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HAM IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período Interpretação clínica de alterações comumente encontradas no exame clínico da genitália da criança e do adolescente FIMOSE É a constrição do orifício prepucial, que leva a impossibilidade de retrair o prepúcio, impedindo assim a exposição da glande. Pode ser congênita ou adquirida. Nos primeiros meses de vida, o prepúcio está aderido à glande, a qual oferece proteção. Durante os meses seguintes, ocorre um deslocamento, separando-se o prepúcio da glande, processo esse já terminado ou bem adiantado aos 5 anos de vida. Na fimose congênita verdadeira, o orifício prepucial não se dilata e a glande não se liberta, mesmo passados os primeiros anos de vida. A impossibilidade de higiene local adequada produz retenção de esmegma que aparece, sob o prepúcio, sob a forma de pequenos acúmulos esbranquiçados, geralmente sem consequências, mas que pode também ocasionar processos inflamatórios (balanopostites). CLASSIFICAÇÃO DE KAYABA: TIPO I: leve retração sem que se veja a glande; TIPO II: exposição do meato uretral com retração ligeiramente maior do prepúcio = começa a ver a glande; TIPO III: exposição da glande até a sua parte média = forma anel; TIPO IV: exposição da glande até a coroa = excesso de pele; TIPO V: exposição fácil de toda a glande, incluindo o sulco balanoprepucial, sem as aderências encontradas nostipos anteriores = normal. A fimose adquirida resulta de agressões ao prepúcio, como as massagens e processos inflamatórios. COMPLICAÇÕES DA FIMOSE: Balanopostite, infecções urinárias, dificuldade para urinar, baloneamento prepucial. PARAFIMOSE Acidente que acontece quando se tenta fazer a retração forçada do prepúcio para exteriorizar a glande. Ocorre constrição do prepúcio sobre o pênis e, desse modo, ele não pode mais ser puxado de volta sobre a glande. Instala-se estase venosa e, a seguir edema muito doloroso e cianose da extremidade do pênis. HIDROCELE Aumento do volume escrotal, geralmente percebido logo ao nascimento ou na primeira consulta, que é indolor, não redutível, sem características inflamatórias. Pode ser comunicante ou não comunicante. CRIPTORQUIDIA O criptorquidismo corresponde à localização extra-escrotal do testículo, atingindo cerca de 3% dos RN e 0,5-1% dos adultos. Refere-se ao testículo que não é localizado na bolsa escrotal, ou seja, bolsa escrotal vazia. É a mais frequente anormalidade genital masculina e associa- se à prematuridade (<37 semanas). As complicações decorrentes do criptorquismo estão principalmente relacionadas ao grau de anormalidade da localização testicular. Podem ser agudas, como a torção ou maior propensão ao trauma, ou crônicas, como a esterilidade, maior risco neoplásico e insuficiente produção androgênica. Podem ainda ser observadas repercussões psicológicas secundárias ao escroto vazio. HAM IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período Condições que indicam avaliação emergencial: Suspeita de anomalia da diferenciação sexual (testículos não palpáveis bilateralmente, testículo não palpável unilateral associado a anormalidade peniana como hipospádia ou micropênis, ou outro achado compatível com genitália ambígua); Dor à palpação dos testículos (com ou sem hiperemia) = considerar torção testicular aguda. EXAME FÍSICO: O diagnóstico do criptorquidismo é feito pelo exame do genital externo. Quando um exame físico adequado não consegue reconhecer a localização gonadal, esta pode ser intra-abdominal ou mesmo não existir. EXAMES COMPLEMENTARES: Ultrassonografia com Doppler; Laparoscopia: diagnóstica e terapêutica; Em casos específicos de testículos não-palpáveis bilateralmente, o teste de estímulo agudo com gonadotrofina coriônica humana (hCG) é de grande valia no reconhecimento do anorquismo bilateral. HIPOSPÁDIA Malformação frequente, decorrente do fechamento distal incompleto do pênis. Anomalia comumente encontrada no sexo masculino, em que a uretra se abre de maneira anômala, em qualquer altura da face ventral do pênis. A uretra permanece aberta, bem como o corpo esponjoso, a glande e o prepúcio. Meato uretral: distal, intermediária, proximal Diagnóstico pelo exame físico: Sempre buscar anormalidades associadas: criptorquidia, processo vaginal patente, hérnia inguinal; Avaliação genética e endocrinológica (hiperplasia adrenal congênita). EPISPÁDIA Defeito congênito devido à malformação da URETRA em que a abertura uretral se encontra na face dorsal do pênis (é menos severa e é rara). Complexo extrofia-epispádia: Anormalidade grave e complexa, devido à falha do fechamento da porção distal do abdome: bexiga e uretra permanecem abertas. EXTROFIA CLÁSSICA DA BEXIGA é a forma + comum: HAM IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período EXTROFIA EM CLOACA é a forma mais grave = TGI + TU para fora! DIAGNÓSTICO: Antenatal pelo US (15-32 semanas); Pós-natal: clínico! Bexiga e uretra expostas; Ossos dos ramos púbicos distanciados; Reto e ânus deslocados anteriormente; Pênis mais curto e mais largo; Clitóris bífido com vagina deslocada anteriormente; Cloaca: exposição do íleo terminal, ânus imperfurado. VARICOCELE Dilatação das veias do complexo pampiniforme na bolsa testicular, causada pelo retorno venoso. Raramente em pré-púberes. Prevalência aumenta na adolescência Redução do volume testicular, alterações endócrinas e alterações de parâmetros do sêmen = pode ter uma queda no padrão de fertilidade. Na presença de varicocele na adolescência avaliar os seguintes parâmetros: Graduação da varicocele (importante saber!!!) Volume testicular pelo US; US de bolsa testicular com doppler; Avaliação endócrina; Análise do sêmen (espermograma). O grau de varicocele não apresenta relação com a espermatogênese O testículo hipotrófico apresenta relação ( < 20%) US é o método mais sensível. Orquidômetro pode ser usado para seguimento ambulatorial US doppler: identificar o refluxo, medir diâmetro das veias varicosas Avaliação endocrina: FSH e LH, realizar estímulo LHRH O diagnóstico é clínico! SINÉQUIA DE PEQUENOS LÁBIOS Aderência dos pequenos lábios que se fundem na linha media do ostio vaginal. GENITÁLIA AMBÍGUA Termo utilizado para designar bebês que nasceram com uma Anomalia de Diferenciação Sexual. Nessa condição, há uma alteração no desenvolvimento dos genitais, que faz com que seja muito difícil identificar, com absoluta certeza, a qual sexo esse bebê pertence
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