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RESUMO NP2 FENOMENOLOGIA UNIP

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1 
 
A DASEINSANÁLISE DE BINSWANGER 
A Daseinsanálise de Binswanger é uma abordagem psicoterapêutica desenvolvida por 
Ludwig Binswanger, um psiquiatra e filósofo suíço. Essa abordagem busca compreender 
a experiência existencial única de cada indivíduo, focando no modo como a pessoa se 
relaciona com o mundo e atribui significado à sua existência. 
1. A Daseinsanalyse Psiquiátrica: A Daseinsanálise psiquiátrica de Binswanger 
visa compreender a estrutura do ser humano em seu mundo. Diferente da 
psicanálise freudiana, que enfatiza a análise do inconsciente e dos conflitos 
psíquicos, a Daseinsanálise concentra-se na experiência vivida pelo indivíduo em 
seu ambiente. Binswanger acreditava que a psicopatologia deveria ser entendida 
como uma forma de existência distorcida ou empobrecida, em vez de um conjunto 
de sintomas isolados. 
2. A questão do SONHO: Binswanger considerava o sonho como uma 
manifestação essencial do modo de ser do indivíduo. Ele acreditava que, através 
da análise dos sonhos, era possível compreender os significados existenciais 
subjacentes na vida do indivíduo. Para Binswanger, os sonhos eram expressões 
simbólicas das preocupações e vivências do indivíduo, revelando sua relação com 
o mundo e seus desafios existenciais. 
3. As 3 fases de seu pensamento (principais características): 
 Fase fenomenológica: Binswanger iniciou sua abordagem com base nos 
conceitos da fenomenologia de Edmund Husserl. Nessa fase, ele enfatizava a 
importância de compreender a experiência subjetiva direta do indivíduo, buscando 
descrever e interpretar a vivência existencial a partir da perspectiva do próprio 
indivíduo. 
 Fase hermenêutica: Nessa fase, Binswanger incorporou elementos da 
hermenêutica, enfatizando a importância da interpretação dos significados 
simbólicos e dos contextos culturais e históricos na compreensão da existência 
humana. Ele considerava que o ser humano está inserido em um mundo social e 
cultural, e esses elementos influenciam sua experiência existencial. 
 Fase dialética: Binswanger desenvolveu uma abordagem mais dialética em sua 
última fase de pensamento. Ele enfatizava a importância da relação entre o 
2 
 
indivíduo e o mundo, considerando a existência humana como um processo 
dinâmico de interação e mudança mútua. Ele argumentava que a pessoa não é 
apenas um objeto passivo do mundo, mas também um agente ativo na construção 
de sua própria existência. 
4. Modos de Experenciar o Mundo: Umvelt, Mitvelt e Eigenvelt: Binswanger 
introduziu esses três conceitos para descrever diferentes modos pelos quais os 
indivíduos experimentam o mundo: 
 Umvelt: Refere-se ao modo como uma pessoa se relaciona com o mundo objetivo, 
o ambiente físico e as pessoas ao seu redor. 
 Mitvelt: Refere-se ao modo como uma pessoa se relaciona consigo mesma, sua 
experiência subjetiva e seus sentimentos internos. 
 Eigenvelt: Refere-se ao modo como uma pessoa se relaciona com seu próprio ser, 
sua existência e a busca de significado e propósito na vida. 
5. Ser-no-Mundo Sadio X Ser-no-mundo doente: Binswanger enfatizava a 
importância de compreender a saúde mental em termos de uma relação saudável 
com o mundo. O "ser-no-mundo sadio" refere-se a uma pessoa que tem uma 
relação autêntica com sua existência, experienciando um senso de liberdade, 
autenticidade e significado em sua vida. Por outro lado, o "ser-no-mundo doente" 
ocorre quando há um distúrbio ou desequilíbrio na relação do indivíduo com o 
mundo, resultando em sofrimento, falta de sentido ou alienação. 
6. Amor ou modo de ser além mundo: Binswanger argumentava que o amor era 
um modo de ser além do mundo, transcendendo as limitações da existência 
individual e conectando-se aos outros de maneira autêntica. Ele via o amor como 
uma força transformadora que permitia que o indivíduo transcendesse a solidão 
existencial e encontrasse um senso de pertencimento e significado mais profundo. 
A DASEINSANÁLISE DE MEDARD BOSS (DISSERATIVA) 
A Daseinsanálise de Medard Boss é uma abordagem psicoterapêutica baseada na 
fenomenologia existencial, desenvolvida pelo psiquiatra alemão Medard Boss. Essa 
abordagem busca compreender a existência humana (Dasein) em seu contexto individual 
e social, levando em consideração o modo de ser do indivíduo. 
3 
 
1. A Daseinsanálise psicoterapêutica: A Daseinsanálise é uma abordagem 
terapêutica que se baseia na filosofia existencial de Martin Heidegger. Ela busca 
compreender a experiência humana em sua totalidade, levando em consideração 
a relação do indivíduo com o mundo e consigo mesmo. A terapia daseinanalítica 
procura auxiliar o paciente a compreender sua existência, seus modos de ser, suas 
possibilidades e limitações, a fim de promover uma maior autenticidade e 
liberdade na vida cotidiana. 
2. A questão do Sonho: Na Daseinsanálise, o sonho é considerado uma expressão 
da existência do indivíduo. Ele é entendido como uma tentativa do Dasein (ser-
aí) de se comunicar consigo mesmo e com o mundo, revelando aspectos ocultos 
da existência. A análise dos sonhos na Daseinsanálise busca compreender o 
significado existencial dos elementos simbólicos presentes nos sonhos, 
explorando como eles refletem as preocupações, os desafios e as possibilidades 
do indivíduo. 
3. Os 3 aspectos que devem ser observados na análise de cada doente: Na 
Daseinsanálise, a análise de cada paciente deve levar em consideração três 
aspectos fundamentais: 
 Situação existencial: Refere-se ao contexto de vida do paciente, suas relações, 
seu ambiente e as circunstâncias que influenciam sua existência. Compreender a 
situação existencial do paciente é essencial para compreender sua experiência e 
os desafios que enfrenta. 
 Modos de ser: Os modos de ser do paciente são as formas pelas quais ele se 
relaciona consigo mesmo, com os outros e com o mundo. Esses modos de ser são 
influenciados por fatores culturais, sociais e pessoais, e podem variar ao longo do 
tempo. Analisar os modos de ser do paciente permite compreender como ele 
vivencia e interpreta sua existência. 
 Possibilidades de ser: A análise das possibilidades de ser do paciente envolve 
explorar as potencialidades, as escolhas e as formas de autenticidade que ele pode 
desenvolver. É importante identificar quais possibilidades estão sendo 
restringidas ou negligenciadas, a fim de ajudar o paciente a expandir suas opções 
e encontrar um maior sentido de realização. 
4 
 
4. Os modos-de-ser doente: Na Daseinsanálise, os modos-de-ser doente referem-se 
aos diferentes estados existenciais em que um indivíduo pode se encontrar quando 
enfrenta um problema de saúde. Esses modos-de-ser doente não são apenas 
físicos, mas também envolvem a experiência subjetiva do indivíduo e seu 
relacionamento com a doença. Alguns exemplos de modos-de-ser doente incluem 
a resignação diante da doença, a luta contra ela, a identificação excessiva com a 
condição patológica, entre outros. Compreender esses modos-de-ser doente é 
essencial para a compreensão e o tratamento do paciente. 
5. O papel da fala no processo daseinanalítico: Na Daseinsanálise, a fala 
desempenha um papel fundamental no processo terapêutico. Através da expressão 
verbal, o paciente tem a oportunidade de dar voz às suas experiências, 
pensamentos, sentimentos e reflexões sobre sua existência. A fala permite a 
articulação e a compreensão dos aspectos da existência que podem estar ocultos 
ou confusos. O terapeuta daseinanalítico, por sua vez, escuta atentamente, busca 
compreender a linguagem do paciente e o auxilia a refletir sobre suas vivências, 
promovendo um diálogo terapêutico que favoreça a autorreflexão e a 
transformação do paciente. 
6. Curto-circuito da culpa: O curto-circuito da culpa é um conceito desenvolvido 
por Medard Boss na Daseinsanálise. Refere-se a uma tendência que algumas 
pessoas têm de se culpar ou se responsabilizar excessivamente por situações ou 
eventosque estão além de seu controle. Esse curto-circuito ocorre quando o 
indivíduo assume uma responsabilidade desproporcional em relação aos fatos, 
ignorando outros fatores e circunstâncias que contribuíram para a situação. O 
terapeuta daseinanalítico busca compreender esse curto-circuito da culpa, 
ajudando o paciente a explorar as raízes dessa autodepreciação e a desenvolver 
uma relação mais saudável com a responsabilidade. 
7. O daseinalista e o objetivo do processo daseinanalítico: O daseinalista é o 
profissional que pratica a Daseinsanálise, um terapeuta treinado em compreender 
a existência do paciente e auxiliá-lo em seu processo de autoconhecimento e 
crescimento pessoal. O objetivo do processo daseinanalítico é promover uma 
compreensão mais profunda da existência do paciente, ajudando-o a descobrir 
suas possibilidades de ser, a enfrentar seus desafios existenciais e a viver de forma 
mais autêntica. O terapeuta daseinanalítico atua como um guia, oferecendo um 
5 
 
ambiente acolhedor e facilitador para que o paciente possa explorar e transformar 
sua existência. 
 
COMPREENSÃO E AÇÃO CLÍNICA NA PERSPECTIVA 
FENOMENOLÓGICO-EXISTENCIAL (DISSERTATIVA) 
A. A fenomenologia mais que um arcabouço teórico: 
1. Desafios da formação: A formação em fenomenologia-existencial apresenta 
desafios específicos devido à natureza complexa e abstrata dessa abordagem. 
Requer um comprometimento em compreender e explorar a existência humana de 
maneira profunda e reflexiva, o que pode demandar um esforço considerável dos 
profissionais em formação. 
2. Exigências ao aprendizado de fenomenologia: O aprendizado da 
fenomenologia-existencial exige uma atitude de abertura, suspensão de 
preconceitos e uma disposição para questionar as suposições prévias. É necessário 
desenvolver a capacidade de observação atenta aos fenômenos vividos pelos 
pacientes, bem como a habilidade de reflexão e interpretação dessas experiências. 
3. Pontos críticos: A abordagem fenomenológico-existencial requer um 
engajamento profundo e uma sensibilidade para compreender a singularidade de 
cada ser humano. É fundamental evitar generalizações e estereótipos, pois cada 
pessoa vive uma existência única. Além disso, é necessário evitar reducionismos 
e simplificações, buscando uma compreensão mais ampla e contextualizada. 
4. Compreensão e Ação: Na perspectiva fenomenológico-existencial, a 
compreensão não se limita a um mero processo intelectual, mas implica em uma 
imersão afetiva e existencial. A compreensão profunda da experiência do paciente 
possibilita uma ação clínica mais adequada e autêntica, levando em consideração 
a singularidade do indivíduo. 
B. A prática clínica: como compreender e compreender como: 
1. Equívocos e mal-entendidos sobre o que significa compreensão: Há equívocos 
comuns sobre o termo "compreensão" na prática clínica. Compreender não se trata 
apenas de ter conhecimento teórico sobre a psicopatologia ou sintomas, mas sim 
6 
 
de uma apreensão profunda da experiência subjetiva do paciente, sua vivência e 
significados pessoais. 
2. Compreensão enquanto abertura: A compreensão fenomenológico-existencial 
é um processo de abertura para a experiência do outro, permitindo-se captar o 
mundo vivido pelo paciente. Isso envolve colocar-se em segundo plano, suspender 
preconceitos e conceitos prévios, e estar verdadeiramente disponível para escutar 
e compreender a perspectiva do paciente. 
3. Papel da escuta: A escuta atenta e sensível é fundamental na prática clínica 
fenomenológico-existencial. O terapeuta busca compreender o mundo vivido do 
paciente por meio da escuta de suas narrativas, emoções, expressões corporais e 
simbologia. A escuta vai além das palavras, envolvendo uma percepção ampliada 
dos fenômenos presentes na relação terapêutica. 
Ao integrar compreensão e ação clínica, o terapeuta fenomenológico-existencial 
busca auxiliar o paciente a desenvolver uma maior consciência de si mesmo, explorar 
suas possibilidades de ser e encontrar um sentido mais autêntico para sua existência. Isso 
implica em uma prática terapêutica baseada na empatia, na relação autêntica e na 
coconstrução de significados junto ao paciente. 
C. Compreender a ação e a ação modulada por uma compreensão: 
1. Ação: Na prática clínica da Daseinanalyse, a ação é considerada uma dimensão 
essencial da existência humana. A ação é entendida como a expressão concreta da 
liberdade do Dasein (ser-aí), através da qual ele se engaja com o mundo e 
manifesta suas possibilidades de ser. A análise das ações do paciente é importante 
para compreender sua relação com o mundo e identificar padrões de 
comportamento que possam estar contribuindo para seus desafios existenciais. 
2. Relação de ação e discurso: A relação entre ação e discurso é central na 
Daseinanalyse. O discurso verbal e não verbal do paciente é interpretado em 
conjunto com suas ações e comportamentos, pois ambos são expressões do seu 
ser-no-mundo. Através da análise dessa relação, é possível compreender as 
motivações, os significados e as intenções subjacentes às ações e discursos do 
paciente. 
7 
 
3. Daseinanalyse e escuta: Na Daseinanalyse, a escuta atenta e sensível é essencial 
para compreender a singularidade do paciente. A escuta não se limita apenas às 
palavras, mas abrange a percepção dos aspectos afetivos, corporais e simbólicos 
da experiência do paciente. O terapeuta busca captar a totalidade do Dasein do 
paciente, incluindo suas preocupações existenciais, seus modos-de-ser e suas 
possibilidades de autenticidade. 
4. Inauguração: A inauguração refere-se ao processo terapêutico de abertura de 
possibilidades para o paciente. É um convite para que ele se engaje de maneira 
mais autêntica com sua existência e explore novas formas de ser e de se relacionar 
com o mundo. A inauguração implica em criar um espaço terapêutico seguro e 
acolhedor, no qual o paciente se sinta livre para expressar suas experiências e se 
tornar mais consciente de si mesmo. 
5. Ruptura: A ruptura na Daseinanalyse refere-se a uma quebra ou interrupção dos 
padrões habituais do paciente. É um momento de desestabilização que pode 
ocorrer quando ele se depara com contradições ou limitações em sua existência. 
A ruptura possibilita uma reflexão mais profunda sobre as possibilidades de 
mudança e transformação, abrindo caminho para a descoberta de novos horizontes 
de significado e autenticidade. 
6. Repetição: A repetição é um fenômeno observado na Daseinanalyse, no qual o 
paciente repete padrões de comportamento, pensamentos ou emoções em 
diferentes situações de sua vida. Essa repetição pode ser indicativa de aspectos 
não resolvidos ou conflitos existenciais que precisam ser explorados. A análise da 
repetição visa compreender suas raízes e buscar formas mais livres e autênticas 
de ser. 
7. Liberdade: A noção de liberdade é fundamental na Daseinanalyse. Ela envolve a 
capacidade do Dasein de se relacionar de forma autêntica com o mundo e de fazer 
escolhas que sejam verdadeiras para si mesmo. A terapia busca promover a 
liberdade do paciente, auxiliando-o a identificar e superar condicionamentos, 
expectativas sociais e padrões limitadores, possibilitando uma existência mais 
plena e autônoma. 
8. Pensar o existir: A reflexão sobre o existir é uma dimensão importante na 
Daseinanalyse. O terapeuta estimula o paciente a pensar criticamente sobre sua 
8 
 
própria existência, questionando significados pré-concebidos e explorando novas 
perspectivas. O pensamento existencial amplia a consciência do paciente e 
contribui para a busca de um sentido mais autêntico e satisfatório de vida. 
9. Setting terapêutico: O setting terapêutico na Daseinanalyse é cuidadosamente 
estabelecido para criar um ambiente seguro e propício ao trabalho terapêutico. Ele 
engloba aspectos como a confidencialidade, a regularidade das sessões, a atenção 
plena do terapeuta e a construção deuma relação terapêutica baseada na confiança 
e no respeito mútuo. O setting terapêutico proporciona o suporte necessário para 
que o paciente se sinta à vontade para explorar sua existência e promove uma base 
sólida para o processo de compreensão e transformação. 
 
PROCESSOS PSICOTERAPÊUTICOS DASEINSANALÍTICOS 
1. Descrição e Prescrição: A Daseinsanálise envolve tanto a descrição quanto a 
prescrição no processo terapêutico. A descrição refere-se à compreensão profunda 
da existência do paciente, sua situação, seus modos-de-ser e seus desafios 
existenciais. Através da descrição, o terapeuta busca identificar os aspectos 
essenciais da vivência do paciente. A prescrição, por sua vez, envolve orientar o 
paciente na busca por uma existência mais autêntica, sugerindo possibilidades de 
transformação e desenvolvimento. 
2. Papel da clínica fenomenológica-existencial: A clínica fenomenológica-
existencial tem como objetivo compreender o ser humano em sua totalidade, 
considerando suas experiências, subjetividade e singularidade. Ela busca ir além 
dos sintomas e diagnósticos, explorando as questões existenciais e os significados 
que permeiam a vida do paciente. O papel da clínica fenomenológica-existencial 
é auxiliar o paciente a se tornar consciente de sua existência, a enfrentar seus 
desafios e a encontrar um sentido autêntico em sua vida. 
3. Cura – processo e o que é curar-se: Na Daseinsanálise, o processo de cura não 
se limita à remissão dos sintomas, mas envolve uma transformação mais profunda 
da existência do paciente. Curar-se implica em um processo de autorreflexão, 
autoconhecimento e mudança, no qual o paciente se torna mais consciente de si 
mesmo, de suas possibilidades de ser e de suas escolhas. A cura ocorre quando o 
9 
 
paciente desenvolve uma maior autenticidade e encontra um sentido mais 
satisfatório e pleno em sua vida. 
4. Hermenêutica da facticidade: A hermenêutica da facticidade refere-se à 
compreensão e interpretação dos aspectos factuais da existência do paciente. Isso 
envolve considerar sua situação concreta, seus contextos sociais, culturais e 
históricos, bem como suas limitações e possibilidades presentes. Através da 
hermenêutica da facticidade, o terapeuta busca compreender como esses aspectos 
influenciam a vida do paciente e como podem ser transformados para promover 
uma existência mais autêntica. 
5. Facticidade, Nadidade e Temporalidade: A facticidade refere-se às 
circunstâncias e condições concretas da existência do paciente, incluindo seu 
corpo, sua história, sua cultura e suas relações. A nadidade refere-se à 
singularidade e individualidade de cada ser humano, reconhecendo que cada 
pessoa é única em sua existência. A temporalidade refere-se à compreensão da 
existência como um processo dinâmico, em constante transformação ao longo do 
tempo. Esses conceitos são fundamentais na Daseinsanálise para compreender a 
existência em sua totalidade e complexidade. 
6. Cuidado ontológico e o cuidado na psicoterapia fenomenológica-existencial: 
O cuidado ontológico na Daseinsanálise envolve uma atitude de acolhimento, 
respeito e comprometimento com o paciente em sua busca por uma existência 
mais autêntica. O terapeuta atua como um cuidador, auxiliando o paciente a 
explorar suas preocupações, seus desafios e suas possibilidades de transformação. 
O cuidado na psicoterapia fenomenológica-existencial implica em criar um 
espaço terapêutico seguro e confiável, no qual o paciente possa se sentir livre para 
expressar suas experiências e ser apoiado em seu processo de crescimento. 
7. O sentido da análise: O sentido da análise na Daseinsanálise é possibilitar ao 
paciente uma compreensão mais profunda de sua existência e ajudá-lo a encontrar 
um sentido autêntico em sua vida. A análise não busca apenas eliminar os 
sintomas, mas sim promover uma transformação existencial que permita ao 
paciente se reconectar com seus valores, propósitos e potenciais. O sentido da 
análise é auxiliar o paciente a viver uma vida mais plena, significativa e autêntica. 
 
10 
 
8. Situação clínica: 
a. A relação analista-analisando: A relação entre o analista (terapeuta) e o 
analisando (paciente) é fundamental na Daseinsanálise. Essa relação baseia-se na 
confiança, na empatia e na autenticidade, criando um espaço terapêutico seguro e 
acolhedor. O terapeuta atua como um guia e facilitador, auxiliando o paciente em 
sua jornada de autoexploração e crescimento. 
b. A compreensão na relação psicoterapêutica: A compreensão na relação 
psicoterapêutica envolve o terapeuta buscando compreender o mundo do paciente 
a partir de uma perspectiva fenomenológica e existencial. Isso implica em estar 
aberto para compreender a subjetividade e as experiências únicas do paciente, 
reconhecendo sua perspectiva como válida e significativa. 
c. Rompendo as ilusões: Na Daseinsanálise, o terapeuta busca ajudar o paciente 
a romper com ilusões e concepções distorcidas da realidade, promovendo uma 
compreensão mais autêntica e verdadeira de si mesmo e do mundo. Isso envolve 
questionar crenças limitadoras, padrões de pensamento condicionados e 
expectativas sociais que possam estar restringindo as possibilidades de ser do 
paciente. 
d. Deixando aparecer que a vida não é o lugar de total realização, que a vida 
comporta frustrações, ou seja, projetos não realizados: A Daseinsanálise 
reconhece que a vida humana não é perfeita e que a existência pode envolver 
frustrações e projetos não realizados. O terapeuta auxilia o paciente a aceitar essa 
realidade e a buscar um sentido mais profundo e autêntico, mesmo diante das 
limitações e das dificuldades. 
e. Questionando verdades estabelecidas: A Daseinsanálise encoraja o 
questionamento de verdades estabelecidas e concepções pré-concebidas sobre si 
mesmo e o mundo. O terapeuta incentiva o paciente a explorar novas perspectivas, 
desafiar crenças limitadoras e buscar uma compreensão mais ampla e aberta da 
existência. 
f. Abrindo o caráter de poder ser de toda e qualquer existência, na medida 
em que o analisando percebe o quanto restringe suas possibilidades: Através 
da Daseinsanálise, o paciente é encorajado a expandir seu horizonte de 
11 
 
possibilidades e a reconhecer seu poder de escolha e transformação. O terapeuta 
auxilia o paciente a identificar as restrições autoimpostas e a explorar novas 
maneiras de ser, permitindo uma maior abertura para o seu potencial existencial. 
g. Despertar, lembrar e transformar: A Daseinsanálise busca despertar o 
paciente para sua existência, auxiliando-o a se tornar mais consciente de si mesmo, 
de suas preocupações e de suas possibilidades. Isso envolve lembrar o paciente de 
aspectos negligenciados ou reprimidos de sua existência e estimular a 
transformação e o crescimento pessoal. 
 
PSICOLOGIA FENOMENOLÓGICO-EXISTENCIAL COMO 
HERMENÊUTICA DE SI MESMO 
1. Psicoterapia enquanto prática reflexiva: A psicoterapia fenomenológico-
existencial é vista como uma prática reflexiva, na qual o terapeuta e o paciente se 
engajam em uma exploração conjunta da experiência vivida. A terapia é um 
espaço de reflexão profunda sobre as questões existenciais, permitindo ao 
paciente ganhar insights, compreender suas vivências de maneira mais ampla e 
desenvolver uma maior consciência de si mesmo. 
2. Contribuição da filosofia ao pensamento clínico: A filosofia desempenha um 
papel importante no pensamento clínico fenomenológico-existencial. Ela fornece 
fundamentos conceituais e uma abordagem crítica para compreender a 
experiência humana e os desafios existenciais. A filosofia ajuda a ampliar a 
compreensão dos fenômenos clínicos, questionando pressupostos e construindo 
uma base teórica sólida para a prática terapêutica. 
3. Hermenêutica e Psicoterapia: A hermenêutica desempenha um papel 
fundamental na psicoterapia fenomenológico-existencial. Ela se concentra na 
interpretação e compreensão das experiênciassubjetivas do paciente, buscando 
desvelar significados ocultos e promover uma compreensão mais profunda. A 
hermenêutica na psicoterapia envolve um diálogo interpretativo entre terapeuta e 
paciente, no qual ambos buscam compreender e dar sentido à experiência vivida. 
4. Críticas à substancialidade do "eu": Na abordagem fenomenológico-
existencial, há críticas à ideia de uma substancialidade fixa e imutável do "eu". 
12 
 
Em vez disso, enfatiza-se a noção de uma existência em constante processo de se 
tornar. O "eu" é compreendido como algo fluido e em evolução, sendo construído 
através das interações, relações e experiências vividas ao longo da vida. 
5. O saber clínico: O saber clínico na psicoterapia fenomenológico-existencial não 
se limita a conhecimentos teóricos, mas também abrange uma compreensão 
profunda das experiências e vivências do paciente. O terapeuta busca 
compreender a subjetividade do paciente através da escuta atenta, da empatia e da 
conexão empática, utilizando essa compreensão para orientar a prática 
terapêutica. 
6. Inseparabilidade das noções de ser e de experiência (saber e ser): Na 
abordagem fenomenológico-existencial, as noções de ser e de experiência estão 
intrinsecamente ligadas. O conhecimento não é apenas um processo intelectual, 
mas é vivido e experimentado na própria existência. A compreensão profunda e 
autêntica requer uma experiência direta e uma abertura para o mundo vivido do 
paciente. 
7. Crítica a Descartes: A abordagem fenomenológico-existencial critica a visão 
cartesiana dualista que separa mente e corpo, sujeito e objeto. Em vez disso, 
enfatiza a unidade e a interconexão entre esses aspectos, reconhecendo a 
importância do corpo e da experiência vivida na compreensão da existência 
humana. 
8. Pressuposto ontológico - "eu penso alguma coisa" - eu-sou-no-mundo: Na 
perspectiva fenomenológico-existencial, o eu é compreendido como um ser-no-
mundo, inseparável do contexto e das relações que o envolvem. O pensamento 
não é visto como algo isolado, mas como uma expressão da existência situada e 
da interação com o mundo. O eu é entendido em sua relação com o mundo e com 
os outros. 
9. Analítica da existência cotidiana: 
a. Falatório: O falatório refere-se à tendência humana de se perder em 
pensamentos e preocupações triviais do cotidiano, muitas vezes desviando a 
atenção das questões essenciais e existenciais. A psicoterapia fenomenológico-
13 
 
existencial busca auxiliar o paciente a reconhecer o falatório e a direcionar sua 
atenção para a vivência autêntica e os aspectos mais significativos da existência. 
b. Impessoalidade: A impessoalidade refere-se à compreensão de que a 
existência humana é sempre influenciada pelo contexto e pelas estruturas sociais. 
O indivíduo não é visto como uma entidade isolada, mas como parte de um todo 
maior. A psicoterapia fenomenológico-existencial explora as influências e 
condicionamentos sociais na experiência do paciente, buscando uma compreensão 
mais profunda e autêntica da existência. 
c. Serenidade: A serenidade é um estado de abertura e aceitação, no qual o 
indivíduo se permite experienciar a existência sem resistência ou julgamento. Na 
psicoterapia fenomenológico-existencial, a serenidade é buscada como uma forma 
de estar presente no momento e acolher plenamente a experiência vivida. Ela 
envolve uma aceitação amorosa das dificuldades e limitações da existência, 
permitindo ao paciente encontrar paz e resiliência.

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