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EQUILÍBRIO DE CORPOS RÍGIDOS EQUILÍBRIO EM DUAS DIMENSÕES 4 - 1 Introdução • Para um corpo rígido em equilíbrio, o sistema força-binário equivalente em um ponto O qualquer é um sistema equivalente a zero. • Se a resultante das forças for nula, ainda é possívelque o corpo esteja sob o efeito de um binário, não estando em equilíbrio. Portanto, além da resultantenula, o vetor momento em um ponto O qualquer também deve sernulo. Com o vetor momento sendo nulo em um ponto, este será nulo em todos. 4 - 2 Introdução 4 - 3 • As condições necessárias e suficientes para o equilíbrio estáticode um corpo são que a força e o binário (momento) resultantes de todas as forças externas formem um sistema equivalente a zeroem um ponto O qualquer: 0 0OF M= =∑ ∑ � � ∑ =∑ =∑ = ∑ =∑ =∑ = 000 000 zyx zyx MMM FFF • Decompondo cada força e cada momento em seus componentes retangulares, podemos indicar as condições necessárias e suficientes para o equilíbrio por meio de 6 equações escalares: • Para um corpo rígido em equilíbrio estático, as forças e momentos externosestão balenceadas e não impõem movimento de translação ou de rotação ao corpo. Na maioria das vezes, o carregamento externo é balanceado por reaçõesde seus vínculos. Diagrama de Corpo Livre 4 - 4 O primeiro passo na análise do equilíbrio estático de um corpo rígido é identificar todas as forças que atuam no corpo com um diagrama de corpo livre. • Selecionamos a extensão do corpo livre de interessee o isolamosdo solo e de todos os outros corpos. • Incluimos as dimensões necessárias ao cálculo dos momentos das forças. • Indicamos o ponto de aplicação e as direções e arbitramos os sentidospara as forças desconhecidas. Estas geralmente consistem nas reações de apoiopor meio das quais o solo e os outros corpos se opõem a um possível movimento do corpo rígido. • Indicamos o ponto de aplicação, intensidade, direção e sentido das forças externas(atuando sobreo corpo), incluindo o peso do corpo rígido (aplicado no centro de gravidade). Reações em Apoios e Conexões para uma Estrutura Bidimensional (Beer & Johnston) 4 - 5 • Reações equivalentes a uma força com linha de ação conhecida, ou seja, impedem o movimento em apenas uma direção. Portanto, resultam em apenas uma incógnita (módulo da reação). • O sentido da reação deve ser como mostrado na figura no caso de: (1) uma superfície lisa (para fora da superfície) ou (2) de um cabo (tração na direção de um cabo). Tração Tração ou compressão. Normal à superfície, podendo atuar nos dois sentidos dependendo do caso. Normal à haste, podendo atuar nos dois sentidos. (articulada) 4 - 6 • Impedem a translação nas duas direções. Reações equivalentes a uma força de direção, sentido e intensidade desconhecidos (ou dois componentes). Portanto, resultam em duas incógnitas. • Impede qualquer movimento. Reações equivalentes a uma força de direção, sentido e intensidade desconhecidos e a um binário de intensidade desconhecida (dois componentes de força e um momento, ou seja, três incógnitas). Reação em qualquer direção. Para superfície rugosa, a componente vertical deve ter sentido para cima. Reações em Apoios e Conexões para uma Estrutura Bidimensional (Beer & Johnston) 4 - 7 Reações em Apoios e Conexões para uma Estrutura Bidimensional (Hibbeler) 4 - 8 Reações em Apoios e Conexões para uma Estrutura Bidimensional (Hibbeler) 4 - 9 Reações em Apoios e Conexões para uma Estrutura Bidimensional (Hibbeler) Equilíbrio de um Corpo Rígido em Duas Dimensões 4 - 10 • As equações de equilíbrio se reduzem a: ∑ ∑ ∑ === 000 Ayx MFF sendo A qualquer ponto no plano da estrutura. • As 3 equaçõespodem ser resolvidas para no máximo 3 incógnitas. • As 3 equações não podem ser ampliadas com equações adicionais. Por exemplo, não permite achar uma quarta incógnita, já que as três equações acima são suficientespara garantir o equilíbrio. Por outro lado, qualquer uma delas pode ser substituídapor outra equação de somatório de momentos, por exemplo: ∑ ∑ ∑ === 000 BAx MMF Há restrições para a aplicação de mais de uma equação de somatório de momentos. 0BM =∑ Equilíbrio de um Corpo Rígido em Duas Dimensões 4 - 11 Conjunto Alternativo I: • A linha passando pelos pontosA e B não pode ser paralelaao eixo y. • A segunda equação diz que a força resultante equivalente do sistema deve passar porA (momento nulo emA). A primeira equação diz que esta resultante deve ser vertical (paralela a y). • EstandoB fora da linha de ação da resultante vertical emA, a terceira equação diz que, para o momento emB ser zero, a resultante deve ser zero. ∑ ∑ ∑ === 000 BAx MMF Equilíbrio de um Corpo Rígido em Duas Dimensões 4 - 12 Conjunto Alternativo II: • Os pontosA, B e C não podemestar na mesma linha. • A primeira equação diz que a força resultante equivalente do sistema deve passar porA (momento nulo emA). A segunda equação diz que esta resultante deve também passar porB (momento nulo emB). • EstandoC fora da linha de ação da resultante que passa porA e B, a terceira equação diz que, para o momento emC ser zero, a resultante deve ser zero. 0 0 0A B CM M M= = =∑ ∑ ∑ Exemplos de Diagramas de Corpo Livre • Forças internas não entramno diagrama de corpo livre. As forças internas que atuam entre partículas adjacentes em um corpo ocorrem em pares colineares e têm a mesma intensidade e sentidos opostos (Terceira Lei de Newton). Portanto, essas forças se cancelam e não têm efeito externosobre o corpo. As forças internas entre os componentes conectados da estrutura não entram no diagrama de corpo livre da estrutura inteira . Portanto, no diagrama de corpo livre, só entram as forças externas em relação à parte isoladada vizinhança. 4 - 13 Exemplos de Diagramas de Corpo Livre • Isolar a viga AB. • Apoio em A permite apenas o giro. • Apoio em B é um apoio simples. Modelo dos apoios 4 - 14 Exemplos de Diagramas de Corpo Livre • Peso da viga é significativo. • Apoio em A é um engaste. 4 - 15 Exemplos de Diagramas de Corpo Livre • Deseja-se determinar a força necessária no pedal. • Sabe-se que a haste articulada e a mola exercem apenas uma força ao longo de uma linha de ação conhecida. • Isolar somenteo pedal. 4 - 16 Exemplos de Diagramas de Corpo Livre • Sabe-se que o cilindro hidráulico (articulado) exerce apenas uma força ao longo de uma linha de ação conhecida. • Isolar somentea lança principal do pino em A e da haste em C. 4 - 17 Exemplos de Diagramas de Corpo Livre • As cargas são simétricas em relação a um plano passando pelo centro da estrutura. Portanto, o modelo pode ser idealizado como plano. • Resolvido o problema, dividir por 2 as reações em A e a tração no cabo para achar os valores reais em cada apoio (existem 2 pinos e 2 cabos). 4 - 18 Exemplos de Diagramas de Corpo Livre • Dois tubos lisos (sem atrito) suportados pelo garfo de um trator. • Na letra (c), tem-se o diagrama de corpo livre do tubo A. 4 - 19 Exemplos de Diagramas de Corpo Livre • Na letra (d), tem-se o diagrama de corpo livre do tubo B, utilizando a terceira lei de Newton. • Na letra (e), tem-se o diagrama de corpo livre da estrutura inteira, onde se nota que R é considerada uma força interna. 4 - 20 Exemplos de Diagramas de Corpo Livre • O parafuso em A não permite o giro da chave, fornecendo uma reação de momento. 4 - 21 Corpo Rígido Completamente Vinculado e Reações Estaticamente Determinadas Articulação impede o ponto A de se mover. Rolete em B impede giro em relação a A. Dois roletes (em A e B) e uma haste (em D). • Caso de interesse na disciplina (estruturas isostáticas). • Máximo de três incógnitas. • Corpo rígido não pode mover-se sob qualquer condição de carregamento (propriamente vinculado). 4 - 22 Reações Estaticamente Indeterminadas 4 - 23 • Estrutura com mais incógnitas do que equações (hiperestática). Estruturas hiperestáticas podem serresolvidas com conhecimento de Resistência dos Materiais. Vinculação Parcial Uma estrutura hipostática não pode ser mantida em equilíbrio sob condições gerais de carregamento. No exemplo, o somatório de forças em x não será satisfeito a menos que a resultante em x das forças externas seja nula. • Estrutura com menosincógnitas do que equações: parcialmente vinculada (hipostática). 4 - 24 Estruturas Impropriamente Vinculadas • Estrutura com número de incógnitas igual ao número de equações mas impropriamente vinculada. 4 - 25 O somatório de forças em x não será satisfeito a menos que a resultante em x das forças externas seja nula. As reações são paralelas. 4 - 26 • Estrutura com número de incógnitas maior do que o número de equações mas impropriamente vinculada. O somatório de momentos em A não pode ser satisfeito para condições gerais de carregamento, uma vez que as linhas de ação das reações B e C são obrigadas a passar em A. As reações concorrem num mesmo ponto. Estruturas Impropriamente Vinculadas 4 - 27 • Estrutura com número de incógnitas igual ao número de equações mas impropriamente vinculada. Estruturas impropriamente vinculadas também são estaticamente indeterminadas. Estruturas Impropriamente Vinculadas Problema Resolvido 4.1 4 - 28 Um guindaste fixo tem massa de 1000 kg e é usado para suspender um caixote de 2400 kg. Ele é mantido no lugar por um pino em A e um suporte basculante (balancim) em B. O centro de gravidade do guindaste está localizado em G. Determine os componentes das reações em A e B. SOLUÇÃO: • Traçamos um diagrama de corpo livre do guindaste. • Determinamos a reação em B resolvendo a equação para a soma dos momentos de todas as forças em relação a A. Observa- mos que as reações em A não geram momento em relação àquele ponto. • Determinamos as reações em A resolvendo as equações para a soma dos componentes horizontais e verticais de todas as forças. • Conferimos se os resultados obtidos estão corretos verificando se a soma dos momentos de todas as forças em relação a B é zero. Problema Resolvido 4.1 4 - 29 • Traçamos um diagrama de corpo livre do guindaste. • Conferimos os resultados obtidos. • Determinamos a reação em B resolvendo a equação para a soma dos momentos de todas as forças em relação a A. ( ) ( ) ( ) 0m 6kN5,23 m 2kN81,9m 5,1 :0 =− −+=∑ BM A kN1,107+=B • Determinamos as reações em A resolvendo as equações para a soma dos componentes horizontais e verticais de todas as forças. 0:0 =+=∑ BAF xx kN1,107−=xA 0kN5,23kN81,9:0 =−−=∑ yy AF kN 3,33+=yA Problema Resolvido 4.3 4 - 30 Um vagão de carga está em repouso sobre um trilho inclinado. O peso bruto do vagão e sua carga é 24.750 N e está aplicado em G. O vagão é mantido no lugar pelo cabo. Determine a tração no cabo e a reação em cada par de rodas. SOLUÇÃO: • Criamos um diagrama de corpo livre para o vagão com sistema de coordenadas alinhado com o trilho. • Determinamos as reações nas rodas resolvendo as equações para a soma dos momentos em relação aos eixos das rodas. • Determinamos a tração no cabo resolvendo a equação para a soma dos componentes das forças paralelos ao trilho. • Conferimos os resultados obtidos verificando se a soma dos componentes das forças perpendiculares ao trilho é zero. Problema Resolvido 4.3 4 - 31 • Traçamos um diagrama de corpo livre ( ) ( ) N 460.10 25sen N 4.7502 N 431.22 25cosN 750.24 −= −= += += � � y x W W • Determinamos as reações nas rodas. ( ) ( ) ( ) 0cm 251 cm 15N 2.4312cm 5,62N 0.4601:0 2 =+ −−=∑ R M A N 922.72 =R ( ) ( ) ( ) 0cm 251 cm 15N 2.4312cm 5,62N 0.4601:0 1 =− −+=∑ R M B N 538.21 =R • Determinamos a tração no cabo 0TN 431.22:0 =−+=∑ xF N 431.22+=T Problema Resolvido 4.4 4 - 32 A estrutura representada na figura sustenta parte do teto de um pequeno edifício. Sabendo que a tração no cabo é 150 kN. Determine a reação no engaste E. SOLUÇÃO: • Traçamos um diagrama de corpo livre da estrutura e do cabo BDF. • Resolvemos as 3 equações de equilíbrio para os componentes da força e do momento em E. Problema Resolvido 4.4 4 - 33 • Traçamos um diagrama de corpo livre da estrutura e do cabo BDF. • Também poderíamos traçar um diagrama “cortando” o cabo no ponto D. A tração de 150 kN simplesmente seria deslocada para D. • Resolvemos as 3 equações de equilíbrio para os componentes da força e do momento em E. ( ) 0kN150 5,7 5,4 :0 =+=∑ xx EF kN 0,90−=xE ( ) ( ) 0kN150 5,7 6 kN204:0 =−−=∑ yy EF kN 200+=yE ∑ = :0EM ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 0m5,4kN150 5,7 6 m8,1kN20m6,3kN20 m4,5kN20m7,2kN20 =+− ++ ++ EM mkN0,180 ⋅=EM 4 - 34 EXERCÍCIOS Equilíbrio de um Corpo Sujeito à Ação de Duas Forças 4 - 35 • Considere uma placa do tipo cantoneira sujeita à ação de duas forças F1 e F2. • Se a placa estiver em equilíbrio, a soma dos momentos em relação a A deve ser zero. Como o momento de F1 é obviamente zero, o momento de F2 também deve ser zero, ou seja, a linha de ação de F2 deve passar por A. • De forma similar, a linha de ação de F1 deve passar por B para que a soma dos momentos em relação a B seja zero. • Como a soma das forças em qualquer direção deve ser zero, conclui-se que F1 e F2 devem ter a mesma intensidade, mas sentidos opostos. 4 - 36 • Considere um corpo rígido sujeito à ação de forças atuando em apenas 3 pontos. • Assumindo que as linhas de ação das forças F1 e F2 se interceptam, o momento de ambas em relação ao ponto de interseção representado por D é zero. • Como o corpo rígido está em equilíbrio, a soma dos momentos de F1, F2 e F3 em relação a qualquer eixo deve ser zero. Portanto, o momento de F3 em relação a D também deve ser zero e a linha de ação de F3 deve passar por D. • As linhas de ação das três forças devem ser concorrentes ou paralelas. Equilíbrio de um Corpo Sujeito à Ação de Três Forças Problema Resolvido 4.6 4 - 37 Um homem leventa uma viga de 10 kg e 4 m de comprimento puxando-a com uma corda. Encontre a tração T na corda e a reação em A. SOLUÇÃO: • Traçamos um diagrama de corpo livre da viga observando que a viga é um corpo sob a ação de 3 forças que são o seu peso, a força exercida pela corda e a reação em A. • Para que o corpo esteja em equilíbrio, as três forças devem ser concorrentes. Portanto, a reação R deve passar pela interseção das linhas de ação do peso e da força exercida pela corda. Dessa forma determina-se a direção da reação R. • Utilizamos um triângulo de forças para determinar a intensidade da reação R. Problema Resolvido 4.6 4 - 38 • Traçamos um diagrama de corpo livre da viga. • Determinamos a direção da reação R. ( ) ( ) ( ) 636,1 414,1 313,2 tan m 2,313m 515,0828,2 m 515,020tanm 414,1 m 414,1 m828,245cosm445cos 2 1 === =−=−= =°= === =°=°= AE CE BDBFCE BD AFAECD ABAF α �6,58=α Problema Resolvido 4.6 4 - 39 • Determinamos a intensidade da reação R. ��� 38,6sen N 1,98 110sen4,31sen == RT N 8,147 N9,81 = = R T 4 - 40 Estruturas com Elementos Unidos através de Pinos • Componentesbiarticulados sem forças intermediáriasdevem ser previamente identificados. Exemplo: • A haste AB exerce uma força na barra EBD ao longo de seu eixo. 4 - 41 Estruturas com Elementos Unidos através de Pinos • Componentesbiarticulados sem forças intermediáriasdevem ser previamente identificados. Exemplo: • Isolando o componente ABC, o componente BD exerce uma forçaao longo da linha passando pelos pontos B e D. 4 - 42 Estruturas com Elementos Unidos através de Pinos • No caso geral, componentes unidos por pinos que possuam forças intermediárias trocam duas forçasno ponto de ligação. • É possível desenhar o diagrama de corpo livre para cada componente, respeitando a terceira lei de Newton. Exemplo: 4 - 43 Estruturas com Elementos Unidos através de Pinos • Muitas vezes, é possível determinartodas as incógnitas do problema (reações dos apoios e forças internas trocadas entre os componentes nos pinos) analisando também o equilíbrio de cada componenteisoladamente. Exemplo: 1º) ComponenteCB: Acham-seCx, Cy e By. 2º) ComponenteAC: Aplicando a terceira lei de Newton, acham-seAx, Ay e MA. 4 - 44 Estruturas com Elementos Unidos através de Pinos • Muitas vezes, é possível determinar todas as incógnitas do problema (reações dos apoios e forças internas trocadas entre os componentes nos pinos) analisando também o equilíbrio de cada componenteisoladamente. Exemplo: 1º) ComponenteAB: Montam-se 3 equações de equilíbrio paraAx, Ay, Bx e By. 2º) ComponenteBC: Montam-se 3 equações de equilíbrio paraBx, By, Cx e Cy. 3º) Resolvem-se as6 equaçõespara as6 incógnitas. 4 - 45 Estruturas com Elementos Unidos através de Pinos Exemplo: • Nesse caso, primeiramente determinam-se as reações no pino A e no cabo DG e, depois, as forças internas entre os componentes. 1º) Estruturainteira : 3 equações de equilíbrio para acharAx, Ay e T. 2º) ComponenteABCD ou componenteCEF: 3 equações de equilíbrio para achar as forças internas trocadas entre os componentes (Cx, Cy e FBE).
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