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Uso Salmos no NT e em Jesus

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USO DOS SALMOS NO NT E NA VIDA DE JESUS
Perspectivas da oração sálmica na Bíblia e na tradição da Igreja 
IGREJA BATISTA DO FONSECA
Conselho de Educação Cristã
Escola Bíblica Dominical
Cristiano Mariella
Doutorando em Teologia pela PUC-Rio
PARTE I
Aspectos Introdutórios
PARTE I
Introdução
The Psalms in the New Testament
Steve Moyise
PhD pela Universidade de Sheffield
Maarten J. J. Menken
Professor de Exegese do Novo 
Testamento na Faculdade de Teologia 
da Universidade de Tilburg
“Entre os vários escritos do Antigo Testamento, o livro dos Salmos, tradicionalmente
atribuído ao rei Davi, desfrutou de uma posição especial. Como uma coleção de
orações, hinos, lamentos e gêneros poéticos semelhantes, foi capaz de dar
expressão a várias experiências espirituais. Sentimentos de alegria, de gratidão, de
culpa, de angústia, de abandono, até de rebelião, podiam ser canalizados nas
palavras dos Salmos. Isso acontecia não apenas no culto público (na liturgia da
sinagoga e antes de 70 d.C., também no templo de Jerusalém), mas também na
piedade privada. Há evidências eloquentes disso em 4 Macabeus, um livro que
provavelmente foi escrito em algum momento entre 19 e 54 d.C. Grande parte dele
diz respeito à história do martírio de uma mãe e seus sete filhos sob o rei sírio
Antíoco IV Epífanes, que tomou uma série de medidas antijudaicas veementes no
período entre 167 e 164 a.C. Quando a mãe lembra seus filhos de seu falecido pai,
uma das muitas coisas que ela diz sobre ele é: “Ele costumava cantar para vocês o
salmista Davi que diz: ‘Muitas são as aflições do justo, mas de todas o Senhor o
livra’” (4 Macc. 18:15, citando o Salmo 34:19). Uma cláusula de um salmo atribuída
a Davi é imediatamente aplicada à situação de uma família sofrendo perseguição
sob Antíoco Epifânio. Judeus e cristãos continuaram a aplicar os salmos a si mesmos
e às situações que enfrentam, com semelhante imediatismo”.
THEOLOGY OF THE PSALMS
The Psalms in the New Testament
Hans-Joachim Kraus
Doutor em Teologia pela Universidade de Heidelberg
Professor ordinário em Hamburgo
Professor em Göttingen
Salmos de significado especial
“É claro que no cristianismo primitivo vários salmos do Antigo
Testamento eram extremamente importantes. Eles foram
citados repetidas vezes e citados como ‘testemunhas-estrelas’
na proclamação de que as promessas de Deus haviam sido
cumpridas. Estes são os Salmos 2; 22; 69; 110; 118. Parece
apropriado começar com os Salmos 2 e 110, dois ‘salmos reais’,
porque essas duas canções estão no centro da mensagem
messiânica do Novo Testamento e são usadas como
testemunhas da messianidade de Jesus de Nazaré”.
CLASSIFICAÇÃO DOS SALMOS
Salmos de louvor e adoração (entronização)
Exemplos: Sl 8; 24; 29; 33; 47 e 48.
Salmos de lamento (lamentações e socorro a Deus)
Exemplos: Sl 12; 25; 39; 51; 86; 102 e 120.
Salmos de ação de graças (gratidão por bençãos)
Exemplos: Sl 18; 66 e 138.
Salmos de romagem (peregrinações)
Exemplos: Sl 120 e 134.
CLASSIFICAÇÃO DOS SALMOS
Salmos reais (realeza divina e messianidade)
Exemplos: Sl 2; 20; 21 e 45.
Salmos sapienciais (sabedoria e instruções)
Exemplos: Sl 1; 37; 49 e 119.
Salmos imprecatórios (invocam a ira de Deus e o 
castigo sobre seus inimigos)
Exemplos: Sl 7; 35; 55; 69 e 137.
LENDO O LIVRO DOS SALMOS
Capítulo 8
A oração dos Salmos na vida de Jesus
Carlos Mesters
Doutor em Teologia Bíblica
Professor
Francisco Orofino
Doutor em Teologia Bíblica 
Trabalha com a Leitura Popular da 
Bíblia
LENDO O LIVRO DOS SALMOS
A oração dos Salmos na vida de Jesus
✓ Os primeiros cristãos, sobretudo Lucas e João, conservaram a imagem de Jesus vivendo
em contato permanente com o Pai;
✓ A respiração da vida de Jesus, o seu alimento diário, era fazer a vontade do Pai (Jo 4,32-
34; Jo 5,19-20; 8,16; 10,15; 14,9-11.20; 15,9);
✓ Em vários momentos ele aparece orando, sobretudo nos momentos decisivos de sua vida.
E no centro da vida orante de Jesus estão os Salmos.
LENDO O LIVRO DOS SALMOS
A oração dos Salmos na vida de Jesus
1. A ESCOLA DE ORAÇÃO DE JESUS
✓ Durante o exílio na Babilônia, e sobretudo depois, criou-se no povo judeu o costume de reunir a família para
orar, diariamente, nos mesmos momentos em que, no Templo, se oferecia o sacrifício. Foi também no período
depois do exílio que começou o lento surgimento da sinagoga com suas celebrações semanais nos sábados.
Assim foi nascendo todo um contexto de oração com um ritmo diário, semanal e anual. O ritmo diário
acontecia dentro da casa, no ambiente da família. O ritmo semanal desenvolvia-se na sinagoga, no ambiente
da comunidade.
✓ Era nesse ambiente familiar e comunitário impregnado pela leitura orante da Palavra de Deus, que tanto
Maria como Jesus aprenderam de memória os Salmos, como nós hoje aprendemos de memória nossas
orações e cânticos.
✓ A escola de oração de Jesus era esta vida do dia a dia em casa, na família e na comunidade. Foi lá que ele
aprendeu a conviver, a trabalhar e a orar.
LENDO O LIVRO DOS SALMOS
A oração dos Salmos na vida de Jesus
2. O TRÍPLICE RITMO DA ORAÇÃO NA VIDA DO POVO NO TEMPO DE JESUS
✓ A oração diária em casa na família
O povo orava muito, todos os dias, de manhã, ao meio-dia e à noite, nos três
momentos em que, no Templo de Jerusalém, se oferecia o sacrifício. Assim, a nação
inteira se unia diante de Deus. A oração consistia em ler as 18 bênçãos (de manhã, ao
meio-dia, à noite) e o Shemá (de manhã e à noite). A recitação dessas preces era
intercalada com Salmos.
LENDO O LIVRO DOS SALMOS
A oração dos Salmos na vida de Jesus
2. O TRÍPLICE RITMO DA ORAÇÃO NA VIDA DO POVO NO TEMPO DE JESUS
✓ A oração semanal no ambiente comunitário da sinagoga
Nos sábados, eles se reuniam na sinagoga para ler a Bíblia, orar juntos e tratar
da vida da comunidade. Havia um esquema fixo para a primeira leitura da Lei
de Moisés. A segunda leitura dos profetas era livre. Dependia da escolha do
leitor (cf. Lc 4,17).
LENDO O LIVRO DOS SALMOS
A oração dos Salmos na vida de Jesus
2. O TRÍPLICE RITMO DA ORAÇÃO NA VIDA DO POVO NO TEMPO DE JESUS
✓ A oração semanal no ambiente comunitário da sinagoga
O Rabi Aqiba (50-135 d.C.), no seu tratado Pirquê Abot, descreve este ambiente comunitário
da seguinte maneira: “O mundo repousa sobre três colunas: a Lei, o Culto e o Amor”. A Lei
era a leitura da Sagrada Escritura. O Culto era a celebração, a oração dos Salmos. O Amor era
a preocupação em descobrir como ajudar as pessoas necessitadas da comunidade.
Até hoje, é este o ambiente da oração nas nossas comunidades. O povo se reúne para ler e
meditar na Bíblia, para orar juntos e para ver como ajudar as pessoas necessitadas da
comunidade.
LENDO O LIVRO DOS SALMOS
A oração dos Salmos na vida de Jesus
2. O TRÍPLICE RITMO DA ORAÇÃO NA VIDA DO POVO NO TEMPO DE JESUS
✓ A oração anual através das romarias
A Lei recomendava que, a cada ano, todos fossem ao Templo de Jerusalém
para “comparecer diante de Deus” nas três grandes festas do ano: Páscoa,
Pentecostes e Tabernáculos (Ex 23,14-17; 2Cr 8,13). A partir dos doze anos de
idade, Jesus participava das romarias anuais para Jerusalém (Lc 2,41-50).
LENDO O LIVRO DOS SALMOS
A oração dos Salmos na vida de Jesus
2. O TRÍPLICE RITMO DA ORAÇÃO NA VIDA DO POVO NO TEMPO DE JESUS
✓ A oração anual através das romarias
De Nazaré até Jerusalém eram em torno de 140 quilômetros, isto é, mais ou menos cinco
dias de viagem.
Andavam em uma média de 30 quilômetros por dia.
As romarias eram realizadas sempre em grupos; com suas orações e cânticos, criavam muita
comunhão entre as pessoas.
No Evangelho de João, transparece que, durante os três anos da sua vida pública, Jesus foi
no mínimo umas três ou quatro vezes em romaria ao Templo de Jerusalém (cf. Jo 2,13; 5,1;
7,14; 12,12-19).
LENDO O LIVRO DOS SALMOS
A oração dos Salmos na vida de Jesus
2. O TRÍPLICE RITMO DA ORAÇÃO NA VIDA DO POVO NO TEMPO DE JESUS
✓ A oração anual através das romarias
Casa-Família: ritmo diário.
Sinagoga-Comunidade: ritmosemanal.
Templo-Povo: ritmo anual.
Os Salmos faziam parte desse ambiente de oração, ou seja, formavam o seu eixo. 
Recitando e cantando os Salmos, o povo aprendia a orar, e foi assim que Jesus 
aprendeu junto com Maria, sua mãe, e os orava ao longo de toda a sua vida. 
LENDO O LIVRO DOS SALMOS
A oração dos Salmos na vida de Jesus
2. O TRÍPLICE RITMO DA ORAÇÃO NA VIDA DO POVO NO TEMPO DE JESUS
✓ A oração anual através das romarias
Quando no sofrimento faltam palavras para falar com Deus, os Salmos, decorados desde
jovem, ajudam Jesus a orar:
- No horto das Oliveiras (Getsêmani): “Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice;
porém, não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mt 26,39↔ Salmo 75,8).
- Na cruz:
“Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (Mt 27,46↔ Sl 22,2);
“Em tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46↔ Sl 31,6).
LENDO O LIVRO DOS SALMOS
A oração dos Salmos na vida de Jesus
3. JESUS CONVIVENDO NO AMBIENTE DE ORAÇÃO DO SEU POVO
Nos Evangelhos, Jesus aparece convivendo e participando neste contexto orante da vida do seu povo
com seu tríplice ritmo de oração:
✓ Ritmo diário e familiar (nas casas)
* Jesus levanta bem cedo para orar (Mc 1,35);
* Ora antes das refeições (Lc 9,16; 24,30);
* A pedido das mães, ele dá a bênção às crianças (Mc 10,16).
✓ Ritmo semanal e comunitário (nas sinagogas)
* Jesus costuma participar da oração na sinagoga nos sábados (Mc 1,21; Lc 4,16);
* Durante a reunião semanal, ele se levanta para fazer a leitura (Lc 4,16);
* Participa da reunião para transmitir o seu ensinamento ao povo (Mc 6,2).
LENDO O LIVRO DOS SALMOS
A oração dos Salmos na vida de Jesus
3. JESUS CONVIVENDO NO AMBIENTE DE ORAÇÃO DO SEU POVO
✓ Ritmo anual do Templo (durante as romarias para as festas anuais)
* Aos doze anos de idade, ele vai ao Templo, à casa do Pai (Lc 2,46-50);
* Participa das romarias no Templo de Jerusalém nas grandes festas (Jo 5,1);
* Celebra a Ceia Pascal com seus discípulos (Lc 22,7-14).
LENDO O LIVRO DOS SALMOS
A oração dos Salmos na vida de Jesus
3. JESUS CONVIVENDO NO AMBIENTE DE ORAÇÃO DO SEU POVO
✓ Nos Evangelhos, Jesus aparece orando e usando os Salmos de muitas maneiras:
• Para dirigir-se ao Pai – Jesus aparece orando os Salmos, sobretudo nos momentos difíceis
de sofrimento, no Horto e na Cruz.
No Horto, ele desabafa: “Minha alma está triste” (Mc 14,34 ↔ Sl 31,10). Este mesmo
sentimento de dor e de tristeza aparece em outro Salmo (Sl 42,6).
Na Cruz, Jesus ora dois Salmos: “Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?” (Mc
15,34↔ Sl 22,2) e “Em tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46↔ Sl 31,6).
LENDO O LIVRO DOS SALMOS
A oração dos Salmos na vida de Jesus
3. JESUS CONVIVENDO NO AMBIENTE DE ORAÇÃO DO SEU POVO
✓ Nos Evangelhos, Jesus aparece orando e usando os Salmos de muitas maneiras:
• Para transmitir sua mensagem ao povo – de acordo com a concordância da Bíblia de Jerusalém,
vários ensinamentos de Jesus são evocações de frases de Salmos:
* “Felizes os mansos, porque herdarão a terra” (Mt 5,4↔ Sl 37,11);
* “Felizes os aflitos, porque serão consolados” (Mt 5,5↔ Sl 126,5-6);
* “Felizes os puros de coração, porque verão a Deus” (Mt 5,8↔ Sl 24,3-4);
* O Pai que vê em segredo, escuta a prece feita em segredo (Mt 6,4↔ Sl 139,2-4);
* O abandono à Providência Divina (Mt 6,25-34↔ Sl 127);
* A parábola da vinha (Mc 12,1↔ Sl 80,9-19);
* “Eu sou o Bom Pastor” (Jo 10,11↔ Sl 23).
LENDO O LIVRO DOS SALMOS
A oração dos Salmos na vida de Jesus
3. JESUS CONVIVENDO NO AMBIENTE DE ORAÇÃO DO SEU POVO
✓ Nos Evangelhos, Jesus aparece orando e usando os Salmos de muitas maneiras:
• Para refutar as críticas dos adversários – nas discussões com os fariseus e os doutores da
Lei, Jesus respondia com frases dos Salmos, conhecidas de todos.
* “Da boca dos pequeninos e das criancinhas preparaste um louvor para ti” (Mt 21,16↔ Sl
8,3);
* “A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular” (Mt 21,42 ↔ Sl
118,23);
* “O Senhor disse ao meu Senhor: ‘Senta-te à minha direita’” (Mt 22,44↔ Sl 110,1);
* “Vereis o Filho do Homem sentado à direita do Poderoso” (Mc 14,62↔ Sl 110,1).
4. A ORAÇÃO NA VIDA DE JESUS
Eis uma lista de momentos da vida de Jesus, em que ele aparece orando:
* Aos doze anos de idade, no Templo de Jerusalém, casa do Pai (Lc 2,46-50);
* Na hora de ser batizado e de assumir sua missão, Jesus ora (Lc 3,21);
* Na hora de iniciar a missão, passa quarenta dias no deserto (Lc 4,1-2);
* Na hora da tentação, ele enfrenta o diabo com textos da Escritura (Lc 4,3-12);
* Na hora de escolher os doze apóstolos, passa a noite em oração (Lc 6,12);
* Na hora de fazer levantamento da realidade, ele ora (Lc 9,18);
* Vendo o Evangelho revelado aos pequenos, louva a Deus (Lc 10,21);
* Na cura do surdo-mudo, olhou para o céu e gemeu (Mc 7,34);
* Na hora de ressuscitar Lázaro: “Pai, eu sei que sempre me ouves!” (Jo 11,41-42);
4. A ORAÇÃO NA VIDA DE JESUS
* Ele costuma participar das celebrações nas sinagogas nos sábados (Lc 4,16);
* Nas grandes festas, participa das romarias para o Templo de Jerusalém (Jo 5,1);
* Ora antes das refeições (Lc 9,16; 24,30);
* Procura a solidão do deserto para orar (Mc 1,35; Lc 5,16; 9,18);
* Orando, desperta nos apóstolos a vontade de orar (Lc 11,1);
* Orou por Pedro, para ele não desfalecer na fé (Lc 22,32);
* A pedido das mães, dá a bênção às crianças (Mc 10,16);
* Celebra a Ceia Pascal com seus discípulos (Lc 22,7-14);
* Ao sair da Ceia para o Horto, ora Salmos com os discípulos (Mt 26,30);
* Na crise, sobe o monte para orar e é transfigurado enquanto ora (Lc 9,28);
4. A ORAÇÃO NA VIDA DE JESUS
* Na hora da despedida, faz a oração sacerdotal (Jo 17,1-26);
* No horto das Oliveiras, ele ora asim: “Triste é minha alma” (Mc 14,34; Sl 42,5-6);
* Na angústia da agonia, pede aos três amigos para orar com ele (Mt 26,38);
* Na hora de ser pregado na cruz, pede perdão a Deus pelos carrascos (Lc 23,34);
* Na cruz, ele ora: “Meu Deus! Por que me abandonaste?” (Mc 15,34; Sl 22,2);
* Na hora da morte: “Em tuas mãos entrego o meu espírito!” (Lc 23,46; Sl 31,6); 
* Jesus morre soltando o grito dos sofridos (Mc 15,37).
A vida de Jesus era uma oração permanente. A ele se aplica o que diz o 
Salmo: “[...] Eu, porém, oro!” 
(Sl 109,4)
LENDO O LIVRO DOS SALMOS
A oração dos Salmos na vida de Jesus
5. O PAI-NOSSO: O SALMO DE JESUS
Jesus estava orando. Um dos discípulos, motivado pelo jeito de Jesus orar, pede: “Jesus, ensina-nos a orar!”. Como
resposta, Jesus ensinou o Pai-nosso. Nos Evangelhos, existem duas versões deste Salmo de Jesus: a versão de Lucas
(Lc 11,2-4), mais breve, com cinco pedidos; a de Mateus (Mt 6,9-13), mais longa, tem sete pedidos. O Pai-nosso, o
Salmo de Jesus, é uma cartilha, na qual ele resumiu todo o seu ensinamento na forma de uma oração dirigida ao Pai.
Nela, Jesus retoma as grandes promessas do AT e pede que o Pai nos ajude a realizá-las. Os primeiros três pedidos
dizem respeito ao nosso relacionamento com Deus Pai; os outros quatro, ao relacionamento entre nós, irmãos e
irmãs. No tempo de Jesus, o relacionamento do povo com Deus era marcado pela insistência dos escribas e fariseus
na observância das normas da Lei e da pureza legal. Através das suas palavras e ações, nascidas da sua experiência
de filho, Jesus trouxe uma grande novidade. O Deus que parecia distante como um juiz severo adquiriu os traços de
um Pai bondoso de grande ternura, sempre presente, pronto para acolher seus filhos e suas filhas. Essa Boa-nova de
Deus como Pai, testemunhada e comunicada por Jesus, tornou-se a nova chave para reler e orar os Salmos com um
novo olhar. Por isso, costumamos terminar a oração em nome de Jesus. Não basta o estudo para que os Salmos
liberem o seu sentido; é preciso ter “os mesmos sentimentos que animaram Jesus” (Fl 2,5), ter nos olhos e no
coração a consciência e a liberdade de filhos de Deus que Jesus nos comunicou. Do contrário, os Salmos continuam
cobertos por um véu que impede a descoberta plena do seu sentido. “É só pela conversãoao Senhor que o véu cai.
Pois o Senhor é Espírito e, onde há o Espírito, aí há liberdade” (2Cor 3,17).
PARTE II
Tradição Sinótica
✓ O uso dos Salmos no Novo Testamento;
✓ Os Salmos na teologia sinótica;
✓ O uso marcano dos Salmos;
✓ O construção teológica sálmica do Evangelho de Marcos.
PARTE II
Salmos na Teologia Sinótica
PARTE II - Salmos na teologia sinótica: o uso marcano
Mc 1,11 Então, foi ouvida uma voz dos céus: Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo.
Sl 2,7 Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei.
Mc 2,7 Por que fala ele deste modo? Isto é blasfêmia! Quem pode perdoar pecados, senão um, que é Deus? 
Sl 103,3 Ele é quem perdoa todas as tuas iniquidades; quem sara todas as tuas enfermidades
Mc 9,7 A seguir, veio uma nuvem que os envolveu; e dela uma voz dizia: Este é o meu Filho amado; a ele ouvi.
Sl 2,7 Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei.
Mc 11,9-10 Tanto os que iam adiante dele como os que vinham depois clamavam: Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! Bendito o reino que vem, o reino de Davi, nosso pai! Hosana, nas maiores alturas! 
Sl 118,25-26 Oh! Salva-nos, Senhor, nós te pedimos; oh! Senhor, concede-nos prosperidade! Bendito o que vem em nome do Senhor. A vós outros da Casa do Senhor, nós vos abençoamos.
Mc 12,10-11 Ainda não lestes esta Escritura: A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; isto procede do Senhor, e é maravilhoso aos nossos olhos?
Sl 118,22-23 A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; isto procede do Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos.
Mc 12,36 O próprio Davi falou, pelo Espírito Santo: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés.
Sl 110,1 Disse o Senhor ao meu senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés.
Mc 14,18 Quando estavam à mesa e comiam, disse Jesus: Em verdade vos digo que um dentre vós, o que come comigo, me trairá.
Sl 41,9 Até o meu amigo íntimo, em quem eu confiava, que comia do meu pão, levantou contra mim o calcanhar.
Mc 14,62 Jesus respondeu: Eu sou, e vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo com as nuvens do céu.
Sl 110,1 Disse o Senhor ao meu senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés.
Mc 15,23 Deram-lhe a beber vinho com mirra; ele, porém, não tomou.
Sl 69,21 Por alimento me deram fel e na minha sede me deram a beber vinagre.
Mc 15,24 Então, o crucificaram e repartiram entre si as vestes dele, lançando-lhes sorte, para ver o que levaria cada um. 
Sl 22,18 Repartem entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica deitam sortes.
Mc 15,29 Os que iam passando, blasfemavam dele, meneando a cabeça e dizendo: Ah! Tu que destróis o santuário e, em três dias, o reedificas! 
Sl 22,7 Todos os que me veem zombam de mim; afrouxam os lábios e meneiam a cabeça: 
Mc 15,34 À hora nona, clamou Jesus em alta voz: Eloí, Eloí, lamá sabactâni? Que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
Sl 22,1 Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que se acham longe de minha salvação as palavras de meu bramido?
Mc 15,36 E um deles correu a embeber uma esponja em vinagre e, pondo-a na ponta de um caniço, deu-lhe de beber, dizendo: Deixai, vejamos se Elias vem tirá-lo! 
Sl 69,21 Por alimento me deram fel e na minha sede me deram a beber vinagre.
PARTE II - Salmos na teologia sinótica: o 
uso marcano
“‘Eu sou’, disse Jesus. ‘E vocês verão o Filho 
do Homem sentado à direita do Deus 
Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu’”.
Marcos 14:62
“O Senhor disse ao meu Senhor: ‘Sente-se 
no lugar de honra à minha direita, até que 
eu humilhe seus inimigos e os ponha 
debaixo de seus pés’”.
Salmos 110:1
Eu Sou. Cristo afirmou que era o 
Messias e garantiu aos seu juízes 
que era também o juiz vindouro 
de toda a humanidade.
Este salmo curto, um dos mais 
citados no NT, apresenta o 
Messias como rei (v.1-3), 
sacerdote (v.4) e guerreiro 
vitorioso (v.5-7).
Charles Caldwell Ryrie
Seminário Teológico de Dallas
PARTE II - Salmos na teologia sinótica: 
o uso marcano
“Então os soldados o pregaram na cruz. 
Depois, dividiram as roupas dele e 
tiraram sortes para decidir quem ficava 
com cada peça”.
Marcos 15:24
“Repartem minhas roupas entre si e 
lançam sortes por minha veste”.
Salmos 22:18
repartiram entre si as vestes 
dele. As vestes de uma 
vítima costumavam ser 
tomadas por seus 
executores (veja Sl 22:18).
Davi usa uma linguagem 
que também é apropriada 
para o Messias sofredor.
Charles Caldwell Ryrie
Seminário Teológico de Dallas
PARTE III
Tradição Joanina
O Livro dos Salmos e o Novo Testamento
A 27ª edição do Novum Testamentum Graece contém uma lista básica de citações e
possíveis alusões às escrituras no Novo Testamento. De acordo com a lista, citações e
alusões aos Salmos estão contidas em todos os livros do Novo Testamento, exceto em 2 e 3
João, 1 Tessalonicenses, Filemom e Judas. Independentemente de como se possa explicar
essas citações e alusões aos Salmos no Novo Testamento, é indiscutível que os Salmos
desempenharam um papel importante no pensamento dos autores do Novo Testamento.
(KROLL, S. A. Psalms in the New Testament, p. 269 In: BROWN, W. The Oxford Handbook of the Psalms).
PARTE III – A Teologia Joanina
Os Salmos são comumente citados direta ou indiretamente pelo quarto evangelista. Desde palavras
diretas de Jesus como na construção do texto por João. As frases introdutórias como “para cumprir
as Escrituras” ou “como está escrito” evidenciam esse uso.
No Livro dos Salmos pode-se observar a alma do ministério messiânico de Jesus e o seu Êxodo
Pascal. É possível identificar seis citações claras dos Salmos no Quarto Evangelho sobre o ministério
de Cristo:
• “O zelo por tua casa me devorará” (Jo 2:17, citando Sl 69:10);
• “Eu disse: Sois deuses!” (Jo 10:34, citando Sl 82:6);
• “Hosana! Bendito o que vem do Senhor e o rei de Israel!” (Jo 12:13, citando Sl 118:26);
• “Aquele que come o meu pão levantou contra mim o seu calcanhar!” (Jo 13:18, citando Sl 41:10);
• “Odiaram-me sem motivo” (Jo 15:25, citando Sl 69:5);
• “Repartiram entre si minhas roupas e sortearam minha veste” (Jo 19:24, citando Sl 22:19).
A sétima citação refere-se à história do Êxodo em palavras extraídas de um dos
recitais históricos da história de Israel encontrados no Saltério:
• “Nossos pais comeram o maná no deserto” (cf. Êx 16:18), como está escrito: “Deu-
lhes pão do céu a comer” (Jo 6:31, citando Sl 78:24);
• Em três outras passagens onde a Escritura introduzida por João não é uma citação
literal de qualquer passagem bíblica, o Saltério parece ser o “concorrente” mais forte
de duas (ou talvez mais) fontes bíblicas potenciais:
- “De seu seio jorrarão rios de água viva” (Is 55:1) → (Jo 7:38, citando Sl 78:16,20);
- “Tenho sede” (Is 53) → (Jo 19:28, citando Sl 69:21);
- “Nenhum osso lhe será quebrado” (Is 53) → (Jo 19:36, citando Sl 34:21).
A leitura sálmica no judaísmo e no cristianismo
• Há uma inclinação cristã primitiva para ler os Salmos como descrições
proféticas sobre Jesus. O judaísmo contemporâneo e cristianismo primitivo,
por sua vez, os lia como acontecimentos da vida de Davi.
(DENTON, D. M. The Psalms in John´s Gospel. In: MOYISE, S. The Psalms in the New Testament, p.120).
• O Jesus que emerge das páginas do Evangelho narrado por João é
descendente do Davi narrativo-histórico e salmista. Mas é precisamente como
salmista, e não como ancestral do Messias, que Davi figura no retrato joanino
de Jesus.
O quarto evangelista favorece o Saltério como fonte escriturística.
Os Salmos correspondem 62% de todas as suas citações.
A referência aos Salmos está espalhada por todo o Evangelho, em
vez de concentrada principalmente na sequência da paixão, como
nos sinóticos.
SEIS CITAÇÕES CLARASDOS SALMOS NO EVANGELHO DE JOÃO SOBRE JESUS
1ª citação) “O zelo pela casa de Deus me consumirá” (Jo 2:17, citando Sl
69:9)
Cristo se mostrou zeloso com a santidade da casa de Deus. O pecado dos
cambistas foi profanar o templo.
“O zelo por tua casa me consome; os insultos dos que te insultam 
caíram sobre mim” (Sl 69:9).
Em João, metaforicamente o corpo de Jesus (templo), destruído pela 
morte, mas reconstruído na ressurreição.
SEIS CITAÇÕES CLARAS DOS SALMOS NO EVANGELHO DE JOÃO SOBRE JESUS
2ª citação) “Eu digo: vocês são deuses!” (Jo 10:34, citando Sl 82:6)
Jesus respondeu: “As próprias Escrituras de vocês afirmam que Deus disse a 
certos líderes do povo: ‘Eu digo: vocês são deuses!’” 
(João 10:34).
“Eu digo: ‘Vocês são deuses, são todos filhos do Altíssimo’” (Sl 82:6)
Salmo 82:6 - deuses. Uma referência aos governantes humanos e aos juízes do povo.
João 10:34 - Cristo desejava mostrar que, se o AT empregava a palavra “deuses” 
(elohim) para homens que representavam a Deus, então os judeus não deveriam 
opor-se a ele por se autodenominar Filho de Deus.
3ª citação) “Hosana! Bendito é o que vem em nome do Senhor!
Bendito é o rei de Israel!”
(Jo 12:13, citando Sl 118:26)
“Bendito é o que vem em nome do Senhor ; nós os abençoamos da 
casa do Senhor” (Sl 118:26).
Hosana significa “salva agora”. A aclamação do povo é uma citação
baseada em Salmos 118:25-27, entoada na Festa do Tabernáculos.
A multidão queria a salvação da opressão de Roma, não a salvação 
espiritual que Jesus oferecia. 
4ª citação) “Aquele que come do meu alimento voltou-se contra
mim!” (Jo 13:18, de Sl 41:10)
Traição a Jesus
• Davi confrontando a deslealdade de Aitofel (Sl 55).
• Em João, Jesus confronta-se com a traição de Jesus por Judas.
• Também a traição perpetrada por aqueles que outrora seguiam a
Jesus e agora afastaram-se perseguindo os irmãos.
5ª citação) “Odiaram-me sem motivo” (Jo 15:25, citando Sl 69:5)
Perseguição e encorajamento aos cristãos aflitos
Jesus vindo em nome de Deus, foi odiado por aqueles que se
opunham ao Pai (Jo 15:23).
Agora os cristãos da audiência de João enviados por Jesus,
experimentam o mesmo ódio.
(DENTON, D. M. The Psalms in John´s Gospel. In: MOYISE, S. The Psalms in the New Testament, p.131)
6ª citação) “Repartiram minhas roupas entre si e lançaram sortes
por minha veste”
(Jo 19:24, citando Sl 22:19)
Repartiram. Para os executes, as roupas de um executado
(condenado) não passava de despojo (restos).
Um paralelo com a cena da Crucifixão dos sinóticos. João opta por
um Jesus seguro e não por um Jesus abandonado (Jo 8:29;16:32).
Jesus e o êxodo pascal
Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: “Deu-lhes
pão do céu a comer” (Jo 6:31, citando Sl 78:24).
Em João 6:31 parece ser o resultado da redação joanina. Isso permitiu
que a escritura falasse do pão do céu em termos personificados e
dinâmicos, como “Aquele que desce do céu” (Jo 6:33; cf. 8:23,42), e
assim faz uma importante declaração cristológica.
Conclusões e reflexões
O Salmos são abertamente citados direta ou indiretamente para o
delineamento do retrato de Jesus nos Evangelhos e sua missão salvífica.
Não há dúvida de que o Livro dos Salmos (e o AT), que favorece o
testemunho de Jesus, exerceu profunda influência na composição do NT.
O estudo da recepção joanina dos Salmos tem muito a contribuir para a
busca das origens da cristologia joanina.
Referências
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