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Sistema Reprodutor Masculino

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Sistema Reprodutor 
Masculino 
 
Escroto 
A bolsa escrotal é constituída pela pele, túnica vaginal, 
túnica de dartos, testículos e epidídimo. 
Pele 
- Dermatites: generalizadas e restritas ao escroto (ex.: 
Dermatophilus congolensis, poxvírus, Tunga penetrans, 
frio, dermatite de contato) 
- Neoplasmas: Papiloma, hemangioma, mastocitoma, 
hemangiossarcoma 
 
A dermatite escrotal, assim como a hidrocele e 
hematocele, pode acabar levando a uma degeneração 
testicular devido ao comprometimento dos 
mecanismos de termorregulação, que causa um 
aumento da temperatura da região responsável pela 
degeneração testicular. 
Em casos de dermatite, a pele do escroto se apresenta 
avermelhada, com áreas de rarefação pilosa, podendo 
apresentar erosões/ulceras. 
Dentre as neoplasias, as mais frequentes encontradas 
em cães são mastocitoma, melanoma e 
hemangiossarcoma. Papilomas são mais comuns em 
animais de produção. 
Chorioptes bovis: 
- Pele com extensa formação de crostas e exsudação 
em resposta à inflamação e irritação crônica causada 
por esses ácaros 
Queimadura por frio: 
Não muito frequente por conta do clima no país, mas 
pode acontecer na região sul. A queimadura acaba 
levando a uma isquemia, onde depois de um tempo a 
pele se desprende e forma uma área erosia e ulcerada. 
Gangrena 
Encontrada no escroto principalmente relacionada ao 
uso de castradores (burdizzo). 
Túnica vaginal 
- Acúmulo de líquidos 
 Hidrocele 
 Hematocele 
- Neoplasmas: mesotelioma 
 
A hidrocele corresponde ao acúmulo de transudato 
entre os folhetos visceral e parietal da túnica vaginal, 
enquanto que a hematocele é o acúmulo de sangue na 
cavidade vaginal (localizada entre os folhetos visceral e 
parietal) podendo ser consequência de traumatismo 
da bolsa escrotal ou de hemoperitônio. Além do 
potencial comprometimento dos mecanismos de 
termorregulação, no caso da hematocele, dependendo 
da quantidade de sangue depositada na cavidade 
vaginal, há risco elevado de desenvolvimento de 
aderências entre as túnicas vaginal visceral e parietal, 
que podem predispor o animal à degeneração 
testicular. 
O mesotelioma é uma neoplasia benigna das células 
mesoteliais caracterizada por vários nódulos. 
Condição variada: hérnia 
Pode haver casos de herniação de alças intestinais para 
dentro do escroto. Dependendo do local e do tamanho, 
pode trazer complicações severas por causa do 
estrangulamento do conteúdo escrotal. 
Testículos 
- Ausência unilateral ou bilateral no escroto 
 Criptorquidismo 
- Alterações no tamanho: 
 Diminuição: hipoplasia; atrofia e degeneração 
 Aumento: inflamações e neoplasias 
- Anomalias do desenvolvimento: 
 Monorquidismo (ausência congênita de um 
testículo) ou anorquidismo (ausência 
congênita de ambos os testículos) 
 Criptorquidismo 
 Hipoplasia 
Criptorquidismo 
 Caracteriza-se pela ausência de um ou de ambos os 
testículos na bolsa escrotal, em razão da retenção na 
cavidade abdominal. O testículo pode ficar retido em 
qualquer local do trajeto de migração da cavidade 
abdominal para a bolsa escrotal. 
 Criptorquidismo abdominal  localizado na 
cavidade abdominal 
 Criptorquidismo inguinal  localizado no anel 
inguinal 
Animais criptorquidas têm maior predisposição a 
neoplasias. 
Hipoplasia testicular 
O testículo hipoplásico é aquele que nunca alcança o 
tamanho normal, como ocorre nos casos de 
criptorquidismo. 
Deve ser diferencado de hipotrofia testicular, 
hipotrofia testicular, que se refere ao testículo que 
alcançou o tamanho normal, mas regrediu em 
tamanho. 
Degeneração testicular 
São diversas as causas que podem causar degeneração 
testicular: temperatura ambiente elevada, infecções 
locais ou sistêmicas, deficiências ou desequilíbrios 
nutricionais, lesões vasculares, obstruções, distúrbios 
hormonais, fatores imunológicos, fatores físicos e 
tóxicos. 
Em bovinos, a temperatura elevada é a principal causa. 
À palpação, os testículos têm consistência flácida no 
início, podendo tornar-se firmes com a cronicidade do 
processo, em consequência de fibrose. Quando 
cortados, não fazem protrusão da polpa igual ao 
normal. Em alguns casos, pode haver mineralização 
(ranger da faca ao corte). 
Isquemia e infarto 
Isquemia e infarto sucedem como consequência de 
torção testicular (estrangula o vaso e causa isquemia 
generalizada), febre catarral maligna (em razão das 
lesões vasculares causadas pelo vírus) e salmonelose 
(resulta em trombose, que pode afetar o suprimento 
vascular dos testículos). 
O testículo geralmente fica mais avermelhado por 
conta da hemorragia. 
Hemorragia: 
Geralmente acontece como consequência de trauma 
ou torção do testículo. 
Orquites: 
As orquites podem ser classificadas, sob o ponto de 
vista histopatológico, em intersticial e intratubular. 
As orquites intersticiais se caracterizam por infiltrado 
inflamatório constituído predominantemente por 
linfócitos, plasmócitos e macrófagos, com localização 
intertubular (intersticial) e perivascular. Nos casos 
crônicos, o processo inflamatório pode ser 
acompanhado por proliferação de tecido fibroso. 
Nas orquites intratubulares há descamação e necrose 
do epitélio seminífero e infiltrado inflamatório de 
neutrófilos. Esse padrão de lesão é frequentemente 
encontrado em casos de Brucella abortus em bovinos. 
A inflamação testicular pode ser de natureza 
traumática ou infecciosa e, em geral, tem origem 
bacteriana, onde o agente chega aos testículos por via 
ascendente ou hematógena. 
- Orquite infecciosa: 
 Touro: Brucella abortus, Arcanobacterium 
pyogenes, Mycobacterium bovis 
 Cão: Brucella canis, Escherichia coli, Proteus 
sp., Leishmania spp. 
 Porco: Brucella suis 
À macroscopia, os achados são variáveis, dependendo 
do curso do processo e do tipo de agente envolvido, 
podendo ser observado exsudato purulento ao corte 
do parênquima testicular e na cavidade vaginal, 
principalmente nas orquites de etiologia bacteriana. 
Com a cronicidade, pode-se observar consistência mais 
firme, que está associada à fibrose do parênquima. No 
caso de fungos e parasitas, como larvas de Strongylus 
vulgaris em cavalos, a lesão pode ser de aspecto 
granulomatoso. Costuma-se verificar assimetria 
testicular. 
Neoplasias 
São muito comuns no cão e ocasionais em bovinos e 
equinos, sendo extremamente raras nos gatos. 
A classificação dos tumores é de acordo com a origem: 
 Seminoma: tumor originário de células da 
linhagem germinativa do epitélio germinativo 
 Sertolioma: originado das células de Sertoli 
 Tumor de células intersticiais (de Leydig) 
Frequentemente, pode haver o desenvolvimento de 
mais de um tipo de neoplasia em cães velhos, sendo 
comum achar diferentes neoplasias em cada um dos 
testículos ou mais de um tipo de neoplasia em um 
único testículo. 
O sertolioma apresenta manifestações 
clinicopatológicas de feminização decorrente de 
hiperestrogenismo. O animal então apresenta a 
síndrome da feminização, caracterizada por abdômen 
penduloso, prepúcio penduloso, pele mais delgada, 
pode ter áreas de hiperpegmentação e alopecia ventral 
simétrica. 
O seminoma apresenta características citológicas 
sugestivas de malignidade mesmo nos casos em que o 
tumor tem comportamento clínico benigno. 
Garanhões velhos e critorquídicos costumam 
desenvolver seminomas malignos. 
 
No sertolioma, o testículo afetado apresenta-se 
bastante aumentado de tamanho, com aspecto 
nodular e consistência firme à palpação, e resistente ao 
corte. Na superfície de corte, verifica-se padrão 
multilobular, com lóbulos entremeados por abundante 
tecido conjuntivo fibroso e às vezes pode haver áreas 
de necrose e hemorragia. 
Epidídimo e cordão espermático: 
- Cordão espermático é formado pelo ducto deferente, 
plexo pampiniforme e músculo cremaster. As lesões 
mais comuns são: 
 Varicocele 
 Funiculite 
 
Varicocele 
É a dilatação de vasos cremastéricos e do plexo 
pampiniforme. Mais comum em ovinos e equinos, 
sendo mais frequente em
animais velhos. A causa não 
é conhecida. Essa alteração compromete a fertilidade 
e animais afetados podem apresentar degeneração 
testicular, possivelmente em razão do 
comprometimento dos mecanismos de 
termorregulação testicular. 
 
Funiculite: 
É a inflamação do funículo espermático e é uma 
consequência usual de orquiectomia (suínos que são 
castrados pelos proprietários e equinos em razão da 
dificuldade de limpeza do local cirúrgico). 
 
Anomalias do desenvolvimento – aplasia 
segmentar do epidídimo 
Anomalia congênita caracterizada pela falta de 
desenvolvimento de um determinado segmento do 
ducto epididimário. 
Consequências dessa alteração: subfertilidade, 
espermatocele e granuloma espermático. 
A espermatocele é a dilatação do ducto epididimário 
em decorrência de obstrução. O acúmulo de 
espermatozoides comprime a parede do ducto, 
resultando em atrofia do epitélio e seu rompimento. O 
rompimento causa extravasamento de 
espermatozoides para o interstício, os quais logo se 
desintegram, provocando reação inflamatória. Essa 
lesão é conhecida como granuloma espermático 
(aparência semelhante a um abscesso). 
 
Epididimite 
É o processo inflamatório do epidídimo. Pode ser 
crônica ou aguda e a localização pode variar de focal, 
multifocal a difusa. Pode ocorrer de maneira uni ou 
bilateral. Quanto ao exsudato, pode ser supurativo e 
não supurativo. E quanto à etiologia, pode ser 
infeccioso ou não infeccioso. Os agentes infecciosos 
são basicamente os mesmos de orquite. 
A epididimite causa redução da fertilidade nos animais 
em razão da resposta imune (liberação no sêmen de 
imunoglobulinas e células inflamatórias). 
Glândulas acessórias 
Hiperplasia prostática benigna 
Aumento do número de células na próstata. Essa 
hiperplasia causa dilatação da bexiga, então animais 
apresentam dificuldade de urinar e dificuldade de 
defecar por conta da compressão que a próstata realiza 
no reto. 
O desenvolvimento da hiperplasia prostática é lento e 
progressivo e, por isso, sua frequência aumenta com a 
idade, sendo extremamente comum em cães mais 
velhos não castrados 
Macroscopia: aumento uniforme da glândula sem 
formação de nódulos 
Inflamação da próstata 
Na maioria das vezes a infecção é ascendente e 
inespecífica. 
Pênis e prepúcio 
- Trauma, prolapso, hemorragia e hematoma 
Frênulo persistente: 
Faz com que o macho exponha o pênis. 
Hipospadia: 
Condição na qual ocorre fechamento ventral 
incompleto da uretra peniana, resultando na abertura 
da uretra na região ventral. 
Difalia (ou pênis duplo ou bífido): 
Alteração rara que se caracteriza por dupla glande. 
Belanopostite por herpesvírus: 
No equino, as lesões provocadas pelo HVE-3 
caracterizam-se por pústulas e úlceras multifocais 
distribuídas pelo corpo e glande peniana e prepúcio, 
que aparecem entre 2 e 3 dias após a infecção, 
desaparecendo poucas semanas depois, deixando uma 
cicatriz esbranquiçada, em decorrência da perda de 
pigmentação na epiderme previamente ulcerada, 
razão da destruição de sua camada basal. 
Parafimose 
Inabilidade de retração do pênis por conta da 
constrição do óstio prepucial 
Neoplasias: 
- Primários: 
 Tumor venero transmissível (TVT) 
 Papiloma (bovino, cão, cavalo) 
 Carcinoma de células escamosas (cavalo, 
bovino, cão) 
 Sarcoide (cavalo) 
 Linfoma 
- Secundários 
Tumor venéreo transmissível canino: 
Observado com maior frequência na glande do que no 
prepúcio. Caracteriza-se por apresentar formações 
nodulares grandes ou pequenas, simples ou múltiplas, 
avermelhadas, que sangram com facilidade e, às vezes, 
ulceradas. 
As células neoplásicas do TVT têm grande capacidade 
de implantação fora do sistema genital, como nas 
mucosas oral, ocular e nasal e no sistema tegumentar, 
ou seja, essa neoplasia pode se disseminar por 
implantação, embora tenha pouco potencial 
metastático. 
O TVT é uma neoplasia de transmissão venérea que a 
etiologia ainda não é conhecida. 
Fibropapiloma: 
Observado na glande, em particular em bovinos jovens, 
é de etiologia viral (papilomavírus tipo 2) e sua 
transmissão é venérea. 
Macroscopicamente possui aspecto de couve-flor: 
múltiplos nódulos, pálidos ou esbranquiçados, que 
podem sangrar. 
Carcinomas: 
São tumores mais invasivos, que podem realizar 
metástase. Acometem principalmente equinos 
castrados (pelo fato de não expor o pênis) pois 
aparentemente o esmegma (secreção prepucial) atua 
como fator carcinogênico.

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