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O professor como responsável pela renovação da educação A inclusão de pessoas com deficiência na sociedade e, especificamente, no contexto educacional tem sido uma preocupação crescente. Nesse sentido, a tecnologia assistiva desempenha um papel fundamental ao proporcionar recursos e ferramentas que ajudam a promover a inclusão e a igualdade de oportunidades para todos. Conforme destacado por Belloni (2009, p. 7), a tecnologia assistiva é um campo de estudo que é percebido e abordado de diferentes formas. Ela engloba uma variedade de recursos, dispositivos e estratégias que auxiliam pessoas com deficiência a superar barreiras e participar ativamente da sociedade. No contexto educacional, a tecnologia assistiva pode incluir dispositivos de comunicação alternativa, softwares de leitura e escrita, ampliadores de tela, próteses, entre outros recursos. A educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para assumirmos a responsabilidade por ele e, com tal gesto, salvá-lo da ruína que seria inaceitável não fosse a renovação e a vinda dos novos e dos jovens. A educação é também onde decidimos se amamos nossas crianças o bastante para não expulsá-las de nosso mundo e de abandoná-las a seus próprios recursos, e tampouco arrancar de suas mãos a oportunidade de empreender alguma coisa nova e imprevista para nós, preparando-as, em vez disso com antecedência para a tarefa de renovar um mundo comum. (ARENDT, 1992, p. 247) A citação de Arendt (1992, p. 247) ressalta a importância da educação como um ponto crucial em que decidimos assumir a responsabilidade pelo mundo e pela inclusão das crianças e jovens nele. É fundamental proporcionar às crianças com deficiência as oportunidades necessárias para que elas também possam participar ativamente da sociedade e contribuir para a renovação do mundo comum. Ao se deparar com a tarefa de lecionar para um aluno com deficiência visual, o professor se depara com a necessidade de encontrar soluções efetivas que promovam a inclusão e o pleno desenvolvimento do estudante. Nesse contexto, é fundamental considerar opções que permitam uma participação ativa e significativa do aluno com deficiência visual. Uma das opções viáveis é o uso do computador como ferramenta de apoio. Por meio de softwares e recursos específicos, o aluno pode acessar conteúdos digitais, realizar atividades interativas e até mesmo utilizar programas de leitura em voz alta. Essa abordagem proporciona ao estudante a autonomia necessária para explorar o conteúdo de forma independente, adaptando-se às suas necessidades individuais de acesso à informação. Outra solução é a descrição verbal detalhada do que está sendo apresentado visualmente na sala de aula. O professor pode utilizar uma linguagem clara e precisa para descrever imagens, gráficos, diagramas e outros elementos visuais presentes nos materiais didáticos ou projetados no quadro. Dessa forma, o aluno com deficiência visual é capaz de compreender e acompanhar o conteúdo apresentado, mesmo sem poder vê-lo diretamente. Além disso, a adaptação tátil das atividades também é uma opção relevante. Por meio de recursos como mapas em relevo, maquetes, figuras em alto relevo ou materiais texturizados, o aluno com deficiência visual pode explorar e compreender conceitos de forma tátil e sensorial. Essa abordagem permite uma conexão mais direta com o conteúdo, facilitando a compreensão e o envolvimento ativo do estudante nas atividades propostas. Nesse sentido, o papel do professor, conforme afirmado por Miranda (2006, p. 46), é extremamente rico e necessário. O professor deve estimular o pensamento crítico, relacionar os fatos com o cotidiano da sala de aula, resgatar a experiência vivida e buscar a veracidade desses fatos e seus reflexos no cotidiano. Ao adotar soluções como o uso do computador, descrição verbal detalhada e adaptação tátil das atividades, o professor promove a inclusão e possibilita que o aluno com deficiência visual participe plenamente do processo de aprendizagem, desenvolvendo suas habilidades e contribuindo para um ambiente escolar mais inclusivo e enriquecedor. Portanto, a combinação da tecnologia assistiva com a abordagem inclusiva na educação é essencial para promover uma educação equitativa e garantir que todas as crianças tenham a oportunidade de desenvolver seu potencial e contribuir para a construção de um mundo mais inclusivo e diversificado. Referências bibliográficas ARENDT, Hannah. A crise na educação. In: ARENDT, Hannah. Entre o passado e o futuro. 7. ed. São Paulo: Perspectiva, 1992. BELLONI, M. L. O que é mídia-educação. 3. ed. rev. Campinas-SP: Autores Associados, 2009. MIRANDA, R. G. Informática na educação: representações sociais do cotidiano. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2006.