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Atividade Avaliativa - Proposta de Casos para os Seminarios - 2018-1

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Instruções (recomenda-se a leitura atenta) 
 
1) A proposta de trabalho consiste na divisão, entre seis grupos de alunos, dos três 
casos propostos. 
2) Cada grupo deverá ser composto por oito alunos, exceto dois dos grupos, que 
terão sete alunos. 
3) Cada grupo deverá estudar o caso selecionado e preparar uma apresentação em 
defesa de determinado julgamento ético. Cada caso tem dois julgamentos éticos 
delineados, e a divisão dos grupos irá já escolher qual julgamento ético cada grupo 
irá defender no caso em questão. 
4) Na data selecionada para o debate do caso, cada grupo terá 15 minutos para 
expor seus argumentos e, após a primeira exposição de 15 minutos, réplica de 10 
minutos para rebater os argumentos apresentados pelo outro grupo. O primeiro 
grupo a expor terá, ainda, tréplica de 5 minutos ao final do debate. Os grupos 
poderão organizar a apresentação da maneira como acharem melhor, no tocante ao 
uso de recursos didáticos e de materiais auxiliares à apresentação. 
5) O professor avaliará a nota atribuída a cada participante pelos seguintes critérios: 
a) Clareza e objetividade na exposição do grupo; b) Fundamentação ética dos 
argumentos apresentados pelo grupo. 
6) Datas propostas para os seminários: 
 
Caso 1 – aula do dia 12/06/2018 
 
Caso 2 – aula do dia 19/06/2018 
 
Caso 3 – aula do dia 26/06/2018 
 
7) Nas datas marcadas é responsabilidade de todos os integrantes dos grupos que 
apresentarão que cheguem pontualmente na hora marcada para o início aula. 
Atrasos injustificados de membros do grupo causarão a dedução de pontos a serem 
atribuídos na atividade avaliativa. 
	 UFJF – Campus GV 
Departamento de Medicina e Fisioterapia 
Professor: Daniel Mendes Ribeiro 
Disciplina: Deontologia Médica 
Atividade Avaliativa – Seminários 
Valor: 40 pontos 
CASO 1 
 
Uma paciente de cinco anos de idade com insuficiência renal progressiva não tem 
conseguido se adaptar bem à hemodiálise crônica. A equipe médica está 
considerando a possibilidade de realizar um transplante renal, mas a sua 
probabilidade de sucesso, neste caso, é "questionável". Contudo, existe uma 
"possibilidade clara" de que o rim transplantado não seja afetado pela doença 
existente. Os pais da paciente concordam com a possibilidade de realizar o 
transplante, mas um obstáculo adicional é apresentado: a paciente tem 
características de histocompatibilidade difíceis de serem encontradas em um 
doador. 
 
A equipe médica não cogita a possibilidade de utilizar os rins das duas irmãs, pois 
tem dois e quatro anos, respectivamente, sendo muito pequenas para doarem seus 
órgãos. A mãe, quando testada, demonstrou que não é histocompatível. O pai, além 
de ser histocompatível, possui características anatômicas circulatórias que 
favorecem o transplante. 
 
Em uma consulta, realizada apenas com a presença do pai, o(a) nefrologista dá a 
conhecer os resultados dos exames e comenta que o prognóstico da paciente é 
"incerto". Após refletir, o pai decide que não deseja doar seu rim à filha. Ele tem 
várias razões para isto, tais como: medo da cirurgia de retirada do rim; falta de 
coragem; o prognóstico "incerto", mesmo com o transplante; a possibilidade, ainda 
que remota, de obter um rim de doador cadáver; e o sofrimento que sua filha já 
passou. O pai solicitou ao médico(a) que "diga a todos os demais membros da 
família que ele não é histocompatível". Ele tem medo de que se os membros da 
família souberem a verdade, o acusarão de intencionalmente deixar a sua filha 
morrer. Ele acredita que contar a verdade poderá provocar a desestruturação de 
toda a sua família. 
 
O(A) médico(a), que ficou em uma situação incômoda, após ter refletido sobre os 
pontos envolvidos, concordou em dizer à esposa que "por razões médicas, o pai não 
podia doar o rim". 
 
Julgamento Ético 1 — O(A) nefrologista agiu de forma eticamente correta, uma vez 
que, caso falasse a verdade à esposa do pai da paciente, causaria sérios danos aos 
relacionamentos familiares dos envolvidos. 
 
Julgamento Ético 2 — O(A) nefrologista agiu de forma eticamente equivocada ao 
mentir à esposa do pai da paciente, uma vez que, não obstante a não-
obrigatoriedade da realização do transplante renal pelo pai, há um dever ético de 
veracidade a ser observado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASO 2 
 
Enquanto estava fazendo o parto do terceiro filho do Sr. e Sra. Bolseiro, o seu 
obstetra observa que o bebê apresentava genitália externa ambígua; tendo em vista 
a evidência das dobras labioescrotais e de um pênis ou clitóris com formação 
incompleta, o sexo do bebê não podia ser determinado visualmente. 
 
O obstetra responde às questões do casal Bolseiro sobre se o seu bebê era um 
menino ou uma menina dizendo que exames mais detalhados seriam necessários. 
Ele então liga para o Dr. Roberto, um endocrinologista pediátrico, para que ele possa 
explicar a situação ao casal e ajudá-los a decidir sobre os próximos passos. 
 
Exames genéticos realizados no dia seguinte revelam que o bebê tinha um cariótipo 
46, XY. Baseado nisso e nas razões de testosterona para hormônio luteinizante e 
para di-hidrotestosterona, o bebê do casal foi diagnosticado com Síndrome de 
Insensibilidade Androgênica Parcial (SIAP). Quando os pais são informados do 
diagnósticos eles ficam tristes e sem palavras. Nenhum dos dois tinha ouvido falar 
de algo parecido antes. O Dr. Roberto diz a eles que a síndrome não era 
extremamente rara e que os pais de bebês nascidos com SIAP adotavam várias 
abordagens; alguns pais designavam um sexo para o recém-nascido imediatamente 
e realizam cirurgia na genitália externa, se necessário. Outros pais escolhiam 
esperar até que a criança crescesse um pouco e desenvolvesse características que 
pareciam favorecer uma identidade de gênero sobre outra. 
 
O Sr. Bolseiro protesta, “Eu não entendo. Se o nosso filho tem genes XY isso não 
faz com que ele seja um menino?” O Dr. Roberto já havia escutado perguntas desse 
tipo antes e sabia que uma resposta excessivamente técnica e recheada de jargões 
médicos não seria satisfatória. Ele diz aos pais que a decisão sobre como tratar uma 
criança com SIAP era complicada por muitos fatores para além do DNA e dos 
hormônios. Compreendendo o fato que o casal estava atordoado pela confusão 
sobre o sexo do seu recém-nascido, o Dr. Roberto queria lhes dar todas as 
informações e opções que podia, sem tornar o processo ainda mais difícil do que já 
era. Ele sabia, no entanto, que a maioria dos pais na posição dos Bolseiro acabava 
por perguntar a ele o que ele faria se a criança fosse dele. 
 
Julgamento Ético 1 – É eticamente correto que o Dr. Roberto aconselhe o casal 
Bolseiro a decidir de imediato uma designação de sexo para o seu bebê. Assim que 
é feita a designação, podem ser realizados os procedimentos cirúrgicos necessários 
para adequação da genitália e outros tratamentos que se fizerem pertinentes. Não 
havendo uma indicação clara de qual sexo designar em termos de riscos para a 
saúde e bem-estar da criança, a decisão cabe exclusivamente aos pais. 
 
Julgamento Ético 2 — É eticamente correto que o Dr. Roberto aconselhe o casal 
Bolseiro a aguardar até que a criança chegue a um estágio no seu amadurecimento 
sexual no qual esteja mais clara uma identificação da criança com algum gênero 
antes de realizar qualquer intervenção de designação de sexo. Tratando-se de uma 
decisão que caberia autonomamente apenas à própria pessoa, deve-se aguardar 
um momento em que a própria criança já possa, de algum modo, participar do 
processo decisório. 
 
 
 
CASO 3 
 
Neide e Carlos, adultos e casados, tem um enorme desejo de terem filhos e 
constituírem família. Infelizmente, Neide é estéril, sofre da síndrome da anovulação 
crônica, e, por isso, o casal não consegue se reproduzir sem auxílio. Gozando de 
boa situação financeira, o casal procura uma clínica de reprodução assistida para 
tentar fazer com que Neide engravide. Seguindo a recomendação da equipe médica 
da clínica, o casal decide tentar a reprodução utilizando o espermade Carlos e os 
óvulos de uma doadora, que seriam fertilizados in vitro e implantados no útero de 
Neide, que teria, na avaliação da equipe, “boas chances” de levar a cabo um 
processo de gestação bem-sucedido. 
 
Contudo, achar uma doadora se torna um problema: no Brasil é proibida a 
comercialização de materiais biológicos humanos e a doação de gametas com fins 
lucrativos (vide art. 199, §4°, da CR/88 e a Resolução N° 2.168/2017 do Conselho 
Federal de Medicina), logo, é preciso encontrar uma doadora que esteja disposta a 
doar óvulos, e não vendê-los. 
 
Diante da dificuldade em se encontrar uma doadora disposta a fazê-lo, a clínica 
oferece ao casal uma alternativa: a chamada “doação compartilhada de oócitos”, em 
que a clínica mantém um cadastro de mulheres com óvulos saudáveis dispostas a 
“doar” seus óvulos em troca de tratamentos de reprodução assistida para amigas ou 
familiares. Ou seja: a clínica inclui o custo do tratamento de reprodução assistida 
para uma terceira na conta de Neide e Carlos e, em troca, essa doadora realizaria a 
doação de óvulos para o casal. 
 
 
Julgamento Ético 1 – É eticamente aceitável o compartilhamento de oócitos como 
proposto pela clínica, uma vez que permitido pela Resolução N° 2.168/2017 do 
CFM, e por não se caracterizar como venda de gametas, pois a doadora não é 
remunerada pelos oócitos e não aufere lucro com a operação. 
 
Julgamento Ético 2 – É eticamente inaceitável o compartilhamento de oócitos como 
proposto pela clínica, uma vez que, não se revertendo o benefício (o pagamento dos 
custos do tratamento) em favor da própria doadora, e sim de uma terceira pessoa, 
corre-se o risco de que haja estímulo a que a mulher possa se tornar uma 
vendedora de óvulos por vias indiretas.

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