao romper a pele e penetrar 
no corpo da vítima.
e) O diâmetro da ferida, nos ferimentos de entrada de tiros, é quase sempre menor 
que o diâmetro do projétil.
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Letra c.
Pelo enunciado da questão extrai-se que o médico-legista não pode afirmar que o 
tiro foi efetuado a distância, visto que pode ter tido algum tipo de anteparo num 
tiro a curta distância ou alguma zona pode ter ficado retida na roupa, e no caso em 
questão, o legista não teve acesso à roupa da vítima.
12. (FUNCAB/2016/PC-PA) A ordem das lesões que se cruzam e são produzidas por 
ação cortante decorrente de armas brancas pode ser observada através do sinal 
de:
a) Richter.
b) Chavigny.
c) Knight.
d) Simonin.
e) Legrand Du Saulle.
Letra b.
Sinal de Chavigny: quando duas lesões perfuro-cortantes se cruzam, pode-se de-
terminar qual lesão foi feita primeiro aproximando-se os bordos da ferida. A ferida 
primária apresentará os bordos alinhados, enquanto que a ferida secundária apre-
sentará desalinho, pois foi gerada quando as bordas da primeira ferida já estavam 
afastadas.
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13. (FUNCAB/2016/PC-PA) As leis de Edouard Filhós e Karl Ritter Von Langer, são 
estudadas no campo das lesões produzidas por instrumentos:
a) perfurantes de médio calibre.
b) corto-contundentes.
c) perfuro-contundentes.
d) perfurantes de pequeno calibre.
e) contundentes.
Letra a.
Quando o instrumento perfurante é de médio calibre, a forma das lesões assume 
aspecto diferente, obedecendo às leis de Filhós (Edouard Filhós) e Langer (Karl 
Ritter von Langer).
14. (VUNESP/2014/PC-SP) É uma característica da morfologia de uma ferida por 
ação cortante, em relação à ferida contusa, a presença de
a) fundo irregular.
b) hemorragia abundante.
c) retração das bordas da ferida.
d) vertentes irregulares.
e) integridade de vasos, nervos e tendões no fundo da lesão.
Letra b.
Para responder à questão é preciso que o(a) candidato(a) saiba a diferença entre a 
ferida contusa e a ferida cortante. Feridas CONTUSAS (apresentam bordas irregula-
res, vertente irregular, fundo irregular, bordas escoriadas e equimosadas, presença 
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de pontes de tecido íntegro, retração das bordas, integridade dos vasos, nervos e 
tendões no fundo da lesão e, forma estrelada. Feridas CORTANTES (apresentam 
bordas regulares, vertente (encosta) regular, fundo regular, sem escoriação e equi-
moses, hemorragia abundante, afastamento das bordas, predomina o comprimen-
to sobre a profundidade e sua profundidade é maior no início.
2 Tanatologia Forense
A Tanologia estuda a causa da morte e as circunstâncias em que ela ocorreu. 
Entende-se por morte a cessação total e permanente das funções vitais, fato que 
ocorre de forma assíncrona nos organismos pluricelulares (COSTA FILHO, 2010).
Os diagnósticos da morte em seres humanos são realizados a partir de morte 
cerebral e morte encefálica.
A morte cerebral ou cortical é atribuída pela perda das funções cerebrais rela-
cionadas com a consciência do ser humano, já a morte encefálica é a perda das 
funções cerebrais como um todo. Segundo a Resolução n. 1.480/1997 do Conselho 
Federal de Medicina são utilizados como parâmetros para a constatação da morte 
encefálica o coma perceptivo com ausência de atividade motora supraespinal e ap-
neia.
O Brasil utiliza do diagnóstico da morte encefálica para casos de transplantes de 
órgãos entre seres humanos.
A morte pode ser classificada de diversas formas:
a) Quanto à extensão
a.1) Celular ou histológica: quando os sistemas celulares se tornam inutilizados;
a.2) Anatômica: morte total do organismo.
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b) Quanto à reversibilidade
b.1) Aparente: é o estado patológico passageiro que simula a morte. Caracte-
riza-se por inconsciência, movimentos respiratórios e batimentos cardíacos imper-
ceptíveis, imobilidade. Exemplo: como epilético e a morte aparente do recém-nas-
cido;
b.2) Relativa: as funções nervosas, circulatórias e respiratórias param, porém, 
podem ser revertidas por manobras terapêuticas;
b.3) Absoluta ou real: Inatividade encefálica causando a ausência definitiva das 
atividades biológicas.
c) Quanto à maneira
c.1) Natural: provocada por agentes naturais, alterações orgânicas, patogenia, 
entre outras;
c.2) Violenta: provocada por agentes externos, pode ser acidental, criminosa ou 
voluntária;
c.3) Suspeita: quando não há indícios que determinem se a morte foi natural 
ou violenta.
d) Quanto ao processamento
d.1) Súbita: sem causa aparente, instantânea, pode advir de doença desconhe-
cida;
d.2) Agônica: aquela que leva tempo.
e) Quanto à causa jurídica
e.1) Homicídio: por ação ou omissão de outro agente;
e.2) Suicídio: por ação ou omissão do próprio agente;
e.3) Acidente: causas externas.
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Enquanto a morte natural resulta de uma patologia, pois é natural que um dia se 
morra, a morte violenta é consequência de ato praticado por outra pessoa (ho-
micídio), ou por si mesma (suicídio), ou em razão de acidentes, sempre existindo 
responsabilidade penal a ser apurada.
Já a morte presumida poderá ser declarada se for extremamente provável a morte 
de quem estava em perigo de vida ou se alguém, desaparecido em campanha ou 
feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. O Có-
digo Civil estabelece as hipóteses de aplicação da declaração de morte presumida.
A comoriência ocorre quando dois ou mais indivíduos falecem na mesma ocasião 
não se podendo averiguar se um precedeu o outro (CC, Art. 8º).
2.1 Fenômenos Cadavéricos, Necropsia e Exumação
Vamos partir agora para as questões de análise do cadáver. O exame necroscó-
pico ou a popularmente chamada necropsia deve ser realizado pelo médico objeti-
vando a identificação das causas e circunstâncias que levaram a morte, a necropsia 
também objetiva a identificação da vítima. A autópsia (outro termo utilizado para 
o exame necroscópico) poderá ser solicitada pelo Ministério Público, por autoridade 
judiciária ou pela autoridade judicial. Durante a necropsia, o médico-legista deve 
cumprir o protocolo realizando todos os exames necessários, bem como os com-
plementares utilizando-se de recursos documentais, como fotografia e radiografia 
a fim de subsidiar o laudo do exame.
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Nos casos de exumação, esse procedimento ocorre quando uma segunda ne-
cropsia deva ser realizada tendo em vista a suspeita de morte violenta no curso do 
processo, a identificação da vítima gerar dúvida necessária de esclarecimento ou 
devido à necessidade de revisão da necropsia inicial.
A exumação não é procedimento simples, o Art. 163 do Código de Processo Pe-
nal estabelece que nos casos de exumação para exame cadavérico, a autoridade 
providenciará para que, em dia e hora previamente marcados, se realize a diligên-
cia, da qual se lavrará auto circunstanciado e os profissionais devem

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