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IBADEP - Os Evangelhos e Atos

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OS 
EVANGELHOS 
E ATOS
LIÇÃO 1 
O EVANGELHO 
DE MATEUS
QUATRO PÚBLICOS E 
QUATRO PERSPECTIVAS
OS QUATRO
LIVROS DO
EVANGELHO
QUATRO
COLUNAS
EX 27.16
QUATRO 
CORES
EX 27.16
QUATRO
FACE DE 
QUERUBINS
EX 26.1;EZ 10.20
GENEALOGIA DESTINO
COMO JESUS É 
APRESENTADO
NOS 
EVANGELHOS
MATEUS PRIMEIRA PÚRPURA LEÃO
REI DAVI
ABRAÃO
JUDEUS REI DOS 
JUDEUS
MARCOS SEGUNDA CARMESIM BOI NÃO TEM ROMANOS SERVO 
SOFREDOR
LUCAS TERCEIRA BRANCO HOMEM ADÃO GREGOS FILHO DO 
HOMEM
JOÃO QUARTA AZUL ÁGUIA NÃO TEM IGREJA FILHO DE DEUS
CARACTERÍSTICAS PREDOMINANTES DE 
CRISTO SEGUNDO CADA ESCRITOR
Mateus – PROFÉTICO
Mateus é o livro da “geração de Jesus
Cristo, filho de Davi, filho de Abraão”. Esta
declaração liga-o a duas das mais
importantes alianças do Antigo
Testamento: a aliança davídica da
soberania e a aliança abraâmica da
Promessa, leia II Sm 7.8-16; Hb 11.17-19.
Marcos – PRÁTICO
No Evangelho de Marcos, Jesus é visto
como o poderoso obreiro, mais do que
como mestre; mais atos do que palavras.
O Servo do Senhor “o meu Servo, o Renovo”,
Zc 3.8. O versículo chave está em Mc 10.45
Lucas – HISTÓRICO
A vida de Jesus Cristo é narrada com
grande beleza e perfeição. Visando os
gregos, Lucas considerou o que eles
representavam: A cultura, a filosofia, a
sabedoria, a razão, a beleza e a educação.
Homem perfeito – Embora o Evangelho em
apreço fale da divindade de Cristo, a
ênfase está na perfeição da sua
humanidade.
João – ESPIRITUAL
Somente João narra o primeiro ano do
ministério de Jesus nos capítulos 2-4;
somente ele relata os grandes ensinos de
Jesus sobre o novo nascimento, a água
viva, o pão da vida, o bom pastor, a luz do
mundo. Somente ele narra os propósitos
de Cristo na última ceia, Jo 13-16.
O divino Filho de Deus, leia Jo 20.31
Introdução
A ênfase especial de Mateus é sobre o
fato de ser Jesus o Messias vaticinado
pelos profetas do Velho Testamento, por
ele citado repetidamente. Visou de modo
particular, leitores judeus. Tão freqüente
ocorre a expressão “reino dos céus”, em
razão da preocupação dos judeus em
pecar citando o nome de Deus em vão. Por
isso o Evangelho de Mateus é comumente
chamado “Evangelho do Reino”.
O Evangelho não apresenta o seu
autor. Todavia, desde os primitivos pais da
Igreja, a começar de Papias (discípulo do
Apóstolo João), admitiu-se que esse autor
foi o Apóstolo Mateus. Quase nada
sabemos de Mateus, que também foi
chamado Levi. É mencionado nas quatro
listas dos Doze, Mt 10.3; Mc 3.18; Lc 6.15; At
1.13. a única outra menção vem quando é
chamado para seguir a Jesus, Mt 9.9-13; Mc
2.14-17; Lc 5.27-32.
A única informação que Mateus dá de
si é a de ter sido “publicano”. Os
publicanos eram cobradores dos impostos
de Roma, eram extorquidores e
geralmente desprezados pela sociedade
judaica. Lucas informa que Mateus deu
grande banquete a Jesus, e que “deixou
tudo” para segui-lo. Ele, porém, nem sequer
assume as honras desse feito. Perde de
vista a sua própria pessoa em total
adoração ao seu Herói.
Maravilhamo-nos diante da graça de
Deus que escolheu um homem assim para
ser o autor do livro que dizem ser o mais
lido do mundo.
Diz uma tradição que Mateus pregou
na Palestina por alguns anos e depois
viajou para outros países; que escreveu
seu Evangelho originalmente em hebraico,
e anos mais tarde, talvez lá pelo ano 60
d.C., apresentou dele uma edição mais
completa em grego.
Não há registro de suas pregações.
Todavia, quanto serviço prestou à
humanidade com a produção deste livro!
A profissão de coletor de impostos fê-
lo acostumar-se a tomar notas. Foi
companheiro pessoal de Jesus no decurso
de todo o seu ministério público. A
hipótese muito disseminada hoje, contudo
sem base, de que ele copiou seu Evangelho
do de Marcos, é patentemente absurda.
Não se tem absoluta certeza de Marcos
haver sequer conhecido Jesus, Mc 1.1. Por
que haveria Mateus de copiar, de um que
não fora testemunha ocular, narrativas de
fatos que ele mesmo vira com seus
próprios olhos e ouvira muitas e muitas
vezes com os seus próprios ouvidos?
A IMPORTÂNCIA DOS QUATRO EVANGELHOS
Os quatro Evangelhos, decididamente,
são a parte mais importante da Bíblia;
mais importante que todo o resto da Bíblia
reunido; mais importante que todos os
livros juntos do mundo, visto que
podíamos arriscar passar sem o
conhecimento de tudo no universo, menos
do conhecimento de Cristo. Os livros da
Bíblia que os precedem são preparatórios,
os que os seguem são explicativos, do
Herói dos quatro Evangelhos.
Autor
Mateus que também se chama Levi,
cobrador de impostos, possivelmente, um
mebro do partido dos herodianos
Data
Embora seja incerta, de uma coisa
sabemos, foi antes da queda de Jerusalém,
no ano 70 d.C., possivelmente entre 45 e 50
d.C., já que a tradição reza que depois de
quinze anos de ministério em Jerusalém,
saiu dali para pregar nas nações
estrangeiras, deixando o Evangelho em
hebraico, como compensação de sua
ausência.
TEMA
O tema do primeiro Evangelho se
encontra em Mt 27.37 “Este é Jesus, o Rei dos
judeus”. Trata-se pois de um judeu
escrevendo para judeus, com a finalidade de
convencê-los de que as profecias antigas
tinham se cumprido em Jesus Cristo, o
Messias. Esta declaração ocorre pelo menos
16 vezes. “Tudo isto aconteceu para que se
cumprisse o que foi dito da parte do Senhor,
pelo profeta”, Mt 1.22; 2.15,17, etc.
Este era o propósito mais importante
de Mateus: Mostrar como as profecias do
Antigo Testamento cumpriram-se em
Jesus; como cada detalhe da vida de Jesus
fora previsto nas profecias, e assim
convencer os judeus de que Jesus era o
Messias prometido; o Salvador do mundo.
A seguir abordaremos sobre a
genealogia. Para os judeus, a árvore
genealógica era algo sumamente
importante!
A Genealogia
É dada também em Lc 3.23-38. A
genealogia como está em Mateus, é
abreviada. Omitem-se alguns nomes. 42
gerações cobrem 2.000 anos. Dividem-se
em três partes, de 14 gerações cada, talvez
para ajudar a memória: a primeira
cobrindo 1.000 anos; a segunda, 400 anos;
a terceira, 600 anos. Três grupos de 14
gerações. No terceiro grupo, entretanto,
nomeiam-se só 13 gerações, dando-se a
entender evidentemente que Maria seria a
14ª. A genealogia em Lucas é algo
diferente. Mateus começa com Abraão;
Lucas vai até Adão. Uma é descendente,
“gerou”; a outra é ascendente, “filho de”
O que temos é que Mateus dá a
linhagem de José, mostrando que Jesus é o
herdeiro legal das promessas feitas a
Abraão e a Davi; e Lucas dá a linhagem de
Maria, mostrando a descendência física de
Jesus, “Filho de Davi segundo a carne”, Rm
1.3. A genealogia de Maria, de acordo com a
praxe judaica, dependia do esposo. José
era “filho de Heli”, Lc 3.23, isto é, “genro
dele”. Heli foi o pai de Maria. Jacó foi o pai
de José.
PROPÓSITO
Mostrar aos judeus, que Jesus é tanto
o seu rei, como também o Messias
vaticinado no Antigo Testamento.
Mateus mostra também a rejeição por
parte dos judeus, e conseqüentemente,
como a primazia é transferida dos judeus
para a comunidade cristã, leia Mt 21.43.
VISÃO PANORÂMICA
Mateus procura mostrar aos judeus, o
cumprimento das profecias na pessoa de
Cristo:
O seu nascimento, Mt 1.22,23
O lugar do seu nascimento, Mt 2.5,6
O seu regresso do Egito, Mt 2.15
A residência em Nazaré, Mt 2.23
O seu precursor, Mt 3.1-3
O território do seu ministério, Mt 4.14-16
O seu ministério de cura, Mt 8.17
A missão como servo de Deus, Mt 12.17-21
O ensino por parábolas, Mt 13.34,35
A entrada triunfal em Jerusalém, Mt 21.4,5
Sua prisão, Mt 26.50,56
Os cinco principais sermões são:
1. O Sermão da Montanha, Mt 5-7.
2. Instruções para os proclamadores
itinerantes do reino de Deus, Mt 10.
3. As parábolas a respeito do reino, Mt 13.
4. O caráter dos verdadeiros discípulos do
Senhor, Mt 18.
5. O Sermão do Monte das Oliveiras, a
respeito do fim dos tempos, Mt 24-25.
As cinco principais narrativas:1. Execução de obras poderosas em
testemunho da realidade do seu reino, Mt
8,9.
2. Jesus demonstra mais profundamente a
presença do reino, Mt 11,12.
3. A proclamação do reino provoca
oposição, Mt 14-17.
4. Sua viagem a Jerusalém e a sua última
semana ali, Mt 21.1-26, 46.
5. A prisão, crucificação e ressurreição de
Jesus dentre os mortos, e a grande
comissão a seus discípulos, Mt 26.47 –
28.20.
AS CARACTERÍSITCAS DO LIVRO
Mateus se refere ao Antigo
Testamento cerca de 75 vezes. É chamado
“Filho de Davi”, cerca de 9 vezes. O reino é
mencionado 37 vezes. O termo “então”
ocorre cerca de 90 vezes. Embora seja o
Evangelho destinado aos judeus, é o único
em que se encontra a palavra igreja por
três vezes. Este Evangelho é o primeiro por
ser ele o elo de ligação entre o Velho e o
Novo Testamento.
Peculiaridades do Evangelho de Mateus:
Há dez parábolas e três milagres que
não se encontram nos demais evangelhos.
Somente Mateus narra o seguinte:
A visão de José, Mt 1.20-24
A visita dos magos, Mt 2.12-15
A fuga para o Egito, Mt 2.12-15
A matança dos inocentes, Mt 2.16
Detalhes da confissão de Pedro, Mt 15.13-20
O arrependimento de Judas, Mt 27.5-10
O sonho da mulher de Pilatos, Mt 27.19
A expressão “Caia o seu sangue sobre nós
e sobre os nossos filhos, , Mt 27.25.
A ressurreição de alguns santos, Mt 27.52.
O selo no túmulo e o suborno da guarda, Mt
27.62-66; 28.11-15.
A grande comissão de fazer discípulos e
ensinar, Mt 28.18-20.
CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS
1. É ó mais judaico dos quatro Evangelhos.
2.Contém a exposição mais sistemática
dos ensinos de Jesus e do seu ministério
de cura e libertação. Isto levou a Igreja,
no século II, a usá-lo intensamente na
instrução dos novos convertidos.
3.Os cinco sermões principais já
mencionados contém os textos mais
extensos dos Evangelhos sobre o ensino
de Jesus:
a) Durante o seu ministério na Galiléia
b) Quanto à escatologia (as últimas coisas a
acontecer)
4. Este Evangelho, de modo específico,
identifica eventos da vida de Jesus como
sendo cumprimento do Antigo
Testamento, com mais freqüência do que
qualquer outro livro do Novo Testamento.
5. Menciona o Reino dos Céus (Reino de
Deus) duas vezes mais do que qualquer
outro Evangelho.
6. Mateus destaca: 
a) Os padrões de retidão do reino de
Deus, Mt 5-7.
b) O poder divino ora em operação no
reino, sobre o pecado, a doença, os
demônios e a morte.
c) O triunfo futuro do reino, na vitória
final de Cristo, nos fins dos tempos.
7.Mateus é o único Evangelho que
menciona a igreja como entidade futura
pertencente a Jesus, mt 16.18; 18.17
8. Ateus é a “porta de vai e vem” ou livro de
transição entre o Velho e o Novo
Testamento
9. Há mais de 60 referências ao Velho
Testamento, e cerca de 40 citações
literárias do Velho Testamento em Mateus
10. Uma frase característica é “para que se
cumprisse”.
11. Mateus apresenta uma árvore
genealógica que traça a linhagem
messiânica até o Rei Davi.
12. Dois dos mais importantes discursos
de Jesus são encontrados aqui: O Sermão
da Montanha, Mt 5,6,7; e o discurso no
Monte das Oliveiras, Mt 24,25.
13. Um quadro incomum dos
acontecimentos da era presente é visto
profeticamente no capítulo 13, onde sete
parábolas formam um quadro.
CRISTO REVELADO
Mateus apresenta Jesus, como
Messias, no qual se cumpriu todas as
profecias messiânicas. Apresenta-o como
Filho de Deus, portanto, divino. E também
como Senhor e Mestre da Igreja, Mt 16.18;
18.15-20.
ADVENTO E MANIFESTAÇÃO DO REI
No primeiro capítulo de Mateus, três
nomes distinguem o filho de Deus:
a) Cristo, Mt 1.17
b) Jesus, Mt 1.21
c) Emanuel, Mt 1.23.
Sob estes nomes, Mateus anuncia a
chegada de Deus em forma humana.
Ainda que o nome de Jesus Cristo
apareça no primeiro versículo, é só no
décimo sétimo que Mateus usa o nome de
Cristo significando Messias ou Ungido. É
esta a primeira vez que o nome de Cristo é
registrado assim. De acordo com Mt 1.21, o
nome “Jesus” significa Salvador: “Ele
salvará o seu povo dos seus pecados”. O
terceiro nome “Emanuel” é traduzido “Deus
conosco”. Mateus apresenta, pois, o Filho
de Deus, sob os seguintes nomes:
Messias, Ungido, Salvador e Deus conosco.
Tudo está pronto para a chegada do Rei
dos reis. O último versículo do capítulo 1 e
o primeiro do capítulo 2, narra o
nascimento de Jesus. Em Mateus 2.2 diz
que Ele é o rei dos judeus: “Onde está
aquele que é nascido rei dos judeus?”
Entretanto, poucos o aceitaram como o
Messias, o esperado, o ungido rei, apesar
da genealogia de Cristo mostrar que Ele
era o herdeiro legítimo do trono de Israel.
A PROCLAMAÇÃO DO REINO
Mateus,como os outros Evangelhos,
pouco fala dos primeiros 30 anos de Jesus.
No terceiro capítulo, surge João Batista, o
precursor de Cristo, anunciando e
preoparando o caminho do Filho de Deus. A
ele coube o privilégio de batizar Jesus. Fato
importantíssimo narra o capítulo 1.18-25! O
nascimento virginal de Jesus. A semente
que estava no ventre de Maria fora gerada
pelo Espírito Santo de Deus.
Maria não foi “conhecida” por José, até
o nascimento de Jesus. Jesus foi o homem-
Deus. Como homem Ele podia simpatizar
com os problemas, dificuldades e
tentações humanas. Como Deus Ele podia
libertar o homem e salvá-lo dos seus
pecados. O aparecimento de João Batista
deu-se como um repentino som da voz de
Deus! Há muitos séculos não surgia um
profeta! Surge agora João, cheio de poder,
mas com muita simplicidade, comendo
gafanhotos e mel silvestre, vestido de
pelos de camelo, e proclamando ao povo:
“Preparai o caminho do Senhor” O Rei
estava chegando! O quarto capítulo, nos
versículos de 1-11, registra o primeiro
acontecimento na vida de Jesus, depois do
batismo. Ele é tentado no deserto. Cristo
está sendo testado, submetido á prova. No
primeiro versículo observamos que Jesus,
pelo Espírito, foi conduzido ao deserto. Era
necessário que Jesus fosse tentado.
Seria assim provado ao tentador, a
fidelidade do Filho ao Pai, e a sua
dependência do Espírito Santo. Jesus
recusou-se, terminantemente, a entrar em
acordo com o Diabo. Respondendo ao
inimigo, Cristo citou o livro de
Deuteronômio, o livro que é chamado por
alguns de “livro da obediência”. Cristo foi
obediente ao Pai e assim destruiu os
objetivos infernais de Satanás. A partir daí,
Jesus estava preparado para cumprir o
desígnio de Deus; socorrer e livrar os
judeus e os gentios, na qualidade de Rei
Messias. Fixa então residência em
Cafarnaum, dando início ao seu ministério
público. Observe a seguir, o mapa que
mostra as distâncias percorridas por
Jesus durante o seu ministério:
A REJEIÇÃO DO REI
Nos capítulos 8 e 9 de Mateus, Jesus
mostra ao povo o seu poder. Cura os
enfermos, demonstra sua autoridade
sobre a natureza, sobre os demônios, e
perdoa pecados. Infelizmente, muitos,
especialmente os “religiosos” do seu
tempo não o aceitaram como o Messias.
Rejeitaram-no e começaram a planejar
um meio de eliminá-lo. Antes, porém,
rejeitaram a João Batista, o precursor do
Messias, que por ter condenado o pecado
de Herodes, o tetrarca, Mt 14.1-4, foi
decapitado.
No versículo 20 do capítulo 11, Jesus
passou a pronunciar julgamento contra
certas cidades. Eram cidades que tinham
recebido bênçãos especiais de Deus,
tinham visto milagres e obras salvadoras
do Messias, porém, decidiram rejeitar a
Jesus e seu ministério. Então Jesus passa a
anunciar salvação, alívio espiritual, a
quem quiser, isto é, a todos que se sintam
cansados e oprimidos, desejosos da
salvação de Deus. A nação que o rejeitara,
estava reservado futuro e severo
julgamento do Senhor. No décimo segundo
capítulo, continua a rejeição de Cristo.
Rejeitam o rei e a mensagem sobre o seu
reino. Depois da morte de João Batista,
Jesus continua a abençoar multidões,
efetuando poderosas obras de amor. Mas,
mesmo a despeito de toda expressão do
amor de Jesus para com a nação de Israel,
ela se recusa a aceitá-lo. Os líderesreligiosos são denunciados por Cristo,
pois eles ão os maiores hipócritas entre
todos! Cheios de ciúme e inveja, procuram
menosprezar Jesus e destruir o seu
ministério. Nos capítulos 16.1-12 o Messias
fala contra o fermento dos fariseus e
saduceus. Fermento, aqui, representa uma
doutrina falsa e penetrante. O fermento
dos fariseus tem a ver com os falsos
ensinos baseados em tradições e
acréscimos que eles faziam às Santas
Escrituras. O fermento saduceista era a
doutrina fundada nas subtrações da Lei e
no racionalismo humano. Cristo adverte os
discípulos a tomarem cuidado com o
fermento dos líderes religiosos, hipócritas
de Israel. Jesus passa, então, a
compartilhar com os seus discípulos o
seguinte:
1. Sobre a sua deidade, Mt 16.13-17
2. Sobre a edificação da sua Igreja, Mt 16.18
3. Sobre sua morte e ressurreição, Mt
16.21-26; 17.22,23; 20.17-19.
4. Revela sua glória, Mt 16.27-17.13
5. A verdadeira fonte do poder, Mt 17.14-21
6. Sobre a grandeza do reino, Mt 18.1-14;
20.20-28
7. A disciplina na Igreja, Mt 18.15-20
8. A necessidade de um espírito perdoador,
Mt 21-35.
A VITÓRIA DO REI
Jesus entrou como Rei em Jerusalém,
montado num jumentinho, expulsa os
mercadores do templo, prediz a condição
do mundo após a sua ascensão e até sua
volta em glória, para julgar as nações pelo
tratamento que dispensaram a seus
irmãos, os judeus, Mt 24,25. Depois temos a
sua prisão e sua morte cruenta. Foi
condenado à morte porque afirmara ser
Rei dos judeus, contudo, ressurgiu
vitoriosamente, ao terceiro dia, porque de
fato era Rei, e detinha poder até mesmo,
sobre a morte. Aleluia! E depois faz várias
aparições aos seus discípulos, durante um
período de 40 dias, entre a ressurreição e
a ascensão. E tendo sido elevado às
alturas, e assentado à direta de Deus,
enviou o Espírito Santo, como outro
Consolador.
LIÇÃO 2
O EVANGELHO 
DE MARCOS
INTRODUÇÃO
A ênfase especial de Marcos é sobre o
poder sobre-humano de Jesus, a
demonstrar sua deidade por seus
milagres. Omite o Sermão do Monte e a
maioria dos longos discursos de Cristo.
Narra o que Jesus fez, de preferência ao
que disse. Visa particularmente leitores
gentios. Desde o princípio, uma tradição
ininterrupta considera-o da autoria de
Marcos, contendo substancialmente
a história de Jesus como Pedro a contava.
Quem era João Marcos? E quando e onde
escreveu?
Era filho de certa Maria, cuja casa em
Jerusalém era lugar de reunião dos
discípulos, At 12.12. Sendo primo de
Barnabé, Cl 4.10, era naturalmente, levita,
At 4.36. Conjetura-se que foi ele o moço
que “fugiu desnudo”, na noite em que
Jesus foi preso, Mc 14.51,52, quando
começou a interessar-se por Jesus. A
linguagem de I Pe 5.13 deixa claro que se
convertera pela pregação de Pedro.
Possivelmente, a mãe de Marcos tinha
posição de considerável influência na
Igreja em Jerusalém. Foi a casa dela que
Pedro procurou logo ao ser libertado da
prisão pelo anjo, At 12.12. Cerca de
quatorze anos mais tarde, por volta do ano
45 d.C., seguiu com Paulo e Barnabé a
Antioquia, At 12.25; e esteve com eles no
princípio de sua primeira viagem
missionária, não prosseguindo. Depois, lá
por volta de 50 d.C., quis fazer com Paulo a
segunda viagem, porém este recusou-se a
levá-lo. Deu isso ocasião a que Paulo e
Barnabé se separassem, At 13.5,13; 15.37-
39. Marcos, então, partiu com Barnabé
para Chipre. Cerca de doze anos depois, no
ano 62 d.C., acha-se em Roma com Paulo, Cl
4.10; Fm 24. quatro ou cinco anos mais
adiante, um pouco antes de sofrer o
martírio, Paulo pede que Marcos vá ter
com ele, II Tm 4.11. Parece, assim que
Marcos, nos seus últimos anos, tornou-se
um dos auxiliares íntimos e queridos do
apóstolo. Esteve com Pedro em Babilônia
(Roma?), quando este apóstolo escreveu
sua primeira epístola, I Pe 5.13. Antiga
tradição cristã reza que ele, pela maior
parte do tempo, foi companheiro de Pedro
e escreveu a história de Jesus como a
ouviu desse Apóstolo em suas pregações.
Julga-se que este Evangelho foi escrito e
divulgado em Roma, entre 60 e 70 d.C. As
evidências internas da influência pedrina
são as seguintes:
Ele começa o seu evangelho com a
chamada de Pedro.
Focaliza o ministério na Galiléia, e mais
especialmente nos arredores de
Cafarnaum, cidade Pedro.
São omitidos alguns pormenores que
destacam a pessoa de Pedro.
A vividez das descrições indica que são
as experiências pessoais de uma
testemunha ocular.
O segundo livro em ordem do Novo
Testamento, é o mais resumido e simples
dos quatro Evangelhos. Há comentadores
que querem repudiar os versículos 9 a 20
do último capítulo deste livro; porque não
se encontram em dois dos três
manuscritos mais antigos, isso é, no
Sináitico e no Vaticano.
Contudo não pode haver dúvida que no
original havia toda essa passagem:
1º) Um dos três mais antigos manuscritos,
o Alexandrino, os inclui.
2º) Nas obras de Irineu e Hipólito
encontram-se citações desses versículos.
Escreveram eles no terceiro século,
enquanto os dois manuscritos, o Sináitico
e o Vaticano, datam do quarto.
3º) Com uma leitura do capítulo,
começando com o primeiro versículo é
evidente que Marcos não findou a sua
narração com o versículo 8, que diz: “E,
saindo elas apressadamente, fugiram do
sepulcro, .... Porque temiam “. Se o
Evangelho de Marcos findasse com o
versículo 8, seria não somente incompleta
a sua narração, mas também, estaria
contra o espírito da instrução de Cristo:
“Não temais”.
4º) Temos de concluir que, aos
manuscritos Sináitico e Vaticano, gastos
pelo uso, faltava a última parte, justamente
a parte que incluía, no início, esses
versículos. O autor Marcos. O mesmo de I
Pe 5.13 o mesmo chamado João Marcos.
Marcos foi o seu nome latino; João, seu
nome judaico. A chave do livro encontra-se
em Mc 10.45. a fase do caráter de Cristo,
enfatizada no Evangelho de Marcos, é a
mesma declarada em Fp 2.6-8. Marcos
inicia sua obra declarando que esse
humilde e obediente servo do Senhor é
igualmente o “Deus Forte”, Is 9.6. Marcos
inicia dizendo: Princípio do Evangelho de
Jesus Cristo, Filho de Deus”. Portanto
poderíamos esboçar o Evangelho da
seguinte forma:
I – O Servo do Senhor prepara-se para
servir, Mc 1.1-13.
II – O Servo do Senhor trabalha
1) Seu labor na Galiléia, Mc 1.14-9.50
2) Sua lida na Peréia, Mc 10.1-34.
3) Seu zelo em Jerusalém, Mc 10.35-13.37.
III – O Servo do Senhor obediente até a
morte, Mc 14.1-15.47.
IV – O Servo do Senhor ressuscitado e
recebido no céu, Mc 16.
QUAL A ESTRUTURA DO EVANGELHO DE 
MARCOS?
O Evangelho de Marcos destaca dá
ênfase à ação, as cenas são trocadas
rapidamente, o termo “imediatamente, é
um conectivo normal em seu livro.
1 - Antecedentes do ministério, Mc 1.1–13.
2 – Primeira parte do ministério na
Galiléia, Mc 1.1- 3.6.
3 - Segunda parte do ministério na Galiléia,
Mc 3.13 – 5.43.
4 – A fase final do ministério na Galiléia, Mc
6.7 – 8.46.
5 – O caminho da glória e do sofrimento,
Mc 8.27 – 10.52.
6 – O ministério final em Jerusalém, Mc 11.1
- 13.37.
7 – As narrativas da paixão e do túmulo
vazio, Mc 15.1 – 16.8.
FORMA LITERÁRIA
O Evangelho de Marcos foi escrito para
demonstrar o significado da vida e da
ressurreição de Jesus para os crentes. O
estilo rápido de aventura caracterizam o
seu livro, a palavra imediatamente ou
equivalente aparece cerca de 42 vezes.
Quanto à fonte, a conclusão é que havia
pequenos
escritos, mais a tradição oral, as
reminiscências pessoais de Marcos e a
pregação e ensino do apóstolo Pedro.
PROPÓSITO E TEOLOGIA
O que se deve buscar no Evangelho de
Marcos?
O propósito do evangelho de Marcos
são os seguintes:
1) Dar ânimo aos cristãos para que eles
perseverassem como discípulos fiéis,
particularmente na crise da
perseguição, Mc 8.34-38; 13.1
2) Incentivar os cristãos a darem seu
testemunho com coragem, mediante
treze
histórias de conflitos que ilustram a
autoridade de Jesus, Mc 2.1-3.6; 3.20-35;
7.1-23;10.1-12; 11.27-12.37.
3) Incentivar os cristãos a confiarem nas
promessas de Jesus, ele aborda várias
promessas que se cumpriram fora da
história que ele narra. Exemplo, Mc 1.8, 17;
4.30-32; 10.39; 13.9-13; 14.28; 16.7
TEOLOGIA
Marcos apresenta Jesus como o Servo
de Jeová, Is 52.13-53.12. Quatorze vezes
refere-se a Cristo como Filho do homem, e
procura provar a divindade de Jesus pelos
milagres realizados, porém, dois eventos
destacam de maneira surpreendente a sua
divindade, o batismo e a transfiguração,
Mc 1.11;9.7; sem contudo, esquecermos da
declaração de Pedro, Mc 8.30. Por outro
lado, destaca-se a obra de Cristo, que
liberta o pecador mediante o resgate, Mc
10.45 e e estabelece um novo pacto entre
Deus e o homem, Mc 14.24. Finalmente
temos a abordagem sobre escatologia, e o
valor ético e teológico do livro que
apresenta o Servo que sofre e morre. Isto
demonstra que o caminho da cruz é
inevitável para todos quantos desejam ser
seus discípulos.
LIÇÃO 3
O EVANGELHO 
DE LUCAS
Introdução
Passamos do Evangelho do Servo para
o Evangelho do Filho do Homem. Foi
endereçado a Teófilo, um ilustre gentio,
que procurava saber mais das boas novas
de Cristo. O autor explica os costumes e
maneiras judaicas, a genealogia recua até
Adão. Palavras gentias são usadas, em vez
de palavras judaicas, como por exemplo:
Mestre e não rabino; advogado, e não
escriba. Isto nos faz entender que Lucas
não está se dirigindo ao povo de Israel,
mas aos outros; todos quantos não eram
judeus, os gentios em geral e os gregos em
particular. O estilo de Lucas é elegante e
seu vocabulário rico. Há 250 palavras do
Evangelho de Lucas que não se encontram
nos outros livros do Novo Testamento. A
sua organização é cronológica, mas não
inteiramente, começando com os
acontecimentos preparatórios até a
primeira vinda de Cristo, e até a sua
ascensão ao Pai. Na sua narrativa há cinco
poemas ou hinos, 20 milagres; 32
parábolas e 586 versículos que recordam
as palavras de Jesus de 1.150 versículos no
total. O propósito do autor é identificar a
pessoa de Cristo com a espécie humana.
Ainda que o livro de Lucas, entre os
sinóticos, não seja o mais extenso, é,
todavia aquele que contém o maior
número de detalhes sobre a vida terrena
de Jesus.
Sobre o Autor
O escritor do terceiro evangelho é
Lucas, um médico, homem educado e culto,
acatado pelas igrejas dos primórdios. A
tradição nos diz que ele era de Antioquia
da Síria, um gentio. Era um dos mais
íntimos companheiros de Paulo,
provavelmente seu médico particular.
Lucas permaneceu com o grande apóstolo,
mesmo quando muitos o tinham
abandonado, II Tm 1.15; 4.11.
Lucas é considerado o primeiro
historiador da Igreja e apologista literário
do Cristianismo. Sabemos que Lucas
também escreveu o livro de Atos, também
destinado a Teófilo. Alguns dizem que
Teófilo converteu-se depois de ter lido o
Evangelho de Lucas. O livro foi escrito
cerca de 60 d.C. Ele que notara o grande
crescimento do Evangelho, na Ásia Menor,
At 19.10, viu a necessidade duma descrição
correta da vida e morte de Cristo.
João trata da divindade daquele que é
homem. Mas Lucas representa para nosso
íntimo a humanidade daquele que é divino.
A frase chave é “O Filho do Homem”, Lc 5.24;
6.5,22; 7.34; 9.22,26,44,56,58. O versículo
chave é “O Filho do Homem veio buscar e
salvar o que se havia perdido”, Lc 19.10. É
com esse intento de destacar Jesus como
o Filho do Homem, que Lucas narra os
eventos salientando a humanidade de
Jesus. Sua genealogia é traçada até Adão.
É esse Evangelho que registra mais
detalhadamente os eventos na vida de sua
mãe, do seu nascimento, da sua infância e
da sua mocidade. São as parábolas de
Lucas que têm mais cor humana, contudo,
Lucas não esquece de forma alguma, a
superabundante glória da divindade e da
majestade de Jesus Cristo, leia Lc 1.32-35.
NASCIMENTO E CRESCIMENTO DE JESUS
Lucas é o Evangelho dos fatos. Já
notamos no primeiro capítulo,
acontecimentos e eventos que não são
registrados nos outros Evangelhos. Os
pormenores são descritos para nós neste
livro. Talvez possamos dizer que temos no
terceiro Evangelho, a história mais
completa da vida de Cristo. No segundo
capítulo, o autor informa a razão da viagem
de José e Maria a Belém.
Segundo ele, era necessário que
ambos fossem a Belém, não somente para
cumprir o decreto de César Augusto, mas
também para cumprir a profecia de
Miquéias e o plano do Pai. Assim, em
cumprimento do vaticínio divino, Jesus
nasceu em Belém, uns 10 km, ao sul de
Jerusalém, a mesma cidade onde nasceu
Davi, mais ou menos um milênio antes.
A Circuncisão de Jesus.
Segundo o ritual da lei mosaica, Jesus
foi circuncidado aos oito dias de nascido. É
assim que Lucas apresentando Jesus
Cristo relacionando-o com a lei a fim de
redimir aqueles que estavam debaixo da
lei, Gl 4.4,5.
Apresentação de Jesus no Templo.
Após 33 dias, o infante Jesus é levado
por seus pais para ser apresentado ao
Senhor no templo. De acordo com a Lei de
Moisés, o período de purificação era de 40
dias. Como bons judeus, Maria e José
cumpriram seus deveres religiosos. O
sacrifício dos dois pombinhos mostra-nos
a pobreza do casal, pois o sacrifício
próprio na ocasião seria o de um cordeiro
de um ano por holocausto e um pombinho
ou uma rola por oferta pelo pecado, Lv
12.65. Porém, aos pobres havia a
alternativa de oferecer um segundo
pombinho em lugar do cordeiro.
A oferta de José e Maria foi então a que
era concedida aos pobres, Lv 12.8. Os
versículos 25 a 38 do capítulo 2, relatam
as profecias de Simeão e Ana, dois santos
que aguardavam a chegada do Messias. O
Espírito Santo tinha prometido a Simeão,
homem este justo e piedoso que esperava
a consolação de Israel, que ele não
morreria antes de ver a Jesus. Ana, uma
mulher piedosa e dedicada à oração e ao
jejum, na sua velhice, teve o privilégio de
ver o Salvador. Suas palavras foram de
grande gozo e muita emoção. Aqueles que
esperam as promessas de Deus com
paciência, e em oração, receberão
grandiosas bênçãos do Senhor.
A Infância de Jesus
Conforme a narrativa de Lucas, o
menino cresceu em Nazaré. Era uma vila de
fazendeiros, comerciantes, de artesãos
como José, o carpinteiro. Provavelmente
José morreu quando Jesus era jovem e
foi-lhe então necessário que, como o filho
mais velho assumisse a responsabilidade
de sustento da família. É provável pois que
Cristo trabalhou como carpinteiro em
Nazaré, até mais ou menos 30 anos de
idade. Foi nessa mesma cidade que Jesus
recebeu as instruções apropriadas a um
judeu, tanto em casa como na sinagoga.
O Menino em Jerusalém.
Jesus tinha apenas doze anos, quando
juntamente com seus pais foi a Jerusalém,
pela primeira vez, a fim de festejarem a
Páscoa. Foi nessa ocasião que Jesus
confundiu os doutores do Templo,
respondendo as difíceis perguntas que
eles lhe faziam, e deixando-os mudos
diante das perguntas que lhes dirigia. Aqui
também, José e Maria, foram relembrados
quanto a origem divina de Cristo. E como
um exemplo de submissão, Jesus mostrou
submissão não apenas a Deus, o Pai, mas
também a seus pais terrenos.
Dessa forma Ele crescia em sabedoria,
estatura e graça. Sobre os 18 anos
seguintes, nada sabemos. Lucas
prossegue sua narração da vida de Cristo,
no momento em que João Batista, o
precursor, após anunciá-lo ao povo, batiza-
o. Jesus tinha então 30 anos de idade, Lc
3.23.
A TENTAÇÃO DE JESUS
O diabo é um adversário
persistentemente sagaz. Não há limites
para a sua malignidade. Lucas 4.2 registra
que ele tentou a Jesus durante o período
de 40 dias. Cristo não foi tentado somente
no final do seu jejum, mas o foi durante o
jejum. Pouca coisa sabemos do que
aconteceu no deserto além do que está
registrado. Marcos diz que estava com as
feras e os anjos o serviam.
Cristo Foi Tentado em Tudo
“Manda que estas pedras se
transformem em pão”. Esta foi a primeira
tentação. Havia no local,segundo
comentadores, pedras calcárias, e até
parecidas com pães. Sabedor de que Jesus
estava sem alimento, Satanás acreditou
que, vencido pela fome, Jesus cederia à
tentação. Era uma tentação na esfera do
que é físico, material. Notemos que o diabo
disse: “Se tu és o Filho de Deus”.
Recordando o momento do batismo de
Jesus. Assim o tentador acreditou que
Jesus procuraria “fazer jus” a tal afirmativa
paterna-divina. Mas Jesus não respondeu
como Filho de Deus, e sim como o Homem
perfeito, dando uma resposta que
qualquer homem pode dar. “Está escrito”.
Todas as suas respostas foram baseadas
no livro de Deuteronômio, leia Dt 6.13, 16;
8.3. A segunda tentação incitara Jesus a
uma demonstração sensacionalista; ele
deveria se lançar do pináculo do templo .
Uma verdadeira aventura! O templo ficava
próximo ao vale de Cedron. Do pináculo do
templo ao fundo do vale, havia uma
distância de aproximadamente, 150
metros. O sensacionalista não dura muito
tempo. O povo logo se cansa de suas
façanhas e o desmascara publicamente.
A terceira tentação desperta em Jesus
a concupiscência de governo. Jesus
receberia a glória e o poder dos reinos
mundiais. A missão para a qual ele viera,
seria comprometida por apenas um gesto,
um pequeno gesto “Se prostrado me
adorares”. Era um apelo à ambição. A
intenção do diabo era destruir a vida de
confiança que Jesus tinha em Deus o Pai, e
de fazê-lo fugir da cruz, único meio
estabelecido por Deus para reconduzir o
homem a si. Portanto, Jesus sofreu uma
tríplice tentação: No corpo, na alma e no
espírito; mas a todas venceu!
Assim, o inimigo afastou-se “por
algum tempo”. Parte da batalha de Cristo
contra Satanás, estava ganha; o restante
seria ganho na cruz e através da sua
ressurreição. Ora, se com Jesus foi assim,
com os seus discípulos não é diferente. O
maligno está sempre pronto para tirar
proveito das fraquezas dos homens, como
sejam: A concupiscência da carne, a
concupiscência dos olhos e a soberba da
vida.
Ele faz seus apelos astuciosamente,
até mesmo citando as Escrituras. Cabe aos
discípulos do Senhor, observar a vontade
do Senhor e a sua Palavra e o inimigo será
derrotado.
O MINISTÉRIO DE JESUS NA GALILÉIA
No final dos 40 dias no deserto, Cristo
voltou para a Galiléia. Principiou a sua
obra, e sua fama corria por toda a
vizinhança. Em seguida visitando sua terra
natal, “entrou num sábado na sinagoga,
segundo o seu costume, e levantou-se
para ler”, Lc 4.16. A sinagoga tinha uma
tríplice finalidade: Adoração, educação e
governo da vida civil da comunidade. Era
administrada por anciãos, aos quais era
dada autoridade para exercer disciplina e
punir seus membros. Cabia ao assistente
da sinagoga apresentar os rolos das
Escrituras para serem lidos, os quais eram
depois guardados numa arca. Era pois
necessário um intérprete competente
para parafrasear e explicar a lei e os
profetas para o aramaico vernacular. É
evidente que Jesus estava qualificado
para tanto. E, tendo lido, disse-lhes que ele
era o evangelista predito no texto que
acabara de ler. Sua afirmativa só não lhe
foi causa de morte porque ainda muita
coisa teria de acontecer antes disto,
conforme os planos divinos. Assim, ele
simplesmente passou por entre a multidão
enfurecida, retirando-se para outras
cidades, ensinando, curando e libertando
os endemoninhados.
A Cura da Sogra de Pedro.
Chegando à casa de Simão, Jesus
encontrou a sogra deste bastante enferma,
com febre muito alta, e curou-a, e ela logo
se levantou passando a servi-los. A saúde
é algo valioso que devemos pôr à
disposição do Senhor e do seu serviço.
A Escolha dos Apóstolos.
Lucas 6.12-16 relata um passo
importantíssimo no ministério de Jesus; a
escolha dos doze apóstolos; isto após uma
noite inteira de oração. Só Lucas registra
que Jesus passou uma noite em oração,
antes de escolher os doze. Nisto Jesus é o
nosso exemplo maior do quanto é
importante o crente buscar a Deus em
oração antes de tomar qualquer decisão.
Vemos no nono capítulo, o Senhor dando
instruções aos doze e enviando-os a
pregar, a curar, e a exercer autoridade
sobre os demônios. Eles sairiam
desprovidos de alimento e dinheiro, o que
qualquer ser humano acharia
indispensável, para efetuar missão de tal
porte.
Sem dúvida, os apóstolos teriam que
ficar na mais completa dependência de
Deus. Nos dias de Jesus não havia qualquer
meio de comunicação, como televisão,
jornais, rádio, telefone, etc. O único
recurso para a disseminação da
mensagem era pois, que mensageiros
saíssem a proclamar, pessoalmente.
Seriam, então, doze homens falando em
nome de Jesus, levando sua mensagem de
salvação.
A Ressurreição do filho da Viúva de Naim.
Entrando na pequena cidade de Naim,
o Senhor, juntamente com seus discípulos,
encontra uma desolada viúva, lamentando
a morte de seu único filho. E Cristo, cheio
de compaixão levou a operar um grande
milagre, mesmo sem que aquela pobre
mãe a Ele recorresse. Restaurou aquele
mancebo à vida. Deus responde aos
nossos desejos, nossas necessidades,
mesmo quando não ousamos pedir-lhe,
julgando ser impossível o seu
atendimento.
DESCENDO PARA JERUSALÉM
Desta vez são os samaritanos que
rejeitam a Cristo, fazem-no porque Jesus
estava a caminho de Jerusalém. É que os
samaritanos não se comunicavam com os
judeus. Você deve estar lembrado que
antes, outros rejeitaram a Jesus porque
não queriam se submeter aos princípios
do reino de Deus.
Leia Lc 9.57-62. Aprendemos que
importa seguir a Jesus, caminhar para
frente sem olhar para trás. Este é o espírito
de altruísmo e sacrifício, exigido daquele
que é chamado para o ministério da
proclamação do reino de Deus. Pode
parecer-nos um preço alto demais,
lembre-se porém, que muitos mais alto foi
o preço que Cristo pagou pelos nossos
pecados. Jesus não se agrada daqueles
que se mostram indecisos, mas dos de
corações quebrantados, prontos a darem
tudo de si, o que os faz aptos para o reino
de Deus. Os que assim agem sabem que as
recompensas e a glória dos céus só serão
alcançadas por aqueles que
abnegadamente se submetem a Deus.
Jesus Envia os Setenta.
Jesus, que já havia mandado os doze
discípulos para as regiões da Palestina,
agora estava mandando setenta. A missão
destes seria em Samaria, Lc 9.52, região
não atingida pelos doze, Mt 10.5. Enquanto
os doze foram enviados somente ao povo
de Israel, a missão dos setenta deveria
atingir cada cidade e lugar aonde ele
(Jesus) estava para ir. Era a porta da fé
abrindo-se para todas as nações. Os
setenta saíram seis meses depois dos
doze, no tempo da festa dos Tabernáculos,
o tipo da evangelização dos gentios,
enquanto os doze saíram
aproximadamente, no tempo da Páscoa.
Ao voltarem, mostravam-se alegres
com o sucesso da sua missão! A alegria
deles contagia o próprio Jesus que
também ficou alegre, exultando no Espírito
Santo e dando graças ao Pai. Fora uma
longa, cansativa, mas triunfal missão.
Jesus mesmo disse ter percebido a derrota
de Satanás. Daí Jesus provê a seus servos
da graça divina de exercerem poder sobre
os demônios. Diante disto que à
mentalidade humilde dos discípulos
poderia não ser menos que um grande
mistério, ora o Senhor Jesus:
“Graças te dou ó Pai, Senhor do céu e da 
terra porque ocultastes estas coisas aos 
sábios e entendidos, e as revelastes aos 
pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do 
teu agrado”, Lucas 10.21
Acautelai-vos do Fermento dos Fariseus.
O capítulo 12 traz uma série de
discursos proferidos por Jesus. Suas
primeiras palavras foram aos discípulos,
referindo-se à hipocrisia que caracteriza
os fariseus. A multidão também o ouvia. E
Jesus disse: “Acautelai-vos do fermento
dos fariseus”. O fermento leveda toda a
massa. É o fermento pois, a figura daquilo
que corrompe. Os crentes devem
acautelar-se, também, contra o fermento
da hipocrisia, que com facilidade, pode
alastrar pelos arraiais dos santos. No
referido capítulo,Cristo denuncia não só
os pecados dos fariseus como também
profetiza sobre as calamidades prestes a
cair sobre aquela geração.
O Fogo de Cristo.
Em Lc 12.49, lemos:
“Eu vim para lançar fogo na terra e bem quisera que 
já estivesse a arder”
Essa declaração foi registrada apenas
no evangelho de Lucas. À luz da mensagem
dos versículos 51-53 deste mesmo
capítulo, é evidente que Lucas queria
mostrar que esse ministério de Jesus
provocaria as chamas do conflito, que
compeliriam os homens a se alinharem
com aliados ou adversários do Messias;
como escreveu Bruce, era o fogo de uma
nova fé ou religião, a incendiar os crentes
de entusiasmo e a criar um ardente
antagonismo da parte dos incrédulos;
deplorável, mas inevitável.
A conversão de Zaqueu
A história de Zaqueu é outro incidente
que somente Lucas registra. Cristo estava
atravessando a cidade de Jericó. Enquanto
caminhava pela cidade, muitos saíram à
rua para observá-lo. Zaqueu também
queria vê-lo. Era um homem desprezado
pela sociedade judaica, como Mateus, pois
também era coletor de impostos. Rico,
porém solitário, sem amigos ou alegria.
Como era um homem de pequena estatura,
o recurso foi subir numa árvore. Para sua
surpresa, Jesus o saudou, pedindo-lhe
que descesse depressa, pois que ele
pretendia pousar em sua casa.
As entradas de Jesus na vida de Zaqueu:
Entrou na cidade de Zaqueu
Entrou na rua de Zaqueu
Entrou na casa de Zaqueu
Entrou nos negócios de Zaqueu
Entrou na vida de Zaqueu
AS PARÁBOLAS NO EVANGELHO DE LUCAS
Trinta e duas parábolas de Jesus estão
mencionadas no Evangelho de Lucas.
Abordaremos apenas algumas:
Lucas 7.40-43 registra a parábola do
credor e dos devedores, ensinando que o
perdão do pecador tem origem no
imensurável amor de Deus.
Lucas 11.5-13 registra a parábola do
amigo importuno. Esta tem a ver com a
oração.
Ela nos ensina sobre a necessidade do
bom relacionamento entre o que pede e o
que dá. O pedido é oriundo de uma
circunstância imprevista, e além das
possibilidades do que pede. Quando não
pedimos é porque nos achamos auto-
suficientes. A parábola destaca também o
valor da persistência. Não que haja
necessidade de persistência de nossa
parte para que Deus nos ouça, entretanto,
enquanto a resposta não vem, devemos
permanecer pedindo. Isto valoriza o que
pedimos e dá maior substância à nossa fé
em Deus.
Em Lc 12.13-21 temos a parábola do
rico insensato, através da qual Jesus
mostra que não está tão preocupado com
os nossos interesses materiais. Estes são
inexpressivos diante da verdadeira
riqueza que temos junto a Deus. O valor de
uma vida consiste no que ela é, e não no
que ela tem ou não tem.
Os erros do rico insensato:
Não lembrou de agradecer a Deus.
Não lembrou dos pobres.
Achou que a sua vida consistia nos bens
que possuía.
Pensou que a alma satisfazia com coisas
materiais.
Em Lc 12.35-48 contém a parábola do
servo vigilante. É evidente aqui o assunto
da Segunda Vinda e o relacionamento dos
servos de Cristo.
A atitude do crente deve ser de
serviço, testemunho e vigilância. Para este
há uma especial bem-aventurança agora, e
um especial favor depois, os fiéis servos
de Deus serão servidos pelo seu Senhor.
Na parábola da figueira estéril, Lc 13,
temos uma figura de Israel, por três anos o
objeto da atenção do ministério de Cristo.
Aprendemos que Deus é paciente e cultiva
a esperança ainda que as perspectivas de
fruto sejam poucas.
No capítulo 14, a parábola dos
primeiros assentos ensina sobre a
humildade. O humilde é promovido de fato.
Já em Mateus 5.5 lemos que “os mansos
herdarão a terra”. É muito mais
significativo quando a humildade sincera
promove a exaltação, exaltação que
glorifica o nome de Deus. Toda e qualquer
virtude que possamos ter deve ser olhada
como um tesouro. Como Paulo, digamos,
com sinceridade e humildade:
“Temos, porém, este tesouro em vasos de 
barro, para que a excelência do poder seja 
de Deus e não de nós”, II Coríntios 4.7.
O versículo 14 fala aos hospedeiros. A
quem temos hospedado? Com que
intenção? É muito valiosa a hospedagem
que procuramos dar aos carentes de amor,
de ajuda, de simpatia, independente do
que possamos receber em troca. Abraão
hospedou anjos sem o saber.
A parábola da grande ceia, Lc 14.15-24,
representa Israel, convidado em primeiro
lugar, e depois os gentios. Esta parábola é
muito expressiva. O Senhor ensina que
grande é a sua capacidade de
hospitalidade. O convite é extensivo, Lc
14.17,21,23, que diz: “Para que a minha casa
se encha”. O propósito divino é imutável,
mas a oportunidade divina é limitada, Lc
14.24.
Os versículos 25-35 encerram a
parábola da previdência; pode também ser
chamada “as três semelhanças da vida
cristã”, semelhante à construção de uma
torre; semelhante a uma guerra;
semelhante ao sal. O cristão deve, pois, ser
uma testemunha, combater o mal; e
guardar-se da corrupção. A aplicação dos
versículos 33-35 determina que, em tudo,
Jesus Cristo seja o primeiro. Não se serve a
Cristo verdadeiramente enquanto não
Houver disposição e propósito para
renunciar a tudo o que for preciso, para
seguir a Cristo.
O capítulo 15 registra três parábolas
tratando de coisas perdidas: A ovelha, a
moeda e o filho. Fala também de três
regozijos: Do pastor, da mulher e do pai.
Estas três parábolas muito têm a ver com o
propósito do homem perfeito – vir a fim de
salvar o que se havia perdido. Na parábola
da ovelha perdida, aprendemos que todos
estamos perdidos; na da moeda, que por
natureza não temos vida espiritual em nós
mesmos; e na parábola do filho pródigo
aprendemos que podemos nos perder por
escolha própria. A primeira, diz-nos da
miséria do perdido; a segunda, da sua
insensibilidade; a terceira, do seu
remorso.
De todos os personagens das
parábolas, o mordomo infiel, do capítulo
16, tem sido o mais discutido.
Vejamos como podemos interpretá-la:
O mordomo infiel não foi louvado pelo
Senhor, mas pelo seu patrão, Lc 16.8. No
versículo 9 temos uma ironia de Jesus. Até
porque no versículo 11 e 12, interroga o
Senhor:
“Se nas riquezas injustas não fostes fiéis, 
quem vos confiará as verdadeiras?”
“E se no alheio não fostes fiéis, quem vos 
dará o que é vosso? 
Portanto, com essa parábola Jesus
estava descrevendo o tipo de sabedoria
que o povo deste mundo demonstra em
providências para seu futuro terreno.
Cabe-nos, pois, sermos dignos
despenseiros dos bens que temos
recebido, visando nosso futuro eterno.
O Rico e o Lázaro (Parábola ou história?)
O homem rico não foi condenado por ser
rico, e nem o pobre foi salvo por ser pobre
O capítulo 18.1-4 contém a parábola do
juiz iníquo. Semelhante à história do amigo
importuno, esta ensina que devemos ser
persistente na oração. Não que seja difícil
a Deus atender a oração, mas,
provavelmente, porque nem sempre
podemos receber a resposta no momento
desejado. Estamos nós dispostos a sermos
persistentes em nossas petições, e
prontos a deixarmos que prevaleça a
vontade de Deus?
Na parábola do fariseu e do publicano,
vemos um pecador justificado, Lc 18.14.
além da justificação do pecador, notamos
a justificação pela graça, uma vez que o
homem não merecia a misericórdia
pedida, pois ele tinha consciência de que
era pecador, Lc 18.13.
Voltemos ao capítulo 10. 25-37, a
parábola do Bom Samaritano. O viajante
era judeu, bem como o sacerdote e o levita,
que deviam tê-lo socorrido.
Quem socorreu o homem ferido foi um
samaritano, um estrangeiro odiado pelos
judeus! A parábola ilustra a verdadeira
operação do amor. “Quem é o meu
próximo?”, perguntara o doutor da lei. E a
resposta não é senão que, todos os
homens são próximos, independente de
raça, religião ou caráter . Nada, pois,
justificava a indiferença do sacerdote, que
talvez estivesse se amparando nas
palavras de Números 19.11, pois se o
homem estivesse morto ficaria impedido,
por sete dias, de suas práticas
sacerdotais. O levita,talvez pensando
tratar-se de um bandido, usando suas
artimanhas para apanhá-lo, teria então
deixado de socorrer o moribundo. Contudo,
seu pensamento precipitado não o isenta
da culpa.
JESUS CHEGA A JERUSALÉM
“Prosseguia Jesus subindo para Jerusalém”, 
Lucas 19.28
Jesus já havia viajado muito! Naquela
esplêndida cidade estaria vivendo seus
últimos dias! Ainda que odiado por
muitos na cidade santa, assim mesmo
Cristo entrou como um Rei, sendo
louvado em alta voz. Os versículos 28-40
revelam a coragem e a determinação do
Senhor. Ele sabia que seria crucificado,
que a maioria
dos israelitas o havia rejeitado como Filho
de Deus, como o Messias. Mas aquele
acontecimento daria ao povo mais uma
oportunidade. E eles proclamaram-no Rei,
no entanto, continuaram a rejeitá-lo, como
o Ungido do Senhor.
O contexto dá-nos lições
interessantes:
1) Jesus, em sua humildade, preferiu
montar num jumentinho ao invés de um
cavalo, animal de guerreiro.
2) Os discípulos ofertaram suas vestes
para forrar o lombo do animal.
3) Já não eram apenas doze discípulos,
mas uma multidão.
4) Como sempre, havia os que criticavam
tal manifestação
5) Jesus recusou-se a repreender o
regozijo dos discípulos.
A seguir Jesus chora sobre Jerusalém,
profetizando o que lhe aconteceria cerca
de 40 anos depois, leia Lc 19. 41-44.
Prosseguindo nos seus últimos dias
de ministério, diariamente ensinava no
templo. Enquanto o povo escutava
atenciosamente suas palavras, os
principais sacerdotes e os escribas
procuravam meios para matá-lo, mas
ainda não sabiam como fazer, pois, “todo o
povo, ao ouvi-lo, ficava dominado por ele”.
O vigésimo capítulo relata vários
incidentes motivados pelos anciãos,
saduceus, etc., pretendendo desmoralizar
e, conseqüentemente, derrubar a Jesus. Em
nenhum momento sequer seus inimigos
tiveram vitória. Sempre falharam. Os dois
últimos versículos registram a seguinte
recomendação de Jesus a seus discípulos,
leia Lc 20.46,47.
Judas, o traidor, Lc 22.1-6
Estejamos atentos, pois o diabo está
sempre a procura de outros “Judas”, que
também por trinta moedas de prata
entregam a Jesus, dia após dia.
Entregamos a Jesus quando
desobedecemos sua vontade e quando
nos negamos a realizar a sua obra, ou
quando esquecemos o seu grande amor
para conosco.
Após a última páscoa, Jesus dirigiu-se
ao Monte das Oliveiras. Lá sofreu grande
agonia. Sim, Cristo sofreu angústia ante a
perspectiva do fato da sua alma pura
entrar em contato com o pecado. É
inegável que Jesus lutou intensamente
contra a tentação de renunciar a cruz. As
forças malignas tentaram sobremaneira,
impedi-lo de submeter-se à vontade do Pai,
mas, estas foram derrotadas.
Pedro Usa a Espada, Jo 18.10.
Pedro Nega Jesus, Lc 22.31-38
CRUCIFICAÇÃO, MORTE E RESSURREIÇÃO DE 
CRISTO
Jesus foi conduzido ao Sinédrio, para
ser julgado pelos principais sacerdotes e
os escribas. Ali, perante homens cruéis e
zombadores, Jesus testificou claramente
ser Ele o Cristo, pelo que, os chefes
religiosos, revoltados, denunciaram-no
por blasfêmia. Herodes Antipas e Pilatos
eram inimigos entre si. Entretanto, se
reconciliaram, ambos concordaram em
menosprezar Jesus. Pilatos tinha
consciência de ter diante de si um
inocente: “Não vejo neste homem crime
algum”. Veja as falsas acusações lançadas
contra Jesus:
1) Pervertia o povo pelo seu ensino.
2) Proibia o povo de dar tributo a César.
3) Dizia-se Rei dos judeus. Apesar de ser
Rei espiritual.
4) Era malfeitor
5) Dizia-se Filho de Deus.
Na verdade nem Pilatos e nem
Herodes conseguiram culpar a Jesus, Lc
23.13-15. Por fim Pilatos entregou Jesus à
sanha daquela multidão obstinada.
A cruz pesava-lhe. Simão, o Cirineu,
que estava entre a multidão, foi forçado a
ajudar Jesus a carregar sua cruz. Marcos
fala que este Cirineu era pai de Alexandre
e Rufo. Na carta de Paulo aos Romanos,
também encontramos o nome Rufo, Rm
16.13.
Aspectos do Julgamento de Cristo
O julgamento de Cristo perante o
Sinédrio foi contraditório à lei em
vigência; isto é, um condenado não podia
ser executado no mesmo dia em que a
sentença era proferida. Uma noite devia
separar os dois atos. O Sinédrio tinha o
poder de julgar casos que não
envolvessem punição capital, At 4 e 5. Os
casos capitais necessitavam de
confirmação do procurador romano,
Jo 18.31, embora o julgamento do
procurador normalmente fosse conforme
as exigências do Sinédrio, que, segundo a
lei judaica, tinha o poder de vida e morte.
No caso de absolvição, esta poderia ser
declarada no mesmo dia do julgamento,
mas a declaração da condenação tinha de
ser adiada para o dia seguinte. A referida
pausa era considerada para efeito de
tempo para uma possível apelação, e
talvez a absolvição.
Mas podemos ver, nos relatos dos
Evangelhos, que o Sinédrio ignorou sua
própria lei; o que importava era matar
aquele homem que tanto o preocupava.
A própria natureza mostra sua revolta
contra aquele povo cruel! O sol escureceu.
O véu do templo rasgou-se de alto a baixo.
Cristo com grande brado, entrega seu
espírito a Deus. Encerra-se assim a
crueldade do Calvário. No mesmo instante
o centurião dá glória a Deus, dizendo:
“Verdadeiramente este homem era justo”, 
Lucas 23.47
O Sepultamento e Ressurreição de Cristo
Cabe a José, da cidade de Arimatéia,
membro do Sinédrio, “homem bom e justo”,
tomar carinhosamente o corpo do Senhor
e levá-lo à sepultura por ele preparada,
aberta em rocha. Todo o vazio que ficava
nos corações dos seguidores de Cristo,
seria preenchido ao terceiro dia, após sua
morte.
Muito gozo, grande alegria inundaria
os seus corações. As mulheres, prontas a
aromatizarem o corpo de Jesus,
descobriram o túmulo, Lc 23.55. E ao
levarem as especiarias para embalsamá-
lo, depararam com o túmulo vazio, e
lembraram de suas palavras, de que
haveria de ressuscitar, Lc 24.8 E correram
para anunciar aos apóstolos. Pedro correu
ao sepulcro, e de lá voltou maravilhado
com o que vira! Depois da ressurreição,
apareceu a várias pessoas. No término do
Evangelho de Lucas, vemo-lo conversando
com os onze, e levando-os até Betânia. Ali
os abençoa e, por fim, sobe para o céu,
para ficar à direita do Pai. Os apóstolos
voltam então a Jerusalém, em meio a
grande júbilo, e continuam no templo,
adorando a Deus. Com a ascensão de Jesus
ao céu, terminava uma etapa dentro do
pleno de Deus, para ter início a outra
etapa:
“Eis que envio sobre vós a 
promessa de meu Pai; permanecei, 
pois, na cidade, até que do alto 
sejais revestidos de poder”, Lucas 
24.49
LIÇÃO 4
O EVANGELHO 
DE JOÃO
Introdução
A ênfase especial de João é sobre a
divindade de Cristo. Consiste
principalmente em discursos e conversas
de Jesus. Apresenta o que Ele disse, de
preferência ao que fez. Schaff chama este
Evangelho “a mais importante composição
literária já produzida”. Consta que os
presbíteros da Igreja da Ásia Menor
pediram ao venerável ancião e apóstolo
João, residente em Éfeso, que escrevesse
este “Evangelho espiritual” para contestar
uma perigosa heresia concernente à
natureza, pessoa e deidade de Jesus,
propagada por um certo judeu chamado
Cerinto.
Autor
João, “o discípulo a quem Jesus
amava”, Jo 13.23; 20.2. Filho de Zebedeu e
irmão de Tiago, Lc 1.19. Sua mãe era
Salomé, e comparando Mt 27.56; Mc 15.40
com Jo 19.25, tudo deixa crer que era primo
em primeiro grau de Jesus. Era pescador;
ele e o seu irmão Tiago receberam o nome
de Boanerges, que quer dizer “filhos do
trovão”, devido ao temperamento
impulsivo, Lc 9.54. Consta que João
assumiu o bispado das Igrejas da Ásia
Menor por cerca de 25 anos, escreveu
cinco livros do Novo Testamento. Antes de
ser discípulo de Jesus, fora discípulo de
João Batista, Jo 1.35,40, de quem também
era primo, leia Lc 1.36.
Tema e Propósito
O tema é: Jesus é o Filho de Deus. O
propósito era consolidar os fundamentos
da fé. Está revelado em Jo 20.31.
Para que creiais CONVICÇÃO INTELECTUAL
Ecrendo, tenhais vida REGENERAÇÃO
Data
A época em que foi escrito é bem
posterior, em cerca de 80-95 d.C.. João, por
essa ocasião, também tinha cerca de 95
anos de idade.
VISÃO PANORÃMICA
João apresenta evidências
cuidadosamente selecionadas no sentido
de Jesus ser o Messias de Israel e o filho
encarnado de Deus.
1- Seleciona “sete sinais”, Jo 2.1-11; 4.46-54;
5.2-18; 6.1-15; 6.16-21; 9.1-41; 11.1-46, e
também sete sermões, Jo 3.1-21; 4.4-42;
5.19-47; 6.22-59; 7.37-44; 8.12-30; 10.1-21.
2- Há sete declarações “Eu sou”, Jo 6.35;
8.12; 10.7; 10.11; 11.25; 14.6; 15.1.
3- A ressurreição corpórea de Jesus, o
sinal supremo e a prova máxima de que Ele
é o “Cristo, o Filho de Deus”, Jo 20.31.
O Evangelho de João pode ser dividido
em duas partes principais:
1ª) Os doze primeiros capítulos que tratam
da encarnação e do ministério público de
Jesus.
2ª) Os nove últimos capítulos, nos quais
Jesus passa a considerar seus discípulos
como o núcleo do novo concerto.
Jo 1.29 - As primeiras coisas
encontradas – O altar e o
cordeiro
Jo 13 – Preparando os
discípulos para o serviço
sacerdotal
Jo 14-16 – Com eles no
Tabernáculo.
Jo 17 – O sumo sacerdote a 
sós no Santo dos Santos
ALTAR
LAVATÓRIO
ALTAR
LAVATÓRIO
Jesus é o caminho
Jesus é a verdade
Jesus é a vida
João 14.6
ALTAR
LAVATÓRIO
Luz natural
Luz do Castiçal
Luz da Glória
COMENTÁRIO
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com 
Deus, e o Verbo era Deus”, João 1.1
Esta sublime passagem faz-nos
lembrar as palavras iniciais de Gênesis.
Jesus é aí expressamente chamado
“Deus” e “Criador”. João declara muito
positivamente que Jesus era uma
pessoa existente desde a eternidade. O
próprio Jesus falou da glória que tivera
com o Pai “antes de existir o mundo, Jo
17.5.
Uma das coisas que implica o nome
Verbo dado a Jesus, é ser Ele a expressão
pessoal de Deus para a humanidade.
Jesus era Deus. Jesus era como Deus.
Jesus é a mensagem de Deus para a
humanidade.
Jesus é a Luz do mundo, Jo 1.4-13.
João ouviu Jesus dizer isto muitas
vezes, Jo 8.12; 9.5; 12.46. É um de seus
pensamentos predominantes acerca de
Jesus, I Jo 1.5-7. Uma das idéias da
palavra “Luz”, aplicada a Jesus, é ser Ele
aclara o sentido e o destino da
existência humana.
É importante salientar que no
versículo 11, não está escrito que Ele
veio para os Seus (judeus). Está escrito
que Ele veio para o que era seu; e o que é
dele? A terra e toda a sua plenitude, o
mundo e todos os que nele habitam, Sl
24.1.
A Encarnação, Jo 1.14-18
Deus se fez homem para ganhar para
si o homem. Deus podia ter feito o
com o instinto de lhe fazer a vontade;
todavia, escolheu antes de lhe dar o poder
de decidir por si qual a atitude a tomar
para com o seu Criador. A primeira lei da
existência é que a criatura ame o seu
Criador de todo o seu coração, alma, força
e entendimento. Deus, porém, é espírito, e
o homem está encerrado nas limitações
de um corpo material e tem concepção
acanhada do que seja um Espírito. Assim, o
Criador veio às suas criaturas na forma de
uma delas, para lhes dar idéia da espécie
de ser que Ele é.
ANALISANDO OS SETE SINAIS
Desde o princípio, o Evangelho de João
apresenta Jesus como aquele que revela a
si mesmo e a seu ofício messiânico. Foi em
Caná que ele deu início aos seus milagres.
A comparação entre os versículos quarto e
décimo primeiro nos mostra que esse
milagre teve o propósito específico de dar
início à manifestação da glória de Deus, e
que essa manifestação foi selecionada
para ser apresentada aos homens em um
momento particular, a saber, a hora certa,
naquele dia determinado; é evidente, pois,
que em Caná essa hora havia chegado. O
Evangelho de João, de maneira geral,
salienta mais o elemento miraculoso do
que o fazem os evangelhos sinóticos; o
quarto evangelho é o evangelho espiritual,
segundo Orígenes o chamou; por isso,
podemos esperar menos do lado
puramente humano de Jesus e mais do seu
lado divino. O autor deste evangelho,
desde o princípio, orientou o seu material
de modo a exibir o ofício messiânico de
Jesus. Por isso, os milagres no Evangelho
de João não devem ser encarados como
simplesmente milagres, e sim, como
sinais; significa dizer que eles traduzem
uma mensagem pertinente ao Messias.
Analisemos os sete sinais do Evangelho:
1º) Água transformada em vinho, Jo 2.1-11
A) Fala da necessária transformação na
vida daqueles que nele crê.
B) Este e os demais sinais eram uma
espécie de marcos-guias que
objetivavam conduzir os homens ao
Messias. Este milagre revelou a glória de
Deus e os seus discípulos creram nele.
Portanto, revela o poder e a graça de
quem o realizou, bem como de seu
caráter divino.
2º) A cura do filho de um oficial do rei, Jo 4.
46-54.
A) Entre o primeiro e o segundo sinal
mencionado por João, Jesus fez muitos
outros milagres, leia Jo 2.23. Porém, estes
configuram como sinais.
B) O primeiro levou os seus discípulos a
crerem nele, o segundo aumentou o
número de discípulos a crerem
C) Há quem pense que o oficial
mencionado por João era Cuza, se
realmente foi, não há dúvidas de que foi
nesta oportunidade que sua esposa Joana,
tornou-se discípula do Senhor, nomeada
entre outras mulheres, Lc 8.3
3º) A cura do paralítico de Betesda, Jo 5.2-
18.
A) Jesus revelou a sua glória, mostrando
que era superior ao sábado, e que tinha
poder de neutralizar a ação do pecado,
pois a cura se deu num sábado e a
paralisia era conseqüência do pecado,
leia Jo 5.14.
4º) A multiplicação dos pães, Jo 6.1-15.
A) Jesus revelou-se como o Criador e Deus
da Provisão.
B) Jesus revelou-se como o preservador da
vida.
5º) Jesus anda por sobre o mar, Jo 6.16-21
A) Jesus revelou-se como Senhor da
natureza.
6º) A cura de um cego de nascença, Jo 9.1-
41.
A) Este sinal causou uma grande
controvérsia entre os judeus.
B) Jesus não só criou os olhos para este
cego de nascença, mas revelou-se a ele,
como o Messias, leia Jo 9.35-38.
Por que o temor de ser expulso da
sinagoga?
Porque dentro da cultura judaica
desenvolveram-se três formas distintas de
exclusão, a saber:
1º) Aquela que era chamada pelo nome de
repreensão, e que durava de sete a trinta
dias, e que era a mesma exclusão
chamada “nidui” ou “shammatta”
2º) A segunda era chamada expulsão,
perdurava por trinta dias, a qual podia ser
acompanhada de uma “segunda
admoestação”, que durava por mais trinta
dias. Essa exclusão podia ser decretada
por um conselho de dez juízes, sendo
acompanhada por maldições. Algumas
vezes era publicamente anunciada pelo
toque de trombetas. O indivíduo assim
excluído era banido da adoração pública e
passava a ser evitado pelos outros, em
público, ao ponto de ninguém poder tocar
nele, comer com ele ou aproximar-se dele
mais de dois metros; e, se porventura
viesse a falecer durante seu período de
disciplina, seu caixão mortuário era
apedrejado como um desprezo, e qualquer
manifestação de lamento era proibida por
causa dele.
3º) A terceira forma ainda era mais severa,
incluindo as restrições do segundo tipo,
que acabamos de descrever, mas de
duração indefinida, que podia mesmo ser
permanente.
O indivíduo sujeito a essa exclusão
podia adquirir as necessidades da vida,
mas ficava privado de qualquer contato
social, para todos os efeitos práticos.
Essas formas mais severas de exclusão
parecem ter surgido bem mais tarde, mas
foram infligidas contra os primeiros
judeus cristãos, por se terem tornado
participantes do movimento cristão. A
exclusão das sinagogas não era somente
por motivos religiosos, mas também por
desonestidade nos negócios, por falta de
pagamentos das dívidas, ou por qualquer
outra coisa que tornasse a pessoa um
ofensor da sociedade.
As formas de exclusão que acabamos
de descrever eram verbais, mas também
havia a escrita, que tinha o seguinte teor:
1 – Separação da comunidade na terra,
bem como da comunidade celeste e a
maldição dos anjos e de Deus.
2 – A esperançade que a pessoa excluída
seria afligido por muitas enfermidades
asquerosas.
3 – Que seria atormentado pelos Dragões
em sua casa.
4 – Que os seus inimigos triunfassem
sobre ele e que se regozijassem sobre ele.
5 – Que os seus filhos sofressem abuso da
parte de seus adversários.
6 – Que toda a maldição celeste e infernal
lhe sobreviesse e que vivessem sempre a
tremer e a temer.
7 – Que tivesse uma morte miserável e que
seu cadáver servisse de comida para as
feras e para as serpentes. Essas maldições
correspondiam à terceira modalidade de
exclusão, a mais severa, chamada cherem
ou anátema.
Existe uma tradição talmúdica no
sentido de que Jesus de Nazaré foi
excluído com o toque de quatro trombetas.
7º) A ressurreição de Lázaro, Jo 11. 1-46.
A) Poder sobre a Morte
A prova da divindade de Cristo reside no
fato dele não somente perdoar pecados,
como neutralizar a ação e a
conseqüência do mesmo.
B) Muitos judeus creram que de fato, Jesus 
era o Messias, Jo 11.45
Nota: O impacto causado por este sinal foi
tão grande que provocou uma reunião do
Sinédrio, Jo 11.46,47
ANALISANDO OS SETE SERMÕES
1º) O Novo Nascimento, Jo 3. 1-21.
A) Poder de recriar.
B) Milagre necessário a todos os
aderentes do Reino do Messias.
2º) Jesus declara ser o Messias, Jo 4. 4-42.
A) Enquanto os judeus rejeitavam, os
samaritanos creram ser Ele o Messias
prometido.
3º) Jesus é a própria vida que vivifica, Jo 5.
19-47.
A) Assim como Deus é auto-existente,
concedeu a Jesus ter vida em si mesmo,
isto é, a ter uma vida que gera e sustenta
a si própria, (vida independente), Jo 5.26
4º) Jesus, o Pão da vida, Jo 6. 22-59.
A) Como o Pão da vida, ele é o sustentador
e preservador da vida. A vida não
somente emana dele, como também só é
possível por ele.
5º) Jesus, a Fonte da Água Viva, Jo 7. 37-44.
A) A abundância é sugerida pelo contraste
entre a pequena quantidade de água que
era derramada no templo, e as correntes
de água que fluíam da Rocha ferida no
deserto. O vaso que os sacerdotes traziam
continha apenas pouco mais de um litro de
água, apanhada no tanque de Siloé. Essa
água era derramada com uma taça de
prata. Porém, em conformidade com a
interpretação espiritual, anunciada pelo
Senhor Jesus, a água não será levada ao
templo, porque cada crente será um
templo do Espírito Santo e uma fonte de
vida; por semelhante modo, a água não
fluiria em quantidades limitadas, em vasos
de ouro ou de prata, mas serão como rios
em catadupas, fluindo com poder e
plenitude.
6º) Jesus, a Luz do Mundo, Jo 8. 12-30.
A) Nas festas, os judeus iluminavam as
noites com o castiçal de ouro, como um
memorial da coluna de fogo , que guiava o
povo de Israel à noite, quando habitavam
em tendas no deserto, Jesus, pois, é a
nova coluna de fogo, que veio iluminar os
homens de todo o mundo, Jo 8.12.
7º) Jesus o Bom Pastor, Jo 10. 1-21.
Alimenta
Cuida
Guia
Protege
Defende
MINISTÉRIO PARTICULAR
João 13-17
Jesus lava-lhes os pés, Jo 13.1-20 – Deu
ocasião a isso a contenda que tiveram
sobre quais deles exerceria as principais
funções no reino. Era esse um dos
problemas permanente deles, leia Lc 9.46-
48. A despeito das declarações reiteradas
de Jesus, de que ia ser crucificado, Mc
9.30-32, o que eles de algum modo, até ao
fim, tomaram como parábola, pareciam
pensar que a entrada triunfal, cinco dias
antes, pressagiava que chegara o tempo
de Jesus desfechar um golpe e, por seu
miraculoso poder, erigir em Jerusalém o
trono de um império mundial. A
preocupação deles era: Quem vai ser o
que? Primeiro ministro, secretário de
Estado, etc. Jesus teve por fim de se por
sobre as mãos e os joelhos e lavar-lhes os
pés, serviço de escravo, para gravar no
espírito deles que os chamara para servir
e não para dominar. Oh! Quanto a Igreja
tem sofrido, através dos séculos, por
causa de tantos dos seus dirigentes se
terem consumidos pela paixão de
grandeza! Organizações poderosas e
elevadas funções têm sido criadas para
satisfazer as ambições mundanas e
egoísticas dos eclesiásticos. Grandes
homens da Igreja, ao invés de
humildemente servirem a Cristo, têm
usado o nome de Cristo para servirem a si
próprios, e infelizmente, não são poucos os
que continuam fazendo assim.
“O ato de lavar os pés dos discípulos, tinha 
como objetivo remover a poeira 
incrustada devido a longa viagem a pé; 
mas a lição espiritual que extraímos desse 
ato, é que os discípulos de Cristo 
necessitam remover a poeira da altivez 
espiritual, pois sem a verdadeira 
humildade, não há como desfrutar das 
revelações no lugar santo”.
Jesus indica o traidor, Jo 13.21-30 – Tão
astutamente Judas guardava seu segredo
que nenhum dos discípulos suspeitava
dele, Jo 13.22. Mesmo sabendo que Jesus
sabia do seu intento, com um coração de
aço prosseguiu no seu crime covarde.
Jesus despede-se dos doze, Jo 13.31 a 17.26.
Estes quatro capítulos contem as palavras
mais afetuosas da Bíblia. As do capítulo 14
foram proferidas quando Jesus ainda
estava no Cenáculo. As do capítulo 15, 16 e
17, a caminho do Cenáculo para o
Getsêmane. Sabia que o fim chegara,
afinal. Estava preparado para ele. Em vez de
dizer “crucificação”, disse “glorificação”,
Jo 13.31. Temia o sofrimento mas
conservava o olhar no gozo depois do
padecimento. Ficaram confusos ao
declarar Jesus que ia deixá-los. Que queria
dizer com isso? Já não lhes havia falado
tantas vezes? Pensamos que o seu
coração doía mais por eles do que em
pensar no seu sofrimento. Pedro
suspeitando que Jesus iria a uma
arriscada missão, ofereceu-se para
acompanhá-lo ao custo até da própria vida.
Jesus lembrou a Pedro que este não sabia
o que estava dizendo.
CAPÍTULO 14 – A CASA DE MUITAS MORADAS
O capítulo mais querido da Bíblia, que
nos acompanha à medida que
aproximamos do vale sombrio. As moradas
estão preparadas, cabe à noiva
aprontar-se; porquanto, a igreja precisa
ser reunida, alimentada e aperfeiçoada
para se adaptar às moradas de Deus. Ao
partir prometeu enviar o Espírito Santo
para adestrar, consolar e guiar os santos.
1 – O Cenáculo é o nome do lugar
tradicional da última ceia, que se julga,
fosse a casa de Maria, mãe de Marcos. Daí,
lá pelas 8 ou 9 da noite, saiu Jesus para o
Getsêmane, cerca de 1.600 metros
distante.
2 – Getsêmane. Aí esteve em agonia
durante de 2 a 4 horas. Depois, foi preso e
levado à casa do sumo sacerdote que
ficava para trás, nas vizinhanças do lugar
onde comeu a última ceia.
3 – A casa do sumo sacerdote. Aí
permaneceu Jesus da meia noite ao
romper do dia. Foi, aí, condenado,
escarnecido, cuspido, negado por Pedro e,
já clareando o dia, sentenciado,
oficialmente, e enviado a Pilatos.
4 – A sala de julgamento, de Pilatos, na
Torre Antônia. Pilatos procurou evadir-se
da responsabilidade e enviou Jesus a
Herodes.
5 – O Palácio de Herodes. Aí foi
escarnecido e devolvido a Pilatos.
6 – Outra vez, com Pilatos. Foi açoitado e
sentenciado à crucifixão.
CAPÍTULO 15,16,17 – A CAMINHO DO 
GETSÊMANE
As idéias que aparecem
repetidamente nestes preciosos capítulos
são a respeito do amor recíproco dos
discípulos, da guarda dos mandamentos
de Cristo e da permanência dos discípulos
em Cristo. Os discípulos devem esperar a
vara de podar e perseguições. É
necessário que Ele vá e o Espírito Santo
tome seu lugar.
A tristeza deles se mudará em gozo, e, na
ausência de Cristo, maravilhosas
respostas serão concedidas às orações
deles. O bendito Mestre, descendo às
profundezas de sua tristeza e dor, fazia o
melhor que podia para confortar seus
discípulos perplexos.
LIÇÕES DA METÁFORA DA ÁRVORE
Intimidade e disciplina, Jo 15.2-4
Dependência, Jo 15.5
Responsabilidade, Jo 15.8
Amizade condicional, Jo 15.14
Escolhidos para dar fruto permanente, Jo
15.16
FRUTO QUE FAZ A DIFERENÇA
1. Aparência é necessária, porém não é
suficiente.
a) Atraente
b) Só aparência = Formalidade religiosa
c) Qualidade
d) Sabor agradável
2. O fruto precisaser nutritivo.
3. O fruto precisa ser reprodutivo.
4. O fruto precisa despertar desejo. 
O seu modo de viver 
tem despertado desejo 
nas pessoas que estão 
ao seu redor?
CAPÍTULO 17 – A ORAÇÃO INTERCESSÓRIA
Termina sua afetuosa despedida
encomendando-os a Deus, orando por Si e
por eles, quando então se afasta para
sozinho, pisar o lagar. A lembrança de sua
existência pré-humana e de sua glória, Jo
17.5, encorajou-o. Orou pelos seus, Jo 17.9,
não pelo mundo. Viera salvar o mundo, mas
seu interesse especial era por aqueles
que criam nele. Traçou uma linha definida
entre os que eram seus e os que não eram.
Esta idéia percorre todos os escritos de
João.
CAPÍTULO 18.1-12 – JESUS É PRESO
Era cerca de meia-noite. Soldados da
guarnição romana, constituída de uma
corte de soldados, uns 500 ou 600,
comandados por um capitão, com
emissários do sumo sacerdote,
evidentemente pensando que iam a uma
missão perigosa, foram guiados por Judas,
Mc 14.10,11, ao lugar do retiro de Jesus.
Quando irromperam da Porta Oriental e
desciam pelo caminho de Cedrom,
conduzindo lanternas, archotes e armas,
eram visíveis desde o jardim onde Jesus
estava. Ao se aproximarem, Jesus, por sua
força invisível, fê-los cair ao solo, para que
soubessem que não podiam prendê-lo
contra a sua vontade. Para que não se
enganassem na identificação de Jesus,
Judas o indicou, beijando-o.
LIÇÃO 5
O LIVRO DE ATOS 
DOS APÓSTOLOS
Introdução
Este é o livro da formação e a
propagação da Igreja, pois narra a
propagação da igreja desde Jerusalém até
Roma. Dentro da geração dos apóstolos o
Evangelho expandiu-se em todas as
direções até alcançar cada nação do
mundo então conhecido, Cl 1.23. O Novo
Testamento, entretanto, limita-se à
história dessa expansão na Palestina, na
direção norte até Antioquia, e daí para o
oeste, através da Ásia Menor e Grécia, até
Roma, abrangendo a região que constituía
a espinha dorsal do Império Romano. O
livro é chamado Atos dos apóstolos, e
poderia ser chamado de Atos do Espírito
Santo. Trata principalmente dos atos de
Pedro e de Paulo, mais deste último. Paulo
foi o apóstolo dos gentios, isto é, das
nações não judaicas. Um dos assuntos
principais do livro, se não mesmo o
principal, em sua relação com o esquema
geral dos livros da Bíblia, é a extensão do
Evangelho aos gentios. O Antigo
Testamento é a história das relações de
Deus, desde os tempos antigos, com a
nação judaica, as quais tiveram o
propósito de, por meio desta nação,
abençoar todas as outras.
Neste livro de Atos começa, afinal,
entre as nações essa grande e
maravilhosa obra. É aqui que a família de
Deus deixa de ser uma questão de
interesse nacional para ser de interesse
internacional, e torna-se uma instituição
mundial.
AUTORIA DE ATOS
Diferentemente das Epístolas de
Paulo, o livro de Atos dos Apóstolos não
menciona seu autor. O emprego do
pronome pessoal “Eu”, na frase inicial, é
evidência de que os seus primeiros
destinatários sabiam de quem partia o
livro.
Desde o princípio este livro, bem como o
terceiro Evangelho, têm sido
reconhecidos, sem questão, como sendo
da autoria de Lucas. Sobre o autor pouco
se sabe. O seu nome é mencionado
somente três vezes no Novo Testamento.
Em Cl 4.14 Paulo o chama de “médico
amado”, e é classificado entre os gentios,
Cl 4.11. Os outros dois lugares são Fm 24 e II
Tm 4.11. É o único escritor da Bíblia que foi
gentio.
Eusébio diz que ele era natural de
Antioquia, contudo Ramsey, um dos
maiores eruditos paulinos modernos,
pensa que era de Filipos. Homem de
cultura e erudição científica, versado nos
clássicos hebraicos e gregos. É posível
que tivesse estudado na Universidade de
Atenas. Juntou-se a Paulo em Trôade, At
16.10, onde emprega o pronome “nós”.
Ficou em Filipos até à volta deste apóstolo,
seis ou sete anos depois, At 16.40
(“dirigiram-se”), quando tornou a se juntar
a ele, At 20.6 (“navegamos”) e com ele
ficou até o fim. Sendo médico, foi útil a
Paulo de um modo especial.
DATA DO LIVRO
Cerca de 63 d.C., ao fim de dois anos
da prisão de Paulo em Roma, At 28.30.
Parece incrível que o autor deixasse de
mencionar o resultado do julgamento de
Paulo, se é que se realizou.
Alguns pensam que possivelmente
uma das finalidades imediatas que Lucas
desejava para o livro era a de ser lido
como sumário de argumento no
julgamento do Apóstolo. Alguns críticos
modernos atribuem uma data superior à
redação dos Atos, mormente sobre o
fundamento de que foi escrito depois do
Evangelho de Lucas, e este Evangelho,
dizem eles, deve ter sido escrito depois da
queda de Jerusalém, 70 d.C., porque as
palavras de Lc 21.20-24 não poderiam ter
sido escritas antes dessa queda. Esse
raciocínio não tem valor para os crentes
por duas razões: Primeiro, não nos
dispomos a crer que Lucas, quarenta anos
depois da morte de Jesus, atribuísse a este
palavras que ele não proferiu; e segundo,
não temos a menor dificuldade em crer
que Jesus pudesse predizer o futuro.
TEMA 
O Evangelho, Lucas fala do que Jesus
começou a fazer, o de Atos, fala do que
Jesus continua a fazer mediante a
operação e direção do Espírito Santo,
através de homens e mulheres
consagrados. O tema central de Atos é
Cristo, e este ressuscitado, o qual assiste
aos seus seguidores para que cumpram a
missão de levarem a todo o mundo, a
mensagem da cruz e do túmulo vazio.
RESUMO TEOLÓGICO E GEOGRÁFICO DO LIVRO
“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós 
o Espírito Santo, e sereis minhas 
testemunhas ... Atos 1.8a”
Não temos dúvida de que Igreja
apostólica entendeu o que significa
receber poder. Mas, e a igreja hodierna?
Será que tem entendido? Será que todos
sobre os quais o Espírito Santo desceu,
têm atuado com este poder? Analisemos.
Bênçãos Bênçãos
Línguas
O termômetro espiritual 
mostra que não são poucos os 
que não ultrapassaram das 
bênçãos.
Outros se satisfizeram com 
as evidências do batismo 
com o Espírito Santo.
Bênçãos
Línguas
Profecias
PODER ?
Há os que receberam os dons do 
Espírito, contudo, na maioria das 
vezes, não experimentaram os dons 
de poder.
Somente 
tomando posse do 
poder prometido, a 
igreja será capaz de 
ser testemunha eficaz 
do Senhor
Bênçãos
Línguas
Profecias
1- Poder do Espírito
2 – Procuração
3 – Bomba Atômica
Espiritual
JERUSALÉM
PROPÓSITO
1º) Revelar o avanço do Evangelho além
das fronteiras do judaísmo para o mundo
gentílico.
2º) Revelar a missão do Espírito Santo na
vida e no papel da Igreja. A provisão divina
para a proclamação do Evangelho.
VISÃO PANORÂMICA
JERUSALÉM
ANTIOQUIA
MUNDO GENTIO
Pedro
Paulo
Pentecostes
O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO
No dia de Pentecostes ocorreu um dos
maiores eventos da Igreja Cristã. Aos
cento e vinte, homens e mulheres, que
estavam no Cenáculo, veio uma
experiência que resultou em completa
mudança de suas vidas. Não eram mais
aqueles de outrora. Aquele João que
desejava um lugar ao lado do trono de
Cristo, aquele Pedro que o negara perante
uma serva do sumo sacerdote, agora
estavam dominados pelos melhores
sentimentos de altruísmo e abnegação. O
Espírito Santo é que transformou
radicalmente a vida daqueles crentes. A
esta experiência que tem sido vivida por
milhões de servos de Deus durante os
séculos do cristianismo, chamamos de
batismo com Espírito Santo. O evento do
batismo com o Espírito Santo não
surpreendeu, nem trouxe confusão aos
estudantes das Escrituras do Antigo
Testamento, pois o batismo com o Espírito
Santo era uma bênção já prometida,
relacionada com o plano divino da
salvação em Cristo, e foi predita conforme
as afirmativas bíblicas, a seguir:
Através do rei Salomão, no ano 1000 a.C.,
Pv 1.23.
Através do profeta Joel, no ano 800 a.C.,
Jl 2.28-32.
Através do profeta Isaías, no ano 700 a.C.,
Is 44.3.
Através do profeta Zacarias, no ano 487
a.C., Zc 12.10.
Através do profeta João Batista, no ano 27
a.D., Mt 3.11.
Através do

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