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Desenvolvimento na infância Prof.ª Crismarie Hackenberg Descrição Definição e conceituação teórica dos fundamentos do desenvolvimento infantil, e das transformações físicas, cognitivas, emocionais e psicossociais envolvidas, com segmentação nos três períodos da infância e suas faixas etárias respectivas. Propósito O conhecimento sobre as teorias de desenvolvimento humano envolvidas no estudo da fase da infância amplia a visão do psicólogo em sua prática profissional clínica e institucional, tornando mais eficaz sua prática e pesquisa com profundidade. Objetivos Módulo 1 Desenvolvimento físico Reconhecer os conceitos teóricos e os aspectos do crescimento e do desenvolvimento físico, bem como as Módulo 2 Desenvolvimento cognitivo Identificar os pensadores do desenvolvimento infantil e os fundamentos do desenvolvimento cognitivo na primeira, segunda e terceira infâncias. diferenças e similaridades da primeira, segunda e terceira infâncias. Módulo 3 Marcos de desenvolvimento Reconhecer os marcos de desenvolvimento da infância e as características dos marcos motores, sociais e emocionais. Introdução O campo do desenvolvimento humano é constituído por estudos científicos de avaliação sobre as mudanças nas pessoas, bem como a observação das características que permanecem relativamente estáveis durante toda a vida. Desde que os seres humanos existem, o interesse pelo desenvolvimento humano tem ocorrido. Contudo, o seu estudo científico formal é relativamente novo. Desde o início do século XIX, diversas tendências e especialidades acadêmicas, tanto da saúde como da educação, preparam o caminho para o estudo científico do desenvolvimento infantil. Platão, na Grécia Antiga, já mencionava os ciclos de 7 em 7 anos no desenvolvimento humano, mas foi no século XX que as mudanças puderam ser organizadas e estabelecidas em mudanças e marcos relacionados mais especificamente com o avanço da idade. Sobre a visão do ciclo da vida, Papalia, Olds e Feldman (2006) descrevem o ciclo vital em oito períodos: pré-natal; primeira infância; segunda infância; terceira infância; adolescência; jovem adulto; meia- idade; e terceira idade. De outra forma, muitos autores propuseram utilizar divisões um pouco diferentes, pensando as etapas do ciclo em forma de marcos etários distintos. O enfoque deste conteúdo será a abordagem da infância, especificamente da primeira, segunda e terceira infâncias, com a divisão etária proposta por Papalia, Olds e Feldman (2006). Essas fases serão explicadas e relacionadas dentro de três temas centrais: o desenvolvimento físico, o desenvolvimento cognitivo e a apresentação dos marcos de desenvolvimento na infância. Nosso olhar também abordará algumas considerações sobre o desenvolvimento dos repertórios emocional e social. 1 - Desenvolvimento físico Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os conceitos teóricos e os aspectos do crescimento e do desenvolvimento físico, bem como as diferenças e similaridades da primeira, segunda e terceira infâncias. Conceito de infância O conceito da infância como um período especial de desenvolvimento, em que o indivíduo deverá ser protegido, cuidado e supervisionado é um evento bastante recente quando consideramos a história da ciência. Se pensarmos historicamente, até o século XVII, predominava um conceito de que a criança era um adulto em miniatura. Dessa forma, acreditava-se que tanto os sentimentos quanto o raciocínio, até mesmo as ações infantis, possuíam a mesma semelhança dos elementos básicos dos adultos. A ideia de uma criança ser um adulto em miniatura se refletiu na arte. Se olharmos as pinturas medievais, encontraremos crianças retratadas com as proporções corporais dos adultos (CARVALHO, 2015). Toda essa concepção influenciou profundamente o tratamento que a sociedade dispensou ao longo da civilização para crianças. Sabemos, por registros históricos, que as crianças recebiam cuidados especiais até os sete anos de idade. Depois dessa fase, um novo ciclo começava e elas ingressavam na comunidade dos adultos e participavam das mesmas atividades que eles. Existia uma diferença de classes sociais, e a vida das crianças também era impactada dependendo do nível social. Em classes menos privilegiadas, as crianças trabalhavam no campo, vendiam produtos nos mercados e irremediavelmente aprendiam um ofício. Elas não recebiam nenhum tratamento especial e, muito pelo contrário, eram alvo de todo tipo de atrocidade por parte dos adultos. Nos ambientes de famílias mais abastadas, também se fazia pouca distinção entre a infância e a idade adulta. A escolarização era mais comum nesse ambiente social, e as crianças começavam a estudar aos quatro ou cinco anos de idade. O ensino era quase sempre enciclopédico, e nessas tarefas de leituras acadêmicas eram desenvolvidas as faculdades mentais de atenção, memória e abstração. As classes escolares eram compostas por indivíduos de todas as idades, e ninguém se espantava ao encontrar meninos de sete anos ao lado de jovens de dezoito recitando juntos uma lição. Gradativamente, o conceito de infância foi mudando a partir do século XVII. A educação familiar passou a separar as crianças dos assuntos dos adultos, e a presença delas em festas coletivas e populares passou a ser considerada como maléfica à formação do caráter e da moral. O ensino passou a ser oferecido de forma graduada, ou seja, com a formação das classes com crianças da mesma idade. Também vamos encontrar o surgimento de alguns pensadores que defenderão a ideia de que a mente da criança era diferente da mente do adulto (CARVALHO, 2015). Contudo, temos que destacar que todas essas mudanças foram exclusivamente encontradas em classes de aristocratas e de burgueses. Até o século XIX, a classe baixa continuou mantendo a visão secular da infância, intel core i5 Realce intel core i5 Sublinhado fazendo pouca distinção entre crianças e adultos. Nas classes sociais mais baixas, as crianças eram colocadas pelos pais para aprender um ofício ou trabalhar no campo aos sete ou oito anos. Nesse período da “infância roubada”, as crianças se submetiam às mesmas faltas legais que os mais velhos e ainda se casavam no início da adolescência. Sobre esse período, muitas crianças não sobreviveram à infância, e foi necessária uma transformação ocasionada pela burguesia com seu crescimento e poder para promover as mudanças reais no tratamento que a sociedade dispensava a esse ciclo da vida. Ainda podemos destacar a influência social e cultural na infância. Todos nós sabemos que nascemos incompletos e, quando cresceremos, somos seres intrinsecamente biológicos nos primeiros anos. Teremos uma grande influência da forma com que seremos criados: nossa língua, nossos hábitos, os valores e os costumes serão norteadores de nossas individualidades junto das intel core i5 Realce intel core i5 Realce intel core i5 Realce intel core i5 Sublinhado intel core i5 Realce intel core i5 Realce identidades biológicas. Assim, a infância será muito impactada pelo indivíduo, seu meio, sua família, incluindo sua nacionalidade. É importante esclarecermos que a Psicologia, a Medicina e o avanço das neurociências promoveram uma grande revolução na compreensão do desenvolvimento. Assim, com um avanço histórico exponencial, hoje podemos organizar o conhecimento sobre o desenvolvimento das crianças e estudá-las agrupando suas características e manifestações, olhando com interesse para o que há de igual nas etapas da infância (AMARAL, 2007). Conceito de crescimento e desenvolvimento Segundo Amaral (2007), os termos “crescimento” e “desenvolvimento” foram considerados, durante muito tempo, como dois conceitos separados. O termo “crescimento”, até hoje, abarca os aspectos físicos, e o termo “desenvolvimento” diz respeito aos aspectos mentais. Essa separação era mais uma intel core i5 Realce intel core i5 Sublinhado intel core i5 Sublinhado intel core i5Realce demonstração do pensamento dicotômico que divide mente e corpo, uma ideia herdada de Descartes, pensador da era iluminista. Atualmente, os pensadores e cientistas tendem a considerar os aspectos do crescimento como parte do desenvolvimento, que abrangeria o crescimento orgânico e o desenvolvimento mental. O crescimento orgânico é um processo dinâmico que normalmente é expresso pelo aumento do tamanho corporal, que é uma forma mais visível. O potencial genético de crescimento poderá ser alcançado ou não, mas existe em todo ser humano. Entretanto, esse potencial dependerá das condições de vida às quais um indivíduo esteja exposto desde a sua concepção até a sua idade adulta. Dessa forma, o processo de crescimento será muito influenciado por dois fatores, veja a seguir: Fatores intrínsecos Fatores extrínsecos intel core i5 Realce intel core i5 Realce Ocorrem nos processos genéticos. Ocorrem nos processos ambientais. Nos extrínsecos, ainda destacam-se alguns fatores relevantes, como a saúde, a alimentação, a habitação, a higiene e os cuidados gerais com a criança, que suportam a curva de crescimento esperada na infância. Sobre a janela de oportunidade biológica na infância, o tema do desenvolvimento humano, no campo da Psicologia, tem tratado de formas diferentes a definição etária do ciclo da vida. Originalmente, pensava- se em duas fases na infância, uma primeira fase de 0 a 6 anos e outra de 6 a 11 anos ou de 7 aos 12 anos. Entretanto, com os avanços das neurociências e a observação da intensidade de crescimento e desenvolvimento dos primeiros anos de vida, muitos autores preferiram dividir a primeira infância em dois momentos: uma primeira infância (de 0 a 2/3 anos) e uma segunda infância (de 2/3 anos até 6 anos). Os primeiros anos ainda divergem entre autores, pois podemos encontrar na literatura de 0 até 2 anos e de 0 até 3 anos, mas a grande mudança estabelecida, segundo Amaral (2007), foi a conceituação de uma terceira infância, que ocorre dos 6 aos 11 anos, aproximadamente. Assim, com a divisão das três infâncias, a janela de oportunidade de crescimento e desenvolvimento pôde ser mais detalhada, e destacar a importância dos primeiros anos de vida no crescimento e desenvolvimento das crianças. Veja a imagem de novas sinapses e a janela de oportunidade: Importância dos primeiros anos de vida no desenvolvimento infantil. Optamos pelo entendimento da terminologia da primeira, segunda e terceira infância mencionada por Papalia, Olds e Feldman (2006), referência de leitura acadêmica na formação da Psicologia e Educação, em diversas universidades do Brasil e do mundo. Primeira infância Existem algumas divergências entre os autores sobre as faixas etárias do desenvolvimento da infância. Sobre a visão do ciclo da vida, Papalia, Olds e Feldman (2006) descrevem o ciclo vital em oito períodos. Vamos conferi-los! Pré-natal Da concepção ao nascimento. Primeira infância Do nascimento aos 3 anos de idade. Segunda infância De 3 a 6 anos. Terceira infância De 6 a 11 anos. Adolescência De 11 a 18 anos. Jovem adulto De 19 a 40 anos. Meia-idade De 41 a 65 anos. Terceira idade De 66 anos em diante A primeira infância está relacionada à fase de crescimento dos 0 aos 3 anos, período importante no qual ocorre o desenvolvimento das estruturas e circuitos cerebrais, em que também acontece a aquisição de capacidades fundamentais que permitirão o aprimoramento de habilidades futuras mais complexas e avançadas. Crianças que se desenvolvem integralmente e de forma saudável durante os primeiros anos de vida têm maior facilidade de se adaptarem a diferentes ambientes. De acordo com Papalia, Olds e Feldman (2006), as crianças normalmente crescem mais rapidamente durante o período dos três primeiros anos de vida, especialmente mais durante os primeiros meses do que em qualquer outro período da vida. De 66 anos em diante. intel core i5 Realce intel core i5 Realce intel core i5 Realce intel core i5 Sublinhado Durante o primeiro ano de vida, a altura aumenta em cerca de 25cm a 30cm fazendo com que um bebê de 1 ano de idade tenha cerca de 76cm de altura. Ele cresce cerca de 12,5cm durante o segundo ano e de 7,5cm a 10cm durante o terceiro ano. À medida que o bebê cresce, os aspectos do formato do corpo e as proporções também mudam. Normalmente, temos a impressão de que um bebê de 1 ano é gorducho e barrigudo comparado com uma criança de 3 anos, que achamos que é delgada. Depois desse período, ocorre um longo período (dos três aos onze anos, aproximadamente), em que o crescimento será um pouco mais lento, embora regular, segundo Carvalho (2015). Outro fator observado é que, de maneira geral, os meninos quando nascem são um pouco maiores do que as meninas se avaliarmos todas as dimensões corporais. Sobre o tipo corporal, os genes herdados por um bebê exercem forte influência e ajudam a determinar se uma criança será baixa ou alta, atarracada ou magra, ou um meio termo entre os dois. Essa influência genética interage em razão das intel core i5 Realce influências ambientais, como a nutrição e o meio ambiente. Um exemplo interessante é avaliarmos como as crianças norte-americanas são mais altas e mais pesadas do que crianças de mesma idade no Japão, provavelmente em função de diferenças alimentares (PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006). Sobre a dentição, geralmente, ela começa quando os bebês costumam pegar quase tudo que veem para pôr na boca, isso ocorre em torno dos 3 ou 4 meses. O primeiro dente aparece entre o quinto e o nono mês de vida. No primeiro ano, a criança já tem de 6 a 8 dentes e aos dois anos e meio já tem 20 dentes. Finalmente, uma característica dessa fase, segundo Carvalho (2015), é a aquisição da fala. Por volta dos dezoito meses, quando a criança começa a falar, ela usa as palavras em uma sequência adequada e segue uma regra gramatical. Quando o bebê de dezoito meses sente sede, ele dirá: “qué aca”, não “aca qué”. Existem teorias diferentes sobre a aquisição da linguagem, mas, até o momento, não há nada definido sobre essa competência produzida com a natureza dos mecanismos. No entanto, já sabemos que fatores biológicos e ambientais influenciam a aquisição e o desenvolvimento da linguagem. Segunda infância De acordo com Carvalho (2015), em torno dos 3 anos, uma mudança começa a ocorrer na silhueta das crianças, quando se destaca a aparência delgada e atlética da infância. O tronco, os braços e as pernas tornam-se mais compridos, e a cabeça, que ainda é relativamente grande, vai se harmonizando com as outras partes do corpo que continuam aumentando. Tanto meninas como meninos podem alcançar no crescimento cerca de 5cm a 13cm por ano durante a segunda infância e ainda adquirem de 1,8kg a 2,7kg ao ano. Existe uma pequena vantagem em altura e peso dos meninos, que continuará até o surto de crescimento da puberdade. Essas mudanças na aparência refletem um desenvolvimento paralelo no interior do corpo das crianças. O desenvolvimento muscular e esquelético vai continuar nessa fase, tornando as crianças mais fortes. As cartilagens transformam-se em ossos em uma velocidade mais acelerada do que antes, e os ossos podem se tornar mais duros, dando à criança uma forma mais firme, com mais composição muscular e que protegerá os órgãos internos. Essas mudanças são impactadas pelo amadurecimento do sistema nervoso, que promove o desenvolvimento de uma ampla gama de habilidades motoras. Entre os 3 e 6 anos, as também crianças conquistam grandes avanços nas habilidades motoras gerais. Um exemplo é que elas conseguem correr e pular, o que envolve grandes músculos. Os ossos e músculos são mais fortes, e sua capacidade aeróbica e respiratória é maior, tornando bem mais fácil realizar a vontade de correr, saltar e escalar maiores distâncias. A cada ano de vida, a criança ficará mais rápida e com uma capacidade melhor nessas atividades. As crianças com menos de 6 anosde idade, segundo Papalia, Olds e Feldman (2006), raramente estão com suas capacidades motoras preparadas para participar de qualquer esporte organizado. Somente 20% de crianças de 4 anos conseguem arremessar bem uma bola. Nessa etapa, o desenvolvimento físico floresce melhor com as brincadeiras ativas e não estruturadas, os jogos do “faz de conta”. As crianças, durante o período pré-escolar, conseguem fazer progressos significativos com suas habilidades motoras. À medida que se desenvolvem fisicamente, conseguem coordenar sua vontade com a capacidade de fazer, por exemplo: Andar de triciclo. Utilizar uma tesoura. Essas são conquistas dessa etapa por causa do desenvolvimento dos músculos maiores. Uma característica dessa etapa é a preferência no uso das mãos. Isso quer dizer que crianças entre 3 e 6 anos preferem usar a mão direita ou esquerda, o que geralmente se evidencia aos 3 anos. A preferência pelo uso das mãos nem sempre é definida e nem todo mundo prefere uma das mãos para todas as tarefas. Os meninos são mais propensos a serem canhotos do que as meninas. O mundo da criança dessa fase é baseado em um mundo mágico, e os jogos terão muita relevância no desenvolvimento. O jogo do “faz-de-conta” vai ser fundamental, pois vai dominar todas as suas atividades. Por meio das atividades lúdicas, a criança aprende a reconhecer algumas das diferenças corporais que existem entre meninas e meninos, tendo oportunidade de começar a usar as palavras e ainda reconhecer e descrever seus sentimentos. Terá ainda, a chance de competir com outras crianças e poderá demonstrar a força de suas aptidões e habilidades. O jogo do “faz-de-conta”, muito conhecido de todos nós, também ajudará a dar vazão aos seus desejos, temores, esperanças e impulsos agressivos. Nas suas brincadeiras com as outras crianças, é a fantasia que lhe ensinará os papéis sociais. A aquisição da linguagem, segundo Carvalho (2015), desde a fala com maior repertório de palavras e o início da leitura, será uma etapa importante dessa fase, pois é uma característica importante dos seres humanos. Quando a criança começa a adquirir a linguagem, ela entra em um mundo completamente novo de coisas a aprender e compreender, tornando-se capaz de liderar e já usando suas experiências e o meio ambiente de várias novas maneiras. Terceira infância As crianças, ao se aproximarem dos seis ou sete anos de idade, apresentam modificações consideráveis no seu comportamento, na linguagem e na forma como realizam suas interações com seus amigos, mostrando um avanço cognitivo na qualidade de raciocínio. Existe uma tendência ao egocentrismo nas crianças nessa fase. Observamos a diminuição da fantasia e uma forma de se relacionar com a realidade física e social mais objetiva. A partir dos 6 anos, de forma gradual, o pensamento vai se tornando mais objetivo e com uma visão menos centralizada, assim a criança consegue operar com as informações do ambiente. A criança de idade pré-escolar pode saber ir sozinha à escola e à casa de um amigo, mas não consegue dizer qual dos dois lugares fica mais perto de casa ou dizer qual é o caminho mais longo. Segundo Carvalho (2015), isso acontece porque ela ainda não tem o conceito de distância. De acordo com Carvalho (2015), nesse período, compreendido dos 6 aos 11 anos, além do conceito de distância, serão aprendidos também os conceitos de tempo (aquele que marca as horas e aquele que nos coloca no mundo de um ser histórico), de classes, de relações e de número. A família continuará a desempenhar um papel importante na vida da criança na terceira infância, mas a escola surgirá como um elemento relevante para o seu desenvolvimento. Ao entrar na escola, ela poderá sentir receio quanto à sua habilidade para enfrentar novos desafios. Contudo, esse temor geralmente será superado pelo fato de que ir à escola será um marco de maturidade e uma fonte de orgulho para a criança. Nesse mesmo período, a criança terá uma maior receptividade à amizade de outras crianças, bem como ao conhecimento das coisas do seu mundo imediato. Se compararmos com o ritmo acelerado da segunda infância, realmente o crescimento medido em peso e em altura, durante a fase da terceira infância, é consideravelmente mais lento. Muitas mudanças não são óbvias, mas produzem uma surpreendente diferença entre crianças de 6 anos, que ainda são crianças pequenas, e crianças de 11 anos, muitas das quais já começam a parecer adultas. Segundo Papalia, Olds e Feldman (2006), em média, as crianças em idade escolar crescem cerca de 2,5cm a 7,6cm a cada ano e ganham 2,2kg a 3,6kg ou mais, quase alcançando o dobro do seu peso corporal. Nesse mesmo período, com quase 11 anos, as meninas podem iniciar um surto de crescimento, ganhando cerca de 4,5kg por ano. Na maioria das vezes, elas estarão mais altas e um pouco mais pesadas que os meninos de sua turma na escola, continuando assim até aproximadamente os 12 ou 13 anos. Os rapazes, depois dessa fase, iniciam seu surto de crescimento e superam as moças. As moças reterão um pouco mais de tecido gorduroso que os rapazes, sendo que essa característica persistirá durante a idade adulta. Durante a terceira infância, as crianças continuam aperfeiçoando as habilidades motoras. Nesse período, elas continuam tornando-se mais fortes, mais rápidas e mais bem coordenadas e se realizam com muito prazer ao testar seus corpos e adquirir novas habilidades. As brincadeiras ficam mais impetuosas e podemos ver garotos em idade escolar um sobre o outro, e poderemos ter dificuldade para saber se eles estão brigando ou brincando, não fosse pela expressão de seus rostos. Os recreios costumam ter brincadeiras nas primeiras séries da escola que basicamente consistem em jogos impetuosos, como um modo vigoroso de brincar que envolve rolar no chão, lutar, chutar, agarrar-se e, às vezes, perseguir, em geral acompanhado de risos e gritos. Esse modo de brincar atinge o auge na terceira infância. Segundo Papalia, Olds e Feldman (2006), os meninos brincam mais dessa forma do que as meninas em diversas culturas ao redor do mundo, e esse fato é geralmente atribuído a um misto de diferenças hormonais e à socialização. Existem poucas diferenças se compararmos as habilidades motoras de meninos e meninas na terceira infância, e elas se tornam maiores à medida que as crianças se aproximam da puberdade (CARVALHO, 2015). O desenvolvimento físico nas fases da infância Confira agora o desenvolvimento físico nas fases da infância, destacando as diferenças e similaridades em cada fase. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Considerando a proposta do ciclo da vida de Papalia, Olds e Feldman (2006), marque a única resposta certa: I. o ciclo vital é dividido em oito períodos abarcando períodos que seguem desde o pré-natal (da concepção ao nascimento) até a terceira idade. II. A fase adulta apresenta 3 fases: jovem adulto (de 19 a 40 anos); meia-idade (de 41 a 65 anos) e terceira idade (de 66 anos em diante). III. A infância será dividida em duas fases: primeira infância (de 0 a 6 anos) e segunda infância (de 6 a 11 anos). Marque a única resposta correta: A I e II estão corretas. B Apenas a I está correta. C Apenas a III está correta. Parabéns! A alternativa A está correta. As afirmativas I e II estão corretas. O ciclo vital é dividido em 8 períodos, abarcando períodos que seguem desde o pré- natal (da concepção ao nascimento) até a terceira idade, e a fase adulta apresenta 3 fases: jovem adulto (de 19 a 40 anos); meia-idade (de 41 a 65 anos) e terceira idade (de 66 anos em diante). Contudo, a infância será dividida em três fases: primeira, segunda e terceira infâncias. Os cientistas do desenvolvimento acreditam que certas necessidades básicas de desenvolvimento devem ser observadas separadamente e em etapas mais bem definidas na primeira infância separando dois ciclos (0 a 3 anos e 3 a 6 anos), respeitando a curva decrescimento e desenvolvimento cognitivo com a janela de oportunidade, considerando os indícios do desenvolvimento infantil. D I e III estão corretas. E II e III estão corretas. Questão 2 Historicamente, sobre a concepção da infância, é correto afirmar que: I. Existia, antes do século XVII, uma diferença na concepção da infância muito impactada conforme as classes sociais às quais as crianças pertenciam. II. Antes do século XVII, as famílias ricas e mais abastadas já separavam as crianças dos hábitos dos adultos, sendo que os estudos escolares já eram organizados por turmas de idades semelhantes. III. A partir do século XVII, o conceito de infância foi se modificando, e a educação familiar passou a separar as crianças dos assuntos dos adultos, que ficavam preocupados com a formação do caráter e da moral na infância. Marque a resposta correta. Parabéns! A alternativa B está correta. As afirmativas I e III estão corretas. Existia, antes do século XVII, uma diferença na concepção da infância que seria A I e II estão corretas. B I e III estão corretas. C Apenas a I está correta. D Apenas a III está correta. E II e III estão corretas. muito impactada conforme as classes sociais às quais as crianças pertenciam. Nas classes menos abastadas, as crianças trabalhavam ou aprendiam um ofício. A partir do século XVII, o conceito de infância foi se modificando e a educação familiar passou a separar as crianças dos assuntos dos adultos, que ficavam preocupados com a formação do caráter e da moral na infância. A alternativa III está incorreta. Antes do século XVII, a educação das crianças de famílias ricas fazia pouca distinção entre a infância e a idade adulta. O ensino era baseado nas leituras de enciclopédias, argumentação e as classes escolares eram compostas por indivíduos de todas as idades. Isso só foi modificado a partir do século XVII, com o surgimento de alguns pensadores que defenderão a ideia de que a mente da criança é diferente da mente do adulto, pressuposto que referenciou os estudos do desenvolvimento humano e os estágios evolutivos. 2 - Desenvolvimento cognitivo Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os pensadores do desenvolvimento infantil e os fundamentos do desenvolvimento cognitivo na primeira, segunda e terceira infâncias. Pensadores sobre o desenvolvimento infantil Fröbel O modelo mecanicista-ambientalista pode representar a criança e todos os seus fenômenos e defende que o desenvolvimento infantil seria o resultado de uma programação biológica, de um manejo das forças externas do ambiente que condicionariam o ser humano em um comportamento modelado. O modelo organicista não considera a criança como uma máquina, mas sim como um “ser vivo”, ou seja, um organismo biológico, no qual a herança genética e a maturação do organismo comandam o processo de desenvolvimento. O conhecido pedagogo alemão que tinha fortes traços religiosos, Friedrich Fröbel (1782-1852), mais conhecido como o criador da ideia do “jardim de infância”, é um exemplo dessa forma de pensamento. Friedrich Wilhelm August Fröbel. Fröbel propunha que todas as crianças fossem educadas com atividades que respeitassem as suas naturezas. Para Fröbel, somente dessa forma seria possível o desenvolvimento de suas potencialidades, respeitando-se a sua condição de ser uma obra divina, um filho ou filha de Deus. Para ele, como Deus está presente na natureza, as crianças sempre seriam boas por natureza por serem obras divinas (AMARAL, 2007). Vygotsky Muitos estudiosos ainda mantêm a crença de que o desenvolvimento humano depende das potencialidades individuais inatas e de que a inteligência e os talentos são “dons” do próprio cérebro, determinados biologicamente e estimulados pelo ambiente. Em contraposição a esse modelo mecanicista e organicista, encontramos o modelo histórico-cultural, proposto por Vygotsky, que se fundamenta na compreensão de uma relação dialética entre o biológico e o social. Lev Vygotsky. Para Vygotsky, a criança não pode ser representada como uma máquina nem por um organismo vivo, mas como um ser que se constitui nas relações sociais. Esse pensador parte de um pressuposto de que o homem não é um ser passivo e inerte. Assim, a criança age sobre o mundo por meio das relações sociais e nelas é que serão buscadas as origens das formas superiores dos comportamentos Para Vygotsky, desde o seu nascimento, a criança estará em interação com os adultos que, por sua vez, buscarão incorporá-las às suas culturas. À medida que as crianças crescem, esses processos passam a ser internalizados, por meio de uma interiorização. Isso será fruto das relações com a cultura e com a história, dessa forma a natureza social das pessoas torna-se também sua natureza psicológica. Piaget Outro teórico fundamental do desenvolvimento infantil foi Jean Piaget, por seus estudos sobre razão e emoção. O grande trabalho de Piaget foi conseguir estabelecer as etapas do desenvolvimento a partir do aparecimento de novas qualidades do pensamento. Jean Piaget. Piaget definiu quatro períodos básicos visíveis na evolução do desenvolvimento infantil. Sobre esses períodos, podemos citar alguns aspectos (AMARAL, 2007), confira: Período de aperfeiçoamento contínuo que se inicia com uma vida mental aplicada aos reflexos e aos instintos. Aos poucos, a criança vai adquirindo autonomia motora e sensitiva. Ao final dos 2 anos, a criança já se locomove, reconhece os rostos das pessoas, demonstra afetos e esboça as primeiras palavras. Período marcado pelo aparecimento da linguagem, que acelerará a comunicação e o surgimento do pensamento. A criança transforma a realidade em função de suas fantasias e desejos. No final deste período, inicia-se a famosa fase dos “porquês”. Neste Período sensório-motor (do nascimento até os 2 anos de idade) Período pré-operatório (dos 2 aos 7 anos) momento, o pensamento começa a se adaptar ao real e a criança precisa de explicações. Período em que aparece a capacidade de executar operações ou tarefas. Essas operações são possíveis quando relacionadas a objetos concretos e reais, ainda não há a capacidade de abstração. Período em que as crianças devem estar vivendo a passagem do pensamento concreto para o pensamento abstrato. Dessa forma, desenvolve-se a capacidade de generalização própria do pensamento adulto. Os Período das operações concretas (dos 7 aos 11 anos) Período das operações formais (dos 11 anos ou mais, até cerca de 19 anos) meninos e as meninas já serão capazes de lidar com conceitos como justiça e liberdade. Primeira infância Ao nascer, o bebê parece um pouco desamparado. Em contato com o mundo por meio da sucção, visão, audição e preensão, o recém-nascido exerce sua capacidade de pegar objetos, e já começa a agarrar todos que os adultos colocam em suas mãos. Os bebês podem levantar ligeiramente a cabeça para alcançar o seio, e param de chorar quando a mãe ou outras pessoas os acariciam. A criança, ao final do quarto mês de vida, já possui uma boa série de comportamentos adquiridos. O universo da criança, segundo Carvalho (2015), é composto pelo espaço bucal, espaço tátil, espaço visual e espaço auditivo. Aos poucos, a criança começa a demonstrar um interesse sistemático pelas consequências de seus atos. Assim, a criança pode começar a fazer ações como as seguintes: Jogar um objeto para agarrá-lo em seguida. Balançar o berço para agitar as coisas amarradas às grades. Agitar o chocalho para produzir seu som característico. Tudo isso corresponde ainda com um olhar do bebê hipnotizado com seus próprios movimentos de suas mãos ou dos pés. Essa intencionalidade das ações demonstra que a criança começa a estabelecer relações causais entre suas ações e os eventos do meio ambiente. A seguir, veremos algumas caracteristicas marcantes da criança até seus 2 anos. 9 meses Quando a criança faz 9 meses, de forma gradual, seu desempenho mostra uma consolidação da noção do objeto permanente(categorias piagetianas) e de espaço contínuo. A criança vai se tornar capaz de reconstruir as causas a partir de um efeito percebido e vice-versa. Por exemplo, quando ouve o barulho da chave na porta, ela demonstra a expectativa da chegada de alguém (CARVALHO, 2015) Por volta dos 18 meses, a criança começa a mostrar algum ressentimento quando alguma coisa que ela deseja lhe é tomada. Por volta dos 18 meses Por volta dos 2 anos Por volta dos 2 anos, a criança já estará apta a falar e, como um ser social, poderá se envolver nos mais diferentes tipos de atividades grupais. Ao descobrir que é capaz de realizar uma coisa nova, a criança logo emprega sua habilidade recém-adquirida (CARVALHO, 2015). Segunda infância e cognição Durante a idade pré-escolar, há uma expansão da curiosidade intelectual. Nessa fase, ocorre o aparecimento da função simbólica, a linguagem, e ocorre a formação dos primeiros conceitos. As crianças poderão representar pessoas e objetos ausentes e imaginar situações que não estão em sua realidade imediata. Nessa fase, a ação dos pais será primordial ao darem atenção e responderem de forma adequada à curiosidade intelectual da criança. Com essas ações, eles possibilitarão que a criança modifique suas atitudes e expectativas corrigindo seus conceitos. O raciocínio da criança de 2 a 6 anos de idade apresenta três características fundamentais. Confira a seguir: Nesta fase, especialmente dos 2 aos 4 anos de idade, o raciocínio da criança é muito influenciado por suas próprias vontades e desejos, sua forma de pensar e perceber as coisas. Tudo reflete apenas um ponto de vista, ou seja, o seu. A criança é insensível aos argumentos contrários às suas afirmações; por esse motivo, seus julgamentos serão sempre absolutos. Egocentrismo Animismo Nesta fase, em razão de seu egocentrismo, a criança projeta estendendo suas experiências pessoais aos seus brinquedos ou animais. É como se ela transferisse e atribuísse uma alma humana para todos os seus objetos. Isso pode ocorrer com uma boneca ou um bichinho de pelúcia que forem deixados em casa quando a família sair para passear. A criança logo vai manifestar preocupação se eles sentirão solidão e medo. Podendo também chutar uma árvore e acreditar que esta irá sentir dor e chorar. Quanto mais nova for a criança, mais autocentrada ela será em termos de relacionamento com a realidade externa. Um exemplo é a criança acreditar na “fada dos dentes”, que, ao receber uma moedinha, poderá substituir o dente que caiu por outro novo. Nesta fase, a tendência a analisar os fatos à luz da percepção do imediatismo, e isso produz uma incapacidade de se chegar a um pensamento sintético Irreversibilidade sobre a realidade, o que é uma consequência do egocentrismo. A criança pode ser impedida de aprender se favorecendo das relações existentes entre os eventos, por causa da forma como seu raciocínio opera. Ao invés de analisar o todo de um problema, a criança se atém em alguma característica específica de uma tarefa. O pensamento regulado pela percepção imediata é sempre irreversível. Uma vez usada uma sequência de raciocínio, é impossível anulá-lo e voltar ao ponto de partida. Esse pensamento vai se tornando, pouco a pouco, reversível por volta dos 6 anos de idade. Será essa reversibilidade que tornará possível que a criança possa operar com classes e relações, que será característico do raciocínio da fase seguinte (CARVALHO, 2015). Terceira infância e cognição Nessa etapa, o pensamento e raciocínio da criança serão caracterizados pelo uso de sistemas logicamente organizados. Vamos citar dois aspectos relevantes sobre esse tema, a classificação e a seriação. Classi�cação Muitos teóricos do desenvolvimento humano destacam esse conceito em duas classes ou modos: unidades conceituais isoladas e um sistema lógico. Veja a seguir um pouco mais sobre cada um deles: Unidades conceituais Isoladas, fazem parte de uma classe que corresponde à representação mental. Ou seja, a partir de características gerais ou definidoras, são formados os pensamentos sobre grupos de objetos ou pessoas. Seria uma denominação para quase todos os objetos de nossa experiência utilizando nomes genéricos para organizar as categorias elaboradas de forma concreta, pois baseiam-se em características observáveis como: forma, cor, tamanho, posição, entre outros. Sistema lógico É um campo que foi adotado pelos estudos teóricos de Jean Piaget e seus colaboradores. Para eles, a classificação é de natureza operatória, e não apenas semântica. Dessa forma, será necessário o uso de operações de inclusão e complementação que realizarem uma classificação, e não apenas o domínio do significado das palavras. Consiste em uma tarefa de ordenar ou arranjar os objetos ou eventos em séries. Outra tarefa seria ainda medir ou contar os objetos. Dessa forma, podemos entender que uma operação é um conjunto de ações que permite ao indivíduo fazer uma organização mental do mundo que o cerca. A criança nessa fase ainda não consegue fazer conexões utilizando conclusões sobre hierarquia de classes ou qualidades abstratas. Conceitos como felicidade ou justiça ainda não são compreensíveis cognitivamente. Por isso, Piaget chamou esse período do desenvolvimento de estágio das operações concretas. Finalmente, por volta dos 11 anos, a criança já consegue conferir e confirmar as classes formadas utilizando o caráter hierárquico de um sistema de inclusão, assim como é capaz de realizar uma classificação com conceitos abstratos. É importante relevarmos que as orientações etárias não significam que necessariamente nessas faixas se consolidem esses domínios exatamente. As mudanças na qualidade das estruturas cognitivas ocorrem a partir da interação criança-meio. Seriação Com o amadurecimento ao final dessa fase, alcançamos a operação de seriação, que consiste em uma etapa mais elaborada cognitivamente. Ou seja, a ordenação de elementos, respeitando-se as grandezas crescentes ou decrescentes. Nessa etapa, tanto as diferenças como as semelhanças adquirem o valor de relações quantificáveis em termos positivos e negativos. Por exemplo, em uma série de bonecos com comprimentos diferentes, a criança torna-se capaz de deduzir o tamanho de qualquer elemento da série sabendo do comprimento de um dos elementos e as proporções de diferença entre cada um deles. Com esse domínio sobre as relações transitivas assimétricas, a criança pode compreender as noções de presente, passado e futuro. Assim, segundo Carvalho (2015), a sucessão de dias ganha outro significado para a criança. O desenvolvimento cognitivo infantil Confira agora o desenvolvimento cognitivo, destacando os principais autores do desenvolvimento na infância. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Existe um estágio no desenvolvimento em que as crianças transformam a realidade em função de suas fantasias e desejos. Os pais podem observar os filhos inventando diálogos com seus brinquedos. Em qual dos estágios cognitivos de Piaget esse modelo descrito ocorre, sendo ele marcado pelo aparecimento da linguagem que acelera a comunicação e o surgimento do pensamento? Marque a única resposta correta. A Estágio sensório-motor. B Estágio de operações concretas. C Estágio de operações formais. Parabéns! A alternativa D está correta. Segundo Piaget, esse período é marcado pelo aparecimento da linguagem, que acelerará a comunicação e o surgimento do pensamento. A criança transforma a realidade em função de suas fantasias e desejos, e os pais observam seus filhos inventando diálogos com seus brinquedos. No final desse período, inicia-se a famosa fase dos “porquês”, quando o pensamento começa a se adaptar ao real e a criança precisa de explicações. Questão 2 Podemos encontrar algumas teorias sobre o desenvolvimento humano. Nesse caso, podemos analisar dois pensadores desse campo e suas ideias. O primeiro, D Estágio pré-operatório.E Estágio pré-sensório. _________________, postulava que o pensamento aparece antes da linguagem, e que apenas é uma das suas formas de expressão. A formação do pensamento depende, basicamente, da coordenação dos esquemas sensório- motores, e não da linguagem. Esta só pode ocorrer depois que a criança já alcançou um determinado nível de habilidades mentais. O segundo pensador, ________________, reconhecia que o pensamento e a linguagem são processos interdependentes, desde o início da vida. Este autor afirmava que a aquisição da linguagem pela criança modifica suas funções mentais superiores: ela dá uma forma definida ao pensamento, possibilita o aparecimento da imaginação, o uso da memória e o planejamento da ação. Nesse sentido, a linguagem, diferentemente daquilo que Piaget postula, sistematiza a experiência direta das crianças e por isso adquire uma função central no desenvolvimento cognitivo, reorganizando os processos que nele estão em andamento. A seguir, selecione a opção que completa as lacunas de forma correta com os nomes dos pensadores relacionados. A Fröbel – Piaget Parabéns! A alternativa C está correta. A ordem correta é Piaget e Vygotsky. Do que foi visto, é possível afirmar que tanto Piaget como Vygotsky concebem a criança como um ser ativo, atento, que constantemente cria hipóteses sobre o seu ambiente. Há, no entanto, grandes diferenças na maneira de conceber o processo de desenvolvimento, quanto ao papel dos fatores internos e externos no desenvolvimento. Piaget privilegia a maturação biológica; Vygotsky, o ambiente social. Piaget, por aceitar B Vygotsky – Fröbel C Piaget – Vygotsky D Piaget – Fröbel E Fröbel – Vygotsky que os fatores internos preponderam sobre os externos, postula que o desenvolvimento segue uma sequência fixa e universal de estágios. Vygotsky, ao salientar o ambiente social em que a criança nasceu, reconhece que, em se variando esse ambiente, o desenvolvimento também será variável. Nesse sentido, não se pode aceitar uma visão única, universal, de desenvolvimento humano. 3 - Marcos de desenvolvimento Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os marcos de desenvolvimento da infância e as características dos marcos motores, sociais e emocionais. Marcos na infância O interesse pelo desenvolvimento humano e integral da criança tem crescido muito nas últimas décadas (BRASIL, 2002). Historicamente, podemos relembrar do início dos anos 1980, quando o UNICEF e a OMS lançaram um documento intitulado Revolução pela sobrevivência e desenvolvimento da criança (CSDR/Child Survival & Development Revolution). Apesar de ser um documento com o objetivo exploratório de diagnosticar e descrever o estado nutricional com uma avaliação do crescimento mundial, a proposta foi aceita com entusiasmo pelos países em vias de desenvolvimento, a exemplo do Brasil. Nosso país na época convivia com taxas de mortalidade infantil muito elevadas, que eram decorrentes de uma alta prevalência de doenças infecciosas, que eram associadas à desnutrição. Como reflexo dessa ação internacional, em 1984, foi publicada pelo Ministério da Saúde uma série de manuais sobre atenção básica à criança de 0 a 5 anos. Entre esses volumes que se referiam ao desenvolvimento infantil, foi incluído um que abordava o acompanhamento do crescimento. Na época, não foi dada muita importância à vigilância durante o desenvolvimento, mas o tema foi tratado de forma didática com a inclusão de uma ficha com alguns dos principais marcos do desenvolvimento das crianças e um método instrutivo para pais e cuidadores sobre como lidar com a situação diante de atrasos ou suspeitas de problemas do desenvolvimento. Posteriormente, alguns desses marcos foram incluídos no Cartão da Criança (BRASIL, 2002). Criação do Cartão da Criança Desde o início do século XX, a importância do acompanhamento durante o crescimento e no período de desenvolvimento da criança já era enfatizada como um eixo central da atenção, pois assim era possível identificar os grupos de maior risco para intervenções apropriadas, com o intuito de efetivamente diminuir a morbimortalidade infantil. Vamos então ler aqui alguns temas abordados em uma versão mais atual do manual de atenção básica. Nessa nova versão do Cartão da Criança, veremos que o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento já foi absorvido e é entendido como sendo uma ação básica primordial que deve permear toda a atenção à criança (BRASIL, 2002). Se pensarmos sobre a criança, a sequência do desenvolvimento pode ser identificada por meio dos marcos tradicionais. Essas referências são possíveis com um olhar para uma abordagem sistemática, ou seja, para a observação dos avanços da criança no tempo. A aquisição de determinada habilidade vai se basear nas adquiridas previamente, e raramente pulam-se etapas. Esses marcos constituem a base dos instrumentos de avaliação (BRASIL, 2002). O manual do Cartão da Criança recomenda a escuta da queixa dos pais e considera a história clínica e o exame físico da criança, no contexto de um programa contínuo de acompanhamento do crescimento e desenvolvimento. Somente assim será possível formar-se um quadro completo do crescimento e desenvolvimento da criança e da real necessidade de intervenção. No caso de um exame neurológico completo ou a realização de uma avaliação psicológica, a criança deve ser encaminhada a um especialista ou serviço de referência. A ficha de acompanhamento de desenvolvimento serve como um roteiro de observação e identificação de crianças com prováveis problemas de desenvolvimento, incluindo alguns aspectos psíquicos (BRASIL, 2002). A tabela de avaliação é composta por 4 categorias. Vamos conferir! Maturativo Psicomotor Social Psíquico Marcos de desenvolvimento Fatores de desenvolvimento Segundo Amaral (2007), existem 6 fatores de desenvolvimento. Veja a seguir uma breve explicação sobre suas influências: Fator importante para o crescimento biológico. Os aspectos genéticos podem atuar como uma bagagem potencial em todos nós. Contudo, esse potencial é herdado pelo indivíduo e pode desenvolver-se ou não e, nesse caso, depende dos demais fatores. O crescimento Hereditariedade corporal é um dos aspectos do desenvolvimento que é bastante influenciado por fatores hereditários. Nosso organismo se desenvolve, e o indivíduo começa a adquirir mais domínio sobre o seu meio ambiente. Com o tempo, será adquirida mais autonomia e maiores possibilidades de descobertas e insights. Os fatores que interferem no desenvolvimento do organismo também podem acarretar dificuldades no desenvolvimento mental. Crescimento orgânico Com as descobertas sobre nosso cérebro, já sabemos que nascemos com cerca de 100 bilhões de neurônios. Esses neurônios formam sinapses que se intercomunicam em redes, sendo que novas formações dessas redes neuronais vão se estabelecendo ao longo de todo o processo de desenvolvimento humano. Todas as nossas capacidades, habilidades, estratégias e complexidades serão promovidas a partir das experiências das interações sociais e com o meio, com implicações neurológicas da aprendizagem. Amadurecimento neurofisiológico Estímulos ambientais e as influências alteram significativamente os padrões do comportamento humano. Determinados comportamentos se desenvolvem mais intensamente quando as crianças são estimuladas e com intensidade. Um exemplo desse caso é a estimulação precoce. Meio ambiente A desnutrição é responsável pela redução do crescimento físico e por um menor desempenho intelectual em crianças. Dessa forma, monitorar o desenvolvimento e o crescimento logo após o nascimento é essencial para prever riscos nutricionais à saúde. As pesquisas também têm demonstrado a existência de uma janela para um período crítico para a influência da má nutrição. Quando a desnutrição é precoce e ocorre nos primeiros dois anos de vida, o resultado pode ser irreversível. Caso seja dada à criança uma dieta alimentar adequada posteriormente, ela poderáretornar ao seu ritmo de desenvolvimento, Desnutrição infantil atingindo, assim, seu nível normal de crescimento. Esse evento chama-se crescimento compensatório. Doenças prolongadas podem prejudicar o crescimento físico. No entanto, da mesma forma que a desnutrição, os efeitos das doenças podem ser rapidamente superados se elas não causarem danos permanentes. Um ambiente cheio de tensão também pode favorecer a inibição do crescimento físico, fazendo com que ocorram mudanças no ritmo, na curva esperada de crescimento físico e uma inibição significativa do potencial de desenvolvimento. As pesquisas evidenciam Doenças, estresse e hormônios que o estresse prolongado gera uma menor produção ou liberação do hormônio do crescimento. Marcos do desenvolvimento motor Uma etapa muito importante de observação no desenvolvimento infantil é o desenvolvimento motor, que é caracterizado por uma série de "marcos". Os marcos são capacidades que uma criança adquire antes de avançar para outras capacidades mais difíceis. Esses marcos não são realizações isoladas, pois as etapas são evolutivas e se desenvolvem sistematicamente. Cada capacidade adquirida prepara o bebê e a criança para lidar com as fases seguintes (PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006). Seguem alguns aspectos sobre os marcos do desenvolvimento motor: Marcos do desenvolvimento motor. Marcos do desenvolvimento do Cartão da Criança Relação de marcos da primeira infância Agora, veremos um pouco os detalhes das crianças durante a primeira infância. Confira! 1 a 2 meses Neste período, o leite materno protege o bebê, que raramente adoece. Ele se sente seguro, acalentado e acolhido no colo da mãe. Gosta de olhar para objetos coloridos e ficar em várias posições, sobretudo gosta de olhar para o rosto da mãe, respondendo sempre com um sorriso. 3 a 4 meses O bebê fica bem mais ativo e já olha para quem o observa, consegue acompanhar com o olhar respondendo com sons e balbucios quando alguém conversa e interage com ele. Gosta de pôr as mãos em objetos que encontra e tem interesse na boca. Aprecia a companhia da mãe e gosta de trocar de lugar. As habilidades motoras estão em evolução. O bebê fica em várias posições – de bruços, levanta a cabeça e os ombros. 5 a 6 meses O bebê já consegue perceber uma interação social, sabe quando se dirigem a ele e gosta de balbuciar. Quando o bebê ouve uma voz, ele procura a voz com o olhar. Olha e pega tudo, inclusive objetos pequenos, correndo perigo de engasgar-se. Para que ele se movimente melhor, a mãe ou quem cuida dele deve colocá-lo no chão. 7 a 9 meses O bebê, mesmo sendo amamentado, tem vontade de experimentar outros alimentos. Ele gosta de brincar com a mãe, estar em contato visual constante com os familiares. Às vezes, pode estranhar pessoas de fora de casa. Não gosta de ficar só. Já fica sentado e também pode se arrastar ou engatinhar sozinho seguindo seus interesses. Pode até mesmo tentar se pôr de pé. Muito curioso. Já fica sentado sem apoio. 10 a 12 meses Nesta fase, o bebê já está crescido, imita os pais e a família, já consegue dar adeus, bater palmas. Fala, pelo menos, uma palavra com sentido e aponta para as coisas que ele quer. Come comida da casa, porém precisa comer mais vezes que um adulto. Gosta de ficar em pé apoiando-se nos móveis ou nas pessoas. Engatinha ou anda com apoio. 13 a 18 meses A criança está cada vez mais independente: quer comer sozinha e já se reconhece no espelho. Anda alguns passos, mas sempre busca o olhar dos pais ou familiares. Fala algumas palavras e, às vezes, frases de duas ou três palavras. Já consegue andar sozinho. 19 meses a 2 anos A criança nesse período já anda com segurança. Faz pequenas corridas, sobe e desce escadas. Brinca com vários brinquedos. Consegue aceitar a companhia de outras crianças, porém brinca sozinha. Ainda não tem vontade própria, fala muito a palavra “não”. Relação de marcos da segunda e terceira infâncias 2 a 3 anos A criança gosta da ajuda que recebe para se vestir. Está ficando sabida: dá nomes aos objetos, diz seu próprio nome e fala "meu". A mãe deve começar, aos poucos, a tirar a fralda e ensinar, com paciência, o seu filho a usar o peniquinho. Ela já demonstra suas alegrias, tristezas e raivas. Gosta de ouvir histórias e está cheia de perguntas. Gosta de brincar com outras crianças. Tem interesse em aprender sobre tudo o que a cerca, inclusive contar e reconhecer as cores. Ainda recebe ajuda para se vestir e 3 a 4 anos calçar os sapatos. Brinca imitando as situações do seu cotidiano e os seus pais. A criança gosta de ouvir histórias, aprender canções, ver livros e folhear revistas. Veste-se e toma banho sozinha. Escolhe suas roupas, sua comida e seus amigos. Corre e pula alternando os pés. Gosta de expressar as suas ideias, comentar o seu cotidiano e, às vezes, conta histórias. Conta ou inventa pequenas histórias e já consegue assumir algumas responsabilidades. 4 a 6 anos A criança está concluindo o seu processo de alfabetização e já consegue manter o interesse por leituras com livros maiores e mais complexos. Pode fazer operações matemáticas mais complexas. Já consegue lidar com dinheiro, conferir o troco e contar suas moedas. Compreende o que é a mesada e o ato de poupar, acumular para um brinquedo, e se possível, doar uma certa parte. Nessa fase, aquele egocentrismo natural da primeira infância começa a diminuir. 7 anos Nessa etapa do descobrimento, a criança já conhece seus interesses e gostos pessoais e está pronta para ótimas e sólidas relações de amizade. A parte motora está bem próxima da maturidade e pronta para a prática esportiva. Essa prática ajudará no estirão dos próximos anos, no controle da agressividade e ajuste na coletividade. 8 anos Essa é a fase intermediária para a pré-adolescência. Pode ocorrer uma mudança, menos vontade de brincadeiras lúdicas e mais interesse pelas atividades mais “adultas”, como séries de TV, livros, celular, jogos, relações sociais. São mais realistas com os fatos que ocorrem no mundo e colocam os pais em xeque algumas vezes. Mostram-se mais independentes. 9 anos Marcos sociais e emocionais da infância Marco da aquisição da linguagem A fala inicial, a partir dos 14 meses de vida, não é apenas uma versão imatura da fala adulta, mas ela aos poucos vai ganhando um potencial de personalidade própria, qualquer que seja o idioma que a criança esteja falando (PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006). Mas sabemos que as crianças simplificam e se utilizam de falas telegráficas para poder se comunicar e dizer o suficiente para enviar sua mensagem (exemplo: “Não tomar leite!”). A fala inicial também possui muitas outras características distintas. As crianças compreendem relações gramaticais que ainda não conseguem expressar e também não conseguem sequenciar palavras suficientes para expressar a ação completa. Aos 2 anos de idade, as crianças são capazes de reproduzir mais de 200 palavras, e aos 2 anos e 6 meses, mais de 500 palavras. Entre 2 e 2 anos e meio, as crianças apresentam frases de 3 a 4 palavras, com desvios de flexão nominal e verbal (exemplo: “Esse meu bola”; “Eu comeu tudo bolacha”). Marco da escola – o primeiro ano! Há expectativa de ingressar no primeiro ano – uma emoção aguardada com uma mistura de muita alegria e ansiedade, mesmo para as crianças que já frequentam a pré-escola. O primeiro dia na escola e as aulas na primeira série são um marco para todas as crianças – um sinal dos avanços internos que possibilitam essa nova condição. Esse efeito de ingressar no primeiro ano é uma experiência que prepara as bases para toda a carreira escolar de uma criança. O boletim do primeiro ano é um prognóstico do que está por vir – um prognóstico mais preciso do que os resultados em testes iniciais. Marco da idade escolar (terceira infância) e pré- adolescência Durante a idade escolar (considerada entre 6 e 11 anos), ocorre um significativo crescimento cognitivo. Esse evento promovena criança maior compreensão sobre as emoções dos outros e as suas próprias, gerando os primeiros passos para maior controle emocional. O crescimento emocional se expressa, especialmente, com o autocontrole das emoções negativas (RODRIGUES; MELCHIORI, 2014). Segundo Papalia, Olds e Feldman (2006), serão fundamentais para o desenvolvimento do controle da emoção e da autoestima os ambientes familiar e escolar. Promover sentimentos positivos acerca da confiança em si mesmo, da visão sobre suas possibilidades, facilitando a vivência frente a desafios. As crianças, ao se relacionarem com seus pares da mesma idade cronológica, vivem uma oportunidade e um excelente aprendizado de comportamentos pró- sociais. Elas podem receber um senso de identidade, com habilidades de liderança, de comunicação, de cooperação e de papéis, além de regras. Esse é um início para o afastamento dos pais, já que um grupo social de amigos sempre abre novas perspectivas. Dessa forma, podemos concluir que a idade escolar será permeada por muitas conquistas e aquisições cognitivas importantes, pois elas impulsionarão o desenvolvimento psicossocial, mesmo que não sejam observadas mudanças físicas significativas. Ao contrário, na próxima etapa, a adolescência, além de mudanças físicas, muitas mudanças cognitivas e psicossociais bastante expressivas poderão ser observadas, e prepararão a pessoa para um período de autonomia e uma vida produtiva (PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006). Marcos no desenvolvimento da criança Confira agora os marcos no desenvolvimento infantil, destacando as principais características nas diferentes fases da infância. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 O interesse pelo desenvolvimento humano e integral da criança tem recebido atenção nas últimas décadas. O aumento constante dos níveis de sobrevivência infantil em todo o mundo tem sido reconhecido como um grande esforço internacional na prevenção de problemas ou de patologias com efeitos duradouros na constituição do ser humano desde a infância. Sobre esse tema, é recomendado nas cartilhas distribuídas pelo Ministério da Saúde o acompanhamento de diversas etapas no desenvolvimento, sobretudo aspectos motores na primeira infância. Essas etapas são conhecidas como A marcadores somáticos. Parabéns! A alternativa C está correta. Em 1984, foi publicada pelo Ministério da Saúde uma série de manuais sobre atenção básica à criança de 0 a 5 anos. Esses volumes tratavam do desenvolvimento infantil, mas foi incluído um manual que abordava o acompanhamento do crescimento. O tema foi tratado de forma didática com a inclusão de uma ficha com alguns dos principais marcos do B estágios piagetianos. C marcos de desenvolvimento. D etapas de identidade. E etapas operacionais. desenvolvimento das crianças e um método instrutivo para pais e cuidadores sobre como lidar com a situação diante de atrasos ou suspeitas de problemas do desenvolvimento. Posteriormente, alguns desses marcos foram incluídos no Cartão da Criança e são orientativos da atenção básica de saúde em todo os sistema SUS e SUAS no território brasileiro. Questão 2 Para Papalia, Olds e Feldman (2006), o processo de crescimento será influenciado por fatores intrínsecos e extrínsecos que suportam a curva de crescimento por faixas etárias esperadas na infância. Alguns fatores são acompanhados no desenvolvimento, pois explicam muitas manifestações no comportamento da criança e até mesmo nas suas dimensões físicas e habilidades cognitivas. É o caso do fator da hereditariedade. Sobre esse tema,assinale (V) ou (F) em cada afirmativa. I. ( ) A hereditariedade é um fator importante para o crescimento biológico. II. ( ) O potencial hereditário de cada criança é predeterminado e ele sempre se desenvolverá, independentemente de meio e estímulos. III. ( ) Os aspectos genéticos podem atuar como uma bagagem potencial em todos nós, podendo ocorrer ou não. IV. ( ) A inteligência é uma capacidade que pode ser transmitida geneticamente, porém é uma capacidade potencial e ela pode desenvolver-se além ou aquém desse potencial. V. ( ) O crescimento corporal é um dos aspectos do desenvolvimento que é bastante influenciado por fatores hereditários. Marque a resposta com a sequência correta. A V - V - F – F - V B V - F - F - V - V Parabéns! A alternativa E está correta. O potencial hereditário de cada criança dependerá dos estímulos internos e de inúmeros fatores de estímulos externos. As demais assertivas estão corretas. C V - V - V - F - V D V - V - F - F – V E V – F – V – V - V Considerações �nais A infância é um período ímpar e tem um papel-chave em todo o desenvolvimento do ser humano. Os 6 primeiros anos de vida são os mais importantes no crescimento e desenvolvimento da criança. Vimos como é essencial o papel dos pais, dos cuidadores, dos professores e de todos que participam efetivamente da vida da criança. O acompanhamento dos marcos de desenvolvimento é uma garantia para que o crescimento orgânico seja atingido de forma satisfatória por meio de um acompanhamento atento e cuidadoso. É importante todas as pessoas de uma comunidade familiar se envolverem com o desenvolvimento saudável das crianças, além de se conscientizarem de seus papéis, tanto no desenvolvimento físico e cognitivo da criança quanto no social e no intelectual-emocional. Essa é uma responsabilidade dos adultos. Vimos que as crianças, desde bebês, participam ativamente do universo que as cerca e são impactadas pelos estímulos que recebem. Ou seja, se elas recebem amor, é amor que irão refletir e internalizar. Mas se elas viverem em um ambiente hostil e sem condições favoráveis para absorver emoções positivas, elas poderão ter o seu desenvolvimento prejudicado e até criar traumas que, para a vida adulta, serão refletidos no modo como enxergam e reagem ao mundo. Podcast Ouça agora um bate-papo sobre as diversas transformações que ocorrem na infância, por meio da descrição de mudanças físicas, cognitivas e psicossociais, com exemplos da atuação do psicólogo no desenvolvimento infantil. Referências AMARAL, V. L. Psicologia da educação. Natal, RN: EDUFRN, 2007. 208 p. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2002. CARVALHO, N. M. C. Psicologia da Infância e da Adolescência. 1. ed. Ceará: EGUS, 2015. PAPALIA, D. E.; OLDS, S. W.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento humano. Porto Alegre: Artmed, 2006. RODRIGUES, O. M.; MELCHIORI, L. E. Aspectos do desenvolvimento na idade escolar e na adolescência. UNESP, 2014. Explore + Confira agora as dicas que separamos especialmente para você! Dica 1: Manual para vigilância do desenvolvimento infantil no contexto da AIDP Não deixe de ler esse este manual que foi elaborado para complementar o material didático do “Curso de Vigilância do Desenvolvimento Infantil no Contexto da AIDPI”. Destina-se aos profissionais da Rede Básica de Saúde, não sendo, portanto, seu conteúdo aprofundado para especialistas em desenvolvimento infantil. Trata-se de um material com conhecimentos básicos sobre desenvolvimento nos 2 primeiros anos de vida, que todo profissional da Atenção Primária à Saúde deve ter, para poder orientar adequadamente os pais sobre como acompanhar o desenvolvimento normal do seu filho. Ele está disponível na página de Medicina da UFMG. Dica 2: Esquema síntese da atenção à saúde da criança Saiba mais sobre o Esquema Síntese da Atenção à Saúde da Criança, baseado na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC), no Portal de Boas Práticas da FIOCRUZ. Dica 3: Série Cadernos de Atenção Básica nº 11 O presente manual destina-se aos profissionais de saúde de nível superior que prestam atendimento infantil nos diversos níveis daatenção, com a finalidade de contribuir para a melhoria da qualidade de suas práticas e, por extensão, a qualidade de vida das crianças, mediante a monitoração do seu crescimento. Dica 4: Infância de 0 a 2 anos: cuidados e desenvolvimento Vamos tirar as dúvidas sobre as teorias do desenvolvimento humano nos primeiros anos de vida da criança com este vídeo do YouTube. Drauzio conversa com o pediatra Daniel Becker sobre os cuidados necessários para o desenvolvimento de uma criança nos seus primeiros 2 anos de vida. Dica 5: Assista também ao vídeo da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal sobre a primeira infância, disponível no YouTube.
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