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Aula 15 - O cuidado com o Cuidador

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O cuidado com o Cuidador 
DEFINIÇÃO: 
O termo cuidador domiciliar é utilizado para 
designar a pessoa que será o apoio direto da 
equipe de profissionais de saúde nos cuidados 
junto ao paciente. Para melhor compreensão 
desse termo, vale ressaltar que, segundo Karsch 
(1998), cuidador pode ser formal, ou seja, 
indivíduo com uma formação específica para 
prestar os cuidados junto ao paciente, sendo, 
geralmente, remunerado – como enfermeiros, 
técnicos e outros – e cuidador domiciliar informal 
– caracterizado por pessoas que, na maioria das 
vezes, não possuem uma formação específica e 
aprendem a cuidar pela prática. 
Características do cuidador: 
O cuidador pode ser: 
→ Formal: contratado para exercer a função. 
Pode ou não entender sobre cuidado com 
pessoas doentes. 
→ Informal: pessoa da família eleita para 
cumprir a função. Possui pouca ou 
nenhuma experiencia em cuidar de 
pessoas doentes, mas possui poder 
decisório. Geralmente não há poder de 
escolha do paciente em classes populares, 
sendo a escolha influenciada por 
obrigações morais baseadas em aspectos 
culturais e religiosos (parentesco, gênero, 
proximidade física e afetiva). 
→ Temporário: por um tempo determinado 
→ Permanente: por tempo indeterminado 
Motivações para assumir o papel de cuidador: 
1. Ética e reciprocidade (sentimento de gratidão, 
afeto, admiração e amor pela pessoa idosa 
2. Vínculo afetivo e harmonioso estabelecido ao 
longo da vida 
3. Falta de opção entre os membros familiares 
para assumir o cuidado e pela 
responsabilidade ética e moral para não 
abandonar a pessoa idosa 
Registram-se relacionamentos com pais, mães e 
filhas e filhos; matrimoniais; fraternos e, em 
alguns casos, de sobrinhas, netas, noras e até de 
ex-esposas. Segundo uma filha-cuidadora, sua 
motivação se baseia no afeto. 
Funções do cuidador: 
• As funções do cuidados vão desde promover o 
lazer, comunicação, socialização, estímulo da 
memória, até higiene, cuidado do ambiente, 
segurança do paciente, risco de acidentes, 
estímulo a alimentação e auxilia as atividades 
físicas. Lembrando que tudo depende do grau 
de dependência do doente em questão. 
• Logo, chega-se a certeza de que uma só pessoa 
fica sobrecarregada ao realizar todas as tarefas 
sozinha, por isso, é necessário que toda a 
família de forma direta ou indireta exerça o 
papel de cuidador. 
• O cuidado é um ato de satisfação pessoal mas 
ao mesmo tempo é um ato de perda de função 
pessoal e de adoecimento, que gera 
sofrimento físico, mental, social e espiritual. 
Tarefas que compõe a rotina do cuidador: 
– atuar como elo entre a pessoa cuidada, a família 
e a equipe de saúde; 
– escutar, estar atento e ser solidário com a pessoa 
cuidada; 
– ajudar nos cuidados de higiene; 
– estimular e ajudar na alimentação; 
– ajudar na locomoção e atividades físicas, tais 
como: andar, tomar sol e exercícios físicos; 
– estimular atividades de lazer e ocupacionais; 
– realizar mudanças de posição na cama e na 
cadeira, e massagens de conforto; 
– administrar as medicações, conforme a 
prescrição e orientação da equipe de saúde; 
– comunicar à equipe de saúde sobre mudanças 
no estado de saúde da pessoa cuidada; 
– outras situações que se fizerem necessárias para 
a melhoria da qualidade de vida e recuperação da 
saúde dessa pessoa. 
IESC V – Aula 15 
 
A saúde do cuidador e o ato de cuidado: 
• Nem sempre a divisão de responsabilidades do 
cuidador é feita de modo equilibrado entre os 
familiares, seja por condições econômicas, 
estrutura familiar, conflitos, ou mesmo 
características culturais. 
• Na maioria das vezes o cuidado fica sob a 
responsabilidade de uma única pessoa, o que 
compromete a saúde do cuidador gerando 
sobrecarga sobre o mesmo. 
• A insegurança em lidar com o novo contexto e 
os limites do cuidado são questões muito 
comuns na maioria dos cuidadores 
entrevistados nas pesquisas. 
• A mudança na vida dos cuidadores ao se 
depararem com a necessidade de um cuidado 
contínuo devido a uma situação de 
dependência é extremamente grande e 
desperta preocupação devido a inexperiência 
e imprevisibilidade da situação 
• A maioria dos cuidadores diz respeito à 
mulheres, sendo geralmente filhas ou esposas. 
Há uma cultura que impõe a mulher como a 
responsável pelo cuidado. 
• O desprazer cotidiano traz sofrimento que 
muitas vezes pode ser considerado maior do 
que a do próprio paciente. 
• O tempo prolongado da doença e o tempo de 
cuidado maior do que 3 anos são fatores 
negativos na qualidade do cuidado 
• Geralmente o cuidador familiar domiciliar não 
está preparado para lidar com a situação de 
adoecimento de um ente querido. O 
diagnóstico as vezes pode ser repentino e 
inesperado. 
• O cuidador torna-se porta-voz do paciente, 
respondendo por ele, por isso é importante 
ressaltar que o autocuidado não deve ser 
deixado de lado, já que a falta dele resulta em 
perda de autonomia sobre os próprios desejos, 
adoecimento, piora da qualidade de vida e 
maior mortalidade 
• É importante que durante as visitas 
domiciliares sirvam como momento para ouvir 
também o cuidador, com objetivo de fazer 
com que ele reestabeleça sua identidade, 
aumente a autoestima e busque os interesses 
próprios. 
• A ida do cuidados aos serviços de saúde deve 
sempre ser incentivada, bem como a 
participação de grupos lúdicos e terapêuticos 
fornecidos pelo próprio serviço de saúde 
Modalidades de Enfrentamento: 
A maioria dos cuidadores relata que para manter 
controle sobre sua vida pessoal necessitam de 
ajuda para enfrentar o momento designado pelo 
cuidado contínuo, como: 
• Possuir uma rede de apoio que permita cuidar 
de si 
• Compartilhar seus sentimentos sem 
julgamento nem críticas 
• Aprender sobre o adoecimento do ente 
• Estar envolvido com religião e fé 
Abordagem de Cuidado ao Cuidador: 
• É importante que a equipe de saúde da família 
atue sendo suporte dos cuidadores 
• Incentivar a busca por auxílio profissional 
quando necessário 
• Incentivar o contato com as unidades e o 
sistema de saúde 
• Ressaltar a importância do autocuidado 
• Incentivar a busca por espaço e atividades 
próprias 
• Incentivar a busca por acompanhamento 
psicológico quando necessário 
• Evidenciar que o ato de cuidado também é dito 
como uma forma de trabalho, muito embora 
haja sentimento e afeto envolvido 
É preciso chamar atenção do Estado brasileiro 
para a situação das pessoas que cuidam. Apesar da 
legislação brasileira considerar que o cuidado ao 
idoso dependente é uma atribuição da família, do 
estado e da sociedade civil, as políticas específicas 
que apoiem os cuidadores familiares são frágeis 
ou inexistem. Não há no país investimento 
financeiro direcionado ao cuidador familiar. 
Estudos que considerem a experiência dos 
cuidadores familiares pode ser um caminho para 
integrá-los como parte do sistema de saúde, 
 
valorizando suas demandas e garantir-lhes direitos 
e efetiva proteção do Estado. 
Referencias: 
• Sousa, Girliani Silva de et al. “A gente não é de 
ferro”: Vivências de cuidadores familiares 
sobre o cuidado com idosos dependentes no 
Brasil. Ciência & Saúde Coletiva [online]. v. 26, 
n. 01 [Acessado 25 Maio 2023] , pp. 27-36. 
Disponível em: 
<https://doi.org/10.1590/1413-
81232020261.30172020>. ISSN 1678-4561. 
https://doi.org/10.1590/1413-
81232020261.30172020. 
• YAVO, Ivete de Souza; CAMPOS, Elisa Maria 
Parahyba. Cuidador e cuidado: o sujeito e suas 
relações no contexto da assistência 
domiciliar. Psicologia: teoria e prática. São 
Paulo, v. 18, n. 1, p. 20-32, abr. 2016. 
 
 
https://doi.org/10.1590/1413-81232020261.30172020
https://doi.org/10.1590/1413-81232020261.30172020

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