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1 Julia Lago Marquioro Inicialmente, os alvéolos pulmonares são, constantemente, ventilados e perfundidos. Logo, após o processo de ventilação com o ar atmosférico, ocorre a difusão do oxigênio (O2) dos alvéolos para o sangue e a difusão do dióxido de carbono (CO2) do sangue para os alvéolos e, para que esse processo ocorra de forma adequada, o alvéolo deve sofrer o processo de perfusão, ou seja, chegada do sangue. Sabe-se que, para que ocorra a difusão, é necessário que haja uma fonte de energia. Dessa forma, a fonte de energia do processo de difusão dos gases é promovida pelo movimento cinético das próprias moléculas. Observa-se que a pressão parcial de um gás em solução não é determinada só por sua concentração, mas também pelo seu coeficiente de solubilidade, ou seja, moléculas como o CO2, que são física e quimicamente atraídas pela água, podem ser dissolvidas sem gerar excesso de pressão parcial dentro da solução. Durante a inspiração, apenas 350 ml de ar novo chegam aos alvéolos e essa mesma quantidade de ar alveolar é expirada. No entanto, a capacidade funcional residual média dos pulmões de uma pessoa do sexo masculino é de, aproximadamente, 2.300 ml. Sendo assim, percebe-se que o volume de ar alveolar substituído por ar atmosférico novo a cada ciclo respiratório é de apenas um sétimo do total, de maneira que são necessárias múltiplas respirações para ocorrer a troca da maior parte do ar alveolar. A concentração de O2 nos alvéolos, bem como sua pressão parcial, são controladas por dois mecanismos: 1 –Intensidade de absorção de O2 pelo sangue; 2 –Intensidade de entrada de novo O2 nos pulmões pelo processo ventilatório. Já o CO2 é continuamente formado no corpo e transportado no sangue para os alvéolos, sendo, de modo contínuo, removido dos alvéolos pela ventilação. Além disso, vale destacar que a PCO2 alveolar eleva diretamente na proporção da excreção de CO2, e diminui na proporção inversa da ventilação alveolar. O ar atmosférico é composto, principalmente, por nitrogênio e oxigênio, não contendo em geral CO2, e apenas pouco vapor de água. Entretanto, após o ar atmosférico 2 penetra nas vias aéreas, ele é exposto a líquidos que recobrem as superfícies respiratórias, ficando assim totalmente umidificado, mesmo antes de chegar aos alvéolos. Esse vapor tem como “responsabilidade” diluir os gases do ar inspirado. Unidade respiratória → Também conhecida como lóbulo respiratório, é composta por bronquíolo respiratório, ductos alveolares, átrios e alvéolos. Vale destacar que, as paredes alveolares são bastante finas e, entre os alvéolos, existe uma malha quase sólida de capilares interconectados. Ademais, sabe-se que a troca gasosa entre o ar alveolar e o sangue pulmonar se dá através das membranas de todas as porções terminais dos pulmões, e não apenas nos alvéolos, sendo essas membranas reconhecidas coletivamente como membrana respiratória ou membrana pulmonar. Membrana respiratória → A membrana respiratória é constituída por algumas camadas, sendo elas: Camada de liquido contendo surfactante (reveste o alvéolo e reduz a tensão superficial do liquido alveolar), epitélio alveolar ( composto por células epiteliais finas), membrana basal epitelial, espaço intersticial delgado entre o epitélio alveolar e a membrana capilar, membrana basal capilar e a membrana do endotélio capilar. Fatores que afetam a intensidade da difusão gasosa através da membrana respiratória: 1) Espessura da membrana; 2) Área superficial da membrana; 3) O coeficiente de difusão do gás na substância da membrana; 4) Diferença de pressão parcial do gás entre os dois lados da membrana. A capacidade de difusão da membrana respiratória é expressa pelo volume de gás que se difundirá através da membrana a cada minuto, para a diferença de pressão parcial de 1 mmHg. Todos os fatores citados anteriormente podem afetar essa capacidade de difusão. Durante o exercício físico, a capacidade de difusão do O2 aumenta, sendo esse aumento causado por alguns fatores, como: abertura de muitos capilares pulmonares, até então “adormecidos”, ou dilatação extra dos capilares já abertos, ou seja, ocorre um aumento na perfusão, além de haver uma melhor equiparação entre a ventilação dos alvéolos e a perfusão dos 3 capilares alveolares com sangue, a chamada proporção ventilação-perfusão (V/Q). Após ser difundido dos alvéolos para o sangue pulmonar, o O2 é transportado para os capilares dos tecidos, quase totalmente em combinação com a hemoglobina. Por isso, com a presença de hemoglobina nas hemácias o sangue consegue transportar de 30 – 100 vezes mais O2 do que seria transportado se ele estivesse dissolvido na água do sangue. Ao chegar nos tecidos, o O2 reage com diversos nutrientes, formando grande quantidade de CO2, que posteriormente penetra nos capilares dos tecidos e é transportado de volta aos pulmões. A pressão nos capilares ainda é 95 mmHg, enquanto que no líquido tecidual é de 40 mmHg, favorecendo a difusão, devido a diferença de pressão. Dessa forma, a PO2 que deixa os capilares dos tecidos e entra nas veias sistêmicas é de aproximadamente, 40 mmHg. A PO2 tecidual é determinada pelo balanço entre: intensidade do transporte de O2 para os tecidos no sangue e intensidade da utilização de O2 pelos tecidos. Logo, quando há aumento na atividade metabólica das células teciduais, diminui a PO2, o que favorece a uma maior difusão do gás para os tecidos. Quando o O2 é utilizado pelas células, quase todo ele se torna CO2, o que aumenta a PCO2 intracelular. Por isso, com a PCO2 elevada das células teciduais, o CO2 se difunde das células para os capilares e é, então, transportado pelo sangue para os pulmões. Ao chegar nos pulmões, ele se difunde dos capilares pulmonares para os alvéolos, onde é expirado. Vale salientar que o CO2 consegue se difundir cerca de 20 vezes mais rápido que o O2. Dessa forma, as diferenças de pressão necessárias para causar a difusão do CO2 são, em cada instância, bem menores que as diferenças de pressões necessárias para causar a difusão de O2. 4 Hemoglobina → Sabe-se que quase todo o O2 transportado pelo sangue se faz ligado à hemoglobina. Essa ligação é feita de forma frouxa e reversível, sendo “determinada” pela PO2. Quando está alta, como nos capilares pulmonares, o O2 se liga à hemoglobina, mas quando PO2 está baixa, como nos capilares teciduais, o O2 é liberado da hemoglobina. Maior concentração de CO2, aumento da temperatura corporal, aumento do 2,3- bifosfolglicerato e alterações no PH sanguíneo. O efeito Bohr é caracterizado pelo desvio da curva para direita, em resposta ao aumento do CO2 e dos íons de hidrogênio no sangue, o que intensifica a liberação de O2 do sangue para os tecidos. Além disso, vale lembrar que durante o exercício físico, os músculos liberam quantidades maiores de CO2 que, junto com outros ácidos, aumentam a concentração de íons de hidrogênio no sangue, e, junto com aumento na temperatura do músculo proporcionam um desvio da curva para direita. Sabe-se que quando há uma maior concentração de adenosina difosfato (ADP), ocorre um aumento na utilização metabólica de O2. Dessa forma, sob condições normais, a utilização de O2 pelas células é controlada pelo consumo de energia das células, ou seja, pela intensidade ou velocidade com que o ADP é formado, a partir da adenosina trifosfato (ATP). Somente cerca de 3% do O2 é transportado na forma dissolvida, comparados aos 97% transportados pela hemoglobina. O monóxido de carbono (CO) se liga a hemoglobina no mesmo ponto em que a molécula de O2 se combina. Mas, o CO se liga cerca de 250 vezesmais facilmente que o oxigênio, o que permite ao monóxido de carbono deslocar o O2 da hemoglobina, o que diminui a capacidade de transporte de oxigênio no sangue. Já o transporte de CO2 é baseado no balanço ácido-base dos líquidos corporais. Inicialmente, o processo de transporte de CO2 se dá com a difusão dele pelas células dos tecidos, na forma de dióxido de carbono molecular dissolvido. Após isso, ao entrar nos capilares dos tecidos, o CO2 inicia uma série de reações químicas, essenciais ao seu transporte. 5 Uma pequena quantidade do CO2 é transportada na forma dissolvida, cerca de 7% do todo desse gás transportado no sangue. Aproximadamente 70% do CO2 é transportado devido à combinação dele com a água nas hemácias, sob influência da anidrase carbônica, sendo esse meio de transporte o mais importante. Além disso, o CO2 reage diretamente com radicais amina da molécula de hemoglobina, formando o composto carbaminoemoglobina (CO2Hgb) (cerca de 30% da quantidade total transportada). Essa é uma combinação reversível, com elo fraco, de modo que o CO2 é facilmente liberado para os alvéolos, onde a PCO2 é menor que a dos capilares pulmonares. Quando a anidrase carbônica, a enzima responsável pela capacidade de transporte de CO2 é inibida, o transporte fica tão prejudicado que a PCO2 pode aumentar até 80 mmHg. Um exemplo de inibidor da anidrase carbônica é a acetazolamida. Efeito Haldane → É o “inverso do efeito Bohr”, ou seja, a ligação do O2 com a hemoglobina tende a deslocar o CO2 do sangue. Este efeito é baseado no fato de que a combinação do O2 com a hemoglobina faz com que ela passe a atuar como um ácido mais forte. Dessa forma, o CO2 se desloca do sangue para os alvéolos. Isto ocorre de duas maneiras: em primeiro lugar, quanto mais ácida a hemoglobina, menos ela tende a se combinar com o CO2 A maior acidez da hemoglobina também faz com que ela libere muitos íons de hidrogênio, que se ligam aos íons bicarbonato para formar o ácido carbônico, que, por sua vez, se dissocia em água e CO2, sendo o CO2 liberado do sangue para os alvéolos, e depois para o ar. 6 As pessoas respiram sem pensar, podendo voluntariamente modificar o seu padrão respiratório e, até mesmo, segurar essa respiração. O controle ventilatório inclui uma respiração rítmica pelo centro respiratório no tronco encefálico e sua modificação pela entrada de informações provenientes dos centros cerebrais superiores e dos receptores sistêmicos. O volume de ar inspirado e expirado do nosso corpo em um determinado período de tempo é extremamente controlado. A respiração é regulada no nosso corpo para que possamos manter uma PaO2 e uma PaCO2 dentro de uma faixa de normalidade, mesmo em condições variadas de normalidade ou adversidade. Existem quatro componentes para esse sistema de controle: 1. Quimiorreceptores para O2, CO2 e H+ ; 2. Mecanorreceptores nos pulmões e articulações; 3. Centros de controle para respiração no tronco encefálico (ponte e bulbo); 4. Músculos respiratórios, que possuem atividade controlada pelos centros do tronco encefálico. A frequência de respiração normal e involuntária é controlada por três grupos de neurônios ou centros do tronco encefálico: Centro Respiratório Bulbar Localização: formação reticular; Composição: centro inspiratório (grupo respiratório dorsal – GRD) e centro expiratório (grupo respiratório ventral- GRV); Função: 1. Centro inspiratório: localiza-se no grupo respiratório dorsal (GRD) de neurônios e controla o ritmo básico da respiração ajustando a frequência da inspiração. Recebe aferências sensoriais dos quimiorreceptores periféricos e envia eferência motora para o diafragma através do nervo frênico. O padrão de atividade desse nervo inclui períodos de quiescência, seguidos de vários potenciais de 7 ação que aumentam a frequência por alguns segundos, e o retorno à quiescência. 2. Centro expiratório: localiza-se no grupo respiratório ventral (GRV) e é responsável pela expiração. Como a expiração é normalmente um processo passivo, esses neurônios estão inativos durante a respiração de repouso e são solicitados durante o exercício (quando a expiração torna-se ativa). Centro Apnêustico Localização: ponte inferior; Função: sua ativação produz um padrão respiratório de apneuse, que é um padrão anormal com longas pausas inspiratórias seguidas de um breve movimento expiratório. Ocorre excitação no centro inspiratório do bulbo, prolongando o período de potenciais de ação no nervo frênico e, assim, prolongando a contração do diafragma. Centro Pneumotáxico Localização: ponte superior; Função: desativa a inspiração, limitando a salva de potenciais de ação no nervo frênico. Atua limitando a magnitude do volume corrente e, secundariamente, regula a frequência respiratória. Alguns comandos do córtex cerebral podem, em alguns momentos, sobrepor-se aos comandos automáticos do tronco encefálico. Esses comandos são os ditos voluntários, podendo a pessoa escolher hiperventilar aumentando a frequência e volume respiratórios, gerando uma redução da PaCO2, o que causa aumento do pH arterial. Através do mesmo mecanismo, a pessoa pode escolher hipoventilar, causando redução da PaO2 e aumento da PaCO2. Quimiorreceptores centrais Localização: tronco encefálico, na superfície ventral do bulbo. Função: Comunicam-se diretamente com o centro inspiratório. Eles são muito sensíveis às mudanças do pH do líquido cerebroespinhal (LCE). Caso esse pH esteja muito baixo, esses quimiorreceptores atuam provocando o aumento da frequência respiratória (hiperventilação) e elevações no pH geram reduções na frequência respiratória (hipoventilação). Além dessa resposta direta 8 às mudanças no pH do LCE, esses receptores respondem indiretamente às mudanças da PCO2 arterial. Como ocorre a resposta: o CO2 é muito permeável na barreira hematoencefálica e penetra no líquido extracelular do encéfalo. Além disso, ele também é permeável na barreira encéfalo- LCE, conseguindo facilmente penetrar nesse líquido. No LCE, o CO2 é convertido em H+ e HCO3, gerando um aumento na concentração de H+ no LCE e, consequentemente, uma redução no pH desse líquido. Os quimiorreceptores percebem essa redução de pH e sinalizam o centro respiratório para que ele eleve a frequência respiratória. Quimiorreceptores periféricos Localização: corpos carotídeos (bifurcação das artérias carótidas comuns) e corpos aórticos (acima e abaixo dos arcos aórticos). Tipos: receptores para O2, CO2 e H+. Função: produzem aumento da frequência respiratória nas seguintes situações : 1. Redução da Po2 arterial: a função mais importante dos quimiorreceptores periféricos é detectar alterações na Po2 arterial. Apesar disso, eles são considerados insensíveis para esse tipo de mudança, respondendo apenas quando a Po2 cai abaixo de 60 mmHg e gerando aumento da frequência respiratória. 2. Aumento da Pco2 arterial: respondem a alterações na Pco2, porém de forma menos intensa do que os quimiorreceptores centrais. Além disso, a resposta deles às reduções de Pco2 é bem menos intensa do que a gerada por reduções da Po2. 3. Reduções do pH arterial: geram aumento da ventilação mediado pelos quimiorreceptores periféricos para o H+. Esse efeito independe das Po2 e Pco2, portanto, na acidose metabólica eles são estimulados diretamente a aumentar a frequência respiratória, mesmo em pressões normais de O2 e CO2. Receptores pulmonares de estiramento: mecanorreceptores da musculatura lisa das vias aéreas. Quando estimulados por distensão, iniciam aredução reflexa da frequência respiratória (reflexo Hering- Breuer). Receptores das articulações e dos músculos: mecanorreceptores que detectam movimento das costelas e estimulam o aumento da frequência respiratória. São muito importantes para a resposta ventilatória inicial ao exercício. Receptores de estímulos irritativos: receptores que reconhecem partículas e substâncias químicas nocivas. Localizam-se entre as células epiteliais das vias aéreas. As informações desses receptores chegam até o bulbo e geram constrição reflexa da musculatura lisa dos brônquios e aumento da frequência respiratória. 9 Receptores J: receptores justa capilares localizados nas paredes dos alvéolos. São ativados pelo alargamento dos capilares pulmonares com sangue e aumento do líquido intersticial causando aumento na frequência respiratória. A pressão atmosférica, que nada mais é do que o peso do ar sobre nós, diminui com o aumento da altitude, ou seja, quanto mais alto estamos, menor é a pressão do ar sobre a gente. Por sua vez, quanto menor é essa pressão, menor será também a pressão especificamente das moléculas de oxigênio, isto é, a quantidade de oxigênio sobre a gente. O oxigênio representa 21% da pressão atmosférica em nosso planeta. É um número fixo, igual em qualquer lugar do mundo. Quanto mais alto, piores serão os sintomas, que incluem dor de cabeça, falta de ar, aceleração dos batimentos cardíacos, entre outros. Nem todo mundo tem esses sintomas quando vai para lugares de altitude, mas também não é possível saber quem vai ou não sentir alguma coisa. O resultado da diminuição da PO2 está diretamente ligado à dificuldade em respirar. Esta situação caracteriza-se pelo estado clínico conhecido como hipóxia. Os efeitos mais importantes da hipóxia começam a ser manifestados em altitudes a partir de 3.660 metros, e incluem sonolência, lassidão (dor muscular e estado de fadiga), fadiga muscular e mental, cefaléia, náusea e euforia. Acima de 5.490 metros as conseqüências da falta de oxigênio passam a ser mais severas, caracterizando estágios de abalos musculares e convulsões. A 7.015 metros de altitude, na pessoa não aclimatada, o estado de coma seguido de morte não é incomum. O termo aclimatação é usado para descrever o processo em que o organismo humano se ajusta a mudanças físicas em que ele não está acostumado, como alterações na temperatura, na altitude e na pressão atmosférica. Este processo passa a acontecer quando uma pessoa permanece em grandes altitudes por dias, semanas ou anos. À medida que o tempo em que o indivíduo permanece exposto a altitudes elevadas, os efeitos deletérios da baixa PO2 sobre o corpo passam a ser mais tolerados e menos agressivos ao organismo. O processo de aclimatação envolve basicamente quatro meios: 1) Primeiramente ocorre um grande aumento da ventilação pulmonar em decorrência da exposição imediata à pressão parcial de oxigênio baixa. Quando o corpo é submetido a PO2 diminuída há uma estimulação hipóxica dos quimiorreceptores arteriais – estruturas presentes nas bifurcações das artérias responsáveis por transmitir sinais nervosos para o centro respiratório cerebral, fundamentando a regulação da atividade respiratória – resultando num aumento de até cinco vezes o normal da ventilação pulmonar. Esse é um 10 efeito de grande importância, pois permite que a pessoa possa subir vários milhares de metros mais alto do que seria possível na ausência da ventilação aumentada. 2) Em seguida existe um aumento do número de hemácias resultante da exposição a condições de hipóxia. As hemácias, também chamadas de glóbulos vermelhos, são células presentes no sangue responsáveis pelo transporte de oxigênio e gás carbônico para os tecidos. Esse efeito é lento e gradativo, completando-se apenas após muitos meses na situação de aclimatação. 3) O aumento da capacidade de difusão é o próximo passo da aclimatação. A difusão do oxigênio é caracterizada pela passagem do gás das pequenas artérias para as membranas dos alvéolos pulmonares. Esse efeito é comum e está presente, por exemplo, durante o exercício físico. Parte desse aumento resulta do volume aumentado de sangue que chega aos pulmões pelos capilares pulmonares, o qual expande os vasos sanguíneos e aumenta a área da superfície na qual o oxigênio difunde-se para o sangue. O propósito do aumento da difusão do oxigênio através da membrana pulmonar é o de garantir um maior suprimento de gás oxigênio ao pulmão em situações em que se tem uma redução da capacidade respiratória e da capacidade de captação de oxigênio. 4) Por último, mas não menos importante, há um aumento da capacidade das células dos tecidos corporais de utilizar o oxigênio, mesmo com a baixa PO2. Este efeito, de certa forma, procura compensar a redução da pressão de oxigênio presente.
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