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MODULO 8 - ética

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09/05/23, 06:07 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/5
 
MÓDULO 8: AS NOVAS INTERFACES DA PSICOLOGIA BRASILEIRA 
Objetivos:
Esse módulo busca abrir um campo de discussão das novas práticas profissionais desempenhadas pelo psicólogo na
atualidade. Apresenta as interfaces conquistadas pela ciência psicológica nos últimos anos, que contribuíram para o trabalho
multiprofissional do psicólogo na área judiciária, no Sistema Único de Saúde (SUS), nas Unidades Básicas de Saúde
(UBSs), em unidades hospitalares, cujos relatos dos profissionais buscam qualificar e ampliar a atuação psicológica coletiva
para conceituar a Psicologia nesse processo contextual.
Introdução
A história da Psicologia no Brasil relata um cenário profissional múltiplo, porém nem sempre foi assim. Em seus primórdios,
na década de 1950 e 1960, o saber psicológico dialogava com as áreas da medicina, educação e o universo organizacional.
Com a crescente hegemonia da área clínica, baseada no modelo biomédico, com predomínio de um fazer remediativo, que
tinha como objetivo curar, atacar o sintoma já instaurado. Uma ação que englobava as atividades de psicodiagnóstico,
psicoterapias e seleção de pessoal, visando ajustar os sujeitos a padrões estabelecidos pelas instituições com poderio
econômico e cultural.
 Esse percurso marcou uma visão de psicologia clínica tradicional, calcada no modelo liberal, que visava resolver
conflitos mentais, com enfoque intraindividual, e que compreendia o sujeito como instância universal a ser ajustado ao
convívio social.
 Na década de 1980, com as crises econômicas no Brasil, o avanço das neurociências, a inovação paradigmática,
com a inserção das idéias emergentes sobre a complexidade na multideterminação dos fenômenos psicológicos e o
inchaço do mercado clínico, houve uma crise instaurada nesse cenário clássico da Psicologia brasileira. Esse contexto
demarcou um novo desenho de fazeres, que se espalhou da Psicologia da Saúde Pública às mais diversas instituições, em
Organizações Não Governamentais (ONGs) e instâncias jurídicas.
 Bomfim ( 2006) afirma que a partir da década de 1970, espalharam-se diversas experiências profissionais, de
psicólogos sociais em comunidades carentes aos postos de saúde pública. Já na década de 1980, houve a marca da
intensificação das trocas entre os profissionais e as discussões teóricas, com a ampliação dos centros de pós graduações
scricto sensu. Paralelamente, indica-se a emergência de novas práticas, como os trabalhos com o meio ambiente e os
movimentos sociais. Na década de 1990 houve um empobrecimento da população, inúmeras crises econômicas, e ao
mesmo tempo, presenciou-se um avanço da vivência democrática, com a conquista de direitos sociais no mundo do trabalho,
o que coadunou com a inserção dos psicólogos em lugares até então desconhecidos pela psicologia tradicional.
Bomfim ( 2006) nos relata que:
As atividades psicossociais que, em maior escala, passaram a ser aplicadas a uma clientela que
não dispunha destes atendimentos, a partir da década de 80, caminham hoje na direção de se
desenvolverem abordagens mais específicas em função das características dos grupos,
instituições, comunidades e movimentos sociais. Assim, as práticas de dinâmica de grupo,
grupos operativos, intervenção psicossociológica e análise institucional, aliadas às metodologias
de pesquisa do tipo da pesquisa participantes, história, estudo de caso com pespectiva histórica
e outras. (BOMFIM, 2006, p 208)
Segundo Yamamoto e Gouveia (2003) mesmo na área clínica, houve mudanças significativas, passou-se de uma prática
tradicional exercida no âmbito privado, para um amplo espectro de atuação, onde o psicólogo clínico esteve presente
também nas instituições, nas comunidades e em outras diferentes frentes de trabalho. Dessa forma, acumulou funções,
demarcando o campo da dupla jornada do psicólogo brasileiro.
09/05/23, 06:07 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/5
Bianco, Bastos, Nunes e Silva (2006) afirmam ainda que o campo clínico abriu-se para o contexto social, e
consequentemente, houve uma mudança nos referenciais teóricos, que deixaram de considerar somente o aspecto individual
para contemplar uma visão multideterminada de homem e do seu sofrimento, buscando teorias que contemplem a
subjetividade como processo relacional e não apenas como instância intrapessoal.
Esse novo cenário demandou do psicólogo brasileiro uma nova formação e por consequência uma revisão urgente das
teorias, métodos e fazeres. Mudanças na grade curricular universitária se fizeram necessárias, por exemplo, exigindo uma
maior relação entre a psicologia aplicada e as novas visões epistêmicas.
Essas revisões alçaram e provieram ao mesmo tempo, das novas interfaces e os desafios profissionais. Por exemplo, na
mudança do lugar da psicologia clínica. Houve uma maior preocupação com os aspectos sócio culturais e o movimento mais
destacado foi a expansão do trabalho psicológico ao campo da saúde, onde houve um intricado jogo de forças sociais e
interesses dos empresários da saúde às políticas públicas.
Essa transição foi marcada pela inserção do psicólogo em instituições, como hospitais, ambulatórios, unidades básicas de
saúde, e outras, como escolas e ONGs. Como orientação geral de atuação, o psicólogo no âmbito da saúde, reconhece “o
caráter global da saúde de indivíduos e o chamamento à multidisciplinaridade, o reconhecimento da qualidade de vida e da
educação dos grupos e indivíduos como fontes essenciais de sobrevivência da humanidade” (BIANCO, BASTOS, NUNES E
SILVA ,2006, p 33).
O psicólogo na rede básica de saúde, tem sido chamado a atuar com a atenção primária, com ações que vão desde as
ações preventivas complexas até as mais pontuais e especializadas. Porém, esse tipo de atuação requer do profissional uma
inserção diferenciada, pois costumeiramente o psicólogo foi formado para lidar com doenças ou distúrbios psicológicos já
instalados nos sujeitos, para serem tratados ou removidos, ou seja, com enfoque na atenção terciária. Outro problema muito
recorrente, segundo Bianco, Bastos, Nunes e Silva (2006), é que há uma confusão entre ações de promoção de saúde e
preventivas no nível secundário. O que demanda uma formação diferenciada também nas universidades, que precisam
instruir e educar os novos psicólogos a atuarem no nível primário, com ações mais complexas e integradoras.
A área da saúde pública tem oferecido diversos desafios ao psicólogo, tais como: ações profissionais com base em
necessidades coletivas, a demanda em lidar com um número maior de indivíduos, levando o profissional a escolher
estratégias grupais, além do contato mais próximo com as condições concretas de uma população mais carente de recursos
financeiros e culturais.
Com relação ao trabalho em grupo, a Psicologia tem sido chamada a compor equipes multiprofissionais, compostas por
outros integrantes da área da saúde, como enfermeiros, médicos e terapeutas ocupacionais e a negociar fronteiras de
atuação, nem sempre tão claras e objetivas.
Neto (2004) afirma ainda, que existem três tendências nesse novo panorama da interface com a área da saúde: a
flexibilização do setting terapêutico, a pluralidade de recursos, procedimentos e técnicas e a permeabilidade entre
concepções teóricas.
Nas últimas décadas, tem-se assistido, ainda, a diferentes interfaces da Psicologia com outras áreas, tais como: a jurídica, a
informática e o esporte.
1. A aliança da Psicologia com a área jurídica, refletindo sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e as diretrizes
éticas contidas na assistência psicossocial das crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social.
Segundo Bomfim (2006), a psicologia jurídica surgiu a serviço das demandas da justiça, principalmente através da
construçãode laudos psicológicos. Possuiu por muito tempo, uma ênfase positivista, marcada pela visão dos juristas, com
laudos conclusivos e fechados. Atualmente, os psicólogos jurídicos não estão somente a serviço das instituições jurídicas,
mas a serviço da cidadania, superando o viés do controle social.
Existem psicólogos atuando junto às Varas das Famílias, junto a casos de adoção, separação, além de atuar nas Varas da
Infância e Juventude, junto as crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social, com a elaboração de laudos para
decisões judiciais.
09/05/23, 06:07 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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Os desafios éticos nessa interface dizem respeito principalmente a elaboração desses laudos e relatórios psicológicos,
desde aspectos técnicos até questões éticas, como a devolutiva ao sujeito, a assertiva conclusiva, entre outros.
2. A aliança da Psicologia com a Informática, refletindo sobre as novas possibilidades terapêuticas mediadas pelas novas
tecnologias, assim como, investigando os processos de subjetivação multideterminados pela inserção crescente do homem
no mundo globalizado. A dimensão ética presente nessa interface repensa a questão do sigilo profissional possibilitado ou
não pelas terapêuticas mantidas e mediadas pelas novas tecnologias.
3. A aliança da Psicologia com a área esportiva, com estudos motivacionais e liderança em equipes desportivas. É uma área
recente, datando da década de 1950, num mundo crescentemente competitivo em que o esporte torna-se profissional e
altamente comandado pela lógica do mercado. Dentro desse cenário, surge o trabalho do psicólogo atento ao desportista e
seu desenvolvimento psicossocial. Bomfim ( 2006) afirma que:
O trabalho do psicólogo do esporte orienta-se para o alcance de um melhor desempenho, sendo
em vários aspectos, semelhantes as demais atividades de psicólogos que lidam com a questão
do trabalho. Trata-se de um profissional que busca valorizar ao máximo o potencial de seu
cliente, ao mesmo tempo, que tenta minimizar ou neutralizar suas deficiências. Atua no sentido
de melhorar o desempenho e otimizar as relações entre esportistas, técnicos e dirigentes. 
(BOMFIM, 2006, p 223)
 Uma das questões éticas mais prementes nessa interface diz respeito a função social do psicólogo, como no campo
organizacional. Por exemplo, se o profissional trabalha em prol da saúde mental do esportista ou em prol dos ganhos de
produtividade das empresas que mantém os clubes e os desportistas.
Atualmente, segundo Yamamoto e Gouveia (2003), a Psicologia desenvolveu um amplo corpo de conhecimentos e métodos
interventivos, que alcançaram virtualmente diferentes campos de atividade humana. Ainda, conforme os autores, hoje a
questão essencial que se coloca para a Psicologia em sua diversidade diz respeito em como essas interfaces tem
respondido às demandas contemporâneas colocadas para a sociedade brasileira, nos seguintes pontos: ( a) à produção de
conhecimento; ( b) ao avanço tecnológico; (c) a renovação dos profissionais.
Todas as novas interfaces da Psicologia precisam se organizar continua e criticamente para responder e criar conhecimento
frente a uma sociedade em transformação.
 
BIBLIOGRAFIAS BÁSICAS:
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Psicólogo Brasileiro - práticas emergentes para a formação. São Paulo: Ed.
Casa do Psicólogo, 2006.
MAIORINO, F. A intertextualidade ética para além do Código de Ética do Psicólogo. Texto mimeo, 2005.
ROMARO, R. A. Ética na psicologia. São Paulo: Ed. Vozes, 2006.
YAMAMOTO E GOUVEIA (orgs). Construindo a Psicologia Brasileira: desafios da ciência e prática psicológica. Ed
Casa do Psicólogo, 2003.
 BIBLIOGRAFIAS COMPLEMENTARES
BIANCO, BASTOS, NUNES E SILVA. Concepções e atividades emergentes na psicologia clínica: implicações para a
formação. IN CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Psicólogo Brasileiro - práticas emergentes para a formação.
São Paulo: Ed. Casa do Psicólogo, 2006.
BOMFIM, E. Psicologia Social, Psicologia do Esporte e Psicologia Jurídica. IN CONSELHO FEDERAL DE
PSICOLOGIA. Psicólogo Brasileiro - práticas emergentes para a formação. São Paulo: Ed. Casa do Psicólogo, 2006.
NETO, J. A formação do psicólogo: clínica, social e mercado. SP: Ed FUMEC/FCH, 2004.
09/05/23, 06:07 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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Uma Reflexão Inquietante: Apesar da diversidade de campos de trabalhos da Psicologia Brasileira na atualidade, quais
seriam as habilidades e competências que são comuns a todas essas interfaces?
Sugestão hipermidiática:
Visite o link externo do Conselho Federal de Psicologia e saiba mais sobre as novas interfaces da Psicologia:
A regulação dos serviços de saúde mental no Brasil: Inserção da Psicologia no Sistema Único de Saúde e na Saúde
Suplementar,
Disponível em https://site.cfp.org.br/publicacao/a-regulacao-dos-servicos-de-saude-mental-no-brasil-insercao-da-psicologia-
no-sistema-unico-de-saude-e-na-saude-suplementar/, acesso em novembro 2013.
Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas(os) no CAPS – Centro de Atenção Psicossocial.
Disponível<https://site.cfp.org.br/publicacao/referencias-tecnicas-para-atuacao-de-psicologasos-no-caps-centro-de-
atencao-psicossocial/> acesso novembro/2013.
Atividade Teórico Prática: Leia o trecho presente no preâmbulo do nosso CEP (2005) e escreva um texto, refletindo sobre
quais seriam as novas interfaces da psicologia na pós modernidade:
“Toda profissão define-se a partir de um corpo de práticas que busca atender demandas sociais, norteado por elevados
padrões técnicos e pela existência de normas éticas que garantam a adequada relação de cada profissional com seus pares
e com a sociedade como um todo. Um Código de Ética profissional, ao estabelecer padrões esperados quanto às práticas
referendadas pela respectiva categoria profissional e pela sociedade, procura fomentar a auto-reflexão exigida de cada
indivíduo acerca de sua práxis, de modo a responsabilizá-lo, pessoal e coletivamente, por suas ações e suas conseqüências
no exercício profissional. A missão do código de ética profissional não é a de normatizar a natureza técnica do trabalho, e,
sim, a de assegurar, dentro dos valores relevantes para a sociedade e para as práticas desenvolvidas, um padrão de
conduta que fortaleça o reconhecimento social daquela categoria.”
 
Exercício comentado: 
A inserção do psicólogo no atendimento público de saúde exigiu a produção de um novo conhecimento científico. Essa
produção de conhecimento parte de algumas necessidades e cria outras. O código de ética, respeitando a diversidade
interna da psicologia nas suas teorias e fazeres, absorve e baliza a prática e a nova produção de conhecimento, deste novo
lugar de trabalho. Assinale a alternativa que em vez de revelar as exigências que levaram à produção deste novo
conhecimento, revela o desrespeito à diversidade.
a) foi necessário repensar referências teóricos para enfrentar uma nova realidade de uma população carente de
recursos básicos e cuidados.
b) foi necessário conhecer novas e desconhecidas subjetividades, produzidas por uma realidade social e econômica
injusta.
c) foi necessário uma reflexão sobre a idéia da saúde como um bem fundamental e universal, sobre os valores
bioéticos da justiça e equidade.
d) foi necessário abandonar e denunciar os referenciais teóricos existentes até então como elitistas e comprometidos
com uma política individualista e de exclusão, e começar do zero.
e) foi necessário, no desenvolvimento das pesquisas, reflexão e atenção aos cuidados éticos que devem ser tomados
em pesquisas com seres humanos, para que seus direitos (por exemplo de autonomia e consentimento) sejam
assegurados, de acordo com a resolução do Conselho Nacional de Saúde.
 
https://site.cfp.org.br/publicacao/a-regulacao-dos-servicos-de-saude-mental-no-brasil-insercao-da-psicologia-no-sistema-unico-de-saude-e-na-saude-suplementar/https://site.cfp.org.br/publicacao/referencias-tecnicas-para-atuacao-de-psicologasos-no-caps-centro-de-atencao-psicossocial/
09/05/23, 06:07 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 5/5
Comentários do exercício: o aluno deve refletir sobre a interface da psicologia com o cenário da saúde pública,
compreendendo que apesar da necessidade da construção de novos referenciais teóricos e práticos, o conhecimento
psicológico até aqui construído é parte desse movimento de uma nova postura profissional. Desse modo, a resposta correta
é a D.

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