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A PESSOA E A OBRA DE CRISTO
 SOUZA, Celso Regô de
RESUMO
Não é a nossa intenção solucionar questão onde desde os séculos dos séculos os homens buscam uma resposta exata e definitiva sobre a pessoa e obra de Cristo, pois esta é uma busca antiga que sempre veio aos corações de todas as idades: antiga, média, moderna e contemporânea. Há estas respostas sempre esteve presente na trajetória das sociedades, desde a Antiguidade até atualidade. A nossa pesquisa deseja através de um estudo curto e objetivo, analisar as prováveis causas destas buscas insaciáveis, a onde, há tantos questionamentos sobre a questão de Cristo em relação a trindade, que também está presente na alma dos mais céticos e ateus presente no contexto atual da humanidade.
Partindo de uma premissa antiga, procuraremos demonstrar que a busca e a observação humana nos seus mais clássicos períodos de afirmações com seus respectivos contextos. Em nosso trabalho almejamos compreender, que está busca poderá querer impactar sobre diversas classes as quais no decorre dos períodos transitório presente que o homem se preocupa intensamente e definitivamente em relação divindade celestial para sua compreensão da sua vida humana.
Após o estabelecimento desta primeira hipótese, nos proporemos analisar e perceber que esta busca poderá ter um encadeamento teológico interminável, pois fica claro que o fenômeno da divindade divina da pessoa de Cristo, vista pelo intelectualismo, sem ser visto pela ótica da fé, continuará gerando conflitos desencadeados e vivenciados no interior da alma humana por períodos indeterminados.
Palavra-chave: Busca. Resposta. Fé. Conflitos.
INTRODUCÃO 
As diversas declarações sobre a pessoa de Cristo no decorrer da história e sua obra, nos relata, onde os evangelhos informam que desde o ministério terreno de Jesus houve dúvidas quanto a sua verdadeira identidade.
No texto da confissão de Pedro, em resposta à pergunta de Jesus sobre quem o povo dizia ser ele, os discípulos responderam: Joao Batista, Elias, Jeremias ou “algum dos profetas” (Mt 16.14). Quando Jesus indagou a opinião dos seus próprios seguidores, Pedro deu a resposta correta (“Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”), mas uma leitura mais ampla dos sinóticos mostra que os apóstolos ainda assim tinham muitas perplexidades acerca de verdadeira natureza do seu mestre. Fora do círculo mais estreito em torno de Jesus, as dúvidas podiam se tornar especialmente intensas. João Batista, o primo e precursor de Jesus, fez a dolorosa pergunta: “Es tu aquele que estava para vir ou havemos de esperar outro? ” (Mt 11.3). Ao longo dos evangelhos ressoa a exclamas k o das multidões e dos líderes religiosos judeus: “Quem é este...? ” (Mt 8.27; Lc 5.21; 7.49; Jo 1.19; 8.25).
A principal razão dessas dúvidas era a própria complexidade da pessoa de Jesus, em muitos aspectos tão intensamente humanos, porém ao mesmo tempo marcado por características, atributos e feitos singulares, extraordinários. Os seus títulos, demonstrações de autoridade e afirmações ousadas sobre si mesmo deixavam os seus interlocutores aturdidos, admirados ou simplesmente chocados e irados.
Adicionalmente, havia um elemento de mistério em torno daquela pessoa, de segredo acerca da sua verdadeira identidade, tema esse que é destacado nos evangelhos. O chamado ‘ segredo messiânico ’ reforça a ideia de que Jesus ao mesmo tempo se oculta e se revela. Somente aqueles que creem, que se identificam com ele, podem conhecer realmente quem ele é. Após a ressurreição os discípulos se tomam mais seguros a respeito de Jesus (Jo 21.12), o que não impede que, com o passar do tempo, surjam novos questionamentos.
 PENTECOSTES
 Nos tempos de Pentecostes no período de 35 D.C é surpreendente que, enquanto o judaísmo oficial dos dias de Jesus não reconheceu a sua verdadeira identidade, como o esperado Messias e Deus encamado, o diabo e seus anjos nunca falharam em distinguir Jesus como o Filho de Deus, o Santo do Altíssimo. Em algumas circunstancias os demônios chegam a declarar: “Sei quem tu és” (oida se tis ei). Ou como em Lucas 4:41: “Também de muitos saiam demônios, gritando e dizendo: Tu és o Filho de Deus! Ele, porém, os repreendia para que não falassem, pois sabiam ser Ele o Cristo. ” Esta passagem, como Valtair Miranda observa em seu interessante artigo “A cristologia dos demônios”, possibilita fazermos a leitura inversa, e pensar sobre o conhecimento que Jesus tinha dos demônios: “Desse texto podemos extrair que Jesus sabia que os demônios sabiam quem ele era. ”
Da mesma forma, no livro do Apocalipse o próprio demônio reconhece a veracidade da Trindade, a ponto de buscar contrafazê-la em uma reencena cão dos seus personagens.
Aqueles que creram em Cristo foram selados pelo Espirito Santo... Mais foram convertidos por um sermão no dia do Pentecostes do que os que foram convertidos durante todos os anos do ministério de Cristo. Poderosamente Deus trabalhara quando os homens e mulheres se entregarem sob o controle do Espirito.
Desta maneira, “na obra que for realizada no dia do Pentecostes, podemos ver o que será feito pelo exercício da fé”.82, portanto, como advertido pela pena profética, não deveria ser uma surpresa a resistência ao Espirito Santo verificada hoje em alguns círculos de pretensos adventistas, pois Ele, o Espirito Santo, é precisamente o grande agente, ministro e mestre na conclusão da obra do Evangelho.
Na visão de Ellen G. White, o Espirito Santo é essencial para a consuma ao da obra da pregação.
TERTULIANO
A pessoa de Cristo segundo visão de Tertuliano (160-220) foi um prolifico autor das primeiras fases do Cristianismo, nascido em Cartagona província romana da África. Ele foi um primeiro autor cristão a produzir uma obra literária (corpus) em latim. Ele também foi um notável apologista cristão e um polemista contra a heresia. Juntamente com sua obra, nos aponta “A 197 remontam as duas obras apologéticas mais conhecidas, o “Ad nationes” em 2 livros e o “Apologeticum”, dirigidas contra as acusações dos pagãos a nova religião; nelas a defesa e a ilustração dos costumes e das doutrinas cristã se alteram com o ataque a conduta e as crenças dos gentios. Incerta é a colocação do “Ad martyras”, breve, mas intensa exortação aos coirmãos para que afrontem corajosamente a perseguição. Está posta no início de 197 ou no curso deste mesmo ano ou em 200-203: nesse caso, os destinatários seriam os mártires conhecidos através de um outro documento antigo, a “PassioPerpetuae et Felicitatis”, um texto atribuído as vezes, pelo redator, ao próprio Tertuliano... não menos problemática a data atribuída ao “AdversusIudaeos”, que se apresenta como o complemento de uma disputa não terminada entre um cristão e um prosélito judaico e que expõe os pontos principais da controvérsia judaico-cristã. A obra, cuja autenticidade for longamente discutida, remontaria a 200 DC ou, segundo outros, a antes de 197. Pouco antes de 200 parece ter sido composto o “De testimonioanimae, escrito apologético em que se recorre ao testemunho da alma para demonstrar a existência de Deus e outras verdades afirmadas pela doutrina cristã. Entre 200 apr. E 206, coloca-se uma importante série de tratados morais, exatamente: o “De spetaculis” (condenação dos jogos do circo, do estádio e do anfiteatro e proibido para os cristãos de neles participar),
“De oratione (sobre a oração e, especialmente, sobre o Pai-nosso), o “De patientia” (sobre a importância da “patientia” crista, da qual Jesus deu o exemplo), o “De paenitentia” (sobre a primeira “penitência” necessária para se receber o batismo, e sobre a segundo, depois do sacramento da iniciação, que precede a reconciliação eclesiástica), o “De cultufeminarum” (sobre as vestes e os ornamentos das mulheres e a necessidade da modéstia), em 2 livros, o “Ad uxorem” (espécie de testamento espiritual em que se recomenda à esposa não passar para segundas núpcias), em 2 livros. Ao mesmo período pertencem três outras obras importantes: o “De baptismo”,contra a seita dos cainitas (sobre o batismo, sua necessidade, seus efeitos, invalidade do batismo administrado pelos hereges), o “De praescriptionehaereticorum” (sobre o direito de possuir e, por conseguinte, de interpretar as Sagradas Escrituras, reservado não aos hereges, mas somente a igreja, que é sua herdeira por via de transmissão legitima, tendo ela recebido as escrituras de Cristo através dos apóstolos; sobre os motivos pelos quais as heresias estão no erro. O termo “praescriptio” de nosso autor foi entendido em pelo menos dois sentidos: com valor propriamente jurídico e com valor retórico e dialético), e, enfim, o “AdversusHermogenem” (uma defesa da doutrina cristã da criação contra aqueles, entre os gnósticos, que consideravam a matéria como eterna).
Nos tratados compostos a começar de 207, nota-se uma influência sempre mais nítida do montanismo, o movimento religioso frígio, nascido na segunda metade do séc. IL, ao qual Tertuliano está para aderir.
No terceiro e último período vemos o escritor africano já militando, contra a Grande Igreja, no partido dos montanistas. Interrogou-se acerca do caráter do montanismo africano comparado com aquele da Frigia; e se alguns críticos supuseram diferenças, outros as negaram, identificando o primeiro com o chamado movimento tertulianista (cf. D.Powell, ‘TertullianistsandCataphrygians’, p. 33s). A partir de 212-213, enumeram-se o “De fuga in persecutione” (sobre a inadmissibilidade de fuga durante a perseguição), o “Adversuspraxeam” (contra o Patripassianopráxeas expõe-se a doutrina sobre a Trindade), o “De monogamia” (ainda contra as segundas núpcias, com textos mais radicais e tons mais duros), o “De ieiunioadversusPsychicos” (defesa da pratica montanista sobre o jejum e ataque aos ‘psychici’, isto é, aos católicos, acusados de serem laxistas) e o “De pudicitia”, onde se nega a Igreja o direito de perdoar os pecados, reservando-o aos “homens espirituais”, quer dizer, aos apóstolos e aos profetas; afirma-se que alguns pecados gravíssimos (idolatria, formicação, homicídio) não tem perdão de ninguém e se tem em mira um bispo que, a respeito do último ponto, expressou opinião oposta. A parábola religiosa de Tertuliano chegou assim a seu termo: a polémica posta em ato por eIe, está em seu cume, tanto que várias ideias que se leem nas últimas obras estão apesar de suas contradições, as obras de Tertuliano são decisivas para a formação e consolidação da Igreja primitiva. Primeiramente, ele valeu-se de seus estudos jurídicos para enriquecer o vocabulário teológico com termos, por assim dizer, importados do Direito, como “sacramentum”, que originalmente significava a entrega de uma soma para um processo e, depois, o juramento militar do recruta. Tertuliano cria um neologismo para essa palavra, aplicando-a ao engajamento batismal a serviço de Cristo. Por “persona” ele traduz o grego “hypostasis” (substância) ou “prosopon” (máscara, pessoa), em que a pessoa representa um papel sem perder sua individualidade, para usar a palavra para as pessoas da Trindade.
Bibliografia:
Seu livro “A Oração” (“De oratione”) foi o encanto de gerações, onde ele comentava o Pai-Nosso, desenvolvendo as condições se as características da oração cristã. Eis o preâmbulo (Adalbert — G. Hamman em “Os Padres da Igreja”, Ed. Paulus, 1995, pág. 73):
O Dicionário Patrístico e de Antiguidades Cristãs (Ed. Paulus e Ed. Vozes, 2002, págs. 1348/9) traz uma lista de suas principais obras, dividindo-as em três categorias - os escritos apologéticos, os doutrinais e os polêmicos – mas stabelecendo uma ordem cronológica:
 CONCÍLIOS: NICÉIA/CONSTANTINOPLA
 As consequências práticas de se acreditar ou não na divindade de Cristo, teve na igreja antiga, ainda nos seus primeiros tempos, defrontou-se com esse desafio. Diante das dissidências internas, ou seja, indivíduos e grupos que faziam interpretações divergentes da mensagem cristã, e dos desafios extemos, representados pelos críticos pagãos, os cristãos sentiram a necessidade premente de explicitar e articular de maneira clara e convincente as suas convicções, a luz das Escrituras.
Por volta de 319 DC, Ário começou a propagar que só existia um Deus verdadeiro, o “Pai Eterno", princípio de todos os seres. O Cristo-Logos havia sido criado por Ele antes do tempo como um instrumento para a cristão, pois a divindade transcendente não poderia entrar em contato com a matéria. Cristo, inferior e limitado, não possuía o mesmo poder divino, situando-se entre o Pai e os homens. Não se confundia com nenhuma das naturezas por se constituir em um semideus. Ario afirmava ainda que o Filho era diferente do Pai em substância. Essa ideia ligava-se ainda ao antigo culto dos heróis gregos, dentre os quais para ele Cristo sobressaia com o maior, embora apenas possuísse uma divindade em sentido impróprio. Como meto de difusão mais abrangente de suas ideias, fê-lo sob a forma de canções populares. Na visão do cristianismo visto pelo arianismo foi uma visão Cristológica sustentada pelos seguidores de Arius, presbítero de Alexandria nos primeiros tempos da Igreja primitiva, que negava a existência da consubstancialidade entre Jesus e Deus, que os igualasse, fazendo do Cristo pré-existente uma criatura, embora a primeira e mais excelsa de todas, que encamara em Jesus de Nazaré. Jesus então, seria subordinado a Deus, e não o próprio Deus. Segundo Ario só existe um Deus e Jesus é seu filho e não o próprio. Ao mesmo tempo afirmava que Deus seria um grande eterno mistério, oculto em si mesmo, e que nenhuma criatura conseguiria revela-lo, visto que Ele não pode revelar a si mesmo. Com esta tinha de pensamento, o historiador H. M. Gwatkin afirmou, na obra “The ArianControversy”: “O Deus de Ario é um Deus desconhecido, cujo ser se acha oculto em eterno mistério” POREM NA HISTORIA DO CRISTIANISMO. O CONTEXTO DA VISÃO ARIO, VEIO COM Atanásio I de Alexandria. Seu episcopado durou 45 anos. (ca. 8 de junho de 328-2 de maio de 373), dos quais dezessete eIe passou exilado, em cinco ocasiões diferentes e por ordem de quatro diferentes imperadores romanos. Atanásio for um importante teólogo cristão, um dos "padres da Igreja”, o principal defensor do trinitarismo contra o arianismo e um grande líder da comunidade de Alexandria no século IV.O conflito contra Ario e seus seguidores, apoiados muitas vezes pela corte em Roma, moldou a carreira de Atanásio. Em 325, com 27 anos, começou a luta contra os arianos como assistente de seu arcebispo, Alexandre, no Concilio de Niceia, convocado pelo imperador Constantino I entre maio e agosto de 325 para tratar da tese ariana de que o Filho de Deus, Jesus de Nazaré, e Deus Pai seriam de substancias ousiadiferentes.
Além do conflito contra os arianos, que incluía o poderoso e influente partido liderado por Eusébio de Nicomédia, ele lutou também contra os imperadores Constantino, Constâncio II, Juliano, o Apostata e Valente, por isso, era conhecido como "Athanasius Contra Mundum" em latim.
Apesar disso, poucos anos depois de sua morte, Gregório de Nazianzochamou-o de "Pilar da Igreja". Suas obras foram celebradas por todos os padres da Igreja que vieram depois dele, tanto no ocidente quanto no oriente, que ressaltaram sua rica devoção ao Verbo-encamado, sua grande preocupação pastoral e seu profundo interesse no nascente monasticismo. Atanásio aparece entre os quatro grandes doutores da Igreja orientais da Igreja Católica Romana3. Na Ortodoxia, ele é chamado de "Pai da Ortodoxia". Algumas denominações protestantes chamam-no de "Pai do Canon".
A Controvérsia Ariana
A realidade do Pai, do Filho e do Espirito Santo era fundamental para a identidade dos primeiros cristões desde o dia em que abraçavam a nova fé. No próprio momento do seu batismo, de sua iniciação na vida cristã, essa tríplice realidade era invocada e confessada pelo oficiante e pelo batizando. Vários escritores cristãos dos primeiros séculos fizeram reflexões extremamente penetrantes acerca desse tema, como for o caso de Irineu de Lião e Tertuliano de Cartago. Mas, foram somente nos séculosquarto e quinto que as discussões teológicas a respeito da "tríade divina" produziram seus frutos mais ricos e duradouros.
O início do século quarto marcou um dos momentos mais decisivos da história do cristianismo. A adesão do imperador Constantino a fé cristã e o consequente Édito de Milão (ano 313) puseram fim a uma longa história de perseguições e deram início a uma história ainda mais longa de ligações entre a Igreja e o Estado. Poucos anos após a ascensão de Constantino, um presbítero de Alexandria, no Egito, chamado Rio, começou a divulgar as suas ideias a respeito de Cristo. Segundo ele, Cristo era muito superior aos seres humanos, mas inferior ao Pat, tendo sido criado por ele antes da existência do mundo. A acirrada controvérsia que se seguiu foi interpretada pelo imperador como um perigo tanto para a unidade da Igreja quanto para a integridade do império. A fim de resolver o problema, ele convocou os bispos cristãos para se reunirem na cidade de Nicéia, perto da capital imperial, Constantinopla, no ano 325.
Nicéia e Constantinopla
O Concílio de Nicéia, o primeiro dos chamados concílios ecuménicos da Igreja Antiga, reuniu cerca de 250 bispos, quase todos da parte oriental ou grega do Império Romano, e representou uma mistura preocupante de agendas políticas e teológicas. Depois de intensos debates, aos quais nós faltamos às interferências do monarca, o "arianismo" foi condenado como herético, sendo declarada vitoriosa a posição que defendia a personalidade distinta e a plena divindade de Cristo. O Concílio produziu um famoso Credo cujo ponto culminante foi à declaração de que o Filho era homoousios ou "consubstancial" com o Pai. Todavia, por muitos anos houve fortes resistências contra a "doutrina da trindade" articulada pelos bispos reunidos em Nicéia.
Foi somente através dos esforços de alguns hábeis teólogos que essa doutrina finalmente veio a encontrar ampla aceitação na região oriental do Império Romano. Quatro deles destacaram-se em especial: Atanásio de Alexandria, Basílio de Cesárea, Gregório de Nissa e Gregório de Nazianzo, sendo estes últimos conhecidos como "os três capadócios". Em sua argumentação, eles apelaram tanto as Escrituras como a experiência da Igreja. Somente um Cristo que fosse ao mesmo tempo divino e humano poderia ser o verdadeiro e eficaz mediador entre Deus e os homens. Por outro lado, os cristãos desde o princípio aprenderam a exaltar a Cristo, adora-lo no culto e dirigir orações a ele. Somente um ser divino merecia ser tratado desse modo.
O triunfo da ortodoxia de Nicéia foi sacramentado no Concílio de Constantinopla (ano 381), novamente no contexto de um importante evento político- religioso - a oficialização do cristianismo católico como a religião do império, no ano 380, pelo imperador Teodósio I. Os bispos reunidos na capital imperial reafirmaram as declarações de Nicéia, esclarecendo melhor alguns pontos obscuros e fazendo uma afirmação explícita da personalidade e divindade do Espirito Santo. O novo credo assim produzido ficou conhecido como Credo "Niceno" ou Niceno-Constantinopolitano.
Discutindo as duas naturezas
Finalmente, na primeira metade do século quinto, uma nova controvérsia abalou a cristandade, dessa vez a respeito da relação entre as duas naturezas de Cristo, a divina e a humana. Duas posições básicas se manifestaram desde o início, representadas essencialmente pelas célebres escolas de interpretação bíblica de Alexandria e Antioquia. Os alexandrinos entendiam que o Verbo divino se uniu a came, sendo o Cristo encarnado uma pessoa plenamente integrada. Acentuavam, pois, a unidade da pessoa de Cristo, dando mais ênfase a sua divindade do que à sua humanidade. Desse raciocínio resultaram duas posições que foram eventualmente rejeitadas: o "apolinarismo", segundo o qual Jesus era uma combinação de alma racional divina (o Verbo) e corpo humano, e o "monofisismo", que afirmava que as duas naturezas se fundiram em uma só, a divina.
Já os antioquianos entendiam que Cristo tinha tanto uma plena natureza divina quanto uma plena natureza humana. Seu problema estava na tendência de dividir em duas a pessoa de Cristo. O grande defensor dessa posição foi Nestório, o Patriarca de Constantinopla. Ele afirmava com tanta ênfase a distinção das naturezas que parecia ensinar que havia duas pessoas em Cristo, uma divina e outra humana. Essas questões foram tratadas em outros dois concílios ecuménicos. O Concílio de Éfeso (ano 431) condenou o "nestorianismo" e o Concílio de Calcedônia (451) condenou também o apolinarismo e o monofisismo. Este último concílio formulou as suas conclusões na célebre Definição de Calcedônia: "Fiéis aos santos pais, todos nós, perfeitamente unânimes, ensinamos que se deve confessar um só e o mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito quanto à divindade e perfeito quanto à humanidade, verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, constando de alma racional e corpo; consubstancial ao Pai, segundo a divindade, e consubstancial a nós, segundo a humanidade... Um só e o mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigénito, que se deve confessar em duas naturezas, sem confusão, sem mudança, sem divisão, sem separação...”.
Heresias
Podemos apontar as inúmeras heresias sobre a pessoa de Cristo a respeito de sua história pois o cristianismo tem enfrentado através dos séculos as mais variadas correntes filosóficas e religiosas que inventam e reinventam um Cristo completamente estranho ao da Bíblia Sagrada. Este falso Cristo é uma figura que não pode cumprir o papel que Jesus cumpriu: trazer salvação aqueles que creem em seu nome.
Uma forma muito eficaz de verificar se algum grupo religioso foge da ortodoxia cristã, que esta fundamentada única e exclusivamente nas Sagradas Escrituras, é justamente a forma como este grupo enxerga a Jesus Cristo. Existem diversas interpretações sobre a pessoa e obra de Jesus Cristo. A cristologia destes grupos varia grandemente. Jesus pode ser um médium ou mesmo um mestre iluminado, um simples profeta, um anjo, um “deus” de segunda categoria ou um ícone, um líder, um avatar de uma “era”, um espirito puro, um professor de alta moral, um veículo que recebeu o “cristo cósmico”. Jesus pode se tornar em qualquer aberração que esteja dentro do pensamento de uma mente insana, propensa a divulgar uma falsa revelação.
A palavra “Deus” está presente nas religiões e faz parte do entendimento religioso das pessoas. Falar sobre Deus e empregar termos como “se Deus quiser” ou mesmo “graças a Deus” é algo que não gera desconforto e’ é, num ponto de vista ecuménico, politicamente e religiosamente correto. As pessoas não ficam desconfortáveis. A realidade é que quando falamos sobre Jesus Cristo, e este crucificado, as pessoas não se sentem confortáveis. A simples menção do nome de Jesus pode gerar as mais variadas manifestações.
Mas por que, para estas pessoas, o nome de Jesus é tio desconfortável? Pois Jesus Cristo é Deus, e Ele mesmo afirmou isso, além é claro daqueles que testificaram sobre Sua vida e obra. Ele veio a terra, viveu como homem, esvaziou-se de sua gloria, não pecou, morreu na cruz, nos livrou do pecado, ressuscitou, está nos céus e voltara para buscar a Sua igreja. Jesus é o grande Eu Sou, venceu a morte, diferentemente dos tantos mestres, fundadores de religiões, iluminados e gurus dos grupos mais exóticos que existem. Por mais que nos esforcemos, por mais longo e detalhado que sejam os livros e tratados sobre Jesus, sempre ficaremos devendo. Jesus é superior; Jesus é Deus. Como for muito bem definido por Russel Norman Champlin:
Heresias Históricas
Muitos foram os grupos que tentaram criar um Cristo diferente durante a história do cristianismo, porém, todos foram devidamente respondidos pela igreja, que pela graça trouxe a refutação as doutrinas heterodoxas que tentavam se implantar no meio dos cristãos, através dos concílios. Vejamos como isso ocorreu e o grupo que foi refutado: Arianismo.
Este movimento possui este nome pois for liderado por Ário (250-336 d.C.), que fora presbítero de Alexandria entre o fim do século3 e início do século 4 depois de Cristo. Ário não admitia que Jesus era Deus, o Verbo encamado. Ele acreditava que isso implicaria na aproximação entre o cristianismo e o paganismo, já que as religiões pagãs creem na existência de diversos deuses. Ário acreditava que Jesus teve um começo, ou seja, que for criado por Deus.
Sua ideia é que houve tempo em que Jesus não existiu, ou seja, que este fora criado por Deus, isso implica que Jesus não é eterno. O Arianismo teve suas doutrinas refutadas, quando Ário for confrontado por Atanásio (296-373 d.C.), num concilio convocado pelo imperador Constantino, que contou com a presença de mais de 300 bispos. Este evento ocorreu na cidade de Nicéia, em 325, e deste concílio surgiu o Credo Niceno, no entanto, a cristologia ariana permaneceu, e nos dias de hoje está presente em grupos como Cristadelfianismo, Testemunhas de Jeová e com alguns traços no Mormonismo.
Neste concílio reuniram-se 600 bispos, que pelo debate contra o Eutiquianismo formulara uma confissão de fé que elucidou a humanidade e a divindade de Jesus Cristo. Esta confissão Cristo logica permeia a crença das igrejas Orientais Ortodoxas, Católico Romana e as igrejas oriundas da Reforma Protestante, salvo as correntes pseudocrístão que durante a história trouxeram falsos ensinos que perverteram a cristologia ortodoxa.
Devido a importância que a confissão formulada no Concilio de Calcedônia possui, é muito importante citar a mesma na integra. Esta confissão também é conhecida como Definição de Calcedônia:
NOTAS
[1] CHAMPLIN, O Novo Testamento interpretado versículo por versículo, vol.1 p. 5.
[2] GEISLER & TUREK, Não tenho fé suficiente para ser ateu, p. 348-349.
[3] GEISLER, Enciclopédia de apologética, p. 721-722.
[4] As tabelas completas estão na Bíblia de Estudos Pentecostal, p. 1074-1077, sob o título “Profecias do Antigo Testamento Cumpridas em Cristo”.
[5] McDOWELL, Mais que um carpinteiro, p. 14.
[6] LEWIS, Mero cristianismo, p. 60-61.
[7] Ireneu de Lião fora um grande ícone na história do cristianismo, sendo o escritor de uma das maiores obras apologéticas já escritas: “Contra as Heresias”. Está obra trata de uma defesa cristã contra os ataques realizados por seitas gnósticas contra o fundamento da fé cristã. Nesta obra, Ireneu refutou os sistemas gnósticos e suas teorias, abordou a doutrina cristã, a ligação entre o AT e NT e tratou de escatologia cristã. Seus escritos são fundamentais para entender os ensinos apostólicos, já que Ireneu fora ensinado por Policarpo, que por sua vez foi discípulo de João, discípulo de Cristo. Ireneu nasceu e fez sua obra no século II, onde atuou como bispo em Lião (Lyon, Gália – atual sul da França).
[8] Ireneu, Contra as Heresias. I 8,5. P. 56
[9] Ireneu. I 10,1. P. 62.
[10] Ireneu, III 19,2, p. 337.
[11] STROBEL, Em defesa de Cristo, p. 210-211.
[12} LEWIS, Mero cristianismo, p. 61.
[13] McDOWELL & STEWART, Respostas aquelas perguntas, p. 55.
[14] GEISLER & TUREK, Não tenho fé suficiente para ser ateu, p. 354.
[15] LEWIS, Mero cristianismo, p. 62.
[16] McDOWELL, Mais que um carpinteiro, p. 35.
[17] GEISLER & TUREK, Não tenho fé suficiente para ser ateu, p. 355-356.
 PAIS CAPADÓCIOS E DOUTRINA DA TRINDADE
Os Pais Capadócios foram importantes diante doutrinas mais peculiares ao cristianismo é a doutrina da Trindade. São Basílio (329 - 379) foi teólogo escritor cristão do século IV e é um dos padres capadócios e Doutor da Igreja. Nasceu em Cesárea (atual Kayseri), capital da Capadócia, Ásia Menor, na hoje Turquia; no seio de uma família profundamente cristã. Seu pai era Basílio, o Velho, e sua mãe, Emília de Cesárea. Estudou em Constantinopla e Atenas. Entre seus nove irmãos figuraram: Gregório de Nissa, Macrina (uma heroína da fé), a Jovem e Pedro de Sebaste, todos canonizados pela Igreja (Católica Romana). E também neto de Macrina Maior. Como seus colegas de estudo teve o futuro imperador apostata, Juliano, e Gregório Nazianzeno, Basílio retomou a Cesárea, sendo batizado e se determinando a seguir a pobreza evangélica. Visitou e estudou em mosteiros do Egito, Palestina, Síria e Mesopotâmia. Em seguida morou em uma estalagem na região do Ponto, perto do rio Íris, entregando-se a uma vida solitária de oração e estudo, e formando o primeiro mosteiro da Ásia Menor. Basílio foi ordenado diácono e sacerdote em Cesárea em 363, mas se retirou para o Ponto para evitar conflitos com o arcebispo Eusébio. Em 365, seu amigo Gregório de Nanzianzo retirou Basílio de seu retiro, e em 370, quando o arcebispo Eusébio morreu, deixando vaga a sede arcebispal, Basílio foi eleito para ocupa-la. Com a morte de Santo Anastácio, pouco depois, Basílio passou a ser o último defensor da ortodoxia no oriente, contra o arianismo, morrendo em 1 de janeiro de 379, aos 49 anos. Dedicou as suas maiores energias a defender a doutrina da consubstancialidade do Verbo, definida solenemente no Primeiro Concílio de Nicéia (325). Por este motivo sofreu muitos ataques dirigidos pelos arianos e pelas autoridades imperiais, que queria, impor a doutrina de Rio. Junto com São Gregório de Nazianzo e São Gregório de Nissa, contribuiu de maneira decisiva na tarefa de precisão conceptual dos termos com os quais a Igreja viria a expor o dogma trinitário, preparando, desta maneira, o primeiro Concílio de Constantinopla (381), que enunciou de forma definitiva a doutrina sobre a Santíssima Trindade.
Assim, esta formulação primitiva da doutrina trinitária consistia na confissão de que Jesus era o homem por meio do qual a Sabedoria de Deus atuou entre os homens para sua salvação, até chegar a explicita crença de que ele de fato era a Palavra que se fez came. E incluía o Espirito Santo como outra expressão da atuação de Deus junto aos homens, mas sem uma distinção muito clara de sua “pessoalidade”.
Uma importante evidência desta doutrina primitiva está nos escritos de Justino Mártir (um dos apologistas, escritores cristãos do século II que defendiam o cristianismo em face de oponentes pagãos no contexto da filosofia helenística).
Em seus escritos, Justino explorou e explicou o concerto de Cristo como o Logos de Deus a fim de esclarecer as crenças cristãs. Para ele, essa ideia - arraigada tanto no pensamento grego como no hebraico — era a chave para desvendar os mistérios do evangelho cristão. Na sua explicação da doutrina, o Logos é o Espirito preexistente de Deus — rim segundo Deus — que encarnou em Jesus Cristo. Justino foi um dos primeiros cristãos a explicar o concerto do Logos e do Espirito em relação ao Pai por meio da analogia do fogo. Ele disse a Trifão que a geração do Filho (do Logos) do Pai não diminui o Pai de modo algum, porque, assim como o fogo que se propaga, ’o que inflama muitos corações, não é menor, mas permanece o mesmo’. Embora Justino não tenha explicado de forma clara nem definitivo a distinção entre o Logos e o Espirito como duas entidades da Trindade — tarefa esta que seria cumprida pelos teólogos cristãos posteriores -, estava começando o processo de reflexão trinitária (...). (OLSON, p. 59).
Portanto, independente dos problemas da metafisica grega clássica (e da veracidade ou não da doutrina da Trindade), há de se reconhecer que a consolidação da doutrina cristã da Trindade, efetuada pelos pais capadócios e consagrada no Concílio de Constantinopla em 381 d.c., foi um importante avanço filosófico, pela constatação de que uma ousia inseparável e infinita pode ser compartilhada por hipóteses distintas, mas sem nenhuma separação entre estas.
Possibilidade ontológica esta que, apesar de possível dentro do panorama da filosofia grega clássica, foi trazida à tona e articulada apenas quando a problemática teológica de compreender o “Deus é um e três” na Igreja cristã conferiu os incentivos necessários para este exercício filosófico.
*Isto é, consta da versão católica aceita para o Velho Testamento, mas não dá protestante.
NESTORIANISMO E CONCÍLIO DE EFESO
O Nestorianismo, afirmada a existência da natureza humana completa em Jesus, os teólogos puderam estudar mais detidamente o modocomo humanidade e Divindade se relacionaram em Cristo. Antes, porém, de entrar em particulares, devemos mencionar as duas principais escolas teológicas da antiguidade: a alexandrina e a antioquena, que muito influenciaram na elaboração da Cristologia.
A escola alexandrina era herdeira de forte tendência mística; procurava exaltar o divino e o transcendental nos artigos da fé. Interpretava a S. Escritura em sentido alegórico, tentando desvendar os mistérios divinos contidos nas Sagradas Letras. Em assuntos cristologicos, portanto, era inclinada a realçar o divino, com detrimento do humano. Ao contrário, a escola antioquena era mais dada a filosofia e a razão: voltava- se mais para o humano, sem negar o divino. Interpretava a S. Escritura em sentido literal e tendia a salientar em Jesus os predicados humanos mais do que os atributos divinos. Era mais racional, ao passo que a de Alexandria era mais mística.
Dito isto, voltemos a história do dogma cristológico. A primeira tentativa de solução foi encabeçada por Nestório, elevado a cátedra episcopal de Constantinopla em 428. Afirmava que o Logos habitava na humanidade de Jesus como um homem se acha num templo ou numa veste; haveria duas pessoas, em Jesus - uma divina e outra humana - unidas entre si por um vínculo afetivo ou moral. Por conseguinte, Maria não seria a Mãe de Deus (Theotókos), como diziam os antigos, mas apenas Mae de Cristo (Christokós); ela teria gerado o homem Jesus, ao qual se uniu a segunda pessoa da SS. Trindade com a sua Divindade.
Nestório propunha suas ideias em pregações ao povo, nas quais substituía o título “Mãe de Deus” por “Mãe de Cristo’”. As suas concepções suscitaram reações não só em Constantinopla, mas em outras regiões também, especialmente em Alexandria, onde S. Cirilo era Bispo ardoroso. Este escreveu em 429 aos bispos e aos monges do Egito, condenando a doutrina de Nestório. As duas correntes se dirigiram ao Papa Celestino I, que rejeitou a doutrina de Nestório num sínodo de 430. Deu ordem a S. Cirilo para que intimasse Nestório a retirar suas teorias no prazo de dez dias, sob pena de exílio; Cirilo enviou ao Patriarca de Constantinopla uma lista de doze anatematismos que condenavam o nestorianismo. Nestório não se quis dobrar, de mais a mais que podia contar com o apoio do Imperador; além do mais, tinha muitos seguidores na escola antioquena, entre os quais o próprio Bispo João de Antioquia.
	Em 431, o Imperador Teodósio II, instado por Nestório, convocou para Éfeso o terceiro Concílio Ecuménico a fim de solucionar a questão discutida. S. Cirilo, como representante do Papa Celestino I, abriu a assembleia diante de 153 Bispos. Logo na primeira sessão, foram apresentados os argumentos da literatura antiga favoráveis ao título Theotókos, que acabou sendo solenemente proclamado; daí se seguia que em Jesus havia uma só pessoa (a Divina); Maria se tornara Mãe de Deus pelo fato de que Deus quisera assumir a natureza humana no seu seio. Quatro dias após esta sessão, isto é, a 26/06/431 chegou a Éfeso o Patriarca logo de Antioquia, com 43 Bispos seus seguidores, todos favoráveis a Nestório; não quiseram unir-se ao Concílio presidido por S. Cirilo, representante do Papa; por isto formaram um conciliábulo, qual depôs Cirilo.
O novo Concílio, desta vez legitimo, reuniu-se em Caledônia, diante de Constantinopla, em 451; foi o mais concorrido da antiguidade, pois dele participaram mais de 600 membros, entre os quais três legados papais. A assembleia rejeitou o “latrocínio de Éfeso”; depôs Dióscoro e aclamou solenemente a Epistola Dogmática do Papa São Leão a Flaviano; está serviu de base a uma confissão de fé, que rejeitava os extremos do Nestorianismo e do Monofisismo, propondo em Cristo uma só pessoa e duas naturezas: “Ensinamos e professamos um Único e idêntico Cristo... em duas naturezas, não confusas e não transformadas, não divididas, não separadas, pois a união das naturezas não suprimiu as diferenças; antes, cada uma das naturezas conservou as suas propriedades e se uniu com a outra numa Única pessoa e numa Única hipóstase”.
Assim terminou a fase principal das disputas cristológicas: em Cristo não há duas naturezas e duas pessoas, pois isto destruiria a realidade da Encarnação e da obra redentora de Cristo; mas também não há uma só natureza e uma só pessoa, pois Cristo agiu como verdadeiro homem, sujeito a dor e a morte para transfigurar estas nossas realidades. Havia, pois, uma só pessoa (um só eu) divina, que, além de dispor da natureza divina desde toda a eternidade, assumiu a natureza humana no seio de Maria Virgem e viveu na terra agindo ora como Deus, ora como homem, mas sempre e somente com o seu eu divino.
O encerramento do Concílio de Calcedônia não significou a extinção do monofisismo. Além da atração o que está doutrina exercia sobre os fiéis (especialmente os monges), propondo-lhes a humanidade divinizada de Cristo como modelo, motivos políticos explicam essa persistência da heresia; com efeito, na Síria e no Egito certos cristãos viam no Monofisismo a expressão de suas tendências nacionalistas, opostas ao helenismo e a dominação bizantina.
Perto de 200 bispos, vindos de todas as partes do orbe, reuniram-se em Éfeso. S. Cirilo presidiu a assembleia em nome do Papa. Nestório recusou comparecer perante os bispos reunidos.
Desde a primeira sessão a heresia for condenada. Sobre um trono, no centro da assembleia, os bispos colocaram o santo Evangelho, para representar a assistência de Jesus Cristo, que prometera estar com a sua Igreja até a consumação dos séculos, espetáculo santo e imponente que desde então foi adotado em todos os Concílios.
Os bispos cercando o Evangelho e o representante do Papa, pronunciaram unanime e simultaneamente a definição proclamando que Maria é verdadeiramente Mãe de Deus. Nestório deixou de ser, desde então, bispo de Constantinopla.
Quando a multidão ansiosa que rodeava a Igreja de Santa Maria Maior, onde se reunia o Concílio, soube da definis â o que proclamava Maria Mãe de Deus, num imenso brado ecoou a exclamação: Viva Maria, Mãe de Deus! Foi vencido o inimigo da Virgem! Viva a grande, a augusta, a gloriosa Mãe de Deus!	’
Em memória desta solene definição, o Concílio juntou a saudação angélica estas palavras simples e expressivas: Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte.
O Conselho de Éfeso (431), no terceiro município ecuménico da igreja cristã foi significativa para a seus dogmáticos decretos sobre a posição da Virgem Maria na hierarquia celeste e sobre a natureza da encarnação de Cristo. Foi convocado pelo imperador romano Teodósio II Oriental, com a aprovas O do Papa Celestino 1, a fim de responder aos ensinamentos de Nestório que Maria é considerada apenas a "mãe de Cristo" e não a "mãe de Deus" (cf. Nestorianism). Após longos debates prosseguem mesmo após o fim do conselho, o representante do papa, Cirilo de Alexandria, chegaram a um acordo em que a denominação "mãe de Deus", formalmente decretado pelo conselho, for aceite por todos. O município também aperfeiçoou o dogma sobre os aspectos humano e divino de Jesus, agora declarados de duas naturezas distintas embora perfeitamente unidas em Cristo.
NATUREZA DUAL DE CRISTO - Concílio de Calcedônia
No ano 451 o Concílio de Calcedônia formulou a fé crista a respeito da pessoa de Cristo e declarou que Ele deve “ser reconhecido em duas naturezas, inconfusa, imutável, indivisível e inseparavelmente; sendo que a distinção das naturezas de modo nenhum é eliminada pela união, mas, antes, a propriedade de cada natureza é preservadas, e ambas concorrem numa pessoa e numa subsistência, não partida ou dividida em duas pessoas”. Esta formulação procura resguardar a verdade; afirma a fé esposada pela Igreja Primitiva; não faz nenhuma tentativa para explicar o mistério envolvido. O grande milagre central da história deixou-se sobressair em toda a sua grandeza, o supremo paradoxo, Deus e o homem numa só pessoa. Se nós dizemos o que Cristo é, sem qualquer tentativa de mostrar como Ele se tomou o queé. Enuncia-se que o eteno Filho de Deus tomou sobre Si a nossa humanidade, e não que o homem Jesus adquiriu divindade. Atesta um movimento de Deus para o homem, e não vice-versa. A igreja nunca foi além da fórmula de Calcedônia. Ela sempre reconheceu a encarnação como um mistério que desafia toda e qualquer explicação. E assim permanecera.
A BUSCA DE DEUS
Em Santo Agostinho, não existem provas formais para demonstrar a existência de Deus. Ainda que toda a sua obra seja uma espécie de itinerário em direção a Deus. Tudo fala de Deus; basta abrir os olhos. Ele é intimior intimo meo, mais íntimo ao homem que a própria intimidade humana. As coisas falam-nos todo o tempo de Deus. Perguntamos-lhes: “Sois Deus? ” E responder: “Não, fomos feitas. Continua a buscar”. De forma retórica — retórica de grande qualidade —, encontramos até prova da existência de Deus pela contingência das realidades humanas. A mutabilidade exige o imutável; os graus de perfeição exigem o Ser perfeito. Em Santo Agostinho, como em outros filósofos› de inspiração platônica, está claramente formulado o que será a quarta via de São Tomás de Aquino. Qual é o melhor nome para Deus? O que se lê no Êxodo: “Aquele que é”. “Non aliquo modo est, sedest est” (Confissões). Santo Agostinho dará com frequência a Deus o nome de Bem, de Amor, porém não desconhece que antes de tudo Ele é; e porque é o que é, é Amor, Bem, Infinito. São Tomás de Aquino não precisara modificar nada de substancial nesta metafisica agostiniana. Como exemplo das dezenas de textos agostinianos, temos este, das Confissões: “Eis que o céu e a terra são; e dizem-nos em altos brados que foram feitos, pois modificam-se e variam. Porque, naquilo que é sem ter sido feito, não há coisa alguma agora que antes não houvesse: que isso é modificar- se e variar. O céu e a terra clamam também que não se fizeram a si mesmos: somos porque fomos feitos; não éramos antes que fôssemos, de modo a termos podido ser por nós mesmos. Basta olhar para as coisas para ouvi-las dizer isso. Tu, Senhor, fizeste as coisas. Porque és belo, elas são belas; porque és bom, são boas; porque tu és, elas são. ”
“O homem que se espanta é ele mesmo grande maravilha”. “E dirigi-me a mim mesmo e disse: Tu quem és? E respondi-me: Homem. E eis que tenho a mão o corpo e a alma, um exterior e o outro interior. Porém, melhor é o interior”. “O homem é um ser intermediário entre os animais e os anjos”. “Nada encontramos no homem além de corpo e alma; isso é todo o homem: espirito e carne”. Essas são apenas algumas das numerosas referências que poderíamos dar sobre esta questão crucial. São os dois grandes temas agostinianos: “Deus e o homem”. “Que te conheça a ti e que me conheça a mim mesmo”. E o famoso princípio dos Soliloquia: “Quero conhecer Deus e a alma. Nada mais? Absolutamente nada mais”.
Fonte: “História básica da filosofia”, Editora Nerman, São Paulo, 1988, págs. 70-74. Link: www.quadrante.com.br. Tradução: Peter Pelbart.
CONCLUSÃO 
Contemplando na visão de Justo Gonzalez, nos relata que o evangelho se inseriu na história humana desde as suas próprias origens. De fato, isto é o evangelho: as boas novas de que, em Jesus Cristo, Deus se introduziu em nossa história, em prol de nossa redenção. Os autores bíblicos não deixam dúvidas acerca disto. Do ponto de vista da fé, a história da igreja ou do cristianismo é muito mais que a história de uma instituição ou de um movimento qualquer. A história do cristianismo é a história dos atos do Espirito entre os homens e as mulheres que nos precederam na fé.
 BIBLIOGRAFIA
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REFERÊNCIAS - LITERATURA COMPLEMENTAR RECOMENDADA
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Disponível em www.icp.com.br
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MARTINS, Jaziel Guerreiro. Seitas, heresias do nosso tempo. 3º edição. A D Santos. Curitiba, PR: 2002
MATHER, George A. & NICHOLS, Larry A. Dicionário de Religiões, crenças e
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MCDOWELL, Josh. Mais que um carpinteiro. 2º Edição. Editora Betânia. Venda Nova, MG: 1980.
MCDOWELL, Josh & STEWART, Don. Respostas àquelas perguntas: o que os céticos perguntam sobre a fé cristã. Editora Candeia. São Paulo, SP: 1997.
STROBEL, Lee. Em defesa de Cristo. Editora Vida. São Paulo, SP: 2001
WAYNE Grudem A. Teologia Sistemática. Vida Nova. São Paulo, SP: 1999.
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A PESSOA E A OBRA DE
 
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A PESSOA E A OBRA DE CRISTO 
 
 
 SOUZA, Celso Regô de 
 
 
 
1. RESUMO 
Não é a nossa intenção solucionar questão onde desde os séculos dos 
séculos os homens buscam uma resposta exata e definitiva sobre a pessoa e obra 
de Cristo, pois esta é uma busca antiga que sempre veio aos corações de todas as 
idades: antiga, média, moderna e contemporânea. Há estas respostas sempre 
esteve presente na trajetória das sociedades, desde a Antiguidade até atualidade. A 
nossa pesquisa deseja através de um estudo curto e objetivo, analisar as prováveis 
causas destas buscas insaciáveis, a onde, há tantos questionamentos sobre a 
questão de Cristo em relação a trindade, que também está presente na alma dos 
mais céticos e ateus presente no contexto atual da humanidade. 
Partindo de uma premissa antiga, procuraremos demonstrar que a busca e a 
observação humana nos seus mais clássicos períodos de 
afirmações 
com seus 
respectivos contextos. Em nosso trabalho almejamos compreender, que está busca 
poderá querer impactar sobre diversas classes as quais no decorre dos períodos 
transitório presente que o homem se preocupa intensamente e definitivamente em 
relação
 divindade celestial para sua compreensão da sua vida humana. 
Após o estabelecimento desta primeira hipótese, nos proporemos analisar e 
perceber que esta busca poderá ter um encadeamento teológico interminável, pois 
fica claro que o fenômeno da divindade divina da pessoa de Cristo, vista pelo 
intelectualismo, sem ser visto pela ótica da fé, continuará gerando conflitos 
desencadeados e vivenciados no interior da alma humana por períodos 
indeterminados. 
 
2. PALAVRA-CHAVE: BUSCA. RESPOSTA. FÉ. CONFLITOS.

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