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DIREITO 
CONSTITUCIONAL
Defesa do Estado e das Instituições 
Democráticas
Livro Eletrônico
Presidente: Gabriel Granjeiro
Vice-Presidente: Rodrigo Calado
Diretora de Produção Educacional: Vivian Higashi
Gerência de Produção de Conteúdo: Magno Coimbra
Todo o material desta apostila (incluídos textos e imagens) está protegido por direitos autorais 
do Gran Cursos Online. Será proibida toda forma de plágio, cópia, reprodução ou qualquer 
outra forma de uso, não autorizada expressamente, seja ela onerosa ou não, sujeitando-se o 
transgressor às penalidades previstas civil e criminalmente.
CÓDIGO:
221104369840
LUCIANO DUTRA
Advogado da União desde 2009, com atuação no Supremo Tribunal Federal. Autor 
de livros. Professor de Direito Constitucional com ampla experiência em cursos 
preparatórios para concursos públicos e Exames de Ordem presenciais e on-line. 
Aprovado em diversos concursos públicos. Graduado em Direito pela Universidade 
Federal de Juiz de Fora e pós-graduado em Direito Público. Graduado e pós-graduado 
em Ciências Militares.
 
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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DIrEIto ConstItuCIonal
Defesa do Estado e das Instituições Democráticas
Luciano Dutra
SUMÁRIO
Defesa do Estado e das Instituições Democráticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2. Estado de Defesa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
3. Estado de Sítio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
4. Forças Armadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
5. Segurança Pública . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Súmulas e Jurisprudência Aplicáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
Questões de Concurso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Gabarito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Gabarito Comentado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
 
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Defesa do Estado e das Instituições Democráticas
Luciano Dutra
DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES 
DEMOCRÁTICASDEMOCRÁTICAS
1 . IntroDuÇÃo1 . IntroDuÇÃo
Olá, meu(minha) aluno(a), como está? Espero que este texto o(a) encontre saudável e feliz!
Vamos tratar, agora, do Título V, que apresenta as normas constitucionais ligadas à 
defesa do Estado e das instituições democráticas, regulamentando as medidas excepcionais 
para manter ou restabelecer a ordem constitucional em momentos de anormalidade da 
vida política do Estado brasileiro, compostas pelo estado de defesa (art. 136) e pelo estado 
de sítio (arts. 137 a 139), conhecidos como sistema constitucional das crises.
Durante os estados de defesa e de sítio, existirá um período de legalidade extraordinária, 
uma vez que há a possibilidade de suspensão ou diminuição de certos direitos fundamentais.
Ainda, o Título V nos empresta o perfil constitucional das Forças Armadas (arts. 142 e 
143) e dos órgãos de segurança pública (art. 144).
SISTEMA CONSTITUCIONAL DAS 
CRISES
FORÇAS ARMADAS
SEGURANÇA PÚBLICA
medidas excepcionais para manter ou 
restabelecer a ordem constitucional em 
momento de anormalidade da vida política 
do Estado
legalidade extraordinária - possibilidade de 
diminuição de certos direitos fundamentais
estado de defesa
estado de sítio
TÍTULO V
Portanto, aperte o cinto que o avião do Gran Cursos Online voltará a decolar. Venha comigo!
2 . EstaDo DE DEFEsa2 . EstaDo DE DEFEsa
Querido(a) aluno(a), as hipóteses de cabimento para a decretação do estado de defesa 
estão exaustivamente previstas no caput do art. 136, que diz que o Presidente da República 
pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de 
defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a 
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ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional 
ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.
Ou seja, para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, 
a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional 
ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza (localizada em uma 
determinada área), o Presidente da República, mediante decreto, ouvidos o Conselho da 
República e o Conselho de Defesa Nacional, poderá decretar o estado de defesa.
Como se nota, a titularidade para decretação do estado de defesa é do Presidente da 
República, ouvidos os Conselhos da República e da Defesa Nacional. A oitiva dos Conselhos 
é obrigatória, porém os pareceres emitidos não são vinculantes, vale dizer, mesmo com a 
manifestação contrária dos Conselhos, pode o Presidente da República decidir pela adoção 
da medida excepcional. Corrobora a titularidade aqui citada o art. 84, inc. IX, segundo o 
qual compete privativamente ao Presidente da República decretar o estado de defesa e 
o estado de sítio.
Segundo o § 1º do art. 136, o decreto presidencial que instituir o estado de defesa 
determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, 
nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem. 
O tempo de duração do estado de defesa não poderá exceder a 60 dias, conforme 
se extrai do § 2º do art. 136, segundo o qual o tempo de duração do estado de defesa não 
será superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se 
persistirem as razões que justificaram a sua decretação.
E o que ocorrerá se, ultrapassados os 60 dias, ainda persistirem os motivos para a 
decretação do estado de defesa? Nesse caso, o Presidente da República poderá solicitar 
ao Congresso Nacional a autorização para decretar o estado de sítio.
Perceba que as áreas a serem abrangidas devem ser restritas e determinadas.
001. 001. (PM-CE/PRIMEIRO-TENENTE/2014) O presidente da República pode, ouvidos o Conselho 
da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa, cujo tempode 
duração não será superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, 
se persistirem as razões que justificaram a sua decretação.
Conforme o art. 136, “caput”, e § 2º, da CF/1988, o Conselho da República e o Conselho de 
Defesa Nacional devem ser ouvidos para que possa decretar estado de defesa, e acerca do 
tempo de duração, ele não será superior a trinta dias e poderá ser prorrogado uma vez, por 
igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua decretação.
Certo.
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E quais as medidas coercitivas poderão ser adotadas no estado de defesa? Quem 
responde é o art. 136, § 1º. Segundo ele, podem ser adotadas as seguintes medidas coercitivas:
I - restrições aos direitos de:
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
b) sigilo de correspondência;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;
II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade 
pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes.
Ademais, de acordo com o § 3º do art. 136, na vigência do estado de defesa:
I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por 
este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal, 
facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial;
II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do estado físico 
e mental do detido no momento de sua autuação;
III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez dias, salvo 
quando autorizada pelo Poder Judiciário. Como se nota, é uma excepcional possibilidade 
de cerceamento de liberdade, independentemente de ordem judicial, por prazo máximo 
de 10 dias, o que relativiza o art. 5º, LXI;
IV - é vedada a incomunicabilidade do preso.
Durante o estado de defesa, bem como no estado de sítio, conforme veremos mais 
à frente, haverá controles político e jurídico dessas medidas excepcionais de legalidade 
extraordinária. Acompanhe-me.
1) 1) Controle político imediato: realizado logo após o início da medida excepcional. De-
termina os §§ 4º ao 7º do art. 136 que, decretado o estado de defesa ou sua prorro-
gação, o Presidente da República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato 
com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria abso-
luta. Portanto, o controle político imediato é a aprovação da medida pelo Congresso 
Nacional. Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado, extraordina-
riamente, no prazo de cinco dias. O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro 
de dez dias contados de seu recebimento, devendo continuar funcionando enquanto 
vigorar o estado de defesa. Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de 
defesa.
DICA DO LD
no estado de defesa, o Congresso nacional aprova . no 
estado de sítio, o Congresso autoriza . É o que está, inclusive, 
no art . 49, inc . IV, segundo o qual é da competência exclusiva 
do Congresso nacional aprovar o estado de defesa e a 
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intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou 
suspender qualquer uma dessas medidas .
2) 2) Controle político concomitante: realizado nos termos do art. 140, segundo o qual 
a Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, designará Comissão 
composta de cinco de seus membros para acompanhar e fiscalizar a execução das 
medidas referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio.
3) 3) Controle político sucessivo: realizado conforme o art. 141, parágrafo único, de 
acordo com o qual logo que cesse o estado de defesa ou o estado de sítio, as medidas 
aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da República, em men-
sagem ao Congresso Nacional, com especificação e justificação das providências 
adotadas, com relação nominal dos atingidos e indicação das restrições aplicadas.
4) 4) Controle jurisdicional concomitante: exercido pelo Poder Judiciário, nos termos do 
art. 5º, XXXV, para o qual a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão 
ou ameaça a direito. Trata-se do controle da legalidade da medida excepcional pelo 
Poder Judiciário.
5) 5) Controle jurisdicional sucessivo: realizado conforme o caput do art. 141, segundo o 
qual cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão também seus efeitos, 
sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus executores ou 
agentes. Isso significa que o Poder Judiciário poderá responsabilizar posteriormente 
aqueles que cometeram atos ilícitos durante a medida excepcional.
DICAS DO LD
1) O controle político fica a cargo do Congresso Nacional.
2) o controle jurisdicional (ou judicial) é de responsabilidade 
do Poder Judiciário .
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PRAZO 
(art. 136, § 2º ) 30 + 30
passado o prazo e persistindo 
as razões = estado de sítio
CONTROLE 
POLÍTICO 
(CONGRESSO 
NACIONAL)
IMEDIATO (ART. 136, 
§§ 4 A 7)
CONCOMITANTE 
(ART. 140, “CAPUT”)
SUCESSIVO (ART. 141, 
PARAGRAFO ÚNICO)
Mesa do CN cria uma Comissão 
(5 membros) para acompanhar e 
fiscalizar o estado de defesa
após cessar o estado de defesa, 
o Presidente da República enca-
minha mensagem ao CN
APROVAÇÃO do CN dentro de 24 
horas (art. 49, IV)
se o CN estiver de recesso, será 
convocado extraordinariamente em 
5 dias
o CN apreciará o decreto em 10 dias
se o CN rejeitar o decreto (maioria 
absoluta), cessa imediatamente o 
estado de defesa
CONTROLE 
JURISDICIONAL
CONCOMITANTE 
(ART. 5° , XXXV)
SUCESSIVO 
(ART. 141, “CAPUT”)
defesa da legalidade (inafastabilidade da 
jurisdição)
possibilidade de responsabilização 
posterior
Art. 136, § 3°
possibilidade de prisão por crime contra o Estado, independentemente 
de ordem judicial, por no máximo 10 dias (afasta o art. 5º , LXI)
neste caso, o executor do estado de defesa deverá comunicar a prisão 
imediatamente ao juiz
é VEDADA a incomunicabilidade do preso
HIPÓTESES DE 
CABIMENTO (art. 
136, “caput”)
instabilidade institucional
calamidade natural (em 
local restrito e determinado)
COMPETÊNCIA
Presidente da República (por decreto. art. 
84, IX), ouvidos o Conselho da República 
e o Conselho de Defesa Nacional
oitiva obrigatória, mas não vinculante 
NÃO PRECISA de autorização do Con-
gresso Nacional
MEDIDAS 
COERCITIVAS 
(art.136, § 1º )
restrição ao direito de reunião
restrição ao sigilo de correspondência
restrição ao sigilo das comunicações
ocupação temporária
ESTADO DE 
DEFESA
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Essas são as informações que precisamos saber sobre o estado de defesa. Estudaremos, 
agora, a outra medida excepcional que pode ser tomadaem momento de anormalidade da 
vida política nacional, em que se adotará um sistema de legalidade extraordinária chamado 
de estado de sítio. Vamos lá!
3 . EstaDo DE sÍtIo3 . EstaDo DE sÍtIo
O estado de sítio é a medida excepcional mais gravosa, cujas hipóteses de cabimento 
estão no art. 137, segundo o qual o Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da 
República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização 
para decretar o estado de sítio nos casos de:
 I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a 
ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa;
II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.
Isto é, o Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de 
Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio.
Mais uma vez, a titularidade para decretação da medida excepcional é do Presidente 
da República, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, sendo que 
a manifestação dos Conselhos é meramente opinativa (não vinculante).
De acordo com o parágrafo único do art. 137, o Presidente da República, ao solicitar 
autorização para decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos 
determinantes do pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por maioria absoluta.
Por sua vez, o caput do art. 138 determina que o decreto do estado de sítio indicará 
sua duração, as normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que 
ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da República designará o executor 
das medidas específicas e as áreas abrangidas.
No que tange à duração do estado de sítio, há duas situações previstas no art. 138, § 1º:
• • Nas hipóteses previstas no art. 137, I (comoção grave de repercussão nacional ou 
ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de 
defesa): a duração do estado de sítio não poderá ser superior a 30 dias, podendo ser 
prorrogada sucessivas vezes e sem limites, enquanto durar a situação de anormalidade 
constitucional, sendo que cada prorrogação não poderá ser superior a 30 dias (30 + 30 
+ 30...);
• • Hipóteses previstas no art. 137, II (declaração de estado de guerra ou resposta a 
agressão armada estrangeira): o estado de sítio poderá ser decretado por todo o 
tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira.
Já estudamos as medidas coercitivas que podem ser adotadas no estado de defesa. 
E, aqui, no estado de sítio, quais as medidas coercitivas cabíveis? O art. 139 responde 
parcialmente. Segundo a norma, na vigência do estado de sítio decretado com fundamento 
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no art. 137, I (comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem 
a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa), só poderão ser tomadas contra 
as pessoas as seguintes medidas:
I - obrigação de permanência em localidade determinada;
II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns;
III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à 
prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei;
IV - suspensão da liberdade de reunião;
V - busca e apreensão em domicílio;
VI - intervenção nas empresas de serviços públicos;
VII - requisição de bens.
Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pronunciamentos de parlamentares 
efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa.
Perceba que a Constituição Federal só elenca as medidas coercitivas no caso de comoção 
grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida 
tomada durante o estado de defesa.
Então quais seriam as medidas coercitivas no caso do art. 137, II (declaração de estado 
de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira)? Precisamos nos socorrer da doutrina. 
Conforme observa Pedro Lenza1, “em relação à decretação de estado se sítio, na hipótese 
do art. 137, II, qual seja, no caso de declaração de estado de guerra ou resposta a agressão 
armada estrangeira, em tese, qualquer garantia constitucional poderá ser suspensa, 
desde que: a) tenham sido observados os princípios da necessidade e da temporariedade 
(enquanto durar a guerra ou resposta a agressão armada estrangeira); b) tenha havido 
prévia autorização por parte do Congresso Nacional; c) nos termos do art. 138, caput, tenha 
sido indicada, no decreto do estado de sítio, a sua duração, as normas necessárias a sua 
execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas”.
Agora vamos tratar dos controles político e jurídico do estado de sítio, que se assemelham 
aos controles do estado de defesa já estudados.
1) 1) Controle político prévio: o Presidente da República deve solicitar ao Congresso 
Nacional autorização para a decretação do estado de sítio. Conforme os arts. 137, 
“caput”, e 138, §§ 2º e 3º, o Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da Re-
pública e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização 
para decretar o estado de sítio. Solicitada autorização para decretar o estado de sítio 
durante o recesso parlamentar, o Presidente do Senado Federal, de imediato, con-
vocará extraordinariamente o Congresso Nacional para se reunir dentro de cinco 
dias, a fim de apreciar o ato. O Congresso Nacional permanecerá em funcionamen-
to até o término das medidas coercitivas.
1 LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 15ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2011. Página 1066.O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para EDSON LIMA RIBEIRO - 61345037384, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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2) 2) Controle político concomitante: exatamente o mesmo estudado no estado de de-
fesa. Ou seja, de acordo com o art. 140, a Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os 
líderes partidários, designará Comissão composta de cinco de seus membros para 
acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao 
estado de sítio.
002. 002. (PM-CE/PRIMEIRO-TENENTE/2014) Na eventualidade de decretação de estado de defesa 
ou de estado de sítio, competirá à mesa do Senado Federal, ouvidos os líderes partidários, 
designar comissão composta de cinco de seus membros para acompanhar e fiscalizar a 
execução das medidas pertinentes.
De acordo com o art. 140, a competência é da Mesa do Congresso Nacional.
Errado.
3) 3) Controle político sucessivo: também é idêntico ao estudado no estado de defesa. 
À luz do art. 141, parágrafo único, logo que cesse o estado de defesa ou o estado de 
sítio, as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da 
República, em mensagem ao Congresso Nacional, com especificação e justificação 
das providências adotadas, com relação nominal dos atingidos e indicação das res-
trições aplicadas.
4) 4) Controle jurisdicional concomitante: também exercido pelo Poder Judiciário, nos 
termos do art. 5º, XXXV, para quem a lei não excluirá da apreciação do Poder Judici-
ário lesão ou ameaça a direito.
5) 5) Controle jurisdicional sucessivo: da mesma maneira que vimos no estado de defesa, 
de acordo com o art. 141, cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão 
também seusefeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos 
por seus executores ou agentes.
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CONTROLE 
JURISDICIONAL
CONCOMITANTE 
(ART. 5° , XXXV)
SUCESSIVO 
(ART. 141, “CAPUT”)
defesa da legalidade (inafastabilidade da 
jurisdição)
possibilidade de responsabilização 
posterior
CONTROLE 
POLÍTICO 
(CONGRESSO 
NACIONAL)
PRÉVIO (ARTS. 137, 
“CAPUT”, e 138, §§ 
2° e 3° )
CONCOMITANTE 
(ART. 140, “CAPUT”)
SUCESSIVO (ART. 141, 
PARAGRAFO ÚNICO)
Mesa do CN cria uma Comissão (5 membros) 
para acompanhar e fiscalizar o estado de defesa
após cessar o estado de defesa, o Presidente da 
República encaminha mensagem ao CN
AUTORIZAÇÃO a ser dada pelo CN 
se o CN estiver de recesso, será convocado 
extraordinariamente em 5 dias
MEDIDAS 
COERCITIVAS 
(art.139)
não se incluiu nas 
restrições a difusão de 
pronunciamentos de 
parlamentares efetuados 
em suas Casas Legislativas, 
desde que liberada pela 
respectiva Mesa
restrição ao direito de reunião
restrição ao sigilo da correspondência
restrição ao sigilo das comunicações
restrição à liberdade de locomoção
restrição ao direito de informação
restrição à liberdade de imprensa
restrição à inviolabilidade de domicílio
intervenção nas empresas de serviço público
requisição de bens
a CF não indicou
a doutrina afirma que qualquer direito fundamental 
pode ser relativizado, desde que respeite a 
proporcionalidade (exemplo: pena de morte)
Art. 137, I
Art. 137, II
HIPÓTESES DE CABIMENTO 
(art. 137, “caput”)
I – comoção grave de 
repercussão NACIONAL ou 
ineficácia do estado de defesa
II – guerra externa
COMPETÊNCIA
Presidente da República (por 
decreto. art. 84, IX), ouvidos 
o Conselho da República e o 
Conselho de Defesa Nacional
oitiva obrigatória, mas não 
vinculante 
PRECISA de autorização do 
Congresso Nacional
PRAZO 
(art. 138, § 1º)
Art. 137. I
Art. 137. II
30 + 30+ 30...
todo tempo necessário
ESTADO DE 
SÍTIO
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Defesa do Estado e das Instituições Democráticas
Luciano Dutra
É isso, terminamos o estudo das medidas excepcionais chamadas de estado de defesa 
e estado de sítio. Vamos, agora, conhecer o perfil constitucional das Forças Armadas. 
Venha comigo!
4 . ForÇas arMaDas4 . ForÇas arMaDas
O conceito de Forças Armadas é especificado no art. 142, nos seguintes termos: “As 
Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições 
nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, 
sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à 
garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”.
Cabe à lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem adotadas na organização, 
no preparo e no emprego das Forças Armadas.
DICAS DO LD
1) Dizer que as Forças armadas são instituições permanentes 
significa que não pode o Congresso nacional abolir a 
Marinha, o Exército e a aeronáutica por meio de emenda 
à Constituição .
2) os pilares básicos das Forças armadas são a hierarquia 
e a disciplina .
3) segundo o art . 84, inc . XIII, compete privativamente ao 
Presidente da república exercer o comando supremo das 
Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do 
Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais 
e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos.
4) as missões constitucionais das Forças armadas são a 
defesa da Pátria, a garantia dos poderes constitucionais 
e a garantia da lei e da ordem .
É importantíssimo dizer que o art. 142, § 2º, prevê que “não caberá habeas corpus em 
relação a punições disciplinares militares”. No entanto, à luz do entendimento do STF, é 
possível a impetração de habeas corpus para se verificar os pressupostos de legalidade da 
aplicação da punição administrativa militar, o que se veda é a irresignação acerca do mérito 
da sanção administrativa (motivo e objeto). Vale dizer, é possível a impetração do HC para 
combater o vício de competência, de forma e de finalidade.
Segundo o art. 142, § 3º, os membros das Forças Armadas são denominados militares, 
aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: 
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I – as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas 
pelo Presidente da República e asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva 
ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos militares e, juntamente com os 
demais membros, o uso dos uniformes das Forças Armadas;
II – o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente, 
ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea “c”, será transferido para a 
reserva, nos termos da lei;
III – o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou função 
pública civil temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta, ressalvada a 
hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea “c”, ficará agregado ao respectivo quadro e 
somente poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por antiguidade, 
contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela promoção e transferência para a 
reserva, sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para 
a reserva, nos termos da lei;
IV – ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;
V – o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos;
VI – o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com 
ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de 
paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra;
VII – o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade 
superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será submetido ao julgamento 
previsto no inciso anterior;
VIII – aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e 
no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem como, na forma da lei e com prevalência da atividade 
militar, no art. 37, inciso XVI, alínea “c”;
IX – (Revogado pela Emenda Constitucional n. 41, de 19/12/2003)
X – a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a estabilidade 
e outras condições de transferência do militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a 
remuneração, as prerrogativas e outras situações especiais dos militares, consideradas as 
peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por força de compromissos 
internacionais e de guerra.
DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA
1) Segundo o STF, o exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, 
é vedado aos policiais civis e a todos os servidores públicos que atuem diretamente 
na área de segurança pública.
2) De acordo com o TSE, o registro da candidatura do militar da ativa apresentada por 
partido político supre a exigência de prévia filiação partidária.
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Por fim, o art. 143 determina que o serviço militar é obrigatório, a ser exercido nos 
termos da lei, ficando isentos, em tempo de paz, as mulheres e os eclesiásticos, sujeitando-
se, porém, a outros encargos que a lei lhes atribuir. Além disso, às Forças Armadas compete, 
na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados, 
alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de crença 
religiosa e de convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter 
essencialmente militar.
DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA
Súmula Vinculante 6: não viola a Constituição Federal o estabelecimento de remuneração 
inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial.
Vejamos um mapa mental com os aspectos mais importantes acerca das Forças Armadas.
ART. 142, 
“CAPUT”
ART. 143
SV 6: não viola a CF o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial
STF: o exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os servidores públicos 
que atuem diretamente na área de segurança pública
TSE: o registro da candidatura do militar da ativa apresentada por partido político supre a exigência de prévia filiação partidária
ART. 142,§ 3º ART. 142, § 2°
constituídas pela Marinha, pelo Exército 
e pela Aeronáutica
instituições permanentes
organizadas com base na hierarquia e 
na disciplina (pilares básicos)
sob autoridade suprema do Presidente 
da República ( art. 84, XIII)
MISSÕES: defesa da pátria, garantia 
dos poderes constitucionais e garantia 
da lei e da ordem
o serviço militar é obrigatório, ficando 
isentos em tempo de paz as mulheres e 
os eclesiásticos
compete às Forças Armadas atribuir 
serviço alternativo aos que, em tempo 
de paz, alegarem imperativo de 
consciência (art. 5º , VIII)
militar da ativa que tomar posse 
em cargo ou emprego público civil 
permanente, será transferido para a 
reserva, SALVO a hipótese do art. 37, 
XVI, “c” (2 profissionais de saúde de 
profissões regulamentadas)
ao militar são proibidas a 
sindicalização e a greve
o militar, enquanto no serviço ativo, 
não pode estar filiado a partidos 
políticos
não cabe HC em relação a punições 
disciplinares militares
STF: não cabe HC em face do MÉRITO 
da sanção administrativa militar
FORÇAS 
ARMADAS
OK? Alguma dúvida até aqui? Não se esqueça de nos procurar no nosso fórum de dúvidas 
para esclarecer algum ponto. Fechado?
Prosseguindo, para terminar o Título V, vamos agora falar dos órgãos de segurança 
pública. Venha comigo!
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5 . sEGuranÇa PÚBlICa5 . sEGuranÇa PÚBlICa
Segundo o art. 144, a segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade 
de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas 
e do patrimônio, por meio dos seguintes órgãos:
I – polícia federal;
II – polícia rodoviária federal;
III – polícia ferroviária federal;
IV – polícias civis;
V – polícias militares e corpos de bombeiros militares.
VI – polícias penais federal, estaduais e distrital (Redação dada pela Emenda 
Constitucional n. 104, de 2019).
DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA
Segundo recentíssima decisão do STF na ADI 6621, é possível os entes federativos 
criarem polícias científicas autônomas, não vinculadas à polícia civil, o que demonstra 
que o rol do art. 144 é exemplificativo.
PARA
ÓRGÃOS
preservação da ordem pública
incolumidade das pessoas e do patrimônio
polícia federal
policia rodoviária federal
polícia ferroviária federal
polícias civis
polícias militares
corpos de bombeiros militares
polícias penais federal, estaduais e distrital
SEGURANÇA 
PÚBLICA(ART. 144)
STF: rol exemplificativo
003. 003. (POLÍCIA CIVIL-SE/DELEGADO/2018/CESPE) A segurança pública, exercida para 
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, é 
responsabilidade de todos.
A afirmação está de acordo com o art. 144, “caput”, da CF/1988, que diz que “a segurança 
pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação 
da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio”.
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Compõem os órgãos de segurança pública da União a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária 
Federal e a Polícia Ferroviária Federal. Vejamos cada um deles.
1) 1) Polícia Federal: à luz do art. 144, § 1º, a Polícia Federal, instituída por lei como órgão 
permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-
-se a:
I – apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, 
serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, 
assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional 
e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
II – prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e 
o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas 
áreas de competência;
III – exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
IV – exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
DICA DO LD
1) a Polícia Federal não investiga infrações penais em face de 
sociedades de economia mista federais . Essa competência 
recai sobre a Polícia Civil do Estado onde ocorrer o crime . 
Portanto, se o crime for em face do Banco do Brasil 
(sociedade de economia mista federal), por exemplo, a 
competência é da Polícia Civil . Mas, se a infração penal for 
em face da Caixa Econômica Federal, a competência será 
da Polícia Federal, por se tratar de uma empresa pública 
federal .
2) apesar do inc . IV do § 1º do art . 144 falar em exclusividade 
da Polícia Federal para exercer a função de polícia judiciária 
da união, ou seja, para investigar crimes federais, o 
entendimento majoritário é que o Ministério Público 
também pode efetuar essa investigação, em função do 
princípio dos poderes implícitos .
004. 004. (POLÍCIA FEDERAL/AGENTE/2018) A Polícia Federal tem a atribuição de apurar infrações 
que exijam repressão uniforme e tenham repercussão internacional; infrações que exijam 
repressão uniforme, mas que tenham repercussão interestadual, devem ser apuradas pelas 
polícias civis e militares.
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De acordo com o art. 144, § 1º, I, compete à polícia federal apurar infrações penais cuja 
prática tenha repercussão interestadual ou internacionale exija repressão uniforme. 
Errado.
005. 005. (POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO/2018) A PF tem competência para apurar infrações 
penais que causem prejuízos aos interesses da União, ressalvadas aquelas que atinjam 
órgãos da administração pública indireta no âmbito federal.
Conforme o art. 144, § 1º, I, compete à polícia federal apurar infrações penais em detrimento 
de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas 
públicas. 
Errado.
006. 006. (POLÍCIA FEDERAL/AGENTE/2018) Compete à Polícia Federal exercer, com exclusividade, 
as funções de polícia judiciária da União.
Segundo o art. 144, § 1º, IV, da CF/1988, “a polícia federal, instituída por lei como órgão 
permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a 
exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União”.
Certo.
007. 007. (POLÍCIA CIVIL-SE/DELEGADO/2018) Incumbem às polícias civis a função de polícia 
judiciária e a apuração de infrações penais contra a ordem política e social, excetuadas as 
infrações de natureza militar.
É uma competência da Polícia Federal, à luz do art. 144, § 1º, I.
Errado.
008. 008. (ABIN/OFICIAL DE INTELIGÊNCIA/2018) O policiamento naval é atribuição privativa da 
Marinha de Guerra, atividade de natureza meramente militar.
É competência da Polícia Federal, à luz do art. 144, § 1º, III.
Errado.
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2) 2) Polícia Rodoviária Federal: segundo o art. 144, § 2º, a polícia rodoviária federal, 
órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, des-
tina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais.
3) 3) Polícia Ferroviária Federal: por sua vez, o art. 144, § 3º, prevê que a polícia ferro-
viária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado 
em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias 
federais.
não se aplica as sociedades de economia mista
possibilidade de o MPF investigar
PRF (ART. 144, §2º)
PFF (ART. 144, §3º)
patrulhamento ostensivo das rodovias federais
patrulhamento ostensivo das ferrovias federais
PF (ART. 144, §1º)
infrações penais contra a ordem política e social ou em 
detrimento de bens, serviços e interesses da União ou 
suas entidades autárquicas E empresas públicas
infrações penais cuja prática tenha repercussão 
interestadual ou internacional e exija repressão 
uniforme
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, 
contrabando e descaminho, SEM PREJUÍZO da ação 
fazendária e de outros órgãos
exercer a política marítima, aeroportuário e de 
fronteiras
exercer, com exclusividade,as funções de polícia 
judiciária da união
ÓRGÃO DE 
SEGURANÇA 
PÚBLICA DA 
UNIÃO
Os Estados-membros e o Distrito Federal também possuem seus órgãos de segurança 
pública. Vale dizer, são órgãos de segurança pública estaduais e do Distrito Federal as 
polícias civis, as polícias militares, os corpos de bombeiros militares e as polícias penais, 
cuja lei disciplinará a organização e o funcionamento, de modo a garantir a eficiência de 
suas atividades (art. 144, § 7º). Vejamos cada um deles.
1) 1) Polícias Civis: as polícias civis são dirigidas por delegados de polícia de carreira com 
competência para exercerem as funções de polícia judiciária e apuração de infra-
ções penais, exceto as militares, resguardadas a competência da União (art. 144, § 
4º). As polícias civis são chamadas de polícias repressivas, haja vista que atuam após 
a ocorrência do crime, apurando a autoria e materialidade delitiva.
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DICA DO LD
as polícias civis não investigam crimes militares . Essa 
competência recai sobre as próprias corporações militares 
estaduais (Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militares) .
2) 2) Polícias Militares: as polícias militares exercem o policiamento ostensivo e a pre-
servação da ordem pública (art. 144, § 5º, parte inicial). As polícias militares são 
conhecidas como polícias preventivas, uma vez que evitam a ocorrência do crime.
3) 3) Corpos de Bombeiros Militares: os corpos de bombeiros militares cumprem as 
atribuições definidas em lei, como o combate a incêndio, busca e salvamento, auxílio 
em desabamentos, catástrofes, inundações etc., bem como executam as atividades 
de defesa civil (art. 144, § 5º, parte final).
Ainda, é importante fixar que as polícias militares e os corpos de bombeiros militares, 
forças auxiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente com as polícias civis e 
as polícias penais estaduais e distrital, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Territórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 104, de 2019)
4) 4) Polícias Penais: por fim, a recentíssima Emenda Constitucional nº 104, incluiu o § 
5º-A, dizendo que às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do sistema 
penal da unidade federativa a que pertencem, cabe a segurança dos estabeleci-
mentos penais. Segundo o art. 4º, da EC 104, o preenchimento do quadro de servi-
dores das polícias penais será feito, exclusivamente, por meio de concurso público 
e por meio da transformação dos cargos isolados, dos cargos de carreira dos atuais 
agentes penitenciários e dos cargos públicos equivalentes.
009. 009. (CORPO DE BOMBEIRO-CE/PRIMEIRO-TENENTE/2014) A defesa das instituições 
democráticas é exercida por meio da segurança pública, da qual os corpos de bombeiros 
militares são órgãos integrantes.
O art. 144, da CF/1988, elenca os órgão de segurança pública. Entre eles estão os corpos 
de bombeiros militares, conforme o inciso V deste artigo.
Certo.
010. 010. (POLÍCIA CIVIL-SE/DELEGADO/2018) As polícias militares, os corpos de bombeiros 
militares e as polícias civis subordinam-se aos governadores dos estados, do Distrito Federal 
e dos territórios.
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É disposto no art. 144, § 6º, da CF/1988, segundo o qual “as polícias militares e os corpos 
de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente 
com as polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos Governadores dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Territórios”.
Certo.
PMs (ART. 144, § 
5°)
PMs e CBMs (ART. 144, § 
6° )
CBMs (ART. 144, § 
5°)
PMs, CBMs, PCs e PPs (ART. 144, 
§ 6° )
polícia ostensiva (preventiva) com a função de preservação da ordem 
pública
atribuições definidas em lei, inclusive as atividades de defesa 
civil
forças auxiliares e reserva do 
Exército
subordinam-se aos Governadores dos Estados, do 
DF e dos Territórios
PCs (ART. 144, § 
4°)
polícia judiciária (polícia repressiva) com a função de apuração 
de infrações penais, exceto as militares
ÓRGÃOS DE 
SEGURANÇA 
PÚBLICA 
DOS 
ESTADOS E 
DF
Ainda, o art. 144, § 8º, estabelece que os municípios poderão constituir guardas municipais 
destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.
DICADO LD
a Constituição Federal não estipula nenhuma exigência de 
número mínimo de habitantes para que o Município crie 
sua guarda municipal .
Importante dizer que a remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos 
relacionados acima será fixada na forma de subsídio.
Por fim, a segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da 
incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas:
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I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras 
atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana 
eficiente; e
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos 
órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, 
na forma da lei.
COMPREENDE
COMPETE
educação, engenharia e fiscalização de trânsito que assegurem 
ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente
no âmbito dos Estados, do DF e dos Municípios, aos respectivos 
órgãos ou entidades executivos de trânsito
EXERCIDA PARA
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e 
do patrimônio nas vias públicas
SEGURANÇA 
VIÁRIA
(ART. 144, §10)
sÚMulas E JurIsPruDÊnCIa aPlICÁVEIssÚMulas E JurIsPruDÊnCIa aPlICÁVEIs
1) HC 104.174: Os militares, indivíduos que são, não foram excluídos da garantia 
constitucional da individualização da pena. Digo isso porque, de ordinário, a CF de 1988, 
quando quis tratar por modo diferenciado os servidores militares, o fez explicitamente. 
Por ilustração, é o que se contém no inciso LXI do art. 5º do Magno Texto, a saber: 
“ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada 
de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou 
crime propriamente militar, definidos em lei”. Nova amostragem está no preceito de 
que “não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares” (§ 2º 
do art. 142). Isso sem contar que são proibidas a sindicalização e a greve por parte 
do militar em serviço ativo, bem como a filiação partidária (incisos IV e V do § 3º do 
art. 142). De se ver que esse tratamento particularizado decorre do fato de que as 
Forças Armadas são instituições nacionais regulares e permanentes, organizadas com 
base na hierarquia e disciplina, destinadas à defesa da Pátria, garantia dos poderes 
constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem (cabeça do art. 
142). Regramento singular, esse, que toma em linha de conta as “peculiaridades de 
suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por força de compromissos internacionais 
e de guerra”(inciso X do art. 142). É de se entender, desse modo, contrária ao texto 
constitucional a exigência do cumprimento de pena privativa de liberdade sob regime 
integralmente fechado em estabelecimento militar, seja pelo invocado fundamento da 
falta de previsão legal na lei especial, seja pela necessidade do resguardo da segurança 
ou do respeito à hierarquia e à disciplina no âmbito castrense. Ordem parcialmente 
concedida para determinar ao juízo da execução penal que promova a avaliação das 
condições objetivas e subjetivas para progressão de regime prisional, na concreta 
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situação do paciente, e que aplique, para tanto, o CP e a Lei 7.210/1984 naquilo que 
for omissa a lei castrense.
[HC 104.174, rel. min. Ayres Britto, j. 29-3-2011, 2ª T, DJE de 18-5-2011.]
2) HC 106.171: O cometimento do delito militar por agente civil em tempo de paz se dá 
em caráter excepcional. Tal cometimento se traduz em ofensa àqueles bens jurídicos 
tipicamente associados à função de natureza militar: defesa da Pátria, garantia dos 
poderes constitucionais, da lei e da ordem (art. 142 da CF). No caso, a despeito de as 
vítimas estarem em serviço no momento da colisão dos veículos, nada há na denúncia 
que revele a vontade do paciente de se voltar contra as Forças Armadas, tampouco a 
de impedir a continuidade de eventual operação militar ou atividade genuinamente 
castrense.
[HC 86.216, rel. min. Ayres Britto, j. 19-2-2008, 1ª T, DJE de 24-10-2008.]
= HC 106.171, rel. min. Celso de Mello, j. 1º-3-2011, 2ª T, DJE de 14-4-2011
3) RHC 88.543: O sentido da restrição dele quanto às punições disciplinares militares 
(art. 142, § 2º, da CF). (...) O entendimento relativo ao § 2º do art. 153 da EC 1/1969, 
segundo o qual o princípio de que, nas transgressões disciplinares, não cabia habeas 
corpus não impedia que se examinasse, nele, a ocorrência dos quatro pressupostos 
de legalidade dessas transgressões (a hierarquia, o poder disciplinar, o ato ligado à 
função e a pena susceptível de ser aplicada disciplinarmente), continua válido para o 
disposto no § 2º do art. 142 da atual Constituição, que é apenas mais restritivo quanto 
ao âmbito dessas transgressões disciplinares, pois as limita às de natureza militar.
[HC 70.648, rel. min. Moreira Alves, j. 9-11-1993, 1ª T, DJ de 4-3-1994.]
= RHC 88.543, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 3-4-2007, 1ª T, DJ de 27-4-2007
= RE 338.840, rel. min. Ellen Gracie, j. 19-8-2003, 2ª T, DJ de 12-9-2003
4) ADI 1.626: Ação direta de inconstitucionalidade. Parte final do art. 117 da Lei 
6.880/1980 (Estatuto dos Militares da União), na redação dada pela Lei 9.297/1996. 
Dever do oficial militar com menos de cinco anos de corporação de indenizar os custos 
decorrentes de sua formação, no caso de assunção de cargo ou emprego civil. (...) Ação 
que se julga improcedente. O desembolso pelo erário de custos adicionais, destinados 
à preparação e à manutenção de seus servidores, em especial dos militares, com a 
finalidade de aprimoramento do Corpo das Forças Armadas, não pode ser negligenciado, 
em razão da própria configuração constitucional da supremacia do interesse público e 
da integridade do erário. A norma questionada é similar a outras previstas na legislação 
do servidor civil, que preveem a necessidade de devolução pelo servidor dos valores 
gastos pela União com sua formação profissional. Ausente ainda ofensa ao princípio 
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da proporcionalidade, na medida em que a norma é adequada para o fim a que se 
destina, sem agressão ou nulificação do direito de liberdade profissional.
[ADI 1.626, rel. min. Dias Toffoli, j. 15-12-2016, P, DJE de 3-3-2017.]
5) RMS 30.941: Ato do comandante da aeronáutica. Não incluso na agravante no 
quadro de acesso por merecimento para ser promovida ao posto de tenente-coronel. 
Aplicação das regras gerais para as promoções no corpo feminino da aeronáutica. 
Necessidade de observância do critério de merecimento para promoção ao último posto. 
A regulamentação específica, na forma estabelecida nos arts. 20 da Lei 6.924/1981 e 
29 e 30 do Decreto 86.325/1981, preceitua que, para as promoções do Corpo Feminino 
da Aeronáutica, devem ser observadas as mesmas condições estabelecidaspara as 
promoções dos oficiais da ativa, que foram disciplinadas pela Lei 5.821/1972. O Decreto 
1.319/1984, que regulamenta a Lei 5.821/1972, estabelece que: “Art. 42. Quando 
o último posto de um quadro for de oficial superior, para promoção a este posto 
somente será organizado QAM, tendo por base a relação de oficiais selecionados para 
composição deste quadro.” In casu, a agravante não integrava a lista de acesso por 
merecimento, isto é, não detinha condição necessária para a promoção ao posto de 
tenente-coronel, o último posto do quadro de oficiais do Corpo Feminino de Reserva 
da Aeronáutica.
[RMS 30.941 AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 24-11-2015, 1ª T, DJE de 10-2-2016.]
 
6) Rcl 11.246: Os servidores públicos são, seguramente, titulares do direito de greve. 
Essa é a regra. Ocorre, contudo, que entre os serviços públicos há alguns que a coesão 
social impõe sejam prestados plenamente, em sua totalidade. Atividades das quais 
dependam a manutenção da ordem pública e a segurança pública, a administração da 
Justiça – onde as carreiras de Estado, cujos membros exercem atividades indelegáveis, 
inclusive as de exação tributária – e a saúde pública não estão inseridos no elenco dos 
servidores alcançados por esse direito. Serviços públicos desenvolvidos por grupos 
armados: as atividades desenvolvidas pela polícia civil são análogas, para esse efeito, 
às dos militares, em relação aos quais a Constituição expressamente proíbe a greve 
(art. 142, § 3º, IV).
[Rcl 6.568, rel. min. Eros Grau, j. 21-5-2009, P, DJE de 25-9-2009.]
= Rcl 11.246 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 27-2-2014, P, DJE de 2-4-2014
7) Súmula Vinculante 6: Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração 
inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial.
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8) RE 600.885: O art. 142, § 3º, X, da Constituição da República é expresso ao atribuir 
exclusivamente à lei a definição dos requisitos para o ingresso nas Forças Armadas. 
A Constituição brasileira determina, expressamente, os requisitos para o ingresso 
nas Forças Armadas, previstos em lei: referência constitucional taxativa ao critério 
de idade. Descabimento de regulamentação por outra espécie normativa, ainda que 
por delegação legal. Não foi recepcionada pela Constituição da República de 1988 a 
expressão “nos regulamentos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica” do art. 10 da Lei 
6.880/1980. O princípio da segurança jurídica impõe que, mais de 22 anos de vigência 
da Constituição, nos quais dezenas de concursos foram realizados se observando 
aquela regra legal, modulem-se os efeitos da não recepção: manutenção da validade 
dos limites de idade fixados em editais e regulamentos fundados no art. 10 da Lei 
6.880/1980 até 31 de dezembro de 2011.
[RE 600.885, rel. min. Cármen Lúcia, j. 9-2-2011, P, DJE de 1º-7-2011, Tema 121.]
Vide RE 600.885 ED, rel. min. Cármen Lúcia, j. 29-6-2012, P, DJE de 12-12-2012, Tema 
121
9) STA 795: Ação civil pública. Decisão do juízo de origem que afasta normas para 
inspeção de saúde dos candidatos a ingresso nas organizações militares estabelecidas 
pelas portarias do Departamento de Ensino e Pesquisa do Comando do Exército. (...) 
O Estatuto dos Militares (Lei 6880/80) estipula em seu art. 10 que ‘o ingresso nas 
Forças Armadas é facultado, mediante incorporação, matrícula ou nomeação, a todos 
os brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei e nos regulamentos 
da Marinha, do Exército e da Aeronáutica’. Observa-se que o fundamento usado para 
a edição da portaria combatida na ação civil pública diz respeito às peculiaridades da 
atividade castrense, que exigiriam critérios de admissão mais rigorosos relativamente 
à saúde e às condições físicas dos candidatos. O afastamento das normas de ingresso 
no serviço militar teria potencial de causar grave lesão à ordem pública pelo risco de 
ser admitido o ingresso na corporação de candidatos que não cumprem as exigências 
de saúde necessárias para o desempenho das atividades castrenses. A manutenção da 
decisão atacada geraria, ainda, situação danosa ao erário, ante a pacífica orientação 
do Superior Tribunal de Justiça de que o servidor militar portador do HIV tem direito à 
reforma ex officio, por incapacidade definitiva, com a remuneração calculada com base 
no posto hierarquicamente imediato, independentemente do grau de desenvolvimento 
do HIV.
[STA 795-AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 5-4-2019, P, DJcE de 23-4-2019.]
10) ADI 236: Impossibilidade da criação, pelos Estados-membros, de órgão de segurança 
pública diverso daqueles previstos no art. 144 da Constituição. (...) Ao Instituto-Geral 
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de Perícias, instituído pela norma impugnada, são incumbidas funções atinentes à 
segurança pública. Violação do art. 144, c/c o art. 25 da Constituição da República.
[ADI 2.827, rel. min. Gilmar Mendes, j. 16-9-2010, P, DJE de 6-4-2011.]
Vide ADI 1.182, voto do rel. min. Eros Grau, j. 24-11-2005, P, DJ de 10-3-2006
Vide ADI 236, rel. min. Octavio Gallotti, j. 7-5-1992, P, DJ de 1º-6-2001
11) ADI 2.819: Os Estados-membros, assim como o Distrito Federal, devem seguir o 
modelo federal. O art. 144 da Constituição aponta os órgãos incumbidos do exercício 
da segurança pública. Entre eles não está o Departamento de Trânsito. Resta pois 
vedada aos Estados-membros a possibilidade de estender o rol, que esta Corte já 
firmou ser numerus clausus, para alcançar o Departamento de Trânsito.
[ADI 1.182, voto do rel. min. Eros Grau, j. 24-11-2005, P, DJ de 10-3-2006.]
Vide ADI 2.827, rel. min. Gilmar Mendes, j. 16-9-2010, P, DJE de 6-4-2011
12) ARE 654.432: O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, 
é vedado aos policiais civis e a todos os servidores públicos que atuem diretamente 
na área de segurança pública. 2 – É obrigatória a participação do poder público em 
mediação instaurada pelos órgãos classistas das carreiras de segurança pública, nos 
termos do art. 165 do CPC, para vocalização dos interesses da categoria.
[ARE 654.432, rel. p/ o ac. min. Alexandre de Moraes, j. 5-4-2017, P, DJE de 11-6-2018, 
Tema 541.]
13) ARE 654823: O direito à segurança é prerrogativa constitucional indisponível, 
garantido mediante a implementação de políticas públicas, impondo ao Estado a 
obrigação de criar condições objetivas que possibilitem o efetivo acesso a tal serviço. 
É possível ao Poder Judiciário determinar a implementação pelo Estado, quando 
inadimplente, de políticas públicas constitucionalmente previstas, sem que haja 
ingerência em questão que envolve o poder discricionário do Poder Executivo.
[RE 559.646 AgR, rel. min. Ellen Gracie, j. 7-6-2011, 2ª T, DJE de 24-6-2011.]
= ARE 654.823 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 12-11-2013, 1ª T, DJE de 5-12-2013
14) HC 101.300: O conceito jurídico de ordem pública não se confunde com incolumidade 
das pessoas e do patrimônio (art. 144 da CF/1988). Sem embargo, ordem pública se 
constitui em bem jurídico que pode resultar mais ou menos fragilizado pelo modo 
personalizado com que se dá a concreta violação da integridade das pessoas ou do 
patrimônio de terceiros, tanto quanto da saúde pública (nas hipóteses de tráfico 
de entorpecentes e drogas afins).Daí sua categorização jurídico-positiva, não como 
descrição do delito nem cominação de pena, porém como pressuposto de prisão 
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cautelar; ou seja, como imperiosa necessidade de acautelar o meio social contra 
fatores de perturbação que já se localizam na gravidade incomum da execução de 
certos crimes. Não da incomum gravidade abstrata deste ou daquele crime, mas da 
incomum gravidade na perpetração em si do crime, levando à consistente ilação de que, 
solto, o agente reincidirá no delito. Donde o vínculo operacional entre necessidade de 
preservação da ordem pública e acautelamento do meio social. Logo, conceito de ordem 
pública que se desvincula do conceito de incolumidade das pessoas e do patrimônio 
alheio (assim como da violação à saúde pública), mas que se enlaça umbilicalmente à 
noção de acautelamento do meio social.
[HC 101.300, rel. min. Ayres Britto, j. 5-10-2010, 2ª T, DJE 18-11-2010.]
15) RHC 116.002: Cabe salientar que a mútua cooperação entre organismos policiais, 
o intercâmbio de informações, o fornecimento recíproco de dados investigatórios e 
a assistência técnica entre a polícia federal e as polícias estaduais, com o propósito 
comum de viabilizar a mais completa apuração de fatos delituosos gravíssimos, 
notadamente naqueles casos em que se alega o envolvimento de policiais militares 
na formação de grupos de extermínio, encontram fundamento, segundo penso, no 
próprio modelo constitucional de federalismo cooperativo (RHC 116.000/GO, rel. min. 
Celso de Mello), cuja institucionalização surge, em caráter inovador, no plano de nosso 
ordenamento constitucional positivo, na CF de 1934, que se afastou da fórmula do 
federalismo dualista inaugurada pela Constituição republicana de 1891, que impunha, 
por efeito da outorga de competências estanques, rígida separação entre as atribuições 
federais e estaduais.
[RHC 116.002, rel. min. Celso de Mello, j. 12-3-2014, dec. monocrática, DJE de 
17-3-2014.]
16) HC 89.837: A cláusula de exclusividade inscrita no art. 144, § 1º, IV, da Constituição 
da República – que não inibe a atividade de investigação criminal do Ministério Público 
– tem por única finalidade conferir à polícia federal, dentre os diversos organismos 
policiais que compõem o aparato repressivo da União Federal (polícia federal, polícia 
rodoviária federal e polícia ferroviária federal), primazia investigatória na apuração 
dos crimes previstos no próprio texto da Lei Fundamental ou, ainda, em tratados ou 
convenções internacionais.
[HC 89.837, rel. min. Celso de Mello, j. 20-10-2009, 2ª T, DJE de 20-11-2009.]
17) RE 593.727: O Ministério Público dispõe de competência para promover, por 
autoridade própria, e por prazo razoável, investigações de natureza penal, desde que 
respeitados os direitos e garantias que assistem a qualquer indiciado ou a qualquer 
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pessoa sob investigação do Estado, observadas, sempre, por seus agentes, as hipóteses 
de reserva constitucional de jurisdição e, também, as prerrogativas profissionais 
de que se acham investidos, em nosso país, os advogados (Lei 8.906/1994, art. 7º, 
notadamente os incisos I, II, III, XI, XIII, XIV e XIX), sem prejuízo da possibilidade – sempre 
presente no Estado Democrático de Direito – do permanente controle jurisdicional 
dos atos, necessariamente documentados (Súmula Vinculante 14), praticados pelos 
membros dessa instituição
[RE 593.727, rel. p/ o ac. min. Gilmar Mendes, j. 14-5-2015, P, DJE de 8-9-2015, Tema 
184.]
18) HC 93.930: Possibilidade de investigação pelo Ministério Público. Delitos praticados 
por policiais. A presente impetração visa ao trancamento de ação penal movida em face 
dos pacientes, sob a alegação de falta de justa causa e de ilicitude da denúncia por estar 
amparada em depoimentos colhidos pelo Ministério Público. (...) É perfeitamente possível 
que o órgão do Ministério Público promova a colheita de determinados elementos de 
prova que demonstrem a existência da autoria e da materialidade de determinado 
delito. Tal conclusão não significa retirar da polícia judiciária as atribuições previstas 
constitucionalmente, mas apenas harmonizar as normas constitucionais (arts. 129 e 
144) de modo a compatibilizá-las para permitir não apenas a correta e regular apuração 
dos fatos supostamente delituosos, mas também a formação da opinio delicti. O art. 
129, I, da CF atribui ao Parquet a privatividade na promoção da ação penal pública. Do 
seu turno, o CPP estabelece que o inquérito policial é dispensável, já que o Ministério 
Público pode embasar seu pedido em peças de informação que concretizem justa 
causa para a denúncia. Ora, é princípio basilar da hermenêutica constitucional o dos 
“poderes implícitos” segundo o qual, quando a CF concede os fins, dá os meios. Se a 
atividade-fim – promoção da ação penal pública – foi outorgada ao Parquet em foro 
de privatividade, não se concebe como não lhe oportunizar a colheita de prova para 
tanto, já que o CPP autoriza que “peças de informação” embasem a denúncia. Cabe 
ressaltar que, no presente caso, os delitos descritos na denúncia teriam sido praticados 
por policiais, o que, também, justifica a colheita dos depoimentos das vítimas pelo 
Ministério Público.
[HC 91.661, rel. min. Ellen Gracie, j. 10-3-2009, 2ª T, DJE de 3-4-2009.]
= HC 93.930, rel. min. Gilmar Mendes, j. 7-12-2010, 2ª T, DJE de 3-2-2011
19) ADI 4.173: A Lei Federal 10.029/2000, que estabeleceu os parâmetros de organização 
de serviços voluntários nas Polícias Militares e nos Corpos de Bombeiros Militares, 
possui caráter nacional e foi editada dentro dos limites da competência da União 
(arts. 22, XXI, e 144, § 7º, da CF).
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[ADI 4.173, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 19-12-2018, P, DJE de 25-2-2019.]
20) RE 658.570: (...) é constitucional a atribuição às guardas municipais do exercício 
de poder de polícia de trânsito, inclusive para imposição de sanções administrativas 
legalmente previstas.
[RE 658.570, rel. p/ o ac. min. Roberto Barroso, j. 6-8-2015, P, DJE de 30-9-2015, 
Tema 472.]
É isso! Terminamos o Título V da Constituição Federal. Espero que tenha gostado da 
abordagem. Fico inteiramente à disposição para tirar as possíveis dúvidas. Para tanto, 
espero você no fórum de dúvidas. Gostaria de receber sua avaliação acerca da nossa 
aula. Isso é muito importante para nós.
Fique com Deus, fortíssimo abraço e bons estudos.
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RESUMORESUMO
Estado de defesa: o Presidente da República pode, ouvidoso Conselho da República e 
o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente 
restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas 
por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes 
proporções na natureza.
Tempo de duração: o tempo de duração do estado de defesa não será superior a trinta 
dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as razões que 
justificaram a sua decretação.
Medidas coercitivas: I – restrições aos direitos de: a) reunião, ainda que exercida no 
seio das associações; b) sigilo de correspondência; c) sigilo de comunicação telegráfica 
e telefônica; II – ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de 
calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes. Na vigência 
do estado de defesa: I – a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da 
medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se 
não for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial; 
II – a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do estado físico e 
mental do detido no momento de sua autuação; III – a prisão ou detenção de qualquer 
pessoa não poderá ser superior a dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário; 
IV – é vedada a incomunicabilidade do preso.
Controle político imediato: decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o 
Presidente da República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva 
justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta. Se o Congresso 
Nacional estiver em recesso, será convocado, extraordinariamente, no prazo de cinco dias. 
O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias contados de seu recebimento, 
devendo continuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa. Rejeitado o decreto, 
cessa imediatamente o estado de defesa.
Controle político concomitante: a Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes 
partidários, designará Comissão composta de cinco de seus membros para acompanhar e 
fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa.
Controle político sucessivo: logo que cesse o estado de defesa, as medidas aplicadas 
em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da República, em mensagem ao Congresso 
Nacional, com especificação e justificação das providências adotadas, com relação nominal 
dos atingidos e indicação das restrições aplicadas.
Controle jurisdicional concomitante: a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário 
lesão ou ameaça a direito.
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Controle jurisdicional sucessivo: cessado o estado de defesa, cessarão também seus 
efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus executores 
ou agentes.
Estado de sítio: o Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o 
Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar 
o estado de sítio nos casos de: I – comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência 
de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa; II – 
declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.
Tempo de duração: há duas situações: nas hipóteses previstas no art. 137, I (comoção 
grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida 
tomada durante o estado de defesa): a duração do estado de sítio não poderá ser superior a 
30 dias, podendo ser prorrogada sucessivas vezes e sem limites, enquanto durar a situação 
de anormalidade constitucional, sendo que cada prorrogação não poderá ser superior a 30 
dias (30 + 30 + 30...); hipóteses previstas no art. 137, II (declaração de estado de guerra ou 
resposta a agressão armada estrangeira): o estado de sítio poderá ser decretado por todo 
o tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira.
Medidas coercitivas: na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no 
art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas: I – obrigação 
de permanência em localidade determinada; II – detenção em edifício não destinado a 
acusados ou condenados por crimes comuns; III – restrições relativas à inviolabilidade da 
correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de 
imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei; IV – suspensão da liberdade de reunião; 
V – busca e apreensão em domicílio; VI – intervenção nas empresas de serviços públicos; VII 
– requisição de bens. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pronunciamentos 
de parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva 
Mesa. Em relação à decretação de estado se sítio, na hipótese do art. 137, II, qual seja, no 
caso de declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira, em 
tese, qualquer garantia constitucional poderá ser suspensa.
Controle político prévio: o Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da 
República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização 
para decretar o estado de sítio. Solicitada autorização para decretar o estado de sítio 
durante o recesso parlamentar, o Presidente do Senado Federal, de imediato, convocará 
extraordinariamente o Congresso Nacional para se reunir dentro de cinco dias, a fim de 
apreciar o ato. O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o término das 
medidas coercitivas.
Controle político concomitante: a Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes 
partidários, designará Comissão composta de cinco de seus membros para acompanhar 
e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio.
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DIrEIto ConstItuCIonal
Defesa do Estado e das Instituições Democráticas
Luciano Dutra
Controle político sucessivo: logo que cesse o estado de defesa ou o estado de sítio, 
as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da República, em 
mensagem ao Congresso Nacional, com especificação e justificação das providências 
adotadas, com relação nominal dos atingidos e indicação das restrições aplicadas.
Controle jurisdicional concomitante: a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário 
lesão ou ameaça a direito.
Controle jurisdicional sucessivo: cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, 
cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos 
por seus executores ou agentes.
Forças armadas: as Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela 
Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base 
na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e 
destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa 
de qualquer destes, da lei e da ordem. Lei complementar estabelecerá as normas gerais a 
serem adotadas na organização, no preparo e no emprego das Forças Armadas.
Habeas corpus: não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares”. 
No entanto, à luz do entendimento do STF, é possível a impetração de habeas corpus para

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