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equilíbrio hídrico 1 equilíbrio hídrico explicar mecanismo homeostase da sede entender função dos rins associados com os processos de absorção e excreção e sua relação com o ADH definir desidratação (sintomas, sinais, implicações no organismo) descrever fatores que influenciam no equilíbrio hídrico citar as consequências do excesso de liquido no organismo caracterizar os fatores que promovem a desidratação a manutenção do volume relativamente constante e a composição estável dos líquidos corporais é essencial para a homeostase a estabilidade dos líquidos corporais ocorre pela contínua troca de líquidos e solutos com o ambiente externo, o líquido que adentra o organismo é altamente variável e é cuidadosamente contrabalanceado pela saída de um volume igual, para impedir o aumento ou a diminuição dos volumes dos líquidos corporais. o ganho de água ao organismo se dá por meio de duas grandes fontes ingestão na forma de líquidos ou água dos alimentos: 2.100 mℓ/dia síntese no organismo por meio da oxidação de carboidratos: 200 mℓ/dia ganho total de aproximadamente 2.300 mℓ/dia perda diária de agua do organismo perdas insensíveis algumas perdas não são reguladas com precisão, como a evaporação a partir do trato respiratório e difusão através da pele (cerca de 700 mℓ/dia) chama perda insensível pois não temos consciência dela, embora ocorra continuamente essas perdas ocorrem independentemente da transpiração, mesmo sem a presença de glândulas sudoríparas, a perda média por difusão através da pele é de cerca de 300 a 400 mℓ/dia, ela é minimizada pela camada de pele cornificada rica em colesterol que promove uma barreira contra perdas excessivas por difusão, quando exposta (ex. queimaduras), a taxa evaporação aumenta em até 10x (chegando 3 a 5 ℓ/dia) por isso vítimas de queimaduras devem receber grandes quantidades de líquidos por via intravenosa, para equilibrar a perda. equilíbrio hídrico 2 a perda insensível pelo trato respiratório corresponde a 300 a 400 mℓ/dia ar adentra o trato e se torna saturado com a umidade até uma pressão de vapor de 47mmHg antes de sua eliminação, mas a pressão de vapor do ar inspirado geralmente é menor que 47, e por isso se perde água continuamente pelos pulmões durante a respiração em climas frios, como a pressão de vapor atmosférica diminui, temos maior perda de água conforme a diminuição da temperatura - isso explica a sensação de secura das vias respiratórias no frio transpiração perda altamente variável, depende da atividade física e temperatura ambiente (100 mℓ/dia) em climas muito quentes ou durante atividade intensa pode aumentar até 1 a 2 ℓ/hora, podendo rapidamente esgotar os líquidos corporais se o ganho não for aumentado fezes pequena quantidade de água (100 mℓ/dia) é perdida nas fezes quantidade pode aumentar significamente em indivíduos com diarreia, podendo chegar a perderem litros por dia, podendo apresentar risco à vida se não for corrigida rins a excreção de água remanescente do organismo ocorre na urina excretada pelos rins o meio mais importante para manter o equilíbrio entre ganho e perda de água e eletrólitos é o controle da taxa com a qual os rins eliminam essas substâncias, por exemplo o volume de urina pode decair a 0,5 ℓ/dia em uma pessoa desidratada ou aumentar até 20 ℓ/dia em uma pessoa que ingeriu grandes quantidades de água essa variabilidade também se aplica à maioria dos eletrólitos (como sódio, cloreto e potássio) os rins têm a função de ajustar a taxa de excreção de água e eletrólitos para adequar precisamente o ganho dessas substâncias e compensar perdas excessivas dos mesmos os líquidos se distribuem principalmente entre dois compartimentos extracelular se divide em intersticial e plasma equilíbrio hídrico 3 intracelular ainda existe um pequeno compartimento chamado transcelular, que inclui os líquidos dos espaços sinovial, peritoneal, pleural, pericárdico, intraocular e o líquido cefalorraquidiano (liquor) - todos eles juntos somam cerca de 1 a 2 ℓ água total do organismo em um adulto equivale a cerca de 60% do peso, mas esse percentual depende da idade, do sexo e do grau de obesidade conforme envelhecemos a porcentagem diminui gradualmente - o envelhecimento é associado ao aumento da gordura corporal, que reduz a proporção de água do organismo como as mulheres possuem maior taxa de gordura corporal, a quantidade de água é em média 50% do peso em bebês prematuros ou neonatos, a quantidade de água varia de 70 a 75% do peso *lembrar que existem variações dependendo da idade, do sexo e da porcentagem de gordura corporal. líquido intracelular constitui aproximadamente 40% do peso em um adulto normal o líquido presente em cada célula contém sua própria mistura individual de diferentes constituintes, mas as concentrações são semelhantes às de outras células líquido extracelular líquidos situados fora das células, correspondem a cerca de 20% do peso os dois maiores compartimentos do líquido extracelular são líquido intersticial equivale a mais do que três quartos plasma equivale a quase um quarto é a porção líquida (não celular) do sangue, realiza troca de substâncias continuamente com o líquido intersticial através de poros nas membranas dos capilares que são altamente permeáveis a todos os solutos, exceto às proteínas então, os líquidos extracelulares estão em constante mistura, tanto que possuem aproximadamente a mesma composição, exceto pelas proteínas que são encontradas no plasma volume sanguíneo (volemia) o sangue contém líquidos extracelular (constitui o plasma) e intracelular, (líquido dentro das hemácias), mas é considerado um compartimento líquido separado, já equilíbrio hídrico 4 que está contido em estrutura fechada e delimitada (sist. circulatório) o volume de sangue é importante para o controle da dinâmica cardiovascular a volemia média em adultos corresponde a 7% do peso corporal (5 ℓ) 60% do sangue é plasma e 40% hemácias essas proporções podem variar, dependendo do sexo, peso e outros fatores hematócrito (volume globular) fração do sangue composta por hemácias em homens o hematócrito equivale normalmente a 40% e nas mulheres aproximadamente 36% em pacientes com anemia grave, pode diminuir até 10% do valor, sendo insuficiente à manutenção da vida, em contraste, existem doenças que levam a produção excessiva de hemácias, resultando em policitemia (hematócrito pode chegar a 65%) constituição líquidos extracelular e intracelular *extracelular composição iônica similar do plasma e líq intersticial como são separados somente por membranas capilares altamente permeáveis, sua composição iônica é similar, mas a diferença mais importante é a maior concentração de proteínas do plasma, já que os capilares apresentam menor permeabilidade a elas (pequenas quantidades extravasam para os espaços intersticiais) a concentração de íons com carga positiva (cátions) é ligeiramente maior (cerca de 2%) no plasma do que no líquido intersticial - as proteinas possuem carga resultante negativa e tendem a se ligar a cátions como sódio e potássio, acumulando quantidades extra desses cátions no plasma, nesse mesmo raciocínio, os íons com carga negativa (ânions) tendem a apresentar concentração ligeiramente maior no líquido intersticial, já que as cargas negativas das proteínas plasmáticas repelem ânions mas para fins práticos, as concentrações de íons do líquido intersticial e do plasma será consideradas equivalentes o líquido extracelular, contém grandes quantidades de sódio e cloreto, quantidades razoáveis de bicarbonato e pequenas quantidades de potássio, cálcio, magnésio, fosfato e ácidos orgânicos sua composição é cuidadosamente regulada por diversos mecanismos, mas em especial, os rins, essa regulação é importante para que as células permaneçam banhadas em líquido que contém a quantidade adequada de eletrólitos e nutrientes para que elas exerçam sua função celular ideal equilíbrio hídrico 5 intracelularse separa-se do extracelular por uma membrana celular altamente permeável à água, mas que não é permeável à maioria dos eletrólitos contém pequenas quantidades de sódio e cloreto e nenhum cálcio, grandes quantidades de potássio e fosfato e as células possuem grandes quantidades de proteínas – 4x concentração do plasma troca líquidos e equilíbrio osmótico entre líquidos extra e intracelular as quantidades relativas de líquido extracelular são determinadas pelo equilíbrio entre forças hidrostáticas (de pressão) e coloidosmóticas (gerada pelas proteínas) através das membranas capilares a distribuição dos líquidos entre os compartimentos intra e extracelular é determinada principalmente por efeito osmótico de solutos menores (sódio, cloreto e outros eletrólitos) que atuam através da membrana isso é possível porque as membranas celulares são altamente permeáveis à água, mas relativamente impermeáveis a íons, mesmo que pequenos, ou seja, a água se move rapidamente através da membrana, de forma que os líquidos intra e extracelulares se mantêm isotônicos entre si, ou seja, possuem a mesma concentração e consequentemente, o mesmo poder osmótico osmose e pressão osmótica como as membranas celulares são seletivamente permeáveis (impermeáveis para solutos e permeáveis para água), sempre há maior concentração de soluto de um lado da membrana e a água se difunde para esse lado até que a concentração dos dois lados da membrana seja equivalente osmolalidade e osmolaridade concentração osmolar de uma solução osmolalidade - osmóis por quilograma de água; medida do número de partículas dissolvidas em uma solução osmolaridade - osmóis por litro de solução; concentração total de solutos em uma solução (mais soluto, menos solvente) maior parte dos cálculos utilizados baseia-se em osmolaridades osmolaridade dos líquidos corporais osmorreceptores localizados no hipotálamo, região hipotálamo anterior, núcleo supraóptico e paraventricular ADH é liberado e vai p/ neurohipófise equilíbrio hídrico 6 sintomas desidratação leve (1º grau): irritação, sede, boca seca e olhos e pulsos normais; moderada (2º grau): irritação, muita sede, boca seca, lábios algumas vezes cianóticos (azulados), extremidades frias, olhos fundos e pulso fino; grave (3º grau): pessoa deprimida, lábios cianóticos, olhos fundos, pulso muito fino e pele fria sede, boca e pele secas, lábios ressecados, olhos fundos, prisão de ventre, batimento cardíaco acelerado e pequena quantidade de lágrima, urina (concentrada) e suor. fraqueza, cansaço, dores de cabeça e episódios de tontura diminuição do rendimento físico e mental, perda de consciência, convulsão e morte tipos desidratação isotônica: mais comum, perda proporcional de água e sódio (quadros de vômitos e diarreia) hipotônica: perda maior de sódio do que de água (perdas gastrointestinais ou renais, má nutrição, uso de diuréticos sem reposição adequada de sais e reposição de líquidos com soluções hipotônicas) hipertônica: proporção de água perdida é maior do que a de sódio (febres prolongadas, sudorese intensa, baixa administração de água, hiperglicemia, dietas sem reposição correta de líquidos, diarreias intensas) feedback mecanismo da sede 1. O aumento da osmolaridade do líquido extracelular (que, em termos práticos, indica elevação na concentração plasmática de sódio) provoca o murchamento de neurônios específicos, referidos como células osmorreceptoras, localizadas no hipotálamo anterior, próximo aos núcleos supraópticos; 2. O murchamento estimula as células osmorreceptoras fazendo-as enviar sinais a outros neurônios situados nos núcleos supraópticos; estes, por sua vez, retransmitem esses sinais pelo pedículo da glândula hipófise para a hipófise posterior; equilíbrio hídrico 7 3. Esses potenciais de ação, conduzidos até a hipófise posterior, estimulam a liberação de ADH, armazenado em grânulos secretórios (ou vesículas secretórias), nas terminações nervosas. 4. O ADH entra na corrente sanguínea e é transportado até os rins, onde promove o aumento da permeabilidade da porção final dos túbulos distais, dos túbulos coletores corticais e dos ductos coletores medulares à água; 5. A permeabilidade elevada à água, nos segmentos distais do néfron, leva ao aumento da reabsorção de água e à excreção de pequeno volume de urina concentrada. Dessa forma, a água é conservada no corpo, enquanto o sódio e outros solutos continuam a ser excretados na urina. Isso causa diluição dos solutos no líquido extracelular, corrigindo a concentração extracelular inicialmente alta. A sequência oposta de eventos ocorre quando o líquido extracelular fica muito diluído (hipoosmótico). Em casos de ingestão excessiva de água e diminuição da osmolaridade do líquido extracelular, menos ADH é formado. Com isso há redução da permeabilidade dos túbulos renais à água, a reabsorção de menor quantidade de água e então a produção de maior volume de urina diluída, que promove a concentração dos líquidos do corpo e a normalização da osmolaridade plasmática. A secreção de ADH também pode ser aumentada ou diminuída por outros estímulos ao sistema nervoso central, bem como por diversos fármacos e hormônios. Por exemplo, a náusea é estímulo potente para a liberação de ADH, que pode aumentar por até 100 vezes o normal após o vômito. Além disso, drogas, como a nicotina, e fármacos, como a morfina, estimulam a liberação do ADH, enquanto outras drogas, como o álcool, inibem sua liberação. A ocorrência de diurese acentuada, após a ingestão de álcool, se deve em parte à inibição da liberação de ADH. Os rins minimizam a perda de líquidos durante os déficits hídricos, por meio do sistema de feedback osmorreceptor-ADH. A ingestão adequada de líquidos é necessária para contrabalançar qualquer perda de líquido pela sudorese da respiração e do trato gastrointestinal. O consumo de líquido é regulado pelo equilíbrio hídrico 8 mecanismo da sede que, juntamente com o mecanismo osmorreceptor-ADH, mantém o controle preciso da osmolaridade e da concentração de sódio no líquido extracelular. Muitos dos fatores que estimulam a secreção de ADH também aumentam a sede, definida como o desejo consciente pela água.
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