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OS EVANGELHOS E ATOS LIÇÃO 1 O EVANGELHO DE MATEUS QUATRO PÚBLICOS E QUATRO PERSPECTIVAS OS QUATRO LIVROS DO EVANGELHO QUATRO COLUNAS EX 27.16 QUATRO CORES EX 27.16 QUATRO FACE DE QUERUBINS EX 26.1;EZ 10.20 GENEALOGIA DESTINO COMO JESUS É APRESENTADO NOS EVANGELHOS MATEUS PRIMEIRA PÚRPURA LEÃO REI DAVI ABRAÃO JUDEUS REI DOS JUDEUS MARCOS SEGUNDA CARMESIM BOI NÃO TEM ROMANOS SERVO SOFREDOR LUCAS TERCEIRA BRANCO HOMEM ADÃO GREGOS FILHO DO HOMEM JOÃO QUARTA AZUL ÁGUIA NÃO TEM IGREJA FILHO DE DEUS CARACTERÍSTICAS PREDOMINANTES DE CRISTO SEGUNDO CADA ESCRITOR Mateus – PROFÉTICO Mateus é o livro da “geração de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão”. Esta declaração liga-o a duas das mais importantes alianças do Antigo Testamento: a aliança davídica da soberania e a aliança abraâmica da Promessa, leia II Sm 7.8-16; Hb 11.17-19. Marcos – PRÁTICO No Evangelho de Marcos, Jesus é visto como o poderoso obreiro, mais do que como mestre; mais atos do que palavras. O Servo do Senhor “o meu Servo, o Renovo”, Zc 3.8. O versículo chave está em Mc 10.45 Lucas – HISTÓRICO A vida de Jesus Cristo é narrada com grande beleza e perfeição. Visando os gregos, Lucas considerou o que eles representavam: A cultura, a filosofia, a sabedoria, a razão, a beleza e a educação. Homem perfeito – Embora o Evangelho em apreço fale da divindade de Cristo, a ênfase está na perfeição da sua humanidade. João – ESPIRITUAL Somente João narra o primeiro ano do ministério de Jesus nos capítulos 2-4; somente ele relata os grandes ensinos de Jesus sobre o novo nascimento, a água viva, o pão da vida, o bom pastor, a luz do mundo. Somente ele narra os propósitos de Cristo na última ceia, Jo 13-16. O divino Filho de Deus, leia Jo 20.31 Introdução A ênfase especial de Mateus é sobre o fato de ser Jesus o Messias vaticinado pelos profetas do Velho Testamento, por ele citado repetidamente. Visou de modo particular, leitores judeus. Tão freqüente ocorre a expressão “reino dos céus”, em razão da preocupação dos judeus em pecar citando o nome de Deus em vão. Por isso o Evangelho de Mateus é comumente chamado “Evangelho do Reino”. O Evangelho não apresenta o seu autor. Todavia, desde os primitivos pais da Igreja, a começar de Papias (discípulo do Apóstolo João), admitiu-se que esse autor foi o Apóstolo Mateus. Quase nada sabemos de Mateus, que também foi chamado Levi. É mencionado nas quatro listas dos Doze, Mt 10.3; Mc 3.18; Lc 6.15; At 1.13. a única outra menção vem quando é chamado para seguir a Jesus, Mt 9.9-13; Mc 2.14-17; Lc 5.27-32. A única informação que Mateus dá de si é a de ter sido “publicano”. Os publicanos eram cobradores dos impostos de Roma, eram extorquidores e geralmente desprezados pela sociedade judaica. Lucas informa que Mateus deu grande banquete a Jesus, e que “deixou tudo” para segui-lo. Ele, porém, nem sequer assume as honras desse feito. Perde de vista a sua própria pessoa em total adoração ao seu Herói. Maravilhamo-nos diante da graça de Deus que escolheu um homem assim para ser o autor do livro que dizem ser o mais lido do mundo. Diz uma tradição que Mateus pregou na Palestina por alguns anos e depois viajou para outros países; que escreveu seu Evangelho originalmente em hebraico, e anos mais tarde, talvez lá pelo ano 60 d.C., apresentou dele uma edição mais completa em grego. Não há registro de suas pregações. Todavia, quanto serviço prestou à humanidade com a produção deste livro! A profissão de coletor de impostos fê- lo acostumar-se a tomar notas. Foi companheiro pessoal de Jesus no decurso de todo o seu ministério público. A hipótese muito disseminada hoje, contudo sem base, de que ele copiou seu Evangelho do de Marcos, é patentemente absurda. Não se tem absoluta certeza de Marcos haver sequer conhecido Jesus, Mc 1.1. Por que haveria Mateus de copiar, de um que não fora testemunha ocular, narrativas de fatos que ele mesmo vira com seus próprios olhos e ouvira muitas e muitas vezes com os seus próprios ouvidos? A IMPORTÂNCIA DOS QUATRO EVANGELHOS Os quatro Evangelhos, decididamente, são a parte mais importante da Bíblia; mais importante que todo o resto da Bíblia reunido; mais importante que todos os livros juntos do mundo, visto que podíamos arriscar passar sem o conhecimento de tudo no universo, menos do conhecimento de Cristo. Os livros da Bíblia que os precedem são preparatórios, os que os seguem são explicativos, do Herói dos quatro Evangelhos. Autor Mateus que também se chama Levi, cobrador de impostos, possivelmente, um mebro do partido dos herodianos Data Embora seja incerta, de uma coisa sabemos, foi antes da queda de Jerusalém, no ano 70 d.C., possivelmente entre 45 e 50 d.C., já que a tradição reza que depois de quinze anos de ministério em Jerusalém, saiu dali para pregar nas nações estrangeiras, deixando o Evangelho em hebraico, como compensação de sua ausência. TEMA O tema do primeiro Evangelho se encontra em Mt 27.37 “Este é Jesus, o Rei dos judeus”. Trata-se pois de um judeu escrevendo para judeus, com a finalidade de convencê-los de que as profecias antigas tinham se cumprido em Jesus Cristo, o Messias. Esta declaração ocorre pelo menos 16 vezes. “Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor, pelo profeta”, Mt 1.22; 2.15,17, etc. Este era o propósito mais importante de Mateus: Mostrar como as profecias do Antigo Testamento cumpriram-se em Jesus; como cada detalhe da vida de Jesus fora previsto nas profecias, e assim convencer os judeus de que Jesus era o Messias prometido; o Salvador do mundo. A seguir abordaremos sobre a genealogia. Para os judeus, a árvore genealógica era algo sumamente importante! A Genealogia É dada também em Lc 3.23-38. A genealogia como está em Mateus, é abreviada. Omitem-se alguns nomes. 42 gerações cobrem 2.000 anos. Dividem-se em três partes, de 14 gerações cada, talvez para ajudar a memória: a primeira cobrindo 1.000 anos; a segunda, 400 anos; a terceira, 600 anos. Três grupos de 14 gerações. No terceiro grupo, entretanto, nomeiam-se só 13 gerações, dando-se a entender evidentemente que Maria seria a 14ª. A genealogia em Lucas é algo diferente. Mateus começa com Abraão; Lucas vai até Adão. Uma é descendente, “gerou”; a outra é ascendente, “filho de” O que temos é que Mateus dá a linhagem de José, mostrando que Jesus é o herdeiro legal das promessas feitas a Abraão e a Davi; e Lucas dá a linhagem de Maria, mostrando a descendência física de Jesus, “Filho de Davi segundo a carne”, Rm 1.3. A genealogia de Maria, de acordo com a praxe judaica, dependia do esposo. José era “filho de Heli”, Lc 3.23, isto é, “genro dele”. Heli foi o pai de Maria. Jacó foi o pai de José. PROPÓSITO Mostrar aos judeus, que Jesus é tanto o seu rei, como também o Messias vaticinado no Antigo Testamento. Mateus mostra também a rejeição por parte dos judeus, e conseqüentemente, como a primazia é transferida dos judeus para a comunidade cristã, leia Mt 21.43. VISÃO PANORÂMICA Mateus procura mostrar aos judeus, o cumprimento das profecias na pessoa de Cristo: O seu nascimento, Mt 1.22,23 O lugar do seu nascimento, Mt 2.5,6 O seu regresso do Egito, Mt 2.15 A residência em Nazaré, Mt 2.23 O seu precursor, Mt 3.1-3 O território do seu ministério, Mt 4.14-16 O seu ministério de cura, Mt 8.17 A missão como servo de Deus, Mt 12.17-21 O ensino por parábolas, Mt 13.34,35 A entrada triunfal em Jerusalém, Mt 21.4,5 Sua prisão, Mt 26.50,56 Os cinco principais sermões são: 1. O Sermão da Montanha, Mt 5-7. 2. Instruções para os proclamadores itinerantes do reino de Deus, Mt 10. 3. As parábolas a respeito do reino, Mt 13. 4. O caráter dos verdadeiros discípulos do Senhor, Mt 18. 5. O Sermão do Monte das Oliveiras, a respeito do fim dos tempos, Mt 24-25. As cinco principais narrativas:1. Execução de obras poderosas em testemunho da realidade do seu reino, Mt 8,9. 2. Jesus demonstra mais profundamente a presença do reino, Mt 11,12. 3. A proclamação do reino provoca oposição, Mt 14-17. 4. Sua viagem a Jerusalém e a sua última semana ali, Mt 21.1-26, 46. 5. A prisão, crucificação e ressurreição de Jesus dentre os mortos, e a grande comissão a seus discípulos, Mt 26.47 – 28.20. AS CARACTERÍSITCAS DO LIVRO Mateus se refere ao Antigo Testamento cerca de 75 vezes. É chamado “Filho de Davi”, cerca de 9 vezes. O reino é mencionado 37 vezes. O termo “então” ocorre cerca de 90 vezes. Embora seja o Evangelho destinado aos judeus, é o único em que se encontra a palavra igreja por três vezes. Este Evangelho é o primeiro por ser ele o elo de ligação entre o Velho e o Novo Testamento. Peculiaridades do Evangelho de Mateus: Há dez parábolas e três milagres que não se encontram nos demais evangelhos. Somente Mateus narra o seguinte: A visão de José, Mt 1.20-24 A visita dos magos, Mt 2.12-15 A fuga para o Egito, Mt 2.12-15 A matança dos inocentes, Mt 2.16 Detalhes da confissão de Pedro, Mt 15.13-20 O arrependimento de Judas, Mt 27.5-10 O sonho da mulher de Pilatos, Mt 27.19 A expressão “Caia o seu sangue sobre nós e sobre os nossos filhos, , Mt 27.25. A ressurreição de alguns santos, Mt 27.52. O selo no túmulo e o suborno da guarda, Mt 27.62-66; 28.11-15. A grande comissão de fazer discípulos e ensinar, Mt 28.18-20. CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS 1. É ó mais judaico dos quatro Evangelhos. 2.Contém a exposição mais sistemática dos ensinos de Jesus e do seu ministério de cura e libertação. Isto levou a Igreja, no século II, a usá-lo intensamente na instrução dos novos convertidos. 3.Os cinco sermões principais já mencionados contém os textos mais extensos dos Evangelhos sobre o ensino de Jesus: a) Durante o seu ministério na Galiléia b) Quanto à escatologia (as últimas coisas a acontecer) 4. Este Evangelho, de modo específico, identifica eventos da vida de Jesus como sendo cumprimento do Antigo Testamento, com mais freqüência do que qualquer outro livro do Novo Testamento. 5. Menciona o Reino dos Céus (Reino de Deus) duas vezes mais do que qualquer outro Evangelho. 6. Mateus destaca: a) Os padrões de retidão do reino de Deus, Mt 5-7. b) O poder divino ora em operação no reino, sobre o pecado, a doença, os demônios e a morte. c) O triunfo futuro do reino, na vitória final de Cristo, nos fins dos tempos. 7.Mateus é o único Evangelho que menciona a igreja como entidade futura pertencente a Jesus, mt 16.18; 18.17 8. Ateus é a “porta de vai e vem” ou livro de transição entre o Velho e o Novo Testamento 9. Há mais de 60 referências ao Velho Testamento, e cerca de 40 citações literárias do Velho Testamento em Mateus 10. Uma frase característica é “para que se cumprisse”. 11. Mateus apresenta uma árvore genealógica que traça a linhagem messiânica até o Rei Davi. 12. Dois dos mais importantes discursos de Jesus são encontrados aqui: O Sermão da Montanha, Mt 5,6,7; e o discurso no Monte das Oliveiras, Mt 24,25. 13. Um quadro incomum dos acontecimentos da era presente é visto profeticamente no capítulo 13, onde sete parábolas formam um quadro. CRISTO REVELADO Mateus apresenta Jesus, como Messias, no qual se cumpriu todas as profecias messiânicas. Apresenta-o como Filho de Deus, portanto, divino. E também como Senhor e Mestre da Igreja, Mt 16.18; 18.15-20. ADVENTO E MANIFESTAÇÃO DO REI No primeiro capítulo de Mateus, três nomes distinguem o filho de Deus: a) Cristo, Mt 1.17 b) Jesus, Mt 1.21 c) Emanuel, Mt 1.23. Sob estes nomes, Mateus anuncia a chegada de Deus em forma humana. Ainda que o nome de Jesus Cristo apareça no primeiro versículo, é só no décimo sétimo que Mateus usa o nome de Cristo significando Messias ou Ungido. É esta a primeira vez que o nome de Cristo é registrado assim. De acordo com Mt 1.21, o nome “Jesus” significa Salvador: “Ele salvará o seu povo dos seus pecados”. O terceiro nome “Emanuel” é traduzido “Deus conosco”. Mateus apresenta, pois, o Filho de Deus, sob os seguintes nomes: Messias, Ungido, Salvador e Deus conosco. Tudo está pronto para a chegada do Rei dos reis. O último versículo do capítulo 1 e o primeiro do capítulo 2, narra o nascimento de Jesus. Em Mateus 2.2 diz que Ele é o rei dos judeus: “Onde está aquele que é nascido rei dos judeus?” Entretanto, poucos o aceitaram como o Messias, o esperado, o ungido rei, apesar da genealogia de Cristo mostrar que Ele era o herdeiro legítimo do trono de Israel. A PROCLAMAÇÃO DO REINO Mateus,como os outros Evangelhos, pouco fala dos primeiros 30 anos de Jesus. No terceiro capítulo, surge João Batista, o precursor de Cristo, anunciando e preoparando o caminho do Filho de Deus. A ele coube o privilégio de batizar Jesus. Fato importantíssimo narra o capítulo 1.18-25! O nascimento virginal de Jesus. A semente que estava no ventre de Maria fora gerada pelo Espírito Santo de Deus. Maria não foi “conhecida” por José, até o nascimento de Jesus. Jesus foi o homem- Deus. Como homem Ele podia simpatizar com os problemas, dificuldades e tentações humanas. Como Deus Ele podia libertar o homem e salvá-lo dos seus pecados. O aparecimento de João Batista deu-se como um repentino som da voz de Deus! Há muitos séculos não surgia um profeta! Surge agora João, cheio de poder, mas com muita simplicidade, comendo gafanhotos e mel silvestre, vestido de pelos de camelo, e proclamando ao povo: “Preparai o caminho do Senhor” O Rei estava chegando! O quarto capítulo, nos versículos de 1-11, registra o primeiro acontecimento na vida de Jesus, depois do batismo. Ele é tentado no deserto. Cristo está sendo testado, submetido á prova. No primeiro versículo observamos que Jesus, pelo Espírito, foi conduzido ao deserto. Era necessário que Jesus fosse tentado. Seria assim provado ao tentador, a fidelidade do Filho ao Pai, e a sua dependência do Espírito Santo. Jesus recusou-se, terminantemente, a entrar em acordo com o Diabo. Respondendo ao inimigo, Cristo citou o livro de Deuteronômio, o livro que é chamado por alguns de “livro da obediência”. Cristo foi obediente ao Pai e assim destruiu os objetivos infernais de Satanás. A partir daí, Jesus estava preparado para cumprir o desígnio de Deus; socorrer e livrar os judeus e os gentios, na qualidade de Rei Messias. Fixa então residência em Cafarnaum, dando início ao seu ministério público. Observe a seguir, o mapa que mostra as distâncias percorridas por Jesus durante o seu ministério: A REJEIÇÃO DO REI Nos capítulos 8 e 9 de Mateus, Jesus mostra ao povo o seu poder. Cura os enfermos, demonstra sua autoridade sobre a natureza, sobre os demônios, e perdoa pecados. Infelizmente, muitos, especialmente os “religiosos” do seu tempo não o aceitaram como o Messias. Rejeitaram-no e começaram a planejar um meio de eliminá-lo. Antes, porém, rejeitaram a João Batista, o precursor do Messias, que por ter condenado o pecado de Herodes, o tetrarca, Mt 14.1-4, foi decapitado. No versículo 20 do capítulo 11, Jesus passou a pronunciar julgamento contra certas cidades. Eram cidades que tinham recebido bênçãos especiais de Deus, tinham visto milagres e obras salvadoras do Messias, porém, decidiram rejeitar a Jesus e seu ministério. Então Jesus passa a anunciar salvação, alívio espiritual, a quem quiser, isto é, a todos que se sintam cansados e oprimidos, desejosos da salvação de Deus. A nação que o rejeitara, estava reservado futuro e severo julgamento do Senhor. No décimo segundo capítulo, continua a rejeição de Cristo. Rejeitam o rei e a mensagem sobre o seu reino. Depois da morte de João Batista, Jesus continua a abençoar multidões, efetuando poderosas obras de amor. Mas, mesmo a despeito de toda expressão do amor de Jesus para com a nação de Israel, ela se recusa a aceitá-lo. Os líderesreligiosos são denunciados por Cristo, pois eles ão os maiores hipócritas entre todos! Cheios de ciúme e inveja, procuram menosprezar Jesus e destruir o seu ministério. Nos capítulos 16.1-12 o Messias fala contra o fermento dos fariseus e saduceus. Fermento, aqui, representa uma doutrina falsa e penetrante. O fermento dos fariseus tem a ver com os falsos ensinos baseados em tradições e acréscimos que eles faziam às Santas Escrituras. O fermento saduceista era a doutrina fundada nas subtrações da Lei e no racionalismo humano. Cristo adverte os discípulos a tomarem cuidado com o fermento dos líderes religiosos, hipócritas de Israel. Jesus passa, então, a compartilhar com os seus discípulos o seguinte: 1. Sobre a sua deidade, Mt 16.13-17 2. Sobre a edificação da sua Igreja, Mt 16.18 3. Sobre sua morte e ressurreição, Mt 16.21-26; 17.22,23; 20.17-19. 4. Revela sua glória, Mt 16.27-17.13 5. A verdadeira fonte do poder, Mt 17.14-21 6. Sobre a grandeza do reino, Mt 18.1-14; 20.20-28 7. A disciplina na Igreja, Mt 18.15-20 8. A necessidade de um espírito perdoador, Mt 21-35. A VITÓRIA DO REI Jesus entrou como Rei em Jerusalém, montado num jumentinho, expulsa os mercadores do templo, prediz a condição do mundo após a sua ascensão e até sua volta em glória, para julgar as nações pelo tratamento que dispensaram a seus irmãos, os judeus, Mt 24,25. Depois temos a sua prisão e sua morte cruenta. Foi condenado à morte porque afirmara ser Rei dos judeus, contudo, ressurgiu vitoriosamente, ao terceiro dia, porque de fato era Rei, e detinha poder até mesmo, sobre a morte. Aleluia! E depois faz várias aparições aos seus discípulos, durante um período de 40 dias, entre a ressurreição e a ascensão. E tendo sido elevado às alturas, e assentado à direta de Deus, enviou o Espírito Santo, como outro Consolador. LIÇÃO 2 O EVANGELHO DE MARCOS INTRODUÇÃO A ênfase especial de Marcos é sobre o poder sobre-humano de Jesus, a demonstrar sua deidade por seus milagres. Omite o Sermão do Monte e a maioria dos longos discursos de Cristo. Narra o que Jesus fez, de preferência ao que disse. Visa particularmente leitores gentios. Desde o princípio, uma tradição ininterrupta considera-o da autoria de Marcos, contendo substancialmente a história de Jesus como Pedro a contava. Quem era João Marcos? E quando e onde escreveu? Era filho de certa Maria, cuja casa em Jerusalém era lugar de reunião dos discípulos, At 12.12. Sendo primo de Barnabé, Cl 4.10, era naturalmente, levita, At 4.36. Conjetura-se que foi ele o moço que “fugiu desnudo”, na noite em que Jesus foi preso, Mc 14.51,52, quando começou a interessar-se por Jesus. A linguagem de I Pe 5.13 deixa claro que se convertera pela pregação de Pedro. Possivelmente, a mãe de Marcos tinha posição de considerável influência na Igreja em Jerusalém. Foi a casa dela que Pedro procurou logo ao ser libertado da prisão pelo anjo, At 12.12. Cerca de quatorze anos mais tarde, por volta do ano 45 d.C., seguiu com Paulo e Barnabé a Antioquia, At 12.25; e esteve com eles no princípio de sua primeira viagem missionária, não prosseguindo. Depois, lá por volta de 50 d.C., quis fazer com Paulo a segunda viagem, porém este recusou-se a levá-lo. Deu isso ocasião a que Paulo e Barnabé se separassem, At 13.5,13; 15.37- 39. Marcos, então, partiu com Barnabé para Chipre. Cerca de doze anos depois, no ano 62 d.C., acha-se em Roma com Paulo, Cl 4.10; Fm 24. quatro ou cinco anos mais adiante, um pouco antes de sofrer o martírio, Paulo pede que Marcos vá ter com ele, II Tm 4.11. Parece, assim que Marcos, nos seus últimos anos, tornou-se um dos auxiliares íntimos e queridos do apóstolo. Esteve com Pedro em Babilônia (Roma?), quando este apóstolo escreveu sua primeira epístola, I Pe 5.13. Antiga tradição cristã reza que ele, pela maior parte do tempo, foi companheiro de Pedro e escreveu a história de Jesus como a ouviu desse Apóstolo em suas pregações. Julga-se que este Evangelho foi escrito e divulgado em Roma, entre 60 e 70 d.C. As evidências internas da influência pedrina são as seguintes: Ele começa o seu evangelho com a chamada de Pedro. Focaliza o ministério na Galiléia, e mais especialmente nos arredores de Cafarnaum, cidade Pedro. São omitidos alguns pormenores que destacam a pessoa de Pedro. A vividez das descrições indica que são as experiências pessoais de uma testemunha ocular. O segundo livro em ordem do Novo Testamento, é o mais resumido e simples dos quatro Evangelhos. Há comentadores que querem repudiar os versículos 9 a 20 do último capítulo deste livro; porque não se encontram em dois dos três manuscritos mais antigos, isso é, no Sináitico e no Vaticano. Contudo não pode haver dúvida que no original havia toda essa passagem: 1º) Um dos três mais antigos manuscritos, o Alexandrino, os inclui. 2º) Nas obras de Irineu e Hipólito encontram-se citações desses versículos. Escreveram eles no terceiro século, enquanto os dois manuscritos, o Sináitico e o Vaticano, datam do quarto. 3º) Com uma leitura do capítulo, começando com o primeiro versículo é evidente que Marcos não findou a sua narração com o versículo 8, que diz: “E, saindo elas apressadamente, fugiram do sepulcro, .... Porque temiam “. Se o Evangelho de Marcos findasse com o versículo 8, seria não somente incompleta a sua narração, mas também, estaria contra o espírito da instrução de Cristo: “Não temais”. 4º) Temos de concluir que, aos manuscritos Sináitico e Vaticano, gastos pelo uso, faltava a última parte, justamente a parte que incluía, no início, esses versículos. O autor Marcos. O mesmo de I Pe 5.13 o mesmo chamado João Marcos. Marcos foi o seu nome latino; João, seu nome judaico. A chave do livro encontra-se em Mc 10.45. a fase do caráter de Cristo, enfatizada no Evangelho de Marcos, é a mesma declarada em Fp 2.6-8. Marcos inicia sua obra declarando que esse humilde e obediente servo do Senhor é igualmente o “Deus Forte”, Is 9.6. Marcos inicia dizendo: Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus”. Portanto poderíamos esboçar o Evangelho da seguinte forma: I – O Servo do Senhor prepara-se para servir, Mc 1.1-13. II – O Servo do Senhor trabalha 1) Seu labor na Galiléia, Mc 1.14-9.50 2) Sua lida na Peréia, Mc 10.1-34. 3) Seu zelo em Jerusalém, Mc 10.35-13.37. III – O Servo do Senhor obediente até a morte, Mc 14.1-15.47. IV – O Servo do Senhor ressuscitado e recebido no céu, Mc 16. QUAL A ESTRUTURA DO EVANGELHO DE MARCOS? O Evangelho de Marcos destaca dá ênfase à ação, as cenas são trocadas rapidamente, o termo “imediatamente, é um conectivo normal em seu livro. 1 - Antecedentes do ministério, Mc 1.1–13. 2 – Primeira parte do ministério na Galiléia, Mc 1.1- 3.6. 3 - Segunda parte do ministério na Galiléia, Mc 3.13 – 5.43. 4 – A fase final do ministério na Galiléia, Mc 6.7 – 8.46. 5 – O caminho da glória e do sofrimento, Mc 8.27 – 10.52. 6 – O ministério final em Jerusalém, Mc 11.1 - 13.37. 7 – As narrativas da paixão e do túmulo vazio, Mc 15.1 – 16.8. FORMA LITERÁRIA O Evangelho de Marcos foi escrito para demonstrar o significado da vida e da ressurreição de Jesus para os crentes. O estilo rápido de aventura caracterizam o seu livro, a palavra imediatamente ou equivalente aparece cerca de 42 vezes. Quanto à fonte, a conclusão é que havia pequenos escritos, mais a tradição oral, as reminiscências pessoais de Marcos e a pregação e ensino do apóstolo Pedro. PROPÓSITO E TEOLOGIA O que se deve buscar no Evangelho de Marcos? O propósito do evangelho de Marcos são os seguintes: 1) Dar ânimo aos cristãos para que eles perseverassem como discípulos fiéis, particularmente na crise da perseguição, Mc 8.34-38; 13.1 2) Incentivar os cristãos a darem seu testemunho com coragem, mediante treze histórias de conflitos que ilustram a autoridade de Jesus, Mc 2.1-3.6; 3.20-35; 7.1-23;10.1-12; 11.27-12.37. 3) Incentivar os cristãos a confiarem nas promessas de Jesus, ele aborda várias promessas que se cumpriram fora da história que ele narra. Exemplo, Mc 1.8, 17; 4.30-32; 10.39; 13.9-13; 14.28; 16.7 TEOLOGIA Marcos apresenta Jesus como o Servo de Jeová, Is 52.13-53.12. Quatorze vezes refere-se a Cristo como Filho do homem, e procura provar a divindade de Jesus pelos milagres realizados, porém, dois eventos destacam de maneira surpreendente a sua divindade, o batismo e a transfiguração, Mc 1.11;9.7; sem contudo, esquecermos da declaração de Pedro, Mc 8.30. Por outro lado, destaca-se a obra de Cristo, que liberta o pecador mediante o resgate, Mc 10.45 e e estabelece um novo pacto entre Deus e o homem, Mc 14.24. Finalmente temos a abordagem sobre escatologia, e o valor ético e teológico do livro que apresenta o Servo que sofre e morre. Isto demonstra que o caminho da cruz é inevitável para todos quantos desejam ser seus discípulos. LIÇÃO 3 O EVANGELHO DE LUCAS Introdução Passamos do Evangelho do Servo para o Evangelho do Filho do Homem. Foi endereçado a Teófilo, um ilustre gentio, que procurava saber mais das boas novas de Cristo. O autor explica os costumes e maneiras judaicas, a genealogia recua até Adão. Palavras gentias são usadas, em vez de palavras judaicas, como por exemplo: Mestre e não rabino; advogado, e não escriba. Isto nos faz entender que Lucas não está se dirigindo ao povo de Israel, mas aos outros; todos quantos não eram judeus, os gentios em geral e os gregos em particular. O estilo de Lucas é elegante e seu vocabulário rico. Há 250 palavras do Evangelho de Lucas que não se encontram nos outros livros do Novo Testamento. A sua organização é cronológica, mas não inteiramente, começando com os acontecimentos preparatórios até a primeira vinda de Cristo, e até a sua ascensão ao Pai. Na sua narrativa há cinco poemas ou hinos, 20 milagres; 32 parábolas e 586 versículos que recordam as palavras de Jesus de 1.150 versículos no total. O propósito do autor é identificar a pessoa de Cristo com a espécie humana. Ainda que o livro de Lucas, entre os sinóticos, não seja o mais extenso, é, todavia aquele que contém o maior número de detalhes sobre a vida terrena de Jesus. Sobre o Autor O escritor do terceiro evangelho é Lucas, um médico, homem educado e culto, acatado pelas igrejas dos primórdios. A tradição nos diz que ele era de Antioquia da Síria, um gentio. Era um dos mais íntimos companheiros de Paulo, provavelmente seu médico particular. Lucas permaneceu com o grande apóstolo, mesmo quando muitos o tinham abandonado, II Tm 1.15; 4.11. Lucas é considerado o primeiro historiador da Igreja e apologista literário do Cristianismo. Sabemos que Lucas também escreveu o livro de Atos, também destinado a Teófilo. Alguns dizem que Teófilo converteu-se depois de ter lido o Evangelho de Lucas. O livro foi escrito cerca de 60 d.C. Ele que notara o grande crescimento do Evangelho, na Ásia Menor, At 19.10, viu a necessidade duma descrição correta da vida e morte de Cristo. João trata da divindade daquele que é homem. Mas Lucas representa para nosso íntimo a humanidade daquele que é divino. A frase chave é “O Filho do Homem”, Lc 5.24; 6.5,22; 7.34; 9.22,26,44,56,58. O versículo chave é “O Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido”, Lc 19.10. É com esse intento de destacar Jesus como o Filho do Homem, que Lucas narra os eventos salientando a humanidade de Jesus. Sua genealogia é traçada até Adão. É esse Evangelho que registra mais detalhadamente os eventos na vida de sua mãe, do seu nascimento, da sua infância e da sua mocidade. São as parábolas de Lucas que têm mais cor humana, contudo, Lucas não esquece de forma alguma, a superabundante glória da divindade e da majestade de Jesus Cristo, leia Lc 1.32-35. NASCIMENTO E CRESCIMENTO DE JESUS Lucas é o Evangelho dos fatos. Já notamos no primeiro capítulo, acontecimentos e eventos que não são registrados nos outros Evangelhos. Os pormenores são descritos para nós neste livro. Talvez possamos dizer que temos no terceiro Evangelho, a história mais completa da vida de Cristo. No segundo capítulo, o autor informa a razão da viagem de José e Maria a Belém. Segundo ele, era necessário que ambos fossem a Belém, não somente para cumprir o decreto de César Augusto, mas também para cumprir a profecia de Miquéias e o plano do Pai. Assim, em cumprimento do vaticínio divino, Jesus nasceu em Belém, uns 10 km, ao sul de Jerusalém, a mesma cidade onde nasceu Davi, mais ou menos um milênio antes. A Circuncisão de Jesus. Segundo o ritual da lei mosaica, Jesus foi circuncidado aos oito dias de nascido. É assim que Lucas apresentando Jesus Cristo relacionando-o com a lei a fim de redimir aqueles que estavam debaixo da lei, Gl 4.4,5. Apresentação de Jesus no Templo. Após 33 dias, o infante Jesus é levado por seus pais para ser apresentado ao Senhor no templo. De acordo com a Lei de Moisés, o período de purificação era de 40 dias. Como bons judeus, Maria e José cumpriram seus deveres religiosos. O sacrifício dos dois pombinhos mostra-nos a pobreza do casal, pois o sacrifício próprio na ocasião seria o de um cordeiro de um ano por holocausto e um pombinho ou uma rola por oferta pelo pecado, Lv 12.65. Porém, aos pobres havia a alternativa de oferecer um segundo pombinho em lugar do cordeiro. A oferta de José e Maria foi então a que era concedida aos pobres, Lv 12.8. Os versículos 25 a 38 do capítulo 2, relatam as profecias de Simeão e Ana, dois santos que aguardavam a chegada do Messias. O Espírito Santo tinha prometido a Simeão, homem este justo e piedoso que esperava a consolação de Israel, que ele não morreria antes de ver a Jesus. Ana, uma mulher piedosa e dedicada à oração e ao jejum, na sua velhice, teve o privilégio de ver o Salvador. Suas palavras foram de grande gozo e muita emoção. Aqueles que esperam as promessas de Deus com paciência, e em oração, receberão grandiosas bênçãos do Senhor. A Infância de Jesus Conforme a narrativa de Lucas, o menino cresceu em Nazaré. Era uma vila de fazendeiros, comerciantes, de artesãos como José, o carpinteiro. Provavelmente José morreu quando Jesus era jovem e foi-lhe então necessário que, como o filho mais velho assumisse a responsabilidade de sustento da família. É provável pois que Cristo trabalhou como carpinteiro em Nazaré, até mais ou menos 30 anos de idade. Foi nessa mesma cidade que Jesus recebeu as instruções apropriadas a um judeu, tanto em casa como na sinagoga. O Menino em Jerusalém. Jesus tinha apenas doze anos, quando juntamente com seus pais foi a Jerusalém, pela primeira vez, a fim de festejarem a Páscoa. Foi nessa ocasião que Jesus confundiu os doutores do Templo, respondendo as difíceis perguntas que eles lhe faziam, e deixando-os mudos diante das perguntas que lhes dirigia. Aqui também, José e Maria, foram relembrados quanto a origem divina de Cristo. E como um exemplo de submissão, Jesus mostrou submissão não apenas a Deus, o Pai, mas também a seus pais terrenos. Dessa forma Ele crescia em sabedoria, estatura e graça. Sobre os 18 anos seguintes, nada sabemos. Lucas prossegue sua narração da vida de Cristo, no momento em que João Batista, o precursor, após anunciá-lo ao povo, batiza- o. Jesus tinha então 30 anos de idade, Lc 3.23. A TENTAÇÃO DE JESUS O diabo é um adversário persistentemente sagaz. Não há limites para a sua malignidade. Lucas 4.2 registra que ele tentou a Jesus durante o período de 40 dias. Cristo não foi tentado somente no final do seu jejum, mas o foi durante o jejum. Pouca coisa sabemos do que aconteceu no deserto além do que está registrado. Marcos diz que estava com as feras e os anjos o serviam. Cristo Foi Tentado em Tudo “Manda que estas pedras se transformem em pão”. Esta foi a primeira tentação. Havia no local,segundo comentadores, pedras calcárias, e até parecidas com pães. Sabedor de que Jesus estava sem alimento, Satanás acreditou que, vencido pela fome, Jesus cederia à tentação. Era uma tentação na esfera do que é físico, material. Notemos que o diabo disse: “Se tu és o Filho de Deus”. Recordando o momento do batismo de Jesus. Assim o tentador acreditou que Jesus procuraria “fazer jus” a tal afirmativa paterna-divina. Mas Jesus não respondeu como Filho de Deus, e sim como o Homem perfeito, dando uma resposta que qualquer homem pode dar. “Está escrito”. Todas as suas respostas foram baseadas no livro de Deuteronômio, leia Dt 6.13, 16; 8.3. A segunda tentação incitara Jesus a uma demonstração sensacionalista; ele deveria se lançar do pináculo do templo . Uma verdadeira aventura! O templo ficava próximo ao vale de Cedron. Do pináculo do templo ao fundo do vale, havia uma distância de aproximadamente, 150 metros. O sensacionalista não dura muito tempo. O povo logo se cansa de suas façanhas e o desmascara publicamente. A terceira tentação desperta em Jesus a concupiscência de governo. Jesus receberia a glória e o poder dos reinos mundiais. A missão para a qual ele viera, seria comprometida por apenas um gesto, um pequeno gesto “Se prostrado me adorares”. Era um apelo à ambição. A intenção do diabo era destruir a vida de confiança que Jesus tinha em Deus o Pai, e de fazê-lo fugir da cruz, único meio estabelecido por Deus para reconduzir o homem a si. Portanto, Jesus sofreu uma tríplice tentação: No corpo, na alma e no espírito; mas a todas venceu! Assim, o inimigo afastou-se “por algum tempo”. Parte da batalha de Cristo contra Satanás, estava ganha; o restante seria ganho na cruz e através da sua ressurreição. Ora, se com Jesus foi assim, com os seus discípulos não é diferente. O maligno está sempre pronto para tirar proveito das fraquezas dos homens, como sejam: A concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida. Ele faz seus apelos astuciosamente, até mesmo citando as Escrituras. Cabe aos discípulos do Senhor, observar a vontade do Senhor e a sua Palavra e o inimigo será derrotado. O MINISTÉRIO DE JESUS NA GALILÉIA No final dos 40 dias no deserto, Cristo voltou para a Galiléia. Principiou a sua obra, e sua fama corria por toda a vizinhança. Em seguida visitando sua terra natal, “entrou num sábado na sinagoga, segundo o seu costume, e levantou-se para ler”, Lc 4.16. A sinagoga tinha uma tríplice finalidade: Adoração, educação e governo da vida civil da comunidade. Era administrada por anciãos, aos quais era dada autoridade para exercer disciplina e punir seus membros. Cabia ao assistente da sinagoga apresentar os rolos das Escrituras para serem lidos, os quais eram depois guardados numa arca. Era pois necessário um intérprete competente para parafrasear e explicar a lei e os profetas para o aramaico vernacular. É evidente que Jesus estava qualificado para tanto. E, tendo lido, disse-lhes que ele era o evangelista predito no texto que acabara de ler. Sua afirmativa só não lhe foi causa de morte porque ainda muita coisa teria de acontecer antes disto, conforme os planos divinos. Assim, ele simplesmente passou por entre a multidão enfurecida, retirando-se para outras cidades, ensinando, curando e libertando os endemoninhados. A Cura da Sogra de Pedro. Chegando à casa de Simão, Jesus encontrou a sogra deste bastante enferma, com febre muito alta, e curou-a, e ela logo se levantou passando a servi-los. A saúde é algo valioso que devemos pôr à disposição do Senhor e do seu serviço. A Escolha dos Apóstolos. Lucas 6.12-16 relata um passo importantíssimo no ministério de Jesus; a escolha dos doze apóstolos; isto após uma noite inteira de oração. Só Lucas registra que Jesus passou uma noite em oração, antes de escolher os doze. Nisto Jesus é o nosso exemplo maior do quanto é importante o crente buscar a Deus em oração antes de tomar qualquer decisão. Vemos no nono capítulo, o Senhor dando instruções aos doze e enviando-os a pregar, a curar, e a exercer autoridade sobre os demônios. Eles sairiam desprovidos de alimento e dinheiro, o que qualquer ser humano acharia indispensável, para efetuar missão de tal porte. Sem dúvida, os apóstolos teriam que ficar na mais completa dependência de Deus. Nos dias de Jesus não havia qualquer meio de comunicação, como televisão, jornais, rádio, telefone, etc. O único recurso para a disseminação da mensagem era pois, que mensageiros saíssem a proclamar, pessoalmente. Seriam, então, doze homens falando em nome de Jesus, levando sua mensagem de salvação. A Ressurreição do filho da Viúva de Naim. Entrando na pequena cidade de Naim, o Senhor, juntamente com seus discípulos, encontra uma desolada viúva, lamentando a morte de seu único filho. E Cristo, cheio de compaixão levou a operar um grande milagre, mesmo sem que aquela pobre mãe a Ele recorresse. Restaurou aquele mancebo à vida. Deus responde aos nossos desejos, nossas necessidades, mesmo quando não ousamos pedir-lhe, julgando ser impossível o seu atendimento. DESCENDO PARA JERUSALÉM Desta vez são os samaritanos que rejeitam a Cristo, fazem-no porque Jesus estava a caminho de Jerusalém. É que os samaritanos não se comunicavam com os judeus. Você deve estar lembrado que antes, outros rejeitaram a Jesus porque não queriam se submeter aos princípios do reino de Deus. Leia Lc 9.57-62. Aprendemos que importa seguir a Jesus, caminhar para frente sem olhar para trás. Este é o espírito de altruísmo e sacrifício, exigido daquele que é chamado para o ministério da proclamação do reino de Deus. Pode parecer-nos um preço alto demais, lembre-se porém, que muitos mais alto foi o preço que Cristo pagou pelos nossos pecados. Jesus não se agrada daqueles que se mostram indecisos, mas dos de corações quebrantados, prontos a darem tudo de si, o que os faz aptos para o reino de Deus. Os que assim agem sabem que as recompensas e a glória dos céus só serão alcançadas por aqueles que abnegadamente se submetem a Deus. Jesus Envia os Setenta. Jesus, que já havia mandado os doze discípulos para as regiões da Palestina, agora estava mandando setenta. A missão destes seria em Samaria, Lc 9.52, região não atingida pelos doze, Mt 10.5. Enquanto os doze foram enviados somente ao povo de Israel, a missão dos setenta deveria atingir cada cidade e lugar aonde ele (Jesus) estava para ir. Era a porta da fé abrindo-se para todas as nações. Os setenta saíram seis meses depois dos doze, no tempo da festa dos Tabernáculos, o tipo da evangelização dos gentios, enquanto os doze saíram aproximadamente, no tempo da Páscoa. Ao voltarem, mostravam-se alegres com o sucesso da sua missão! A alegria deles contagia o próprio Jesus que também ficou alegre, exultando no Espírito Santo e dando graças ao Pai. Fora uma longa, cansativa, mas triunfal missão. Jesus mesmo disse ter percebido a derrota de Satanás. Daí Jesus provê a seus servos da graça divina de exercerem poder sobre os demônios. Diante disto que à mentalidade humilde dos discípulos poderia não ser menos que um grande mistério, ora o Senhor Jesus: “Graças te dou ó Pai, Senhor do céu e da terra porque ocultastes estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelastes aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado”, Lucas 10.21 Acautelai-vos do Fermento dos Fariseus. O capítulo 12 traz uma série de discursos proferidos por Jesus. Suas primeiras palavras foram aos discípulos, referindo-se à hipocrisia que caracteriza os fariseus. A multidão também o ouvia. E Jesus disse: “Acautelai-vos do fermento dos fariseus”. O fermento leveda toda a massa. É o fermento pois, a figura daquilo que corrompe. Os crentes devem acautelar-se, também, contra o fermento da hipocrisia, que com facilidade, pode alastrar pelos arraiais dos santos. No referido capítulo,Cristo denuncia não só os pecados dos fariseus como também profetiza sobre as calamidades prestes a cair sobre aquela geração. O Fogo de Cristo. Em Lc 12.49, lemos: “Eu vim para lançar fogo na terra e bem quisera que já estivesse a arder” Essa declaração foi registrada apenas no evangelho de Lucas. À luz da mensagem dos versículos 51-53 deste mesmo capítulo, é evidente que Lucas queria mostrar que esse ministério de Jesus provocaria as chamas do conflito, que compeliriam os homens a se alinharem com aliados ou adversários do Messias; como escreveu Bruce, era o fogo de uma nova fé ou religião, a incendiar os crentes de entusiasmo e a criar um ardente antagonismo da parte dos incrédulos; deplorável, mas inevitável. A conversão de Zaqueu A história de Zaqueu é outro incidente que somente Lucas registra. Cristo estava atravessando a cidade de Jericó. Enquanto caminhava pela cidade, muitos saíram à rua para observá-lo. Zaqueu também queria vê-lo. Era um homem desprezado pela sociedade judaica, como Mateus, pois também era coletor de impostos. Rico, porém solitário, sem amigos ou alegria. Como era um homem de pequena estatura, o recurso foi subir numa árvore. Para sua surpresa, Jesus o saudou, pedindo-lhe que descesse depressa, pois que ele pretendia pousar em sua casa. As entradas de Jesus na vida de Zaqueu: Entrou na cidade de Zaqueu Entrou na rua de Zaqueu Entrou na casa de Zaqueu Entrou nos negócios de Zaqueu Entrou na vida de Zaqueu AS PARÁBOLAS NO EVANGELHO DE LUCAS Trinta e duas parábolas de Jesus estão mencionadas no Evangelho de Lucas. Abordaremos apenas algumas: Lucas 7.40-43 registra a parábola do credor e dos devedores, ensinando que o perdão do pecador tem origem no imensurável amor de Deus. Lucas 11.5-13 registra a parábola do amigo importuno. Esta tem a ver com a oração. Ela nos ensina sobre a necessidade do bom relacionamento entre o que pede e o que dá. O pedido é oriundo de uma circunstância imprevista, e além das possibilidades do que pede. Quando não pedimos é porque nos achamos auto- suficientes. A parábola destaca também o valor da persistência. Não que haja necessidade de persistência de nossa parte para que Deus nos ouça, entretanto, enquanto a resposta não vem, devemos permanecer pedindo. Isto valoriza o que pedimos e dá maior substância à nossa fé em Deus. Em Lc 12.13-21 temos a parábola do rico insensato, através da qual Jesus mostra que não está tão preocupado com os nossos interesses materiais. Estes são inexpressivos diante da verdadeira riqueza que temos junto a Deus. O valor de uma vida consiste no que ela é, e não no que ela tem ou não tem. Os erros do rico insensato: Não lembrou de agradecer a Deus. Não lembrou dos pobres. Achou que a sua vida consistia nos bens que possuía. Pensou que a alma satisfazia com coisas materiais. Em Lc 12.35-48 contém a parábola do servo vigilante. É evidente aqui o assunto da Segunda Vinda e o relacionamento dos servos de Cristo. A atitude do crente deve ser de serviço, testemunho e vigilância. Para este há uma especial bem-aventurança agora, e um especial favor depois, os fiéis servos de Deus serão servidos pelo seu Senhor. Na parábola da figueira estéril, Lc 13, temos uma figura de Israel, por três anos o objeto da atenção do ministério de Cristo. Aprendemos que Deus é paciente e cultiva a esperança ainda que as perspectivas de fruto sejam poucas. No capítulo 14, a parábola dos primeiros assentos ensina sobre a humildade. O humilde é promovido de fato. Já em Mateus 5.5 lemos que “os mansos herdarão a terra”. É muito mais significativo quando a humildade sincera promove a exaltação, exaltação que glorifica o nome de Deus. Toda e qualquer virtude que possamos ter deve ser olhada como um tesouro. Como Paulo, digamos, com sinceridade e humildade: “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós”, II Coríntios 4.7. O versículo 14 fala aos hospedeiros. A quem temos hospedado? Com que intenção? É muito valiosa a hospedagem que procuramos dar aos carentes de amor, de ajuda, de simpatia, independente do que possamos receber em troca. Abraão hospedou anjos sem o saber. A parábola da grande ceia, Lc 14.15-24, representa Israel, convidado em primeiro lugar, e depois os gentios. Esta parábola é muito expressiva. O Senhor ensina que grande é a sua capacidade de hospitalidade. O convite é extensivo, Lc 14.17,21,23, que diz: “Para que a minha casa se encha”. O propósito divino é imutável, mas a oportunidade divina é limitada, Lc 14.24. Os versículos 25-35 encerram a parábola da previdência; pode também ser chamada “as três semelhanças da vida cristã”, semelhante à construção de uma torre; semelhante a uma guerra; semelhante ao sal. O cristão deve, pois, ser uma testemunha, combater o mal; e guardar-se da corrupção. A aplicação dos versículos 33-35 determina que, em tudo, Jesus Cristo seja o primeiro. Não se serve a Cristo verdadeiramente enquanto não Houver disposição e propósito para renunciar a tudo o que for preciso, para seguir a Cristo. O capítulo 15 registra três parábolas tratando de coisas perdidas: A ovelha, a moeda e o filho. Fala também de três regozijos: Do pastor, da mulher e do pai. Estas três parábolas muito têm a ver com o propósito do homem perfeito – vir a fim de salvar o que se havia perdido. Na parábola da ovelha perdida, aprendemos que todos estamos perdidos; na da moeda, que por natureza não temos vida espiritual em nós mesmos; e na parábola do filho pródigo aprendemos que podemos nos perder por escolha própria. A primeira, diz-nos da miséria do perdido; a segunda, da sua insensibilidade; a terceira, do seu remorso. De todos os personagens das parábolas, o mordomo infiel, do capítulo 16, tem sido o mais discutido. Vejamos como podemos interpretá-la: O mordomo infiel não foi louvado pelo Senhor, mas pelo seu patrão, Lc 16.8. No versículo 9 temos uma ironia de Jesus. Até porque no versículo 11 e 12, interroga o Senhor: “Se nas riquezas injustas não fostes fiéis, quem vos confiará as verdadeiras?” “E se no alheio não fostes fiéis, quem vos dará o que é vosso? Portanto, com essa parábola Jesus estava descrevendo o tipo de sabedoria que o povo deste mundo demonstra em providências para seu futuro terreno. Cabe-nos, pois, sermos dignos despenseiros dos bens que temos recebido, visando nosso futuro eterno. O Rico e o Lázaro (Parábola ou história?) O homem rico não foi condenado por ser rico, e nem o pobre foi salvo por ser pobre O capítulo 18.1-4 contém a parábola do juiz iníquo. Semelhante à história do amigo importuno, esta ensina que devemos ser persistente na oração. Não que seja difícil a Deus atender a oração, mas, provavelmente, porque nem sempre podemos receber a resposta no momento desejado. Estamos nós dispostos a sermos persistentes em nossas petições, e prontos a deixarmos que prevaleça a vontade de Deus? Na parábola do fariseu e do publicano, vemos um pecador justificado, Lc 18.14. além da justificação do pecador, notamos a justificação pela graça, uma vez que o homem não merecia a misericórdia pedida, pois ele tinha consciência de que era pecador, Lc 18.13. Voltemos ao capítulo 10. 25-37, a parábola do Bom Samaritano. O viajante era judeu, bem como o sacerdote e o levita, que deviam tê-lo socorrido. Quem socorreu o homem ferido foi um samaritano, um estrangeiro odiado pelos judeus! A parábola ilustra a verdadeira operação do amor. “Quem é o meu próximo?”, perguntara o doutor da lei. E a resposta não é senão que, todos os homens são próximos, independente de raça, religião ou caráter . Nada, pois, justificava a indiferença do sacerdote, que talvez estivesse se amparando nas palavras de Números 19.11, pois se o homem estivesse morto ficaria impedido, por sete dias, de suas práticas sacerdotais. O levita,talvez pensando tratar-se de um bandido, usando suas artimanhas para apanhá-lo, teria então deixado de socorrer o moribundo. Contudo, seu pensamento precipitado não o isenta da culpa. JESUS CHEGA A JERUSALÉM “Prosseguia Jesus subindo para Jerusalém”, Lucas 19.28 Jesus já havia viajado muito! Naquela esplêndida cidade estaria vivendo seus últimos dias! Ainda que odiado por muitos na cidade santa, assim mesmo Cristo entrou como um Rei, sendo louvado em alta voz. Os versículos 28-40 revelam a coragem e a determinação do Senhor. Ele sabia que seria crucificado, que a maioria dos israelitas o havia rejeitado como Filho de Deus, como o Messias. Mas aquele acontecimento daria ao povo mais uma oportunidade. E eles proclamaram-no Rei, no entanto, continuaram a rejeitá-lo, como o Ungido do Senhor. O contexto dá-nos lições interessantes: 1) Jesus, em sua humildade, preferiu montar num jumentinho ao invés de um cavalo, animal de guerreiro. 2) Os discípulos ofertaram suas vestes para forrar o lombo do animal. 3) Já não eram apenas doze discípulos, mas uma multidão. 4) Como sempre, havia os que criticavam tal manifestação 5) Jesus recusou-se a repreender o regozijo dos discípulos. A seguir Jesus chora sobre Jerusalém, profetizando o que lhe aconteceria cerca de 40 anos depois, leia Lc 19. 41-44. Prosseguindo nos seus últimos dias de ministério, diariamente ensinava no templo. Enquanto o povo escutava atenciosamente suas palavras, os principais sacerdotes e os escribas procuravam meios para matá-lo, mas ainda não sabiam como fazer, pois, “todo o povo, ao ouvi-lo, ficava dominado por ele”. O vigésimo capítulo relata vários incidentes motivados pelos anciãos, saduceus, etc., pretendendo desmoralizar e, conseqüentemente, derrubar a Jesus. Em nenhum momento sequer seus inimigos tiveram vitória. Sempre falharam. Os dois últimos versículos registram a seguinte recomendação de Jesus a seus discípulos, leia Lc 20.46,47. Judas, o traidor, Lc 22.1-6 Estejamos atentos, pois o diabo está sempre a procura de outros “Judas”, que também por trinta moedas de prata entregam a Jesus, dia após dia. Entregamos a Jesus quando desobedecemos sua vontade e quando nos negamos a realizar a sua obra, ou quando esquecemos o seu grande amor para conosco. Após a última páscoa, Jesus dirigiu-se ao Monte das Oliveiras. Lá sofreu grande agonia. Sim, Cristo sofreu angústia ante a perspectiva do fato da sua alma pura entrar em contato com o pecado. É inegável que Jesus lutou intensamente contra a tentação de renunciar a cruz. As forças malignas tentaram sobremaneira, impedi-lo de submeter-se à vontade do Pai, mas, estas foram derrotadas. Pedro Usa a Espada, Jo 18.10. Pedro Nega Jesus, Lc 22.31-38 CRUCIFICAÇÃO, MORTE E RESSURREIÇÃO DE CRISTO Jesus foi conduzido ao Sinédrio, para ser julgado pelos principais sacerdotes e os escribas. Ali, perante homens cruéis e zombadores, Jesus testificou claramente ser Ele o Cristo, pelo que, os chefes religiosos, revoltados, denunciaram-no por blasfêmia. Herodes Antipas e Pilatos eram inimigos entre si. Entretanto, se reconciliaram, ambos concordaram em menosprezar Jesus. Pilatos tinha consciência de ter diante de si um inocente: “Não vejo neste homem crime algum”. Veja as falsas acusações lançadas contra Jesus: 1) Pervertia o povo pelo seu ensino. 2) Proibia o povo de dar tributo a César. 3) Dizia-se Rei dos judeus. Apesar de ser Rei espiritual. 4) Era malfeitor 5) Dizia-se Filho de Deus. Na verdade nem Pilatos e nem Herodes conseguiram culpar a Jesus, Lc 23.13-15. Por fim Pilatos entregou Jesus à sanha daquela multidão obstinada. A cruz pesava-lhe. Simão, o Cirineu, que estava entre a multidão, foi forçado a ajudar Jesus a carregar sua cruz. Marcos fala que este Cirineu era pai de Alexandre e Rufo. Na carta de Paulo aos Romanos, também encontramos o nome Rufo, Rm 16.13. Aspectos do Julgamento de Cristo O julgamento de Cristo perante o Sinédrio foi contraditório à lei em vigência; isto é, um condenado não podia ser executado no mesmo dia em que a sentença era proferida. Uma noite devia separar os dois atos. O Sinédrio tinha o poder de julgar casos que não envolvessem punição capital, At 4 e 5. Os casos capitais necessitavam de confirmação do procurador romano, Jo 18.31, embora o julgamento do procurador normalmente fosse conforme as exigências do Sinédrio, que, segundo a lei judaica, tinha o poder de vida e morte. No caso de absolvição, esta poderia ser declarada no mesmo dia do julgamento, mas a declaração da condenação tinha de ser adiada para o dia seguinte. A referida pausa era considerada para efeito de tempo para uma possível apelação, e talvez a absolvição. Mas podemos ver, nos relatos dos Evangelhos, que o Sinédrio ignorou sua própria lei; o que importava era matar aquele homem que tanto o preocupava. A própria natureza mostra sua revolta contra aquele povo cruel! O sol escureceu. O véu do templo rasgou-se de alto a baixo. Cristo com grande brado, entrega seu espírito a Deus. Encerra-se assim a crueldade do Calvário. No mesmo instante o centurião dá glória a Deus, dizendo: “Verdadeiramente este homem era justo”, Lucas 23.47 O Sepultamento e Ressurreição de Cristo Cabe a José, da cidade de Arimatéia, membro do Sinédrio, “homem bom e justo”, tomar carinhosamente o corpo do Senhor e levá-lo à sepultura por ele preparada, aberta em rocha. Todo o vazio que ficava nos corações dos seguidores de Cristo, seria preenchido ao terceiro dia, após sua morte. Muito gozo, grande alegria inundaria os seus corações. As mulheres, prontas a aromatizarem o corpo de Jesus, descobriram o túmulo, Lc 23.55. E ao levarem as especiarias para embalsamá- lo, depararam com o túmulo vazio, e lembraram de suas palavras, de que haveria de ressuscitar, Lc 24.8 E correram para anunciar aos apóstolos. Pedro correu ao sepulcro, e de lá voltou maravilhado com o que vira! Depois da ressurreição, apareceu a várias pessoas. No término do Evangelho de Lucas, vemo-lo conversando com os onze, e levando-os até Betânia. Ali os abençoa e, por fim, sobe para o céu, para ficar à direita do Pai. Os apóstolos voltam então a Jerusalém, em meio a grande júbilo, e continuam no templo, adorando a Deus. Com a ascensão de Jesus ao céu, terminava uma etapa dentro do pleno de Deus, para ter início a outra etapa: “Eis que envio sobre vós a promessa de meu Pai; permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder”, Lucas 24.49 LIÇÃO 4 O EVANGELHO DE JOÃO Introdução A ênfase especial de João é sobre a divindade de Cristo. Consiste principalmente em discursos e conversas de Jesus. Apresenta o que Ele disse, de preferência ao que fez. Schaff chama este Evangelho “a mais importante composição literária já produzida”. Consta que os presbíteros da Igreja da Ásia Menor pediram ao venerável ancião e apóstolo João, residente em Éfeso, que escrevesse este “Evangelho espiritual” para contestar uma perigosa heresia concernente à natureza, pessoa e deidade de Jesus, propagada por um certo judeu chamado Cerinto. Autor João, “o discípulo a quem Jesus amava”, Jo 13.23; 20.2. Filho de Zebedeu e irmão de Tiago, Lc 1.19. Sua mãe era Salomé, e comparando Mt 27.56; Mc 15.40 com Jo 19.25, tudo deixa crer que era primo em primeiro grau de Jesus. Era pescador; ele e o seu irmão Tiago receberam o nome de Boanerges, que quer dizer “filhos do trovão”, devido ao temperamento impulsivo, Lc 9.54. Consta que João assumiu o bispado das Igrejas da Ásia Menor por cerca de 25 anos, escreveu cinco livros do Novo Testamento. Antes de ser discípulo de Jesus, fora discípulo de João Batista, Jo 1.35,40, de quem também era primo, leia Lc 1.36. Tema e Propósito O tema é: Jesus é o Filho de Deus. O propósito era consolidar os fundamentos da fé. Está revelado em Jo 20.31. Para que creiais CONVICÇÃO INTELECTUAL Ecrendo, tenhais vida REGENERAÇÃO Data A época em que foi escrito é bem posterior, em cerca de 80-95 d.C.. João, por essa ocasião, também tinha cerca de 95 anos de idade. VISÃO PANORÃMICA João apresenta evidências cuidadosamente selecionadas no sentido de Jesus ser o Messias de Israel e o filho encarnado de Deus. 1- Seleciona “sete sinais”, Jo 2.1-11; 4.46-54; 5.2-18; 6.1-15; 6.16-21; 9.1-41; 11.1-46, e também sete sermões, Jo 3.1-21; 4.4-42; 5.19-47; 6.22-59; 7.37-44; 8.12-30; 10.1-21. 2- Há sete declarações “Eu sou”, Jo 6.35; 8.12; 10.7; 10.11; 11.25; 14.6; 15.1. 3- A ressurreição corpórea de Jesus, o sinal supremo e a prova máxima de que Ele é o “Cristo, o Filho de Deus”, Jo 20.31. O Evangelho de João pode ser dividido em duas partes principais: 1ª) Os doze primeiros capítulos que tratam da encarnação e do ministério público de Jesus. 2ª) Os nove últimos capítulos, nos quais Jesus passa a considerar seus discípulos como o núcleo do novo concerto. Jo 1.29 - As primeiras coisas encontradas – O altar e o cordeiro Jo 13 – Preparando os discípulos para o serviço sacerdotal Jo 14-16 – Com eles no Tabernáculo. Jo 17 – O sumo sacerdote a sós no Santo dos Santos ALTAR LAVATÓRIO ALTAR LAVATÓRIO Jesus é o caminho Jesus é a verdade Jesus é a vida João 14.6 ALTAR LAVATÓRIO Luz natural Luz do Castiçal Luz da Glória COMENTÁRIO “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”, João 1.1 Esta sublime passagem faz-nos lembrar as palavras iniciais de Gênesis. Jesus é aí expressamente chamado “Deus” e “Criador”. João declara muito positivamente que Jesus era uma pessoa existente desde a eternidade. O próprio Jesus falou da glória que tivera com o Pai “antes de existir o mundo, Jo 17.5. Uma das coisas que implica o nome Verbo dado a Jesus, é ser Ele a expressão pessoal de Deus para a humanidade. Jesus era Deus. Jesus era como Deus. Jesus é a mensagem de Deus para a humanidade. Jesus é a Luz do mundo, Jo 1.4-13. João ouviu Jesus dizer isto muitas vezes, Jo 8.12; 9.5; 12.46. É um de seus pensamentos predominantes acerca de Jesus, I Jo 1.5-7. Uma das idéias da palavra “Luz”, aplicada a Jesus, é ser Ele aclara o sentido e o destino da existência humana. É importante salientar que no versículo 11, não está escrito que Ele veio para os Seus (judeus). Está escrito que Ele veio para o que era seu; e o que é dele? A terra e toda a sua plenitude, o mundo e todos os que nele habitam, Sl 24.1. A Encarnação, Jo 1.14-18 Deus se fez homem para ganhar para si o homem. Deus podia ter feito o com o instinto de lhe fazer a vontade; todavia, escolheu antes de lhe dar o poder de decidir por si qual a atitude a tomar para com o seu Criador. A primeira lei da existência é que a criatura ame o seu Criador de todo o seu coração, alma, força e entendimento. Deus, porém, é espírito, e o homem está encerrado nas limitações de um corpo material e tem concepção acanhada do que seja um Espírito. Assim, o Criador veio às suas criaturas na forma de uma delas, para lhes dar idéia da espécie de ser que Ele é. ANALISANDO OS SETE SINAIS Desde o princípio, o Evangelho de João apresenta Jesus como aquele que revela a si mesmo e a seu ofício messiânico. Foi em Caná que ele deu início aos seus milagres. A comparação entre os versículos quarto e décimo primeiro nos mostra que esse milagre teve o propósito específico de dar início à manifestação da glória de Deus, e que essa manifestação foi selecionada para ser apresentada aos homens em um momento particular, a saber, a hora certa, naquele dia determinado; é evidente, pois, que em Caná essa hora havia chegado. O Evangelho de João, de maneira geral, salienta mais o elemento miraculoso do que o fazem os evangelhos sinóticos; o quarto evangelho é o evangelho espiritual, segundo Orígenes o chamou; por isso, podemos esperar menos do lado puramente humano de Jesus e mais do seu lado divino. O autor deste evangelho, desde o princípio, orientou o seu material de modo a exibir o ofício messiânico de Jesus. Por isso, os milagres no Evangelho de João não devem ser encarados como simplesmente milagres, e sim, como sinais; significa dizer que eles traduzem uma mensagem pertinente ao Messias. Analisemos os sete sinais do Evangelho: 1º) Água transformada em vinho, Jo 2.1-11 A) Fala da necessária transformação na vida daqueles que nele crê. B) Este e os demais sinais eram uma espécie de marcos-guias que objetivavam conduzir os homens ao Messias. Este milagre revelou a glória de Deus e os seus discípulos creram nele. Portanto, revela o poder e a graça de quem o realizou, bem como de seu caráter divino. 2º) A cura do filho de um oficial do rei, Jo 4. 46-54. A) Entre o primeiro e o segundo sinal mencionado por João, Jesus fez muitos outros milagres, leia Jo 2.23. Porém, estes configuram como sinais. B) O primeiro levou os seus discípulos a crerem nele, o segundo aumentou o número de discípulos a crerem C) Há quem pense que o oficial mencionado por João era Cuza, se realmente foi, não há dúvidas de que foi nesta oportunidade que sua esposa Joana, tornou-se discípula do Senhor, nomeada entre outras mulheres, Lc 8.3 3º) A cura do paralítico de Betesda, Jo 5.2- 18. A) Jesus revelou a sua glória, mostrando que era superior ao sábado, e que tinha poder de neutralizar a ação do pecado, pois a cura se deu num sábado e a paralisia era conseqüência do pecado, leia Jo 5.14. 4º) A multiplicação dos pães, Jo 6.1-15. A) Jesus revelou-se como o Criador e Deus da Provisão. B) Jesus revelou-se como o preservador da vida. 5º) Jesus anda por sobre o mar, Jo 6.16-21 A) Jesus revelou-se como Senhor da natureza. 6º) A cura de um cego de nascença, Jo 9.1- 41. A) Este sinal causou uma grande controvérsia entre os judeus. B) Jesus não só criou os olhos para este cego de nascença, mas revelou-se a ele, como o Messias, leia Jo 9.35-38. Por que o temor de ser expulso da sinagoga? Porque dentro da cultura judaica desenvolveram-se três formas distintas de exclusão, a saber: 1º) Aquela que era chamada pelo nome de repreensão, e que durava de sete a trinta dias, e que era a mesma exclusão chamada “nidui” ou “shammatta” 2º) A segunda era chamada expulsão, perdurava por trinta dias, a qual podia ser acompanhada de uma “segunda admoestação”, que durava por mais trinta dias. Essa exclusão podia ser decretada por um conselho de dez juízes, sendo acompanhada por maldições. Algumas vezes era publicamente anunciada pelo toque de trombetas. O indivíduo assim excluído era banido da adoração pública e passava a ser evitado pelos outros, em público, ao ponto de ninguém poder tocar nele, comer com ele ou aproximar-se dele mais de dois metros; e, se porventura viesse a falecer durante seu período de disciplina, seu caixão mortuário era apedrejado como um desprezo, e qualquer manifestação de lamento era proibida por causa dele. 3º) A terceira forma ainda era mais severa, incluindo as restrições do segundo tipo, que acabamos de descrever, mas de duração indefinida, que podia mesmo ser permanente. O indivíduo sujeito a essa exclusão podia adquirir as necessidades da vida, mas ficava privado de qualquer contato social, para todos os efeitos práticos. Essas formas mais severas de exclusão parecem ter surgido bem mais tarde, mas foram infligidas contra os primeiros judeus cristãos, por se terem tornado participantes do movimento cristão. A exclusão das sinagogas não era somente por motivos religiosos, mas também por desonestidade nos negócios, por falta de pagamentos das dívidas, ou por qualquer outra coisa que tornasse a pessoa um ofensor da sociedade. As formas de exclusão que acabamos de descrever eram verbais, mas também havia a escrita, que tinha o seguinte teor: 1 – Separação da comunidade na terra, bem como da comunidade celeste e a maldição dos anjos e de Deus. 2 – A esperançade que a pessoa excluída seria afligido por muitas enfermidades asquerosas. 3 – Que seria atormentado pelos Dragões em sua casa. 4 – Que os seus inimigos triunfassem sobre ele e que se regozijassem sobre ele. 5 – Que os seus filhos sofressem abuso da parte de seus adversários. 6 – Que toda a maldição celeste e infernal lhe sobreviesse e que vivessem sempre a tremer e a temer. 7 – Que tivesse uma morte miserável e que seu cadáver servisse de comida para as feras e para as serpentes. Essas maldições correspondiam à terceira modalidade de exclusão, a mais severa, chamada cherem ou anátema. Existe uma tradição talmúdica no sentido de que Jesus de Nazaré foi excluído com o toque de quatro trombetas. 7º) A ressurreição de Lázaro, Jo 11. 1-46. A) Poder sobre a Morte A prova da divindade de Cristo reside no fato dele não somente perdoar pecados, como neutralizar a ação e a conseqüência do mesmo. B) Muitos judeus creram que de fato, Jesus era o Messias, Jo 11.45 Nota: O impacto causado por este sinal foi tão grande que provocou uma reunião do Sinédrio, Jo 11.46,47 ANALISANDO OS SETE SERMÕES 1º) O Novo Nascimento, Jo 3. 1-21. A) Poder de recriar. B) Milagre necessário a todos os aderentes do Reino do Messias. 2º) Jesus declara ser o Messias, Jo 4. 4-42. A) Enquanto os judeus rejeitavam, os samaritanos creram ser Ele o Messias prometido. 3º) Jesus é a própria vida que vivifica, Jo 5. 19-47. A) Assim como Deus é auto-existente, concedeu a Jesus ter vida em si mesmo, isto é, a ter uma vida que gera e sustenta a si própria, (vida independente), Jo 5.26 4º) Jesus, o Pão da vida, Jo 6. 22-59. A) Como o Pão da vida, ele é o sustentador e preservador da vida. A vida não somente emana dele, como também só é possível por ele. 5º) Jesus, a Fonte da Água Viva, Jo 7. 37-44. A) A abundância é sugerida pelo contraste entre a pequena quantidade de água que era derramada no templo, e as correntes de água que fluíam da Rocha ferida no deserto. O vaso que os sacerdotes traziam continha apenas pouco mais de um litro de água, apanhada no tanque de Siloé. Essa água era derramada com uma taça de prata. Porém, em conformidade com a interpretação espiritual, anunciada pelo Senhor Jesus, a água não será levada ao templo, porque cada crente será um templo do Espírito Santo e uma fonte de vida; por semelhante modo, a água não fluiria em quantidades limitadas, em vasos de ouro ou de prata, mas serão como rios em catadupas, fluindo com poder e plenitude. 6º) Jesus, a Luz do Mundo, Jo 8. 12-30. A) Nas festas, os judeus iluminavam as noites com o castiçal de ouro, como um memorial da coluna de fogo , que guiava o povo de Israel à noite, quando habitavam em tendas no deserto, Jesus, pois, é a nova coluna de fogo, que veio iluminar os homens de todo o mundo, Jo 8.12. 7º) Jesus o Bom Pastor, Jo 10. 1-21. Alimenta Cuida Guia Protege Defende MINISTÉRIO PARTICULAR João 13-17 Jesus lava-lhes os pés, Jo 13.1-20 – Deu ocasião a isso a contenda que tiveram sobre quais deles exerceria as principais funções no reino. Era esse um dos problemas permanente deles, leia Lc 9.46- 48. A despeito das declarações reiteradas de Jesus, de que ia ser crucificado, Mc 9.30-32, o que eles de algum modo, até ao fim, tomaram como parábola, pareciam pensar que a entrada triunfal, cinco dias antes, pressagiava que chegara o tempo de Jesus desfechar um golpe e, por seu miraculoso poder, erigir em Jerusalém o trono de um império mundial. A preocupação deles era: Quem vai ser o que? Primeiro ministro, secretário de Estado, etc. Jesus teve por fim de se por sobre as mãos e os joelhos e lavar-lhes os pés, serviço de escravo, para gravar no espírito deles que os chamara para servir e não para dominar. Oh! Quanto a Igreja tem sofrido, através dos séculos, por causa de tantos dos seus dirigentes se terem consumidos pela paixão de grandeza! Organizações poderosas e elevadas funções têm sido criadas para satisfazer as ambições mundanas e egoísticas dos eclesiásticos. Grandes homens da Igreja, ao invés de humildemente servirem a Cristo, têm usado o nome de Cristo para servirem a si próprios, e infelizmente, não são poucos os que continuam fazendo assim. “O ato de lavar os pés dos discípulos, tinha como objetivo remover a poeira incrustada devido a longa viagem a pé; mas a lição espiritual que extraímos desse ato, é que os discípulos de Cristo necessitam remover a poeira da altivez espiritual, pois sem a verdadeira humildade, não há como desfrutar das revelações no lugar santo”. Jesus indica o traidor, Jo 13.21-30 – Tão astutamente Judas guardava seu segredo que nenhum dos discípulos suspeitava dele, Jo 13.22. Mesmo sabendo que Jesus sabia do seu intento, com um coração de aço prosseguiu no seu crime covarde. Jesus despede-se dos doze, Jo 13.31 a 17.26. Estes quatro capítulos contem as palavras mais afetuosas da Bíblia. As do capítulo 14 foram proferidas quando Jesus ainda estava no Cenáculo. As do capítulo 15, 16 e 17, a caminho do Cenáculo para o Getsêmane. Sabia que o fim chegara, afinal. Estava preparado para ele. Em vez de dizer “crucificação”, disse “glorificação”, Jo 13.31. Temia o sofrimento mas conservava o olhar no gozo depois do padecimento. Ficaram confusos ao declarar Jesus que ia deixá-los. Que queria dizer com isso? Já não lhes havia falado tantas vezes? Pensamos que o seu coração doía mais por eles do que em pensar no seu sofrimento. Pedro suspeitando que Jesus iria a uma arriscada missão, ofereceu-se para acompanhá-lo ao custo até da própria vida. Jesus lembrou a Pedro que este não sabia o que estava dizendo. CAPÍTULO 14 – A CASA DE MUITAS MORADAS O capítulo mais querido da Bíblia, que nos acompanha à medida que aproximamos do vale sombrio. As moradas estão preparadas, cabe à noiva aprontar-se; porquanto, a igreja precisa ser reunida, alimentada e aperfeiçoada para se adaptar às moradas de Deus. Ao partir prometeu enviar o Espírito Santo para adestrar, consolar e guiar os santos. 1 – O Cenáculo é o nome do lugar tradicional da última ceia, que se julga, fosse a casa de Maria, mãe de Marcos. Daí, lá pelas 8 ou 9 da noite, saiu Jesus para o Getsêmane, cerca de 1.600 metros distante. 2 – Getsêmane. Aí esteve em agonia durante de 2 a 4 horas. Depois, foi preso e levado à casa do sumo sacerdote que ficava para trás, nas vizinhanças do lugar onde comeu a última ceia. 3 – A casa do sumo sacerdote. Aí permaneceu Jesus da meia noite ao romper do dia. Foi, aí, condenado, escarnecido, cuspido, negado por Pedro e, já clareando o dia, sentenciado, oficialmente, e enviado a Pilatos. 4 – A sala de julgamento, de Pilatos, na Torre Antônia. Pilatos procurou evadir-se da responsabilidade e enviou Jesus a Herodes. 5 – O Palácio de Herodes. Aí foi escarnecido e devolvido a Pilatos. 6 – Outra vez, com Pilatos. Foi açoitado e sentenciado à crucifixão. CAPÍTULO 15,16,17 – A CAMINHO DO GETSÊMANE As idéias que aparecem repetidamente nestes preciosos capítulos são a respeito do amor recíproco dos discípulos, da guarda dos mandamentos de Cristo e da permanência dos discípulos em Cristo. Os discípulos devem esperar a vara de podar e perseguições. É necessário que Ele vá e o Espírito Santo tome seu lugar. A tristeza deles se mudará em gozo, e, na ausência de Cristo, maravilhosas respostas serão concedidas às orações deles. O bendito Mestre, descendo às profundezas de sua tristeza e dor, fazia o melhor que podia para confortar seus discípulos perplexos. LIÇÕES DA METÁFORA DA ÁRVORE Intimidade e disciplina, Jo 15.2-4 Dependência, Jo 15.5 Responsabilidade, Jo 15.8 Amizade condicional, Jo 15.14 Escolhidos para dar fruto permanente, Jo 15.16 FRUTO QUE FAZ A DIFERENÇA 1. Aparência é necessária, porém não é suficiente. a) Atraente b) Só aparência = Formalidade religiosa c) Qualidade d) Sabor agradável 2. O fruto precisaser nutritivo. 3. O fruto precisa ser reprodutivo. 4. O fruto precisa despertar desejo. O seu modo de viver tem despertado desejo nas pessoas que estão ao seu redor? CAPÍTULO 17 – A ORAÇÃO INTERCESSÓRIA Termina sua afetuosa despedida encomendando-os a Deus, orando por Si e por eles, quando então se afasta para sozinho, pisar o lagar. A lembrança de sua existência pré-humana e de sua glória, Jo 17.5, encorajou-o. Orou pelos seus, Jo 17.9, não pelo mundo. Viera salvar o mundo, mas seu interesse especial era por aqueles que criam nele. Traçou uma linha definida entre os que eram seus e os que não eram. Esta idéia percorre todos os escritos de João. CAPÍTULO 18.1-12 – JESUS É PRESO Era cerca de meia-noite. Soldados da guarnição romana, constituída de uma corte de soldados, uns 500 ou 600, comandados por um capitão, com emissários do sumo sacerdote, evidentemente pensando que iam a uma missão perigosa, foram guiados por Judas, Mc 14.10,11, ao lugar do retiro de Jesus. Quando irromperam da Porta Oriental e desciam pelo caminho de Cedrom, conduzindo lanternas, archotes e armas, eram visíveis desde o jardim onde Jesus estava. Ao se aproximarem, Jesus, por sua força invisível, fê-los cair ao solo, para que soubessem que não podiam prendê-lo contra a sua vontade. Para que não se enganassem na identificação de Jesus, Judas o indicou, beijando-o. LIÇÃO 5 O LIVRO DE ATOS DOS APÓSTOLOS Introdução Este é o livro da formação e a propagação da Igreja, pois narra a propagação da igreja desde Jerusalém até Roma. Dentro da geração dos apóstolos o Evangelho expandiu-se em todas as direções até alcançar cada nação do mundo então conhecido, Cl 1.23. O Novo Testamento, entretanto, limita-se à história dessa expansão na Palestina, na direção norte até Antioquia, e daí para o oeste, através da Ásia Menor e Grécia, até Roma, abrangendo a região que constituía a espinha dorsal do Império Romano. O livro é chamado Atos dos apóstolos, e poderia ser chamado de Atos do Espírito Santo. Trata principalmente dos atos de Pedro e de Paulo, mais deste último. Paulo foi o apóstolo dos gentios, isto é, das nações não judaicas. Um dos assuntos principais do livro, se não mesmo o principal, em sua relação com o esquema geral dos livros da Bíblia, é a extensão do Evangelho aos gentios. O Antigo Testamento é a história das relações de Deus, desde os tempos antigos, com a nação judaica, as quais tiveram o propósito de, por meio desta nação, abençoar todas as outras. Neste livro de Atos começa, afinal, entre as nações essa grande e maravilhosa obra. É aqui que a família de Deus deixa de ser uma questão de interesse nacional para ser de interesse internacional, e torna-se uma instituição mundial. AUTORIA DE ATOS Diferentemente das Epístolas de Paulo, o livro de Atos dos Apóstolos não menciona seu autor. O emprego do pronome pessoal “Eu”, na frase inicial, é evidência de que os seus primeiros destinatários sabiam de quem partia o livro. Desde o princípio este livro, bem como o terceiro Evangelho, têm sido reconhecidos, sem questão, como sendo da autoria de Lucas. Sobre o autor pouco se sabe. O seu nome é mencionado somente três vezes no Novo Testamento. Em Cl 4.14 Paulo o chama de “médico amado”, e é classificado entre os gentios, Cl 4.11. Os outros dois lugares são Fm 24 e II Tm 4.11. É o único escritor da Bíblia que foi gentio. Eusébio diz que ele era natural de Antioquia, contudo Ramsey, um dos maiores eruditos paulinos modernos, pensa que era de Filipos. Homem de cultura e erudição científica, versado nos clássicos hebraicos e gregos. É posível que tivesse estudado na Universidade de Atenas. Juntou-se a Paulo em Trôade, At 16.10, onde emprega o pronome “nós”. Ficou em Filipos até à volta deste apóstolo, seis ou sete anos depois, At 16.40 (“dirigiram-se”), quando tornou a se juntar a ele, At 20.6 (“navegamos”) e com ele ficou até o fim. Sendo médico, foi útil a Paulo de um modo especial. DATA DO LIVRO Cerca de 63 d.C., ao fim de dois anos da prisão de Paulo em Roma, At 28.30. Parece incrível que o autor deixasse de mencionar o resultado do julgamento de Paulo, se é que se realizou. Alguns pensam que possivelmente uma das finalidades imediatas que Lucas desejava para o livro era a de ser lido como sumário de argumento no julgamento do Apóstolo. Alguns críticos modernos atribuem uma data superior à redação dos Atos, mormente sobre o fundamento de que foi escrito depois do Evangelho de Lucas, e este Evangelho, dizem eles, deve ter sido escrito depois da queda de Jerusalém, 70 d.C., porque as palavras de Lc 21.20-24 não poderiam ter sido escritas antes dessa queda. Esse raciocínio não tem valor para os crentes por duas razões: Primeiro, não nos dispomos a crer que Lucas, quarenta anos depois da morte de Jesus, atribuísse a este palavras que ele não proferiu; e segundo, não temos a menor dificuldade em crer que Jesus pudesse predizer o futuro. TEMA O Evangelho, Lucas fala do que Jesus começou a fazer, o de Atos, fala do que Jesus continua a fazer mediante a operação e direção do Espírito Santo, através de homens e mulheres consagrados. O tema central de Atos é Cristo, e este ressuscitado, o qual assiste aos seus seguidores para que cumpram a missão de levarem a todo o mundo, a mensagem da cruz e do túmulo vazio. RESUMO TEOLÓGICO E GEOGRÁFICO DO LIVRO “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas ... Atos 1.8a” Não temos dúvida de que Igreja apostólica entendeu o que significa receber poder. Mas, e a igreja hodierna? Será que tem entendido? Será que todos sobre os quais o Espírito Santo desceu, têm atuado com este poder? Analisemos. Bênçãos Bênçãos Línguas O termômetro espiritual mostra que não são poucos os que não ultrapassaram das bênçãos. Outros se satisfizeram com as evidências do batismo com o Espírito Santo. Bênçãos Línguas Profecias PODER ? Há os que receberam os dons do Espírito, contudo, na maioria das vezes, não experimentaram os dons de poder. Somente tomando posse do poder prometido, a igreja será capaz de ser testemunha eficaz do Senhor Bênçãos Línguas Profecias 1- Poder do Espírito 2 – Procuração 3 – Bomba Atômica Espiritual JERUSALÉM PROPÓSITO 1º) Revelar o avanço do Evangelho além das fronteiras do judaísmo para o mundo gentílico. 2º) Revelar a missão do Espírito Santo na vida e no papel da Igreja. A provisão divina para a proclamação do Evangelho. VISÃO PANORÂMICA JERUSALÉM ANTIOQUIA MUNDO GENTIO Pedro Paulo Pentecostes O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO No dia de Pentecostes ocorreu um dos maiores eventos da Igreja Cristã. Aos cento e vinte, homens e mulheres, que estavam no Cenáculo, veio uma experiência que resultou em completa mudança de suas vidas. Não eram mais aqueles de outrora. Aquele João que desejava um lugar ao lado do trono de Cristo, aquele Pedro que o negara perante uma serva do sumo sacerdote, agora estavam dominados pelos melhores sentimentos de altruísmo e abnegação. O Espírito Santo é que transformou radicalmente a vida daqueles crentes. A esta experiência que tem sido vivida por milhões de servos de Deus durante os séculos do cristianismo, chamamos de batismo com Espírito Santo. O evento do batismo com o Espírito Santo não surpreendeu, nem trouxe confusão aos estudantes das Escrituras do Antigo Testamento, pois o batismo com o Espírito Santo era uma bênção já prometida, relacionada com o plano divino da salvação em Cristo, e foi predita conforme as afirmativas bíblicas, a seguir: Através do rei Salomão, no ano 1000 a.C., Pv 1.23. Através do profeta Joel, no ano 800 a.C., Jl 2.28-32. Através do profeta Isaías, no ano 700 a.C., Is 44.3. Através do profeta Zacarias, no ano 487 a.C., Zc 12.10. Através do profeta João Batista, no ano 27 a.D., Mt 3.11. Através do
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