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w _____________ \~~,;,, ------------- Nacional O GEN J Grupo Editorial Nacional reUne as editoras Guanabara Koogan, Santos, Roca, AC Farmacêutica, Forense, Método, LTC, E P.U e Forense Universitâria, que publicam nas áreas científica, técnica e profissional Essas empresas, respeitadas no mercado editorial, construíram catálogos in igualáveis, com obras que têm sido decisivas na formação acadêmica e no aperfeiçoamento de várias gerações de profissionais e de estudantes de Administração, Direito, Enferma~ gem, Engenharia, Fisioterapia, Medicina, Odontologia, Educação Física e muitas outras ciências, tendo se tornado sinônimo de seriedade e respeito Nossa missão é prover o melhor conteüdo cientifico e distribuí~Io de maneira flexível e conveniente, a preços justos, gerando benefícios e servindo a autores, docentes, livrei- ros, funcionários, colaboradores e acionistas Nosso comportamento ético incondicional c nossa responsabilidade social e ambiental são reforçados pela natureza educacional de nossa atividade, s·~m comprometer o cres- cimento contínuo e a rentabilidade do grupo HEBER CARVALHO MICROECONOMIA FACILITADA TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS *** ~r· @ií1 ED.ITORA METO DO SÃO PAULO ~ Vicente MafCelo COORDENAÇÃO Vicente Paulo Marcelo Alexandrino c A EDITORA MÉTODO se responsabiliza pelos vícios do produto no que concerne à sua edição (impressão e apresentação a fim de possibilitar ao consumidor bem manuseá-lo e lê- -lo) Os vícios relacionados ã atualização da obra. aos conceitos doutrinários, ãs concepções ideológicas e referências indevidas são de responsabilidade do autor e/ou atualizador Todos os direitos reservados Nos termos da Lei que resguarda os direitos autora·ls, é proibida a reprodução total ou parcial de qualquer forma ou por qualquer meio. eletrônico ou mecânico. inclusive através de processos xerográficos. fotocópia e gravação. sem permissão por escrito do autor e do editor Impresso no Brasil - Printed in Brazil o Direitos exclusivos para o Brasil na Jlngua portuguesa Copyrigllt © 2012 by EDITORA MÉTODO LTDA Uma editora integrante do GEN 1 Grupo Editorial Nacional Rua Dona Brígida, 701, Vila Mariana- 04111-081 -São Paulo- SP Tel: (11) 5080-0770 I (21) 3543-0770- Fax: (11) 5080-0714 metodo@grupogen com br I www edilorametodo com br o Capa: Rafael Molotievschi c CIP - Brasil Catalogação-na-fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ. Carvalho. Heber Microeconomia facilitada : teoria e questões comentadas I Heber Carvalho ; coordenação Vicente Paulo Marcelo Alexandrino - Rio de -Janeiro : Forense : São Paulo : METODO. 2012 {Teoria e questões) Inclui bibliografia ISBN 978-85-309--4004-1 1 Microeconomia - Problemas questões. exercícios 2 Serviço público - Brasil - Concursos Titulo !! Série 11-8468 CDD: 338 5 CDU: 330 101 542 AGRADECIMENTOS O que somos hoje é o resultado da soma de experiências que tivemos ao longo de nossas vidas Neste sentido, faltaria espaço no livro para agradecer a todas as pessoas que participaram da nossa formação cultural e afetiva No entanto, creio que as mais importantes devem ser lembradas Em pri- meiro lugar, agradeço a meu pai, Francisco, pelo enorme estímulo que sempre me deu para estudar e, dessa forma, ser "alguém" na vida Agradeço também à minha mãe pelo cat in h o e pelas orações despendidas, Minha madrasta, Maria, uma segunda mãe, também foi importantíssima na minha vida, Agradeço a Luciana, minha esposa, pelo amor e solidariedade durante os vários momentos em que estava escrevendo este livro e outros inúmeros cursos escritos on-line Agradeço aos meus quatro irmãos, Emerson, Geane, Filipe e Matheus, pelo convívio e bons momentos vividos, Em especial ao professor Emerson, pelas sempre valiosas dicas que me ajudaram muito neste breve, porém intenso, período em que venho lecionando Economia para concursos Aos companheiros de turma de formação da AMAN (2000 a 2003), Sem dúvida, um dos períodos mais marcantes de nossas vidas, em que são forjadas verdadeiras amizades Aos diversos amigos da Secretaria de Finanças de São Paulo, que tornam o trabalho ainda mais aprazível Alguns deles são muito especiais e certamente são considerados irmãos, Por fim, agradeço à equipe da editora Método, pelo profissionalismo de- dicado à viabilização desta obra ' Nota da Editora: o Acordo Ortográfico foi aplicado integralmente nesta obra. SUMÁRIO CAPÍTULO I -VISÃO GERAL CAPÍTULO 2- DEMANDA E OFERTA I . I nlrodução 2 Demanda (procura). 3 Fatores que afetam a demanda 3 I. Alterando ademanda 4. Oferta . 5 F atores que afetam a oferta 6 O equilíbrio. 7. Alterando o equilíbrio e a dinâmica de formação dos preços Questões comentadas. Gabarito .. ·" CAPÍTULO 3- ELASTICIDADES. Introdução 2 Elasticidades 2 I Elasticidade-preço da demanda (E,) 2 .. 1 I A elasticidade-preço da demanda e o gráfico da demanda 2 1.2 A elasticidade-preço e a demanda linear 2 I 3 Casos especiais da elasticidade-preço da demanda 17 23 23 23 26 27 33 34 35 37 41 48 49 49 50 50 53 54 57 11 MJCROECONOMIA FACILITADA - Heber Carvalho 2 I 4 Relação entre E,, e a receita total (RT) das firmas 2.2 Elasticidade-renda da demanda (E 1) " 2.3 Elasticidade-preço cruzada da demanda (E) 2 4 Elasticidade-preço da oferta (E ) P" 2.4 I Casos especiais da elasticidade-preço da oferta 2.4.2 A elasticidade-preço da oferta e a oferta linem Questões comentadas ·Gabarito CAPÍTULO 4 - ASPECTOS ALGÉBRICOS DA DEMANDA E DAS ELASTICIDADES Introdução 2 Interpretando a equação da demanda .3 A equação e o gráfico da demanda linear 4. A demanda linear e a elasticidade-preço da demanda 5 Derivadas 58 59 62 65 67 68 70 80 81 81 81 83 85 88 5 I Regra geral de derivação . 89 5 2 A derivada e o valor máximo de uma função 90 5.3 A elasticidade unitária (E , = I) e a receita total máxima 92 '" 54 Calculando a E,, por meio da derivada 93 5.5 A derivada como inclinação da função 94 6 A receita marginal (RMG) 98 7 Elasticidade, receita marginal e receita total 99 8 Demandas de elasticidade constante I O I 9 Calculando a elasticidade-renda e cruzada da demanda I 03 Questões comentadas I 04 Gabarito 114 CAPÍTULO 5- INTERVENÇÃO GOVERNAMENTAL NOS MER- &/ CADOS 115 Introdução 115 2 Os excedentes do consumidor c produtor e o peso ~1orto . 115 2 I Excedente do consumidor 115 2.2 Excedente do produtor . 2.3 O peso morto. SUMÁRIO 23.1 Determinantes do peso morto .. 3 Políticas de interferência nos preços 3 .I Subsídios 3 2 Preços máximos 33 Preços mínimos 3 .4 Quotas de produção . 4. Políticas de comércio internacional 4 I Quotas e tarifas de importação. 4 I I Quota de importação 4. I .2 Taritàs . 4 2 Abertura comercial . Questões comentadas. Gabarito. CAPÍTULO 6- TEORIA DO CONSUMIDOR Introdução 2 Restrição orçamentária 2 .I A reta orçamentária 2 I I Mudando a reta orçamentária. 3 Utilidade e utilidade marginal . 4 Preferências .. 4 I Propriedades das curvas de indiferença (bem-comportadas) 4 2 Preferências "malcomportadas" (casos especiais) 4 2 I O caso dos substitutos e complementos perfeitos 4 2.2 Quando um bem é um mal 4. 2 J Bens neutros 4.2 4 Curvas de indiferença côncavas 5 Funções utilidade (ordinal x cardinal) 5. I Função utilidade para bens substitutos perfeitos 52 Função utilidade para bens complementares perfeitos 5 3 Preferências Cobb-Douglas 111 118 119 122 123 123 125 127 129 1.30 130 131 132 137 140 150 151 151 152 153 157 163 165 169 174 175 176 178 178 179 181 182 183 • MJCROECONOMIA FACILITADA - Heber Carvalho 6 A escolha ótima do consumidor . 18.3 187 190 194 200 200 201 202 6. I Calculando as quantidades ótimas . 6. 2 A escolha do consumidor nos casos especiais das preferências 7 Efeitos renda e substituição 8 Conceitosadicionais 8. I Curva preço-consumo (CPC) 8 2 Curva renda-consumo (CRC) 8 .3 Curva de Engel Questões comentadas Gabarito . l -, ' '"CAPITULO 7- TEORIA DA PRODUÇÃO. 20.3 215 217 Introdução 217 2 Os tàtores de produção . 217 .3. Conceitos básicos 218 4 A função de produção 220 5 Curto prazo x longo prazo. 224 6 Produção no curto prazo 225 6.1 Os três estágios de produção. 23.3 7 Produção no longo prazo . 235 7. I Jsoquantas 235 7 I I Inclinação, convexidade e a taxa marginal de substituição técnica (TMgST) das isoquantas 236 7. I 2 Linhas de isocustos 238 7 .. 2 Ótimo (equilíbrio) da firma no longo prazo 240 7.3 Calculando o ótimo da firma 243 74 Funções de produção e isoquantas nos casos especiais 246 · 7 4 I Proporções fixas (tàtores de produção são complementos perfeitos) 247 74 2 Fatores de produção substitutos perfeitos 248 7.5 Rendimentos de escala 249 8. O grau de homogeneidade das funções de produção 251 9. Elasticidade de substituição. Questões comentadas Gabarito , cY SUMARIO CAPITULO 8- TEORIA DOS CUSTOS .. Introdução. 2 Tipos de custos 2. I Custos econômicos X custos contábeis 2,2 Custos irreversíveis, irrecuperáveis ou afundados (sunkcosts) 2 .3 Custos fixos (CF), variáveis (CV) e custo total (CT) 2 4 Custo médio e custo marginal .3 Curto x longo prazo, 4 Custos no curto prazo 4 I Curvas de custo fixo, variável e total 4 2 Curvas de custo fixo médio, variável médio e marginal 4 3 Relação entre as curvas de custo médio e marginal. . 5 Custos no longo prazo 5. I Formato em "U" da curva de custo médio de longo prazo: econo- mias e deseconomias de escala 5.2 Curva de custo total de longo prazo .. 5 J Curva de custo marginal de longo prazo 6 Economias e deseconomias de escopo 7. Funções de custo Questões comentadas Gabarito ... :-.CAPÍTULO 9- CONCORRÊNCIA PERFEITA Introdução 2 A hipótese da rnaximização de lucros 2. I Condição de rnaxirnização de lucros 3 Concorrência perfeita 3 I Curvas de receita da firma competitiva 254 255 262 263 263 263 263 266 267 267 268 269 269 270 276 278 281 284 284 285 287 288 299 301 301 302 303 305 309 1!1 M!CROECONOM!A FACILITADA- Heber Carvalho 3 2 Curvas ele custo . 3 J Equilíbrio ela firma no curto prazo 3 4 Áreas de lucro lotai, receita total e custo total 3 5 Curva de oferta da firma competitiva no curto prazo. 3.6 Curva de oferta da indústria no curto prazo .. 3 7 Equilibrando a l[mção de oferta da firma individual com a de- manda de mercado 3 8 Equilíbrio da firma no longo prazo 3.9 O caso da curva de oferta negativamente inclinada 3. I O O caso da curva de oferta horizontal Questões comentadas. Gabarito ° CAPÍTULO I O- MONOPÓLIO F. CONCORRÊNCIA IMPERFEITA Introdução 2. Monopólio. 2 .. I As curvas de demanda, receita média e receita marginal da firma monopolista 2 2 A receita marginal e a elasticidade-preço da demanda no mono- pólio 2J Equilíbrio do monopolista. 1 4 Determinação do preço do monopolista e o mark up 2.5 Índice de L em e r 2. 6 A curva de oferta e o equilíbrio de longo prazo da firma monopo- lista 2 7 A discriminação de preços 2 8 A ineficiência do monopólio 3. Concorrência monopolística 4 Oligopólio. 4 I Modelo de Cournot 4 2 Modelo ele Bertrand Questões comentadas Gabarito 310 311 313 314 318 319 321 323 324 324 332 333 33.3 333 336 339 341 .344 345 346 347 349 .351 355 356 360 360 371 ;i} . SUMÁRIO ( ' . . . ·~ CAPITULO 11- EFICIENCIA ECONOMICA .......... . Introdução .. 2 Questões econômicas fimdamentais , 2. I Custo de oportunidade: abrindo mão de algo .. 3 Eficiência econômica. 3 1 Eficiência nas trocas .. 3 I I Diagrama da caix~ de Edgeworth. 3.2 O primeiro teorema econômico do bem-estar: a eficiência econô- mica e os mercados competitivos .. .l 3 O segundo teorema do bem-estar social 3 4 Equidade e eficiência. 3 5 Fronteira de Possibilidades de Utilidades (FPU) 3 6 Eficiência na produção 3. 7 Fronteira (ou curva) de Possibilidades de Produção (FPP) 3.7 I Deslocamento da FPP .. .l.8 Eficiência na substituição 3 9 Noções da lei de Walras Questões comentadas Gabarito CAPÍTULO 12- FALHAS DE MERCADO Introdução 2 Extemalidades 2 I Causas das extemalidades .l Bens publicas 4 Poder de mercado 5 Mercados incompletos 6. Riscos pesados 7 Informações assimétricas 7. I Seleção adversa 7.2 Risco moral • 373 373 373 374 376 376 378 384 388 389 390 393 396 399 401 402 403 410 411 41 I 412 414 417 420 421 422 422 424 425 M!CROECONOMIA FACILITADA - Heber Carvalho 8. Desemprego e inflação Exercícios comentados Gabarito r, CAPÍTULO 1.3- TRIBUTAÇÃO Introdução 2 Princípios teóricos da tributação. 2. I Princípio da neutralidade 2 2 Princípio da equidade 2.2 I Princípio da capacidade contributiva 2 2 2 Princípio do bene!lcio 427 427 433 435 436 436 439 440 440 3 Tipos de impostos 441 3 I Impostos diretos c indiretos 441 3.2 Impostos específicos e ad vaiarem 442 3 3 Impostos proporcionais, progressivos e regressivos. 443 3 3 I Impostos proporcionais 443 3 3 2 Impostos progressivos 443 3.3 J Impostos regressivos 445 4 A tributação do consumo no brasil: impostos cumulativos e não cumulativos 446 4. I Impostos cumulativos (em cascata). 446 4 2 O Imposto sobre o Valor Adicionado (IV A). 447 4.2.I Aspecto político - IVA 450 4 2 2 Aspectos econômicos - IVA 451 423 Aspectos sociais- IVA 45I 4 24 Aspectos administrativos - IVA 451 42 5 Aspectos financeiros- IVA 451 5 Tributação ótima de mercadO! ias 452 6 Alíquota marginal e alíquota média de impostos 456 7 Incidência tributária 458 7 I Repartição do ônus tributário. 458 7 2 Calculando a repartição do ônus tributário 46 I SUMÁRIO 7.3 Deslocamento de curvas de oferta e demanda e alteração de suas inclinações depois da incidência tributária. 7 J I Imposto específico cobrado do produtor.. 7.3 .2 Imposto ad vaiarem cobrado do produtor 7 3 3 Imposto específico cobrado do consumidor.. . 7.34 Imposto ad vaiarem cobrado do consumidor 7J5 Faz diferença cobrar o imposto dos consumidores ou dos produtores? 8 A curva de LaiTer. Questões comentadas Gabarito BIBLIOGRAFIA 1111 466 466 467 468 469 470 472 473 483 485 Capítulo 1 VISÃO GERAL Olá, caros(as) amigos(as), É. com grande satisfação que apresento este livro de Microeconomia, com teoria e questões comentadas. Neste capítulo inicial, apenas farei algumas considerações sobre a matéria da obra, sobre os concursos em que ela se insere e sobre o caminho a ser tomado no estudo da disciplina. A ciência econômica possui algumas subdivisões. As principais delas são a Macroeconomia e a Microeconomia A Macroeconomia é o ramo da Economia que estuda a evolução dos mer- cados de uma forma mais global, mais abrangente, analisando a determinação e o comportamento dos grandes agregados macroeconômicos (renda nacional de um país ou Estado, o PIB, investimento, poupança, consumo agregado, inflação, emprego e desemprego, quantidade de moeda, taxa de juros, cotação do câmbio, etc ) A Microeconomia estuda as unidades de produção (empresas) e as uni- dades de consumo (famílias), individualmente ou em grupos. Por exemplo, buscar entender a relação da indústria automobilística com seus fornecedores ou com as concessionárias de veículos é um problema típico de seu estudo; ou tentar compreender como as grandes empresas decidem quanto vão cobrar por seus produtos são temas microeconômicos Enfim, a Microeconomia estuda a interação entre firmas e consumidores e a maneira pela qual a produção e o preço são determinados em mercados específicos Ao focar o estudo de grandes agregados, a Macroeconomia não analisa em profundidade o comportamentodas unidades econômicas individuais, tais corno famílias, empresas, fixação de preços em mercados individuais etc. Essas são preocupações da Microeconomia A Macroeconomia, por outro lado, trata dos mercados de forma global, agregada Apesar do aparente contraste, não há um conflito básico entre a Micro e a Macroeconomia, dado que o mercado global é a soma de seus mercados individuais A diferença entre as "subciên- cias" está basicamente na questão do enfoque .. Ao estudar a determinação dos MICRO ECONOMIA FACILITADA - Heber Carvo/ilo preços em um tipo de mercado (Monopólio, por exemplo), estamos estudando Microeconomia. Ao estudar o nível geral de preços em toda a economia, es- tamos estudando Macroeconomia. As livrarias de todo o país possuem muitas obras sobre a Micro e a Macroeconomia No entanto, todas essas obras (ou quase todas) têm a visão acadêmica de seus respectivos autores, o que certas vezes vai de encontro à objetividade exigida pelo candidato em seu estudo para concurso público Adicionalmente, praticamente nenhuma delas traz questões comentadas e con- textualizadas com a teoria e que, ao mesmo tempo, sejam semelhantes às que são cobradas nos diversos concursos públicos Pelo exposto, percebe-se que o mercado editorial é bastante carente de obras de Economia especificamente voltadas para concursos É possível contar nos dedos de uma mão os livros teóricos de Economia com o objetivo específico de preparar estudantes não economistas para certames públicos de nível superior. Na realidade, estas poucas obras existentes são ainda voltadas para o estudo da Macroeconomia, de tal forma que quando há algum concurso importante e em cujo conteúdo programático há a disciplina Microeconomia, isto acaba se tornando um grande problema para os estudantes Assim, o nosso livro tem a missão precípua de suprir a falta de obras de Mícroeconomia que sejam especificamente voltadas para concursos públicos. Uma característica marcante da Microeconomia é a sua estreita relação com a parte matemática e com os gráficos .. Isto é algo de que não se pode fugir e, de fato, termina assustando muitos estudantes. Em razão disso, procurei utilizar uma linguagem bastante acessível, tanto ao estudante inclinado para as ciências exatas, quanto ao estudante proveniente das ciências humanas, e que geralmente "detesta" matérias como Economia, Estatística, Matemática e qualquer outra que traga cálculos, números, gráficos ou fórmulas. Nosso livro foi escrito pensando nesse tipo de estudante a que nos refe- rimos por último, até porque este autor que vos escreve não é economista e também é proveniente de um curso de graduação de ciências humanas. Então, conheço bem as dificuldades inerentes ao estudo de uma disciplina a que não estamos acostumados e que apresenta dificuldades um pouco acima daquelas observadas em outras disciplinas. É notável como os últimos concursos da área fiscal e de gestão vêm cobrando temas relacionados à Microeconomia em seus editais. Apenas como exemplo, cito os seguintes concursos, realizados nos últimos dois anos, começando pela área fiscal: Auditor Fiscal de Tributos Estaduais (AFTE) da SEFAZ/RJ, AFTE da SEFAZ/DF, AFTE da SEFAZ/SC, AFTE da SEFAZ/RO, AFTE da SEFAZ/AP, Fiscal de Rendas do Município do Rio de Janeiro (Fiscal do ISS/Rl) A estes somam-se ainda vários concursos do ciclo de gestão: Analista de Planeja- mento e Orçamento do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (APO/MPOG), Gestor (EPPGG) do MPOG, Analista de Planejamento da Cap. 1 VISÃO GERAl SEFAZ/SP, Especialista em Políticas Públicas da SEP/SP, Analista de Planejamento e Orçamento do Estado do Rio de Janeiro, Analista de Tribunais de Contas diversos. Há, ainda, os excelentes concursos para Analista do Banco Central (BACEN), para o Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) e para a Diplomacia (Instituto Rio Branco). Até mesmo o concurso de Agente da Polícia Federal vem exigindo a disciplina. Como é uma matéria tida como dificil pelos candidatos, torna-se aconse- lhável o seu estudo com antecedência, de modo paulatino. Se isto for realizado com disciplina, e foco, acredite, nenhum estudante terá problemas com a Mi- croeconomia. E para isto que se presta o presente livro: torná-lo um exímio acertador de questões. Além de aprender a teoria, é essencial desenvolver o raciocínio e a malícia necessários para um bom rendimento nas provas, es- pecialmente as de alto nível Por tal motivo, todas as questões trazidas em nosso livro estão comentadas. Busquei comentar questões recentes e de várias bancas diferentes. Isso o ajudará a adquirir a técnica para resolver as questões de concursos, além, é claro, de prover o feedback instantâneo em relação ao seu aprendizado Contando com essa Visão Geral, nosso estudo será desenvolvido em 13 capítulos. Começaremos com uma visão geral dos mercados, em que aprende- remos os temas referentes à demanda, oferta, elasticidades e as suas aplicações. Isso nos tomará os capítulos Il a V Depois, veremos a teoria do consumidor no capítulo VI Após analisarmos o ponto de vista do consumidor, entraremos a flmdo no ponto de vista da firma, no qual estudaremos a teoria da produ- ção e dos custos, nos capítulos VIl e Vlll, respectivamente Os capítulos IX e X servirão par a o estudo das estruturas de mercado (concorrência perfeita, monopólio, concorrência monopolística e oligopólio) .. Neste estudo, utilizare- mos os conhecimentos aprendidos nos capítulos VIl e Vlll. No capítulo XI, veremos a questão da eficiência econômica. Finalmente, nos capítulos Xll e Xlll estudaremos temas que também podem ser enquadrados como Finanças Públicas ou Microeconomia do Setor Público; são as falhas de mercado e a tributação Neste livro, provavelmente há mais material do que os editais nonnalmente pedem sobre Microeconomia. Se você pegar o edital de seu concurso e tentar iniciar seus estudos pelo meio do livro, ou ignorar algum capítulo inicial, poderá haver alguma dificuldade, dependendo da etapa que você tenha pulado em seu estudo Assim, procurei, sempre que possível, colocar as referências ao que foi aprendido em capítulos anteriores e que está sendo utilizado como ponto de partida na explanação de algum tema Desta forma, se você não entender alguma passagem, saberá onde deve buscar as informações que são pré-requisitos para dirimir a sua dúvida inicial. De qualquer forma, saiba, desde já, que o ideal é a leitura contínua do livro, do início até o final Apresento, abaixo, as relações de dependência entre os capítulos: I T Capítulo VI Teoria do 1--Consumidor ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ~---------· MICROECONOM!A FACILITADA - Heber Carvalho Capítulo I Visão Geral Capítulo 11 Demanda e Oferta Capítulo 111 Elasticidades Capítulo IV Aspectos Algébricos da Demanda e das Elasticidades Capítulo VIl Teoria da Produção Capítulo VIII Teoria dos Custos Capítulo IX Concorrência Perfeita Capítulo X Monopólio e Concorrência Imperfeita + Capítulo V Intervenção Governamental nos Mercados t Capítulo XIII Tributação Capítulo XII \-----~ Falhas de Mercado ' ' ~ ' ' ' ; ' ' Capítulo XI ' ' Eficiência Econômica ' ' ' ' J ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' -~-------~--- ___ T __________ , Nós temos três níveis de dependência .. A sela sobre a linha mais espessa significa uma forte dependência entre os capítulos relacionados Ou seja, você não deve tentar ler algum capítulo sem, antes, ler o capítulo conectado a ele com a linha mais espessa Por exemplo. não se deve ler o capítulo !11 antes Cap. 1 -VISÃO GERAL do li; ou ler o capítulo XI sem, antes, ter lido os capítulos VI, VII e IX. Ao mesmo tempo, não se deve ler o capítulo IX sem, antes, ler o capítulo Vlll. A linha mais fina indica uma relação de dependência, mas tal dependência não é tão forte quanto no caso da linha mais espessa. Assim, é apenas reco- mendável e isto tomará a sua leiturabem mais fácil se você ler, por exemplo, o capítulo IV antes dos capítulos VI e VIL Há algumas passagens destes últimos que exigirão conhecimentos que fmam ensinados no capítulo IV A sela sobre a linha pontilhada indica uma fraca relação de dependência. Assim, ainda é possível estudar, por exemplo, o capítulo XII sem que sejam lidos os capítulos IX e XI, mas ainda é algo que eu não recomendo. Por fim, espero que o livro possa ser útil e, principalmente, que você adquira um alto rendimento na resolução de questões de Microeconomia Se houver alguma dificuldade na leitura dos textos (especialmente a partir do capítulo IV), saiba que isso é perfeitamente nmmal! Somente a leitura repetida dos tópicos e a resolução dos exercícios, por mais de uma vez, farão com que você se sinta confortável com a matéria. Desejo a todos sucesso e bons estudos! "No início, tudo parecerá difícil, mas, no inicio, tudo é difícil." Sun Tzu - A arte da guerra Capítulo 2 DEMANDA E OFERTA 1. INTRODUÇÃO Passada a visão geral sobre o livro e sobre a disciplina Economia no ca- pitulo I, podemos começar a estudar o funcionamento dos mercados em um contexto microeconômico, que é o foco deste livro, Neste capítulo, aprenderemos a dinâmica com que a demanda (ou procura) e a oferta de um bem determi- nam o seu preço e as quantidades que são consumidas pelos consumidores e vendidas pelos produtores, Dentro da Mieroeeonomia, "demanda e oferta" é um dos estudos mais tranquilos e encontra tàrtos exemplos em nosso cotidiano, o que sem duvida facilita o nosso trabalho de expor a matéria. Qualquer um pode dominar a análise de oferta e demanda, A habilidade flmdamental para se sair bem neste capítulo é a de conseguir vincular causa e efeito aos gráficos de oferta e demanda É, necessário que você saiba entender quais as possíveis causas que afetam a demanda e a oferta, assim como as consequências trazidas em cada caso, Desde já, alerto que este capítulo não é daqueles em que a memorização seja o fator mais importante, O interessante é que você desenvolva a capacidade de raciocinar acerca das relações de causa e efeito para os acontecimentos que alteram a demanda e a oferta, Com algumas leituras e a resolução dos exer- cícios, temos plena convicção de que você terá pleno êxito no entendimento do capítulo,, Para isso, comecemos! 2. DEMANDA (PROCURA) A demanda ou procura de um bem é simplesmente a quantidade deste bem que os consumidores/compradores desejam adquirir a determinado preço, em determinado período de tempo Dentro dessa ideia, surge o conceito fundamental de curva de demanda de um bem, Ela informa, graficamente, a quantidade que os consumidores desejam M!CROECONOMIA FACILITADA - Heber Carvalho comprar à medida que muda o preço unitário. A primeira pergunta que vem à cabeça é a seguinte: como seria esta curva? Para descobrir o ·~jeito" ou formato da curva, devemos saber qual a re- lação que existe entre as variáveis que constam no gráfico em que ela está. No gráfico da curva de demanda, temos a quantidade de bem demandados no eixo .K (eixo horizontal ou eixo das abscissas), e temos o preço do bem no eixo Y (eixo vertical ou eixo das ordenadas), conforme vemos na figura I Então, temos que descobrir qual a relação existente entre o preço do bem e a quantidade demandada .. Imaginemos um bem qualquer Vamos adotar, como exemplo, o bem Cer- veja .. O que aconteceria com a quantidade demandada de cervejas caso seu preço estivesse bastante baixo'' O que aconteceria com a quantidade demandada de cervejas caso seu preço estivesse alto? As respostas são bastante óbvias: teríamos alta e baixa quantidade demandada, respectivamente. A conclusão a que chegamos é a seguinte: a quantidade demandada ou procurada de um bem varia invenamente em relação ao seu preço __ Em outras palavras, quanto mais caro está o bem, menos ele é demandado .. Quanto mais barato está o bem, mais ele é demandado Esta é a milenar lei da demanda, e qualquer um de nós quando vai ao mercado fazer compras aplica essa lei, ainda que inconscientemente Pois bem, voltando à curva de demanda, como ela seria? Quando as duas variáveis do gráfico atuam em sentido inverso, isto é, urna aumenta e a outra diminui e/ou vice-versa, como é o caso dos preços e quantidades demandadas, a curva do gráfico terá inclinação para baixo. Pegue como exemplo a seguinte função de demanda (Q., =quantidade demandada e P =preço) de cervejas e seu respectivo gráfico: Q., = 14- 2P (esta equaçcio 1 é apenas um exemplo) Preço 6 Figura 1 l 2 ~--www+T----------- 0 ' 2 lO Curva de demanda: Q0 =14-2P Quantidade de'produtos Veremos mais a fundo as equações da demanda no capitulo !V Cap. 2 - DEMANDA E OFERTA Veja que no ponto A o preço é 6 e a quantidade demandada é 2 cervejas (Q0 = 14 - .2P ~ Q, = 14 - 2.6 = 14 - 12 = 2). À medida que reduzimos o preço de 6 para 2, a quantidade demandada aumentou de 2 para I O (Q, = 14- 2P ~ Q, = 14- 2 2 = 14-4 = lO). Ou seja, enquanto o preço cai, a quantidade demandada sobe. Temos uma relação inversa e quando isso acon- tece, a curva tem sua inclinação para baixo Existem várias outras maneiras de expressar que a curva tem sua incli- nação para baixo e que existe uma relação inversa entre a variável do eixo Y e a variável do eixo X Você tem que estar familiarizado com todas estas nomenclaturas. Assim, podemos dizer que a curva de demanda tem inclinação para baixo, decrescente, descendente ou negativa. Do ponto de vista algébrico, sabemos que a curva de demanda será de- crescente pelo sinal negativo do número/coeficiente que multiplica alguma das variáveis Assim, na equação da demanda apresentada, Q 0 = 14 - 2P, o sinal negativo que multiplica a variável P (Preço) garante a relação inversa entre Q" e P, indicando que quando uma variável aumenta, a outra diminui e vice-versa, orientando, assim, a inclinação decrescente da curva de demanda. Você pode estar se perguntando se esta regra ou lei (preço aumenta ~ demanda cai) é válida indistintamente para todos os bens da economia, Será que existe algum tipo de bem cujos consumidores decidam aumentar a deman- da a partir de um aumento de preço? Ou reduzir a demanda depois de uma redução de preço? A resposta é sim! -+ Exceçtio à lei da demanda: existe um tipo de bem que não obedece à lei da demanda: é o bem de Giffen Ele é a única exceção para a lei da demanda, Para e.r;;le bem, aumentos de preço geram aumentos de qucm- tidade demandada e reduçães de preço geram reduçiio de quantidade demandada. Então veja que as variáveis preço e quantidade demandada caminham no mesmo sentido, indicando que a curva de demanda do bem de Giffen terá inclinação positiva, direta, ascendente ou crescente O paradoxo de Giffen é uma situação muito difícil de ser verificada na prática. Como exemplo desse tipo de bem, temos os bens de baixo valor, mas que possuem elevada importância no consumo do indivíduo Por exemplo, suponha uma situação em que temos uma família pobre diante da ocorrência de um aumento no preço do pão. Como a renda da família é bastante baixa, o aumento do preço do pão fará com que sobre menos renda para o consumo de outros bens, de forma que a família optará por aumentar o consumo de pães Neste caso singular, ocone o paradoxo de Giffen e o pão será um bem de Gitlen, pois o aumento de preços provocou aumento das quantidades demandadas. Então vimos neste tópico que a quantidade demandada de um bem de- pende de seu preço e que essa relação é inversa, ocasionando uma curva de MJCROECONOMIA FACILITADA- Heber Carvalho demanda negativamente inclinada, decrescente, descendente ou com inclinação para baixo. Vimos também que o raciocínio deve ser inverso se o bem for de Gitfen' 3. FATORES QUE AFETAM A DEMANDA A demanda de um bem depende de uma série de outros fatores que vão além simplesmente do preço deste bem: -+ Preço: já visto no item de introdução à Demanda -+ Renda do consumidor:na maioria das vezes, o aumento de renda pro- voca o aumento da demanda. -+ Preços de outros bens: se o consumidor deseja adquirir arroz, ele também verificará o preço do feijão, já que o consumo desses bens é associado O mesmo ocorre com o preço do DVD e do aparelho de DVD. Quando o consumo de um bem é associado ao consumo de outro bem, dizemos que esses bens são complementares De forma oposta, quando o consumo de um bem substitui ou exclui o co!1sumo de outro bem, dizemos que são bens substitlllos ou sucedâneos. E o que acontece, neste ultimo caso, com a manteiga e a margarina, refrigerante e suco, carne bovina e carne de fiango etc -+ Outros fatores: aqui entram os gostos, hábitos e expectativas dos con- sumidores que podem variar devido a inúmeros fatores. Exemplos: a demanda de protetores solares aumenta no verão, a demanda de carvão para churrasco é maior no Sul do Brasil, a demanda por camisas da se- leção brasileira aumenta em época de Copa do Mundo, a não realização de concursos públicos diminui a demanda de cursos etc Assim, podemos listar como outros fatores: I) Expectativas dos consumidores: quanto à renda /ittura (se eles esperam que sua renda vá aumentar, a demanda tende a aumentar) Quanto ao conrpmtanremo jittum dos preço,· (se eles esperam que os preços vão aumentar, a demanda tende a aumentar, para evitar comprar produtos mais caros no futuro). Quanto à disponibilidadejii/llla de bem (se o consumidor acredita que determinada mercadoria poderá faltar futuramente no mercado, ele poderá aumentar a demanda por esse bem, precavendo-se de sua falta no futuro), 2) Mudança no número de consumidores no mercado: o aumen- to de consumidores aumenta a demanda pelo consumo de bens Falaremos mais sobre o bem de Giffen no estudo da teoria do Consumidor Por enquanto, tenha apenas em mente que ele é a unica exceção à lei da demanda Cap. 2 - DEMANDA E OFERTA Exemplo: os comerciantes de Campos do Jordão (SP) ou Gramado (RS) compreendem perfeitamente que, durante as férias escolares de inverno, no meio do ano, há substancial aumento da demanda por praticamente todos os serviços locais Isso ocorre devido ao aumento no número de consumidores Com o término das férias, as famílias retomam às suas origens e a demanda pelos serviços se reduz. 3) Mudanças demográficas: a demanda por muitos produtos está, por exemplo, estreitamente ligada à composição etária da população, bem como à sua distribuiç.ão pelo país. Exemplo: lugares onde a população é composta em sua maioria por jovens apresentarão maior demanda por produtos associados a esse público (calças jeam, restaurantes fástfàod, danceterias etc.) 4) Mudanças climáticas: a demanda por pmdutos estritamente ligados à estação mais quente (óculos de sol, sungas de banho etc ) é maior no verão e menor no inverno, A demanda de um bem, portanto, depende não só dos vários fat01es lis- tados acima, mas, sobretudo, da ação conjunta deles Para que os economis- tas consigam analisar a influência de uma variável na demanda, utiliza-se a suposição de que todas as outras variáveis permanecem constantes. No jargão econômico é utilizada a hipótese do coeteris parifnt.s, que quer dizer: todo o restante permanecendo constante Por exemplo, ao afirmarmos que o aumento da renda, coete1 is paribus, aumenta a demanda de um bem, estamos afirmando que devemos conside- rar isoladamente o aumento de renda na demanda, Esta observação é muito importante para questões de concursos públicos Assim, quando uma questão solicitar as implicações sobre a demanda oriundas de algum acontecimento, deve-se raciocinar exclusivamente sobre aquele acontecimento em especiaL Alerto ainda que a hipótese do coeteris paribus deve ser sempre adotada quando formos resolver as questões de concurso, ainda que a banca examinadora não mencione expressamente a hipótese no enunciado da questão_ 3. L Alterando a demanda Vamos analisar agora como os fatores do item anterior afetam a curva de demanda: a) PREÇOS: quando os preços dos produtos sobem. a quantidade deman- dada cai, e vice-versa. A principal conclusão a que chegamos é de que a mudança de preços ocasiona deslocamentos NA curva de demanda. AO LONGO DA CURVA MJCROECONOMIA FACILITADA - Heber Carvalho Preços P, Figura 2 t Deslocamento sobre a curva de demanda P, D '---~----'----• Quantidades 0,+- O, Na figura 2, acima, vimos que o aumento de preços (de P, para P,) provocou uma redução na quantidade demandada (de Q, para Q,) Par'a que rsso ocorresse, a curva de demanda não precrsou sair do lugar, pois nos deslocamos na curva, sobre a curva ou, ainda, ao longo da curva de demanda b) RENDA DO CONSUMIDOR: para os bens ditos normais, aumentos de renda dos consumidores, coeteJis paribus, provocam aumento da demanda (veja que estamos falando em aumento da demanda e NÃO aumento da quantidade demandada') Veja, graficamente, o que acontece com a curva de demanda de um bem normal após aumento de renda dos consumidores: Fig .. 3 Bem normal: apõs o p / aumento de renda, Dj ~ -~---(--------~~-~~~~~:~_a:~-~~------ -":'(---: --(---~ : : : 02 I D I D: o, O, o, Após o aumento de renda, TODA a curva de demanda se desloca para a direita, indicando maiores quantidades demandadas ao mesmo nível de preços. Caso tenhamos um bem inferior, que, por definição, é o Normalmente, por questões didáticas, fazemos uma diferenciação entre os significados de "demanda" e "quantidade demandada·: Quando nos deslocamos ao longo da curva de demanda, dizemos que houve alteração da "quantidade demandada". Por outro lado, guando deslocamos toda a curva de demanda, dizemos que há alteração da "demanda'~ E mera questão semântica, mas que geralmente é adotada fios manuais acadêmicos da matéria. Fig. 4 Cap. 2 - DEMANDA E OFERTA bem cuja demanda diminui quando o nível de renda do consumidor aumenta, o raciocínio é diferente Neste caso, aumentos de renda farão com que a curva de demanda se desloque para a esquerda, indicando menor demanda Como exemplo, temos a carne de segunda. Após um aumento de renda, o consumidor tende a diminuir o consumo da carne de segunda c a aumentar o consumo de carne de primeira (melhor qualidade). Veja, graficamente, o efeito de um aumento de renda para um bem inferior4: Bem inferior: após o àumento de renda, D1 ~ se desloca para D2 p ----------~--------------------- : o, Q, O, o, Conclusao: então, vimos que o aumento de renda provocará aumento da demanda, se o bem for normal; e redução da demanda, se o bem for inferior. Se uma questão de concurso informar apenas que há aumento de renda, sem mencionar se o bem é normal ou inferior, considere-o normal, que é a regra geral adotada, c) PREÇOS DE OUTROS BENS: I) Bens substitutos: os preços de outros bens relacionados podem in- fluenciar a demanda de um bem X Quando o consumo de um bem relacionado exclui o consumo de outro bem, dizemos que estes bens são substitutos. É o que acontece, por exemplo, com as carnes bovina e suína. O que acontecerá com a demanda de carne suína se o preço da carne bovina se elevar? A lei da demanda diz que a quantidade demandada de carne bovina irá diminuir. Como as carnes bovina e Aqui, nós exemplificamos a carne de segunda como sendo um bem inferior. Mas, na verdade, a definição de bem inferior depende do consumidor de que estamos tratando No caso de você que está lendo este livro, acredito que tenha ficado bastante claro que a carne de primeira seria um bem normal e a carne de segunda seria um inferior. No entanto, pense em uma pessoa extremamente pobre que só tem dinheiro para comer ovo frito, todo dia Para ela, aumentos de renda podem fazer com que ela reduza o consumo de ovo frito e aumente o consumo de carne de segunda Assim, para este consumidor mais pobre, em decorrência de seu nivel de renda e de sua estrutura de preferências, o ovo frito é que será o bem inferior, e a carne de segunda será o bem normaL Assim, a definiçãode bem inferior depende da renda do consumidor e da sua estrutura de preferências Veremos mais sobre isso no estudo da Teoria do Consumidor, no capítulo VI Fig. 5 Fig .. 6 MJCROECONOMJA FACILITADA - Heber Carvalho suína são substitutas, os consumidores irão substituir o consumo de carne bovina por carne suína, por conseguinte, a demanda por carne suína aumentará em virtude do aumento de preços da carne bovina. Veja, graficamente, o resultado sobre a curva de demanda de carne suína após o aumento do preço de um bem substituto: O, O, Caso haja diminuição do preço de um bem substituto, ocorrerá jus- tamente o raciocínio inverso. T amemos novamente o exemplo das carnes bovina e suína. O que acontecerá com a demanda de carne suína se o preço da carne bovina for reduzido? A lei da demanda nos diz que a quantidade demandada de carne bovina aumentará. Como os bens são substitutos, a maior demanda de carne bovina implicará obrigatoriamente uma menor demanda de carne suína Observe, gra- ficamente, o resultado provocado sobre a curva de demanda de carne suína após a diminuição de preços da carne bovina: p Após redução de preço de um bem /'1 substituto, D1 se ~ desloca para D2 -----~ : o, o, O, o, Então, lemos as seguintes conclusões considerando os bens X e Y sendo substitutos: P1, aumenta -7 Q0v diminui -7 Q0 x aumenta ao mesmo nivel de preços -7 curva de demanda de X se desloca para a direita Pvdiminui -7 Q0v aumenta -7 Q0 x diminui ao mesmo nível de preços -7 curva de demanda de X se desloca parâ a esqUerda Fig .. 7 Fig .. 8 Cap. 2 - DEMANDA E OFERTA 2) Bens complementares: quando o consumo de um bem é associad9 ao consumo de outro bem, dizemos que estes são complementares. E o que ocorre com o arroz e o feijão, terno e gravata, pão e manteiga etc. O que acontecerá com a demanda de feijão se o preço do arroz diminuir? A lei da demanda nos diz que, com a diminuição do preço do arroz, a quantidade demandada de arroz deve aumentar .. Como o consumo dos bens é complementar, o maior consumo de arroz deve aumentar a demanda de feijão, já que as pessoas geralmente comem arroz com feijão. Veja, graficamente, o efeito sobre a curva de de- manda de um bem após a diminuição de preço de outro bem que seja complementar àquelé: Após a redução de / complementar preço de um bem A '~------~--! "- ' D, o, O, O, Caso ocorra um aumento de preço de um bem complementar, o raciocínio é justamente o inverso O que acontecerá com o con- sumo de feijão se o preço do anoz aumentar? A lei da demanda nos diz que a quantidade demandada de arroz deve diminuir. Esta diminuição do consumo de arroz vai provocar a diminuição do consumo de feijão, tendo em vista os bens serem complementares. Veja, graficamente, o efeito sobre a curva de demanda de um bem após o aumento do preço de um bem que seja complementar àquele: Após o aumento do preço de um bem / que seja complementar p ----- ---------------------- ' ' ' o, 0, O, O, Para concluir, temos as seguintes relações para os bens X e Y, com- plementares: • MICROECONOMIA FACILITADA - Heber Carvalho P v aumenta -7 Q0v diminui -7 Q0x também diminui ao mesmo nível de preços ~ curva de demanda de X se desloca para a esquerda P v diminui 7 Q0v aumenta -7 Q0x também aumenta ao mesmo nível de preços ~ curva de demanda de X se desloca para a direita. d) OUTROS FATORES: aqui, conforme já comentado, podemos ter infinitas variáveis que influenciam a curva de demanda de um bem. Entre elas, podemos destacar o clima (demanda de óculos de sol au- menta no verão e diminui no inverno), a época (no Natal, a demanda da grande maioria dos bens aumenta), a publicidade e propaganda (ter uma grande modelo como garota-propaganda pode impulsionar a demanda de determinada marca de roupas), o tamanho do mercado (se há um aumento do número de consumidores devido a um movi- mento migratório, por exemplo, a demanda pela maioria dos bens será maior) etc. Aqui neste item, a exemplo do que aconteceu nos itens "b" e "c", estamos falando do deslocamento da curva de demanda como um todo, de forma que ela se desloca para a direita ou para a esquerda Apenas para exemplificar, imagine a curva de demanda do bem cerveja. O que aconteceria com essa curva de demanda caso fosse anunciada uma descoberta científica de que a cerveja previne câncer, ataques do coração e impotência? (Seria incrível, não?!) A demanda pm cerveja aumentaria e TODA a curva de demanda de cerveja se deslocaria para a direita, no sentido de aumento do con- sumo: Fig. 9 Após o anúncio da descoberta """ '~> -'r<>' o, O, O, Importante: mudanças no preço de um bem X provocam deslocamentos NA, AO lONGO, SOBRE a curva de demanda (a curva fica no mesmo lugar), enquanto qualquer mudança em quaisquer outros fatores que não seja o preço do bem provoca deslocamento DA curva de demanda (a curva inteira sai do lugar). Cap. 2 - DEMANDA E OFERTA 4. OFERTA A oferta de um bem é simplesmente a quantidade deste bem que os produtores/vendedores desejam vender a determinado preço, em determinado período de tempo Dentro dessa ideia, surge o conceito fundamental de curva de o.ferta de um bem Ela informa, graficamente, a quantidade que os vendedores desejam vender à medida que muda o preço unitário Nós vimos, no estudo da curva de demanda, que quanto maior for o preço, menores serão as quantidades démandadas pelos consumidores. No entanto, do ponto de vista da oferta, devemos mudar a forma de raciocínio, isso porque quem dita a oferta são os produtores e não mais os consumidores. Do ponto de vista dos produtores, quanto maior fm o preço de um bem melhm será. Maiores preços indicam maiores lucros e maiores serão os in- centivos para aumentar a produção Dessa forma, há uma relação diretamente proporcional entre os preços e as quantidades ofertadas. Assim, o gráfico da curva de oferta terá inclinação para cima, ascendente, crescente ou positiva Imagine a seguinte função de oferta (Q 0 = quantidade ofertada e P = preço) e seu respectivo gráfico: Q0 = I + 2P (esta equação é um mero exemplo) Preços 6 Fig. 10 1 2 5 13 Curva de oferta: 0 0 = 1 + 2P Quantidade de produtos Veja que no ponto A o preço é 2 e a quantidade ofertada é 5 (Q0 = I + 2P ~ Q 0 = I + 2.2 = 5) À medida que aumentamos o preço de 2 para 6, a quantidade ofertada aumentou de 5 para 13 (Q0 = I + 2P ~ Q0 = I + 2.6 = 13). Ou seja, enquanto o preço sobe, a quantidade ofertada sobe .. Temos uma relação direta e, quando isso acontece, a curva tem sua inclinação para cima, crescente ou ascendente M!CROECONOM!A FACILITADA- Heber Carvalho Do ponto de vista algébrico, sabemos que a curva de oferta será ascendente pelo sinal positivo do número/coeficiente que multiplica as duas variáveis Assim, na equação de oferta apresentada, Q0 = I + 2P, o sinal positivo que acompanha as variáveis Q 0 e P garante a relação direta entre Q e P, indican- do que, quando uma variável aumenta, a outra também aument~ e vice-versa, orientando, assim, a inclinação crescente da curva de oferta 5. FATORES QUE AFETAM A OFERTA Similarmente à demanda, a oferta é influenciada por vários fatores além do preço: -+ Preço do bem: já visto -+ Custos de produção: quanto maiores os custos de produção, menor o estímulo pma ofertar o bem ao mesmo nível de preços Quanto menores os custos de produção, maior será o estímulo para ofertar o bem Como exemplo de custos de produção, podemos apresentar os tributos, salários dos empregados, taxas de juros, preço das matérias- primas etc -+ Tecnologia: o aumento de tecnologia estimula o aumento da oferta, tendo em vista que o desenvolvimento da tecnologia, geralmente, im- plica reduções do custo de produção e aumento da produtividade -+ Preços de outros bens: se os preços de outros bens (que usam o mesmo método de produção) subirem enquanto o preço do bem X não se altera, obviamente, os produtores procurarão ofertaraquele bem que possui o maior preço e lhe trará maiores lucros. -+ Outros fatores: aqui, a exemplo da demanda, temos uma infinidade de fatores que podem alterar a oferta. Apenas para citar um exemplo, uma superoferta de qualquer produto agrícola pode ter sido causada por uma excelente safra, devido a boas condições climáticas no campo. Outro exemplo: a e.\pectativa de aumento da demanda por um bem também leva os produtores a aumentar a oferta desse bem, visando maiores lucros (um produtor, meses antes do Natal, já começa a produzir mais mercadorias, em razão da expectativa de aumento da demanda durante o mês de dezembro) Da mesma maneira que ocmre na Cinva de demanda, alterações de preços provocam deslocamentos ao longo da curva de oferta (ela continua no mesmo lugar) Altemções nos custos de produçao, tecnologia, preço1 de outros ben'i e outros fàtore\· p!ovocam der.;locamenlo~· de toda a curva de (4b ta Cap. 2 - DEMANDA E OFERTA O método de raciocínio é idêntico ao da curva de demanda Quando ti- vermos alguma alteração no sentido de aumentar a oferta, ela como um todo será deslocada para a direita, com exceção de alteração nos preços em que o deslocamento será ao longo da curva Exemplo: vejamos, na figura li, o que acontece com a curva de oferta caso o governo decida fazer um corte de tributos sobre a produção: Fig .. 11 ../"" Após o corte 01 _/ de tributos p ---- / _____ ~ --------------------- /: ' o, -~--: -~~:-: ' ' ' : ' o, o, O, Observe que fatores que aumentam a oferta provocam deslocamentos para a direita, assim como ocorre na curva de demanda. A diferença básica é que, na curva de oferta, além de ser deslocada para a direita, a curva também é deslocada para baixo Isso acontece porque a curva de oferta tem inclinação para cima ou ascendente. já a curva de demanda tem inclinação para baixo ou descendente. Memorize apenas que aumentos de oferta ou de demanda fazem com que as curvas se desloquem para a direita, caminhando, no eixo das abscissas do gráfico, para maiores quantidades demandadas ou ofertadas Se a curva irá para cima ou pa1a baixo, dependerá da inclinação da cur- va Como a curva de demanda é descendente, seu deslocamento será para a direita e para cima" Como a curva de oferta é ascendente, seu deslocamento será para a direita e para baixo. Caso haja reduções de oferta ou demanda, o raciocínio é inverso, 6. O EQUILíBRIO Agora que estudamos a demanda e ofer,ta de bens, podemos definir o preço e a quantidade de equilíbrio de mercado E importante destacar que qualquer resultado do me~cado de bens. seja no preço ou na quantidade de equilíbrio, é fruto da interação entre as forças de demanda e oferta Parafraseando o economista Alfied Marshall. um dos pioneiros no estudo da demanda e ofer- ta: "é necessário tanto a demanda como a oferta para determinar resultados econômicos, da mesma forma como são necessárias as duas lâminas de uma tesoura para cortar um tecido .. MJCROECONOMJA FACILITADA - Heber Carvalho Pois bem, dadas duas curvas, uma de demanda e outra de oferta, o preço e a quantidade de equilíbrio estarão exatamente no ponto em que a demanda iguala a oferta: Preços Fig. 12 P, Cwva de oferta Curva de demanda '-------=------11> Quantidade de produtos No caso acima, o ponto E é o ponto exato em que, a determinado nível de preços, PE (Preço de equilíbrio), as quantidades ofertadas são iguais às quantidades demandadas Isso quer dizer que o mercado está em equilíbrio, não há excesso de demanda nem de oferta Veja agora o que acontece caso seja praticado um preço menor ou maior que o preço de equilíbrio: Fig. 13 PREÇO MENOR PREÇO MAIOR Preços o E)(cesso o, No gráfico da esquerda, temos um preço P 11 abaixo do equilíbrio. Neste caso, a quantidade ofertada Q0 é menor que a quantidade demandada QD A diferença entre a quantidade demandada QD e a quantidade ofertada Q 0 re- presenta a escassez no mercado deste bem Pa!H rest.abelecer o equílíbrio, o Cap. 2- DEMANDA E OFERTA preço deve ser elevado para que a quantidade ofertada aumente e a quantidade demandada diminua. No gráfico da direita, temos um preço P acima do equilíbrio. Neste caso, a quantidade ofertada Q 0 é maior que a quar{tidade demandada Q0 A diferen- ça entre a quantidade ofertada Q" e a quantrdade demand~d~ Q0 representa o excesso no mercado deste bem. Para restabelecer o equrltbno, o preço deve ser reduzido para que a quantidade ofertada diminua e a quantidade deman- dada aumente 7. ALTERANDO O EQUILíBRIO E A DINÂMICA DE FORMAÇÃO DOS PREÇOS Agora que sabemos os diversos fatores que alteram a demanda e a oferta, bem c'CJmo que o preço e a quantidade de equilíbrio são atingidos quando a oferta iguala a demanda, vamos utilizar os conhecimentos adquiridos para saber quais o~ reflexos sobre o preço e a quantidade de equilíbrio após o stugimento de làtores que alteram a demanda ou a oferta de bens Veremos apenas alguns exemplos para clarear o raciocínio Desde já, gostaria de dizer que não é aconselhável decorar nada do que será dito, ri1as ;penas aprender o método de raciocínio e a forma com que as curvas são deslocadas, ora para a direita, ora para a esquerda. Aprender essa sistemática é a nossa meta, pois é ela que nos permitirá resolver as questões de prova com maior segurança Exemplo 1: Qual o efeito sobre o preço e a quantidade de equilíbrio de um bem X, transacionado em um mercado competitivo (os tipos de mercados serão vistos nos capítulos IX e X), após o aumento do preço de um bem Y, substituto de X? Preços Equilibrio inicial i PE1 -------------- E, D, Fig. 14 o Quantidade de produtos Novo D, M!CROECONOMIA FACILITADA - Heber Carvalho Após o aumento de preço de Y, pela lei da demanda, a quantidade demandada de Y diminui Como X e Y são substitutos, os consumidores substituirão o consumo de Y pelo consumo de X, isto é, a demanda de X aumenta, provocando o deslocamento de toda a curva de demanda de X para a direita (de D, para D,) Como resultado desse deslocamento, temos um novo ponto de equilíbrio (E,), em que temos novo preço de equilíbrio (Pr,l e nova quantidade de equilÍbrio (QE,) Conclllldo: o aumento de preço de um bem substituto Y provoca aumento de preços e quantidades transa- cionadas do bem X Exemplo l: Qual o efeito sobre o preço e a quantidade de equilíbrio de um bem X. transacionado em um mercado competitivo. após o aumento do preço de um bem Y, complementar de X? Preços Equilibrío inicial O, Fig .. 15 Quantidade de produtos P, Novo equilibrio o D, Após o aumento de preço de Y, pela lei da demanda, a quantidade de- mandada de Y diminui Como X e Y são complementares, os consumidores, ao diminuírem o consumo de Y, também diminuem o consumo de X, isto é, a demanda de X diminui, provocando o deslocamento de toda a curva de demanda de X pma a esquerda (de D 1 para D,) Como resultado desse deslocamento, temos um novo ponto de equilíbrio (E,), no qual temos novo preço de equilíbrio r, e nova quantidade de equilíbrio Q 1 " Conclnlâo: o aumento de preço de um bem complementar provoca redução de preços e quantidades transacionadas do bem X Exemplo J: Qual o efeito sobre o preço e a quantidade transacionada do bem X. transacionado num mercado competitivo. após um aumento de tributação sobre a produção'? Preços Equilfbdo inicial Cap. 2 - DEMANDA E OFERTA Fig. 16 o, o, o o '---~,---::------_,. Quantidade Ofi:o Or, de produtos Aumentos de tributação sobre a produção aumentam os custos de produ- ção e, como estamos falando em produção, o aumer~to de tributos influencia_ a oterta, e não a demanda Mais precisamente, reduzrra a oferta Esta drmmurçao da oferta provoca deslocamento de toda a curva de oferta para a esquerda Observe que, pelo fàto de a curva de oferta ser posrtrvamente mclmada, ela será deslocada para a esquerda e para cima (de 0 1 para 0,) Como resultado desse deslocamento, temosum novo ponto de equilíbrio, E,, no qual temos novo preço e quantidade de equilíbrio, P" e Q,,, respectivamente Conclu- süo: o aumento de tributação sobre a pmdução provoca aumento de preços e redução de quantidades transacionadas ( -7 /ame cuidado' Se o aumento de tributação for sobre a renda das pessoas, esta tributação vai alterar a demanda, e não a oferta). Exemplo 4: Qual o efeito sobre preço e quantidade transadonada do bem X, transacionado num mercado competitivo, após o desenvolvrmento de uma nova tecnologia de produção? Preços Equilibrio inicial o, Novo equi!ibrio - MfCROECONOMIA FACILITADA - Heber Carvalho Desenvolvimento de tecnologia afeta a produção, desta forma, influenciará a oferta Mais precisamente, haverá aumento de oferta e a curva será deslocada para a direita Isso acontece porque a tecnologia diminui os custos e aumenta a produtividade, elevando, assim, a oferta. Em virtude de a curva ser ascendente, ela, além de se deslocar para a direita, será deslocada também para baixo (de 0 1 para O,) Como resultado, teremos novo preço e quantidade de equilíbrio, Pr, e Q", respectivamente Conclusão: o desenvolvimento de nova tecnologia provocará redução nos preços e aumento das quantidades transacionadas. Exemplo 5: Quais as consequências de um congelamento de preços, abaixo do equilíbrio, por parte do governo? Fig. 18 Preços Equilíbrio o inicial PE1 Pr:1 o QF.! Quantidade de produtos ' ' ' ' ----~-----' ' ' ' ' ' ' ' o Escassez o, o Antes de tudo, devemos atentar para o fato que foi falado tão somente sobre alteração de preços Dessa forma, não haverá deslocamento de nenhuma das duas curvas. Haverá, apenas, deslocamento ao longo das curvas, conforme indicado pelas setas no gráfico. Assim, quando o preço cai de PEr para P"" estaremos, no lado da oferta, no ponto o,, com as quantidades ofertadas o,;;, No lado da demanda, estaremos no ponto D, com as quantidades demanda- das QDI:"' Observe que, pelo fato de o preçÕ estar abaixo do equilíbrio', as quantidades demandadas superam as quantidades ofertadas, havendo, portanto, escassez de bens (vocês se lembram dos congelamentos de preços na década de 1980 e das filas nos açougues, supermercados, padarias etc.?). Com esses cinco exemplos, pudemos observar o efeito isolado de um aumento ou redução da demanda, aumento ou redução da oferta, e simples alteração de preço No entanto, preste bastante atenção, esses efeitos não Quando isto acontece - o governo fixar um preço limite abaixo do equilibrío -, dizemos que está ocorrendo uma política de preços máximos Por outro lado, quando o governo fixa um limite minímo de preço, que é fixado acima do equilíbrio, temos uma política de preços mínimos Cap. 2- DEMANDA E OFERTA devem ser decorados. Eles foram colocados apenas para ilustrar o método de raciocínio, e é esta sistemática de raciocínio que você deve adquirir e, de forma nenhuma, a simples memorização dos efeitos Ao se deparar com um problema em que você tenha que d~scobrir, a partir de um acontecimento, os efeitos sobre o p~eço e a quantidade de equilíbrio de determinado bem, siga os passos abmxo: J -primeiro. verffique s-e este acontecimento é uma simples alte1 ação de preço Se fOr, haverá deslocamento ao longo da curvas, provocando escassez se o preço e<:; tiver abaixo do equilíbrio, ou excesso se o preço estive/' acima do equilíbrio 2 - depoi>. verifique se o acontecimento afeta a demando ou o oferta kludanças na renda do consumidor e no._r;; preços de bens que tenham o conH1mo relacionado fWOvocam deslocamentos da curva de dem:mda Mudanças JJOS cu1·tos de p1 odução (salários, tributos, taxa de JUros, preço_ç de matérias-primas), tecnologia e nos preços de bens que te~1ham a produçtlo relacionada p1ovocam des/ocamen/(H da curva de oferta, 3- ve1 ifique para onde vai determinada curva, se para a direita ou esquerda Aumentos. ~·ejam na demanda ou oferta, ircio deslocar as curvas pma a direita no. sentido de aumento de quantidades transacionadas, que esteio reJ;resentados no eLro horizontal, das abscissas Reduções, H!jam na demanda ou oferta, ir cio deslocar as curvas para a esquerda. 4- após deslocar as curvas, ver[fique, por si só, as consequências sobre o novo preço e quantidade transacionada do bem. Esteja habituado a esta sequência e forma de pensar, pois elas são mui- to úteis na hora de raciocinar durante as questões. Agora, veremos algumas questões de prova: QUESTÕES COMENTADAS ID {FGV- Fiscal de Rendas do Estado do Rio de .Janeiro -ICMS/RJ- 2011) As recentes chuvas na região serrana do Rio de Janeiro reduziram a produção de verduras. Ao mesmo tempo o governo realiza uma campanha para divulgar os benefícios de uma ' ' " d ço alimentação rica em verduras. Com base nesses doJs eve.ntos, a respeito o pre e da quantidade de equilíbrio no mercado de verduras, e correto afirmar que (A) não é possível determinar o que ocorre com o preço e a quantidade com as infor- mações do enunciado (B) a quantidade diminuirã, e não é possível determinar o que ocorre com o preço {q/ o preço aumentará, e não é possivel determinar o que ocorre com a quantidade {D) o preço diminuirã, e não é possível determinar o que ocorre com a quantidade (E) a quantidade aumentará, e não é possível determinar o ocorre com o preço. MICROECONOMJA FACILITADA - Heber Carvalho Comentários: Temos dois acontecimentos que precisam ser analisados: 1 - As recentes chuvas prejudicam a produção de verduras, ou seja, elas deslocam a curva de oferta de verduras para a esquerda e para cima, reduzindo as quantidades e aumentando os preços; 2 - A c~n:'panha real!zada pelo governo desloca a curva de demanda de verduras para a d1re1ta e para Cima, aumentando as quantidades e os preços .~un_tando o~ dois aco~te:imen~os, vemos que ambos provocam aumento de preços. Em relaça~ as quantidades, nao e poss1ve/ determinar o que ocorre, pois as chuvas reduzem as quantidades, a? pass~ que a campanha aumenta as quantidades, não sendo possível, a priori, saber qual sera o efeito resultante Sendo assim, está correta a alternativa c /IEJ (CESGRANRic;>- Profissional Básico de Engenharia- BNDES- 2011) O gráfico abaixo mostra, em hnhas cheias, a posição inicial das curvas de demanda (D) e oferta ($) no mercado mundial de laranjas, Preço da laranja < >~ ~( 'D, s, s s, ,_ , D, D o Quantidade de laranjas Se ocorresse uma geada destrutiva da safra nas regiões produtoras de laranja ha- veria alteração na(s) curva(s) de ' ,{A{ oferta para uma posição como 5 1 (8) oferta para uma posição como 5 ' (C) demanda para uma posição como D , (D) demanda para uma posição como 0 2 {E) demanda e oferta para posições como D e 5 l , Comentários: ~ma geada destrutiva da safra nas regiões produtoras certamente reduzirá a oferta de laranJ~s Neste c~so, haverá deslocamento da curva de oferta de laranjas para a esquerda e para Cima Ou Seja, a curva de oferta vai de 5 para 5 ' Enunciado para as questões 3 a 6: Cap. 2- DEMANDA E OFERTA Nos últimos anos, observou-se o crescimento substancial do mercado de produtos agrícolas orgânicos, impulsionado pela disseminação de hábitos de vida mais sau~ dáveis. Quanto ao funcionamento desse mercado, julgue os itens, II!EII (CESPE- Analista de Controle Externo- TCE/AC- 2009) Uma redução no preço dos fertilizantes orgânicos conduz a um deslocamento ao longo da curva de oferta desses produtos, expandindo a quantidade ofertada. Comentários: A redução nos preços dos fertilizantes orgânicos faz com que caia o custo dos produtos agrícolas orgânicos (estamos considerando que a assertiva está tratando da curva de oferta dos produtos agrícolas, e não da curva de oferta dos fertilizantes). Desta forma, haverá des- locamento DE TODA A CURVA DE OFERTA (não é ao longo da curva!) de produtos agrícolas para a direita, expandindo a quantidade ofertada, devido à redução de custos proveniente da diminuição dopreço dos fertilizantes utilizados em sua produção lmJ (CESPE - Analista de Controle Externo - TCE/AC - 2009) A ocorrência de grandes inundações nas áreas de plantio desses produtos desloca a curva de oferta desses produtos para cima e para a esquerda. Comentários: A ocorrência de inundações reduz a oferta dos produtos agrícolas. Como o acontecimento em análise não é a alteração de preços, há o deslocamento toda a curva de oferta. Neste caso, em que há redução da oferta, a curva deve ser deslocada para a esquerda. O fato de ela ser inclinada para cima (positivamente inclinada) nos obriga a deslocá-la para a esquerda e também para cima. Ou seja, a assertiva está correta llll (CESPE - Analista de Controle Externo - TCE/AC - 2009) Estudos cientificas que mostram que os benefícios de exercícios físicos são potencializados pelo consumo de produtos orgânicos aumentam a quantidade demandada, porém não alteram a posição da curva de demanda de mercado para esses bens. Comentários: Os estudos científicos que mostram os benefícios do consumo de produtos orgânicos agem na expectativa e no gosto dos consumidores, no sentido de aumentar a demanda por esses produtos. Assim, devemos deslocar toda a curva de demanda para a direita, havendo, portanto, alteração de sua posição (lembre que somente alterações no preço, em que há deslocamento ao longo da curva, mantêm a curva no mesmo lugar) m (CESPE - Analista de Controle Externo - TCE/AC - 2009) Supondo-se que esses produtos sejam bens normais, o aumento na renda dos consumidores reduzirá o consumo, para qualquer nível de preço desses alimentos. Comentários: Para os bens normais, aumentos na renda provocam aumento da demanda, deslocando a curva de demanda para a direita Há, portanto, aumento no consumo quando há aumento de renda (p/ bens normais) ÍV1JCROECONOMJA FACILITADA - Heber Carvalho IJ (CESPE - Especialista em Regulação de Serviços de Transportes Aquaviários - ANTAQ - 2009) O gráfico que relaciona a demanda de determinado bem com o preço de outro bem, que seja substituto ou concorrente do primeiro, apresenta uma inclinação crescente" Comentários! Para sabermos se a inclinação de um gráfico é crescente (positiva) ou decrescente (negativa), devemos conhecer a relação entre a variável que está no eixo das abscissas (eixo horizontal) e a variável que está no eixo das ordenadas (eixo vertical) Se a relação for direta (uma variável aumenta, a outra aumenta também), a inclinação será crescente Caso contrário será decrescente Vamos analisar a relação que existe entre o preço de um bem (Y) e a demanda de outro bem que seja substituto (bem X), que são as variáveis do gráfico que é citado pela questão Caso o preço de Y aumente, pela lei da demanda, haverá redução nas quantidades demandadas de Y Como X e Y são substitutos, haverá aumento na demanda de X Ou seja, há uma relação direta: aumenta o preço de Y, aumenta a demanda de X Portanto, o gráfico que relaciona a demanda de um bem com o preço de outro bem que seja seu substituto possui inclinação crescente I] (CESPE - Especialista em Regulação de Serviços de Transportes Aquaviários - AN~ TAQ - 2009) Um servidor recém-nomeado da ANTAQ foi testado pelo seu supervi- sor, que lhe pediu que desenhasse um gráfico da curva de oferta de transportes aquaviários, demonstrando uma elevação na quantidade ofertada decorrente do aumento de preço desse tipo de serviço. Nessa situação hipotética, para atender corretamente à solicitação recebida, o referido servidor deve apresentar um gráfico com deslocamento da curva de oferta para a direita" Comentários: A simples alteração no preço do serviço provocara deslocamento AO LONGO da curva Isto é, não haverâ deslocamento da curva. Assim, o procedimento do servidor da ANTAQ foi incorreto, pois ele não poderia apresentar um gráfico com deslocamento da curva de oferta para a direita. Ele deveria apenas indicar a elevação na quantidade ofertada ao longo da curva de oferta I) (CESPE - Especialista em Regulação de Serviços Públicos de Telecomunicações - ANATEL - 2009) O paradoxo de Giffen, que constitui uma exceção à regra geral da demanda, é consistente com a existência de uma curva de demanda positivamente inclinada para determinados bens. Comentários: O bem de Giffen é a unica exceção à lei da demanda Para este bem, o aumento de preço provoca aumento na quantidade demandada Como, neste caso, a relação entre as variáveis do gráfico da demanda é direta, a inclinação da curva de demanda é positiva m (CESGRANRIO - Economista BNDES - 2008) O gráfico -abaixo mostra, em linhas cheias, as curvas da demanda e da oferta no merCado de maçãs. Cap. 2 - DEMANDA E OFERTA Preço da maçã A D Oferta ·C , , B Demanda Quantidade demandada e ofertada de maçãs Considere que maçãs e peras são bens substitutos para os consumidores. Se o preço da pera aumentar e nenhum outro determinante da demanda e da oferta de maçãs se alterar, pode-se afirmar que (A} a curva de demanda por maçãs se deslocará para uma posição como AB (B) a curva de oferta de maçãs se deslocará para uma posição como CD (C) as duas curvas, de demanda e de oferta de maçãs, se deslocarão para posições como AB e CD (0} o preço da maçã tenderá a diminuir. (E) não haverá alteração no mercado de maçãs Comentários: Se o preço das peras aumentar, sua demanda será reduzida. Como peras e maçãs são substitutas no consumo, a redução da demanda de peras provocará aumento da demanda de maçãs Assim, haverá deslocamento para a direita da curva de demanda de maçãs (seg- mento AB do gráfico) m (FUNIVERSA- Economista - CEB- 2010) Em um dado mercado de concorrência perfeita, a oferta e a procura de um produto são dadas1 respectivamente, pelas seguintes equações: Qs = 60 + 26p e Qd = 780 - 14p; em que Qs, Qd e P repre- sentam, na ordem, a Quantidade ofertada, a Quantidade demandada e o Preço do produto. Assinale a alternativa que apresenta a quantidade transacionada nesse mercado, quando ele estiver em equilíbrio. (A) 523 unidades (B) 528 unidades (C) 531 unidades (D) 537 unidades (E) 541 unidades Comentários: Quando o mercado está em equilíbrio, as quantidades demandadas e ofertadas são iguais, assim como o preço de equilíbrio também é igual, tanto na equação da demanda quanto na equação da oferta · MICROECONOMIA FACILITADA- Heber Carvalho Assim, para encontrar a quantidade transacionada de equilíbrio, basta igualar a quanti~ dade demandada (Qd) e a quantidade ofertada (Qs). Quando fazemos isso, automaticamente, encontramos o preço de equilíbrio. Após isto, basta substituir o valor do preço encontrado na função de oferta ou demanda (tanto faz, pois, no equilíbrio, as quantidades ofertadas são iguais às quantidades demandadas) para acharmos a quantidade transacionada6: Os= Qd 60 + 26p = 780 - 14p 40p = 720 p = 18 Substituindo p = 18 em Qs: Os=60+2618 Qs = 528 Nota: conforme foi comentado, poderíamos substituir p = 18 em Qs ou Qd, uma vez que no equilíbrio as quantidades ofertadas e demandadas são iguais m (FUNIVERSA- Economista- COFECON- 2010) Preço Oferta de X Demanda de X '--------'!>··Quantidade A demanda reflete o comportamento dos consumidores diante das condições de mercado, da renda, das preferências e das possibilidades de consumo. A oferta, por . outro lado, espelha o comportamento ou intenções dos produtores ou das firmas. \ "'·'O cerne do estudo de fenômenos econômicos é a análise das interações entre ven~ dedores e compradores em uma economia de mercado, conforme representada no diagrama a seguir, representativo do equilíbrio no mercado do bem X. A respeito , ?esse assunto, é correto afirmar que (A) a curva de demanda representa a relação, geralmente inversa, entre o preço de um bem e a quantidade demandada deste, e aumentos nos preços provocam o desloca- mento da curva de demanda, refletindo a queda na quantidade demandada (8) um relatório de mercado revelou que,em determinado periodo, ocorreu aumento no preço do ãlcoo/ e redução na oferta de açúcar, tudo o mais constante E correto concluir que esses bens são complementares na oferta Em equilíbrio, a quantidade transacionada é igual às quantidades demandadas e ofertadas Cap. 2 - DEMANDA E OFERTA (C) o diagrama representa o equilíbrio no mercado do bem X. Tudo o mais constante, uma elevação da renda dos consumidores levaria a um aumento no preço de equi~ Jíbrio do bem X, caso o bem X fosse inferior. \:(b) no diagrama representativo do mercad~ um aumento no preço de Y, substituto de X, implicará um aumento no preço de equilíbrio do bem X, tudo o mais constante (E) com a suposição de que o governo tenha implantado uma política de preço mínimo para o bem X, caso o preço mínimo estipulado fosse maior que o preço de equilíbrio de mercado, o resultado da política seria um excesso de demanda do bem X. Comentários: (A) Incorreta Aumentos nos preços provocam deslocament9 AO LONGO DA curva de demanda (8) Incorreta, A análise de bens complementares envolve a demanda, e não a oferta A explicação correta seria a de que o açúcar é um insumo ou matéria~prima necessãria à produção do álcool Logo, a redução da oferta de açLicar faz aumentar seu preço, o que faz aumentar também o preço do álcool Veja que o açúcar é insumo do álcool, e não um bem complementar dele (C) Incorreta Se o bem fosse inferior, haveria redução no preço de equilibrio (em virtude do deslocamento da curva de demanda para a esquerda e para baixo). I y,, ~í;j{)D~Correta O aumento do preço de Y, substituto de X, aumentará a demanda de X {deSlocando a curva de demanda de X para a direita) O novo equilíbrio mostrará um preço de X maior (E) Incorreta. Se o preço mínimo estipulado for maior que o preço de equilíbrio de mercado, haverã excesso de oferta (e não de demanda). Esta situação de preço mínimo (maior que o preço de equilíbrio) pode ser visua!izada graficamente na figura 13, no dia~ grama da direita m (FCC- Analista de Planejamento e Orçamento- SEFAZ/SP 201 O) Alterações no preço de um bem comercializado em uma estrutura de mercado de concorrência perfeita ocorrem (A) ao longo da curva de demanda, quando se modifica a quantidade de consumidores no mercado ·;s) em função de deslocamentos da curva de demanda, quando se altera a renda dos consumidores (C) ao longo da curva de demanda, quando se altera o preço de bens complementa· res (0) em função de deslocamentos da curva de demanda, quando se altera o preço dos insumos de produção desse bem (E) ao longo da curva de demanda, quando se modificam as preferências dos consu- midores Comentários: (A) Incorreta Quando se modifica a quantidade de consumidores no mercado, ocorre deslocamento de toda a curva de demanda, e não ao longo dela {8) Correta Quando se altera a renda dos consumidores ocorre deslocamento da curva de demanda Após o deslocamento da curva de demanda, ocorrera alteração no preço de um bem comercializado, conforme nos cita o enunciado da questão ' MJCROECONOMIA FACILITADA - Heber Carvalho (C) Incorreta Quando se altera o preço de bens complementares, há deslocamento de toda a curva de demanda, e não ao longo dela (D) Incorreta. Quando se altera o preço dos insumos de produção do bem, há desloca~ menta da curva de oferta, e não da curva de demanda {E) Incorreta Quando se modificam as preferências dos consumidores, há deslocamento de toda a curva de demanda m (FCC- Economista - MPU - 2007) A demanda de um bem normal num mercado de concorrência perfeita é função decrescente {A) do nUmero de demandantes do bem , , '~ " (B) do preço dos insumos utilizados em sua fabricação (\f ('18i do preço do bem complementaf.'<' (D) do preço do bem substituto """ (E) da renda dos consumidores Comentários: Função decrescente é uma relação matemática em que as variáveis apontam em sen~ tidos opostos Isto é, quando uma variável aumenta e a outra necessariamente diminui, e vice~versa A variável dada no enunciado é a demanda Assim, devemos procurar, dentre as alternativas, aquela que possui uma variável que aumenta e, em razão disso, a demanda diminui; ou aquela que diminui e, em consequência, a demanda aumenta O únlco item que possui uma relação inversa, indireta ou decrescente em relação à demanda de um bem normal, conforme quer o enunciado, é o preço do bem complementar. Quando o preço desse bem {complementar) aumenta, a sua demanda diminui, provocando também redução na demanda do bem que lhe é complementar, já que o consumo é associado Ou seja, a demanda de um bem normal é função decrescente do preço do bem complementar: este aumenta e aquela diminui, e vice-versa GABARITO 1-C 2-A 3-E 4-C 5- E 6- E 7-C 8- E 9-C 10- A 11 - B 12- D 13- B 14- c Capítulo 3 ELASTICIDADES 1. INTRODUÇÃO Até agora, vimos que a demanda de um bem depende dos preços, da renda do consumidor, dos preços de bens relacionados e de outros fatores. De modo semelhante, a oferta de um bem depende dos preços, dos custos de produção, da tecnologia c igualmente de inúmeros outros fatores. Também aprendemos a utilizar as curvas de oferta e demanda para prever como o preço e a quantidade mudam, em virtude da alteração de inúmeras variáveis Por exemplo, se os preços dos computadores aumentam, a quantidade demandada cairá e a quantidade ofertada de computadores aumentará Isto já é algo que intuímos com certa facilidade. Contudo, muitas vezes desejamos saber quanto vai aumentar ou quanto vai cair a demanda ou a oferta. Até que ponto a demanda por computadores poderá ser afetada? Muito ou pouco? Se os preços aumentarem 20%, em que porcentagem a quantidade demandada diminuirá? Por outro lado, qual seria a variação da oferta de computadores se os preços aumentassem somente I 0%, em vez de 20%? Utilizamos as elasti- cidades para responder a perguntas como essas Em "economês", elasticidade significa sensibilidade A elasticidade mede o quanto uma variável pode ser afetada por outra Há muitos tipos de elasti- cidades e todas envolvem basicamente o mesmo raciocínio Em primeiro lugar, elas medem a mudança percentual na quantidade. Em segundo lugar, a variação de alguma variável provocou essa mudança percentual a que estamos nos referindo, Por exemplo, se essa variável foi o preço, e ele provocou uma mudança na quantidade demandada, temos a elasticidade-preço da demanda Se essa variável foi a renda. e ela provocou uma mudança na demanda, temos a elasticidade-renda da demanda Em terceiro lugar, dividimos as variações percentuais das duas variáveis em análise Assim. a elasticidade será sempre n fi·ação ou divisão do efeito (mudança percentual na quantidade) pela causa (também medida em percentual) Por exemplo, suponha que uma mudança de 5'Y., nos preços tenha causado um aumento de l5~Yíl na oferta Como ficará a elasticidade'? · MICROECONOMIA FACILITADA- Heber Carvalho No denominador, sempre colocamos a causa; no numerador, sempre co- locamos o efeito ou a consequência. Neste caso, quem causou a variação na oferta foi o aumento de preços. Então, colocamos a causa no denominador e o efeito no numerador Ou seja, teremos a variação percentual do preço no denominador e a variação percentual da quantidade ofertada no numerador Neste exemplo, teremos a seguinte expressão para a elasticidade-preço da oferta (E,. 0 ): %!JQ E=-- Po %!JP Lembre-se do seguinte: o efeito na quantidade é medido em cima (numerador) e a causa na base (denominador) Segue uma dica de memorização: "chegar ao fundo das coisas nos revela a causa": flmdo = denominador = causa. Se ainda ficou um pouco um conlliso, não se preocupe, pois com as ex- plicações dentro de cada tipo de elasticidade, a tendência é que o assunto vá ficando cada vez mais claro Agora, vejamos em detalhes os vários tipos de elasticidades. 2. ELASTICIDADES 2.1 Elasticidade-Preço da Demanda (E,d) A elasticidade-preço da demanda (E,. 1 ,) indica a variação
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