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INTERVENÇÃO DO PSICÓLOGO NA SAÚDE Vitoria Gomes Alves N461373 TEIXEIRA, Jose A. Carvalho; LEAL, Isabel. Psicologia da Saude: Contexto e intervenção. Análise Psicológica (1990), 4 (VIII): 453-458. Acesso em: 12 de março de 2023. Segundo o texto de Teixera e Leal (1990), a psicologia da saúde é definida como uma área disciplinar acerca do papel da psicologia enquanto ciência, no campo da saúde e da medicina comportamental, abrangendo os três níveis de prevenção. Esta, surge também como uma resposta a necessidade de humanizar os processos envolvidos nos cuidados em saúde. Ou seja, é o resultado de uma aproximação entre a psicologia e medicina. O texto compreende o papel do psicologo clínico se delineando na intervenção dos processos de cuidado, objetivando a experiencia psicológica do sujeito com seu estado de saúde ou doença. O foco esta no que é vivido pelo paciente, na forma pela qual ele lida com os acontecimentos que vem sendo experienciados, e no estabelecimento de um bem estar físico, psicológico e social. O ser humano é colocado numa posição central, enquanto a patologia é vista de forma secundária, não mais valorizada do que o próprio individuo. Assim, o psicologo atua no estabelecimento do bem estar e do esclarecimento dos significados psíquicos de disfunções físicas. A obra apresenta um contexto em que, enquanto a psicologia comportamental focava na promoção da saúde, principalmente na prevenção da doenças em pessoas saudáveis, a medicina comportamental se voltava para a prática clínica e para a investigação acerca das doenças e as disfunções psicológicas relacionadas a elas, visando a cura e a reabilitação do paciente. É no ensejo dessa possível relação que se ressalta a importância da interdisciplinaridade dessas áreas e a qualidade de comunicação entre elas, mantendo a autonomia de cada disciplina e possibilitando o fornecimento de um serviço efetivo de cuidado. Conforme os autores elucidam, surge então a necessidade de uma integração entre a psicóloga e a atuação no âmbito da saúde física. Portanto, progressivamente foram sendo individualizadas várias áreas de interesse, como, por exemplo, a adaptação da psicologia em diferentes eventos, o estudo das alterações do comportamento diante do envelhecimento, da maternidade, de doenças crônicas e outros; também a aproximação entre fatores psicológicos e da personalidade, e as causas multifatoriais de doenças corporais, como o stress e doenças cardiovasculares. Dessa forma, compreendeu-se que fatores biológicos podem interferir no psicológico dos indivíduos e vice e versa. A abordagem psicológica se insere então na promoção da saúde a partir do cuidado com o estilo de vida dos pacientes, como uma forma de superação de práticas reducionistas presentes na medicina. Visa-se a prevenção da doença, o cuidado no processo estar-doente, a avaliação psicológica adequada, a intervenção, o apoio e também a recuperação e reabilitação dos indivíduos. Assim, partindo das investigações dos cuidados em saude, passam a ser produzidos diversos estudos sobre os comportamentos de risco na saúde, sobre a cognição e sobre os aspectos adequados a serem implantados em ambientes de serviço de saúde. A intervenção da psicologia da saúde então se desdobra em diferentes espaços, no tange doenças corporais e crônicas, como na prevenção, no aconselhamento, na avaliação, no tratamento, no suporte e na reabilitação. Também se integra na produção de estudos de casos acerca de fatores psicossociais e seu impacto sobre as pessoas doentes, através da troca de conhecimentos com os técnicos profissionais em saúde. A partir desse comunicação entre disciplinas, tem-se a implementação da modificação de comportamentos e de estilos de vida, potencializando a conservação da saúde e prevenção da doença. Conforme cada caso, pode-se usar vários modelos psicológicos que se adaptem as circustância de forma adequada. Entretanto, faz parte integrante do trabalho do psicologo clínico a entrevista, o exame psicológico e a psicoterapia. Uma vez que o profissional está inserido no âmbito da saude, ele deve não somente elucidar a situação através de seus conhecimentos, mas também contribuir para sua mudança dos diferentes quadros em que se encontram os pacientes. Um exemplo citado pelos autores é a psicoterapia, que reconhece o funcionamento psicológico do sujeito e promove sua autonomia, suas capacidades e habilidades, para o enfrentamento do processo saúde-doença. Nesse quesito, nota-se a importância de aproximar o individuo para sua realidade e auxilia-lo na manutenção de sua qualidade de vida, instigando a formação de uma rede de apoio que o transmita segurança, aconselhamento, encorajamento e apoio emocional e afetivo em seu ambiente social. O texto se mostra muito interessante, não só ao trazer o contexto em que se aproximou a psicologia e a medicina, mas também o delineamento do papel dos profissionais psicólogos na saúde, sua importância na promoção do bem estar e consequentemente fornecendo um norte para orientar os estudantes da área discutida, em especial por ser didático e de fácil compreensão.
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