Prévia do material em texto
HISTÓRIA DA ARTE E DO DESIGN AULA 4 Profª Débora Jordão Cezimbra CONVERSA INICIAL Estamos chegando ao fim do compêndio sobre a História da Arte. Nossas próximas aulas tratarão da História do Design e, como não poderia deixar de ser, serão abordadas as relações existentes entre o design, a arte, o desenvolvimento industrial e a globalização da cultura. A aula que iniciamos agora se estrutura de modo mais extenso que as anteriores por abordar uma profusão de estilos artísticos e “experimentos” que ocorreram na dinâmica da modernidade. Apresentamos a seguir um quadro esquemático para que você visualize os desdobramentos ocorridos durante os cinco milênios aqui tratados sucintamente, no entanto, não adentra em tal quadro a questão da Arte Rupestre e seus respectivos períodos na Pré-História. Este quadro também nos alerta sobre a necessidade de estudos e pesquisas específicas e aprofundadas, por assuntos e/ou temas (a importância da palavra-chave) no desenvolvimento de projetos em sua prática profissional como designer, e que necessitem de seu conhecimento quanto a um movimento, estilo ou período na Arte. Quadro 1 – Perspectiva cronológica da história da arte Fonte: Adaptado de Gombrich, 1981. 3 CONTEXTUALIZANDO Historicamente, a Idade Moderna se inicia após a queda de Constantinopla (1453) e a chegada dos europeus nas Américas (1492), finalizando a Idade Média. A partir da Revolução Francesa (1789) até o tempo presente, vivemos o que chamamos de Idade Contemporânea. Contudo, tais designações são puramente históricas e se estabelecem com base em uma visão de mundo eurocêntrica e da história como disciplina, sendo ela relativa ao “tempo passado” (Ferreira, 2000; Guarinello, 2004). Questão um pouco diferente ocorre na História da Arte, em que os termos, as nomenclaturas e os estilos se dão de forma arbitrária e não necessariamente unânimes em suas adoções e compreensões. A partir do fim do século XVIII, com as crises social e política na França, o Iluminismo e o avançar dos modelos industriais na Inglaterra, vamos ter na arte o que chamamos de Era Moderna. Para Janson (1996), é interessante notar que, diferentemente da capacidade dos homens de períodos passados de se autodenominarem renascentistas, nossa era ainda não foi capaz de cunhar uma nomenclatura própria que definisse nosso momento artístico. Interessante também é perceber a preferência deste autor pelo uso do termo “artes da nossa época”, referenciando estilos e movimentos de Vanguarda surgidos ao fim do século XIX e nas primeiras décadas do século XX (Janson, 1996). Em seu livro História da Arte, Ernst Gombrich se refere sempre como a “arte do tempo presente”. Já sabemos que, diferentemente de tempos anteriores, agora o palco das mudanças sociais, políticas e artísticas está na Inglaterra e na França, que expandem sua influência em meio às revoluções e a uma nova ordem social estabelecida pela indústria: a classe média e o proletariado, seus modos de consumo e de vida. A arte na Europa, até então, seguia certa linearidade desde a renascença (Itália, Flandres e Países Baixos) até sua transição para o barroco (idem e com influência espanhola) e deste para o Neoclássico. Contudo, a partir do romantismo e do realismo e de todos os ismos subsequentes, consolida-se por definitivo uma fundamental característica desses quase cinco séculos: o constante “estar em oposição a”. No exemplo do olhar do artista para a natureza, às vezes real, às vezes místico e noutras, idealizado. 4 Contudo, não mais importante que este alternar de pontos de vista, está o fato de que, desde as primeiras manifestações do homem na arte rupestre, não havia ocorrido de forma livre “a posse de um modo de expressão”. É com a arte moderna que verdadeiramente teremos a expressão livre do artista (Gombrich, 1991; Merlo, 2000). As mudanças acabam por conduzir para novas estéticas, diante do Impressionismo e das demais artes de vanguarda (Miranda, 2019), mas que foram sempre prenunciadas por artistas anteriores, como exemplo na relação entre o renascimento e o barroco e a oposição de valor quanto à cor (emotiva) e a forma (razão) entre os poussinistas e rubenistas (ver também Escola de Veneza). Na visão da academia, o desenho (a forma) é preciso, controlável e passível de ser explicado e ensinado por lógicas matemáticas – nos lembremos da perspectiva e da “divina proporção” no tratado de Luca Pacioli. A cor, até aquele momento, não tinha embasamento científico necessário que a retirasse do estigma de “perigoso risco que encanta e seduz”, mas que é puramente sensorial (Gombrich, 1981). O desenho era tratado como um artifício mais refinado e que exigia mais do aprendiz, contudo, após a Teoria das Cores de Goethe (1749-1832) e, principalmente, a Lei dos Contrastes Simultâneos, do químico francês Michel Eugéne Chevreul (1754-1845), o ponto de vista sobre a cor – e a luz – na arte se alterou com experimentos e obras impressionistas (Fazenda, 2001; Albuquerque, 2020). Temos, ainda, na Modernidade, outra questão tão ou mais importante que a cor e a forma para a pintura: o advento da fotografia. Desde a câmera escura renascentista até a portátil, com seus instantâneos, ampliou-se a possibilidade de reprodução da realidade, colocando em xeque o sentido da pintura de representar algo que a máquina tenderia a fazer melhor. O artista precisava buscar aquilo que a fotografia não poderia fazer, ou então transitar para ela e para todos os outros meios e técnicas “de reprodução”, em uma nova concepção e estética artística, que ocorre a partir da primeira década do século XX (Gombrich, 1981). TEMA 1 – O REALISMO Diferentemente dos períodos anteriores, quando a arte se desenvolveu na região da Itália, no Mediterrâneo e no Ocidente, a arte e a cultura do fim do século XIX e começo do século XX avançaram em uma Inglaterra cada vez mais 5 industrializada e em uma França envolta em inúmeros conflitos e questionamentos sociais e políticos. Temos, portanto, desde o romantismo uma crescente mecanização e a mudança nos métodos de manufatura da revolução industrial (fim do século XVIII e começo do século XIX). Essa nova estrutura social determinará e muito todos os movimentos artísticos, de maneira que o operário, suas condições de vida e de trabalho, em oposição à burguesia, tornou-se parte dos temas pictóricos, que passaram a ter cunho político de uma sociedade também politizada. Na arquitetura, a preocupação estética se manteve a mesma para as estações, fábricas, bibliotecas, hospitais e moradias. Dita “comercial”, pouca é a inovação que ocorre desde a renascença, sendo os princípios neoclássicos mantidos, decorados com as linhas e ornamentos góticos, como no Palácio de Westminster, o parlamento de Londres (Janson, 1996, Proença, 1995). O ferro fundido passa a ser empregado nas construções e de forma aparente nas colunas e nos arcos, harmonizando-se com a tradicional alvenaria, como na Biblioteca Nacional de Paris, do arquiteto Henri Labrouste (1801-1875). Figura 1 – Interior da Biblioteca Nacional de Paris Crédito: gary yim/Shutterstock. 6 A máquina (como já visto no romantismo) passa também a fazer parte dos temas pictóricos na tela de Willian Turner Chuva, vapor e velocidade, em referência à locomotiva, mas o pintor contrapõe tema e técnica, já que a aquarela empregada por ele torna a pintura leve e luminosa, representando uma mancha que será fundamental aos impressionistas (Merlo, 2000; Mello e Suarez, 2012). Com isso, vemos cada vez mais o rompimento com o contorno forte e o volume realisticamente construído. A cor e a luz se expandem, de maneira pura e graciosa. De fato, Turner anuncia a mudança, mas ainda mantém as paisagens ditas “pinturescas”, ou seja, de motivos comuns nas pinturas, deixandoclaro que os “efeitos mágicos da luz poderiam, talvez, ser mais importantes que os motivos” (Gombrich, 1981). Também na pintura, Gustave Courbet (1819-1877), a quem atribuem o termo Le Réalisme, em sua exposição individual em Paris em 1855, vem propor que a representação deve ser simples (realismo social) e de mundo real, ou seja, tal como é visto por nós. Isso demonstra a oposição do realismo às convenções da academia quanto ao fato de a pintura sempre envolver “cenas importantes” e com “personagens dignos” (Gombrich, 1981). Courbet também desenvolve belos nus “à moda” de Ingres (neoclássico), o que possibilitou produzir muito bem os tons de pele em seus volumes. Figura 2 – Jo, a bela irlandesa, de Courbet Crédito: Everett Art/Shutterstock. 7 No realismo, revelar aspectos mais próximos ao natural abrangerá na arte temas que abandonam o místico e a religiosidade, dando vazão às representações de pessoas comuns, como a do trabalhador (Proença, 2005). O pintor francês Jules Breton (1827-1906) retrata essa figura de forma bucólica – típica do arcadismo/neoclássico – em referência ao seu local de origem. Vejamos que as emoções e as diferentes formas de vida entre a cidade e o campo aparecem na arte em vários momentos (helenístico, rococó e romantismo), mas no realismo a visão da vida rural é menos subjetiva e emotiva, mesmo que sensível (Proença, 2005). Outro artista realista e que retrata o trabalho rural é o pintor francês Jean-François Millet (1814-1875), com sua famosa tela As respigadeiras, em que há pouca evidência aos rostos, enfatizando a paisagem e as posturas (Gombrich, 1981). Figura 3 – As ervas daninhas, de Breton Crédito: Everett Art/Shutterstock. Èdouard Manet (1832-1883), nome forte do Impressionismo, também rompe com os ideais acadêmicos protagonizando certo desconforto com a tela Almoço na relva (Salão dos Recusados em 1863). De fato, Manet buscou em antigas obras dos mestres renascentistas contraposições de figuras vestidas e nuas para sua inspiração, contudo retrata pessoas conhecidas da sociedade, e não seres místicos como nas antigas obras em que se baseava. A intenção do artista era trazer à pintura somente aquilo que a ela pertence, neste caso o jogo de luz e a justaposição de cores que agrupam os elementos na composição. Tal 8 atitude do pintor se propõe à liberdade – e realidade – do artista, deixando claro que as pinceladas e a sobreposição das tintas são mais importantes que as representações contidas em uma tela (Janson, 1996). Figura 4 – O toureiro morto, de Manet Crédito: Everett Art/Shutterstock. Para Janson (1996), Manet rompe também com a profundidade existente desde Giotto, Masaccio e Mantegna, não oferecendo mais a janela e novos planos na imagem, pois, afinal, a imagem pertence ao plano da pintura, à superfície “manchada por cores” e com poucas ou até mesmo nenhuma sombra. A questão existente agora é: até que ponto o estratagema matemático da perspectiva e o esfumado na construção de volumes nos oferecem realmente uma realidade maior do que em outras pinturas? Ainda, e se tais técnicas na verdade servem à ilusão, por forçarem uma representação tridimensional na superfície bidimensional da tela? Em meio aos diversos movimentos “de oposição”, outro importante grupo surge em meio à era vitoriana da Inglaterra, com nomes como Dante Gabriel Rossetti (1828-1882), William Holman Hunt (1827-1910), John Everett Millais (1829-1896) e Edward Burne-Jones (1833-1898). O grupo vem a fazer coro aos questionamentos contrários à tradição acadêmica (neoclássica), especificamente quanto à idealização de beleza proposta pelo pintor renascentista Rafael. Para os pré-rafaelitas, “a natureza era mais sincera antes de Rafael” e a “sensibilidade artística mais pura”. A Fraternidade Pré-Rafaelita utilizava uma pintura inocente encontrada somente no gótico-medieval e entre 9 pintores “mais primitivos” anteriores ao renascimento (Gombrich, 1981). Contudo, as tentativas do grupo de volta ao passado não encontram em meio ao borbulhar artístico inovador do período um caminho para se manterem (Gombrich, 1981; Baldaque, 2012). Figura 5 – A canção de amor, de Edward Burne-Jones Crédito: Everett Art/Shutterstock. Na escultura, destaca-se a obra de Auguste Rodin (1840-1917), de O Pensador. Em seu trabalho, podemos ver a recusa a beleza, sendo ela anti- idealizada. O belo está na realidade da vida e nas ações que o homem é capaz de tomar, como na escultura Os burgueses de Calais, quando as figuras representadas se oferecem ao rei da Inglaterra como forma de este deixar o cerco à cidade de Calais (Merlo, 2000). Para Merlo (2000), a obra de Rodin é, de certa forma, a expressão romântica do barroco. Por outro lado, Gombrich (1981) coloca que o escultor ignora os acabamentos – típico do impressionismo –, deixando algo não concluso, para que a imaginação resolva. 10 Figura 6 – Os burgueses de Calais, de Rodin Crédito: Ritu Manoj Jethani/Shutterstock. Além da escultura de Rodin, destaca-se a de sua aluna, Camille Claudel (1864-1943), que tem parte de sua trajetória retratada no filme Camille Claudel, (1915), do diretor Bruno Dumont. TEMA 2 – IMPRESSIONISMO O século XIX nas artes caracteriza-se pelo alvoroço intelectual e pelos questionamentos contrários à academia que perpetuavam modelos clássicos de séculos anteriores. Os artistas encontravam-se desejosos por deixar o negro da pintura espanhola do barroco em busca do frescor, mais claro e natural, obtido por meio de fortes e rápidas pinceladas. Manet, que era um artista conhecido do público, mas que teve obra recusada no Salão oficial, decide, junto a outros nomes do período, organizar uma exposição em Paris no ano de 1874. No catálogo de tal exposição havia uma tela de Monet intitulada Impressão: Nascer do sol. Por causa dela, os críticos passaram a chamar o grupo de impressionistas, pelas suas visões de que um instante, ou uma impressão de um momento, bastava para se conceber uma pintura (Gombrich, 1981). O impressionismo como termo nasce com essa exposição, mas a intenção de Manet quanto à realidade da representação da luz natural, seus 11 sombreamentos coloridos e diferentes gradações de tonalidade já vinha de anos antes, como nas telas O balcão, de 1969, e Almoço na relva. Outro nome importante e precursor do movimento é o do pintor realista Charles-Françoise Daubigny (1817-1878), considerado um dos mais transgressores do período. Figura 7 – Paisagem com um córrego iluminado pelo sol, de Daubigny Crédito: Everett Art/Shutterstock. De fato, o impressionismo valoriza a luminosidade dos objetos que adquirem diferentes tonalidades por meio da luz que incide sobre eles. Como a luz muda ao longo do dia, a cada nova luz teremos uma diferente impressão do mesmo objeto. Pensemos que na academia o artista aprende a pintar em estúdios fechados e com modelos tridimensionais em gesso, recebendo a luz de forma direcionada e artificial. Assim, o que o artista observa dentro do estúdio é a “não naturalidade” da incidência luminosa – que ocorre somente ao ar livre, indicando que a paisagem seja grande tema do movimento. Além de Claude Monet (1840-1926) e Édouard Manet (1832-1883), temos no impressionismo nomes como Pierre-Auguste Renoir (184-1919), Edgard Degas (1834-1917), Berthe Morisot (1841-1895) e Camille Pissaro (1830-1903). 12 Figura 8 – Colhendo flores, de Auguste Renoir Crédito: Everett Art/Shutterstock. A crítica que existia nas obras impressionistas não era somente quanto ao “instante de luz”. Pensemos que em uma pintura ao ar livre a luz se modifica o tempo todo, portanto necessita ser rapidamente representada, o que exige muita habilidade técnica do artista. Como vemos na obra de Renoir, não existe apego aos detalhes e à nitidez das feições,e sim pinceladas fortes e casuais e que se fossem “perfeitamente” representadas poderiam fornecer uma cena deveras entediante. Outra questão é que, para se admirar a pintura impressionista, é necessário que o observador se afaste da tela para assim perceber as diferentes tonalidades e pequenas manchas cromáticas, o desenho deixa de ser importante e dá lugar à “plasticidade das formas” (Gombrich, 1981; Miranda, 2019). A forma iluminada naturalmente e como é percebida pelo olhar do observador faz do estilo a primeira arte óptica, caracterizada pelo não uso de contornos, já que a linha é uma abstração humana para diferenciar figura e fundo, portanto não real, e com sombras que se dão pelo contraste entre as cores complementares (Proença, 2005). 13 Figura 9 – Uma das variações de A aula de dança, de Degas Crédito: Everett Art/Shutterstock. Outra questão além da mancha diz respeito aos ângulos inusitados de que podemos retratar a forma, como na obra de Degas. O artista buscava realçar a percepção (impressão) que temos do espaço composto de inúmeros corpos observados por ângulos não pinturescos com diferentes e espontâneas posições, exaltando o jogo de luz e sombra sobre cada uma das formas humanas representadas (Gombrich, 1981). 2.1 Pós-Impressionismo Intencionando ir além da questão da luminosidade na pintura do impressionismo, teremos na arte o pós-impressionismo, com os artistas Paul Cézanne (1839-1906), Henri de Toulouse-Lautrec (1864-1901), Paul Gauguin (1848-1903) (ver também Primitivismo), Henri Rosseau (1844-1910) (ver também Art Naïf) e o holandês Vincent Van Gogh (1850-1893). Van Gogh teve uma trajetória de vida rápida, encontrando-se artisticamente nos últimos 10 anos de vida. Suas pinturas eram carregadas de excitação e de turbulentas emoções, e o artista intencionava uma arte simples, voltada às pessoas simples, por meio de temas com “efeitos diretos e fortes” (Gombrich, 1981; Janson, 1996). 14 Figura 10 – Sapatos, de Vincent Van Gogh Crédito: Everett Art/Shutterstock. Cézanne é um artista que brinca com as cores (primárias) e suas combinações em contrastes, como entre os tons vermelhos e amarelos, azuis e verdes em suas naturezas mortas. Os objetos (e figuras) quase que se planificam na tela, chapados e inclinados para ficarem mais a vista. A profundidade de Cézanne não é a da perspectiva geométrica rígida, bem pelo contrário, segue muito mais a realidade do que os olhos veem. Sua pintura é dinâmica e sólida, com formas tangíveis e bem delineadas (Gombrich, 1981). De fato, o rompimento e a nova forma de observação proposta por Cézanne vêm a exercer forte influência nos estilos e movimentos da vanguarda artística, tanto entre os fauves como os cubistas. 15 Figura 11 – Natureza morta com jarro de leite e frutas, de Cézanne Crédito: Everett Art/Shutterstock. As pinturas de Lautrec deixam de lado os ambientes externos e a luz natural do impressionismo, trazendo a boemia da vida parisiense com figuras que fogem da perfeição de beleza e da alegria falsamente exigida na belle époque ao fim do século XIX (Proença, 2005). Figura 12 – Marcelle Lender Dançando o Bolero in 'Chilperic', de Lautrec Crédito: Everett Art/Shutterstock. 16 Outro artista do período foi Pierre-Georges Seraut (1859-1891) com sua técnica denominada divisionismo (neoimpressionismo ou pontilhismo). Lembremos que, para os impressionistas, a mistura cromática se forma no olhar, e não entre as tintas. A partir disso, Seraut decide dar continuidade à forte intensidade cromática e luminosa, mas agora por meio de um sistema de múltiplos pontos justapostos. Contudo, a “impressão em movimento” característico do estilo não existe em sua obra, suas figuras são clássicas e tendem à imobilidade (Janson, 1996). Dentre outros movimentos e manifestos que findaram o século XIX, o simbolismo (na literatura) influenciou às artes plásticas com artistas como Odilon Redon (18470-1916), o belga Félicien Rops (1833-1898) e o alemão Carlos Schwabe (1866-1926). O movimento simbolista se apresenta como oposição ao realismo, na crença de que a arte tem muito mais uma “função espiritual” e deve ser retratada próxima ao “universo onírico” (Vieira, 2017). TEMA 3 – EXPRESSIONISMO, FAUVISMO E ABSTRACIONISMO O expressionismo foi um movimento que nasceu na Alemanha (Dresden) na proximidade da Primeira Guerra Mundial e destacava a expressão dos sentimentos humanos na arte. Contudo, as emoções presentes no expressionismo são de uma sociedade não decadente, mas que nega o existente além das aparências, o sofrimento humano, seus medos e angústias. Os artistas, então, continuavam a tender mais às figuras e temas à margem da sociedade, como a classe trabalhadora e as jornadas revolucionárias, do que à tradicional burguesia, que quando representada era em crítica e ironia, como na obra de Ernst Kirchner (1880-1938) (Proença, 2005; Silva, 2006). A distorção da forma é o grande artifício do expressionismo, junto às cores firmes que caminham para o purismo cromático. É certo que Van Gogh é associado ao estilo, mas também o artista Edvard Munch (1863-1944), autor da obra O Grito. 17 Figura 13 – Gravura Duas mulheres na praia, de Edvard Munch Crédito: Everett Art/Shutterstock. Outros nomes do movimento nas artes plásticas foram Ernst Barlach (1870-1938) e Oskar Kokoshka (1886-1980), mas o estilo é também reconhecido no cinema – o expressionismo alemão – na obra Nosferatu, o vampiro da noite, de Friedrich Murnau (1888-1931). Devido ao caráter denso e emotivo da realidade com suas distorções, chegou a ser considerada uma arte feia e caricata. Para Gombrich (1981), a caricatura, pela necessidade de distorcer a imagem para evidenciar os sentimentos, pode ser expressionista, assim como Hieronymus Bosh (1450- 1516) em seus temas, que pode ser surrealista. Estes encadeamentos de ideias e de constantes ismos, para Merlo (2000), fizeram com que a arte da modernidade fosse a mais rica, inventiva e experimental de todos os tempos. Repleta de constante questionamento em um mundo em que a razão, a ciência e o conhecimento amplamente disseminado sobre os novos materiais e técnicas, o estudo da estrutura da forma pela psicologia moderna, e o da física e química das cores, conduzem às novas estéticas não mais passíveis de retorno ao passado. Merlo (2000) nesse ponto argumenta que três dos movimentos de vanguarda se estruturaram na intelectualidade: o fauvismo, o cubismo e o surrealismo, enquanto no expressionismo dos alemães e dos eslavos, que abandonam o bizantino, vigora o aspecto emocional e instintivo da forma e da cor. 18 Os fauvistas (fauve, do francês, selvagem), assim como os cubistas, idealizavam a arte em seu sentido mais puro, e sendo os primeiros assim chamados pela crítica no Salão de Outono de Paris em virtude da intensidade “violenta” no emprego de cores não misturadas, ou degradadas, assim como ao pouco apreço do grupo às formas reais da natureza (Proença, 2005). No Salão também participaram Albert Marquet (1875-1947), Othon Friesz (1879-1949), Henri Manguin (1874-1949). Entre os fauvistas, provavelmente o mais famoso seja Henrry Matisse (1864-1954), que exerceu forte influência no moderno design e despontava com a revolução industrial, por meio de uma pintura que utilizava de uma simplicidade decorativa, na qual as formas, humanas e não humanas, combinavam umas com as outras (Gombrich, 1981). Samuel Halpert (1884-1930) foi um artista naturalizado norte-americano que estudou em Paris, fortemente influenciado por Cézanne e pelos fauves. De fato, muito aqui falamos da arte da Europa devido ao caráter precursor e centralizador da história, contudo a realidade artística nos Estados Unidos das primeiras décadas do século XX em diante foi extremamentevaliosa. É possível encontrar mais informações sobre a arte modernista norte-americana nos catálogos: Conversion to Modernism - The Early Work of Man Ray (em língua inglesa) no Montclair Art Museum ou on-line, disponível em: <http://tfaoi.org/aa/3aa/3aa655.htm>. Figura 14 – A toalha de mesa vermelha, de Samuel Halpert Crédito: Everett Art/Shutterstock. 19 A arte abstrata (ou arte não-figurativa ou não-objetiva) surge da crença do pintor russo Wassily Kandinsky (1866-1944) sobre a “comunhão de espírito a espírito” por meio da arte, principalmente pela cor, que para o artista nos afeta assim como a música (Gombrich, 1981). De fato, Kandinsky desenvolve uma associação multisensorial entre a música, a forma e a cor, resultando em uma expressividade artística sem elementos reconhecíveis. Contudo, ele não foi o primeiro a associar ondas mecânicas e luminosas. O astrônomo e físico Isaac Newton (1643-1727) já havia proposto séculos antes a relação entre os planetas, as cores e as notas musicais. Goethe também compreendia o termo harmonia como a capacidade de percebermos “o todo” sem deixar o valor – e a percepção – “das partes” que o compõem, e que estas partes, quando em repouso, seriam os acordes. Tal proposição, unida às descobertas sobre a refração da luz de Newton, estabelece os princípios conhecidos como acordes cromáticos (Pedrosa, 2002). Figura 15 – Litografia Violet, de Kandinsky Crédito: Everett Art/Shutterstock. 20 Com base na não figuração da forma e fomentado pelas ideias cubistas (que veremos no próximo tema), os artistas questionaram se a arte pictórica poderia se dar por estruturas construtivas tal como na arquitetura. Essas ideias desenvolveram-se na pintura do artista holandês Piet Mondrian (1872-1944). Parte de seu trabalho insere-se no abstracionismo geométrico, em que os elementos compositivos – neste caso a forma, a linha e a cor – se estruturam em um todo maior. Para Mondrian, todas as coisas vistas apresentam uma essência original, e cabe ao artista percebê-las e representá-las demonstrando o equilíbrio universal entre elas (Gombrich, 1981; Proença, 2005). Figura 16 – Fragmento de Composição em vermelho, amarelo, azul e preto, de Piet Mondrian (fase Neoplástica) Crédito: Everett Art/Shutterstock. Apoiado neste princípio do equilíbrio das formas, o escultor americano Alexander Calder (1898-1976) produz um novo formato artístico, os móbiles, elementos suspensos que demonstram que no universo tudo está em movimento, porém, em profundo equilíbrio determinado por leis “e forças misteriosas” (Gombrich, 1981). 21 Figura 17 – Escultura de Alexander Calder em Madrid Crédito: Manuel Ascanio/Shutterstock. Neste espírito “da linguagem da construção” determinado pela nova cultura industrial e pelas relações entre o espaço e a arquitetura (social) que ocorriam na Rússia entre as duas grandes guerras, outros artistas da arte de vanguarda, e próximos a Kandinsky, experimentavam uma arte que não deveria estar nos tradicionais cavaletes, e sim construídas com base em materiais (Construtivismo) como as obras dos escultores Antoine Pevsner (1886-1962), Vladimir Tatlin (1885-1956) e Naum Gabo (1890-1977). Tais elementos irão influenciar a propaganda russa no período que veremos adiante, no dadaísmo e na história do design (Proença, 2005; Cunha, 2007). TEMA 4 – CUBISMO, DADAÍSMO E SURREALISMO O cubismo foi um movimento nascido do trabalho do espanhol Pablo Picasso (1881-1973), em que as formas extraídas da natureza recebem uma configuração geométrica. Picasso e o francês Georges Braque (1882-1963) reconheciam em seus estilos a forte influência do construtivismo esquemático de Cézanne, que considerava que todas as formas poderiam ser construídas por meio do cone, do cilindro e da esfera (Merlo, 2000). 22 Figura 18 – Juan Legua, de Juan Gris Crédito: Everett Art/Shutterstock. Janson (1996) coloca que o cubismo, pela análise da obra de Picasso, apresenta figuras que se quebram tal como o vidro, para depois se reorganizarem. A desconstrução da forma está no trabalho do pintor e no estilo por ele iniciado, que apresentou três fases: o cubismo de “facetas”, o “de colagem”, e o “cubo-futurismo” (na Rússia), com influência no suprematismo da arte de Kazemir Malevich (1879-1935). Outros nomes do movimento foram Fernand Léger (1881-1955) e Juan Gris (1887-1927). O futurismo foi outro movimento do período e que nasce na Itália em 1910, orientados às máquinas e à guerra e com forte vertente nacionalista. Na Rússia, o cubo-futurismo permite o desenvolvimento da poesia repleta de sonoridade ritmada e expressões populares, em que a palavra e seus sons compõem a plástica (Passetti, 2007) 23 Já a colagem (collage) dará suporte às novas estéticas artísticas após as experimentações de Picasso e Braque e seus recortes de papéis e materiais diversos (e depois da sobreposição na própria pintura). Interessante pensar que a colagem, no sentido de “arranjo entre elementos descontínuos, mas articulados entre si” – e em busca da proposição harmônica – está também no Almoço na Relva, de Édouard Manet (Martins, 2007). Outro movimento que se apropria desse novo meio de expressão foi o dadá. Com uma vocação antiarte (anti-art), pretendia libertá-la de toda e qualquer vocação anterior. Em meio à Primeira Grande Guerra, vem expressar sua oposição aos motivos que levam a cultura a permitir conflitos e massacres. A diferença entre dadaísmo e colagem cubista – de princípio analítico na desconstrução e re-construção da imagem – estava no fato de as experimentações do primeiro se darem por meio de “manifestações ao acaso”, e que seria o novo “elemento estimulador” na criação da arte (Passetti, 2007). Para Gombrich (1981), ainda faltava na pintura essa característica, “do puro manuseio da tinta, independente do motivo ou designo interior” (o tachismo), alcançado na obra de Jackson Pollock (1912-1956), pertencente à denominada pintura de ação (Action Painting) ou expressionismo abstrato. De fato, a colagem e o uso de uma diversidade de materiais e objetos prontos, a mancha e as pinceladas ao acaso, reforçam a importância “do meio” na arte. O movimento dadá (ver Manifesto Dadaísta) teve a participação dos poetas Tristan Tzara (1896-1963) e Hugo Ball (1886-1927), e nas artes visuais Hans Arp (1886-1966), Hans Richter (1888-1976), Kurt Schwitters (1887-1948) (ver Arte Merz) e Marcel Duchamp (1887-1968) (ver Ready-made). Para mais informações e acesso às obras, sugerimos o acesso ao site do Tate Museum, em Londres, disponível em: <https://www.tate.org.uk/art/art-terms/d/dada>. No surrealismo, a colagem surge mais pelo resultado estético do que pelo ideal representado. No ponto visto por nós, as pinturas são produzidas como colagens, porém, por meio de teorias da psicanálise que retratam um mundo onírico em profundo acesso ao inconsciente, não interessando mais a cópia da realidade, assim como a indagação de qual é a realidade que realmente nos importa. Para seus artistas, a obra “não pode ser produzida pela razão inteiramente desperta [...] a razão pode nos dar a ciência, mas só a não-razão pode nos dar a arte” (Gombrich, 1981; Fonseca, 2009). 24 Figura 19 – Reprodução em selo postal da A traição das imagens, de René Magritte Crédito: spatuletail/Shutterstock. Além de Magritte (1898-1967), os demais artistas do surrealismo foram Max Ernst (1891-1966), Salvador Dalí (1904-1989) e Juan Miró (1893-1983). TEMA 5 – OP ART E POP ART A Op Art (optical art) foi uma tendência artística que ganhou força nos anos de 1950, estabelecendo que os efeitos visuais formados pelas cores (ou em PB) e formas sistematicamente construídas produzem no olhar, no cérebro, qualidades irreais em uma percepção de ilusão, tal como é a vida contemporânea em constante transformação(Janson, 1996; Proença, 2005). Como precursor teve o artista húngaro Victor Vasarely (1906-1997) e Josef Albers (1888-1976). 25 Figuras 20 e 21 – Obras de Victor Vasarely Crédito: Dedo Luka/Shutterstock. Neste caminho de finalizações que estamos tomando em nossos estudos sobre a história da arte, vemos que na arte existe a figura do historiador e a do crítico, cabendo ao primeiro “tornar inteligível o que realmente acontece” e ao segundo “criticar o que acontece”. Mesmo que algumas vezes estas duas diferentes atribuições se aproximem quando tratamos da arte de nossos dias, devemos saber respeitar as linhas que as separam (Gombrich, 1981). Para Mattos (2020), a arte desde o renascimento apresentou três grandes funções: 1) a ideia de mímesis e da imitação do mundo natural; 2) a ideia de que é possível traduzir os diferentes tipos de arte e; 3) a obrigatoriedade constante da idealização, que reconduz a mímesis, não necessariamente da natureza, mas do seu ideal. Por meio disso, a trajetória da arte desde a renascença – com a força do academicismo – até nossos dias, é elevada ao status de Arte com letra maiúscula (arte pura das galerias e exposições) em contraposição à arte aplicada, ou comercial, que nasce da linguagem (ou objetos) do cotidiano da modernidade, como a publicidade, a fotografia, os recortes de revistas e a história em quadrinhos, sendo a mais próxima vista em Duchamp e no Dadá e nos discursos da antiarte (Gombrich, 1981; Janson, 1996). 26 Figura 22 – A cabeça de Barcelona, escultura de Roy Lichtenstein Crédito: Hieronymus Ukkel/Shutterstock. Neste contexto de “arte popular” aparece a Pop Art, que se estabelece na Inglaterra a partir dos anos de 1950, com o estilo de vida norte-americano, hábitos de consumo e principalmente pelo caráter midiático que os EUA exerceram em Londres no período. Para Janson (1996), contudo, a Pop Art não segue os princípios de descontentamento com a atual civilização presente no Dadaísmo, pelo contrário, ela enaltece a cultura do consumo, tendo-a como matéria-prima. A Pop Art teve como artistas Jasper Jonhs (1930-), Roy Lichtenstein (1923-1997), Andy Warhol (1930-1987), Keith Haring (1958-1990), Peter Phillips (1939-), Edward Ruscha (1937-), Tom Wesselmann (1931-2004) e muitos outros nomes que merecem busca aprofundada, assim como as artistas mulheres durante a história e os americanos não referenciados neste material, e a arte no oriente, na Índia, na China e no Japão que tanto influenciaram o ocidente durante toda a história. Sugere-se, portanto, a leitura completa das obras de autores como Graça Proença, com linguagem fácil e acadêmica, assim como as obras de Ernst Gombrich e H. W. Janson. Esses autores foram utilizados na totalidade de seus títulos neste material. 27 TROCANDO IDEIAS Como não poderia deixar de ser, afinal, estamos agora a falar da produção artística do período em que vivemos, nosso Trocando Ideias exigirá de você maior aprofundamento teórico quanto à modernidade e, principalmente, às questões da pós-modernidade. Deste modo, é proposto um wiki fundamentado no texto: “A controvérsia do pós-moderno” de Luciano Carneiro Alves, disponível para você em: <http://www.periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/coletaneas/article/view/1 19/110>. Por meio deste texto, você deverá se questionar, trazendo seu ponto de vista à discussão, se a pós-modernidade é uma fase da modernidade ou realmente o projeto moderno se findou. Veja, neste exercício não existe certo ou errado, pois tamanha é a complexidade do conceito de pós-moderno. Portanto, leia, reflita e argumente. NA PRÁTICA O Na Prática desta aula exigirá de você e de suas habilidades artísticas para a produção de uma colagem em um tamanho A4. Para chegarmos ao resultado, você deve: 1) Escolher um tema do qual gostaria de se expressar. Pode ser um contexto social e político, relações familiares ou um sentimento que tenha por alguém ou por algo. 2) Juntar um maior número de recortes diversos, materiais como madeira, metal, areia (não existem limitações), jornais, revistas, papéis coloridos. Tudo aquilo que você “sentir” que tem relação com o seu tema escolhido. 3) Agora, e por último, você deve testar algumas montagens no seu suporte (papel A4) e então colar todos os materiais. É claro, sua obra merece um nome. Que título daria para sua arte? Sucesso! FINALIZANDO Nesta aula, nós tratamos sobre: • a diferença entre a cronologia da história disciplinar e da história da arte. 28 • o fato de a modernidade apresentar inúmeros movimentos e estilos que ocorreram concomitantemente. • o rompimento, sem voltas, com o academicismo. • o artista da modernidade ser o primeiro a ter liberdade de expressão. • a liberdade do discurso, que possibilita a inventividade artística. • o fato de meio (o material e a técnica) ser mais importante que o tema representado, iniciado com a revolução industrial. 29 REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, M. Barroco: Poussinistas versus Rubenistas. História da Arte e da Arquitetura, 2020. Disponível em: <https://historiaartearquitetura.com/2017/07/16/barroco-poussinistas-versus- rubenistas/>. Acesso em: 13 maio 2020. BALDAQUE, L. The Pre-Raphaelitesin the Dickens-Ruskin controversy: Resistance and Defense in the Victorian Era. DADUN – Revisiones, n. 7, p. 175- 184, 2012. CLUIT, F.E. The art of Jules Breton. JSTOR, Brush & Pensil, v. 18, n. 3, p. 106- 110, 1906. CUNHA, G. R. A arquitetura russa nos primeiros anos da revolução: o construtivismo e a noção de condensador social. In: COLÓQUIO INTERNACIONAL MARX ENGELS, Unicamp, São Paulo, 2007. Anais... FAZENDA, C. M. A. O sentido da cor: uma investigação interdisciplinar. 214 f. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001. FERREIRA, M. de M. História do tempo presente: desafios. Cultura Vozes, Rio de Janeiro, v. 94, n. 3, p. 111-124, 2000. FONSECA, A. K. Collage: a colagem surrealista. Revista Educação, Guarulhos, v. 4, n. 1, 2009. GOMBRICH, E. H. A História da Arte. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1981. GUARINELLO, N. L. História científica, história contemporânea e história cotidiana. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 24, n. 48, p. 13-38, 2004. JANSON, H. W. Introdução à História da Arte. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996. MARTINS, L. R. Colagem: investigações em torno de uma técnica moderna. ReP (USP), São Paulo, v. 5, n. 10, p. 50-61, 2007. 30 MATTOS, C. V. Estética e a artes plásticas. Revista Cult, São Paulo, 2020. Disponível em: <https://revistacult.uol.com.br/home/estetica-e-as-artes- plasticas/>. Acesso em: 13 maio 2020. MELLO, V. M.; SUAREZ, P. A. V. As formulações de tintas expressivas através da história. Revista Virtual de Química, v. 4, n. 1, p. 2-12, Rio de Janeiro, 2012. MERLO, C. A história da arte. Da antiguidade ao século XX. 1. ed. Porto: Editora Porto, 2000. MIRANDA, D. S. História da arte II: do Romantismo à contemporaneidade. Fortaleza: EdUECE, 2019. PASSETTI, D. V. Colagem: arte e antropologia. Ponto & Virgula, São Paulo, n. 1, p. 11-24, 2007. PEDROSA, I. Da cor à cor inexistente. 8. ed. Rio de Janeiro: Léo Cristinao Editora Ldta, 2002. PROENÇA. G. História da Arte. São Paulo: Editora Ática, 2005. SILVA, M. O cinema expressionista alemão. Revista Urutágua, Maringá, n. 10, 2006. VIEIRA, A. S. Simbolismo e intermidialidade. Todas as Letras, São Paulo, v. 19, n. 1, p 66-77, 2017.